Boletim diário da ONU Brasil: “Número de mortos por minas terrestres triplicou no Afeganistão desde 2012” e 16 outros.
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qui, 7 de fev 18:51 (Há 1 dia)
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Posted: 07 Feb 2019 11:55 AM PST
Especialista em explosivos realiza busca por minas após detectar pedaço de metal em montanha perto de Cabul, no Afeganistão. Foto: UNMAS/Cengiz Yar
O número de mortos no Afeganistão por minas terrestres e outros explosivos mais do que triplicou desde 2012, afirmaram as Nações Unidas na quarta-feira (6), pedindo apoio de longo prazo aos sobreviventes.
Dados mais recentes do Serviço de Ação Contra Minas das Nações Unidas (UNMAS) indicam que 1.415 civis afegãos foram mortos ou ficaram feridos em 2018 por minas ou restos explosivos de guerra.
Crianças representam oito em cada dez mortes por restos de explosivos, de acordo com o UNMAS, que participa nesta semana do 22º Encontro de Diretores Nacionais de Ação Contra Minas e Assessores das Nações Unidas, em Genebra.
O serviço da ONU destacou que, desde 1989, mais de 18 milhões de restos explosivos foram removidos, junto a mais de 730 mil minas terrestres, incluindo mais de 750 aparatos explosivos improvisados e 30.145 minas antitanques.
“Ainda estamos na atividade de prevenção e não estamos indo tão bem”, disse o chefe do programa da UNMAS para o Afeganistão, Patrick Fruchet.
“Em 2012, estávamos com cerca de 36 mortes por mês no Afeganistão – número que já era enorme; esse montante saltou ano a ano. Em 2017, houve mais de 150 mortes ao mês”.
O aumento do número de mortos está ligado à “nova disseminação” de armas antipessoais — usadas principalmente para mutilar ou matar infantaria e outro pessoal que não esteja atrás de armaduras — no país, ligadas à intensificação de conflito entre forças do governo e extremistas do Taliban, após 2014.
“Estamos lutando para lidar com aumentos significativos no número de campos minados no Afeganistão”, afirmou Fruchet, destacando que o trabalho do serviço da ONU e de seus parceiros é complicado pelo fato de autoridades controlarem apenas cerca de metade do país.
“Você tem províncias onde as capitais são muito amigáveis, sob controle do governo, e as áreas rurais fora destas capitais não são, e são nestas áreas onde frequentemente trabalhamos”, disse.
O aumento do financiamento é essencial para a tentativa do Afeganistão de se ver livre das minas terrestres até 2023, segundo a UNMAS, destacando que o pedido de 85,1 milhões de dólares feito pelo governo para atividades de remoção só foi cumprido pela metade até agora.
Pedindo maior apoio internacional e conscientização, o fotógrafo e chefe da Fundação Legacy of War, Giles Duley, descreveu o quão importante foi a assistência de longo prazo para sua recuperação, após ter perdido as duas pernas e um braço em uma mina terrestre no país.
Um colega sobrevivente que ele conheceu no Camboja não teve tanta sorte, e passou a ter muitas dificuldades porque ninguém o ajudou a aprender a andar com próteses nas pernas, explicou Duley.
“Na casa dele – ou na casa da irmã, onde ele morava – ficamos lá, bebemos chá e conversamos”, contou.
“Eventualmente, ele me mostrou algumas camas na lateral de sua casa, onde os cachorros dormiam. E apontou para um dos cestos grandes de cachorros e disse ‘esta é minha cama’. Sua irmã era uma mulher maravilhosa, ela estava fazendo o que podia, mas vivia na pobreza, tinha sua própria família, e então seu irmão estava literalmente vivendo como um cão”.
Duley insistiu que, apesar das vastas quantias de dinheiro gastas para ajudar vítimas nos períodos imediatos a um ataque, “um grande vazio” existe em relação às necessidades a longo prazo.
“E é isto que realmente estamos pedindo”, disse. “São as oportunidades para que pessoas feridas em conflito por nenhuma escolha própria, frequentemente crianças que têm uma vida inteira pela frente, recebam apoio para retomar a dignidade e sejam capazes de se cuidar. Isto não é complicado, isto não é difícil. Gastamos milhões salvando vidas, precisamos ajudá-las a ter suas vidas de volta”.
Sem reabilitação de vítimas da guerra, ‘país irá fracassar’
O cirurgião de trauma Shehan Hettiaratchy, da Imperial College, em Londres, destacou os benefícios mais amplos de avaliar com precisão as necessidades de sobreviventes, tanto para indivíduos quanto para suas comunidades.
“O que estamos tentando fazer é caracterizar qual será o peso sobre o sistema de saúde quando o conflito acabar”, disse Hettiaratchy a jornalistas.
“Quanto tempo irá durar? Como será no primeiro ano? Qual a intervenção de saúde necessária para manter estas pessoas cujas vidas foram salvas em níveis altos de função, para que contribuam à sociedade? Porque se não tivermos reabilitação socioeconômica das vítimas da guerra, o país irá fracassar”.
No Afeganistão, sobreviventes de minas terrestres representam uma pequena fração dos quase 3% da população registrados com algum tipo de deficiência, de acordo com o UNMAS.
A médica especialista em explosões Mahpekay Sediqi, que trabalha na Organização Ortopédica de Cabul, ecoou a importância de ter dados mais recentes em mãos.
“Os doadores não têm uma imagem real das necessidades no Afeganistão”, afirmou. “Como dissemos antes, os porta-vozes mencionaram que 2,7% da população do Afeganistão têm deficiência, mas este número é de 2015”.
Nos quase 30 anos de trabalhos da UNMAS no Afeganistão, 30 mil pessoas ficaram feridas ou foram mortas por aparatos explosivos.
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Posted: 07 Feb 2019 11:29 AM PST
Refugiada rohingya de Mianmar em um abrigo temporário em Bayeun, Aceh Oriental, Indonésia, em 2015. Foto: ACNUR/Fauzan Ijazah
A relatora da ONU sobre direitos humanos em Mianmar, Yanghee Lee, elogiou nesta quinta-feira (7) a criação de um comitê parlamentar incumbido de reformar a atual constituição do país, que data do regime militar. A Carta Magna da nação asiática reserva cargos no Legislativo e o controle de ministérios para membros das forças armadas, além de não ser considerada democrática pela especialista independente.
“O estabelecimento desse comitê é um desdobramento positivo que eu espero que ajude Mianmar a fazer verdadeiramente uma transição para a democracia”, disse Lee. “O povo quer que a constituição seja reformada e eu encorajo o novo comitê conjunto a realizar a sua vontade.”
O partido no poder, a Liga Nacional para a Democracia, liderada pela chefe de Estado Aung San Suu Kyi, prometeu rever o texto constitucional durante a eleição de 2015, vencida por ampla maioria.
A constituição do país foi redigida em 2008 pelas autoridades militares e tem sido um dos principais obstáculos à habilidade do país de deixar para trás as décadas de governo das forças armadas e caminhar rumo à democracia. O conjunto de leis reserva 25% das cadeiras do parlamento para os militares, além de atribuir a esse grupo o controle dos Ministérios de Assuntos Domésticos, Serviços de Defesa e Assuntos de Fronteira.
“A atual constituição não é democrática e Mianmar não pode ser considerado uma democracia sem que ela seja reformada”, disse a relatora.
Relatora da ONU: espaço democrático ‘frágil’ em Mianmar
Duas semanas atrás, Lee criticou o fracasso do governo de Mianmar em levar adiante reformas democráticas, recorrendo não a mudanças de postura e de legislação, mas ao contrário, a meios de repressão usados em regimes militares anteriores. A relatora alertou para a perseguição do próprio Estado a ativistas, jornalistas e minorias étnicas e religiosas.
Após uma visita de 11 dias aos vizinhos Tailândia e Bangladesh, a relatora descreveu o espaço democrático de Mianmar como “frágil” e marcado pela marginalização das minorias.
“Estou muito preocupada com o fato de que o duradouro ambiente repressivo esteja desencorajando as pessoas a se manifestar livremente sobre violações de direitos humanos e injustiças”, afirmou Lee depois da viagem.
A especialista disse que “discordâncias, críticas e debate são saudáveis e necessários em qualquer democracia funcional”.
“Jornalistas e defensores de direitos humanos continuam a ser atacados por exercer seu direito à liberdade de expressão”, ressaltou Lee.
A relatora lembrou as prisões prolongadas dos ativistas pela paz do povo Kachin, Zau Jat, Lum Zawng e Nang Pu, que tem graves problemas de saúde, mas não está recebendo os cuidados adequados na cadeia. Outros prisioneiros incluem os dois jornalistas da agência de notícias Reuters, Wa Lone e Kyaw Soe Oo. Já o repórter Swe Win foi submetido a assédio judicial por criticar o grupo budista extremista Ma Ba Tha.
“Chamo as autoridades a acabar com os maus tratos e libertar imediatamente todos os presos injustamente”, enfatizou Lee.
A especialista também alertou para a situação dos 162 mil birmaneses que vivem como deslocados internos no país e não têm perspectivas de voltar para as suas comunidades de origem devido a confrontos em várias regiões de Mianmar.
O governo tem um plano de fechar acampamentos onde essas pessoas vivem, transferindo-a para outras localidades, longe de suas regiões originárias e distantes de oportunidades econômicas e apoio humanitário. Segundo Lee, as autoridades não consultaram esses deslocados internos nem organizações que trabalham diretamente com essas populações acerca da medida.
Os migrantes também enfrentam vulnerabilidades particulares devido a emendas de uma lei que permite ao governo expropriar terras de áreas ocupadas por grupos étnicos. Isso poderia levar à perda de determinados povos dos seus direitos ao território. Nos estados de Rakhine, Kachin, Shan e Kayin, comunidades dependem por gerações da terra, para ter meios de subsistência e manter suas tradições e cultura.
Sobre a crise envolvendo os rohingyas, Lee afirmou que Mianmar não está trabalhando para criar as condições adequadas ao retorno de milhares de refugiados para o país. Em vez disso, o governo está promovendo um “campanha duradoura de violência, intimidação e assédio”.
A relatora lembrou o testemunho de um refugiado que ela conheceu num campo em Cox’s Bazar, Bangladesh. O rohingya contou que seu pai fora esfaqueado até a morte por forças de segurança de Mianmar. Outro deslocado disse que fugiu com a família inteira após sua mãe e irmã serem sequestradas e estupradas.
Lee disse ter visto vídeos de casas pegando fogo em Muangdaw. Segundo apuração de sua equipe, os incêndios foram orquestrados também pelas forças de segurança. Muangdaw havia sido identificado como uma área de reassentamento para rohingyas refugiados que quisessem voltar para Mianmar, de acordo com relatos de novembro passado.
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Posted: 07 Feb 2019 10:51 AM PST
Foto: Shutterstock
As Nações Unidas convidam governos e setores público e privado a repensar seus padrões de consumo e produção sob o tema “Pense no planeta, Viva simples”, durante a 4ª Assembleia Ambiental da ONU, que ocorre de 11 a 15 de março em Nairóbi, no Quênia.
Na ocasião, os países assumirão compromissos mensuráveis para estimular a inovação e a implementação de sistemas de economia circular.
A expectativa é de que sejam lançadas resoluções sobre disseminação do conceito de biodiversidade; gestão saudável de substâncias químicas e resíduos; uso de big data; gestão da informação; promoção de estilos de vida sustentáveis; uso eficiente de recursos e soluções baseadas no conhecimento indígena.
O sexto “Panorama Ambiental Global”, GEO-6, a principal avaliação periódica da ONU sobre o estado do meio ambiente, será lançado durante a Assembleia.
A Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA) é o maior fórum mundial de alto nível para questões de meio ambiente. Nela, chefes de Estado, ministros do Meio Ambiente, ativistas, presidentes de multinacionais, ONGs e outros convidados se reúnem para discutir e assumir compromissos globais com a proteção ambiental.
Para jornalistas, o evento é a oportunidade de acompanhar os últimos desdobramentos em políticas e ações ambientais, produzir reportagens e entrevistar pessoas que estão no poder, bem como principais inovadores na área e aqueles cujas vidas e meios de subsistência estão ameaçados, a menos que embarquemos num caminho que nos leve a padrões sustentáveis de produção e consumo.
Produção e consumo sustentáveis
A 4ª Assembleia Ambiental mira dois temas afins — soluções inovadoras para os desafios ambientais e consumo e produção sustentáveis —, inspirando países, atores do setor privado e indivíduos a promover soluções inovadoras e uma autocrítica de seus padrões de consumo e produção.
“Apesar de todo o progresso inspirado pelos objetivos globais, uma barreira ainda impede que eles sejam alcançados: as escolhas que fazemos em nossas vidas cotidianas continuam a alimentar hábitos de consumo e produção que cada vez mais excedem os limites do nosso planeta”, afirma Siim Kiisler, presidente da Assembleia Ambiental da ONU de 2019.
O consumo e a produção sustentáveis lidam com o ciclo de vida das atividades econômicas: a extração de recursos, o processo para transformá-los em materiais e produtos e, por fim, o uso e descarte.
O consumo e a produção sustentáveis também podem ser divididos em atividades econômicas específicas a fim de fazer mais e melhor com menos e identificar prioridades de acordo com os impactos ambientais e demandas de recursos.
Instando participantes a “Pensar no planeta, Viver simples”, os Estados-membros da Assembleia vão pedir resoluções ousadas para estimular a sustentabilidade nos padrões de consumo e produção em todo o mundo.
Isso pode ocorrer por meio de iniciativas de políticas públicas; tecnologias ambientalmente saudáveis; esquemas sustentáveis de financiamento; educação, pesquisa e desenvolvimento; compartilhamento das melhores práticas; capacitação e sensibilização; parcerias privadas e públicas.
“Crescemos às custas do nosso planeta. Para garantir um futuro sustentável, todos nós precisamos trabalhar juntos para transformar nossa forma de consumir e produzir”, diz Joyce Msuya, chefe interina da ONU Meio Ambiente.
“A Assembleia Ambiental da ONU de 2019 oferecerá uma plataforma para inovações que vão mudar o jogo e garantirá que tenhamos um mapa para que essas ideias ousadas floresçam”, conclui.
A Assembleia também contará com o lançamento do sexto Panorama Ambiental Global, o GEO-6, que é o mais importante relatório da ONU Meio Ambiente e oferece uma revisão periódica do status de três grandes sistemas econômicos e sociais — os sistemas de energia, alimentação e água.
O relatório assinala não apenas as áreas de maior preocupação, mas também lança luz sobre as opções para os formuladores de políticas avançarem em questões ambientais.
O lançamento do relatório será o catalisador de discussões baseadas na ciência sobre o estado ambiental e tendências em nível global, regional e local.
Cientistas e representantes de governos apresentarão avaliações e expectativas de esforços em políticas ambientais, retratando um cenário mais claro sobre a transformação necessária em setores da indústria, agricultura, construção, transporte e energia.
Eventos paralelos na Assembleia serão uma plataforma para conversas em profundidade sobre as mais recentes tendências de pensamento, relatórios, dados e ação em questões ambientais.
No que ficar atento
Diálogos de lideranças de alto nível que irão reunir chefes de Estado, ministros do Meio Ambiente e líderes empresariais para discutir o caminho rumo a economias que abracem o consumo e a produção sustentáveis e rumo às inovações que nos levarão para lá.
Especialistas do setor privado, cientistas proeminentes e líderes em proteção ambiental.
Inovações ambientais, apresentadas por alguns dos mais audaciosos pioneiros na área.
Resoluções sobre consumo e produção sustentáveis — que serão adotadas por todos os 193 Estados-membros da ONU e criarão o quadro para uma economia circular e um futuro sustentável.
Lançamento do Panorama Ambiental Global: o mais importante relatório da ONU Meio Ambiente apresentará um panorama abrangente do estado geral do nosso meio ambiente e como isso afeta o nosso status social e econômico.
Mesas-redondas para a mídia com líderes religiosos, empresariais e de inovação, compartilhando um amplo relato sobre mudanças ambientais e proteção do meio ambiente.
Mesas-redondas do evento
Fé pela Terra: Líderes religiosos e espirituais proeminentes visitarão a Assembleia para discutir modos de enfrentar os desafios ambientais por meio de organizações baseadas na fé, tratando a Terra como uma dádiva.
Os mais recentes avanços na luta contra a poluição plástica: não existem milagres quando se trata da poluição plástica. É preciso garantir que nações e cidadãos adotem padrões sustentáveis de produção e consumo.
Jogando pelo Planeta: como a indústria dos games pode promover o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável por meio de suas plataformas e de sua indústria?
Empregos verdes: A produção e o consumo sustentáveis abrem novas oportunidades para a criação de empregos. A Agência Internacional de Energia Renovável estima que o número de 8,1 milhões de pessoas atualmente empregadas no setor de energias renováveis em todo o mundo poderia aumentar para mais de 24 milhões até 2030. Os principais líderes de instituições educacionais e de vários setores da indústria e serviços lançarão luz sobre o futuro dos empregos verdes.
O lançamento da Aliança da ONU pela Moda Sustentável: A moda é uma indústria que movimenta 2,5 trilhões de dólares e emprega aproximadamente 60 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo um setor-chave da economia. Precisamos melhorar a pegada ambiental da indústria da moda, estabelecendo um sistema circular para cadeias têxteis sustentáveis.
Serviço
Onde: Complexo das Nações Unidas, Nairóbi, Quênia Data: 11 a 15 de março de 2019 Para se credenciar: https://reg.unog.ch/event/26967
Para saber sobre a programação, participantes e eventos, acesse: www.solvedifferent.ecohttp://web.unep.org/environmentassembly/
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Posted: 07 Feb 2019 10:14 AM PST
Relatório de OIT e UNICEF indicou a necessidade de ação urgente para garantir a proteção social de todas as crianças no mundo. Na foto, Mustafa, de 6 anos, que trabalha com o pai em uma área industrial de Bagdá, no Iraque. Foto: UNICEF/Wathiq Khuzaie
Seis em cada dez crianças do mundo não têm acesso à proteção social, o que as deixa particularmente vulneráveis à pobreza crônica, disse a ONU na quarta-feira (6), alertando que alguns governos estão cortando programas de transferência de renda, em meio a políticas de austeridade fiscal.
Relatório conjunto elaborado por Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostrou que apesar de redes de seguridade social existirem para 35% das crianças do mundo, esse percentual cai para 28% na Ásia e para apenas 16% na África.
Quando os Estados-membros ratificaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada em 2015 com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), concordaram que a prioridade global seria a erradicação da pobreza.
Estado tem papel vital na erradicação da pobreza
Benefícios dados pelo Estado a partir de recursos públicos, na forma de transferência de renda, “tem papel essencial em quebrar o ciclo vicioso de pobreza e vulnerabilidade”, disse o relatório. Em média, os 139 países cobertos pelo documento gastam apenas 1,1% do PIB com crianças de até 14 anos.
“Há uma enorme falta de investimento que precisa ser revertida”, disse Isabel Ortiz, diretora do Departamento de Proteção Social da OIT. “Os números pioram por região. Na África, por exemplo, as crianças representam 40% da população, mas apenas 0,6% (do PIB) é efetivamente investido em sua proteção social”.
De acordo com o relatório de OIT e UNICEF, uma em cada cinco crianças do mundo vive na extrema pobreza — com menos de 1,90 dólar por dia — e uma em cada duas vive em pobreza moderada, com menos de 3,20 dólares por dia.
As crianças têm duas vezes mais chances de viver na pobreza extrema, disse o documento, sendo que a falta de acesso à educação e a desnutrição estão entre os principais impactos de longo prazo.
“Enquanto a proteção social e as transferências de renda são vitais para as crianças, elas não devem ser adotadas sozinhas”, disse David Stewart, chefe da unidade de pobreza infantil e proteção social do UNICEF.
“Essas políticas devem ser combinadas com outros serviços — se uma criança está vivendo em um domicílio com recursos suficientes, mas não tem acesso a saúde e educação, não faz muita diferença. Então, é necessário combinar essas intervenções.”
Todos os países precisam apoiar as crianças
Além do pedido para que governos invistam na cobertura de saúde universal e combatam crimes como trabalho infantil, o relatório da ONU afirmou que tais medidas não são um “privilégio” de países ricos.
Uma série de países em desenvolvimento atingiu, ou quase atingiu, a proteção social universal, disse o documento, citando Argentina, Brasil, Chile e África do Sul.
No entanto, apesar dos progressos importantes, uma série de países está realizando políticas de consolidação fiscal, o que pode levar a corte de benefícios do Estado aos mais pobres, excluindo crianças vulneráveis de seu direito legítimo à proteção social, segundo o relatório.
“Recentemente, devido a pressões fiscais de instituições financeiras internacionais, alguns países estão sendo aconselhados a cortar benefícios universais”, disse Isabel. “Então, é um desses casos em que a consolidação ou austeridade fiscal de curto prazo pode ter impactos de longo prazo nas crianças. A mensagem da ONU (para os países) é ‘tente olhar o longo prazo'”.
“A pobreza infantil pode ser reduzida do dia para noite com proteção social adequada”, disse Isabel, acrescentando que melhorar a vida de todas as crianças “é uma questão de prioridades e de vontade política — mesmo os países mais pobres têm espaço fiscal para ampliar as proteções sociais”.
Ela enfatizou o sucesso da China em atingir a saúde universal e a cobertura previdenciária em apenas quatro anos. A oficial da OIT declarou que “em última análise, a ampliação da proteção social é sempre sobre vontade do governo”.
“Os governos devem ter consciência da importância dos impactos no desenvolvimento de proteger as pessoas, particularmente aquelas vulneráveis ao longo do ciclo de vida, na infância, na terceira idade, na maternidade, as proteções são particularmente necessárias”, declarou.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
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Posted: 07 Feb 2019 10:10 AM PST
Foto: ONU
A ONU está à procura de juízes para o seu sistema interno de administração da justiça, que resolve disputas trabalhistas. O sistema inclui uma primeira instância, o Tribunal de Disputas das Nações Unidas (UNDT), e uma instância, o Tribunal de Apelações das Nações Unidas (UNAT).
O UNDT fica em Nova York, Genebra e Nairóbi e é composto por três juízes em período integral e seis juízes em meio período. Os juízes cumprem um mandato de sete anos, não renováveis.
O UNAT é composto de sete juízes, que também servem por sete anos não renováveis, com sede em Nova Iorque.
As vagas estão abertas até o dia 31 de março de 2019. Detalhes em http://www.un.org/en/internaljustice/overview/judicial-vacancies.shtml.
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Posted: 07 Feb 2019 09:57 AM PST
Comboio de 188 caminhões foi o maior já despachado pela ONU na história da guerra da Síria. Foto: ACNUR
O maior comboio já despachado pela ONU em meio à guerra na Síria chegou na quarta-feira (6) ao assentamento de Rukban, com assistência para mais de 40 mil pessoas deslocadas. O acampamento, próximo à fronteira com a Jordânia, recebeu alimentos, suprimentos de saúde, materiais de higiene e educação, além de vacinas para 10 mil crianças com menos de cinco anos de idade. Os recurso foram transportados em 118 caminhões.
As já miseráveis condições de vida dos habitantes de Rukban — a maioria é de mulheres e crianças — pioraram com o inverno rigoroso. Pelo menos oito crianças teriam morrido no campo ao longo das últimas semanas.
O despacho do comboio foi fruto de uma parceria entre a ONU e o Crescente Vermelho Sírio. Os mantimentos enviados ao local foram escolhidos de acordo com uma avaliação de necessidades da população, conduzida durante a última entrega de suprimentos, em novembro de 2018. A distribuição da assistência será monitorada pela ONU e seus parceiros a fim de garantir que a ajuda chegue de fato aos civis.
“Essa entrega em larga escala de suprimentos humanitários essenciais aos (indivíduos) extremamente vulneráveis em Rukban não poderia ter acontecido num momento mais oportuno”, afirmou o coordenador-residente da ONU e chefe humanitário da Organização na Síria, Sajjad Malik, em pronunciamento na quarta-feira.
O dirigente explicou, porém, que a operação é apenas uma medida temporária para contornar as necessidades imediatas da população.
“Uma solução de longo prazo, segura, voluntária e digna para as dezenas de milhares de pessoas, muitas das quais estão no assentamento de Rukban por mais de dois anos em condições desesperadas, é urgentemente necessária.”
Segundo relatos da imprensa, nos últimos três anos, milhares de pessoas fugiram para Rukban de regiões da Síria controladas pelo ISIL ou Da’esh. Essas áreas estavam sendo alvo de ataques aéreos da Rússia e da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
O acampamento está localizado numa zona de trégua estabelecida pela coalizão dos EUA e pelas forças dos governos russo e sírio. Esse fator encorajou muitos dos habitantes de Rukban a permanecer no campo, em vez de voltar para as suas casas em áreas sob o governo de Bashar Al-Assad, por medo de retaliações do exército.
A ONU e o Crescente Vermelho vão conduzir uma pesquisa com os moradores do campo para entender suas vontades e prioridades. A consulta será utilizada para pensar soluções que permitam aos deslocados retornar para suas comunidades de origem ou para outro lugar de sua escolha.
As Nações Unidas pediram que todas as partes do conflito permitam o acesso seguro, duradouro e livre de impedimentos às organizações humanitárias que buscam atender às pessoas em necessidade. Essa postura é o que preveem as obrigações dos grupos em guerra estipuladas pelo direito internacional humanitário.
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Posted: 07 Feb 2019 09:07 AM PST
Na Somália, plantações e gado morreram em áreas onde não há água corrente há três anos por conta de falta de chuva. Foto: PNUD/Said Isse
Na esteira de dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicando que os últimos quatro anos foram oficialmente os “quatro mais quentes já registrados”, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu ação climática urgente e aumento da ambição, antes da Cúpula sobre o Clima, marcada para setembro.
A reação na quarta-feira (6) aconteceu após a OMM emitir um relatório confirmando que 2015, 2016, 2017 e 2018 foram os quatro anos mais quentes registrados até hoje. A análise, com base em monitoramento realizado por cinco organizações internacionais, também mostra que a temperatura média global da superfície da Terra em 2018 foi aproximadamente 1°C acima da base pré-industrial (1850-1900).
“A tendência de temperaturas no longo prazo é bem mais importante do que o ranking de anos individuais, e esta tendência é de ascendência”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. “Os 20 anos mais quentes já registrados ocorreram nos últimos 22 anos. O grau de aquecimento durante os últimos quatro anos foi excecional, tanto em solo quando no oceano”.
“Temperaturas são apenas parte da história. Alto e extremo impacto meteorológico afetou muitos países e milhões de pessoas, com repercussões devastadoras para economias e ecossistemas em 2018”, disse.
“Muitos dos eventos meteorológicos extremos são consistentes com o que esperamos de um clima em mudança. Esta é uma realidade que precisamos enfrentar. Redução de emissão de gases causadores do efeito estufa e medidas de adaptação climática devem ser uma prioridade global”, disse Taalas.
Destacando preocupação com os dados, divulgados pela primeira vez em novembro de 2018, Guterres disse que eles confirmam “a urgência de responder com ação climática”, ecoando os resultados apresentados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) em seu relatório especial de outubro de 2018 sobre os impactos de um aquecimento global de 1,5°C.
O relatório do IPCC indicou que limitar o aquecimento global a 1,5°C irá exigir “transições rápidas e de longo alcance em terrenos, energias, indústrias, construções, transportes e cidades” e que emissões globais de dióxido de carbono, atribuíveis à atividade humana, terão que cair 45% até 2030 em relação ao níveis de 2010, alcançado “zero” em torno de 2050.
O secretário-geral afirmou que, “para fazer estas transformações, precisamos aumentar significativamente o nível global de ação e ambição climáticas”.
Para mobilização política, Guterres convocou uma Cúpula sobre o Clima para 23 de setembro deste ano, focando em nove áreas essenciais: ambição elevada em medidas de mitigação climática; como gerenciar a transição para fontes alternativas de energia; gerenciar transição industrial.
Outros pontos incluem criar soluções através de agricultura, oceanos, florestas e ambientes relacionados à natureza; infraestrutura, cidades e ações locais; finanças climáticas, especialmente precificação de carbono; intensificação de resiliência e adaptação, especialmente para os mais vulneráveis; impulsionadores sociais e políticos; e mobilização política e de cidadãos.
O secretário-geral da ONU disse estar trabalhando de perto com Estados-membros e partes interessadas não partidárias para permitir resultados nestas áreas, podendo assim enviar “fortes sinais comerciais e políticos que podem impulsionar a corrida” para cumprir os objetivos do Acordo de Paris de 2015, no qual países se comprometeram coletivamente a limitar aquecimento global para 1,5°C acima de níveis pré-industriais.
Informando as discussões na Cúpula junto a outros importantes relatórios científicos, a OMM irá emitir o relatório completo “Estado do Clima 2018” em março. O relatório irá fornecer uma visão abrangente sobre variações e tendências da temperatura, eventos de alto impacto e indicadores de mudança climática no longo prazo, como aumento de concentrações de dióxido de carbono.
O relatório será acompanhado de um comunicado de recomendações políticas da ONU para tomadores de decisões sobre a interação entre condições meteorológicas, clima e fornecimento de água, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
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Posted: 07 Feb 2019 09:04 AM PST
Força de Manutenção da Paz da ONU no Chipre numa zona neutra entre as áreas de influência grega e turca. Foto: ONU/Eskinder Debebe
O Conselho de Segurança decidiu em janeiro (30) renovar por mais seis meses o mandato da Força de Manutenção da Paz da ONU no Chipre, ilha no Mediterrâneo que vive dividida entre comunidades e autoridades de origens grega e turca. Negociações sobre a reunificação do território estão num impasse desde julho de 2017, quando diálogos entre as partes fracassaram.
A deliberação do Conselho insta todos os lados a renovar o seu compromisso com a criação de um estado federal. A decisão, adotada unanimemente pelos países-membros do organismo, ressalta que o atual status quo é insustentável.
A missão das Nações Unidas na ilha, conhecida pela sigla UNFICYP, foi criada em 1964, para evitar novos confrontos entre as comunidades grego-cipriotas e turco-cipriotas. Na ausência de uma solução política para o imbróglio, a força de paz permaneceu no local para supervisar perímetros de cessar-fogo, manter uma zona neutra entre as áreas de diferentes partes da disputa e realizar atividades humanitárias. O organismo também apoia os bons ofícios da missão do secretário-geral para as negociações.
O relatório mais recente do chefe da ONU António Guterres sobre a missão no Chipre aponta que as duas comunidades querem um processo de paz que seja “mais inclusivo, transparente e representativo do povo”. O documento afirma que a incerteza quanto ao futuro das negociações sobre assentamentos parece estar impedindo o engajamento político e ameaça enfraquecer o apoio à reunificação no país. Pesquisas recentes mostram que ainda há um alto nível de desconfiança mútua entre os grupos.
O principal desdobramento positivo mencionado no documento de Guterres é a abertura de duas novas passagens nas fronteiras entre as áreas de influência grega e truca. Esses pontos de trânsito são separados por uma zona neutra mantida pela UNFICYP.
A situação ao longo dos perímetros sob cessar-fogo permanece estável, mas as forças em conflito de ambos os lados continuam pesadamente armadas – o que faz com que a tensão entre esses grupos esteja “sempre presente”, segundo o documento do secretário-geral.
A mesma resolução que renova o mandato da missão da ONU também pede a implementação de medidas capazes de construir confiança entre as populações. Entre os apelos, está o desenvolvimento de uma rede de eletricidade e telefonia móvel por toda a ilha. O Conselho de Segurança solicita ainda que os dois lados promovam a educação para a paz e melhorem a atmosfera das negociações sobre assentamentos por meio de mensagens construtivas e harmonizadas.
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Posted: 07 Feb 2019 08:08 AM PST
Vista do Aeroporto de Stansted. Foto: Flickr (CC)/Dani Oliver
Especialistas de direitos humanos da ONU pediram com urgência que o Reino Unido não use leis de segurança e terrorismo para indiciar manifestantes pacíficos. Apelo foi feito após a condenação dos chamados Stansted 15, que fizeram um ato no Aeroporto de Stansted, sudeste da Inglaterra, para impedir um voo de deportação de solicitantes de refúgio.
“Estamos preocupados com a aplicação de acusações desproporcionais pelo que parece ser o exercício dos direitos ao protesto pacífico e não violento e à liberdade de expressão. Parece que tais acusações foram feitas para deter outros (indivíduos) de tomar ações diretas e pacíficas similares para defender os direitos humanos e, em particular, a proteção de solicitantes de asilo”, disseram os relatores.
“Chamamos o governo do Reino Unido a se abster de aplicar a legislação de segurança e a relacionada ao terrorismo para indiciar manifestantes políticos pacíficos e críticos da política de Estado que estão engajados na expressão, protesto e mobilização política não violentos.”
As 15 pessoas — seis homens e nove mulheres — foram condenadas em dezembro de 2018 sob a Lei de Segurança Aérea e Marítima. Em março de 2017, os manifestantes atravessaram a cerca do perímetro do aeroporto de Stansted e se prenderam à asa e às rodas do trem de pouso dianteiro (engrenagem localizada aproximadamente abaixo da cabine dos pilotos) de um avião. A aeronave estava sendo utilizada na repatriação de solicitantes de refúgio para a Nigéria, Gana e Serra Leoa.
Todos os 15 participantes do ato negaram uma acusação única de interrupção intencional dos serviços na pista. Eles argumentaram que o protesto era justificado, de acordo com o direito de direitos humanos, e necessário por causa das ameaças aos que estavam sendo deportados, particularmente aos que poderiam enfrentar perigo iminente, devido a sua orientação sexual ou identidade de gênero, caso fossem enviados de volta forçadamente.
“Expressamos nossa grave preocupação com o fato de que os 15 manifestantes foram indiciados e condenados segundo um estatuto que está primariamente preocupado com a tradução das obrigações internacionais do Estado de segurança da aviação em lei nacional — infrações que também estão listadas na Lei de Terrorismo de 2006”, disseram os especialistas da ONU.
“Além disso, acreditamos que (os atos de) acusar, processar e condenar os 15 manifestantes segundo a Lei de Segurança Aérea e Marítima falham em levar suficientemente em conta o propósito estatutário da lei, o dano para o qual ela foi pensada em remediar e o potencial abuso dessas provisões estatutárias nas circunstâncias desse caso”, acrescentaram os relatores.
“Em nossa carta enviada ao governo do Reino Unido em 1º de fevereiro, chamamos a sua atenção para a importância do direito ao protesto pacífico e para o perigo de que o uso da legislação de segurança relacionada ao terrorismo como uma estratégia processual possa impingir esse direito.”
“Instamos o governo do Reino Unido a tomar todas as medidas necessárias para garantir os direitos dos indivíduos a não ser privados arbitrariamente da sua liberdade e aos procedimentos justos perante um tribunal independente e imparcial, bem como os seus direitos à liberdade de opinião e expressão e à reunião pacífica”, enfatizaram os especialistas.
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Posted: 07 Feb 2019 07:37 AM PST
Foto: UNAIDS
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) elogiou na quarta-feira (6) compromisso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de acabar com a transmissão do HIV no país até 2030. Trump fez o anúncio durante seu discurso sobre o Estado da União ao Congresso em 5 de fevereiro.
No discurso, Trump disse que os “avanços científicos aproximaram o que uma vez foi um sonho distante”. “A minha proposta de orçamento pedirá a democratas e republicanos que façamos o compromisso necessário para eliminar a epidemia de HIV no prazo de 10 anos”, declarou.
“O firme compromisso dos EUA com a resposta ao HIV e seu apoio ao chamado do UNAIDS para acabar com a AIDS até 2030 salvaram milhões de vidas”, disse Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS.
“Eu cumprimento o compromisso do presidente de acabar com a AIDS nos EUA, o que exigirá uma resposta baseada nos direitos humanos para alcançar todas as pessoas vivendo com HIV e em risco de infecção pelo vírus, incluindo as pessoas mais marginalizadas.”
O UNAIDS estima que, em 2015, cerca de 1,2 milhão de pessoas viviam com HIV nos Estados Unidos. A epidemia está principalmente concentrada em ambientes urbanos e afeta desproporcionalmente homens gays e outros homens que fazem sexo com homens e mulheres e homens afro-americanos, hispânicos e latinos, bem como pessoas que usam drogas.
“A contribuição dos EUA para a resposta global ao HIV, feita por meio do apoio ao Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da AIDS, causou um impacto imenso”, disse Sidibé.
“Globalmente, o número de novas infecções por HIV entre crianças diminuiu 35% desde 2010 e 22 milhões de pessoas têm acesso à terapia antirretroviral, salvando milhões de vidas.”
Por meio do Plano de Emergência do Presidente para Alívio da AIDS, os EUA investiram mais de 80 bilhões de dólares na resposta global ao HIV desde 2003.
“É necessário um apoio firme e contínuo dos EUA à resposta global, pois existe um déficit de 5 bilhões de dólares dos 26 bilhões necessários para uma resposta eficaz ao HIV até 2020”, disse Sidibé.
O UNAIDS aguarda os detalhes da nova estratégia norte-americana sobre HIV e continuará trabalhando em estreita colaboração com o país para acabar com a AIDS nos Estados Unidos e no mundo.
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Posted: 07 Feb 2019 06:24 AM PST
Capacetes-azuis da ONU realizam patrulha de proteção a civis em Bentiu, no Sudão do Sul. Foto: UNMISS/Isaac Billy
Desde assinatura de um acordo de setembro de 2018 entre o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e seu adversário político e ex-vice, Riek Machar, para encerrar o conflito no país, a violência política “caiu dramaticamente”, disse a jornalistas na terça-feira (5) na sede da ONU, em Nova Iorque, o chefe da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, David Shearer.
Shearer afirmou que muitas “coisas positivas” aconteceram desde o acordo de paz, incluindo diversos encontros no país e a integração de figuras da oposição e do governo nas Forças Armadas.
Apesar da queda em violência política, conflitos ainda estão em andamento, disse Shearer, destacando, entre outras coisas, violência étnica que resultou em assassinatos. Shearer também destacou confrontos entre combatentes da Frente Nacional de Salvação, de Thomas Cirillo, e forças do governo no sul do país.
Embora tenha expressado preocupação com a perda de impulso no processo de paz, com encontros recentes ainda sem resultados reais, Shearer ressaltou que, no geral, o progresso tem sido muito melhor que o esperado e pediu para a comunidade internacional “falar como uma voz”, enviando a mensagem de que o processo de paz é a única possibilidade.
A entrevista coletiva do chefe da Missão coincidiu com um pedido de financiamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para apoiar pessoas deslocadas no Sudão do Sul. A agência da ONU pediu 122 milhões de dólares para ajudar quase 1 milhão de pessoas e mais de 80 parceiros humanitários e de desenvolvimento ao longo de 2019.
Nos cinco anos desde que conflito irrompeu no Sudão do Sul, mais de 4 milhões de pessoas deixaram suas casas e quase 2 milhões estão deslocadas dentro do país. Desde o acordo de paz entre os lados conflitantes, houve sinais de estabilidade, levando à possibilidade de retorno.
Durante entrevista coletiva, Shearer, que também é representante especial do secretário-geral da ONU no Sudão do Sul, afirmou que o sucesso do acordo de paz será parcialmente medido conforme pessoas voltam para suas casas e vilarejos.
Elogiando este fato, o chefe da Missão da OIM no Sudão do Sul, Jean-Philippe Chauzy, alertou que, “embora algumas pessoas tenham decidido voltar para casa, muitas ainda estão vivendo em locais de deslocamento. Elas não poderão retornar em 2019. Então, apesar dos sinais do acordo de paz revitalizado, deslocamentos relacionados ao conflito continuam, apesar de estarem em escala menor em relação ao passado”.
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Posted: 07 Feb 2019 06:09 AM PST
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Foto: EBC
Uma administração pública modernizada, eficaz e transparente fortalece o Estado e consolida as suas instituições. Esse é um dos objetivos do Mestrado Profissional em Administração Pública, iniciativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD). O curso já está em andamento e é direcionado a profissionais de nível superior da própria agência reguladora.
Além de estudar teorias da administração pública, metodologias de pesquisa e políticas públicas, governo, Estado e sociedade, os 30 estudantes da primeira turma podem escolher disciplinas de temas complementares, como boa governança e desenvolvimento, contabilidade financeira, gestão e controle social, meio ambiente e sustentabilidade. O currículo exige a conclusão de pelo menos quatro disciplinas obrigatórias e oito eletivas.
Servidora da ANVISA e aluna do mestrado, Isabella Portella afirma que “a parte teórica faz muita diferença no dia a dia do nosso trabalho, especialmente no momento de avaliar uma política pública”. “Ajuda a pensar nossas ações para o futuro, inovando, sem repetir erros. Uma coisa que fazemos intuitivamente agora vai ser mais profissionalizada”, explica a funcionária.
Na avaliação de Luiz Cruz, gerente substituto da área de Desenvolvimento de Pessoas, também da agência reguladora, o aperfeiçoamento descrito por Isabella é justamente o intuito do curso. Segundo o gestor, o curso responde a uma exigência da gestão pública, que é cobrada pela sociedade.
“A boa administração pública demanda um contínuo aperfeiçoamento de suas competências para elevar o nível de satisfação do cidadão, que tem exigido uma atuação voltada para melhor qualidade na prestação de serviços públicos. Para isso, se faz necessária a permanente qualificação do corpo técnico da agência”, afirma.
Impacto multissetorial
Isabella destaca ainda que a oportunidade de contato com colegas de diferentes setores é outra característica do mestrado com impacto positivo na atuação dos servidores. Os alunos são estimulados a elaborar diagnósticos e pesquisas para a implementação de ações prioritárias.
“Fazemos trabalho em grupo com pessoas de outras áreas com as quais não teríamos contato normalmente. Tive ideias para a execução de novos projetos a partir da integração com esses colegas”, conta a profissional.
O gerente de projeto na área de Saúde do PNUD Brasil, Joaquim Fernandes, lembra que o impacto multissetorial não é apenas interno, na gestão, mas atinge também as atividades finais da ANVISA e, consequentemente, quem usufrui dos seus serviços.
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Posted: 07 Feb 2019 05:46 AM PST
Foto: TV Brasil.
Não é novidade que a Internet mudou hábitos e comportamentos, facilitando a comunicação entre as pessoas e o compartilhamento de conteúdo. Junto com as facilidades da rede, vêm também alguns riscos, em especial relacionados ao vazamento de imagens e vídeos íntimos. O problema afeta muitos adolescentes, em especial meninas, que estão nas redes, mas têm pouca informação sobre como se proteger.
Para dar aos adolescentes um espaço seguro para falar sobre o tema e chamar a atenção para os riscos do vazamento de imagens íntimas, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) criou, junto com o Facebook, o Projeto Caretas. Trata-se de uma experiência virtual em que adolescentes e jovens interagem, via Messenger, com Fabi Grossi, personagem fictícia que teve um vídeo íntimo vazado na Internet pelo ex-namorado.
Por meio de um diálogo que usa inteligência artificial, a personagem conta os desafios que está vivendo e discute os riscos do vazamento de imagens na rede e as opções para obter apoio. Os participantes são informados de que é uma história fictícia e têm sua privacidade preservada.
Em um ano, quase 1 milhão de pessoas, em sua maioria meninas, interagiram com o bot Fabi Grossi. Para entender melhor a relação delas com o “sexting” e o vazamento de imagens íntimas, o UNICEF realizou uma pesquisa. Foi enviado um questionário a 14 mil adolescentes de 13 a 18 anos, do sexo feminino, que participaram da experiência. E foi feita, também, uma análise qualitativa dos diálogos completos de 100 meninas que interagiram com Fabi Grossi.
É importante entender a diferença entre “sexting” e vazamento de imagens íntimas sem consentimento. O primeiro é uma prática contemporânea do comportamento sexual. Enquanto o segundo pressupõe a exposição vexatória, muitas vezes por vingança ou punição à mulher que não agiu conforme o desejo de seu companheiro.
Os resultados mostram que a sexualidade da juventude atual inclui práticas de “sexting”. Entre as meninas de 13 a 18 anos que participaram da pesquisa: 35% já mandaram fotos ou vídeos íntimos a alguém; mais de 70% já receberam “nudes” de alguém sem pedir; 80% já receberam pedidos de alguém para enviar “nudes”; menos de 20% disseram já ter solicitado “nudes” a alguém; 55% disseram que essas práticas costumam ocorrer pelo aplicativo WhatsApp; 25% afirmaram que o “sexting” ocorre pelo aplicativo Snapchat.
Mas o vazamento de imagens íntimas traz desafios. Cerca de 10% das entrevistadas passaram por esse problema, sem uma rede de amparo, o que gerou bastante sofrimento. Entre as entrevistadas: 35% não contaram a ninguém; 31% falaram para uma amiga; 16% compartilharam o problema com alguém da família; 2% conversaram com docentes na escola
Quando questionadas sobre como se sentiram: 80% disseram ter se sentido culpadas; 30% disseram ter se sentido tristes e sozinhas; 26% cogitaram fazer algum dano ao próprio corpo; 3,8% mudaram de escola; 1% disse ter mudado de cidade.
A pesquisa deixa claro que existe uma profunda desconfiança das adolescentes em discutir o problema com a família e a escola. Elas preferem silenciar ou falar apenas com amigas, que também têm pouca informação sobre o tema.
A maioria das meninas também desconhece qualquer rede de proteção para vítimas de vazamento de imagens íntimas sem consentimento. Entre as 100 conversas analisadas, apenas 6% das meninas conheciam o canal online da Safernet ( https://new.safernet.org.br/helpline).
Quando perguntadas sobre o papel da escola, 70% das meninas disseram que o assunto nunca havia sido discutido em sala de aula. Há, portanto, espaço para que a escola traga o tema para seu cotidiano e seja reconhecida como um ponto de apoio seguro para os adolescentes. Para tanto, é fundamental que professores sejam capacitados sobre o tema e saibam onde buscar informação.
A Internet também não é aproveitada ou mesmo percebida pelas adolescentes como um espaço de busca de informações sobre o tema. Os esforços de organizações públicas, privadas e de terceiro setor de disponibilizar materiais online ainda não alcançam esse público de modo eficaz, sendo necessário um trabalho complementar para que essas informações sejam acessadas.
Os dados da pesquisa revelaram, ainda, que boa parte das meninas só buscam os pais quando a situação relacionada ao vazamento de imagens íntimas se complica.
Diante desse cenário, o UNICEF recomenda fortalecer a capacidade das famílias de dialogar sobre o tema. Os adultos responsáveis por adolescentes nas famílias precisam estar preparados para exercer a mediação em relação ao uso da tecnologia, fomentando comportamentos seguros, assim como o fazem em relação a outros temas importantes para o desenvolvimento de meninas e meninos, como a alimentação ou exercícios físicos, por exemplo. O diálogo franco e respeitoso é fundamental para que todos os integrantes da família aprendam e promovam um uso seguro, saudável, crítico e construtivo das tecnologias.
A agência da ONU também recomenda fomentar iniciativas voltadas às escolas. Os ambientes educacionais têm grande potencial para ser espaços de diálogo em busca de soluções para a questão. Com ações voltadas a eles, escolas e educadores podem ter um papel fundamental na promoção do diálogo sobre o tema, falando sobre os riscos e onde as vítimas podem obter apoio.
A escola também está no centro do debate sobre “sexting”, já que conflitos gerados por essa prática muitas vezes começam ou terminam em ambientes escolares. Ela pode ter um papel importante na mediação de conflitos gerados pela prática.
O UNICEF também sugere investir em iniciativas inovadoras na Internet. O uso da Internet se mostrou importante, embora delicado. Os espaços virtuais que se dedicam a apoiar as vítimas de violência online não são conhecidos pela maioria das meninas. Vale investir em ações inovadoras e criativas, que possam gerar resultados importantes e em grande escala.
Outra sugestão é investir em ações que fortaleçam os vínculos entre pares (entre as adolescentes), uma vez que as meninas preferem compartilhar seus problemas com amigas. Isso faz com que elas se tornem a primeira rede de apoio em caso de vazamento de imagens íntimas. Para tanto, é preciso reforçar a importância desse acolhimento e fornecer as informações necessárias para que elas saibam como ajudar.
Clique aqui para acessar a pesquisa completa.
Sobre o Projeto Caretas
O Projeto Caretas é uma experiência inovadora de interação online desenvolvida pelo UNICEF no Brasil, em parceria com as empresas Sherpas, Chat-Tonic, o Facebook e a ONG Safernet, que usa inteligência artificial para criar uma das primeiras peças de ficção.
Nele, Fabi Grossi, uma personagem fictícia, interage com adolescentes e jovens entre 13 e 18 anos por um chat na Internet e a história avança segundo essas interações. O enredo gira em torno do “sexting” e suas consequências. Para saber mais, acesse: https://www.facebook.com/ProjetoCaretas/.
Sobre o UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos.
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Posted: 07 Feb 2019 05:07 AM PST
Segurança no trânsito é preocupação de saúde pública. Foto: PEXELS
Em 2019, a quinta Semana Mundial da ONU sobre Segurança no Trânsito terá como tema a necessidade de lideranças fortes para reduzir o número de lesões e mortes nas ruas e estradas. O objetivo da mobilização, que acontece entre 6 e 12 de maio, é diminuir os riscos de acidentes por meio de ações baseadas em evidências científicas.
O público-alvo da semana inclui líderes de governos, agências internacionais, organizações não governamentais (ONGs), fundações, escolas, universidades, empresas privadas, entre outros atores.
Os sete dias de atividades são uma oportunidade de conscientização que contribui para atingir as metas 3.6 e 11.2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). A primeira determina que, até 2020, seja reduzido pela metade o número global de mortes e ferimentos em acidentes nas estradas. A segunda pede que os Estados-membros da ONU proporcionem, até 2030, acesso a sistemas de transporte seguros e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com atenção especial para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, indivíduos com deficiência e idosos.
Para ajudar os países a promover uma mobilidade segura e sustentável, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou em 2017 a publicação “Salvar VIDAS” – acesse o material em português clicando aqui. O documento apresenta um pacote de medidas técnicas que tem seis eixos fundamentais: a gestão da velocidade; a liderança na segurança do trânsito; a concepção e a melhoria da infraestrutura; as normas de segurança veicular; o cumprimento das leis de trânsito; e a sobrevivência pós-acidente.
As ações discutidas na publicação podem orientar governos na garantia de um ambiente adequado para o trânsito de pedestres e ciclistas. As propostas da OMS também visam fortalecer a estrutura institucional e a legislação para a política de segurança nas vias. Com isso, o organismo espera auxiliar países a reduzir o número de mortes e lesões no trânsito e enfrentar questões sociais e de governança que afetam as estratégias de segurança viária.
Trânsito e saúde
A agenda da segurança no trânsito é liderada, dentro das Nações Unidas, pela Organização Mundial da Saúde e, nas Américas, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço regional da OMS.
A OPAS tem dado prioridade a esse tema no Brasil. Na edição anterior da semana, o organismo internacional convidou diversos especialistas para responder dúvidas frequentes sobre os perigos e as consequências da velocidade excessiva no trânsito.
Entre os temas abordados, estavam o papel da imprensa na cobertura do tema, a questão das chamadas “indústrias da multa”, a importância da redução da velocidade no trânsito para os ciclistas, o papel do instrutor de trânsito e a relação entre velocidade e congestionamentos.
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