Boletim diário da ONU Brasil: “Arquitetos dinamarqueses vão construir vila ecológica inspirada nos objetivos globais da ONU” e 11 outros.
ONU Brasil <noreply+feedproxy@google.com> Cancelar inscrição
|
|
ter, 5 de fev 18:09 (Há 4 dias)
| |
|
|
| |
Posted: 05 Feb 2019 12:03 PM PST
Vila ecológica na Dinamarca será inspirada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Imagem: Lendager Group
Ao sul de Copenhague, na Dinamarca, dois escritórios de arquitetura se uniram para criar uma vila ecológica inspirada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Com 35 mil metros quadrados e 400 residências, o empreendimento deve começar a sair do papel ao final do ano. A UN17 Village será o lar de 830 pessoas, incluindo idosos e crianças. O relato é da ONU Meio Ambiente.
Concebido pelas empresas Lendager Group e Årstiderne Arkitekter, o projeto prevê a construção de cinco quarteirões de moradias, que serão erguidos com concreto, madeira e vidro reciclados. O objetivo dos dinamarqueses é estabelecer novos parâmetros de sustentabilidade na construção civil. A expectativa é de que o condomínio seja concluído em 2023, embora o início das obras em 2019 possa ser adiado para o início do ano que vem, devido a condições climáticas.
Parece oportuno que essa iniciativa esteja sendo levada adiante em Copenhague. Em 2014, a cidade recebeu o título de Capital Europeia Verde. O município almeja neutralizar suas emissões líquidas de carbono até 2025.
Um conjunto de prédios da UN17 Village foi projetado para produzir mais energia do que o necessário, a fim de distribuir a corrente elétrica e aquecimento para outros edifícios. O complexo como um todo, incluindo os apartamentos individuais, está sendo pensado para ter resiliência às mudanças climáticas, com áreas verdes que vão compensar a perda de vegetação e de biodiversidade associada ao crescimento urbano.
Estruturas de coleta da chuva permitirão reaproveitar 1,5 milhão de litros de água por ano. A água será tratada e poderá ser usada no banho e em lavabos. O aquecimento da água será feito por meio de energia geotérmica e painéis solares. Cada prédio terá um jardim no telhado.
Vila ecológica na Dinamarca será inspirada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Imagem: Lendager Group
“Os prédios são projetados para limitar o consumo de energia e produzir e reciclar energia”, explica Anders Lendager, CEO do Lendager Group. “Focar no acesso universal à energia, numa maior eficiência e no uso de (fontes) renováveis é crucial para criar resiliência a problemas ambientais como as mudanças climáticas.”
O projeto terá 3 mil metros quadrados de áreas comuns para os residentes e outras pessoas, além de um centro de conferências e um restaurante orgânico. Estufas, hortas e instalações para o compartilhamento de alimentos vão produzir comida suficiente para o fornecimento de 30 mil refeições por ano.
“As safras serão servidas no restaurante local, que também ajudará a distribuir as sobras de graça. Também queremos integrar um sistema para lidar com resíduos alimentares, oferecendo uma área determinada onde as pessoas possam compartilhar e recolher excedentes de comida de graça. A produção de vegetais reduz custos de transporte e emissões, mas também desempenha um papel importante na consolidação de comunidades e na educação”, explica Lendager.
“Sessenta porcento das moradias necessárias até 2030 globalmente ainda não foram construídas. A UN17 Village mostra como podemos apoiar as populações em crescimento sem comprometer a sustentabilidade”, acrescenta o arquiteto.
Como parte de seu compromisso em enfrentar a pobreza, os escritórios responsáveis pelo empreendimento vão oferecer cem vagas de trabalho para profissionais sem capacitação. Os arquitetos vão chamar as empreiteiras e construtoras a incluir esses indivíduos em suas equipes.
Vila ecológica na Dinamarca será inspirada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Imagem: Lendager Group
As empresas Lendager Group e Årstiderne Arkitekter foram as vencedoras de uma competição que elegeu o melhor projeto para a ecovila inspirada nos ODS.
“Em termos de escala, o bairro é particularmente adequado para ser um laboratório de inovação e para entregar uma prova de conceito”, afirma a chefe da Unidade de Cidades da ONU Meio Ambiente, Martina Otto.
A especialista aponta que a agência das Nações Unidas trabalha para ampliar o alcance de inciativas exemplares, como a UN17 Village. “Na ONU Meio Ambiente, apoiamos políticas e soluções técnicas que incentivem uma maior integração entre setores que são normalmente planejados, projetados e operados isoladamente”, completa Martina.
Cidades pela regeneração dos ecossistemas
Anders Lendager acredita que as cidades têm um papel central na regeneração de recursos hídricos e energéticos, da biodiversidade e da humanidade.
“A mudança real no setor de construção civil ainda está por vir, mas a hora da virada está próxima”, afirma o arquiteto. “Precisamos usar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a economia circular, o upcycling, etc. como ferramentas para criar edifícios e cidades regeneradoras, que devolvam e restaurem o que destruímos ao longo das décadas passadas.”
A mais recente análise da ONU Meio Ambiente Emissions Gap Report mostra que as emissões de gás carbônico aumentaram no mundo em 2017, após um hiato de três anos. Apenas 57 países estão no caminho certo para superar as suas lacunas de emissões — isto é, a diferença entre os seus atuais níveis de emissões e os níveis que eles precisam alcançar para conter as mudanças climáticas.
As cidades e os assentamentos urbanos têm de estar no centro dos esforços para cortar emissões. Até 2050, dois terços da população mundial deverá viver nas cidades. As áreas urbanas já respondem por 70% das emissões de gases do efeito estufa.
A UN17 Village é o tipo de solução sustentável que a ONU Meio Ambiente espera ver e estimular na próxima Assembleia Ambiental da ONU, a UNEA, que acontece em março em Nairóbi, no Quênia. Em 2019, o encontro tem o lema “pensar além dos padrões predominantes de consumo e produção e viver dentro dos limites sustentáveis”.
|
Posted: 05 Feb 2019 11:27 AM PST
Em 2019, a ONU comemora o Ano Internacional das Línguas Indígenas. No Brasil, há cerca de 300 povos e mais de 250 línguas indígenas.
Em Roraima, norte do país, idiomas indígenas ganham destaque no ambiente acadêmico. Fundado em 2009 para oferecer formação acadêmica e profissional aos indígenas, o Instituto Insikiran é um local de valorização das línguas e saberes, onde macuxi e wapichana, duas das nove línguas indígenas do estado, são ensinadas e aprofundadas nos cursos de extensão universitária.
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) visitou a instituição para conversar com alunos e professores.
“Quando criamos o curso, o objetivo era valorizar esses conhecimentos porque percebemos que a transmissão das línguas macuxi e wapichana entre gerações estava fragilizada. É emocionante ver indígenas que não tiveram oportunidade de aprender em sua comunidade falando e escrevendo seu próprio idioma”, contou Ananda Machado, uma das coordenadoras do Programa de Valorização das Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana.
Como o curso também é aberto aos não indígenas, Ananda disse que as aulas ministradas na Universidade Federal de Roraima (UFRR) também são eficazes para combater uma série de preconceitos e para conscientizar a sociedade sobre a diversidade desses povos.
“Certa vez, uma jovem indígena perguntou como poderia participar do nosso grupo porque ela tinha visto alunos não indígenas cantando e falando no idioma dela. Isso foi uma surpresa e muito gratificante para nós, professores”, lembrou a pesquisadora que agora faz estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da UFRJ.
Ananda avalia a evolução do trabalho de forma muito positiva, principalmente porque as atividades do curso mobilizam pessoas nas cidades e comunidades para aprofundar os conhecimentos.
Ela explica que a escolha pelas duas línguas partiu de estudos que apontaram que, dentro de 10 ou 20 anos, esses idiomas poderiam desaparecer. Diante dessa realidade, indígenas e não indígenas fizeram um esforço coletivo para aumentar a transmissão dessas línguas.
Clique para exibir o slide.
Formação intercultural
O nome Insikiran, em macuxi, provém da mitologia dos povos indígenas que habitam o Monte Roraima, e significa um dos irmãos de Makunaimî. O instituto, que faz parte da Universidade Federal de Roraima, atende aos povos indígenas do estado com o objetivo de viabilizar formação acadêmica e profissional de maneira intercultural.
Além do curso de Gestão Territorial Indígena, há também Licenciatura Intercultural e o Bacharelado de Gestão em Saúde Coletiva Indígena.
No departamento de Gestão Territorial, a pesquisadora e geógrafa Maria Bárbara de Magalhães estuda o cotidiano de diferentes povos indígenas. A partir do trabalho de campo feito de forma bilíngue ou trilíngue, ela cadastra atividades em suas respectivas línguas nativas.
Componente cultural
“A língua é um registro muito importante para as atividades dos indígenas. Aqui, nesse trabalho, a gente entende que a cultura se expressa também nesse cotidiano. A cultura tem o aspecto simbólico, mas tem um aspecto que é o mundo real: como eles vivem, como desenvolvem a vida, e para isso nós usamos muito a língua”, disse Maria Bárbara, que coordena o Programa de Valorização das Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana com Ananda desde 2013.
Em todo o mundo, segundo a UNESCO, existem cerca de 7 mil idiomas indígenas, a grande maioria com enorme risco de desaparecer. Cerca de 97% da população mundial fala somente 4% dessas línguas, e somente 3% das pessoas do mundo falam 96% de todas as línguas indígenas existentes.
“O Insikiran foi um espaço para mim como indígena para valorizar a minha identidade. Aqui aprendi a escrever e a falar melhor a minha língua, mas também aprendi sobre a minha própria cultura, que não está dissociada”, disse Jama Perry, ex-aluna do curso Gestão Territorial Indígena e professora de wapichana.
As aulas contribuem para um maior entendimento sobre diferentes aspectos culturais, além de formarem os indígenas sobre a sua própria história.
Os cursos de línguas funcionam em módulos de 40 horas com níveis iniciante, intermediário e avançado. Depois que o aluno consegue escrever e falar, ele participa de oficinas de confecção de dicionário multimídia, teatro, histórias e música.
“Nós dividimos as turmas por nível de conhecimento para ensinar sobre a história, música, dança e religião dos macuxis. Essa política prioriza a conscientização dos alunos para preservar a sua identidade”, detalhou Celino Raposo, professor do curso Licenciatura Intercultural, mestre em educação e autor do dicionário da língua macuxi.
“A língua é importante porque ela é referência da identidade indígena”
Não apenas nas universidades, mas nas escolas, professores combatem o preconceito de alunos indígenas contra a sua própria cultura.
Esse esforço é parte do dia a dia do também antropólogo Eliandro de Souza, que conversa com os jovens sobre a importância de aprender a língua, já que ela é uma referência da identidade indígena.
“A forma como falamos e as palavras que usamos nos remetem a essa percepção. Quer conhecer a sua história, entenda um pouco a sua língua. Isso porque cada palavra está carregada de significados e esse significado é a realidade de interpretação que os povos fazem”, completou.
No site oficial do Ano Internacional, todos os envolvidos e interessados podem encontrar informações sobre os planos para celebrar o Ano Internacional, bem como as ações e as medidas a serem tomadas pelas agências das Nações Unidas, os governos, as organizações dos povos indígenas, a sociedade civil, a academia, os setores público e privado, e outras entidades interessadas. Acesse clicando aqui.
|
Posted: 05 Feb 2019 10:46 AM PST
Contêineres em porto de São Tomé e Príncipe. UNCTAD/Jan Hoffmann
A disputa comercial entre China e Estados Unidos pode fazer pouco para proteger produtores desses dois países, mas pode beneficiar exportadores brasileiros e de países da União Europeia, disseram especialistas das Nações Unidas na segunda-feira (4).
Relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) estimou que poderá haver um desvio de comércio em favor de outros países exportadores. No geral, a União Europeia deve ser a maior beneficiária, capturando cerca de 70 bilhões de dólares do comércio bilateral entre EUA e China.
Japão, México e Canadá irão capturar cerca de 20 bilhões de dólares, enquanto outros países se beneficiarão menos. Segundo o relatório, embora tais volumes não sejam significativos em relação ao volume global de comércio (cerca de 17 trilhões de dólares em 2017), para muitos países representam uma grande fatia do total de exportações.
Por exemplo, o México deverá capturar 27 bilhões de dólares do comércio EUA-China, o que representa cerca de 6% do total de suas exportações. Efeitos substanciais também serão sentidos em Austrália (aumento de 4,6% nas exportações), Brasil (3,8%), Índia (3,5%), Filipinas (3,2%) e Vietnã (5%), de acordo com o documento.
O relatório apontou ainda que dos 250 bilhões de dólares em exportações chinesas que são sujeitos a tarifas norte-americanas, somente cerca de 6% serão capturados por companhias nos EUA.
De forma semelhante, dos aproximadamente 85 bilhões de dólares em exportações norte-americanas que são sujeitos a tarifas chinesas, somente cerca de 5% serão capturados por companhias do país asiático, indicou a pesquisa da ONU.
Produtores brasileiros
O relatório apontou que, enquanto as tarifas dos EUA e da China podem ser benéficas para alguns competidores estrangeiros, os efeitos médios serão mais incertos dependendo da estrutura econômica de cada país, assim como da extensão dos efeitos das tarifas sobre os preços dos produtos.
Um exemplo dessas dinâmicas são as tarifas impostas pela China aos EUA na soja, apontou o relatório. Por conta da importância desses dois mercados (a China responde por mais da metade das importações globais de soja e os EUA são o maior produtor global), as tarifas sobre o produto perturbaram o comércio global dessa commodity.
“Uma das consequências da imposição de tais tarifas tem sido o desvio do comércio em favor de outros países exportadores, em particular o Brasil, que rapidamente se tornou o principal fornecedor de soja para a China”, disse o documento.
No entanto, enquanto os preços mais altos têm sido comemorados por produtores brasileiros, nem todos estão contentes, afirmou o relatório. Alguns produtores estão preocupados com a possibilidade de os preços elevados impulsionados pelas tarifas dificultarem a competitividade no longo prazo.
“Em uma situação em que a magnitude e a duração das tarifas não são claras, os produtores brasileiros relutam em tomar decisões de investimento que podem se tornar não lucrativas se as tarifas forem revogadas”, afirmou o documento.
Além disso, empresas brasileiras que operam em setores que usam soja como insumo (por exemplo, ração animal) estão fadadas a perder competitividade por conta dos preços mais altos, devido ao aumento da demanda por soja brasileira de compradores chineses.
Comércio de maquinários, químicos e instrumentos de precisão
O estudo também alertou que os efeitos “são consistentes em diferentes setores”, incluindo maquinários, móveis, químicos e instrumentos de precisão, destacando que tarifas bilaterais “farão pouco para ajudar a proteger companhias domésticas em seus respectivos mercados”.
A não ser que EUA e China concordem em derrubar a disputa tarifária até 1º de março, tarifas sobre produtos de cada país irão aumentar 25%, acima do nível atual de 10%.
Citando o ex-secretário de Estado norte-americano Cordell Hull, Pamela Coke-Hamilton, da UNCTAD, disse que as tarifas protecionistas são “uma arma que ricocheteia contra nós mesmos” e que também contribuíram para a Grande Depressão da década de 1930 e para o crescimento do extremismo.
As implicações de tais acontecimentos seriam “massivas”, disse a diretora da UNCTAD para a Divisão de Comércio Internacional em Bens, Serviços e Commodities, acrescentando que seus efeitos irão envolver, em primeiro lugar, “uma desaceleração econômica, por conta da instabilidade das commodities e dos mercados financeiros”.
Depois, disse Pamela, haverá mais “pressão sobre o crescimento global, conforme companhias terão que impor ajustes de custos que irão afetar investimentos em produtividade e rentabilidade”.
Produtores do leste asiático enfrentam contração em exportação
Mas o estudo da UNCTAD também alerta que a rixa pode atingir produtores do leste asiático com mais força, com uma contração projetada de 160 bilhões de dólares em exportações da região, a não ser que discussões entre China e EUA sejam resolvidas antes de março.
O estudo também destacou a “preocupação comum” de que disputas comerciais têm impacto inevitável sobre a “ainda frágil” economia global, especialmente sobre países em desenvolvimento dependentes de exportações.
Clique aqui para acessar o relatório (em inglês).
|
Posted: 05 Feb 2019 10:05 AM PST
Profissionais verificaram estatísticas sobre tratamento do HIV em Lesoto. Foto: UNAIDS
Em 2018, foram revisados em Lesoto mais de 180 mil registros clínicos de pessoas diagnosticadas com HIV. O objetivo da análise era verificar quem estava de fato recebendo e aderindo ao tratamento em uma das 120 clínicas e hospitais do país africano. O relato é do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS ( UNAIDS).
O esforço de verificação das estatísticas de saúde cobriu quase 80% de todos os prontuários de pacientes com HIV no país. Em cinco longas semanas, equipes de até dez pessoas se debruçaram sobre esses dossiês, colando adesivos verdes — para indicar que a pessoa estava ativa no tratamento — ou de outras cores — para especificar que o indivíduo tinha faltado um dia da terapia, sido transferido para outro centro de atendimento ou falecido.
Em cada serviço de saúde, o número de pessoas avaliadas como em tratamento foi comparado com as contagens previamente comunicadas ao Ministério da Saúde de Lesoto e outros parceiros, como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR).
Lesoto tem uma das maiores taxas de prevalência do HIV no mundo — em 2017, 320 mil cidadãos adultos eram considerados soropositivos, o equivalente a 23,8% da população de 15 a 49 anos.
“Juntamente com nossa equipe, analisamos o status de tratamento de mais de 5 mil pessoas na Clínica Senkatana, em Maseru, Lesoto, um dos centros de tratamento mais antigos e movimentados do país. Após dois dias de revisão dos arquivos em papel, encontramos cerca de 30% mais pessoas em tratamento do que a clínica havia informado ao Ministério da Saúde em junho de 2018”, conta a oficial do Ministério, Motselisi Lehloma.
A revisão dos registros médicos identificou uma subnotificação média de 3% para todos os 120 hospitais e centros clínicos visitados. Pequenas lacunas no processo de acompanhamento dos pacientes e de notificação foram discutidas em nível local, mas questões sistemáticas maiores foram encaminhadas à pasta da saúde.
Desde o início de 2017, o UNAIDS e outros parceiros internacionais têm ajudado mais de 15 países, principalmente na África Subsaariana, a checar o número de pessoas com HIV em tratamento. O programa da ONU também oferece suporte aos serviços de saúde para que melhorem a precisão dos dados notificados por meio dos sistemas de informação. A assistência do UNAIDS propõe a revisão dos registros de pacientes e dos processos para coletar e relatar números sobre terapia antirretroviral.
“O exercício de Lesoto em auditar e validar os números de tratamento ressalta seu compromisso em monitorar com precisão o impacto do programa”, avalia Kim Marsh, assessor sênior de Epidemiologia e Monitoramento do UNAIDS.
Iniciativas como a do país africano e de outras nações da região permitem chegar a estimativas confiáveis sobre a epidemia de HIV, facilitando o monitoramento das metas 90–90–90 da ONU. Esses objetivos preveem que, até 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV estarão cientes de seu estado sorológico positivo, 90% desses indivíduos estarão sob tratamento e 90% dos que estiverem acessando a terapia estarão com a carga viral indetectável.
|
Posted: 05 Feb 2019 10:01 AM PST
Hospital de Al-Thawra, em Hodeida, no Iêmen, em foto de abril de 2017. Foto: OCHA/Giles Clarke
As partes em conflito no Iêmen devem se encontrar para novas discussões sobre um acordo de troca de prisioneiros, anunciou na segunda-feira (4) o enviado especial das Nações Unidas para o país devastado pela guerra.
De acordo com um comunicado do escritório do enviado especial da ONU, Martin Griffiths, representantes do governo do Iêmen e da oposição houthi, Ansar Allah, irão participar de encontro em Amã, na Jordânia, nesta terça-feira (5).
Um acordo de troca de prisioneiros foi assinado na Suécia em dezembro e representa o primeiro desde início do conflito no Iêmen, há quase quatro anos — que provocou a pior crise humanitária do mundo.
O escritório do enviado especial da ONU descreve esta rodada de encontros como “técnica”, acrescentando que os participantes irão discutir medidas para finalizar a lista de prisioneiros que será divulgada “para avançar a implementação do acordo”.
Além da troca de prisioneiros, o Acordo de Estocolmo também contempla a criação de uma zona desmilitarizada e a formação de um comitê para discutir o futuro da cidade contestada de Taiz.
O acordo segue um encontro no domingo (3) entre a Missão da ONU de apoio ao Acordo de Hodeida (UNMHA) e beligerantes iemenitas da cidade portuária de Hodeida.
Um comunicado da missão destacou que o chefe da força-tarefa, o general holandês da reserva Patrick Cammaert, ressaltou a importância do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em 18 de dezembro.
O general também alertou as partes sobre a fragilidade do cessar-fogo, e pediu para instruírem seus comandantes em solo a evitar “quaisquer violações que possam prejudicar o processo mais amplo de paz no Iêmen”.
No que descreveu como conversas “cordiais e construtivas”, tanto o governo do Iêmen quanto delegações houthi reiteraram “compromisso” de abrir a estrada de Hodeida a Sana’a para permitir acesso humanitário.
Progresso em direção a acordo político é ‘vital’
Enquanto isso, o Conselho de Segurança da ONU destacou a “importância vital” de progresso em direção a um acordo político para acabar com o conflito e “aliviar o sofrimento humanitário do povo iemenita”.
O Conselho elogiou o fato de o cessar-fogo de Hodeida permanecer em vigor, e elogiou o contínuo comprometimento político das partes em manter o Acordo de Estocolmo, mas expressou preocupação com supostas violações, condenando veementemente quaisquer ações que possam prejudicar o progresso alcançado.
“Intensificação militar e hostilidades podem prejudicar a confiança entre as partes e as perspectivas para a paz”, afirmou o Conselho.
Elogiando a libertação de prisioneiros de ambas as partes, o Conselho pediu a ambos os lados trabalharem “urgentemente” com o presidente do Comitê de Coordenação para Remobilização (RCC) e com a UNMHA para implementar “sem mais atrasos” o plano aceito para remobilizar mutualmente forças da cidade de Hodeida e dos portos de Hodeida, Salif e Ras Issa.
O Conselho também pediu para as partes, especialmente os houthis que controlam os portos, garantirem segurança de membros da UNMHA e movimento irrestrito de funcionários, equipamentos, provisões e suprimentos para o interior do país.
Progresso deve ser feito em direção a “um acordo político abrangente ao conflito”, com total participação de mulheres e jovens, destacaram os membros do Conselho.
|
Posted: 05 Feb 2019 09:33 AM PST
O secretário-geral da ONU, António Guterres, durante coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Foto: ONU/Mark Garten
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse na segunda-feira (4) acompanhar com preocupação a situação na Venezuela, e estar em contato com protagonistas das diferentes iniciativas de mediação da crise no país. No entanto, decidiu não participar de nenhuma dessas ações para dar credibilidade à oferta da ONU de mediar e buscar uma solução política.
“A ONU decidiu não participar de nenhuma das iniciativas internacionais para mediar a crise da Venezuela”, afirmou Guterres em entrevista à imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
“A oferta de bons ofícios é bem clara, como em qualquer outro conflito, as duas partes têm que pedir e aceitar seus bons ofícios, essa oferta se mantém. Não há nenhuma viagem planejada que monopolize manchetes. O secretário-geral continuará seu contato com os líderes nacionais”, explicou mais tarde seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em entrevista à imprensa.
Na semana passada, os governos de Uruguai e México apresentaram a Guterres uma iniciativa de diálogo que inclui conferência internacional em 7 de fevereiro, em Montevidéu, onde se reunião países e organizações partidários da negociação, entre eles, Bolívia, Costa Rica, Equador e oito membros da União Europeia. O líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, e a oposição venezuelana rejeitaram esta proposta.
A maior parte dos países latino-americanos, assim como os Estados Unidos e a União Europeia, decidiu reconhecer publicamente Juan Guaidó como presidente do país.
Mesmo assim, segundo informações do governo da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro pediu, em carta, que o papa Francisco se transforme em mediador do processo de diálogo para resolver a crise política que se alastra no país.
Manifestações continuam
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) afirmou na segunda-feira que não recebeu informação de detidos, feridos ou mortos em manifestações no fim de semana na Venezuela.
A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que as manifestações, tanto as que foram convocadas pela oposição quanto as convocadas pelo governo, foram pacíficas.
“A crise da Venezuela adquiriu dimensões regionais e até mesmo globais. A saída de 3,3 milhões de pessoas não tem precedente. Vemos bem o compromisso adotado pelos governos da região na Declaração de Quito e pedimos aos países que acolhem venezuelanos que sigam permitido o acesso e combatam a xenofobia contra migrantes e solicitantes a refúgio”, afirmou Bachelet.
A Declaração de Quito insta países da região a continuar acolhendo migrantes venezuelanos e exorta o governo da Venezuela a tomar de maneira “urgente e prioritária” as medidas necessárias para a provisão oportuna de documentos de identidade e de viagem para seus cidadãos.
O Equador irá realizar a terceira cúpula de Quito em resposta ao êxodo venezuelano em 8 e 9 de abril, dando seguimento aos compromissos assumidos na Declaração, assinada por onze países: Argentina, Brasil, Equador, Costa Rica, Colômbia, Chile, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
|
Posted: 05 Feb 2019 09:24 AM PST
Nour e seus filhos participam do CineClubinho, cuja agenda de 2019 segue até dezembro. Foto: ACNUR/Miguel Pachioni
Em São Paulo, teve início no final de semana (2) a edição 2019 do CineClubinho, projeto do SESC que promove exibições mensais e gratuitas de filmes infantis para meninos e meninas refugiados. Mais de 50 crianças participam da iniciativa, realizada no CineSesc, no Jardim Paulista. O relato é da Agência da ONU para Refugiados ( ACNUR).
“É como se o aniversário delas fosse naquele dia”, diz Nour, mãe de quatro crianças que, desde o ano passado, acompanha as sabatinas de cinema.
Os filmes são escolhidos de forma criteriosa, contemplando variados recortes culturais. As obras exibidas são de diferentes países, inclusive do Brasil. O objetivo é propor uma imersão das crianças em temas como cidadania e pertencimento, de forma lúdica e promovendo o lazer educativo.
“Como as crianças refugiadas trazem com elas memórias e experiências de vida difíceis, em diferentes aspectos, a fantasia e o imaginário proporcionados pelo cinema são extremamente importantes para que sejam estimulados entre elas, ajudando, assim, a desconstruir percepções que as afligem no dia a dia”, diz Vivianne Reais, diretora da organização não governamental IKMR, parceira do ACNUR. A instituição trabalha especificamente com crianças refugiadas em São Paulo.
Os encontros do CineClubinho também promovem trocas entre as crianças e os pais e mães que frequentam as sessões. O ingresso, o transporte e a pipoca são por conta da casa. Na capital paulista, o acesso à cultura é muitas vezes restrito pelo orçamento familiar.
Monitores de atividades educativas do SESC interagem com crianças refugiadas antes da exibição do filme no CineClubinho. Foto: ACNUR/Miguel Pachioni
“Enxergamos o cinema como um espaço de convivência e de socialização. Este momento que propiciamos para as famílias refugiadas reforça justamente a importância de se fortalecerem, aprendendo cada vez mais a lidar com o diferente, sob uma perspectiva mais afetiva, em um ambiente de acolhimento, com estéticas, repertórios e linguagens diferentes”, afirma Gabriela Rocha, animadora cultural do CineSesc.
O jovem sírio Walid, de 15 anos, acompanhou suas quatro irmãs mais novas já pela quinta vez e diz que pretende vir novamente, embora esteja planejando se dedicar mais aos estudos em 2019.
“No ano passado, já fui muito bem na escola. Estou próximo de me formar e quero conseguir boas notas nos exames para ter uma profissão reconhecida e que me faça feliz”, conta o adolescente, que deseja trabalhar na área de tecnologia da informação ou de relações internacionais.
O ACNUR atua de forma articulada para integrar em seu plano de trabalho os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incorporando essas metas da ONU para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência.
A iniciativa do SESC se relaciona diretamente com o ODS 4 – assegurar educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
|
Posted: 05 Feb 2019 09:20 AM PST
Centro de Porto Alegre visto do rio Guaíba. Foto: Wikimedia Commons/Ricardo André Frantz (CC)
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) fortaleceu parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e autoridades estaduais do Rio Grande do Sul com o objetivo de promover a segurança pública no estado.
A parceria foi discutida durante reunião na sexta-feira (1) entre o analista de programa do UNODC, Eduardo Pazinato; o vice-governador e secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior; o representante do BID, Rodrigo Serrano; o coordenador do Observatório Estadual da Segurança Pública e ponto focal do UNODC no estado, Roberto Donato. O encontro foi intermediado pela secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Catarina Paladini.
Ranolfo Vieira detalhou as linhas básicas da política estadual de segurança pública em curso e a intenção de fortalecer e ampliar as parcerias interinstitucionais com o BID e o UNODC no estado, com enfoque na prevenção social de violências, em geral, e de homicídios, em particular.
Rodrigo Serrano disponibilizou novas linhas de financiamento e novas parcerias institucionais ao governo do estado, e enfatizou a importância do Programa Oportunidades e Direitos (POD/BID), que visa reduzir a violência e combater a evasão escolar entre jovens de 15 a 24 anos.
Ele também mencionou o trabalho de assessoramento técnico do UNODC no âmbito do monitoramento do uso da força nos territórios atendidos pelo POD/BID nas cidades de Alvorada, Porto Alegre e Viamão.
Pazinato reportou os avanços conquistados pelo estado na concepção e desenvolvimento do Índice de Compliance da Atividade Policial (ICAP) e na estruturação do Observatório Estadual da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, vinculado à Secretaria de Segurança Pública.
Donato destacou a relevância do apoio técnico do UNODC junto ao Observatório, bem como os resultados colhidos pelo programa financiado pelo BID em termos do controle e da redução da criminalidade violenta a partir do fortalecimento da estratégia de policiamento comunitário, entre outras iniciativas integradas.
O UNODC, ao final, se disponibilizou a implementar o Observatório Estadual da Juventude, um dos projetos que integram o POD, assim como reunir esforços no sentido de aprimorar as políticas públicas estaduais de atenção à saúde mental e à qualidade de vida dos policiais, como parte do esforços mais amplos empreendidos em prol do monitoramento do uso da força.
|
Posted: 05 Feb 2019 08:51 AM PST
Vista aérea da Floresta Amazônica. Imagem feita próximo a Manaus. Foto: CIAT (CC)/Neil Palmer
A ONU Meio Ambiente — em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Environmental Law Institute, a Universidade da Califórnia em Irvine, o Earth Institute, a Universidade de Columbia e a Universidade Duke — recebem inscrições para curso online gratuito sobre Segurança Ambiental e Sustentabilidade da Paz.
O curso de oito semanas apresenta uma introdução detalhada sobre os múltiplos papéis que os recursos naturais e o meio ambiente desempenham no surgimento, escalada, resolução e recuperação após conflitos violentos. Muitas das considerações e abordagens também são relevantes para entender e abordar conflitos sociais.
Segundo a ONU Meio Ambiente, os conflitos por recursos naturais e ambientais estão entre os maiores desafios da geopolítica do século 21, representando sérias ameaças à segurança humana nos níveis nacional e local.
Contudo, os recursos naturais e ambientais também podem servir como veículo para a paz, caso sejam administrados de maneira sustentável e equitativa, lembrou a agência das Nações Unidas.
O curso é destinado a especialistas em paz e segurança que desejam saber mais sobre recursos naturais, assim como a especialistas em recursos naturais que querem elaborar programas mais sensíveis à prevenção de conflitos.
Outros profissionais da área de desenvolvimento sustentável, assim como atores do setor privado, também são público-alvo. O curso é destinado ainda a estudantes de graduação e pós-graduação interessados em conceitos-chave e práticas desse campo do conhecimento.
Para se registrar, os participantes devem acessar o link: https://bit.ly/2Qz4M5W.
O curso é ministrado em inglês, com legendas de vídeo em inglês, espanhol, francês, português e mandarim. As atividades ocorrem de 11 de fevereiro a 21 de abril de 2019.
|
Posted: 05 Feb 2019 08:51 AM PST
Mães e filhos em fila de vacinação num centro de saúde em Beirute, capital do Líbano. Foto: Banco Mundial/Dominic Chavez
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, elogiou na sexta-feira (1º) o anúncio de um novo governo no Líbano, fruto de oito meses de difíceis negociações sobre a distribuição de ministérios entre grupos político-religiosos. O impasse se arrastava desde a eleição geral no país, realizada em maio do ano passado.
O chefe da ONU parabenizou o primeiro-ministro Saad Hariri e as lideranças políticas do Líbano. O dirigente máximo da Organização disse estar ansioso para “trabalhar de perto com o novo governo para continuar respondendo aos urgentes desafios políticos, de segurança, humanitários e econômicos, incluindo por meio do acompanhamento (das decisões) de conferências internacionais de apoio ao Líbano, realizadas no ano passado”.
O Líbano é governado por um complexo sistema de compartilhamento de poder, que tem como objetivo representar todas as suas comunidades religiosas e políticas. O novo gabinete, de 30 membros, possui quatro mulheres, incluindo a ministra do Interior, Raya Al Hassan, a primeira mulher a ocupar esse cargo na história do país.
De acordo com a imprensa, o novo governo de Hariri é uma composição equilibrada de grupos rivais. O desafio mais urgente para o gabinete é a revitalização da economia e a redução da dívida nacional, que está em cerca de 150% do Produto Interno Bruto.
Guterres reiterou o compromisso da ONU em “apoiar o Líbano no fortalecimento da sua soberania, estabilidade e independência política de acordo com o Acordo de Taif e a Declaração de Baabda”.
O secretário-geral também afirmou que a Organização quer auxiliar o país na implementação eficaz das resoluções 1701 (2006) e 1559 (2004) do Conselho de Segurança, sobre o fim das hostilidades entre Israel e o Hezbollah e sobre a retirada de forças estrangeiras do Líbano, respectivamente.
Segundo o dirigente, essas e outras deliberações relevantes do Conselho permanecem essenciais “para a estabilidade do Líbano e da região”.
|
Posted: 05 Feb 2019 08:33 AM PST
Edital do PNUD e parceiros visa apoiar aceleradores de negócios de impacto social na região amazônica. Foto: Iniciativa Incluir
O Programa das Nações Unias para o Desenvolvimento ( PNUD) e instituições parceiras realizam uma seleção pública de aceleradoras de negócios de impacto social e ambiental na região amazônica. O edital faz parte do projeto “Humanize: Fortalecimento do ecossistema de investimento social privado e de negócios de impacto no Brasil”. Prazo para enviar propostas de trabalho é 8 de fevereiro.
Atualmente, o PNUD está pilotando um fundo de investimentos diversificado por meio do Social Prosperity Impact Fund, com o objetivo de direcionar investimentos de múltiplos atores e setores – filantrópicos, empresas, governos e investidores de modo geral – para os negócios de impacto.
O fundo, cujo lançamento está previsto para março de 2019, está sendo arquitetado de maneira participativa. Sua concepção está envolvendo um amplo processo de cocriação, com atores ligados ao setor de investimento de impacto no país.
De acordo com a gerente de Parcerias para o Setor Privado do PNUD, Luciana Aguiar, é nesse contexto que se insere a seleção pública, que tem como finalidade testar o modelo de apoio para negócios de impacto. O objetivo é desenvolver novos mecanismos de investimento e financiamento, especialmente no estágio inicial e de tração das empresas.
“A ideia é que esse acesso a capital possa potencializar o impacto social e ambiental dos negócios que atuam na região amazônica”, afirma a especialista.
Para a seleção, serão consideradas elegíveis organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atuem comprovadamente no desenvolvimento e apoio a programas de pré-aceleração, de aceleração e/ou de investimento financeiro personalizado, promovidos por meio de chamada pública, para impulsionar negócios sustentáveis na região amazônica.
As propostas de trabalho deverão ser apresentadas ao PNUD até as 23h59 de 8 de fevereiro de 2019. Clique aqui para conferir a íntegra do edital.
|
Posted: 05 Feb 2019 07:28 AM PST
Foto: Wikimedia (CC)/Rafael Matsunaga
Por Elliott Harris*
Na superfície, a economia mundial permanece em uma trajetória estável em 2019. Os principais indicadores sugerem que — embora o crescimento global tenha provavelmente atingido o pico — a atividade em todo o mundo continuará a se expandir em um ritmo sólido. Várias economias desenvolvidas estão operando perto de todo o seu potencial, com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos.
No entanto, os números não contam a história toda. Abaixo da superfície, surge uma imagem muito mais preocupante da economia mundial. O recém-divulgado relatório “ World Economic Situation and Prospects 2019” ilustra como uma combinação de crescentes desafios econômicos, sociais e ambientais dificulta o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
Existem vários fatores de risco que podem interromper a atividade e provocar danos significativos às perspectivas de desenvolvimento no longo prazo. No ano passado, as disputas de política comercial se intensificaram, e as vulnerabilidades financeiras aumentaram à medida que a liquidez global se estreitou, lançando uma sombra sobre as perspectivas para 2019 e além.
Caso tal recessão se materialize, as perspectivas são sombrias. A dívida pública e privada global está em um nível recorde, bem acima do patamar observado no período que antecedeu a crise financeira mundial.
As taxas de juros permanecem muito baixas na maioria das economias desenvolvidas, enquanto os balanços dos bancos centrais ainda estão inchados. Com espaço monetário e fiscal limitado, os formuladores de políticas em todo o mundo terão dificuldades para reagir de forma eficaz a uma crise econômica. E, dado o declínio do apoio a abordagens multilaterais, ações combinadas — como aquelas implementadas em resposta à crise de 2008/2009 — podem ser difíceis de ocorrer.
Mesmo que o crescimento global permaneça robusto, seus benefícios não alcançam os locais em que são mais necessários. As rendas estagnarão ou crescerão apenas marginalmente em 2019 em partes de África, Ásia Ocidental, América Latina e Caribe.
Muitos exportadores de commodities ainda estão lutando com os efeitos do colapso do preço das matérias-primas de 2014-2016. Os desafios são mais agudos na África, onde o crescimento per capita foi de apenas 0,3% nos últimos cinco anos. Dada uma população em rápida expansão, a luta contra a pobreza exigirá crescimento econômico muito mais rápido e reduções drásticas na desigualdade de renda.
E, talvez mais importante, a transição essencial para a sustentabilidade ambiental não está acontecendo rápido o suficiente. A natureza do crescimento atual não é compatível com a manutenção do aumento na temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais.
De fato, os impactos da mudança climática estão se tornando mais difundidos e severos. A frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos estão aumentando. Inundações, tempestades, secas e ondas de calor estão prejudicando a infraestrutura vital e causando deslocamentos em larga escala. Os custos humanos e econômicos de tais desastres recaem sobre os países de baixa renda.
Muitos dos desafios que temos diante de nós são de natureza global e exigem ação política coletiva e cooperativa. A retirada rumo ao nacionalismo e à ação unilateral só representarão mais retrocessos para a comunidade global e, especialmente, para aqueles que já correm o risco de serem deixados para trás. Em vez disso, os formuladores de políticas precisam trabalhar juntos para lidar com as fraquezas do sistema atual e fortalecer o quadro multilateral.
*economista-chefe da ONU e secretário-geral adjunto para o desenvolvimento econômico
|
|
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário