Boletim diário da ONU Brasil: “Debate em SP discute relação entre objetivos globais, setor privado e direitos humanos” e 14 outros.
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29 de ago de 2018 17:56 (Há 12 dias)
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Posted: 29 Aug 2018 01:34 PM PDT
À luz dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o encontro debateu os avanços dessa agenda ao longo da história. Foto: Pacto Global da ONU
A relação entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o setor privado e os direitos humanos foi tema de painel da Virada Sustentável, promovido pela Rede Brasil do Pacto Global, na sexta-feira (24), em São Paulo.
À luz dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o encontro debateu os avanços dessa agenda ao longo da história, projetando os desafios até 2030, prazo estipulado para o alcance dos ODS. Entre os aspectos pouco difundidos sobre a declaração, foi destacada pelos palestrantes a importância do desenvolvimento econômico e da erradicação da pobreza como premissa para o cumprimento dos direitos humanos.
“O que nos leva a uma situação de não cumprimento da agenda começa pelo próprio modelo econômico que só reitera e consolida o sistema de desigualdade. Governos têm o papel de regular, mas as empresas são o ponto-chave, porque são elas que estão dentro do modelo econômico”, afirmou Luciana Vila Nova, gerente de sustentabilidade da Natura.
Ela destacou ainda que as empresas brasileiras podem atuar para fortalecer suas comunidades e buscar o desenvolvimento social sustentável. Segundo a executiva, é possível gerar impacto social positivo por meio de modelos de negócios, fomentando e implementando soluções inovadoras e colaborativas.
A representante da Comissão Interamericana para os Direitos Humanos (CIDH), Paula Danese, enfatizou que a questão da desigualdade social e econômica é essencial para os direitos humanos na América Latina, e destacou a importância dos ODS para a região. “A pobreza é uma linha que corta todas as relações de direitos humanos. Para melhorar o cenário, é preciso se preocupar com a pobreza, que está no eixo central dos ODS”, disse.
O painel destacou a atuação do Pacto Global do ONU na defesa dos direitos humanos, ao promover o engajamento do setor privado. “É uma forma de trazer outros atores, de não limitar o debate sobre direitos humanos aos Estados. Outros atores também têm responsabilidade e precisam participar desta temática”, afirmou Jefferson Nascimento, representante da Conectas.
O painel contou com a mediação de Juliana Ramalho, representante da Mattos Filho e coordenadora do GT Direitos Humanos da Rede Brasil do Pacto Global.
Rede Brasil na Virada Sustentável
Além do painel Direitos Humanos e ODS, a Rede Brasil do Pacto Global esteve na abertura da Virada Sustentável, com a participação de Denise Hills, presidente da iniciativa, no debate que deu início ao evento.
Também integrou o painel Visões sobre Água, no dia 23. Giuliana Moreira, assessora de assuntos hídricos da Rede Brasil do Pacto Global, contribuiu com a discussão sobre o manejo e acesso sustentável da água.
A Virada Sustentável é um movimento de mobilização colaborativa em prol da sustentabilidade. Ocorreu entre 23 e 26 de agosto, em São Paulo, e sua programação incluiu eventos culturais, seminários e ações em diversos locais da cidade.
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Posted: 29 Aug 2018 01:20 PM PDT
Com o objetivo de inserir a luta contra o tráfico de migrantes na agenda pública, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), apresenta campanhas #AQUIESTOY e #NegocioMortal. Foto: ONU
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) reuniu na segunda-feira (27) em Brasília (DF) representantes de Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República, Ministério das Relações Exteriores e do Sistema ONU no Brasil para apresentar campanhas de combate ao tráfico de pessoas e, mais especificamente, ao tráfico de migrantes.
Na semana passada (22), o Chile tornou-se o primeiro país da América do Sul a adotar a campanha denominada #NegocioMortal, por meio de uma parceria entre o UNODC e o Ministério Público do Chile.
Ao abrir o evento, o representante regional do UNODC para o Brasil e Cone Sul, Rafael Franzini, enfatizou a importância de ambas as campanhas para o Brasil, já que o país apresenta grandes desafios nessas áreas. “Embora essas campanhas tenham sido desenvolvidas no México, elas podem ser facilmente adaptadas à realidade do Brasil. Atualmente, estamos vivendo uma crise na América Latina, em particular com os migrantes venezuelanos”, afirmou.
Em sua apresentação, Felipe De La Torre, oficial de gestão de programas do UNODC, discorreu sobre os produtos de comunicação do UNODC para lidar com o enfrentamento ao tráfico de pessoas (#AQUIESTOY) e contrabando de migrantes (#NegocioMortal), e acrescentou que ambas as iniciativas foram desenvolvidas com base em uma metodologia participativa de comunicação para o desenvolvimento e envolveu beneficiários e públicos-alvo em sua criação.
“Devido à sua linguagem universal, #AQUIESTOY é facilmente adaptável a qualquer contexto, além de ser realista, já que sua construção envolveu um amplo processo de participação no qual governos, sociedade civil e associações de migrantes expressaram quais elementos uma iniciativa de informação deveria ter por se tratar de uma questão de relevante importância”, declarou.
O processo de formulação da campanha #AQUIESTOY envolveu mais de 800 profissionais, representados por diversos grupos e instituições. A campanha foi “trending topic” no Twitter no Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas em 2018, 30 de julho, e aborda diversas facetas do tráfico de pessoas, como o tráfico para fins de prostituição, para fins agrícolas, para trabalho forçado, para mendicância, para exploração sexual de crianças, entre outros. #AQUIESTOY tem como objetivo demonstrar que o tráfico de pessoas pode acontecer em qualquer local e com qualquer pessoa.
Já a campanha #NegocioMortal, em seu diagnóstico inicial,contou com a participação de parceiros do governo mexicano, ministérios públicos, institutos de migração, secretarias de relações exteriores, comissões de segurança, promotores e representantes da mídia, organizações da sociedade civil. A campanha foi desenvolvida em espanhol e traduzida para árabe, inglês, francês e português. O material produzido inclui vídeos, spots de rádio, posters, infográficos e folhetos informativos, que contêm mensagens de aviso sobre os diferentes tipos de tráfego ilícito: terra, mar e ar.
Felipe de La Torre apresentou ainda o sistema SINTRA, no qual todos os casos de tráfico de pessoas são registrados e processados em uma plataforma única, o que permite a unificação das estatísticas sobre a questão. “Essa ferramenta pode ser utilizada na atual crise de tráfico interno de pessoas e pode ser adaptada às necessidades brasileiras”.
UNODC e o combate ao crime organizado
O UNODC, como guardião da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e seus protocolos contra o tráfico de pessoas e contrabando de migrantes, implementou várias iniciativas de apoio técnico e aconselhamento para reforçar as capacidades dos Estados-membros de prevenir e punir esses dois crimes que ameaçam a dignidade humana.
Da mesma forma, o UNODC apresentou manuais, ferramentas tecnológicas e metodologias de capacitação que foram desenvolvidas para treinar funcionários encarregados da aplicação da lei; promover a coordenação nacional e internacional na luta contra o crime; e buscar estratégias de pesquisa que protejam os direitos humanos das pessoas, com destaque para a metodologia de treinamento denominada “simulação interativa”, na qual se recria (em um espaço aberto controlada) um caso real de contrabando de migrantes, usando diversas cenas do crimes (automóveis, armazéns, estradas) e um grupo de atores que representa migrantes, testemunhas e traficantes.
O caso é concluído com sua apresentação em juízo e a concessão da sentença correspondente. Essas oficinas envolvem ainda o uso de tecnologia para monitorar o progresso de seus participantes e incentivar leituras complementares e exercícios práticos.
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Posted: 29 Aug 2018 12:39 PM PDT
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) convida os brasileiros do mundo todo que trabalham atualmente na ONU a participar da campanha Brasileiros na ONU (nacoesunidas.org/brasileirosnaonu). O Brasil é hoje um dos países sub-representados na organização.
A campanha, lançada em julho de 2018, tem por objetivo encorajar mais brasileiros a investir nas diferentes carreiras nacionais e internacionais oferecidas pela ONU, aumentando assim o número de brasileiros que trabalham na organização.
Para isso, o UNIC Rio está montando uma série de minivídeos com testemunhos que nos ajudem a inspirar e informar os brasileiros sobre as possibilidades de trabalhar na organização.
Caso estiver interessado(a) na campanha, nós gostaríamos de saber: por que você trabalha (ou trabalhou) na ONU, quais são suas principais tarefas e quais são as suas maiores motivações ao trabalhar na organização.
Você pode escolher responder – em português – apenas uma ou todas as perguntas propostas; só não esqueça de informar o nome, o cargo e onde você trabalha e mora:
- Por que você trabalha na ONU?
- O que você faz na ONU?
- O que te deixa feliz ou realizado ao trabalhar na ONU?
- Alguma outra coisa que você gostaria de acrescentar para seus compatriotas (ex: se esteve em outros países através da ONU).
Sua contribuição pode ser feita por meio de um vídeo curto e um texto acompanhado de uma foto sua.
Exemplo: Meu nome é Antônio e atualmente trabalho como Oficial de Assuntos Ambientais na ONU Meio Ambiente, em Brasília. Decidi aproveitar a oportunidade de trabalhar na ONU por causa do meu interesse em causas ambientais e nas possibilidades que são oferecidas pela organização de participação em diversos programas de alto impacto. Ingressei na ONU por meio do UNV em 2010 trabalhando como voluntário na MONUSCO na República Democrática do Congo. Atualmente, no meu dia a dia, lido com temas de desenvolvimento sustentável, eficiência energética, mudanças climáticas e desastres. Trabalhar aqui faz com que eu me sinta realizado porque acredito que faço a diferença no que tange à proteção do meio ambiente no Brasil e na América do Sul.
As instruções para o vídeo são:
- Duração de, no máximo, 60 segundos;
- Escolha um local com uma boa iluminação e em direção ao seu rosto;
- Tente usar o seu local de trabalho ou cenário de campo como fundo (só lembre de não ficar em frente a uma janela ou outro objeto muito iluminado);
- Evite barulhos externos, como o de um ar-condicionado, ventiladores ou ruídos da rua;
- Escolha o melhor modo de resolução da sua câmera (preferencialmente Full HD 1080p);
- Mantenha seu celular na horizontal, de forma fixa na sua frente e evite andar ou mexer o braço (você também pode pedir que alguém filme seu vídeo, só lembre de manter a câmera a uma distância boa suficiente para gravar a sua voz);
- Conte até três e comece falar de forma clara e em voz alta (não há necessidade de usar um microfone).
Os vídeos acompanhados de texto e foto deverão ser enviados para unic.brazil@unic.org com cópia para gael.moraes@unic.org. Em caso de dúvida, entre em contato diretamente por meio destes mesmos e-mails.
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Posted: 29 Aug 2018 12:24 PM PDT
Com apoio da ONU Mulheres, Instituto Patrícia Galvão e Instituto Avon lançam plataforma digital “Violência contras mulheres em dados”. Foto: Mídia Ninja
O Brasil acaba de ganhar uma iniciativa que contribuirá para o enfrentamento das violências contra as mulheres: a plataforma digital “Violência contra as Mulheres em Dados”.
Projetada pelo Instituto Patrícia Galvão, a plataforma reúne pesquisas e dados recentes relacionados às violências contra mulheres no país, com foco na violência doméstica, sexual e online, no feminicídio e na intersecção com o racismo e a LGBTTfobia. Os dados foram coletados a partir do monitoramento e curadoria do próprio instituto.
Como co-realizador do projeto, o Instituto Avon busca potencializar a utilização da plataforma em especial para qualificar o debate no setor público e privado sobre questões críticas relacionadas à violência contra as mulheres no Brasil.
Na plataforma, estão reunidos destaques de cada estudo e sínteses produzidas pela equipe do Instituto Patrícia Galvão a partir da consulta a documentos de referência. Também estão indicadas diversas fontes, que podem ajudar a contextualizar os dados apresentados.
“A proposta é que os materiais da plataforma possam ser usados e compartilhados no debate público para promover uma ampla reflexão – não apenas sobre os índices de violência de gênero, mas sobre como transformá-los – e alertar que por trás das estatísticas alarmantes há vidas e trajetórias violadas pela naturalização e perpetuação da violência”, ressalta Marisa Sanematsu, diretora de conteúdo do Instituto Patrícia Galvão.
Dados confiáveis e fontes diversas e qualificadas são essenciais para dimensionar o problema, contextualizar o debate e pautar as transformações culturais e políticas públicas necessárias para reverter o grave quadro da violência de gênero no Brasil.
“Nosso papel é contribuir para a disponibilização e circulação de informações de qualidade, fomentando o debate qualificado e a articulação construtiva entre instituições e diversos segmentos da sociedade para o aprimoramento de iniciativas, públicas e privadas, de enfrentamento das violências contra as mulheres. Estamos felizes em reunir nessa plataforma o que há de mais relevante em dados de violência contra as mulheres no Brasil”, reforça Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.
Nesse sentido, a plataforma é uma iniciativa capaz de proporcionar informações e análises que contribuam para identificar tendências relevantes do ponto de vista estatístico e essenciais para decodificar a complexidade da violência contra as mulheres no Brasil, gerando insumos para exigir respostas do Estado e da sociedade e construir transformações necessárias.
Clique aqui para acessar a plataforma.
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Posted: 29 Aug 2018 11:42 AM PDT
Mais de 147 milhões de eleitores e eleitoras brasileiras estão aptas a votar em 7 de outubro deste ano para a escolha de candidatos e candidatas à Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, governos estaduais e distrital, assembleias e câmaras legislativas.
A maior parte do eleitorado continua a ser formado por mulheres: 52,5%, totalizando 77 milhões de eleitoras. Apesar de serem maioria da população e do eleitorado, enfrentam obstáculos para alcançar a igualdade de gênero, prevista pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 5, um dos 17 objetivos globais da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Se no eleitorado elas são maioria, entre as candidaturas alcançaram apenas 30,64%, representando 8,3 mil candidatas. No pleito de 2016, para Executivos e Legislativo municipais, 31,1% eram candidatas mulheres, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O empoderamento político das mulheres é uma das condições para o aumento da liderança e da participação política das mulheres. Para ativistas e especialistas de gênero, para além do alistamento de mulheres nos partidos políticos – que neste ano chegou a 44% dos 18 milhões de pessoas filiadas –, é preciso incentivo às candidaturas de mulheres durante o período de campanha eleitoral. “Países que possuem representação igualitária, são países que possuem o melhor índice de desenvolvimento humano”, lembra a advogada Luciana Lóssio.
Como a busca pelo voto pode se mostrar mais árdua para as candidatas devido ao machismo, especialistas de gênero e ativistas consideram importante valorizar o engajamento de mulheres com a política nacional. Uma dessas vozes é a de Marlise Santos, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante do Grupo Assessor Sociedade Civil Brasil da ONU Mulheres.
Em um dos vídeos sobre as eleições 2018 da websérie #Brasil5050, da ONU Mulheres, Marlise Santos se dirige às candidatas: “apesar de o sistema dizer para vocês o tempo todo que vocês não valem e que a candidatura não vai ser bem-sucedida, eu quero que vocês acreditem nessa candidatura”. “O valor e a importância dessa candidatura são essenciais para que esse país saia desse grande dilema que nós estamos vivendo, que é essa crise da democracia”.
Opinião semelhante é a de Flávia Biroli, professora e pesquisadora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília e membra do Grupo Assessor da Sociedade Civil Brasil da ONU Mulheres. De acordo com ela, o machismo é um dos obstáculos concretos à participação política das mulheres no país. “A política brasileira tem sido uma política masculina. E isso não significa apenas que há uma maioria de homens. Significa que as experiências das mulheres, as necessidades das mulheres não estão sendo devidamente consideradas”.
Campanhas de candidatas negras
Ativistas feministas e do movimento de mulheres estão engajadas com o empoderamento político. Uma delas é Clátia Vieira, membra do Fórum Nacional de Mulheres Negras e do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, parceiro da ONU Mulheres. “Nós, mulheres negras que não somos candidatas, temos a obrigação de criar condições para que as mulheres pretas nos representem. A gente precisa fazer campanha para que essas mulheres pretas se sintam fortalecidas”, diz.
Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão, avalia que candidatas e eleitorado têm papel importante nas eleições 2018. Para as postulantes aos cargos eletivos, ela aconselha: “prestem atenção”. “Vocês têm toda condição de ir para uma eleição e vencer essa eleição, porque vocês têm um olhar social”. E, a mulheres e homens eleitores, acrescenta: “o eleitorado precisa votar e prestar atenção nas mulheres. Elas estão mudando o Brasil!”.
Histórico de mobilização política
Outra entrevistada da websérie #Brasil5050 registra o histórico de mobilização política das mulheres. Liége Santos, da União Brasileira de Mulheres, salienta: “participar sempre, insistir sempre”.
“Não podemos esquecer que o protagonismo das mulheres, na História do Brasil, é uma realidade. As mulheres conquistaram o voto em 1932. Lutaram contra a ditadura, com participação efetiva, e foram as mulheres as primeiras a criar o movimento pela Anistia no Brasil. O protagonismo das mulheres, na Constituinte de 1988, foi fundamental.”
De acordo com Liége Santos, o histórico de mobilização política também é percebido na atualidade. “Essa participação e esse protagonismo são realidade. Nesse momento de ano eleitoral, nós temos de dizer às mulheres ‘vocês são atrizes principais’. São protagonistas da história e têm de lutar cada vez mais pelos seus lugares na História do Brasil e na sua participação política”.
Mônica Oliveira, do Grupo Assessor da Sociedade Civil Brasil da ONU Mulheres e membra do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030, faz alusão ao histórico de negação das mulheres no mundo político. “A política é nosso lugar porque ela decide o nosso cotidiano. A política decide sobre a escola dos nossos filhos e filhas, a universidade onde nós queremos estudar e onde nós queremos que nossas filhas e filhos estejam”.
“A política decide os nossos salários. A política decide nossa segurança. Então, nós precisamos estar na política, inclusive para fazer valer a nossa voz, especialmente nós, mulheres negras, que praticamente não estamos nesses lugares”, pontua a ativista, que faz parte da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco.
#Brasil5050: paridade de gênero na política
As expectativas das mulheres brasileiras em relação às eleições 2018 e pela igualdade de gênero na política são o mote da websérie documental #Brasil5050, da ONU Mulheres Brasil, com cerca de 90 depoimentos que serão publicados nas redes sociais da ONU Mulheres Brasil e do projeto Cidade 50-50 até o final do ano.
Os episódios revelam anseio pela democracia paritária por meio de um #Brasil5050, incentivo às candidaturas de mulheres, responsabilidade de partidos políticos, alerta ao eleitorado brasileiro para voto consciente e caracterização da violência política.
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Posted: 29 Aug 2018 11:03 AM PDT
Em uma parceria inédita, ONU Mulheres, OIT e União Europeia unem-se para promover debates e sensibilizar importantes setores empresariais e de empreendedorismo. Foto: ONU Mulheres/Ryan Brown
A promoção de mulheres em posições de liderança, as desigualdades na remuneração – que pode chegar até 30%, em média, na comparação com os homens em mesma função – e o papel das empresas no combate à violência de gênero são alguns dos temas que começam a entrar na pauta das discussões de importantes companhias e instituições dos setores público e privado.
Em uma parceria inédita, ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e União Europeia reúnem-se para promover uma série de debates com o objetivo de sensibilizar importantes setores empresariais e de empreendedorismo. A intenção é aumentar e fortalecer o compromisso com a igualdade de gênero no mundo corporativo e implementar políticas para o empoderamento econômico das mulheres.
O espaço escolhido para pautar esses temas e reunir importantes executivos, executivas e especialistas de países da América Latina, Caribe e União Europeia será o Fórum WEPs 2018. Em sua terceira edição, o evento acontece em São Paulo, dias 29 e 30 de agosto. “WEPs” é a sigla em inglês para Princípios de Empoderamento das Mulheres, uma iniciativa da ONU Mulheres junto ao Pacto Global das Nações Unidas, que orienta as empresas para alcançar a igualdade de gênero por meio do empoderamento das mulheres.
Para a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, a construção da igualdade entre mulheres e homens é um desafio urgente e que demanda indicadores de progresso. “No mundo, cerca de 2 mil empresas estão engajadas com o propósito de fazer as mudanças necessárias para que as mulheres possam desenvolver todo o seu potencial produtivo no mundo do trabalho formal. O Brasil conta 172 empresas mobilizadas e essa rede vem inspirando a mobilização em outros países da América Latina e Caribe, para que possam promover o empoderamento das mulheres nos seus negócios, setor e comunidade”, afirmou.
Ganha-Ganha
Durante o Fórum WEPs 2018, será lançado o “Programa Regional Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios” – uma iniciativa da ONU Mulheres em parceria com a União Europeia e a OIT para promover a igualdade de gênero especificamente no setor privado.
Além de aumentar o empoderamento econômico, o programa busca orientar a liderança feminina para um crescimento sustentável, inclusivo e equitativo, fazendo avançar as respostas do setor privado no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na América Latina e no Caribe.
O projeto tem como finalidade permitir a participação plena e igualitária das mulheres na sociedade e está focado nos seguintes aspectos: fortalecimento da liderança das mulheres nos negócios; aumento da participação na força de trabalho; redução da lacuna salarial; trabalho decente; empreendedorismo; autonomia e empoderamento econômico.
Consultas iniciais e especificidades de cada país definem diferentes atividades prioritárias de acordo com cada cenário e estabelecem uma perspectiva interseccional. O programa é implementado em colaboração com empresas e redes europeias em seis países: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai.
Princípios do Empoderamento das Mulheres
Uma das principais plataformas usadas pelo Programa Ganha-Ganha são os WEPs. Criados em 2010 pela ONU Mulheres e o Pacto Global da ONU e assinados por quase 2 mil CEOs em todo o mundo, os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres têm se tornado referência para que as empresas implementem políticas para a promoção da igualdade de gênero no local de trabalho, no mercado e na comunidade.
Os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres – WEPs são: 1. Estabelecer liderança corporativa de alto nível para a igualdade de gênero. 2. Tratar mulheres e homens de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação. 3. Garantir saúde, segurança e bem-estar das trabalhadoras e trabalhadores. 4. Promover a educação, a capacitação e o desenvolvimento profissional das mulheres. 5. Apoiar o empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de fornecedores e de comunicação e marketing. 6. Promover a igualdade por meio de iniciativas voltadas às comunidades e do engajamento social. 7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
Serviço
Fórum WEPs 2018: Um diálogo entre países da América Latina e Caribe e a União EuropeiaData: 29 e 30 de agosto de 2018 Local: Villa Blue Tree Events: Rua Castro Verde, 247, Jardim Caravelas – São Paulo
Clique aqui para acessar a programação.
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Posted: 29 Aug 2018 10:24 AM PDT
O COB já possui uma ouvidoria, canal aberto para receber qualquer tipo de denúncia e, com a nova política, aprimorará todos os processos internos e externos relacionados a casos de abuso e assédio no ambiente esportivo Foto: COB
Representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da ONU Mulheres se reuniram durante dois dias na última semana, na sede do COB, no Rio de Janeiro (RJ), para discutir conjuntamente as diretrizes para a elaboração da Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e Abuso Sexual, que será implementada ainda este ano pelo comitê.
As diretrizes da nova política abrangerão todas as atividades desenvolvidas pela entidade esportiva e seus funcionários e funcionárias, e valerão para eventos e missões organizadas pelo COB, como os Jogos Escolares da Juventude, que recebem anualmente quase 6 mil atletas de todo Brasil em sua etapa nacional.
Os quase 80 jovens que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude, que acontecem de 6 a 18 de outubro, em Buenos Aires, já receberão orientações do COB sobre o assunto e terão um canal aberto para eventuais denúncias durante o evento.
“O COB está totalmente comprometido em elaborar uma política eficaz para tratar um tema tão delicado como o assédio e o abuso no esporte com a profundidade merecida. Estamos extremamente orgulhosos por contar com o apoio de uma entidade com tamanha credibilidade como a ONU Mulheres nesta causa”, disse o presidente do COB, Paulo Wanderley.
“Isso nos dá a certeza de que a iniciativa trará benefícios enormes para a comunidade esportiva brasileira. O COB está inteiramente imbuído em combater qualquer tipo de violência, seja moral ou sexual, contra uma pessoa envolvida no esporte. Muito em breve, teremos uma política robusta, que será uma referência para todas as entidades esportivas. A busca por um ambiente seguro, positivo e equilibrado no esporte é o que nos norteia, inspira e motiva”, completou.
O COB já possui uma ouvidoria, canal aberto para receber qualquer tipo de denúncia e, com a nova política, aprimorará todos os processos internos e externos relacionados a casos de abuso e assédio no ambiente esportivo.
Para a elaboração da nova política, um grupo de trabalho foi formado por profissionais das mais diferentes áreas de atuação dentro do COB. Representada pela gerente de projetos, Carolina Ferracini, e pela especialista no enfrentamento à violência contra as mulher, Aline Yamamoto, a ONU Mulheres se juntou ao grupo para prestar consultoria e orientar na elaboração do documento.
“Cumprimentamos a iniciativa do COB de instituir uma política de enfrentamento ao assédio e abuso sexual. Só a abertura da entidade para debater um assunto tão complexo já mostra o compromisso com o tema. Considero um grande avanço, que deixará um lastro positivo em toda comunidade esportiva brasileira”, disse a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman.
“Nossa atuação é no sentido de orientar o COB a adotar as melhores práticas na resposta a um assunto tão sério como esse. A ONU Mulheres está orgulhosa de fazer parte deste momento”, afirmou Nadine , ressaltando a importância de criar um ambiente de acolhimento e escuta para possíveis vítimas.
A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão da Organização das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres (CSW). No Brasil, implementa, desde 2016, o programa “Uma Vitória Leva à Outra” pelo empoderamento das meninas e jovens mulheres através do esporte, em parceria com as organizações Women Win e Empodera.
Parte do trabalho previsto para a segunda fase do programa (2018-2021) é a integração de uma perspectiva de gênero nas políticas nacionais do esporte, tema para o qual a ONU Mulheres vê o COB como a instituição naturalmente líder.
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Posted: 29 Aug 2018 10:19 AM PDT
Clique para exibir o slide.O Consulado Geral da Suíça no Rio de Janeiro, com apoio do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), exibiu no sábado (18), no Centro Cultural Correios, o filme suíço “Mulheres Divinas”, de Petra Volpe.
A obra narra a importante luta das mulheres suíças pelo direito ao voto nos anos 1970. Após a apresentação do longa, o cônsul da Suíça, Rudolf Wyss, participou de um debate com um público de cerca de 30 pessoas sobre os temas abordados pelo filme, como o machismo, a busca pela igualdade de gênero e a valorização da mulher.
Durante o debate, mediado pelo cineasta Thiago Brito, três mulheres expuseram relatos de situações em que sofreram preconceito de gênero de alguma natureza.
Uma suíça-brasileira explicou que precisou esperar uma mudança de lei para ter o direito à nacionalidade suíça transmitida pela mãe – e não pelo pai – que era suíça; uma brasileira contou que o pai não a permitiu estudar em uma universidade particular porque, segundo ele, “mulher deveria casar”; e uma professora declarou que seu ex-marido dizia que “a mãe não poderia tomar decisões relacionadas aos filhos porque o assunto era prerrogativa apenas dos pais [homens]”.
Em relação ao cenário político atual, Wyss afirmou que os direitos humanos são um objetivo de política externa na Suíça, e que Genebra é, hoje, considerada a cidade da paz, dos direitos e do bem-estar. O cônsul também discorreu sobre a importância dos direitos humanos frente aos desafios atuais.
Sobre ‘Mulheres Divinas’, Thiago Brito informou que esse é o segundo longa-metragem dirigido por Petra Volpe, e que foi escolhido para representar a Suíça na disputa de uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar deste ano. “O filme expressa a necessidade constante da igualdade de todos, o tempo todo”, concluiu Thiago.
O evento aconteceu em paralelo à exposição “70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, com obras de Otávio Roth. Realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro, a mostra apresenta 30 xilogravuras que traduzem os ideais de paz e igualdade defendidos nos artigos do documento. A exibição segue aberta até dia 9 de setembro.
Aprovada em 10 de dezembro de 1948, a Declaração foi construída a partir do esforço conjunto da comunidade internacional para garantir que os horrores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – incluindo o Holocausto – jamais se repetissem.
Considerada a base da luta universal contra a subjugação e abuso de povos, o documento estabelece obrigações para a atuação de governos, de maneira a garantir a proteção de comunidades e indivíduos.
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Posted: 29 Aug 2018 09:29 AM PDT
Clique para exibir o slide.Para marcar o Dia da Visibilidade Lésbica — celebrado nacionalmente em 29 de agosto — a campanha da ONU Livres & Iguais lança a série “O Corpo é nosso: direitos sexuais e reprodutivos de mulheres lésbicas”.
Em atividade na Casa da ONU em Brasília na segunda-feira (27), representantes de governo, sociedade civil e corpo diplomático discutiram a garantia dos direitos humanos e do tratamento justo a esta população. O material da campanha é composto por sete cards, protagonizados por ativistas e representantes do movimento social, que destacam temas importantes para a saúde sexual e reprodutiva de mulheres lésbicas.
Os direitos sexuais e reprodutivos são uma forte demanda das mulheres lésbicas. A invisibilização destas pessoas é perpetuada nos debates e nas políticas públicas referentes a direitos sexuais e reprodutivos, que tendem a refletir normas sociais heteronormativas.
De acordo com publicação recente do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), os serviços, planos e políticas de saúde sexual e reprodutiva normalmente não consideram as especificidades da população LGBTI, reproduzindo atos discriminatórios ao reforçarem a heteronormatividade, negarem serviços básicos e fazendo perguntas invasivas.
É comum que casais de mulheres tenham o acesso a serviços de reprodução assistida negado ou dificultado. Além disso, diretrizes de educação sexual muitas vezes não contemplam relações entre mulheres, cujo afeto é, também, insuficientemente presente na mídia, nos meios de comunicação e em outras manifestações culturais. Esses fatores tornam mais frágil a proteção de mulheres lésbicas contra doenças sexualmente transmissíveis e à violência sexual. Sem acesso a informação adequada, mulheres lésbicas e bissexuais continuam a manter relações sexuais sem o uso de métodos preventivos.
Muitas vezes, a lesbofobia se manifesta por meio da violência sexual. O especialista independente da ONU sobre violência e discriminação contra pessoas LGBTI, Vitit Muntarbhorn, apontou recentemente que os principais perpetradores de violência contra pessoas LGBTI são membros da família. Exemplos recorrentes são o estupro corretivo, o estupro conjugal e os casamentos forçados.
Para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a violência contra essas mulheres geralmente não é denunciada porque muitas vezes ocorre em ambientes privados, como nas famílias, ou por tomarem a forma de violências interseccionais, isto é, que são produzidas pelo acúmulo de formas diversas de desigualdades – de gênero, raça, etnia, classe, entre outras.
Embora o Brasil não produza dados oficiais sobre a prevalência da violência contra mulheres lésbicas, algumas análises acadêmicas e sobre denúncias apontam para isso. Das 770 denúncias de violência contra pessoas LGBTI registradas pela CIDH entre 2013 e 2017, apenas 55 ocorreram contra mulheres lésbicas ou percebidas como lésbicas. Em 2012, no Brasil, das mais de 3 mil denúncias recebidas pela Secretaria de Direitos Humanos, 60,44% diziam respeito a homens gays, enquanto que lésbicas representavam 37,59%, e travestis e transexuais eram menos de 2%.
Em 2018, o Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, primeiro relatório nacional sobre o tema, realizado por pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que 49 mulheres foram vítimas desse tipo de violência no país. Para as pesquisadoras Milena Peres, Suane Soares e Maria Dias, a lesbofobia – medo, ódio ou aversão irracional contra lésbicas – “existe como parte integrante do patriarcado, uma vez que elas são consideradas mulheres que não se submetem às normas heterossexuais que recorrentemente possibilitam a dominação masculina sobre mulheres heterossexuais”.
De acordo com Valdenízia Peixoto, professora do Departamento de Serviço Social, Pesquisadora do Laboratório de Gênero, Política e Serviços Sociais (Genposs) e coordenadora do Núcleo de Estudos das Diferenças de Gênero (NEDIG) da Universidade de Brasília (UNB), a violência contra lésbicas é um produto da violência contra os gêneros e as sexualidades. “Enfrentar o hétero-patriarcado é fundamental no combate dessas violações”, afirma.
O Dia da Visibilidade Lésbica foi instituído nacionalmente em 1996 no 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado no Rio de Janeiro. O objetivo da data é chamar atenção para problemas e particularidades compartilhadas especificamente por mulheres lésbicas, tanto na sociedade quanto também dentro do movimento LGBTI. Alguns desses temas são a lesbofobia, o machismo, a invisibilização na sociedade e o acesso adequado a serviços de saúde, educação e empregabilidade.
Em julho de 2013, o ACNUDH lançou a ONU Livres & Iguais – uma campanha de informação pública das Nações Unidas, global e sem precedentes, com o objetivo de promover direitos iguais e tratamento justo para pessoas LGBTI. No Brasil, a campanha é implementada desde 2014, sob a liderança do Escritório de Coordenação da ONU Brasil.
Acesse os materiais de campanha nas nossas redes no Facebook, Instagram e Twitter.
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Posted: 29 Aug 2018 09:12 AM PDT
Clique para exibir o slide.Quatro milhões de crianças refugiadas não frequentam a escola, afirmou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em relatório divulgado nesta quarta-feira (29). Este dado representa um aumento de 500 mil crianças fora da escola em apenas um ano.
O relatório “Turn the Tide: Refugee Education in Crisis” (Inverter a Tendência: Educação de Refugiados em Crise, em tradução literal) mostra que, apesar dos esforços dos governos, do ACNUR e de seus parceiros, a matrícula de crianças refugiadas na escola não consegue acompanhar o crescimento dessa população no mundo.
No final de 2017, havia mais de 25,4 milhões de refugiados em todo o mundo, 19,9 milhões deles sob o mandato do ACNUR. Mais da metade (52% ) eram crianças – 7,4 milhões em idade escolar.
“A educação é uma forma de ajudar crianças a se curarem, mas é também a maneira de reconstruir países inteiros”, disse Filippo Grandi, alto-comissário das Nações Unidas para refugiados. “Sem educação, o futuro das crianças e das comunidades que as integram será absolutamente comprometido”.
Apenas 61% das crianças refugiadas frequentam o ensino fundamental, em comparação com 92% das crianças no mundo.
À medida que as crianças refugiadas ficam mais velhas, essa lacuna aumenta. Quase dois terços das crianças refugiadas que frequentam o ensino fundamental não chegam ao ensino médio. No total, 23% das crianças refugiadas frequentam o ensino médio, em comparação com 84% das crianças no mundo.
No nível universitário, a lacuna se torna um abismo. Globalmente, a matrícula no ensino superior é de 37%, enquanto apenas 1% dos refugiados tem a mesma oportunidade – um número que não mudou em três anos.
“A escola é o primeiro lugar em meses ou até mesmo em anos em que crianças refugiadas encontram alguma normalidade”, acrescenta Grandi. “Com base nos padrões atuais, a menos que seja feito um investimento urgente, centenas de milhares de crianças se juntarão a essas tristes estatísticas”.
O relatório destaca o progresso feito pelos países comprometidos com a Declaração de Nova Iorque para Refugiados e Migrantes em matricular um adicional de 500 mil crianças refugiadas em 2017 que estavam fora da escola. Ao mesmo tempo, o relatório recomenda que mais ações sejam feitas para garantir que todos os refugiados recebam a educação de qualidade que merecem.
O relatório encoraja que os países de acolhimento inscrevam crianças refugiadas nos sistemas nacionais, com um currículo adequado, desde o ensino fundamental até o ensino médio, para garantir que tenham as qualificações reconhecidas e continuar os estudos, matriculando-se em universidades ou obtendo uma formação profissional superior.
Além disso, é importante notar que os países em desenvolvimento abrigam 92% dos refugiados em idade escolar e precisam de mais apoio financeiro da comunidade internacional.
Por fim, o relatório apela para parcerias mais fortes com o setor privado, organizações humanitárias e de desenvolvimento e governos para aumentar as soluções sustentáveis para a educação de pessoas refugiadas.
Sobre o relatório
“Turn the Tide: Refugee Education in Crisis” é o terceiro relatório anual de educação do ACNUR. O primeiro, “Missing Out”, foi lançado em 2016, antes da Conferência para Refugiados e Migrantes durante a Assembleia Geral da ONU em setembro de 2016.
Este relatório solicitou aos doadores que fornecessem financiamento plurianual e previsível para a educação de refugiados. O segundo, “Left Behind”, foi lançado em 2017 e destacou a lacuna de oportunidades entre as crianças refugiadas e seus colegas não refugiados, solicitando que a educação seja considerada fundamental na resposta às emergências de refugiados.
O documento inclui um prefácio de Filippo Grandi, alto-comissário da ONU para Refugiados, bem como as observações finais da enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie.
Saiba mais sobre o relatório aqui: https://goo.gl/21T7E4.
Sobre o ACNUR
O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, lidera a ação internacional para proteger pessoas forçadas a fugir de suas casas por causa de conflitos armados e perseguições. O ACNUR presta assistência fundamental como abrigos, alimentos e água, além de ajudar a garantir os direitos humanos fundamentais e desenvolver soluções que garantam que as pessoas tenham um lugar seguro para viver e reconstruir seus futuros. O ACNUR também trabalha para assegurar que pessoas apátridas recebam uma nacionalidade.
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Posted: 29 Aug 2018 09:01 AM PDT
Foto: Globo/Estevam Avellar
A 33ª campanha do Criança Esperança chegou ao fim no domingo (26), arrecadando um total de 17,7 milhões de reais. Esse valor beneficiará 90 projetos sociais por todo o Brasil, possibilitando que milhares de crianças e jovens tenham suas vidas transformadas. As doações por telefone foram encerradas durante o programa Fantástico, da Rede Globo, após mais um dia de Mesão da Esperança. As colaborações, com valores a partir de 1 real, continuam abertas pelo site durante todo o ano.
O Criança Esperança é uma das principais iniciativas de responsabilidade social da Rede Globo. A ação é coordenada por essa área da empresa e envolve todas as demais, assim como sua rede de afiliadas e outras companhias do grupo. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é responsável pela aplicação dos recursos arrecadados.
“A campanha mais uma vez mostrou a força que há 33 anos se renova e mobiliza a sociedade brasileira em torno de um propósito comum: contribuir para oferecer oportunidades de desenvolvimento para milhares de crianças e jovens de todo o Brasil”, avalia a diretora de Responsabilidade Social da Globo, Beatriz Azeredo.
Nesta edição, a campanha ampliou o número de mobilizadores para 30, ganhando mais representatividade e ampliando o potencial de engajamento da sociedade. Eles viajaram por todas as regiões do Brasil, conhecendo de perto o trabalho das instituições que serão beneficiadas.
Ao lado de Dira Paes, Lázaro Ramos, Leandra Leal e Flávio Canto, nomes como Ivete Sangalo, Silvero Pereira, Jonathan Azevedo, Camila Pitanga, Kenia Maria e Fernanda Gentil reforçaram o ‘time da esperança’ e despertaram a reflexão sobre os direitos da infância e da adolescência aos quatro cantos do país. As visitas feitas por eles também ajudaram a espalhar a mensagem de esperança pela programação do jornalismo e do entretenimento da Globo, com pílulas e reportagens.
“A UNESCO comemora com alegria mais uma campanha Criança Esperança, que alia o melhor do entretenimento com conteúdo de alta qualidade e relevância social. Novamente, estamos vendo a sociedade brasileira se engajar em um amplo movimento de defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens”, disse a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.
“É o que permite ao Criança Esperança continuar colocando em prática a sua missão de chamar a atenção para os problemas que ainda persistem na área da infância e juventude, assim como de mobilizar recursos para o investimento em projetos que lutam para mudar essa realidade. Estamos todos de parabéns por mais este espetáculo de solidariedade e mobilização social.”
A nova turma de mobilizadores – formada por atores, jornalistas, esportistas e influenciadores digitais – também participou dos debates propostos no Diálogos da Esperança, programa exibido na GloboNews nos dias 29 de julho e 5 de agosto. Pedro Bial mediou as conversas sobre educação, gênero, racismo e inclusão que contaram com a contribuição de especialistas.
A abertura oficial da arrecadação por telefone aconteceu no dia 28 de julho, no palco do Caldeirão do Huck, com a presença de Camila Pitanga e Flávio Canto, além de uma representante da EDISCA – Escola de Desenvolvimento e Integração Social para Criança e Adolescente – uma das instituições selecionadas pela UNESCO para receber os recursos do Criança Esperança. Desde o início de julho, a mobilização já tomava conta da telinha com a veiculação da campanha. Os mobilizadores emprestaram suas vozes a quatro filmes, lembrando que esta é uma “campanha de milhões de uns, ajudando milhões de outros”.
Nos dias 18 e 19 de agosto, o Mesão da Esperança e o show reforçaram a corrente de solidariedade com quase 48 horas de mobilização na TV e nas mídias sociais da Globo. Centenas de personalidades, entre elenco, artistas da música brasileira, esportistas e influenciadores se uniram para atender aos telefonemas dos doadores.
Fernanda Gentil, Jonathan Azevedo e Camila Pitanga, que também reforçaram o time de mobilizadores desta edição, estrearam no comando da atração ao lado de Dira Paes, Lázaro Ramos, Leandra Leal e Flávio Canto. As apresentações musicais ficaram a cargo de Ivete Sangalo, Emílio Dantas, Mumuzinho, Iza, Gaby Amarantos, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Djavan e seus respectivos filhos.
Nova plataforma transforma compras online em doações
O Criança Esperança fechou uma parceria inédita com a Risü, plataforma onde é possível transformar uma porcentagem do valor pago em compras em doações para ONGs cadastradas. Foi criada uma página especialmente para a campanha, onde o usuário pode comprar em centenas de lojas do Brasil, incluindo grandes redes de varejo. Uma parte da compra é revertida para os projetos, sem que o doador seja cobrado a mais por isso. Criada há três anos, a Risü já impactou socialmente mais de 20 mil pessoas e apoiou até agora 74 instituições.
Sobre a Criança Esperança
Há 33 anos, o Criança Esperança cria oportunidades de desenvolvimento para crianças, adolescentes e jovens. Até aqui, mais de R$ 350 milhões em doações foram investidos no Brasil em mais de 5 mil projetos sociais, beneficiando mais de 4 milhões de crianças e adolescentes em todo país. É possível fazer doações pelo site do Criança Esperança, durante o ano inteiro.
Os recursos arrecadados são depositados diretamente na conta da UNESCO, que é responsável pela seleção de projetos, por meio de edital público, realizada anualmente. Após a seleção, a UNESCO monitora e faz o acompanhamento técnico e financeiro dos projetos apoiados. O Criança Esperança é uma campanha de milhões de brasileiros, uma parceria da Globo com a UNESCO.
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Posted: 29 Aug 2018 08:35 AM PDT
Para além do acesso escolar, crianças e adolescentes têm direito de aprender. Mas esse direito não é garantido a todos. No Brasil, há mais de 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental e no ensino médio. Desses, mais de 7 milhões vão à escola, mas estão em situação de distorção idade-série, ou seja, têm dois ou mais anos de atraso escolar. São quase 5 milhões de estudantes no ensino fundamental e mais de 2 milhões no ensino médio.
A partir do desafio de construir trajetórias de sucesso escolar na educação básica brasileira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lança nesta quarta-feira (29) o estudo “ Panorama da distorção idade-série no Brasil“. O documento faz um diagnóstico do atraso escolar por etapa de ensino na educação básica, por cor, raça e gênero, por regiões brasileiras, áreas rural e urbana e outros recortes territoriais, e também analisa a situação de crianças e adolescentes com deficiência.
“Estar na escola não é suficiente. Garantir o direito à educação significa ofertar oportunidades reais de aprendizagem relevante para todos, sem deixar ninguém para trás. Os mais afetados pelo atraso escolar são meninas e meninos vindos das camadas mais vulneráveis da população, já privados de outros direitos. Por isso, é urgente desenvolver estratégias específicas para alcançar esses diferentes grupos populacionais”, ressalta a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer.
A partir do estudo, o UNICEF verificou que o ensino médio é a etapa da educação básica em que há o maior percentual de estudantes com dois ou mais anos de atraso escolar. São mais de 2,2 milhões de adolescentes em situação de distorção idade-série, o que corresponde a 28% dos estudantes dessa etapa.
A distorção idade-série ocorre de forma desigual no território brasileiro. O indicador é, em particular, mais elevado nas regiões Norte e Nordeste, com 41% e 36%, respectivamente. As populações indígenas e negras tendem a ser as mais afetadas no que se refere à taxa de distorção idade-série. Enquanto 12,6% dos estudantes brancos nas zonas urbanas estão com dois ou mais anos de atraso escolar, esse indicador chega a 29,4% entre os negros e 33,1% em indígenas.
Na zona rural, o padrão da desigualdade se agrava mais, tanto entre os negros e indígenas, estando 35,7% e 44,7%, respectivamente, como entre os brancos, com 18,2%. As diferenças de gênero afetam significativamente a trajetória escolar. A situação é mais grave no 6º ano, com 50% dos meninos e 30% das meninas matriculados em escolas na zona rural em atraso escolar.
O documento ainda aponta caminhos para reverter o cenário que imobiliza milhões de crianças e adolescentes no Brasil em um ciclo de fracasso escolar. Entre os próximos passos para garantir trajetórias de sucesso escolar, o UNICEF sugere realizar diagnósticos precisos da situação da distorção idade-série em nível municipal e estadual, a partir dos dados do Censo Escolar que estão organizados e disponibilizados pelo UNICEF no site www.trajetoriaescolar.org.br.
A partir desses diagnósticos, a agência da ONU sugere estabelecer políticas públicas específicas para enfrentar o fracasso escolar – com foco nos mais vulneráveis — e desenvolver propostas pedagógicas de atenção especial a estudantes em risco de fracasso e abandono escolar.
Plataforma Trajetórias de Sucesso Escolar
O estudo é parte da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, lançada em parceria com a Samsung e a Cidade Escola Aprendiz. Seu objetivo central é apoiar, em especial, os municípios e os estados do Semiárido, da Amazônia e os grandes centros urbanos na definição, implementação e avaliação de políticas e ações para enfrentar a distorção idade-série e superar o fracasso escolar. A estratégia enfoca na integração de ações em três níveis de gestão: redes, escola e sala de aula.
Nesse arranjo integrado, gestores municipais e estaduais de educação, gestores escolares e professores, em parceria com a sociedade civil, têm a possibilidade de mapear a situação da distorção idade-série do território, a partir dos dados do Censo Escolar que estão organizados e disponibilizados pelo UNICEF no site www.trajetoriaescolar.org.br.
A estratégia é parte integrante da iniciativa Fora da Escola Não Pode!. “Iniciativas que visam diminuir a distorção idade-série são fundamentais para melhorar a educação no Brasil. Existem muitas formas de contribuir para essa mudança e uma delas é empregando a tecnologia em ações transformadoras em sala de aula e para apoio aos gestores na educação, como a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, uma parceria que contribui para diminuir o atraso escolar e da qual temos muito orgulho”, comenta Isabel Costa, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil.
Clique aqui para acessar o estudo “Panorama da distorção idade-série no Brasil”.
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Posted: 28 Aug 2018 02:56 PM PDT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) lançaram este mês uma campanha online para lembrar o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, em 28 de agosto.
Escalpelamento é uma realidade violenta que afeta, em sua maioria, mulheres e meninas na região norte do Brasil. O grave acidente costuma ocorrer em embarcações de pequeno porte, durante a pesca artesanal ou o transporte para a escola, o trabalho e outros locais.
A campanha tem o objetivo de conscientizar todos os brasileiros sobre esse problema e dar visibilidade à realidade de exclusão e violência que as vítimas de escalpelamento enfrentam diariamente.
Apenas com o apoio de toda a população será possível fortalecer a prevenção dos acidentes e garantir os direitos das vítimas, especialmente educação, proteção social e trabalho, alertaram as organizações. Saiba mais clicando aqui.
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Posted: 28 Aug 2018 02:44 PM PDT
Clique para exibir o slide.O Centro de Excelência contra a Fome, fruto de uma parceria entre o governo brasileiro e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), recebe até sexta-feira (31) delegações de Senegal e Serra Leoa para uma visita de estudo em Brasília (DF) para trocar conhecimentos e boas práticas sobre alimentação escolar.
Os representantes dos países visitantes terão reuniões com autoridades brasileiras e farão uma viagem de campo a Salvador (BA) para ver em primeira mão os vínculos entre a alimentação escolar e a agricultura familiar.
A visita foi organizada por Centro de Excelência, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo programa de alimentação escolar do Brasil. Os escritórios do PMA no Senegal e em Serra Leoa estão apoiando a participação das delegações governamentais.
O Brasil e o Centro de Excelência contra a Fome colaboram com o governo do Senegal desde 2012, quando o país realizou sua primeira visita de estudo para conhecer o programa brasileiro de alimentação escolar.
Como forma de melhorar a educação e garantir a segurança alimentar, o governo está empenhado em promover a alimentação escolar em todo o país e, em 2017, o programa de merenda escolar alcançou 25% de cobertura (400 mil crianças) graças aos esforços combinados de governo, PMA e parceiros.
Os principais desafios enfrentados pelo governo para continuar melhorando o programa são fortalecer sua estrutura legal, mobilização de recursos e participação das partes interessadas locais.
O governo também espera formalizar a abordagem multissetorial do programa. O Ministério da Educação está trabalhando com o PMA para elaborar uma nova estratégia de alimentação escolar, com o apoio do Centro de Excelência.
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Posted: 28 Aug 2018 02:36 PM PDT
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