Boletim diário da ONU Brasil: “Documentário ‘Carta para Além dos Muros’ aborda o estigma sobre HIV no Brasil” e 9 outros.
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Posted: 10 Oct 2019 02:10 PM PDT
Clique para exibir o slide.Um apanhado de três décadas de história do HIV e da AIDS no Brasil estará nos cinemas de todas as capitais do país entre os meses de setembro e outubro. O documentário “Carta para Além dos Muros”, dirigido por André Canto, teve sua estreia nacional em 26 de setembro.
O filme mostra a cronologia da epidemia de HIV no país por meio de relatos de especialistas e ativistas de diversas gerações, e é conduzido por uma narrativa inspirada nas crônicas do escritor Caio Fernando de Abreu que dão nome ao filme.
Através da costura desta complexa colcha de retalhos, o filme investiga e expõe o estigma e a discriminação como produtos de uma sociedade que insiste em manter marginalizadas as pessoas que vivem com HIV, mesmo 30 anos depois do início da epidemia.
O longa tem cerca de uma hora e meia de duração e reúne depoimentos de mais de 30 pessoas que fazem parte dessa história, como o médico e escritor Drauzio Varella, a mãe do cantor Cazuza, Lucinha Araújo, os ex-ministros da Saúde José Serra e José Gomes Temporão, além de pessoas que vivem com HIV e trabalham para acabar com o estigma, como Gabriel Estrela e Gabriel Comicholi, youtubers e participantes dos projetos do UNAIDS “Deu Positivo, e Agora?” (2018) e “#DesafioUNAIDS” (2017). O filme também conta com o depoimento da médica que identificou o primeiro caso de AIDS no Brasil, a dermatologista Valéria Petri.
“Ao olhar para o passado, a gente consegue entender esse processo. Tudo foi tratado com tanto sensacionalismo pela imprensa e pela sociedade em geral, que essas imagens ficaram impregnadas nas nossas lembranças”, conta o diretor André Canto. “É uma construção social muito difícil de quebrar, mas o objetivo é colaborar com todas as ações realizadas nessa tentativa de enfrentar o estigma e o preconceito.”
O UNAIDS é parceiro institucional da produção do filme e também ofereceu apoio técnico. Para o diretor interino do UNAIDS no Brasil, Cleiton Euzebio de Lima, o apoio a produções culturais que abordam o HIV é importante para estimular uma conversa aberta, em toda a sociedade.
“Temos vivido, nos últimos anos, uma revolução no campo da medicina, da ciência e das tecnologias. Hoje a gente precisa que essa revolução se reflita também na área social e de direitos humanos”, destaca.
“E esses avanços na área social não dependem de uma pílula ou tecnologia, mas especialmente de que todas as pessoas, em todos os lugares, falem mais sobre o HIV e se disponham a aprender mais sobre o tema, sem tabus, sem estigma e ou discriminação. Isso pode ser feito por diversas frentes, e a cultura é uma área que possibilita que esse diálogo alcance um público que muitas vezes não participa da discussão do HIV.”
Precisamos falar sobre isso
O documentário é o primeiro do gênero a refazer a cronologia do HIV e da AIDS no país e encabeça o projeto #PrecisamosFalarSobreIsso, que também conta com uma série documental para a TV e um livro-reportagem, que relatará todo o processo de pesquisa e realização.
Como parte desta iniciativa mais ampla e com objetivo de contribuir com a conscientização sobre a importância da testagem para HIV, a semana de lançamento de “Carta para Além dos Muros” contou com ações de testagem rápida para HIV, sífilis e hepatite B nas salas do circuito Itaú Cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Salvador.
A ação foi realizada em parceria com a empresa Hi Technologies, que conta com dispositivo portátil que realiza análise rápida dos resultados. Profissionais do sistema público de saúde e voluntários de ONGs especialistas no tema fizeram o acompanhamento, aconselhamento e acolhimento das pessoas interessadas na testagem ou que desejassem mais informações.
Caio Fernando de Abreu
O documentário é uma homenagem ao escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, que vivia com HIV e, em 1994, revelou publicamente sua sorologia. Ele falou sobre o HIV em uma série de crônicas em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo, chamada Carta para Além dos Muros.
O autor escreveu abertamente sobre o assunto quando foi internado em decorrência de complicações da AIDS. “O nosso filme é uma nova carta, em 2019, porque acredito que esse muro ainda está de pé e a gente precisa atravessá-lo”, afirma André Canto.
O escritor brasileiro morreu em 1996 por complicações decorrentes da AIDS.
Leia um trecho da primeira crônica “Carta para Além dos Muros”, de Caio Fernando Abreu:
“Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem sempre que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa”.
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Posted: 10 Oct 2019 01:07 PM PDT
Em uma tentativa de garantir um ambiente de trabalho saudável, as Nações Unidas implementaram em 2018 uma estrutura de boas práticas de saúde mental para seus milhares de funcionários. Foto: OMS
Em todo o mundo, 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano — uma a cada 40 segundos —, sendo esta a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A prevenção do suicídio é o tema do Dia Mundial da Saúde Mental deste ano, lembrado nesta quinta-feira (10).
“A saúde mental foi negligenciada por muito tempo”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em mensagem de vídeo. Segundo ele, o tema precisa ser abordado com urgência, já que é uma questão “que diz respeito a todos nós”.
“Precisamos de mais investimentos em serviços. E não devemos permitir que o estigma afaste as pessoas da ajuda de que precisam”, disse. “Não há saúde sem saúde mental”.
A OMS, apoiando o Dia Mundial deste ano, afirmou que a cada ano a proporção de suicídios é responsável globalmente por mais mortes do que a guerra e o homicídio juntos.
Existe uma ligação bem estabelecida entre saúde mental e suicídio nos países desenvolvidos, e os traumas causados por desastres, violência e abuso também estão fortemente associados ao comportamento suicida, de acordo com os últimos números da agência, publicados no mês passado, às vésperas do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, lembrado em 10 de setembro.
No passado, a ONU e seus parceiros chamaram a atenção nesta data para diferentes aspectos da saúde mental, incluindo saúde mental das crianças, no local de trabalho, combate à estigmatização e impulso aos primeiros socorros psicológicos ou outras formas de apoio.
Este ano, a OMS e seus parceiros globais estão apoiando a convocação feita no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio por meio da campanha “40 segundos de ação”, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o tema e os métodos de prevenção.
Até o momento, apenas alguns países incluíram a eliminação do suicídio entre suas prioridades de saúde e apenas 38 relataram ter uma estratégia nacional de prevenção, informou a OMS. Embora os suicídios sejam evitáveis, o estigma e o tabu em torno da saúde mental não foram abordados em muitas sociedades.
Em uma tentativa de garantir um ambiente de trabalho saudável, as Nações Unidas implementaram em 2018 uma estrutura de boas práticas de saúde mental para seus milhares de funcionários.
O Programa de Ação de Lacunas na Saúde Mental da OMS (mhGAP), lançado globalmente em 2008, serve como um guia baseado em evidências para aumentar os serviços de transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias.
O plano de ação de 2013-2020 estabelece uma meta global de reduzir as taxas de suicídio em 10% até 2020, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que estabelece uma meta de baixar as taxas de suicídio em um terço até 2030.
Em uma missão conjunta voltada para jovens, a OMS, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), convocará uma conferência global sobre saúde mental de crianças e adolescentes no próximo mês, no dia 7 de novembro.
Especialistas mundiais e jovens advogados devem se reunir para uma consulta de três dias em Florença, na Itália, a fim de atender às crescentes lacunas nos serviços de saúde mental para crianças e jovens. Dados preocupantes mostram o suicídio como a principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos.
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Posted: 10 Oct 2019 12:24 PM PDT
O aplicativo RealSolids ensina sobre os sólidos geométricos (figuras geométricas em três dimensões) a partir de locais reais. Foto: Divulgação | UNICEF.
Aprender história por meio da matemática pode não parece a combinação mais comum, mas o aplicativo educativo RealSolids – idealizado por quatro estudantes e uma professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR) – permite que alunos do ensino fundamental interajam com sólidos geométricos (figuras geométricas em 3 dimensões) ao mesmo tempo em que aprendem sobre monumentos e lugares históricos do Brasil e do mundo.
O projeto foi desenvolvido coletivamente pela equipe Prisma, uma das vencedoras da edição 2018 da Maratona UNICEF SAMSUNG.
Sobre a Maratona UNICEF SAMSUNG
A Maratona oferece a oportunidade para que estudantes de escolas públicas, professores, designers e programadores organizem equipes com o objetivo de desenvolver projetos de aplicativos educativos voltados para turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, nas áreas de linguagens (língua portuguesa, arte, educação física e língua inglesa); matemática; ciências da natureza e ciências humanas (geografia e, história).
A iniciativa conjunta do UNICEF e da SAMSUNG foi lançada em abril de 2018, e é organizada em parceria com a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), por meio do programa Brasil Mais TI.
A primeira edição contou com mais de 100 equipes inscritas, das quais 31 foram selecionadas para participar. Ao longo de seis meses, as equipes passaram ao desenvolvimento dos protótipos, que foram testados em escolas e aprimorados.
O resultado final da Maratona 2018 foi um conjunto de 31 projetos que podem se transformar em tecnologias sociais disponibilizadas para escolas de todo o país.
Tecnologia para o ensino
Tudo começou com a professora de matemática do IFPR, Viviane Fuly, que tinha um grande desejo de aplicar tecnologia para o ensino da disciplina na escola em que lecionava. Ela já tinha um objetivo definido: trabalhar com sólidos geométricos, matéria que consta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para ser aplicada nos anos iniciais do ensino fundamental. O que ela ainda não tinha era a capacidade técnica para colocar sua ideia na tela do celular.
Foi quando que se somaram à equipe dois estudantes de graduação do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Willian Cligor e Adriel Dias, e outros dois estudantes de ensino médio técnico, Giovanna Custódio (informática) e Rafael Sardinha (eletromecânica).
Quando a História encontra a Matemática
Com integrantes de tantas áreas diferentes, a equipe decidiu ir além da matemática e refletir a própria interdisciplinaridade no projeto. Conversando com a professora de artes do IFPR, decidiram unir arquitetura e história ao app.
“Vimos que muitos sólidos geométricos estavam presentes em elementos do dia a dia, como os monumentos. Então, fizemos a ligação do geométrico com a história”, conta Willian Cligor, um dos responsáveis pela programação do aplicativo.
A ideia se transformou no aplicativo RealSolids, voltado para os anos iniciais do ensino fundamental. Nele, os sólidos são desenhados a partir de locais reais, apresentando a localização geográfica e dados históricos da região em que estão.
É possível identificar, a partir das perguntas, por exemplo, o formato, o nome e a história do Museu de Arte de São Paulo (Masp), com sua característica forma retangular. Assim, o aluno aprende e adquire conhecimentos ao mesmo tempo de História e de Matemática.
Realidade aumentada e a escola
Durante os meses de desenvolvimento do protótipo, os estudantes também participaram da mentoria oferecida pela Maratona, e tiveram contato com uma nova realidade: a aumentada. Foi a partir dela que o projeto seguiu incorporando funcionalidades.
A tecnologia permitiu que o aplicativo desse ao usuário a experiência de ver os sólidos em 3D. “Não tínhamos noção de como usar realidade aumentada, então nosso monitor nos norteou. Daí, aprendemos como fazer durante a Maratona”, relatou o universitário Willian Cligor.
No app, uma vez que o estudante identifica o sólido, uma animação guia a contagem das suas faces, vértices e arestas, e em seguida o apresenta em evolução até sua planificação. Depois, o aluno tem a oportunidade de interagir com o sólido em realidade aumentada.
Mascote facilita a comunicação com as crianças e homenageia grande matemático
Pensando no público-alvo do projeto, estudantes de ensino fundamental, a equipe teve mais uma ideia. Um prisma de base quadrada ganhou vida nas mãos de Rafael Sardinha, então estudante de ensino médio e um dos responsáveis pelo design do projeto.
Foi a primeira vez que ele teve contato com ferramentas de design e criação. “Entrei no Paint 3D [programa de edição de imagens] e tentei criar. Como o app é relacionado com sólidos geométricos, peguei um prisma e dei uma personificação para ele”, explicou.
Assim nasceu Tales, o mascote do aplicativo. Seu nome é uma homenagem a um dos grandes matemáticos da história, o grego Tales de Mileto. No app, ele é o responsável por guiar o estudante durante todo o processo educativo e explicar a história de cada localização.
“Pensamos em um mascote pra trazer uma linguagem acessível e uma caracterização; ter a presença de algo que auxilia a criança e a conduz para conhecer melhor o aplicativo”, completou o programador, Willian Cligor.
Com tudo pronto, o protótipo foi testado em uma turma de 40 estudantes do 6º ano do ensino fundamental, momento essencial para que a equipe tivesse opiniões dos usuários e aprimorasse funcionalidades do aplicativo.
A professora da equipe esteve atenta para ouvir a opinião das crianças. “Pegamos as dicas do olhar das crianças e incorporamos”, destacou Viviane.
Professor também aprende – tecnologia aplicada
O projeto de aplicativo foi desenvolvido pela equipe Prisma, uma das vencedoras da edição 2018 da Maratona UNICEF SAMSUNG. Foto: Divulgação | UNICEF.
Com a ideia desenvolvida e testada, o aplicativo foi levado para São Paulo durante a final da Maratona UNICEF SAMSUNG e apresentado com sucesso. Os estudantes participaram de visitas técnicas durante dois dias em grandes empresas da cidade e apresentaram o aplicativo para avaliadores e outros estudantes de todo o país.
“Foi uma maratona mesmo. A cada semana tínhamos uma atividade e um desafio novo, e isso que foi legal, porque a equipe aprendeu bastante”, apontou Viviane.
“Nós, como professores, a maior satisfação que temos é ver o aluno progredindo, e é nítido o crescimento dos membros da equipe ao longo da maratona”, completou.
A professora se orgulha dos alunos, mas a experiência também foi de grande importância para ela, que após a Maratona teve a certeza de que quer seguir estudando sobre produção e uso de tecnologia aplicada à matemática em seu doutorado.
“Eu estava estudando para realizar pesquisa em modelagem matemática, mas desisti e decidi investir na área de tecnologia. Depois da maratona, tive esta certeza”, concluiu.
Edição 2019 Maratona UNICEF SAMSUNG – Inscrições abertas
As inscrições para a segunda edição da Maratona UNICEF SAMSUNG estão abertas até o dia 27 de outubro de 2019.
Desta vez, a Maratona focará em aplicativos voltados para o ensino médio.
Clique aqui para saber mais e se inscrever.
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Posted: 10 Oct 2019 12:03 PM PDT
Clique para exibir o slide.Presidentes de empresas, empreendedoras e empresárias participaram na segunda-feira (7) da cerimônia de entrega do Prêmio WEPs Brasil 2019, em São Paulo (SP). WEPs é a sigla em inglês para os Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa de ONU Mulheres e Pacto Global que orienta empresas a promover a igualdade de gênero por meio do empoderamento das mulheres.
Das 181 empresas que se inscreveram no Prêmio WEPs Brasil 2019, 61 tiveram suas práticas premiadas, sendo que oito fazem parte do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) — PWC, Natura, Enel, Braskem, Petrobras, Itaú, BASF e Santander, além de Albert Einstein e Siemens, que receberam menções honrosas.
Na terça e quarta-feira (8 e 9), a programação promovida por ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e União Europeia (UE) continuou com o Fórum WEPs 2019.
O evento foi aberto pelo embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ybañez Rubio, pela diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe, Maria-Noel Vaeza, e pelo secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira.
Na sequência, foram apresentados painéis por CEOs de empresas signatárias dos WEPs, pelas ganhadoras do Prêmio WEPs Brasil e outras empresas e organizações do “Programa-Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios” de Argentina, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai.
Foram abordados temas como igualdade salarial, licenças parentais, compras sensíveis ao gênero, barreiras impostas a empresas de mulheres na exportação e o acesso ao crédito, eliminação dos estereótipos de gênero na propaganda, entre outros.
O Prêmio WEPs, o Fórum WEPs e o Seminário Internacional têm como realizador o “Programa Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios”, com o apoio institucional do Pacto Global.
Para a coordenadora regional do programa, Esther Senso, a realização do prêmio, do fórum regional e do seminário reafirma a parceria entre a iniciativa e empresas comprometidas com a igualdade de gênero para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“No Brasil, apenas 37% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres. A situação é ainda mais desigual para a mulher negra, que além do pouco acesso à liderança das empresas, enfrenta uma taxa de desemprego (16%) que é o dobro da verificada entre homens brancos”, disse o secretário executivo da Rede Brasil do Pacto Global, Carlo Pereira.
“As empresas têm um papel fundamental no combate à desigualdade de gênero, por isso, é importante reconhecer e divulgar boas práticas, e o Pacto Global adotou o tema gênero como uma de suas prioridades para 2020.”
Em sua primeira missão ao Brasil, a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe afirmou que o setor privado é extremamente importante para o empoderamento das mulheres.
“Quando a mulher está empoderada dentro da empresa, a empresa ganha mais”, declarou. “A mulher tem que ter a possibilidade de trabalhar na empresa e participar da economia formalmente. Caso contrário, os países não crescem”, completou.
Para o embaixador da UE no Brasil, o setor privado brasileiro é um pioneiro internacional quanto ao seu engajamento com os Princípios de Empoderamento das Mulheres. “Este conjunto de princípios fornece orientações sobre como capacitar e empoderar as mulheres e promover local de trabalho, mercado e comunidade não discriminatórios”, disse.
Em sua terceira edição, a premiação cresceu e saltou de 81 empresas inscritas em 2014 para 181 em 2019, destas, 68 foram finalistas e 61 premiadas.
Sem concorrer entre si, mas sim pela maior pontuação dentre os Princípios de Empoderamento das Mulheres, 12 companhias receberam troféus na categoria Menção Honrosa, 21 na Bronze, 15 na Prata e 12 na Ouro.
A empresa Unilever foi o principal destaque da noite, a única a levar para casa o troféu na categoria Diamante, tendo atingido mais de 95% de aproveitamento na implementação dos Princípios de Empoderamento das Mulheres e sido reconhecida na categoria ouro em edições anteriores.
Esta categoria foi pensada para reconhecer a implementação continuada e comprometida dos Princípios, seja com ações internas quanto externas, refletindo os esforços globais da empresa.
“O Brasil este ano passou de terceiro a segundo lugar e estamos perto de alcançar a Turquia no primeiro lugar em empresas signatárias dos Princípios. Duzentas e setenta e três empresas assumiram publicamente e internamente seus compromissos com o empoderamento das mulheres brasileiras. No mundo, são mais de 2,5 mil empresas signatárias”, afirmou a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino.
A escolha das empresas incluiu visitas de avaliação e a consolidação dos resultados pela Comissão Técnica. A proposta de reconhecimento das finalistas é submetida a uma Banca de Juízas, que definiram as que receberam o reconhecimento pelo Prêmio WEPs Brasil 2019. As empresas foram divididas entre pequeno, médio e grande porte.
O processo de premiação e o resultado tiveram a validação de auditoria independente para todas as etapas do prêmio. A empresa J F Granja S/S realizou a auditoria, emitindo o Relatório de Pleno Atendimento ao Regulamento.
Nesta edição, inscreveram-se empresas de quatro regiões do Brasil, de 13 estados, sendo que a maior concentração foi na região Sudeste, com 127 inscritas e 53 finalistas. Cerca de 20% do PIB brasileiro foi mobilizado com as ações do prêmio, com propósito de incentivo e de estímulo às práticas de equidade de gênero.
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Posted: 10 Oct 2019 11:04 AM PDT
Tribunais e magistrados do país agora contam com um manual de orientações sobre indígenas processados criminalmente. Foto: PNUD/Tiago Zenero
Tribunais e magistrados do país agora contam com um manual de orientações sobre indígenas processados criminalmente. Publicado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no âmbito do Programa Justiça Presente, o guia aborda a Resolução 287/2019, que estabelece procedimentos para o tratamento das pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade, e dá diretrizes para assegurar os direitos dessa população no âmbito criminal do Poder Judiciário.
A publicação atende à exigência da própria resolução, aprovada em junho, que entrou em vigor em 30 de setembro. Entre os principais aspectos abordados no manual estão a incorporação do critério da autodeclaração da pessoa indígena, a atenção ao direito de a pessoa indígena ser entendida e se fazer entender no processo por meio de intérprete, a adequação de medidas cautelares e penas restritivas de direitos a costumes e tradições indígenas e a possibilidade de o juiz homologar mecanismos tradicionais de responsabilização criminal.
Para o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Carlos Gustavo Direito, o manual é um instrumento prático. “São orientações objetivas que buscam facilitar a observância da Resolução 287 e oferecer caminhos concretos para que juízes e juízas possam adequar os procedimentos judiciários envolvendo indígenas ao marco normativo da Constituição Federal e dos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário”, ressalta.
De acordo com a gerente de projeto do PNUD Gehysa Lago Garcia, “a publicação faz parte de uma série de ações de promoção de cidadania e de garantia de direitos às pessoas privadas de liberdade, desenvolvidas no âmbito do Programa Justiça Presente, uma parceria estratégica para o PNUD”.
A coordenadora técnica do manual, Renata Laurino, destaca a importância do documento diante da amplitude da resolução, que abarca desde a forma de registro de informações sobre indígenas nos atos processuais até os direitos específicos dessa população quando privada de liberdade em estabelecimentos penais. “São procedimentos fundamentais para o respeito aos costumes e tradições indígenas e para que essa população possa receber um tratamento justo pelo Poder Judiciário”, avalia.
Clique aqui para acessar o manual.
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Posted: 10 Oct 2019 10:25 AM PDT
Criança caminha no campo de Al Hol, nordeste da Síria. O campo abriga mais de 70 mil pessoas, das quais mais de 90% são mulheres e crianças. Foto: OCHA/Hedinn Halldorsson
O aumento das operações militares no nordeste da Síria obrigou dezenas de milhares de civis a procurar abrigo, disse a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta quinta-feira (10), um dia depois de a Turquia ter lançado ataques aéreos e uma ofensiva terrestre na fronteira entre os dois países.
O ACNUR está pedindo a todos os lados que respeitem a lei internacional de direitos humanos, que prevê acesso das organizações de ajuda humanitária às pessoas necessitadas.
“Centenas de milhares de civis no norte da Síria estão agora em perigo. Civis e infraestrutura civil não podem ser um alvo”, afirmou o alto-comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi.
O ACNUR alerta que a situação deve provocar ainda mais sofrimento para uma população que enfrenta a maior crise de deslocamento do mundo, com mais de 5 milhões de sírios vivendo como refugiados, enquanto outros 6 milhões estão internamente deslocados.
A chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) também manifestou preocupação com os últimos desenvolvimentos no país devastado pela guerra, decorrentes da decisão anunciada no domingo (6) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tropas norte-americanas da região.
As forças americanas trabalham ao lado da milícia curda há anos, conhecida como YPG, considerada terrorista pela Turquia.
A diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, disse que “uma escalada militar teria consequências dramáticas na capacidade dos atores humanitários de fornecer assistência e proteção a milhares de crianças vulneráveis”.
Além disso, qualquer nova campanha militar pode levar à insegurança e ao caos, o que poderia criar circunstâncias para o ressurgimento do grupo extremista Estado Islâmico, de acordo com os membros da Comissão Internacional Independente de Inquérito que investigam violações cometidas no conflito sírio que já leva oito anos.
“A última coisa de que os sírios precisam agora é de uma nova onda de violência”, afirmaram.
Os comissários disseram que mais de 100.000 pessoas deslocadas anteriormente, a maioria mulheres e crianças com supostos vínculos com combatentes do Estado Islâmico, permanecem em campos improvisados ”com acesso limitado a serviços básicos e em risco de radicalização na ausência de programas de reabilitação por idade e gênero”.
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Posted: 10 Oct 2019 10:02 AM PDT
Isadora Ferreira e Didi Wagner na entrega do Prêmio Rock in Rio Atitude Sustentável – Foto: Anette Alencar/I hate flash
O Sistema ONU no Brasil participou da edição 2019 do Rock in Rio com diversas atividades, culminando com a entrega do prêmio Atitude Sustentável, que destaca patrocinadores e fornecedores que possuem boas práticas nesta área. A gerente de comunicação da ONU no Brasil, Isadora Ferreira, subiu ao Palco Mundo no dia 6 de outubro para destacar o trabalho da empresa Steffen.
Isadora lembrou que um dos objetivos das Nações Unidas é justamente promover a sustentabilidade, através da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “O rock’n roll sempre foi revolucionário e atualmente nada é mais revolucionário do que cuidar de nós mesmos, cuidar das pessoas que nos cercam e cuidar do planeta, que é a nossa casa”, afirmou a representante das Nações Unidas no Brasil ao fim do evento.
O prêmio dá visibilidade pública aos fornecedores e parceiros que se destaquem com as melhores práticas do Plano de Sustentabilidade do Rock In Rio, dentro e fora da Cidade do Rock, nas categorias operador de estande, loja e fornecedor. Os vencedores deste ano foram as empresas Doritos Rainbow, Natura Cosméticos, e Rentokil, além da menção honrosa concedida à empresa Steffen.
A vice-presidente do festival, Roberta Medina, explicou que o evento detém a certificação ISO 20121 de sustentabilidade. “Nosso plano de gestão é baseado nos pilares da sustentabilidade: Social, Econômico e Ambiental. Valorizar parceiros e fornecedores e engajá-los para tornar o evento ainda mais sustentável é um dos nossos compromissos”, afirmou.
A ONU Brasil também participou do Rock in Rio com mensagens sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030. Nos sete dias do evento, um videoclipe chamando os roqueiros para a ação foi exibido nos intervalos dos shows nos palcos Sunset e Mundo. A ação chegou a mais de 700 mil pessoas entre os dias 27 de setembro de 6 de outubro.
Além disso, informações sobre os ODS foram divulgadas em comunicados para fornecedores, patrocinadores e toda a equipe que trabalhou no maior festival de música brasileiro. As ações de comunicação da ONU Brasil junto ao festival foram coordenadas pelo Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC Rio).
O Rock in Rio ocupou 385 mil metros quadrados na Cidade do Rock, onde 250 atrações se apresentaram em nove palcos diferentes, com 300 horas de música reunindo 100 mil pessoas por dia durante sete dias. Esta é a 20ª edição do festival, realizado desde 1985.
Público acompanha entrega de prêmio no Rock in Rio – Foto: Anette Alencar/I hate flash
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Posted: 10 Oct 2019 08:23 AM PDT
Na próxima segunda-feira (14), às 17 horas, os atores Fábio Porchat e Kaysar Dadour participam de um bate-papo sobre refúgio promovido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e transmitido ao vivo pela página do @ACNURPortugues no Facebook.
Também participarão da conversa Prudence Kalambay, modelo, atriz e ativista congolesa; Yilmary de Perdomo, terapeuta ocupacional na Venezuela que se transformou em empreendedora no Brasil; e Miguel Pachioni, assessor de Informação Pública do ACNUR Brasil. O bate-papo, que tem o apoio do Facebook e de Porchat, faz parte da campanha #GenteDaGente e tem o objetivo de desmistificar estereótipos sobre os refugiados.
Para Porchat, será uma oportunidade de aprender sobre o assunto. “Existe muita confusão na cabeça do brasileiro com essa questão dos refugiados porque, curiosamente, é um tema novo para a gente. Então é sempre bom poder esclarecer para as pessoas e também para mim, que não sou refugiado e não tenho contato tão frequente com refugiados. Quero muito poder, cada vez mais, entender esse acontecimento global.”
Essa é a segunda vez que Dadour, ele mesmo refugiado sírio, participa da campanha #GentedaGente. “Refugiados são pessoas que, para escapar da violência, tiveram que abandonar quase tudo, menos a esperança de um futuro mais seguro”, diz.
Prudence, por exemplo, fugiu das perseguições que sofria no Congo levando apenas a filha de 4 anos. As duas enfrentaram uma longa jornada caminhando até a fronteira de um país vizinho para de lá seguir até Angola. Há mais de dez anos, resolveu tentar a vida no Brasil, onde hoje vive com seus cinco filhos. A ex-miss Congo trabalha como modelo e palestrante.
A história de Yilmary no Brasil é mais recente. A venezuelana chegou ao país três anos atrás. Sem conseguir validar o diploma de terapeuta ocupacional, buscou nas receitas de família uma nova forma de sustentar a família. Ela começou vendendo bolos e salgados em um ponto de ônibus e tem um trailer de comida em São Caetano do Sul (SP), onde vive com seu marido, três filhos e os sogros.
“A proposta da campanha é que, conhecendo as histórias de alguns dos mais de 11 mil refugiados e requerentes de refúgio que hoje vivem no Brasil, os brasileiros fiquem ainda mais sensibilizados e os acolham bem, sem preconceitos”, diz Natasha Alexander, chefe da unidade de parcerias com o setor privado do ACNUR. “Contar com a colaboração de artistas conhecidos e respeitados do público brasileiro, como Fábio Porchat e Kaysar Dadour, é fundamental para abranger o maior número de pessoas possível com essa mensagem”, completa.
Clique aqui para confirmar presença.
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Posted: 10 Oct 2019 08:02 AM PDT
O contra-almirante da Marinha do Brasil Eduardo Augusto Wieland é o comandante da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano. Foto: Marinha do Brasil
A presença da Marinha do Brasil na Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) representa a mais importante participação militar brasileira em uma missão de paz na atualidade. A opinião é do comandante do componente naval da missão, o contra-almirante da Marinha do Brasil Eduardo Augusto Wieland.
Em entrevista à revista Diálogo, produzida pelo Comando Sul dos Estados Unidos, o contra-almirante explica a atuação da Marinha do Brasil na UNIFIL e os benefícios que a participação brasileira traz à operação e a esse ramo das Forças Armadas.
Diálogo: Qual é a atual participação da Marinha do Brasil na FTM-UNIFIL?
Contra-almirante Eduardo Wieland: A Marinha do Brasil contribui com o comando da Força-Tarefa Marítima e oficiais e praças do Estado-Maior — ao todo, 21 —, com um capitão de mar e guerra encarregado do setor marítimo, com dois oficiais no Centro de Operações Navais e com o navio capitânia Fragata União, com 200 militares, que possui uma aeronave embarcada – AH-11A.
A participação da Marinha ocorre em razão da resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU, que criou uma Força Marítima para impedir a entrada ilegal de armas por via marítima no território libanês e, também, para apoiar o treinamento das Forças Navais e de Segurança do Líbano, até que elas possam executar tais tarefas por conta própria.
Diálogo: Qual é a área de operações, incluindo as tarefas realizadas dentro da Área Marítima de Operação (AMO), e sua importância no contexto operacional?
Contra-almirante Eduardo Wieland: A Área Marítima de Operação é uma região frontal ao Líbano que perfaz uma área de cerca de 5.000 milhas náuticas quadradas. Sua importância reside em ser o acesso aos portos libaneses, que são a espinha dorsal da economia local.
Diálogo: Quais benefícios a participação na FTM-UNIFIL traz à Marinha do Brasil?
Contra-almirante Eduardo Wieland: De forma direta, nos beneficiamos com a oportunidade do adestramento da nossa própria força, com a promoção do papel dos militares entre a sociedade e com o atendimento dos princípios constitucionais (defesa da paz e solução pacífica de conflitos, por exemplo).
Diálogo: A Marinha em breve iniciará as operações do helicóptero modernizado Wild Lynx no Líbano. Que ganhos a aeronave levará às operações?
Contra-almirante Eduardo Wieland: Os novos equipamentos instalados no Wild Lynx possibilitarão a identificação e classificação das unidades de superfície de forma mais rápida, o que proporcionará redução de tempo para verificação de uma mesma área, considerando-se as capacidades das atuais aeronaves até agora empregadas.
Diálogo: Como é a interoperabilidade com marinhas estrangeiras?
Contra-almirante Eduardo Wieland: Quando um navio passa a fazer parte da Força-Tarefa Marítima, ele passa a cumprir as normas da ONU, independentemente de sua origem, capacidade tecnológica e preparo profissional de sua tripulação. A missão em si é ostensiva, não necessita de equipamentos específicos; portanto, a interoperabilidade se faz na adoção de procedimentos comuns com uma língua comum.
Pode-se dizer ainda que operar em um ambiente multinacional onde existe interoperabilidade é bastante gratificante, pois, na essência, todas as marinhas são iguais. Aprendemos muito uns com os outros a respeito das culturas organizacionais de cada um, mas, na essência, somos intimamente semelhantes.
Diálogo: Qual é a importância de se trabalhar na construção da paz internacional?
Contra-almirante Eduardo Wieland: A “defesa da paz”, a “solução pacífica dos conflitos” e a “cooperação entre os povos para o progresso da humanidade” são princípios constitucionais estabelecidos no artigo 4º da nossa Carta Magna. Porém, muito além de estarmos cumprindo um dever constitucional, o sentimento é muito gratificante de podermos estar colaborando, dentro das nossas possibilidades, com a construção da estabilidade e consequente manutenção da paz nesta região tão sensível do planeta.
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Posted: 09 Oct 2019 02:36 PM PDT
“Nosso objetivo é usar o big data para coletar padrões do tráfego que possam ajudar os urbanistas a conduzirem um futuro mais eficiente”, Sonika Manandhar, co-vencedora pela Ásia do prêmio Jovens Campeões da Terra 2019.
Sonika Manandhar (30), do Nepal, está liderando uma iniciativa comprometida em capturar dados de veículos elétricos e reduzir emissões, tornando o transporte verde mais eficiente e, ao mesmo tempo, empoderando as mulheres.
A solução de Manandhar, a Green Energy Mobility, visa tornar o transporte público, especificamente os micro-ônibus no Nepal, uma alternativa de qualidade aos veículos particulares para combater as mudanças climáticas.
Mulheres e o transporte verde
No Nepal, veículos elétricos são popularmente conhecidos como “propriedade de mulheres”. Desse modo, a iniciativa de Sonika ainda contribui para o empoderamento feminino.
A Green Energy Mobility disponibiliza às mulheres motoristas acesso a empréstimos para adquirirem esse tipo de veículo, o que, por sua vez, ajuda a fornecê-las um transporte limpo e seguro após as 20h – quando a maioria dos transportes públicos em Kathmandu termina.
“Nossa visão é ajudar as mulheres a atualizarem seus veículos elétricos através de um financiamento com juros baixos”, disse Manandhar.
Reduzindo as emissões de carbono na Ásia e no mundo
A iniciativa de Sonika Manandhar também está comprometida em auxiliar o poder público a melhorar os deslocamentos pela cidade. “Nosso objetivo é usar o big data para coletar padrões do tráfego que possam ajudar os urbanistas a conduzirem um futuro mais eficiente”, apontou.
O setor de transporte global contribui com um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa. Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), afirmou: “Nosso sucesso na redução das emissões de carbono desse setor dependerá da forma como usamos os dados disponíveis; projetamos cidades melhores; e incentivamos sistemas de transporte público mais limpos”.
Segundo Andersen, a inovação proposta pela iniciativa da Sonika Manandhar é um esforço bem-vindo para empoderar as mulheres em uma categoria tradicionalmente dominada por homens, pois afirma a importância e o lugar delas no setor dos transportes.
Markus Steilemann, CEO da Covestro – empresa que oferece o prêmio Campeões da Terra juntamente com a ONU Meio Ambiente, disse: “O mundo dos negócios precisa de ideias novas e de uma cultura de startups que enfrente os desafios ambientais globais, assegurando ao mesmo tempo o nosso crescimento a longo prazo”.
A Covestro está entre as maiores empresas globais de polímeros, e quer ajudar a tornar o mundo um lugar melhor. “Os Jovens Campeões da Terra podem ajudar a alcançar isso e todos na Covestro têm orgulho em apoiá-los”, concluiu.
Sobre os Jovens Campeões da Terra
O Prêmio Jovens Campeões da Terra começou em 2017, e é concedido anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente a jovens ambientalistas entre 18 e 30 anos de idade, por suas destacadas ideias em prol do meio ambiente.
Sonika Manandhar é uma das sete vencedoras entre África, América do Norte, América Latina e Caribe, Ásia e Pacífico, Europa e Ásia Ocidental.
Os vencedores foram homenageados durante a Cerimônia dos Campeões da Terra, na seda da ONU em Nova Iorque, no dia 26 de setembro, evento que coincidiu com a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas e a Cúpula de Ação Climática.
Sobre o PNUMA
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é o principal porta-voz mundial em matéria ambiental. Ele proporciona liderança e incentiva parcerias no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer as gerações futuras.
O PNUMA trabalha com governos, setor privado, sociedade civil, outras entidades da ONU e organizações internacionais em todo o mundo.
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