Boletim diário da ONU Brasil: “ONU-HABITAT e Colab reabrem consulta pública sobre cidades sustentáveis” e 7 outros.
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Posted: 04 Oct 2019 10:26 AM PDT
Vista aérea da cidade do Rio de Janeiro. Foto: ONU-Habitat/Julius Mwelu
O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) e o Colab, uma startup de inovação em gestão pública, lançaram na terça-feira (1) a consulta digital Cidades Sustentáveis, cujo objetivo é captar a percepção das pessoas sobre temas de desenvolvimento sustentável.
Os resultados da consulta serão utilizados na elaboração de um diagnóstico sobre o avanço das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 11 (ODS 11), que visam tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
A consulta é parte do projeto “Sistemas de Responsabilidade Pública: Medir, Monitorar e Informar sobre Políticas Urbanas Sustentáveis na América Latina”, com o objetivo de promover a transparência e a participação dos cidadãos na implementação das políticas públicas nas cidades.
“É fundamental ouvir a população e captar suas ideias sobre como sua cidade está evoluindo em direção ao ODS 11 e permitir uma análise mais precisa e coletiva da realidade das cidades brasileiras”, diz Claudio Acioly, chefe da Unidade de Desenvolvimento de Capacidades do ONU-HABITAT.
Para participar, é necessário acessar o site www.colab.re ou baixar o aplicativo Colab e responder as 29 perguntas de múltipla escolha sobre temas como transporte, inclusão, condições de moradia, espaços públicos, serviços básicos e transparência.
Cerca de 10.000 pessoas participaram da primeira edição da pesquisa no Brasil. Os resultados da consulta realizada em 2018 estão disponíveis na íntegra na publicação Consulta Cidades Sustentáveis na página do ONU-HABITAT.
O período da consulta desta edição vai até 31 de janeiro de 2020. A pesquisa será repetida a cada ano até 2030 para que seja possível acompanhar a evolução das metas do ODS até o prazo final para alcance dos objetivos previsto pela Agenda 2030.
Uma novidade neste ano é que a consulta está sendo realizada também em outras cidades da América do Sul por meio de um aplicativo criado pela OS City, uma startup mexicana. A pesquisa está disponível nas cidades de Chimbote, Trujillo, Barranco e Miraflores (Peru) e Tarija e La Paz (Bolívia).
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Posted: 04 Oct 2019 10:01 AM PDT
Shehana estuda no Diamond Adolescent Club, criado por parceria de ACNUR com CODEC. Em uma sala de bambu no campo de Kutupalong, 30 meninas rohingya, de 14 anos ou mais, escrevem em seus livros de exercícios, enquanto uma fórmula matemática é colocada na lousa. Foto: ACNUR/Iffath Yeasmine
Para a maioria de nós, educação é como alimentamos nossas mentes curiosas e descobrimos as paixões de nossas vidas. É também como aprendemos a nos cuidar, a adentrar no mundo do trabalho, a organizar nossos lares e a lidar com as tarefas e desafios diários. No entanto, milhões de refugiados ainda enfrentam barreiras que os impedem de ter acesso à educação.
1. 3,7 milhões de crianças refugiadas estão fora da escola
Em um mundo de conflitos, estamos perdendo um dos melhores investimentos que existem: a educação de jovens refugiados. Isso não é uma despesa, mas uma oportunidade de ouro.
Alamuddin fugiu para o Iêmen depois de perder os pais e, quando chegou ao país, a barreira do idioma e a falta de documentação escolar anterior o impediram de concluir seus estudos. Foto: SDF/Majed Al-Zomaly
2. No nível primário, o número de crianças refugiadas matriculadas nas escolas é de 63%, enquanto o número global para todas as crianças é de 91%
Apesar do grande investimento no ensino primário, o aumento contínuo de deslocamentos forçados em todo o mundo – incluindo refugiados, solicitantes de refúgio, pessoas deslocadas dentro de suas próprias fronteiras e apátridas – significa que existem grandes lacunas entre refugiados e seus pares não refugiados quando se trata de acesso à educação.
Alunas jogam videogame em campus universitário de Beirute, Líbano. À esquerda, Weam, de 19 anos, é estudante de Ciência da Computação na Universidade Libanesa (UL). Ela é uma das beneficiadas pela bolsa de estudos DAFI, financiada pelo governo alemão. Foto: ACNUR/Antoine Tardy
3. A proporção de refugiados matriculados no ensino médio é mais de dois terços inferior ao nível de não refugiados
O efeito é devastador. Sem uma continuidade do ensino na escola secundária, os progressos alcançados nos anos anteriores terão vida curta, e o futuro de milhões de crianças refugiadas será jogado fora.
Estudantes leem em um espaço seguro para meninas em Paysannat L, no campo de refugiados de Mahama, Kirehe, leste de Ruanda. Foto: ACNUR/Georgina Goodwin
4. Apenas 3% dos refugiados estão matriculados no ensino superior
O ensino superior transforma os alunos em líderes. Aproveita a criatividade, energia e idealismo dos jovens, modelando e desenvolvendo habilidades cruciais para a tomada de decisões, ampliando suas vozes e permitindo mudanças geracionais rápidas.
5. Entre 2014 e 2018, escolas de 34 países sofreram 14 mil ataques violentos
As escolas devem ser refúgios seguros. É por isso que todos devemos condenar os atos de violência contra escolas, alunos e professores que continuam a ser praticados em países afetados por conflitos. Houve 14 mil desses incidentes em 34 países entre 2014 e 2018, incluindo bombardeios, ocupação parcial ou total de grupos armados, sequestro, estupro e recrutamento forçado. Tal violência contra inocentes é imperdoável e deve parar.
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Posted: 04 Oct 2019 08:15 AM PDT
Clique para exibir o slide.A iniciativa de sustentabilidade Ant Forest recebeu em setembro (19) o Campeões da Terra 2019, principal prêmio ambiental da ONU, por transformar as boas ações de meio bilhão de pessoas em árvores reais, plantadas em algumas das regiões mais áridas da China.
A ONU Meio Ambiente reconheceu a Ant Forest na categoria “Inspiração e Ação”.
Lançada pelo Ant Financial Services Group, afiliado do grupo Alibaba, a Ant Forest promove estilos de vida mais ecológicos, inspirando os usuários a reduzir as emissões de carbono em suas vidas e a proteger o meio ambiente.
Os usuários da Ant Forest são encorajados a registrar sua pegada de baixo carbono por meio de ações diárias, como no uso do transporte público ou pagando contas de serviços públicos online.
Para cada ação, eles recebem pontos de “energia verde” e, quando acumulam um certo número de pontos, uma árvore é plantada.
Os usuários podem visualizar imagens de suas árvores em tempo real via satélite e podem optar por proteger áreas de conservação. A plataforma também está explorando soluções inovadoras para aliviar a pobreza e melhorar a vida da população local, alavancando o poder da tecnologia digital.
Desde seu lançamento, em agosto de 2016, a Ant Forest e suas parceiras plantaram cerca de 122 milhões de árvores em algumas das áreas mais secas da China.
As árvores cobrem uma área de 112.000 hectares e o projeto se tornou a maior iniciativa de plantação de árvores do setor privado no país.
“A Ant Forest mostra como a tecnologia pode transformar nosso mundo, aproveitando a energia positiva e a inovação dos usuários globais”, disse Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
“Embora os desafios ambientais que enfrentamos sejam assustadores, temos a tecnologia e o conhecimento para superá-los e redesenhar a forma como interagimos com o planeta. Iniciativas como a Ant Forest aproveitam o melhor da capacidade humana e da inovação para criar um mundo melhor”, disse ela.
A necessidade de uma ação global urgente sobre mudanças climáticas foi salientada na Cúpula de Ação Climática da ONU, realizada em 23 de setembro em Nova Iorque.
A cúpula teve como foco o desenvolvimento de soluções ambiciosas em áreas específicas: uma transição global para energias renováveis; infraestruturas e cidades sustentáveis; resiliência e adaptação aos impactos climáticos; alinhamento das finanças públicas e privadas com uma economia líquida zero; e agricultura e gestão sustentáveis de florestas e oceanos.
O reconhecimento da Ant Forest como Campeã da Terra destaca a importância da restauração do ecossistema na redução das emissões que alimentam a mudança climática.
Em março, as Nações Unidas destacaram a necessidade urgente de proteger os sistemas naturais que sustentam a vida, declarando a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas de 2021-2030 .
“Estamos verdadeiramente honrados por receber essa premiação”, disse Eric Jing, presidente e diretor-executivo da Ant Financial.
“A Alipay Ant Forest reflete nossa crença de que a tecnologia pode e deve ser aproveitada para o bem social. Somos gratos aos nossos muitos usuários e parceiros que se uniram aos esforços de plantar 122 milhões de árvores e promover uma visão compartilhada de desenvolvimento sustentável e inclusivo. A popularidade da Alipay Ant Forest mostra que o público está pronto para tomar medidas para combater a mudança climática”, disse ele.
O Prêmio Campeões da Terra é a maior homenagem ambiental da ONU para indivíduos de setores público, privado e sociedade civil cujas ações tiveram impacto positivo e transformador para o meio ambiente. Desde seu lançamento, em 2005, o prêmio anual já reconheceu 88 vencedores, incluindo chefes de Estado e inovadores tecnológicos.
A Ant Forest está entre os cinco vencedores deste ano. As outras categorias são Liderança Política, Visão Empresarial e Ciência e Inovação.
Os vencedores de 2019 foram homenageados durante a 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU. Também foram homenageados no evento sete jovens empreendedores entre 18 e 30 anos, com soluções ambientais, que levaram para casa o cobiçado prêmio Jovens Campeões da Terra.
O prêmio Campeões da Terra já reconheceu inovações chinesas, em especial nos domínios da luta contra a poluição e a desertificação.
Em 2018, o Programa de Renascimento Rural Verde de Zhejiang ganhou o prêmio na categoria Inspiração e Ação por seu trabalho regenerando cursos de água poluídos e terras danificadas; e em 2017, a Comunidade de Reflorestação Saihanba foi reconhecida na categoria Inspiração e Ação por transformar terras degradadas no extremo sul do interior da Mongólia em um paraíso exuberante.
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Posted: 04 Oct 2019 07:47 AM PDT
Clique para exibir o slide.Nomeadas embaixadoras da juventude pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Aryane Parra, de 24 anos, e Karla Braga, de 22, foram premiadas na terça-feira (24) no Desafio Inove+, realizado na cidade de Belém (PA). Trata-se do mais importante prêmio de empreendedorismo universitário da região Norte do país.
A premiação envolveu soluções inovadoras para a criação de novos produtos ou serviços que contribuam para o desenvolvimento do estado do Pará. A equipe composta pelas jovens alcançou o segundo lugar da competição.
Durante o desafio, que durou quatro semanas, as participantes tiveram imersões com temáticas voltadas para o desenvolvimento de negócios.
O resultado foi a fundação da “LAMAZÔNIAS”, startup que busca, por meio de uma plataforma que fomenta o rastreio de “produtos verdes”, fortalecer e desenvolver cadeias produtivas na Amazônia. Um dos objetivos é aumentar a renda dos produtores da sociobiodiversidade amazônica.
A iniciativa somente pôde tomar forma a partir do treinamento em inovação e liderança oferecido pelo Programa Embaixadores da Juventude, realizado pelo UNODC em parceria com o Instituto Caixa Seguradora e que tem a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável com base.
Para Aryane, a iniciativa do UNODC com o Instituto Caixa Seguradora trouxe “novas energias” para desenvolver outros mecanismos de impacto social que contribuíssem para a concretização da Agenda 2030 na Amazônia.
O LAMAZÔNIAS busca ser uma maneira eficiente de ligar o cliente ao produtor sustentável. “Começamos com a agricultura familiar e a produção de alimentos orgânicos. No momento, estamos rastreando produtores certificados para cadastrar na nossa plataforma. Assim, a LAMAZÔNIAS vai fomentar o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) na região, para favorecer a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável”, afirmou Aryane.
“Ao conferir rastreabilidade aos produtos, garantimos ao consumidor que eles não têm origem em práticas que degradam o meio ambiente ou nossos povos e comunidades tradicionais. Dessa maneira, a nossa plataforma garante ao agricultor familiar da região amazônica uma alternativa de comercialização e de geração de renda”, acrescentou.
Já Karla reconhece a importância da conexão estabelecida com a juventude local para o desenvolvimento da startup premiada. “O mais lindo de tudo é ver que não somente eu e ela, mas diversos jovens se uniram para criar projetos incríveis em prol de uma transformação sonhada e tanto pedida pelo nosso ecossistema Amazônico”, afirmou.
As jovens se conheceram durante a 4ª edição do Programa Embaixadores da Juventude, realizada em Belém, em junho de 2019.
Programa Embaixadores da Juventude
A iniciativa, lançada em 2016 pelo UNODC em parceria com o Instituto Caixa Seguradora, visa desenvolver o perfil de liderança e competências pessoais e inter-relacionais entre jovens de 18 a 25 anos.
Tendo a Agenda 2030 como eixo de atuação, o programa encoraja a autonomia, a resiliência e a liderança entre jovens, além de fortalecer a representação de seus beneficiários em espaços nacionais e internacionais de tomada de decisão.
Desde sua criação, quatro cursos de capacitação já foram realizados, em Brasília (DF), Salvador (BA) e Belém (PA), e cerca de 100 jovens foram beneficiados.
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Posted: 04 Oct 2019 06:56 AM PDT
O alto-comissário reforçou o apoio do ACNUR ao México na abordagem das causas dos movimentos de migração e refugiados da América Central. Foto: ACNUR
Durante visita de quatro dias ao México, o alto-comissário da ONU para refugiados, Fillipo Grandi, reuniu-se com refugiados e requerentes de refúgio no norte e sul do país.
Na ocasião, eles falaram sobre atos de violência, abuso e perseguição promovidos por quadrilhas criminosas que os forçaram a abandonar seus países de origem.
Grandi iniciou sua jornada no México na sexta-feira (27) no estado de Coahuila, nordeste do país, onde visitou em Santillo uma fábrica que emprega cerca de 70 refugiados, de um total de 1,5 mil trabalhadores.
Os refugiados da empresa foram realocados do sul do país por meio de uma colaboração entre autoridades nacionais, estaduais e locais, além de empresas privadas, sociedade civil e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O programa ajuda os refugiados a integrar e contribuir com a economia local. O alto-comissário ficou animado ao ouvir sobre as experiências de chegada ao país, as boas-vindas que receberam das comunidades locais e o processo contínuo de integração na sociedade mexicana.
“Esse projeto inovador faz com que todos saiam ganhando”, disse Grandi. “Ajuda a suprir a escassez de mão de obra em algumas regiões, dando aos refugiados e suas famílias acesso a empregos, educação e moradia e, acima de tudo, segurança e dignidade. É um excelente modelo que pode ser replicado, não apenas no México, mas em outras partes do mundo.”
Sob o programa, e com o apoio das autoridades locais, mais de 3 mil refugiados foram realocados para quatro estados no México apenas este ano. Em média, mais de 100 refugiados são realocados para cidades no centro e norte do país todas as semanas.
De uma fronteira para pessoas que desejam chegar aos Estados Unidos, o México está se tornando um país de destino para refugiados e migrantes da América Latina e de outras regiões. As solicitações de asilo no México aumentaram de cerca de 2,1 mil em 2014 para mais de 48 mil nos primeiros oito meses deste ano.
“O México enfrenta desafios e preocupações crescentes como resultado de mudanças nas políticas dos Estados Unidos, que levaram a um aumento significativo no número de indivíduos que decidem solicitar asilo no México, colocando uma pressão adicional a um sistema de asilo já sobrecarregado”, explicou Grandi.
“As preocupações a respeito disso são ainda mais acentuadas ao longo da fronteira norte do México.”
O alto-comissário também visitou o estado de Chiapas, no sul, que abriga quase 70% dos solicitantes de refúgio no México.
“As pessoas que conheci foram impactadas física e emocionalmente, estão assustadas e precisam de ajuda”, disse o alto-comissário depois de visitar refugiados e requerentes de asilo na cidade de Tapachula, em Chiapas.
“Sou grato pelos esforços do México em protegê-los e ajudá-los, especialmente em um momento em que o México está sob crescente pressão de fluxos mistos e cada vez mais complexos de refugiados e migrantes.”
O escritório mexicano para refugiados (COMAR) acelerou os processos de refúgio, mas as pessoas ainda precisam esperar meses para conseguir os documentos necessários que lhes dão acesso ao mercado de trabalho e, muitas vezes, aos serviços sociais.
“O ACNUR está comprometido fortalecer a capacidade de fornecer refúgio e em consolidar sistemas de recepção para apoiar a repostas do México aos desafios de proteger e assistir o crescente número de solicitantes de asilo e refugiados”, disse Grandi.
“Esse apoio também exige um compromisso reforçado do Governo do México em aumentar os recursos atribuídos ao COMAR no orçamento nacional, a fim de permitir que eles se tornem mais responsivos e eficazes.”
O ACNUR está apoiando amplamente o COMAR, abrindo novos escritórios em Monterrey, Tijuana e Palenque e emprestando mais de 110 contratados para apoiar no registro e processamento de casos. Enquanto estava em Tapachula, o alto-comissário inaugurou dois novos centros de registro gerenciados pelo COMAR e pelo parceiro do ACNUR, o RET.
Na fronteira sul, Grandi pôde ver alguns dos desafios enfrentados pelas autoridades de imigração mexicanas. Embora reconheça o direito soberano do México de controlar suas fronteiras, o alto-comissário demonstrou preocupação ao observar a falta proteção e de protocolos adequados para a triagem e processamento de requerentes de asilo na fronteira.
Ele também estava apreensivo com a detenção automática de pessoas que pediam refúgio na fronteira, incluindo famílias com crianças.
“Gostaria de ver um protocolo de triagem na fronteira que, pelo menos, permitisse o acesso automático ao COMAR em casos vulneráveis de busca de asilo, como primeiro passo”, disse Grandi.
“Também aprecio a parceria com as autoridades para possibilitar alternativas a detenção, permitindo a liberação de solicitantes de asilo em abrigos apoiados pelo ACNUR e gostaria de ver essas alternativas sendo aplicadas.”
O alto-comissário também ouviu falar em Tapachula da situação de indivíduos de vários países africanos, além de haitianos e cubanos, muitos dos quais não desejam solicitar asilo no México.
Para aqueles sem necessidade de proteção internacional, são necessárias soluções alinhadas com o Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular.
Em Tapachula, Saltillo e Cidade do México, Grandi visitou abrigos para requerentes de asilo e migrantes vulneráveis, administrados pela sociedade civil e organizações religiosas.
Eles desempenham um papel crucial, fornecendo acomodações de emergência para refugiados e migrantes e outros serviços vitais, incluindo apoio psicossocial, informações e aconselhamento jurídico para pedidos de asilo, mas que também necessitam de mais recursos.
O alto-comissário encerrou sua visita na Cidade do México na segunda-feira (30), onde conheceu funcionários do governo, incluindo a Ministra do Interior, Olga Sanchez Cordero, e a Vice-Ministra das Relações Exteriores, Marta Delgado Peralta.
Ele disse ter ficado satisfeito ao ouvir as autoridades mexicanas sobre seu contínuo compromisso com suas obrigações internacionais e os princípios de proteção internacional, tratamento humanitário e respeito aos direitos humanos. Elas enfatizaram que estes eram componentes fundamentais das políticas internas e externas do país.
O alto-comissário reforçou o apoio do ACNUR ao México na abordagem das causas dos movimentos de migração e refugiados da América Central, inclusive por meio do Plano de Desenvolvimento Integral do México, El Salvador, Honduras e Guatemala, e o Marco Integral Regional para a Proteção e Soluções (conhecido como MIRPS), que reúne o México e seis países da América Central.
Durante o diálogo com as autoridades, Grandi foi informado do compromisso para abordar os deslocamentos internos e ofereceu o apoio contínuo do ACNUR para desenvolver leis e políticas públicas para resolver esse problema que foi há muito tempo esquecido.
“O México tem uma longa e orgulhosa tradição em acolher pessoas que fogem da perseguição”, afirmou. “Hoje, o país está enfrentando desafios reais. Ainda assim, existem grandes oportunidades de abrir espaços para novos asilos, e o México tem ótimas práticas para compartilhar globalmente, em particular ligadas aos seus programas inovadores de integração.”
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Posted: 04 Oct 2019 06:07 AM PDT
Foto: Albino Oliveira/Ministério da Economia
Promover educação fiscal e financeira para crianças do ensino fundamental. Essa é a proposta do projeto Em Busca do Tesouro, lançado na quinta-feira (3), em Brasília (DF), pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em parceria com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e Banco Interamericano Desenvolvimento (BID).
A iniciativa utiliza gibis, revistas e tirinhas digitais da Turma da Mônica para ensinar conceitos de finanças públicas, responsabilidade fiscal e transparência, promovendo o acompanhamento cidadão de políticas públicas desde a infância.
O evento de lançamento do projeto contou com a presença do cartunista e criador da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa, e dos personagens Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão, que animaram a festa para alunos de escolas públicas do Distrito Federal. Além das crianças da rede pública, cerca de 300 pessoas de todas as idades prestigiaram o evento.
Maurício de Sousa destacou que o projeto tem a missão de ajudar “cada brasileirinho e cada brasileirinha” a entender melhor as suas contas, cuidar do seu dinheiro e, ao mesmo tempo, fazer com que as futuras gerações se preocupem mais sobre como o dinheiro público é gasto.
“Com a ajuda de todos, podemos fazer um Brasil diferente, mais desenvolvido, mais justo, mais humano e, podem acreditar, alcançar um futuro melhor”, disse.
30 mil crianças beneficiadas
Durante a cerimônia, também foi assinado um Termo de Cooperação Técnica entre a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF), a Subsecretaria de Assuntos Corporativos (SUCOP/STN) e a ENAP, instituições parceiras no desenvolvimento do projeto no Distrito Federal.
A expectativa é levar o método de ensino a até 30 mil crianças, 1 mil professores e 150 escolas da rede distrital a partir do segundo semestre de 2019. A avaliação do impacto dessa aplicação será realizada pelo PNUD.
“É muito importante que a sociedade tenha consciência de quanto paga, como ela paga e para onde vão esses recursos. E, o mais importante, que venha desde a mais tenra idade começar a ter essa consciência”, defendeu o representante da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Jeferson Bittencourt.
O secretário adjunto da STN, Otavio Ladeira, destacou os dois grandes objetivos do projeto – melhorar o relacionamento e a comunicação com a sociedade e promover a cultura da responsabilidade fiscal com valor social. “É um grande desafio fazer a sociedade entender que aquele dinheiro gasto não foi bem colocado aqui. É o dinheiro de todos nós, precisa ser bem gasto”, afirmou.
A representante-residente assistente do PNUD, Maristela Baioni, disse concordar: “entendemos que essa formação de gestão fiscal, educação fiscal, educação financeira e controle social é fundamental para a construção de cidadania e de efetiva participação social”.
“Por intermédio dessa formação, vamos ter pessoas mais qualificadas não só para cuidar das suas contas pessoais dentro de casa, da sua vida privada, mas também para atuar de forma cidadã naquilo que é controle da gestão pública”, disse.
Em Busca do Tesouro
O projeto Em Busca do Tesouro nasceu com o objetivo de transmitir didaticamente à sociedade a forma com a qual o Estado brasileiro é gerido a partir das finanças públicas.
Um piloto do projeto já foi aplicado de forma promissora em Goiás, em 2018. Na ocasião, nove escolas do estado, sete delas públicas, participaram, atingindo um total de 732 estudantes.
Acesse o site do projeto para saber mais.
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Posted: 04 Oct 2019 05:03 AM PDT
Em 2016, mais de 182 mil pessoas estiveram em listas de espera para transplantes de rim e menos de 10% da demanda por transplante de fígado atualmente é atendida na região das Américas. Foto: Ministério da Saúde/Creative Commons
Ministros da Saúde das Américas concordaram na quinta-feira (2) em implementar uma série de ações para aumentar o acesso equitativo aos transplantes de órgãos, tecidos e células.
A iniciativa é baseada em doações voluntárias destinadas a atender à crescente demanda por esses tratamentos, melhorar as condições de saúde das pessoas que deles precisam e salvar vidas.
Em 2016, foram realizados mais de 53 mil transplantes nas Américas, 6,8% a mais do que em 2015, segundo o Global Observatory on Donation and Transplantation (GODT) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No entanto, o número de órgãos é insuficiente para atender à demanda, deixando milhares de pessoas em listas de espera.
“Os transplantes de órgãos geralmente são eficazes não apenas no tratamento de uma doença, mas também podem economizar recursos para o sistema de saúde”, disse Carissa F. Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
“Essa estratégia é um roteiro para atender à crescente demanda por transplantes pelo aumento das doenças crônicas e da expectativa de vida.”
Em 2016, mais de 182 mil pessoas estiveram em listas de espera para transplantes de rim e menos de 10% da demanda por transplante de fígado atualmente é atendida na região.
Além disso, há uma escassez de especialistas em nefrologia, com grandes variações em sua disponibilidade, de 2,1 profissional por cada 1 milhão de pessoas em Honduras a 50,8 profissionais por cada 1 milhão de pessoas no Uruguai.
Como parte da estratégia acordada e com o apoio da OPAS, os países buscarão aumentar a disponibilidade de órgãos, tecidos e células promovendo doações voluntárias não remuneradas.
Eles também fortalecerão suas autoridades de saúde nos esforços para expandir o acesso equitativo aos transplantes de qualidade, melhorando sua legislação e capacidade de supervisão, a fim de impedir o tráfico ilegal de órgãos e o “turismo de transplantes”.
A Estratégia e o Plano de Ação sobre doação e acesso equitativo ao transplante de órgãos, técnicos e células 2019-2030 foi aprovada pelos Estados-membros da OPAS durante o 57º Conselho Diretivo da instituição, que ocorre até esta sexta-feira em Washington, Estados Unidos.
Transplantes em números:
53.345 transplantes de órgãos sólidos foram realizados nas Américas em 2016, quase 40% do total mundial; Os transplantes de órgãos sólidos mais comumente realizados na região foram os de rim (33.378), seguidos pelos de fígado (11.000); Os transplantes de córnea são os mais frequentes no mundo e na região. A cada ano, são realizados quase 40.000; Houve um aumento de 6,8% na taxa de transplante de órgãos entre 2015 e 2016; 25,5% dos transplantes em 2016 na região eram de doadores vivos, superior a 21,8% em 2015; Com 53,3 transplantes por cada 1 milhão de pessoas, as Américas são a região com a maior taxa de transplantes, seguida pela Europa; Em 2016, 64% de todos os transplantes de rim nas Américas foram realizados nos Estados Unidos e no Canadá; Mais de 182 mil pessoas estiveram em listas de espera para transplantes de rim em 2016; Menos de 10% das necessidades de transplante de fígado são atendidas atualmente na região; Na América Latina, o Uruguai lidera a doação de cadáveres (16,8 por milhão de pessoas), seguido pelo Brasil (14,2) e Argentina (12). A Espanha é o líder mundial (47). A disponibilidade de especialistas em rim varia de 2,1 por cada 1 milhão de pessoas em Honduras a 50,8 por cada 1 milhão no Uruguai.
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Posted: 03 Oct 2019 02:57 PM PDT
Trabalhando aliadas à agricultura orgânica, as mulheres do grupo MOBI também promovem a preservação do meio ambiente. Foto: David Greenwood-Haigh/CC.
Na busca por aumentar sua participação nas decisões da cooperativa de agricultores familiares da região onde vivem, um coletivo de mulheres decidiu somar forças e formaram, em 2006, o grupo Mulheres Organizadas em Busca de Igualdade (MOBI).
Apesar de estarem presentes na Cooperativa de Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam) desde sua fundação, na década de 1990, a participação das mulheres nas tomadas de decisões era limitada, pois não se reconhecia o trabalho feminino na agricultura nem o trabalho doméstico como sendo o suficiente para possuírem o status de “cooperadas”.
A história do grupo começou quando uma das mulheres perdeu repentinamente seu esposo e teve que assumir a propriedade e a geração de renda da família. Enfrentando o desafio de conciliar o trabalho rural com o cuidado da casa e dos filhos, a trabalhadora uniu-se às amigas para que nenhuma delas estivesse sozinha nos espaços da cooperativa.
Foi assim que elas começaram a se reunir de diferentes formas: convocando mais mulheres para trabalhar em atividades distintas, como a produção de doces, além de organizarem debates sobre a vida cotidiana de suas famílias.
Atualmente, o grupo é formado por cerca de 30 mulheres, entre cooperadas e colaboradoras, que têm aberto portas para que outras mulheres entrem na Coopfam.
Depois da formalização do grupo, têm sido desenvolvidas atividades sobre empoderamento das mulheres, autonomia econômica, organização social e o papel delas na agricultura familiar. O resultado é que hoje as mulheres ocupam espaços de tomada de decisão na cooperativa, como o Conselho Fiscal, a Mesa Diretora, e a própria Presidência que, atualmente, está nas mãos de uma mulher.
Oportunidades para as mulheres do campo
Desde a criação do Grupo MOBI, algumas iniciativas foram fundamentais para ajudar a impulsionar a atuação das mulheres rurais. Em 2012, a Coopfam lançou o Café Orgânico Feminino, uma linha de café para dar protagonismo e visibilidade às mulheres do grupo que praticam agricultura orgânica.
A fim de agregar também as mulheres que se dedicam à produção de café convencial, a Coopfam lançou mais tarde, em 2018, o Café Feminino Sustentável.
No âmbito das parcerias, o grupo também já recebeu apoio de agentes sociais importantes. Em 2014, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) promoveu um projeto para fortalecer a identidade do Grupo MOBI.
A partir dessa parceria, as mulheres construíram seu regimento interno e realizaram cursos de artesanato voltados para geração de renda. Além das produtoras dos grãos, participaram do projeto artesãs que produzem peças sustentáveis a partir de subprodutos do café.
Em 2015, outro projeto do Instituto foi responsável por instalar estufas para a produção de rosas orgânicas nas propriedades das mulheres. Desde então, muitas têm dado continuidade às atividades, desenvolvendo outros produtos como licores de rosas, geleias e pudins como alternativa de renda.
Neste ano, o grupo inaugurou a Certificação Participativa do Café Feminino, com uma proposta que se baseia na metodologia do sistema participativo para a garantia da qualidade orgânica.
Isso significa que as mulheres do grupo visitam umas as outras para trocarem experiências e validarem a participação feminina em todas as etapas da produção do café: do plantio ao manejo da lavoura; na pré-colheita, colheita e pós-colheita; e na gestão e comercialização dos produtos.
Mulheres rurais e a economia familiar
Por meio de seus projetos e ações, as mulheres envolvidas no grupo MOBI beneficiam suas famílias e sua comunidade. Os projetos desenvolvidos geram trabalho, renda e contribuem para a prosperidade da economia familiar.
Trabalhando aliadas à agricultura orgânica, elas também promovem a preservação do meio ambiente. Já os espaços de formação possibilitam um intercâmbio de experiências, que se aplicam nas práticas de cada propriedade rural e valorizam o conhecimento das mulheres.
Além disso, também se destacam os aspectos subjetivos da convivência que é formada a partir do coletivo. As mulheres reunidas em grupo são amigas, compartilham momentos de alegria, tristeza e dor.
Mas, sobretudo, compartilham o desejo de obterem um maior reconhecimento de sua organização e uma maior participação feminina nos espaços de decisão. É isso o que almeja a cafeicultora Rosinei Margarete Gonçalves, de 42 anos.
“Sou produtora de café orgânico, sou dona de casa. Eu vou para a lavoura e tenho todo o serviço da família para organizar em casa. Tem os dias de curso, de viagens e de reuniões que eu saio para fazer, mas tenho que programar todas as atividades; da lavoura, do serviço doméstico, para depois sair”, comentou.
Apesar da intensidade do trabalho, Rosinei se orgulha das atividades que desenvolve e faz um chamado: “Mulheres, vamos batalhar para valorizar o nosso trabalho”.
Campanha ‘Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos’
Campanha ‘Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos’ tem como objetivo destacar o trabalho promovido por pescadoras, agricultoras, extrativistas, indígenas e afrodescendentes. Imagem: FAO.
De 1º a 15 de outubro de 2019, a Campanha Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos promove 15 dias de mobilização para valorizar a contribuição das trabalhadoras do campo com o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionadas à igualdade de gênero (ODS 5) e ao fim da pobreza rural (ODS 1 e 2).
O tema norteador desta quinzena ativista é “O futuro é junto com as mulheres rurais”, e é promovido nas redes sociais com a hashtag #JuntoComAsMulheresRurais.
O principal objetivo da campanha é destacar o trabalho promovido por pescadoras, agricultoras, extrativistas, indígenas e afrodescendentes.
No Brasil, a campanha é coordenada pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil; ONU Mulheres; Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf); e a Direção-Geral do Desenvolvimento Rural do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai.
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