Boletim diário da ONU Brasil: “Contribuição do setor privado para objetivos globais ainda está longe do ideal, diz estudo” e 11 outros.
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Posted: 07 Oct 2019 02:28 PM PDT
Relatório mostrou que apenas 21% dos presidentes de empresas do mundo acreditam que os negócios têm um papel importante para a conquista dos objetivos globais. Foto: ONU
Presidentes de empresas globais acreditam que a contribuição do setor privado para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ainda não está no caminho certo, de acordo estudo sobre sustentabilidade corporativa realizado por Accenture e Pacto Global das Nações Unidas.
Lançado em setembro em Nova Iorque, o estudo mostrou que apenas 21% dos presidentes-executivos de empresas acreditam que os negócios têm um papel importante para o alcance dos objetivos globais, e somente a metade (48%) diz estar integrando questões de sustentabilidade em suas operações.
Apesar dos pequenos avanços e inovações desde que os ODS foram lançados, em 2015, incertezas socioeconômicas, geopolíticas e tecnológicas durante os últimos quatro anos distraíram os CEOs de seus esforços para a sustentabilidade, afirmou o documento. O estudo realizou entrevistas com mais de 1 mil CEOs de empresas do mundo todo.
“Com menos de 4 mil dias restantes até 2030, líderes de negócios não estão contentes com os atuais progressos e estão movimentando seus setores e pares para se posicionarem e transformarem o compromisso em ação”, disse Lise Kingo, CEO e diretora-executiva do Pacto Global.
“A escala de desafio é sem precedentes e requer que todos os parceiros, incluindo governos, tomadores de decisão, líderes de negócios, investidores, cadeia de fornecimento, sociedade civil e academia trabalhem juntos para acelerar as mudanças. Nós estamos confiantes de que a mudança está vindo e nos agrada o fato de 87 empresas terem anunciado compromisso com um futuro (de aquecimento global limitado a) 1,5ºC.”
Uma década restante
Progressos foram vistos durante o período de quatro anos desde que os 17 ODS foram estabelecidos. Por exemplo, a população global está vivendo melhor e a mortalidade infantil diminuiu.
Contudo, os avanços foram lentos ou até retrocederam. Atualmente, 700 milhões de pessoas ainda vivem em extrema pobreza, mais de 170 milhões de pessoas se mantêm sem empregos e mais de 79 milhões buscam refúgio. Fome, eventos climáticos extremos, superpopulação, secas, violências de gênero e o crescimento de conflitos armados e extremismos continuam a definir nossas vidas.
O setor privado deve agir em direção a uma transformação positiva. CEOs dizem que uma mudança na expectativa do público encoraja os empresários a buscarem a sustentabilidade a fim de gerar confiança e competitividade nos seus mercados.
“Com a sustentabilidade integrada à competitividade em cada organização – e aumentando sua importância nos momentos de crescimento, lucratividade e confiança – chegou a hora de líderes garantirem o vínculo sólido dos Objetivos Globais à estratégia corporativa e aos propósitos das empresas”, disse Peter Lacy, diretor sênior de gestão da Accenture.
“A tecnologia pode ser uma chave para desbloquear o progresso dos objetivos globais. A velocidade das inovações digitais, biológicas e físicas continuará a ser enorme na próxima década, e negócios devem alinhar os investimentos aos novos resultados da globalização ambiental, social e de governança.”
Desafios para o ambiente de negócios
Atualmente, 99% dos CEOs consultados disseram que a sustentabilidade é necessária para o futuro bem-sucedido de suas organizações, e 81% das empresas estão agindo para progredir com os objetivos globais.
Mais de 200 empresas que responderam a pesquisa aprovaram as metas baseadas em ciência para a ação climática, e um número similar se comprometeu com a redução das emissões de Gás de Efeito Estufa (GEEs) até um nível zero em 2050. Além disso, 63% veem a tecnologia como um acelerador principal do impacto socioeconômico de suas companhias.
Contudo, esses compromissos falham na hora de endereçar os pontos necessários para atingir os ODS. CEOs dizem que a ações dos negócios não estão à altura do desafio ou da ambição corporativa requerida.
Mais de um quarto (28%) cita “falta de incentivo do mercado” como o principal obstáculo para os negócios sustentáveis, e mais da metade (55%) diz enfrentar um dilema importante entre os custos de produção em curto prazo e o investimento em objetivos estratégicos em longo prazo. Apenas 44% dos CEOs acreditam que um futuro sem emissões está no horizonte das suas empresas nos próximos 10 anos.
Dando início a uma década de contribuição
Pelo menos três quartos (71%) dos CEOs acreditam que, com um aumento no compromisso e na ação, negócios podem conquistar um papel crucial na contribuição aos objetivos globais.
Para acelerar o progresso, CEOs identificam três questões críticas. Primeiro, uma necessidade urgente de elevar a ambição corporativa dentro das organizações, para que elas priorizem ações que reforcem os 17 ODS.
Segundo, a necessidade de empresas, governos, reguladores e organizações não governamentais se juntarem e criarem soluções conjuntas para os desafios globais que sejam realistas, tecnológicas e baseadas em ciência.
E terceiro, redefinir a responsabilidade das lideranças na hora de ajudar outras empresas a endereçar os objetivos globais.
O futuro da liderança responsável
Para que empresas progridam rumo a um futuro mais sustentável, CEOs destacam as qualidades de liderança que são essenciais para o sucesso:
1. Ser pioneiro do lucro com propósito: O aumento das expectativas dos consumidores, empregados e o público está posicionando novas demandas paras que as lideranças corporativas garantam um futuro sustentável. CEOs líderes devem olhar para além dos lucros em curto prazo e perseverar por uma cultura de responsabilidade e transparência. Para isso, é necessário alinhar a sustentabilidade às estratégias chave dos negócios, operações e investimentos em inovação e tecnologia.
2. Galvanizar ecossistemas: CEOs devem se engajar em um ecossistema de parcerias e tecnologias que busque soluções para os ODS. Considerando a natureza e a complexidade dessas questões, a liderança baseada na ciência pode prestar um papel crucial ao endereçar ações e impactos, assim como aplicar tecnologias que instiguem mudanças.
3. Compromisso pessoal com a sustentabilidade: Líderes responsáveis levam a sustentabilidade para o lado pessoal e avançam ativamente na economia circular, direcionando pessoas a prestar contas com a sustentabilidade, estimulando discussões com investidores e liderando mudanças positivas com autenticidade e integridade.
Confira o relatório completo aqui.
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Posted: 07 Oct 2019 02:03 PM PDT
Mercados, empresas, empreendimentos, associações, cooperativas e entidades produtivas são determinantes para a inclusão do enfoque de gênero no desenvolvimento sustentável. Foto: ONU Mulheres
ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho (OIT), União Europeia (UE) e empresas de diferentes setores reúnem-se na terça (8) e quarta-feira (9) em São Paulo (SP) no Fórum WEPs 2019, cujo objetivo é promover debates sobre empoderamento econômico das mulheres e o papel das empresas na promoção da igualdade de gênero.
O evento acontece no âmbito do “Programa Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios”, uma iniciativa realizada por ONU Mulheres e OIT em parceria e com o financiamento da União Europeia em seis países — Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai. As atividades acontecerão das 9h às 18h30 no Espaço de Eventos Villa Blue Tree.
O objetivo do Fórum WEPS 2019 é incentivar um modelo sustentável de participação do setor privado para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) por meio da discussão de avanços, desafios e boas práticas de negócios para a promoção da igualdade de gênero e do empoderamento econômico das mulheres nas empresas, em suas cadeias de valor e nas comunidades onde operam.
A abertura do Fórum WEPs 2019 será feita pelo embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ybañez Rubio; pela diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e Caribe, Maria-Noel Vaeza; e pelo secretário-executivo da Rede Brasileira do Pacto Global, Carlo Pereira. Entre as autoridades presentes, estarão a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, e o diretor da OIT no Brasil, Martin Hann.
Ao longo do encontro, serão apresentados painéis por CEOs de empresas signatárias dos WEPs, além de outras companhias, organizações e empresárias aliadas ao “Programa-Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios” em Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai.
O encontro abordará temas como igualdade salarial; licença parental; acesso a crédito; eliminação de estereótipos de gênero na publicidade; entre outros.
WEPs é a sigla em inglês para os Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa de ONU Mulheres e Pacto Global da ONU que orienta as empresas no caminho para alcançar a igualdade de gênero por meio do empoderamento das mulheres. Conta com mais de 2.400 adesões, sendo 257 apenas no Brasil – terceiro lugar no ranking global em termos de número de adesões. Os WEPs são a plataforma guiadora do “Programa Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios”.
Destaques da Programação Fórum WEPs 2019
O primeiro dia do Fórum WEPs 2019, na terça-feira (8), começará com um painel sobre o “Apoio da alta gestão para a igualdade de gênero e direitos humanos”, no qual será discutido o papel das empresas no aumento da representação de mulheres em cargos de alta gerência e fortalecimento do compromisso dos homens com o empoderamento econômico das mulheres.
Ainda no dia 8, a especialista em Empoderamento Econômico das Mulheres do Escritório Regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Raquel Coello, apresentará a ferramenta de Diagnóstico de Igualdade de Remuneração (DIR), criada pela ONU Mulheres.
Este mecanismo permite que organizações avaliem se o princípio da igualdade de remuneração, por realizar um trabalho de igual valor, está sendo respeitado e identifiquem práticas que possam promover a igualdade de gênero no ambiente do trabalho.
Outros destaques do primeiro dia de evento serão painéis que abordem estratégias de comunicação e marketing com foco em gênero, eliminando estereótipos e contribuindo com um ambiente mais inclusivo e plural, e o desenvolvimento das ofertas nas compras e no empreendimento de mulheres.
No segundo dia do Fórum WEPs 2019, quarta-feira (9), as apresentações abordarão temas como soluções com perspectiva de gênero para as barreiras de empréstimos e créditos e os desafios para que as mulheres exportem.
A especialista em Investimentos de Impacto e Financeiro Inovador da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Gabriela Rosero, apresentará as conclusões do “Diagnóstico de situação sobre mecanismos de investimento e financiamento com enfoque de gênero”. Além disso, o segundo dia de evento promoverá os painéis “Políticas de tolerância zero contra todas as formas de violência no trabalho” e “Licenças parentais e apoio a atividades de trabalho não remuneradas”.
O Fórum WEPS 2019 se encerrará com um convite para que as empresas continuem desempenhando um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero e no empoderamento econômico das mulheres por meio da implementação dos Princípios de Empoderamento das Mulheres.
Toda a programação contará com a reunião de representantes da alta liderança de empresas, de instituições e de organizações nacionais e internacionais.
O Fórum WEPs 2019 terá tradução simultânea em Libras e será transmitido ao vivo pelo link: www.premioeforumweps2019.com.br.
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Posted: 07 Oct 2019 01:48 PM PDT
Ivanete de Souza, agricultora do interior de Santa Catarina. Foto: FAO
Em 2009, Ivanete de Souza, agricultora do interior de Santa Catarina, enfrentou um de seus maiores desafios: assumir a presidência da Cooperativa de Produção Agropecuária de Jaraguá do Sul, da qual é sócia fundadora, e que foi criada em 2004 para apoiar a comercialização de leite de pequenos produtores da região. Cinco anos após a fundação da cooperativa, o maior cargo de gestão da instituição passava a ser ocupado por uma mulher.
“Tivemos alguns problemas e, em 2009, o então presidente saiu. Durante as eleições alguém falou meu nome. Fui votada e fiquei na presidência por oito anos”, relembra Ivanete que, durante o primeiro mandato, era a única mulher da organização.
No segundo mandato, ela conseguiu levar para a cooperativa mais duas mulheres que assumiram o comando junto com ela. Ivanete foi buscar mais conhecimento sobre cooperativismo, filiou-se à União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), uma das afiliadas à União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (UNICOPAS).
“Ser mulher foi meu principal desafio. Quando eu assumi eu ouvi de muitas pessoas: ela nem sabe o que está fazendo. Não devia nem estar lá dentro. Eu morria de medo de tudo e de todos (…). Até que um dia eu descobri que eu não precisava ter medo deles e podia enfrentá-los de igual para igual.”
Com a chegada de Ivanete à presidência, a produção começou a mudar. Do leite e da banana, a cooperativa passou a trabalhar com hortaliças. No segundo ano de mandato, 2010, a organização começou a atender vários municípios da região por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e o salto foi grande.
De acordo com Ivanete, de um faturamento anual que girava em torno de 90 mil reais, a cooperativa chegou a 3,5 milhões de reais. “Hoje somos 61 cooperados, atendemos quatro municípios via PNAE, nosso carro-chefe são as hortaliças e, neste ano, nosso faturamento deve girar em torno de 3 milhões de reais”, disse.
Mais que isso, outro motivo de orgulho é o trabalho que começou a desenvolver com as mulheres da comunidade. Em 2016, a cooperativa conseguiu montar uma unidade de processamento de hortaliças formada por um grupo de cinco mulheres que descascam, cortam, embalam e vendem os produtos. É um processo de mudança que, segundo ela, aos poucos, vem sendo construído.
Campanha 2019 #MulheresRurais, Mulheres com Direitos
De 1º a 15 de outubro, a Campanha #Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos promove 15 dias de mobilização para valorizar a contribuição das trabalhadoras do campo ao cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à igualdade de gênero e ao fim da pobreza rural. O tema norteador da quinzena ativista é “O futuro é junto com as mulheres rurais”, com a hashtag #JuntoComAsMulheresRurais.
O principal objetivo da campanha é destacar o trabalho promovido por pescadoras, agricultoras, extrativistas, indígenas e afrodescendentes. A campanha no Brasil é coordenada pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a ONU Mulheres, a Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (REAF) e a Direção-Geral do Desenvolvimento Rural do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai.
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Posted: 07 Oct 2019 01:28 PM PDT
Com as políticas atuais em vigor, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,5 °C neste século. Foto: PNUMA
A ONU Meio Ambiente divulgou no fim de setembro (22) uma retrospectiva de dez anos de seu Relatório de Emissões — uma publicação que compara os níveis de emissão de gases de efeito estufa para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
O mundo parece ter passado a última década fazendo exatamente o oposto do que deveria. Apesar dos avisos nos relatórios anuais, as emissões de gases de efeito estufa cresceram a uma média de 1,6% ao ano entre 2008 e 2017. De fato, essas emissões são agora quase exatamente o que os primeiros relatórios projetavam para 2020 se o mundo não alterasse seus modelos de crescimento insustentáveis e poluentes.
Com as políticas atuais em vigor, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,5°C neste século, em comparação com os níveis pré-industriais. Isso está muito além dos objetivos do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, ou pelo menos bem abaixo de 2°C.
Se este mundo mais quente se concretizar, todas as previsões de impactos climáticos catastróficos se tornarão realidade. Elevação do nível dos mares, eventos climáticos extremos e danos incalculáveis às pessoas, prosperidade e natureza.
“A última década não trouxe a queda nas emissões de gases de efeito estufa que queríamos, isso é verdade. Mas, de várias maneiras, estamos em um lugar melhor do que há dez anos”, afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.
“Grandes avanços na conscientização, na tecnologia e na vontade de agir significa que agora estamos prontos para reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa”, acrescentou.
Uma plataforma para ação
O resumo de dez anos apresenta uma série de desenvolvimentos encorajadores que ocorreram: o foco político na crise climática é o mais alto de todos os tempos, inclusive por meio do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, e os eleitores e manifestantes, principalmente os jovens, estão deixando cada vez mais claro que a crise climática é a prioridade número um.
Cidades, regiões e empresas não estão esperando imposições de governos centrais. Cerca de 7.000 cidades de 133 países, 245 regiões de 42 países e 6.000 empresas com receita de pelo menos 36 trilhões de dólares se comprometeram a reduzir suas emissões.
Além disso, a tecnologia para reduzir de forma rápida e econômica as emissões melhorou significativamente. A energia renovável é um exemplo. Crescimento explosivo significa que a energia limpa evitou a emissão de aproximadamente 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2017, pois forneceu cerca de 12% do suprimento global de eletricidade. A instalação de tecnologias agora está mais barata do que nunca.
Tudo isso é um progresso fantástico, mas não chega perto do suficiente. De acordo com o resumo dos dez anos, as nações devem pelo menos triplicar o nível de ambição refletido em suas promessas climáticas sob o Acordo de Paris — conhecidas como contribuições nacionalmente determinadas ou NDCs — para alcançar a meta de um mundo abaixo de 2°C. Devem aumentar a ambição pelo menos cinco vezes para a meta de 1,5°C.
Será crucial uma ação forte dos membros do G20, que juntos representam 80% de todas as emissões de gases de efeito estufa. Essa ação ainda não foi vista, de acordo com um capítulo preliminar do Emission Gap Report, que foca nas maneiras pelas quais o G20 pode aumentar a ambição climática.
Opções para cortes rápidos nas emissões são abundantes
No entanto, como revelam o resumo e o capítulo preliminar, o G20 e outras nações têm dezenas de opções para cumprir as metas de Paris. Ao usar apenas tecnologias comprovadas, o mundo poderia cortar 33 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente por ano até 2030. Isso é mais da metade das emissões globais anuais de gases de efeito estufa atuais. É mais do que suficiente para permanecer no caminho para o objetivo de 1,5 °C.
Cerca de dois terços desse potencial estão disponíveis em áreas onde um rápido progresso é possível: energia solar e eólica, aparelhos eficientes, automóveis de passageiros eficientes, reflorestamento e interrupção do desmatamento. Apenas uma fração desse potencial é capturada em compromissos nacionais sob o Acordo de Paris.
E ainda há muitas outras oportunidades.
O fim dos subsídios aos combustíveis fósseis reduziria as emissões globais de carbono em até 10% até 2030. A redução de poluentes climáticos de curta duração — como fuligem e metano — pode reduzir as temperaturas rapidamente, pois estes não permanecem na atmosfera da mesma maneira que o dióxido de carbono.
Além dessas iniciativas, a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal é um compromisso internacional de reduzir o uso de gases com alto potencial de causar aquecimento, conhecidos como HFCs, na indústria de refrigeração. Esta alteração pode resultar em até 0,4 °C de redução no aquecimento. Se a indústria melhorar a eficiência energética ao mesmo tempo, poderá dobrar os benefícios climáticos.
Mais uma década sem cortes significaria desastre
Em novembro, a ONU Meio Ambiente publicará a décima edição do Emission Gap Report. Ele detalhará o tamanho dos cortes anuais de emissões necessários para permanecer no caminho certo para cumprir as metas do Acordo de Paris. Isso informará os negociadores dos países que se reunirão para a próxima rodada de negociações climáticas sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC).
Já sabemos que esses cortes terão de ser significativos. Todo ano de ação atrasada significa que os cortes se tornam maiores, mais caros e mais impraticáveis. Se chegarmos a 20 anos de Emission Gap Report e as emissões ainda não tiverem caído, o mundo enfrentará um desastre. Simplesmente não podemos dispor de mais uma década perdida.
Na Cúpula de Ação Climática, nas negociações climáticas de dezembro em Santiago do Chile, em todos os escritórios do governo, salas de diretoria, empresas e residências todos os dias, precisamos fazer muito mais a respeito da questão climática para garantir a segurança de gerações futuras, alertou a ONU Meio Ambiente.
A agência das Nações Unidas divulgou o resumo de dez anos na Cúpula de Ação Climática da ONU como parte de um pacote que analisa os avanços na ciência climática. O capítulo preliminar do G20 foi lançado de forma independente como mais uma contribuição para a Cúpula.
Para saber mais, visite https://www.unenvironment.org/pt-br/resources/preenchendo-lacuna-aumentando-ambicoes-de-mitigacao-e-acoes-em-nivel-global-e-do-g20
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Posted: 07 Oct 2019 01:08 PM PDT
Uma família de refugiados rohingya mostra carteira de identidade após processo de registro gerenciado pelo ACNUR no campo de Kutapalong, Bangladesh. Foto: ACNUR/Will Swanson
O alto-comissariado da ONU para refugiados, Filippo Grandi, alertou nesta segunda-feira (7) que os recentes avanços na luta pelo fim da apatridia — uma das principais causas de privação de direitos humanos para milhões de pessoas em todo o mundo — estão sendo ameaçados pelo aumento de formas prejudiciais de nacionalismo.
Em Genebra, antes da abertura da reunião anual do Comitê Executivo do ACNUR, que começa nesta segunda-feira, Grandi disse que o crescente número de países que tomam medidas contra a apatridia significa que a comunidade internacional está se aproximando de um ponto crítico em seus esforços.
“Há cinco anos, a conscientização pública sobre apatridia e os danos que ela causa ainda eram insignificantes. Isso está mudando, e hoje a perspectiva de acabar com a apatridia nunca esteve tão próxima”, disse Grandi.
“E, no entanto, o progresso está longe de ser garantido: formas prejudiciais de nacionalismo e manipulação do sentimento anti-refugiados e migrantes – essas são tendências poderosas internacionalmente que correm o risco de reverter o progresso.”
“São necessárias soluções urgentes para milhões de pessoas sem cidadania ou risco de apatridia em todo o mundo – incluindo os rohingyas, de Mianmar, e populações minoritárias em risco de apatridia em Assam, na Índia. Sem isso, corremos o risco de aprofundar ainda mais a exclusão que já afeta a vida de milhões de pessoas. É por isso que um redobramento de esforços se tornou crucialmente necessário.”
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) lançou a campanha global #IBelong em 2014 com o objetivo de acabar com a apatridia até 2024. Desde então, cerca de 15 países aderiram recentemente aos dois principais tratados sobre apatridia, a Convenção da ONU de 1954, relativa ao Estatuto das Pessoas Apátridas, e a Convenção de 1961 sobre a Redução da Apatridia. Com a expectativa de adesões adicionais e outros compromissos nesta semana, o total de adesões ao primeiro desses tratados poderá em breve exceder o número de 100 países.
Nos primeiros cinco anos da campanha, mais de 220 mil apátridas adquiriram uma nacionalidade, inclusive como resultado de esforços nacionais coordenados e motivados pela campanha #IBelong, em lugares como Quirguistão, Quênia, Tajiquistão e Tailândia. Em julho deste ano, o Quirguistão se tornou o primeiro país do mundo a anunciar a resolução completa de todos os casos conhecidos de apatridia.
Além disso, desde o lançamento da campanha, dois países, Madagascar e Serra Leoa, reformaram suas leis de nacionalidade para permitir que as mães conferissem cidadania aos filhos em pé de igualdade com os pais. No entanto, 25 países continuam dificultando ou impossibilitando as mães de conferir cidadania a seus filhos, uma das principais causas de apatridia no mundo. Como nem todas as leis de nacionalidade contêm salvaguardas que garantem que nenhuma criança nasça apátrida, a apatridia também pode ser transmitida de geração em geração.
Acabar com todas as formas de discriminação nas leis de nacionalidade ajudaria a comunidade internacional a cumprir o compromisso que todos os Estados assumiram ao adotar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável de “não deixar ninguém para trás”.
Hoje, figuras de destaque nos meios de comunicação social, direitos humanos, refugiados e apátridas estão se juntando aos representantes de Estados-membros em Genebra em uma sessão especial da reunião do Comitê Executivo do ACNUR, conhecida como Segmento de Alto Nível sobre Apatridia, para fazer um balanço do progresso até aqui e se comprometer a tomar mais medidas para acabar com a apatridia até 2024.
Entre os presentes estão a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, a embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, Cate Blanchett, a jornalista e apresentadora britânica Anita Rani, a ex-refugiada e ativista apátrida Maha Mamo, o alto-comissário para minorias nacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Lamberto Zannier, entre outros.
Alguns países colocarão promessas em ação, formalizando instrumentos de adesão aos tratados sobre apatridia.
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Posted: 07 Oct 2019 12:45 PM PDT
Alunos produzem seu próprio conteúdo em meios de comunicação para engajamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foto: Flickr/ ilouque (CC)
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil levaram uma experiência de sucesso para Gotemburgo, na Suécia, durante a Global MIL Week 2019 Feature Conference, na última semana de setembro.
Representantes de 55 países conheceram o modelo pedagógico desenvolvido pela Secretaria sobre a temática da Alfabetização Midiática e Informacional (AMI), que reforça o movimento pela educação para a cidadania, incorporando professores e estudantes como agentes de mudança.
A experiência é desenvolvida nas escolas municipais de São Paulo a partir do Projeto Currículo da Cidade, elaborado pela SME-SP, em parceria com a UNESCO no Brasil, pioneiro no mundo ao ter os seus objetivos de aprendizagem relacionados a cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O encontro na Suécia, organizado pela UNESCO, iniciou uma série de eventos sobre a temática AMI. O principal deles é o MIL Week 2019 (Global Media and Information Literacy; Semana Mundial de Alfabetização Midiática e Informacional 2019, em português), que acontece de 24 a 31 de outubro, e que dá a largada para debates sobre o assunto em várias cidades do mundo.
A iniciativa da SME-SP, coordenada pelo chamado Núcleo de Educomunicação, é resultado de uma política pública que virou lei municipal e é desenvolvida há 18 anos. Ela já capacitou mais de 25 mil professores e 60 mil alunos em projetos multimídia e de rádio pela educomunicação, voltados para o engajamento em uma cultura de paz e cidadania.
As práticas curriculares incluem, por exemplo, a investigação de linguagens midiáticas para a expressão de experiências cotidianas; o desenvolvimento de um olhar crítico sobre a mídia; e o fortalecimento de um pensamento científico, capaz de ajudar na formulação de hipóteses e respostas para problemas cotidianos.
A diversidade abrangida pelo Currículo da Cidade é ampla. Por meio do Imprensa Jovem, uma agência de notícias pensada e desenvolvida pelos próprios estudantes, as atividades incluem a criação de jornais, programas de rádio, histórias em quadrinhos, fanzines, blogs e pesquisas seguidas de ações práticas sobre cinema, fotojornalismo e telejornalismo. O ensino de novas plataformas, como podcasts, também faz parte da jornada escolar.
O Imprensa Jovem é desenvolvido nas escolas municipais de São Paulo na educação infantil, ensinos fundamental e médio, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), com ativa participação de estudantes indígenas, crianças migrantes e estudantes com necessidades especiais. “Estamos criando momentos de autonomia e de empoderamento para os estudantes, que passam a ter voz em suas comunidades por meio de uma mídia que eles mesmos produzem”, afirma Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação da SME-SP. “É uma proposta que vai além da grade curricular. Ela é focada no desenvolvimento humano”, explica.
Além disso, um novo curso mostra como a linha de ensino se mantém atualizada à Alfabetização Midiática e Informacional. De forma inovadora, a SME-SP iniciou em 2019 um curso voltado ao “Combate às Fake News”, com 400 professores matriculados e 6 mil alunos. Ele propõe uma reflexão crítica sobre a mídia consumida atualmente pelos estudantes. Esta experiência também foi apresentada no encontro na Suécia.
O Núcleo de Educomunicação da SME-SP oferece um aplicativo que permite acesso dos professores aos materiais de ensino e que facilita o agendamento de visitas técnicas de formadores da SME-SP especializados nas temáticas relacionadas à AMI para o desenvolvimento dos projetos nas escolas.
“O fortalecimento da AMI entre os alunos requer que os próprios professores tenham este aprendizado para se alcançar um efeito multiplicador. O engajamento dos estudantes com estes canais de informação mostra que iniciativas como essa, quando integradas a um modelo pedagógico, trazem resultados benéficos para a sociedade”, afirma Rebeca Otero, Coordenadora de Educação da UNESCO no Brasil.
Com a cooperação da UNESCO, o Currículo da Cidade e o Imprensa Jovem têm avançado, resultando em um grande envolvimento de estudantes e professores com os ODS.
Em toda a cidade de São Paulo, cerca de 12 mil alunos de 417 escolas são atendidos pelo Núcleo de Educomunicação e suas iniciativas que valorizam o diálogo entre aprendizado e os ODS. Propostas interessantes têm saído da sala de aula. Um dos cases apresentados pela SME-SP na Suécia foi o de uma escola municipal, a EMEF Laerte Ramos de Carvalho, que se inspirou em um dos pontos turísticos da cidade para desenvolver a criatividade em suas áreas interna e externa.
Para dar voz a um mural grafitado com os ODS na parede do pátio da escola, imaginado como uma réplica do Beco do Batman em São Paulo, os alunos produziram QR Codes. Por eles, os visitantes e a comunidade escolar podem ouvir o áudio com conteúdo feito pelas crianças que explica e apresenta uma reflexão sobre os ODS.
“Avançamos na criação de novas estratégias, como por exemplo educação à distância combinada com a presencial. O curso online de Imprensa Jovem já tem 4 anos. São projetos que ajudam a diminuir a evasão escolar e a promover oportunidades de aprendizagem para todos”, afirma Carlos Lima.
Os projetos Currículo da Cidade e Imprensa Jovem estão conectados ao ODS 4 – Educação de qualidade, que se traduz por assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos.
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Posted: 07 Oct 2019 12:30 PM PDT
Paciente com HIV recebe medicamentos antirretrovirais na Costa do Marfim. Foto: UNAIDS
Em setembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas comprometeu-se a alcançar a saúde universal até 2030. Também prometeu acelerar os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo o fim da AIDS, nos próximos 19 anos. Esses compromissos mostram que existe vontade política para responder às crises mais graves que o mundo enfrenta.
Em 2016, a Assembleia Geral da ONU também estabeleceu na Declaração Política sobre o Fim da AIDS a ampliação constante do investimento para a resposta ao HIV em países de baixa e média renda para pelo menos 26 bilhões de dólares em 2020. No final de 2018, no entanto, apenas 19 bilhões de dólares estavam disponíveis, 1 bilhão de dólares a menos do que no ano anterior.
Em vez de ter um aumento constante, o financiamento global para o HIV está diminuindo. O compromisso político simplesmente não está sendo acompanhado pelo financiamento necessário para tornar realidade a visão de acabar com a AIDS. Faltando pouco mais de um ano para a meta de 2020, o financiamento para a resposta à AIDS está subfinanciado em 7 bilhões de dólares. Esse déficit é particularmente alarmante, porque os investimentos na resposta à AIDS salvam vidas, lembrou o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
“O mundo não pode se dar ao luxo de recuar no investimento da resposta à AIDS”, disse Gunilla Carlsson, diretora executiva interina do UNAIDS. “Os países devem honrar seu compromisso de aumentar, constantemente, seus investimentos na resposta ao HIV, para que o mundo cumpra suas obrigações com os mais vulneráveis e desfavorecidos”.
Em 2018, houve declínio do financiamento em todos os setores: recursos domésticos (redução de 2%), Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária (redução de 20%, explicado pelas flutuações em seu ciclo de concessão de três anos), outros canais multilaterais (queda de 2%), programas bilaterais do governo dos Estados Unidos (queda de 3%), programas bilaterais de outros países doadores (queda de 17%), organizações filantrópicas (queda de 18%) e outras fontes internacionais (redução de 4%).
Os países de baixa e média renda estão financiando, cada vez mais, suas respostas à AIDS. Entre 2010 e 2018, os recursos domésticos investidos por países de baixa e média renda aumentaram 50%, enquanto os investimentos internacionais cresceram apenas 4%.
O financiamento interno em 2018 nos países de baixa e média renda representou 56% do total de recursos financeiros, apesar de grandes variações entre as regiões. Na África oriental e meridional, na região com a maior carga de HIV, 59% dos recursos do HIV vieram de doadores em 2018 — e isso sobe para 80% se a África do Sul for excluída da análise. Entre 2010 e 2018, todos os principais doadores, exceto os Estados Unidos, reduziram suas contribuições diretas bilaterais para as respostas à AIDS de outros países.
Este mês de outubro é extremamente importante para o financiamento e para o HIV. Em Lyon, na França, no dia 10 de outubro, governos e parceiros se reunirão para a 6ª Conferência de Reabastecimento do Fundo Global. Buscando arrecadar pelo menos 14 bilhões de dólares para a resposta ao HIV, tuberculose e malária entre 2020 e 2022, o Fundo Global estima que 16 milhões de vidas serão salvas, caso os programas sejam totalmente financiados, resultando em 27 milhões de vidas salvas desde seu início, em 2002.
“Convoco os países a financiarem totalmente o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária em seu próximo reabastecimento—16 milhões de homens, mulheres e crianças estão contando com isso”, disse Carlsson.
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Posted: 07 Oct 2019 11:18 AM PDT
Posto de coleta para recebimento de resíduos eletrônicos. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Os resíduos podem ter um efeito devastador na saúde pública, no meio ambiente e no clima, mas a inovação e a tecnologia de ponta podem fornecer soluções melhores e mais baratas para este desafio, além de ajudar cidades e comunidades a ver os resíduos como uma oportunidade de negócios. Esta foi a mensagem que marcou o Dia Mundial do Habitat, lembrado nesta segunda-feira (7), cujo foco foi o gerenciamento de resíduos.
“Temos de reduzir a quantidade de resíduos que produzimos”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado. “E, ao mesmo tempo, comece a vê-lo como um recurso valioso que pode ser reutilizado e reciclado, inclusive para energia.”
Para a ocasião, o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) lançou a campanha “Waste Wise Cities”, cujo objetivo é enfrentar os crescentes desafios de lidar com os resíduos sólidos.
Como parte da campanha, as cidades são convidadas a confirmar seu compromisso de defender um conjunto de princípios. Eles incluem avaliar a quantidade e o tipo de resíduo, melhorar a coleta, garantir que as cidades sejam ambientalmente seguras e implementar esquemas de aproveitamento dos resíduos para gerar energia.
A campanha observa que lidar com resíduos consome uma proporção significativa do orçamento da cidade e que a gestão de resíduos não está sendo suficientemente financiada. As chamadas “tecnologias de fronteira”, no entanto, podem fornecer respostas econômicas para o problema de como limpar as cidades.
Exemplos incluem automação e inteligência artificial que, quando usadas em conjunto, podem ajudar a classificar os recicláveis com mais eficiência. A embalagem inteligente é outra solução em potencial, usando sensores para ajudar a reduzir a quantidade de alimentos jogados fora e novas tecnologias inovadoras que podem transformar resíduos orgânicos em energia renovável.
A tecnologia também oferece uma oportunidade para as cidades mais novas e de rápido crescimento nos países em desenvolvimento “ultrapassarem” as cidades mais antigas, aproveitando as soluções mais recentes e evitando métodos mais estabelecidos, mas menos eficientes.
O uso eficaz dessas ferramentas, disse o chefe da ONU nesta segunda-feira, pode nos ajudar a construir cidades bem planejadas e gerenciadas com inteligência, que podem nos orientar para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento com baixas emissões.
Os benefícios potenciais das tecnologias de fronteira para os países em desenvolvimento são descritos na Pesquisa Econômica e Social Mundial das Nações Unidas em 2018, que concluiu que elas podem ajudar o mundo a mudar para melhor e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e abordar as mudanças climáticas.
O estudo também alerta que a introdução generalizada dessas ferramentas deve ser acompanhada de políticas apropriadas e eficazes, para ajudar os países a evitar armadilhas e minimizar os custos econômicos e sociais da inovação tecnológica.
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Posted: 07 Oct 2019 09:49 AM PDT
Foto: Andre Borges, Agência Brasília
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), realiza na terça-feira (8) o “Seminário Nacional de Prevenção ao Suicídio para Profissionais de Segurança Pública”.
O evento é fruto da cooperação técnica entre as partes, que envolve, ainda, discussões sobre qualidade de vida dos profissionais de segurança, ações de prevenção da violência contra as mulheres no DF e um seminário internacional para divulgar boas práticas de segurança pública a serem realizados em 2019.
O seminário ocorrerá no auditório da Academia de Bombeiro Militar, em Brasília (DF), a partir das 9 horas, e terá três mesas principais, com os seguintes temas: o suicídio como desafio para as políticas públicas institucionais; a vitimização dos profissionais de segurança pública e avaliação de risco; e experiências exitosas de prevenção ao suicídio. No encontro, haverá também a oficina “Intervenção em crise suicida: escuta ativa, abordagem técnica e negociação”.
“Embora o mês de setembro seja alvo das campanhas de prevenção do suicídio, a preocupação com nossos profissionais é permanente e constante”, observa o coordenador de valorização profissional da SSP-DF, Marcos Quincoses.
Por isso, segundo ele, o encontro será pautado pela hashtag “prevenção o ano inteiro” (#PrevençãooAnoInteiro). “Há foco na troca de experiências entre as forças de segurança, para que aproveitem as vivências positivas umas das outras e implementem políticas de prevenção e saúde mental em suas instituições”.
A SSP-DF e o PNUD escolheram debater o tema uma vez que a quantidade de suicídios entre policiais e bombeiros militares no Brasil se elevou nos últimos dois anos, totalizando 104 casos entre 2017 e 2018, de acordo 13º Anuário de Segurança Pública. O dado significa que mais policiais cometeram suicídio do que foram assassinados durante o horário de trabalho nesse período.
A gerente de projetos do PNUD, Raíssa Teixeira, reforça a importância de projetos que abordam temas delicados como o suicídio entre profissionais de segurança. “É preciso desmistificar este assunto por meio do diálogo franco e qualificado, levando em conta os desafios inerentes à atividade do profissional de segurança pública”, afirma.
O evento é aberto ao público, e as inscrições podem ser feitas neste link.
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Posted: 07 Oct 2019 09:35 AM PDT
A eliminação das gorduras trans é fundamental para proteger a saúde e salvar vidas. Foto: ONU/Domínio Público
Um novo plano para reduzir as doenças cardiovasculares, por meio da eliminação de ácidos graxos trans da produção industrial de alimentos até 2025, foi acordado na quinta-feira (3) pelos países das Américas durante o 57º Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Atualmente, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no continente.
O Plano de Ação para Eliminar Ácidos Graxos Trans da Produção Industrial 2020-2025 promove ações regulatórias para eliminar um dos principais contribuintes para cerca de 160.000 mortes nas Américas a cada ano. As evidências mostram que dietas ricas em gorduras trans aumentam o risco de doenças cardiovasculares em 21% e o risco de morte em 28%.
“As gorduras trans são substâncias nocivas que causam danos à saúde das pessoas”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. Para eliminá-las, “medidas voluntárias não são suficientes. Medidas regulatórias devem ser aplicadas para proteger todas as populações”, acrescentou.
Em 2008, autoridades de saúde pública e representantes da indústria de alimentos e óleo de cozinha assinaram a Declaração de Américas Livres de Gorduras Trans: Declaração do Rio de Janeiro, promovida pela OPAS, na qual expressaram o compromisso de eliminar os ácidos graxos trans de origem industrial. Apesar do acordo, no entanto, as gorduras trans ainda são usadas em pelo menos 27 dos 35 Estados-membros da Organização.
Os países que restringiram ou eliminaram as gorduras trans desde o acordo são Argentina (2010), Canadá (2017), Chile (2009), Colômbia (2012), Equador (2013), Estados Unidos (2015), Peru (2016) e Uruguai (2017). Atualmente, a Bolívia está desenvolvendo regulamentos sobre gorduras trans e Brasil e Paraguai estão em estágio avançado de processo semelhante.
Três opções regulatórias
O plano regional da OPAS propõe três opções para eliminar os ácidos graxos trans da produção industrial de alimentos: 1) proibição do uso de óleos parcialmente hidrogenados; 2) um limite obrigatório de 2% (ou não mais de 2 gramas por 100 gramas de gordura total) para ácidos graxos trans produzidos industrialmente como proporção do teor total de gordura em todos os produtos alimentícios; ou 3) uma combinação dessas duas medidas.
“Em um contexto em que as vendas de produtos processados e ultraprocessados, que são as principais fontes de gorduras trans, aumentam 3,1% a cada ano nas Américas, esse plano de ação é oportuno e urgente”, disse o diretor de Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS, Anselm Hennis.
O plano também destaca a necessidade de adotar políticas de rotulagem de alimentos, bem como estratégias para aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos dos ácidos graxos trans e os benefícios à saúde de eliminá-los da produção industrial.
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Posted: 07 Oct 2019 09:22 AM PDT
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e o presidente da FIFA, Gianni Infantino. Foto: OMS/Christopher Black
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Federação Internacional de Futebol (FIFA) celebraram na sexta-feira (4) uma colaboração de quatro anos para promover estilos de vida saudáveis por meio do esporte em todo o mundo.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e o presidente da FIFA, Gianni Infantino, assinaram um memorando de entendimento na sede da organização internacional de saúde, em Genebra.
“A OMS está animada por trabalhar com a FIFA. Metade do mundo assistiu à Copa do Mundo de 2018. Isso significa que existe um grande potencial para dar informações a bilhões de pessoas com o intuito de ajudá-las a viver de formas mais saudáveis”, disse Tedros.
“Estou extremamente feliz em anunciar esta colaboração com a OMS. O futebol é uma linguagem única e universal e queremos usar nossa plataforma e rede para apoiar iniciativas de saúde e promover estilos de vida saudáveis em todo o mundo”, declarou Infantino.
O acordo diferentes áreas de colaboração: advocacy para promover um estilo de vida saudável por meio do futebol; alinhamento de políticas para garantir ambientes livres de tabaco nos eventos da FIFA; incentivo às federações nacionais de futebol para adoção de políticas sem tabaco, inclusive nos estádios; e permissão à OMS para consultoria técnica à FIFA em questões de saúde.
Também prevê utilizar os eventos da FIFA para instituir melhorias duradouras em saúde e segurança; e programas e iniciativas conjuntas para aumentar a participação na atividade física por meio do futebol, de acordo com as orientações da OMS, além de trabalhar com associações e redes nacionais de embaixadores da boa vontade da OMS, jogadores de futebol, treinadores e voluntários.
A OMS e a FIFA já cooperaram para proibir o tabaco em torneios de futebol, incluindo durante a Copa do Mundo de 2018. Juntas, as duas instituições desenvolverão esforços para proteger a saúde nos eventos da FIFA e instituirão melhorias duradouras em saúde e segurança, por exemplo, em torno da higiene e prevenção de doenças.
A colaboração alavancará os pontos fortes das duas organizações para garantir que mensagens de saúde e programas relacionados a atividades físicas possam ter um grande impacto positivo na vida das pessoas em todo o mundo.
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Posted: 07 Oct 2019 07:35 AM PDT
Famílias de venezuelanos participam do programa de interiorização do Governo Federal. Iniciativa tem o apoio de diferentes agências da ONU. Foto: ACNUR
A Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil assinou, na quarta-feira (2), em conjunto com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e o governo federal, um protocolo de intenções para incentivar municípios brasileiros a acolherem pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela. O objetivo é ampliar a assistência humanitária com foco na integração à sociedade e à economia brasileiras.
A solenidade aconteceu no Palácio do Planalto com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, e dos ministros das pastas que compõem o Comitê Federal de Assistência Emergencial. O coordenador-residente da ONU no Brasil, Niky Fabiancic, representou as 26 agências especializadas, fundos e programas, incluindo as signatárias do protocolo: Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA).
“A parceria com a Confederação Nacional dos Municípios é uma conquista nesse processo, por sua capacidade única de sensibilizar e mobilizar os municípios brasileiros para a recepção de pessoas refugiadas e migrantes. Esses municípios terão a oportunidade de integrar à sua população pessoas que aportam capacidades, formações e experiências profissionais variadas”, afirmou o coordenador-residente.
O acordo inaugura a segunda fase da Operação Acolhida, focada na interiorização e parceria com os municípios. O intuito é que gestores e cidadãos brasileiros sejam sensibilizados para receber essas pessoas. Para apoiar os municípios, o governo federal disponibilizará programas, políticas e ações aos interessados.
“Precisamos nos unir para dar maior vazão à interiorização. Apoiar esse projeto é uma ação de cidadania e humanidade. É lá, em nossas cidades, que tudo começa. O Brasil é uma nação acolhedora, nós somos um país acolhedor e juntos vamos encontrar uma solução”, destacou o presidente da CNM, Glademir Aroldi. A entidade representa 5.568 municípios do país.
A estratégia de interiorização
A interiorização tem o suporte não só do ACNUR e da OIM, que coordenam o apoio da ONU ao governo brasileiro, mas também do UNFPA, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ONU Mulheres, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que estão envolvidos na resposta humanitária.
O intuito da estratégia é reduzir o impacto do fluxo de venezuelanos e venezuelanas em Roraima e, ao mesmo tempo, proporcionar melhores condições de integração para os que querem permanecer no Brasil.
Uma das beneficiárias da Operação Acolhida e da estratégia de interiorização, Yuly Margarita Teran descreveu a importância da ajuda brasileira. Ela chegou ao Brasil em 2017, deixando os filhos e a família, com a promessa de dar uma vida melhor a eles. Yuly chegou a Boa Vista (RR), foi acolhida e, em seguida, interiorizada para Brasília (DF), onde começou a trabalhar. “Olhar para a Venezuela como o Brasil está fazendo é uma atitude que vem do coração”, disse.
A interiorização é voluntária e oferece a oportunidade para que pessoas refugiadas e migrantes viagem a outras cidades do país, de forma a se inserir socioeconomicamente e construir uma nova trajetória de vida. Desde o começo da estratégia, em abril de 2018, até agosto deste ano, mais de 14 mil venezuelanos e venezuelanas foram interiorizados para ao menos 250 cidades brasileiras.
A resposta humanitária brasileira
A Operação Acolhida, instituída em abril de 2018, é a força-tarefa do governo federal responsável por coordenar a resposta ao fluxo migratório da Venezuela. O Sistema ONU e a sociedade civil apoiam os três eixos da operação: ordenamento de fronteira; acolhimento e interiorização.
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