Boletim diário da ONU Brasil: “Parceria investiga câncer do colo do útero em mais de 500 mil mulheres vivendo com HIV” e 9 outros.
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qui, 3 de out 18:59 (há 1 dia)
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Posted: 03 Oct 2019 02:02 PM PDT
O câncer de colo do útero (ou câncer cervical) — uma doença que pode ser prevenida por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) e é curável quando detectada precocemente e tratada. Foto: UNAIDS
Paralelamente à Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente norte-americano George W. Bush e a embaixadora Deborah L. Birx apresentaram em setembro em Nova Iorque os resultados do primeiro ano da parceria Go Further, que visa acabar com a AIDS e o câncer de colo de útero.
A iniciativa alcançou mais de 500 mil mulheres vivendo com HIV em países africanos, realizando exames de detecção do câncer e tratando lesões cancerígenas pré-invasivas.
A parceria tem como objetivo reduzir em 95% os novos casos de câncer do colo do útero entre as 3,8 milhões de mulheres vivendo com HIV em oito países africanos com maior índice de ocorrências.
No Fórum Empresarial Global da Bloomberg, George W. Bush, Laura Bush e a embaixadora Birx se reuniram com o Rei Mswati III, de Suazilândia (Sul da África), Thomas Thabane, do Lesoto (África Austral), o presidente Peter Mutharika, do Malauí, e Michael Bloomberg, do Bank of America, entre outros.
“Acreditamos firmemente que ajudar esses líderes a salvar vidas em seus países torna o mundo um lugar melhor e a América mais segura”, disse George W. Bush. “Temos muitos líderes aqui, todos assumindo a liderança, todos responsáveis e medindo resultados. É importante que o povo norte-americano saiba que os resultados são surpreendentes.”
“O futuro de cada um dos seus países depende de todos os seus cidadãos — homens e mulheres — cuidando da sua saúde”, acrescentou.
“A Go Further está ajudando as mulheres na África a levar vidas mais longas e saudáveis”, disse a embaixadora Birx, coordenadora Global de AIDS dos Estados Unidos e representante especial para a Diplomacia em Saúde Global, que lidera o Plano de Emergência para o Combate à AIDS do presidente dos Estados Unidos (PEPFAR).
“Ao alavancar as robustas plataformas de prestação de serviços de saúde na África, fortalecidas por mais de 85 bilhões de dólares em investimentos globais em HIV/AIDS no governo dos EUA, protegeremos milhões de mães, filhas, tias e avós — que estão vivendo com HIV e estão vivas, prosperando com o tratamento — da ameaça de câncer do colo do útero.”
Lançado em maio de 2018, a Go Further é uma parceria público-privada entre PEPFAR, Instituto George W. Bush (Instituto Bush), Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e farmacêutica Merck (conhecida como MSD fora dos Estados Unidos e Canadá). Para alcançar o máximo impacto possível, a parceria tem como foco alcançar mulheres vivendo HIV em países com as maiores prevalências do vírus e taxas de incidência de câncer do colo do útero no mundo.
“A Go Further se baseia na iniciativa do Instituto Bush de apoiar as mulheres na África, ampliando os esforços para salvar mais vidas”, disse Holly Kuzmich, diretora executiva do Instituto Bush. “Mulheres saudáveis e capacitadas contribuem para famílias, comunidades e países mais saudáveis, e esta parceria se orgulha de investir em países de carga elevada para melhorar a saúde e o futuro econômico das mulheres, reduzir o sofrimento e expandir o alcance dos cuidados”.
Estima-se que 100 mil mulheres sejam diagnosticadas anualmente com câncer de colo do útero na África Subsaariana. Sem tratamento, espera-se que 62% dessas mulheres morram com a doença.
Além disso, mulheres vivendo com HIV têm cinco vezes mais chances de desenvolver câncer cervical invasivo. Para lidar com esses riscos, a Go Further está aumentando o acesso à vacina contra o HPV para prevenir o câncer do colo do útero, expandindo a disponibilidade da detecção do câncer do colo do útero e fornecendo tratamento para as mulheres mais vulneráveis ao desenvolvimento do câncer. Com um investimento adicional mínimo, essas intervenções de baixo custo podem salvar milhões de vidas e ajudar a garantir ganhos globais contra o HIV/AIDS.
“Na Merck, estamos comprometidos em atender as necessidades de cuidados de saúde das mulheres nos países em desenvolvimento e temos orgulho de fazer parceria com o PEPFAR, o Instituto Bush e o UNAIDS, por meio da Go Further“, disse Carmen Villar, vice-presidente de inovação de negócios sociais da Merck.
“Por meio dessa parceria, estamos lidando com o câncer do colo do útero em mulheres vivendo com HIV na África Subsaariana, uma das populações mais afetadas por este tipo de câncer, não apenas através de triagem e tratamento, mas também através da prevenção.”
“Salvar a vida de uma mulher por meio do acesso ao tratamento para o HIV e ainda assim ela morrer de câncer do colo do útero devido à falta de acesso a exames de detecção é algo inaceitável”, disse Gunilla Carlsson, diretora-executiva interina do UNAIDS.
“A parceria Go Further é essencial para garantir que os serviços de HIV e câncer do colo do útero sejam integrados e estejam disponíveis para as mulheres e meninas que mais precisam”, completou.
A estratégia Go Further se baseia em sete anos de colaboração entre o PEPFAR e o Instituto Bush, e desenvolve a parceria para salvar mais vidas.
Saiba mais sobre a Go Further em www.gofurther.org
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Posted: 03 Oct 2019 01:28 PM PDT
Foto: Fotos Públicas/Rafael Neddermeyer
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) participou na quarta-feira (2) em Brasília (DF) da Cúpula sobre Integridade nos Esportes, evento organizado pelo Instituto Internacional de Governança e Risco (GovRisk) e pela empresa de dados e tecnologia de esportes Genius Sports.
O encontro reuniu organizações como Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Tribunal de Arbitragem do Esporte, Interpol, Polícia Federal, Ministério Público e Ministério da Economia para discutir os desafios atuais para a integridade no esporte brasileiro e questões relativas a apostas e ao jogo limpo no país.
Cinco painéis com especialistas discutiram a importância da integridade no esporte profissional; a relevância crescente da tecnologia na identificação de atividades suspeitas de apostas, assim como os perigos dos mercados de apostas ilegais.
Também foi discutido o impacto de mudanças legislativas e de regulamentação, assim como formas de se criar redes de cooperação locais, nacionais e globais com legisladores, reguladores, órgãos de execução, promotores, fornecedores de dados e operadores de apostas, com o objetivo de evitar manipulações de resultados de jogos.
O UNODC foi representado no evento pelo coordenador da Unidade de Estado de Direito, Nivio Nascimento, que participou do último painel sobre cooperação jurídica internacional e investigações policiais de “match-fixing” (manipulação de resultados).
A mesa de abertura teve a presença de João Batista Brito Pereira, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST); Dominic Le Moignan, diretor de projetos governamentais do GovRisk; Chris Dougan, representante da Genius Sports; e Alexandre Manoel Angelo da Silva, secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia.
Para Alexandre Manoel, existem três modificações positivas recentes na regulamentação nacional: “um marco legal mais claro, a implantação das modalidades faltantes e a abertura à concorrência do mercado lotérico”, afirmou.
Segundo Dominic Le Moignan, o evento foi importante para unir setor público e privado no mesmo ambiente e realizar um debate sobre integridade esportiva.
Para Nivio Nascimento, que participou de painel sobre manipulação de resultados nos esportes, a adoção em 2017 da Resolução 7/8 sobre Corrupção no Esporte pela Sétima Sessão da Conferência dos Estados-Partes da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção representou momento decisivo para ampliar os esforços de combate.
Ele enfatizou que a resolução mostrou o reconhecimento de mais de 180 países para o fato de que a corrupção no esporte é um problema importante.
“(A resolução) convidou os Estados-membros para que, ao revisarem suas legislações nacionais, considerem os problemas e questões relacionadas às apostas ilegais, manipulação de competições e outras infrações relativas ao esporte quando associado à corrupção.”
Além da Lei 12.299 de 2010, que criminalizou a fraude e a corrupção no esporte, a Lei 13.155, de 2015, estendeu tal criminalização aos eventos a ele associados. Já a Lei 13.756, aprovada pelo governo brasileiro em 2018, aprovou as apostas esportivas, que ainda estão em processo de regulamentação.
Por meio dessa lei, os legisladores brasileiros se comprometeram a criar um mercado regulamentado para apostas esportivas em ambiente físico e virtual. Esse desenvolvimento recente oferece oportunidades ao Brasil, segundo os especialistas presentes no evento.
Ao final do encontro, organizadores e participantes sugeriram a criação de um grupo de trabalho para discutir o novo decreto que trata da prevenção da corrupção no esporte, que está sendo elaborado pelo Ministério da Economia.
O GovRisk é uma consultoria independente que trabalha em projetos relacionados à integridade, com conhecimento em anticorrupção, risco, reforma da Justiça e governança. O instituto tem projetos no mundo todo, inclusive no Brasil.
Principal parceiro da cúpula, a Genius Sports é uma empresa de dados esportivos, tecnologia e integridade. A organização fornece soluções anticorrupção para órgãos de esportes do mundo, incluindo a Premier League e a Superliga Argentina.
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Posted: 03 Oct 2019 12:52 PM PDT
Funcionários da Organização Internacional para as Migrações (OIM) atendem migrantes no Quênia. Foto: OIM
Desde segunda-feira (30), 15 representantes de diferentes setores de Ministério Público, Defensoria Pública da União, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério das Relações Exteriores do Brasil participam do Curso de Direito Internacional das Migrações, realizado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), em Genebra, Suíça.
A capacitação, que será de cinco dias, terá aulas ministradas por especialistas internacionais sobre o tema. O intuito é ampliar o conhecimento técnico dos participantes nos temas relacionados à migração.
“Apoiar atividades que possibilitem o aprimoramento do sistema de Justiça em relação às migrações é para a OIM um passo fundamental para avançarmos cada vez mais em direção a uma migração ordenada, segura e digna”, disse o chefe de missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.
O curso é parte do acordo de cooperação assinado entre OIM e Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), e terá duração de 26 horas-aula.
Além da Lei Internacional das Migrações, serão abordados temas como proteção de refugiados, direitos humanos dos migrantes, tráfico de pessoas, detenção e penas alternativas, deslocamentos internos e migração climática.
É a segunda vez neste ano que uma turma de delegados brasileiros recebe um treinamento dedicado na sede da OIM em Genebra. Em maio, como parte do acordo entre OIM e Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE), sete juízes federais foram capacitados.
De acordo com o juiz federal e professor de Direito público, Gustavo Moulin, que participou da edição de maio, o curso permitiu aos magistrados conhecer casos diferentes dos do Brasil. “Esse tipo de ação é muito interessante e deve ser cada vez mais promovida, para que os instrumentos internacionais, os quais o Brasil ratificou a maior parte, possam ser mais utilizados no dia a dia no Direito interno.”
A OIM organiza regularmente cursos para diferentes profissionais atuantes nos sistemas de Justiça em diferentes países para discutir aspectos legais e governança da migração, assim como as últimas tendências sobre migração do direito internacional. Esta edição do Curso de Direito Internacional das Migrações é financiada pelo Escritório para População, Refugiados e Migração (PRM, em inglês), do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
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Posted: 03 Oct 2019 12:39 PM PDT
O UNFPA lidera a ação de prevenção e resposta à violência baseada em gênero e atua na promoção do acesso à saúde sexual e reprodutiva. Foto: UNFPA Brasil/Thais Rodrigues
Alunos e professores do curso de Relações Internacionais da Universidade Salvador (UNIFACS) tiveram a oportunidade de discutir os avanços e conhecer um pouco mais sobre a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), que neste ano celebra 25 anos.
A conversa contou com a participação da oficial de projetos do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em Salvador (BA), Michele Dantas. A Semana do Internacionalista ocorreu no campus Tancredo Neves, de 25 a 27 de setembro, e contou com intercâmbio de especialistas, minicursos e workshops.
Michele explicou como a CIPD, ocorrida no Cairo em 1994, representou uma mudança de paradigma na forma como os assuntos de população e desenvolvimento passaram a ser abordados no mundo.
Até então, falava-se em explosão populacional e o receio de uma possível escassez de alimentos, com enfoque também em políticas de controle de nascimentos. No Cairo, entendeu-se que os direitos reprodutivos eram direitos humanos autênticos e que o foco precisava ser no direito de escolha e nas liberdades individuais.
“Na ocasião, 179 países pactuaram um plano de ação para orientar as políticas públicas a partir do prisma dos direitos humanos e escolhas individuais. Os principais compromissos envolviam a promoção da igualdade de gênero, a eliminação da violência contra a mulher, a garantia dos direitos reprodutivos e a redução da mortalidade materna”, observou.
Hoje, um quarto de século depois, muitos avanços foram conquistados, mas ainda há pessoas cujos direitos reprodutivos não são respeitados, lembrou a especialista. Por isso, o UNFPA trabalha com a meta de alcançar três zeros: zero necessidades de contracepção não atendidas, zero mortes maternas evitáveis e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.
Michele também lembrou que, em comemoração aos 25 anos da CIPD, será realizada a Cúpula de Nairóbi, de 12 a 14 de novembro, no Quênia, onde governos, sociedade civil, especialistas e a comunidade poderão discutir os avanços mencionados e traçar novos objetivos para cumprir o que foi acordado na Conferência do Cairo.
Oficial de projetos do UNFPA na Bahia, Michele Dantas, foi convidada da UNIFACS. Foto: UNIFACS
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Posted: 03 Oct 2019 12:16 PM PDT
A REBRATS promove e difunde avaliação de tecnologias em saúde no Brasil, fazendo articulação entre pesquisa, política e gestão, além de subsidiar gestão de tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS). Foto: OPAS/Ary Rogerio Silva
Teve início nesta quarta-feira (2) a primeira edição do Congresso da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS), em Brasília (DF), com a participação de metodologistas, acadêmicos, profissionais da área, gestores e público científico do Brasil e do mundo. O evento, que segue até 4 de outubro, é promovido pelo Ministério da Saúde do Brasil para promover conexões e facilitar a troca de experiências de sucesso.
A REBRATS é composta por mais de 100 colaboradores, entre eles, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Segundo Katia de Pinho Campos, representante interina de ambos os organismos internacionais no Brasil, a rede é uma referência nas Américas e se destaca nos espaços de diálogo regionais sobre avaliação de tecnologias e sua incorporação nos sistemas e serviços de saúde.
“A REBRATS já se consolidou como uma das mais importantes redes do Brasil. Seus membros colaboram ativamente para a divulgação e o compartilhamento de estudos e experiências, se atualizam sobre os últimos avanços técnicos e científicos e enriquecem o debate sobre nosso contexto atual e sobre os mais recentes desafios da avaliação e incorporação de tecnologias em saúde”, afirmou.
Katia pontuou ainda que o caminho para a saúde universal requer o acesso a medicamentos, produtos e serviços de saúde de qualidade, seguros, eficazes, custo-efetivos e acessíveis. “A OPAS/OMS considera que a avaliação de tecnologias em saúde ocupa um lugar central na definição de políticas de gestão de tecnologias, articulando de forma coerente os diferentes atores responsáveis por intervir na provisão de serviços e produtos para a saúde, tanto para a população brasileira quanto para outros países”, complementou.
Denizar Vianna Araújo, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, ressaltou que a Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde, criada em 2010, é um grande legado.
“Em um curto espaço de tempo, construímos no Brasil uma política exitosa, com regras claras e transparentes, processos bem definidos e um corpo técnico de alta qualificação. Trouxemos também vários atores para participar e legitimar esse processo e isso beneficia a sociedade de uma maneira geral”, disse, acrescentando que todos os sistemas de saúde de acesso universal precisam ter um bom modelo de avaliação de tecnologias em saúde.
A criação da Rede de Avaliação de Tecnologias Sanitárias das Américas (REDETSA) em 2011, iniciativa coordenada pela OPAS, também foi um marco para o país e para a região, disse Vânia Canuto, diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde do Ministério da Saúde. O principal objetivo da iniciativa é fortalecer a capacidade regional de avaliação de tecnologias em saúde com a perspectiva de fortalecimento dos sistemas públicos de saúde dos Estados Membros.
Lançada em 2008, a REBRATS proporciona a promoção e a difusão da avaliação de tecnologias em saúde no Brasil, fazendo uma articulação entre pesquisa, política e gestão, além de subsidiar a gestão de tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Posted: 03 Oct 2019 11:57 AM PDT
“O ar poluído está causando milhões de mortes prematuras em todo o mundo “, Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Foto: PNUMA.
Em meio aos muitos eventos que ocorreram na sede das Nações Unidas em Nova Iorque no mês de setembro, como as Cúpulas de Ação Climática e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as lideranças presentes reservaram um momento para recuperar o fôlego.
A necessidade urgente de reduzir a poluição do ar e de intensificar as ações climáticas foi destaque em algumas instalações de arte promovidas nos espaços da ONU pela Art 2030, iniciativa que visa utilizar a arte como ferramenta para abordar os temas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Lideranças mundiais que participaram das Cúpulas ou das atividades relacionadas à Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde tiveram a chance de visitar uma instalação sediada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) chamada “Pollution pods” (“Casulos de poluição”, na tradução livre), do artista Michael Pinsky, que recria a qualidade do ar em cinco cidades do mundo (Londres, Nova Deli, Pequim e São Paulo).
Recentemente, a OMS classificou o problema da poluição do ar como “emergência de saúde pública global”, quando nove em cada dez pessoas respiram um ar contendo altos níveis de poluentes.
Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que abriga a Secretaria da Coalizão do Clima e do Ar Limpo, explicou que enfrentar duas das ameaças mais sérias do mundo – poluição do ar e crise climática – é fundamental para garantir um futuro sustentável.
“Precisamos enfrentar urgentemente as mudanças climáticas e impedir que as temperaturas excedam limites perigosos”, afirmou Andersen. “Reduzir os poluentes climáticos de curta duração é um componente essencial da nossa estratégia”, acrescentou.
Segundo a diretora do PNUMA, o ar poluído está causando milhões de mortes prematuras em todo o mundo e afetando seriamente a qualidade de vida das pessoas. Ela afirma que o Programa está comprometido com a limpeza dos ares como uma forma de reduzir as mudanças globais do clima.
“A Coalizão do Clima e do Ar Limpo está abordando essas duas questões em conjunto. Ações em quaisquer dessas frentes contribuem para alcançar os objetivos da outra”, relatou.
A respiração nos conecta
Visualização 3D de ‘Breathe with me’ na sede das Nações Unidas, realizada pelo Studio Jeppe Hein. Créditos: ART 2030 | Jeppe Hein.
Explorando outra instalação artística que buscou representar nossa conexão fundamental com o meio ambiente, Breathe with me (“Respire comigo”, na tradução livre), Andersen e o embaixador da Boa Vontade do PNUMA, Aiden Gallagher, foram os primeiros a pintar suas respirações na parede reservada para a obra coletiva, compondo duas linhas azuis ao expirar, com pinceladas longas de cima para baixo.
O artista que criou a instalação, Jeppe Hein, disse: “A vida começa com uma inspiração e termina com uma expiração. Entre as duas, todos nós respiramos e vivemos vidas diferentes. E, no entanto, cada respiração nos mantém unidos, conectados, compartilhando o mesmo ar”.
Como um convite para o mundo inteiro respirar junto, a instalação ‘Breathe with Me’ também incluiu um kit de ferramentas educacionais e comunitárias disponíveis para download ( em inglês).
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PNUMA e iniciativas por um ar mais limpo
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é um parceiro da campanha Breathe Life, que mobiliza comunidades para reduzir o impacto da poluição do ar em nossa saúde e no clima. A campanha apoia iniciativas de ar limpo, promove o uso de energia limpa e ajuda cidades, regiões e países a desenvolver políticas e programas para reduzir a poluição do ar.
Em evento na ONU, os ministros e representantes da Coalizão do Clima e do Ar Limpo apresentaram um documento oficial, a Declaração de Visão 2030, para garantir que o aquecimento seja limitado a 1,5 °C e que reduzamos drasticamente a poluição do ar.
De acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, são necessárias reduções profundas nas emissões de metano e carbono preto para limitar o aquecimento global ao padrão estabelecido.
A Declaração apresentada pela Coalizão do Clima e do Ar Limpo expressa uma exigência por esforços acelerados para reduzir os poluentes climáticos de vida curta (PCVC) na próxima década, além do comprometimento para colocar o mundo em um “caminho que reduza rapidamente o aquecimento, em curto prazo, e maximize os benefícios de desenvolvimento, saúde, meio ambiente e segurança alimentar”.
Esses esforços incluem grande mitigação de dióxido de carbono e transição para uma economia de neutralidade de carbono até 2050.
Esforços de mitigação – Combatendo as emissões de carbono e outros poluentes
PCVCs são muitas vezes mais poderosos que o dióxido de carbono no aquecimento do planeta, mas, como duram pouco tempo na atmosfera, a prevenção de suas emissões pode reduzir rapidamente a taxa de aquecimento.
Muitos deles são também poluentes perigosos e as reduções trarão benefícios à saúde e aos ecossistemas humanos, de acordo com a Coalizão do Clima e do Ar Limpo.
Miguel Arias Cañete, Comissário da Comissão Europeia para Ação Climática e Energia, afirmou que os esforços de mitigação precisam ser urgentemente intensificados no setor global de energia e pediu aos países que trabalhassem com a Coalizão para reduzir as emissões de metano da indústria de petróleo e gás.
“Para atingir esses objetivos, precisamos de uma transição rápida para uma economia de baixo carbono com maior eficiência no uso de recursos. Isso também requer mais ação sobre poluentes climáticos de vida curta”, afirmou Arias Cañete.
Segundo ele, a Comissão Europeia está explorando outras maneiras de medir e reportar melhor as emissões de metano em todas as indústrias de hidrocarbonetos e reduzir as emissões de metano na produção e no consumo de energia. “Existe um potencial significativo para reduzir as emissões sem elevar os custos”, concluiu Cañete.
Sobre a Conferência do Clima 2019
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, convidou todos os líderes à Nova Iorque neste ano para apresentarem suas contribuições e planos realistas de ações contra a mudança global do clima em nível nacional – em conformidade com os acordos de redução de 45% das emissões de gases de efeito estufa na próxima década, e a neutralidade de emissões até 2050.
A busca de soluções por um ar mais limpo estava entre as ações climáticas propostas para fortalecer as economias e criar empregos, preservando os habitats naturais e a biodiversidade.
Essas soluções também podem apoiar na redução das desigualdades, já que a poluição do ar afeta desproporcionalmente mulheres, crianças e pessoas em países em desenvolvimento.
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Posted: 03 Oct 2019 11:48 AM PDT
A erradicação da pobreza até 2030 é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 1. Foto: Renato Jorge Marcelo
A erradicação da pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares, é peça-chave para o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Em 2000, o mundo comprometeu-se a reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza, o que resultou, nos anos seguintes, em ganhos notáveis em desenvolvimento humano.
Até 2015, a pobreza havia sido reduzida significativamente, o acesso ao ensino básico e os resultados da saúde melhoraram, bem como houve progresso na promoção da igualdade de gênero e no empoderamento das mulheres e meninas.
No entanto, a erradicação da pobreza extrema continua a ser um desafio, com mais de 700 milhões de pessoas vivendo, globalmente, com menos de 1,90 dólar por dia e mais da metade da população global vivendo com menos de 8 dólares por dia.
É nesse contexto que as metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 – Erradicação da Pobreza estabelecem “planos de ação” para que todas as pessoas tenham acesso a uma renda básica que garanta uma vida digna e de qualidade para todas e todos, segundo especialistas ouvidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
“A pobreza é um tema transversal. Certamente, ela está ligada a outros fatores que influenciam o alcance do desenvolvimento sustentável, como o acesso à água potável e saneamento, energia e saúde de qualidade, por exemplo”, disse o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Pedro Herculano de Souza.
“As metas do ODS 1 estabelecem esse compromisso de olharmos para aqueles que estão em pior situação. No entanto, as metas são só o início. Elas dão os horizontes do que os países têm que fazer. Mas elas não são a palavra final em si mesmas”, completou.
De acordo com o pesquisador do IPEA, o aumento da população global vivendo em áreas urbanas demanda mais recursos para acesso a serviços básicos em diferentes áreas.
“A renda é muitas vezes a necessidade mais vital das famílias. A população urbana cresce cada vez mais e, para ter acesso a quase tudo, as famílias precisam de dinheiro. Sem renda suficiente, as famílias moram em casas inadequadas, têm baixo acesso a bons serviços de saúde e, consequentemente, sofrem mais, o que vai na contramão do desenvolvimento sustentável”, disse Souza.
No âmbito da Agenda 2030, a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD, Samantha Salve, lembrou que conexão entre as 169 metas também é fator relevante para o alcance do desenvolvimento sustentável.
“Pessoas em situação de extrema pobreza vivem também insegurança alimentar, falta de acesso à saúde, abandono escolar e enfrentam desigualdades”, disse.
“No aspecto ambiental, sabe-se que a pobreza está ligada à ocupação irregular do solo e da água, à falta de acesso à moradia, entre outros problemas. Fica evidente aqui também o caráter holístico da Agenda 2030 e a necessidade de compreender que os desafios que temos pela frente são complexos e interligados e, por isso, demandam políticas públicas integradas para o desenvolvimento humano sustentável”, explicou Samantha.
Dados desagregados
A existência de uma base de dados desagregados por sexo, raça, renda, longevidade, entre outros aspectos, também é destacada como ferramenta para a promoção de políticas públicas que fortalecem o monitoramento dos ODS.
“Podemos falar, por exemplo, do percentual de pobreza no Brasil. Mas quem são essas pessoas? Desagregando os dados podemos focalizar melhor as políticas públicas e ações sociais de maneira que ninguém seja deixado para trás no processo de desenvolvimento. A desagregação dos indicadores de monitoramento dos ODS permite perceber quais são os grupos sociais que se encontram em maior vulnerabilidade”, afirmou Samantha.
Mais informações:
Confira a série “ Cadernos ODS“, produzida pelo IPEA, que divulga análises sobre as linhas dos indicadores de monitoramento das metas da Agenda 2030.
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Posted: 03 Oct 2019 11:17 AM PDT
O Brasil do século 21, onde existem 108 celulares para cada 100 habitantes, convive com um Brasil ainda no século 19, onde 45 a cada 100 habitantes não têm solução adequada de esgotos. Foto: EBC
A Rede Brasil do Pacto Global recebe até 18 de outubro inscrições para prêmio no setor de água e saneamento (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6). A iniciativa tem o objetivo de reconhecer melhores projetos desenvolvidos por membros da rede que privilegiem práticas de sustentabilidade.
Os selecionados serão reconhecidos em publicação a ser lançada em dezembro, durante evento anual da plataforma The CEO Water Mandate.
O prêmio é endereçado a todos os membros da Rede Brasil e às organizações que fazem parte do Pacto Global das Nações Unidas internacionalmente e que tenham interesse em se tornar participantes locais.
É permitido inscrever projetos em andamento ou já finalizados nas categorias: 1) Água, saneamento e higiene (WASH) e direitos humanos; 2) Eficiência hídrica em cadeias diretas de operações e suprimentos; 3) Proteção e restauração de ecossistemas; 4) Ação coletiva.
A iniciativa conta com o patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) e apoio do Instituto Superior de Administração e Economia do Mercosul (ISAE).
Inscrições
As inscrições estão abertas até 18 de outubro, às 23h59, através do link (clique aqui).
Para participar, é preciso preencher o formulário completo, indicando o líder do projeto, a equipe envolvida, a categoria de inscrição, o título e o resumo do projeto.
Não há pagamento de inscrição para membros da Rede Brasil do Pacto Global. Será cobrada a taxa de 750 reais para as organizações que fazem parte do Pacto em nível global, mas ainda não são membros da rede brasileira.
O número de inscrições por membros é limitado a um projeto por categoria. A comissão organizadora do prêmio “Cases de sucesso em água e saneamento (ODS 6) 2019” será definida pela Secretaria da Rede Brasil do Pacto Global.
Confira aqui o edital completo com as informações sobre o prêmio e sobre como participar. Eventuais dúvidas ou sugestões podem ser feitas pelo e-mail gcmoreira@pacinst.org.
Evento de lançamento
Os dez casos selecionados serão publicados em um relatório e apresentados no evento anual do The CEO Water Mandate, que ocorrerá no dia 11 de dezembro.
O evento terá a participação de Jason Morrison, presidente do Pacific Institute e do CEO Water Mandate.
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Posted: 03 Oct 2019 10:56 AM PDT
Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visita Vanuatu em última parada de missão ao Pacífico para ver os efeitos da mudança climática. Foto: ONU/Mark Garten
Por António Guterres*
Na véspera da Cúpula de Ação Climática da ONU, em setembro, milhões de jovens mobilizaram-se em todo o mundo e disseram aos líderes globais: “vocês estão nos decepcionando”.
Eles têm razão.
As emissões globais de gases na atmosfera estão aumentando. As temperaturas estão subindo. As consequências já são terríveis para os oceanos, as florestas, os padrões climáticos, a biodiversidade, a produção de alimentos, a água, os empregos e, em última instância, para a vida, e deverão continuar piorando.
A ciência é irrefutável, mas, em muitos lugares, as pessoas não precisam de tabelas ou de gráficos para perceberem a crise climática. Basta olhar pela janela.
O caos climático está acontecendo em tempo real, da Califórnia às Caraíbas, da África ao Ártico e em outros locais, e aqueles que menos contribuem para este problema são os que mais sofrem.
Pude constatá-lo com os meus próprios olhos em Moçambique, país devastado por ciclones, nas Bahamas, território arrasado por um furacão e no Pacífico Sul com a alta do nível dos mares.
Convoquei a Cúpula de Ação Climática para que fosse o ponto de partida do caminho que teremos de percorrer se quisermos cumprir os prazos cruciais estabelecidos pelo Acordo de Paris para o clima até 2020. Muitos líderes, de muitos países e setores, estiveram presentes.
Governos, jovens, empresas, cidades, investidores e sociedade civil, uniram-se para adotar as medidas que o mundo tanto necessita para que se consiga evitar uma catástrofe climática.
Mais de 70 países assumiram o compromisso de eliminar as emissões de CO2 até 2050, apesar de os principais emissores ainda não o terem feito. Mais de 100 cidades assumiram igual compromisso, incluindo algumas das maiores metrópoles do mundo.
Pelo menos 70 países anunciaram a intenção de implementar seus planos nacionais que resultam do Acordo de Paris até 2020.
O grupo dos Pequenos Estados Insulares garantiu que irá alcançar a neutralidade de carbono e mudar para 100% de energia renovável até 2030.
Do Paquistão à Guatemala, da Colômbia à Nigéria, da Nova Zelândia aos Barbados, muitos países prometeram plantar mais de 11 mil milhões de árvores.
Mais de 100 líderes do setor privado comprometeram-se a acelerar a transição das suas empresas para a economia verde.
Um grupo constituído por alguns dos maiores proprietários de ativos do mundo prometeu mudar suas carteiras para investimentos neutros em carbono até 2050. A esta iniciativa soma-se um recente apelo de um grupo de gestores de ativos, que representa quase metade do capital investido no mundo, para que os líderes mundiais aumentem os preços do carbono e eliminem gradualmente os subsídios aos combustíveis fósseis e à energia movida a carvão em todo o mundo.
O Clube Internacional das Instituições Financeiras prometeu mobilizar 1 trilhão de dólares para financiar energia limpa até 2025, em 20 países menos desenvolvidos.
Um terço do setor bancário mundial comprometeu-se em alinhar práticas com as metas do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A cúpula também permitiu mostrar como as cidades e as indústrias globais, como a do transporte marítimo, podem alcançar grandes reduções nas emissões. Foram ainda destacadas iniciativas para proteger as florestas e assegurar o abastecimento de água.
Todos estes passos são importantes, mas não são suficientes.
Desde o início, esta cúpula foi projetada para alertar o mundo e acelerar a ação a uma escala mais ampla. Também serviu de palco mundial para ouvir verdades duras e para iluminar o caminho tanto dos que estão na linha da frente, como daqueles que não querem liderar esta ação. Os que negam ou os grandes emissores de gases para a atmosfera não têm agora onde se esconder.
Continuarei a incentivá-los para que façam mais e a impulsionar soluções econômicas verdes em todo o mundo.
O nosso planeta precisa de ação a uma escala verdadeiramente global. No entanto, tal não pode ser alcançado da noite para o dia e não pode acontecer sem o envolvimento total daqueles que mais contribuíram para esta crise.
Se quisermos evitar o precipício climático, é necessário fazer muito mais para responder ao apelo da ciência e reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 45% até 2030, alcançar a neutralidade de carbono até 2050 e limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius até ao fim do século. Só assim poderemos garantir um futuro para o nosso mundo.
Muitos países parecem continuar viciados no carvão, apesar de existirem soluções ecológicas mais baratas. Devemos ir mais longe na fixação do preço do carbono, garantindo que não haja novas fábricas de carvão até 2020 e deixando de desperdiçar o dinheiro dos contribuintes no financiamento da moribunda indústria dos combustíveis fósseis, que só aumenta o número de furacões, propaga doenças tropicais e agrava conflitos.
Ao mesmo tempo, os países desenvolvidos devem cumprir o seu compromisso de disponibilizar 100 bilhões de dólares de fundos públicos e privados, todos os anos, até 2020, para a mitigação e a adaptação nos países em desenvolvimento.
Com efeito, irei me certificar de que os compromissos assumidos pelos países, pelo setor privado e pelas autoridades locais sejam cumpridos a partir da conferência climática da ONU (COP25) que terá lugar em dezembro em Santiago, no Chile.
A ONU está unida no apoio à realização destas iniciativas.
As alterações climáticas são a questão que define o nosso tempo.
A ciência nos mostra que, se nada for feito, enfrentamos ao menos 3 graus Celsius de aquecimento global até ao fim do século. Eu não estarei aqui, mas minhas netas, sim. Recuso-me a ser cúmplice na destruição de seu único lar.
Os jovens, as Nações Unidas e um número crescente de líderes do setor empresarial, do setor financeiro, do governo e da sociedade civil, em suma, muitos de nós, estão se mobilizando e tomando medidas. Contudo, necessitamos de muitos mais para sermos bem-sucedidos no combate às alterações climáticas.
Temos um longo caminho a percorrer, mas o primeiro passo foi dado.
*Secretário-geral da ONU
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Posted: 03 Oct 2019 10:38 AM PDT
A iniciativa da OPAS tem como alvo uma lista de doenças com potencial de eliminação, entre elas, HIV, sífilis, hepatites B e C, esquistossomose, tracoma, doença de Chagas, malária, cólera e raiva humana. Foto: UNAIDS
Ministros da saúde de vários países da região das Américas concordaram em uma abordagem coletiva para eliminar mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas na América Latina e no Caribe até 2030. O compromisso foi firmado no segundo dia (1) do 57º Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Washington, nos Estados Unidos.
A iniciativa da OPAS tem como alvo uma lista de doenças com potencial de eliminação, entre elas, HIV, sífilis, hepatites B e C, esquistossomose, tracoma, doença de Chagas, malária, cólera e raiva humana.
“Além do custo humano para indivíduos, famílias e comunidades, as doenças transmissíveis também têm um enorme impacto econômico nos sistemas de saúde”, afirmou a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne.
“Uma abordagem coletiva em toda a região permitirá que os países consolidem seus esforços e recursos para prevenir epidemias e, finalmente, acabem com essas doenças de uma vez por todas.”
A iniciativa reconhece que a eliminação de doenças não depende apenas do setor de saúde, mas exige o envolvimento de outros atores, dentro e fora do governo, com uma definição clara de papéis e responsabilidades.
Lançamento do relatório sobre equidade em saúde nas Américas
O segundo dia do 57º Conselho Diretivo também contou com o lançamento do relatório “ Sociedades justas: Equidade em saúde e vida com dignidade”, produzido pela OPAS. Ele propõe, de forma inovadora, metas prioritárias em diversas áreas de ação para reduzir as iniquidades em saúde.
Como resultado dessas desigualdades estruturais, certos grupos da região das Américas continuam enfrentando desigualdades na saúde, tanto dentro como entre os países, em razão de sua posição socioeconômica, etnia, gênero, orientação sexual, condição de incapacidade ou por serem migrantes.
Essas desigualdades, segundo a comissão responsável pelo relatório, começam no início da vida: na Bolívia, por exemplo, a taxa de mortalidade abaixo de 5 anos para crianças indígenas é mais de três vezes maior que a de crianças não indígenas. As desigualdades persistem até o fim da vida; a expectativa de vida para as mulheres no Haiti, por exemplo, é de apenas 66 anos, enquanto para as mulheres no Canadá é de 84.
As recomendações como um todo propõem um foco renovado nos grupos que são deixados para trás, uma abordagem de todo o governo para combater a desigualdade e a colaboração com outros setores, além da saúde.
57º Conselho Diretivo da OPAS
O evento reúne durante esta semana as principais autoridades de saúde das Américas do Norte, do Sul, Central e do Caribe para buscar um acordo sobre estratégias e planos capazes de enfrentar desafios comuns à saúde. Isso inclui um plano para reduzir as doenças cardiovasculares, eliminando os ácidos graxos trans produzidos industrialmente; uma estratégia para tornar o acesso a transplantes de órgãos, tecidos e células mais equitativo; e um plano para melhorar a qualidade do atendimento prestado nos serviços de saúde.
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