Boletim diário da ONU Brasil: “ONU e União Europeia ajudam Panamá a adotar meios de transporte elétricos” e 10 outros.
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seg, 13 de ago 17:57 (Há 4 dias)
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Posted: 13 Aug 2018 12:36 PM PDT
Cidade do Panamá. Foto: Flickr (CC)/Matthew Straubmuller
A ONU Meio Ambiente, a União Europeia e o governo do Panamá lançaram neste mês (9) uma parceria para tornar mais verdes e sustentáveis os meios de transporte do país centro-americano. Projeto visa popularizar a mobilidade elétrica. Segundo estimativas das Nações Unidas, se a atual frota de ônibus e táxis da Cidade do Panamá fosse substituída por veículos elétricos, seria possível impedir a liberação de 8,5 milhões de toneladas de CO2 até 2030.
A adaptação também traria uma economia de 500 milhões de dólares em combustível para os próximos 13 anos e permitiria evitar a morte precoce de mais de 400 pessoas, devido a doenças respiratórias associadas à qualidade do ar. O programa de cooperação entre o Panamá e o bloco europeu faz parte da estratégia da UE para implementar o Acordo de Paris, a Euroclima+.
“Incorporar a mobilidade elétrica é crucial para que os países cumpram com seus compromissos climáticos registrados no Acordo de Paris, mas, além disso, nos ajudará a limpar o ar, reduzir as mortes causadas pela contaminação e oferecer cidades saudáveis a milhões de pessoas”, afirmou o diretor regional da ONU Meio Ambiente na América Latina e Caribe, Leo Heileman, durante uma cúpula realizada na Cidade do Panamá para apresentar a parceria.
“No Ministério de Energia, garantiremos que os usuários encontrem alternativas para se deslocar de maneira sustentável e incentivaremos a instalação de estações de recarga elétrica em pontos estratégicos do país”, disse no evento o ministro de Energia do Panamá, Víctor Urrutia.
O encontro na capital teve a participação de empresas estatais de transporte público, de organizações da sociedade civil e do setor privado, de distribuidoras de energia e de concessionárias de veículos elétricos.
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Posted: 13 Aug 2018 11:51 AM PDT
Numeir (na extrema direita) reencontra os parentes no aeroporto. Foto: ACNUR/Chris Melzer
Com medo de ser recrutado pelo exército, Numeir fugiu da Síria, seu país de origem, quando tinha apenas 15 anos. “Dizer adeus foi terrível”, conta o jovem sobre o momento de se despedir dos pais e irmãos, incluindo a caçula da família, Anmar, de apenas quatro anos à época. Vivendo na Alemanha desde 2015, o sírio conseguiu trazer os parentes para o país europeu em maio último, com o apoio da Agência da ONU para Refugiados ( ACNUR).
“Anmar me implorou para não ir, dizendo ‘irmão, não vá’. Mas eu não tive escolha”, conta Numeir sobre a partida para a Europa. Depois de passar pela Turquia, Grécia e a região dos Bálcãs, o jovem chegou à Alemanha em 2015, com 15 anos. O plano era encontrar um tio que já morava lá.
Como era menor de idade, Numeir foi levado pelas autoridades para um albergue em Lensahn, uma pequena cidade localizada no norte da Alemanha. O município fica a poucos minutos de carro do Mar Báltico e tem menos de cinco mil habitantes.
“Aqui é muito bonito”, diz o sírio. “Tão verde, tão quieto, tão pacífico.”
Durante três anos, ele teve apenas um desejo: “Quero compartilhar a beleza deste lugar com as pessoas mais importantes do mundo para mim – minha família”.
O ACNUR ajudou Numeir a reencontrar os parentes. Seu pai Ismain, a mãe Fada, e seus três irmãos fugiram para a Turquia, depois para a Grécia, antes de finalmente saberem que a solicitação do organismo internacional e do jovem havia sido aprovada. Em uma quinta-feira de maio, os cinco se prepararam para desembarcar no Aeroporto Fuhlsbüttel, em Hamburgo.
Muitas pessoas no saguão de desembarque aguardavam o mesmo voo, mas ninguém parecia tão animado quanto Numeir. O avião pousou com segurança? Tudo daria certo na chegada? De repente, sua família estava lá e Numeir pôde abraçar sua mãe novamente.
Numeir reencontra a mãe, Fada, no aeroporto, em Hamburgo. Foto: ACNUR/Chris Melzer
Fada afirma que sentiu-se como na primeira vez em que abraçou seu primogênito, 18 anos atrás. “Foi exatamente assim, como da primeira vez”, diz, feliz.
A família ficou espantada quando chegou em Lensahn e saiu do carro. Todos tinham visto fotos, mas agora podiam sentir o cheiro das árvores, sentir a grama e tocar a parede de tijolos da antiga casa de fazenda onde todos iriam morar. “Aqui é lindo”, disse Ismain.
“É ótimo ver uma família tão feliz”, afirma o representante do ACNUR na Alemanha, Dominik Bartsch. “É por isso que a reunião familiar é tão importante. Durante anos, Numeir ficou doente de preocupação com seus familiares. Agora, seus medos desapareceram e a família pode reconstruir suas vidas aqui na Alemanha.”
“Já vimos ataques de gás, vimos bombas”, conta Ismain. “Para um pai, isso significa nunca ter a certeza de que sua esposa e filhos ainda estarão vivos quando ele voltar para casa à noite. Aqui, quando vejo as crianças rindo e correndo no jardim, sei que todos estão seguros.”
“Eu gostaria de agradecer ao povo alemão que me deu a oportunidade de ver meu filho novamente. Eles o acolheram, seguraram-no em seus braços e nos reuniram”, completa o pai de Numeir.
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Posted: 13 Aug 2018 11:13 AM PDT
No campo de Nduta, na Tanzânia, vivem 125 mil refugiados burundineses. Como há carência de salas de aula, as crianças estudam embaixo de árvores. Há uma professora para cada 200 alunos. Só 7% do apelo humanitário do ACNUR para 2017 foi financiado. Foto: ACNUR/Georgina Goodwin
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) inaugura na próxima quarta-feira (15) a mostra “Faces do Refúgio”, que leva para o Centro Cultural dos Correios 52 fotografias sobre migrações forçadas. Essa é a primeira vez em que a exposição desembarca na capital fluminense. Iniciativa aborda as principais crises de deslocamento da atualidade, em países como Síria, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Mianmar.
As imagens trazem histórias de crianças, homens e mulheres que enfrentaram graves violações de direitos humanos e buscam uma oportunidade de reconstruir suas vidas. A curadoria da exposição é fruto de uma parceria entre o organismo das Nações Unidas e o Atelier Vanessa Poitena.
“Os refugiados são como eu e você. A grande diferença é que essas pessoas se veem, do dia para a noite, obrigadas a deixar tudo para trás por uma questão de sobrevivência. O refúgio não é uma escolha. Pessoas deixam tudo para trás para salvar suas vidas”, afirma Natasha Alexander, chefe da unidade de parcerias com o setor privado do ACNUR.
“A exposição é uma ferramenta de conscientização para que as pessoas conheçam um pouco mais sobre essa realidade”, completa.
Dados do ACNUR indicam que mais de 68 milhões de pessoas no mundo vivem fora dos seus locais de origem devido a guerras, conflitos e perseguições. Lançado em junho, o relatório “Tendências Globais” reúne as informações mais recentes da agência da ONU sobre deslocamento forçado.
De acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o Brasil havia reconhecido, até o final de 2017, um total de 10.145 refugiados de diversas nacionalidades. Desse contingente, 5.134 continuam no país na condição de refugiado, sendo que 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. Os sírios representam 35% da população refugiada com registro ativo no Brasil. Os demais, que não mantiveram o status de refugiado, podem ter retornado voluntariamente ao seu país de origem ou ter se naturalizado brasileiros.
Com entrada gratuita, a exposição fica em cartaz no Centro Cultural dos Correios até 23 de setembro.
Clique aqui para fazer o download das fotos de divulgação da exposição.
Serviço
Exposição “Faces do Refúgio”
Data: de 15 de agosto a 23 de setembro no Centro Cultural dos Correios – Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 12 às 19h.
Classificação indicativa: Livre.
Entrada franca.
Contatos de imprensa:
Thereza Jatoba, jatoba@unhcr.org, (11) 94018-0719
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Posted: 13 Aug 2018 09:29 AM PDT
Coronel Alexandre Lima durante sua participação na Missão da ONU no Haiti, a MINUSTAH. Foto: Arquivo pessoal
O coronel e aviador brasileiro, Alexandre Corrêa Lima, foi selecionado para compor o quadro internacional da Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA). Pela primeira vez, um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) é escolhido para uma operação de paz em um processo seletivo aberto a militares de Estado-Maior de todos os países-membros da ONU.
A partir de 1º de setembro, Lima servirá no Quartel-General da MINUSCA, em Bangui, capital da nação africana. Ele integrará o Grupo de Suporte de Defesa Estratégica e Ligação, criado recentemente para apoiar a reorganização dos setores de defesa da República Centro-Africana. Na função de inspetor, o oficial realizará auditorias e dará assessoria ao Exército Nacional do país.
O fato de ter sido peacekeeper — designação dada a militares que integram operações de paz da ONU — na Missão das Nações Unidas no Haiti por um ano foi um fator decisivo na seleção do coronel. Atualmente, o aviador atua no Ministério da Defesa. Lima exerce a função de subchefe do Centro de Coordenação de Logística e Mobilização (CCLM), que coordena o fluxo logístico da Operação Acolhida, uma força-tarefa humanitária montada em Roraima para acolher os refugiados e migrantes venezuelanos.
Na Força Aérea desde 1990, o oficial diz que se sente preparado e motivado para a nova missão no continente africano. “Apesar das operações de paz da ONU ocorrerem em ambientes com baixos índices de desenvolvimento humano e alta volatilidade no campo político-social, é uma oportunidade única compor uma força de paz e representar o Brasil e a nossa Força Aérea junto à comunidade internacional”, afirma.
A expectativa de Lima é contribuir para a estabilidade no país. “Tenho a certeza de que sairei da missão com uma experiência de vida bastante significativa, nos campos profissional e pessoal, além de ter tido a possibilidade de utilizar todo o conhecimento adquirido ao longo da carreira a serviço da paz”, acrescenta o aviador.
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Posted: 13 Aug 2018 08:45 AM PDT
O Centro de Excelência contra a Fome contribuiu para mudar o entendimento de governos de cerca de 30 países sobre o potencial da alimentação escolar. Foto: SMCS/Jaelson Lucas
O Brasil tem sido o “espelho” para países africanos que querem implementar programas próprios de alimentação escolar. A avaliação é do diretor do Centro de Excelência contra a Fome, Daniel Balaban, que participou na semana passada (8), em Brasília, de uma oficina com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Encontro debateu os rumos da cooperação entre as instituições.
Da parceria entre os dois organismos do governo brasileiro e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), nasceu o Centro de Excelência contra a Fome, que desde 2011 apoia países em desenvolvimento a criarem políticas públicas de combate à fome e à pobreza.
“A União Africana tem hoje uma determinação de que os países devam criar programas nacionais de alimentação escolar, se apropriando disso, e todos estão trabalhando nisso de uma forma ou de outra. O Brasil tem sido o espelho para que esses países criem os seus programas, o que demonstra o sucesso da nossa parceria, que tem dado resultados”, afirmou Balaban durante o evento.
O centro já apoiou mais de 30 países no desenvolvimento de estratégias para o fornecimento de refeições em centros de ensino. “A eficiência, eficácia e bons resultados dos programas são determinantes, num momento de restrições financeiras, para que possamos garantir recursos para as nossas iniciativas de cooperação internacional. O governo brasileiro tem aqui um modelo que serve para o mundo”, elogiou o chefe de Gabinete do FNDE, Rogério Lot.
A coordenadora-geral de Cooperação Técnica com Organismos Internacionais da ABC, Cecilia Malaguti, reafirmou o compromisso da agência com os parceiros. “Nesses sete anos, tanto a ABC quanto o Centro desenvolveram capacidades para que os nossos resultados sejam cada vez mais concretos e reconhecidos mundialmente como uma iniciativa totalmente inovadora”, disse.
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Posted: 13 Aug 2018 08:26 AM PDT
Saúde dos solos é importante para promover segurança nutricional, diz FAO. Foto: FAO
Em pronunciamento para a abertura do Congresso Mundial de Ciências do Solo, o chefe da FAO, José Graziano da Silva, alertou no domingo (12) que a degradação das terrasprodutivas pode agravar no futuro a volatilidade dos preços dos alimentos. O empobrecimento do solo também causa migrações involuntárias de agricultores, que ficam em maior risco de viver na miséria, acrescentou o dirigente.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os solos do planeta estão ameaçados pela erosão, desequilíbrio de nutrientes, acidificação, salinização e outras formas de poluição. Perigos à saúde das terras incluem ainda a perda de carbono e de biodiversidade, bem como o fenômeno da compactação — quando a terra é comprimida, reduzindo os poros que permitem a entrada de ar e água no solo.
Atualmente, um terço de todas as terras do planeta são consideradas degradadas. “Embora os solos estejam escondidos e, frequentemente, esquecidos, contamos com eles para nossas atividades diárias e para o futuro do planeta”, afirmou Graziano em mensagem de vídeo para o congresso, que reúne mais de 2 mil cientistas no Rio de Janeiro até a próxima sexta-feira (17).
“A degradação do solo afeta a produção de alimentos, causando fome e desnutrição, amplificando a volatilidade dos preços dos alimentos, forçando o abandono da terra e levando milhões de migrantes involuntários à pobreza”, acrescentou o chefe da FAO.
O diretor do organismo internacional defendeu ainda que a gestão sustentável desse recurso natural deve ser “parte essencial da equação do Fome Zero”.
Os solos, lembrou Graziano, funcionam também como importantes ferramentas para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas. Isso porque as terras têm a capacidade de armazenar carbono. “Manter e aumentar o estoque de carbono no solo deve se tornar uma prioridade”, afirmou o dirigente.
A FAO desenvolve o projeto Global Soil Partnership (Parceria Global dos Solos), mobilizando governos e outros parceiros para melhorar capacidades técnicas e trocar conhecimentos sobre a saúde do solo.
“Façamos do solo um veículo de prosperidade e paz e mostremos a contribuição dos solos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável“, completou Graziano.
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Posted: 13 Aug 2018 07:52 AM PDT
O Consulado Geral do México no Rio de Janeiro, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, promove nesta terça-feira (14), às 16h, no Centro Cultural dos Correios, o debate “Os desafios da mulher na participação de uma vida política e educativa plena”. O evento terá como palestrantes Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil; Telma Marques Taurepang, integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB); e Linda Marina Munive, consulesa-geral do México.
O objetivo da ação é discutir como a participação equitativa das mulheres no âmbito político e acadêmico é fundamental para promover o exercício da democracia e da justiça. As palestrantes falarão sobre a importância de leis específicas voltadas para questões de gênero e da luta por uma educação inclusiva, longe de traços discriminatórios.
O debate acontecerá na galeria da exposição “70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, que traz obras do artista paulistano Otávio Roth. Realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro, a mostra apresenta 30 xilogravuras que traduzem os ideais de paz e igualdade defendidos nos artigos do documento.
“É relevante a nível internacional debater sobre temas dessa magnitude, após o interesse gerado pelas questões de gênero, onde muitas pessoas observaram que a participação equitativa das mulheres no âmbito político de um pais é fundamental para o desenvolvimento do mesmo”, disse a vice-consulesa do México, Diana Vera Riquelme.
Aprovada em 10 de dezembro de 1948, a Declaração foi construída a partir do esforço conjunto da comunidade internacional para garantir que os horrores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – incluindo o Holocausto – jamais se repetissem. Considerada a base da luta universal contra a subjugação e abuso de povos, o documento estabelece obrigações para a atuação de governos, de maneira a garantir a proteção de comunidades e indivíduos.
A entrada é franca, com espaço sujeito a lotação (40 lugares).
Serviço
Debate: “Os desafios da mulher na participação de uma vida política e educativa plena”
Data: 14 de agosto – 16h
Classificação: Livre
Endereço: Centro Cultural Correios – Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro
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Posted: 13 Aug 2018 07:19 AM PDT
Cocaína foi encontrada em contêiner que seguiria para a Europa. Foto: Receita Federal
No Porto de Santos, o maior do Brasil, a Alfândega da Receita Federal apreendeu na última quarta-feira (8) 558kg de cocaína. A droga foi encontrada num contêiner com destino ao ancoradouro de Antuérpia, na Bélgica. Desde 2017, a aduana brasileira conta com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime ( UNODC) para treinar funcionários e aprimorar a fiscalização de cargas.
De acordo com a Receita, o volume de cocaína estava escondido em uma carga regular de polietileno e acondicionado em sacos próprios para a estocagem de produtos em pó e granulados, conhecidos como big-bags. No interior de três dessas sacolas, foram localizados outros 28 sacos de ráfia. As embalagens continham diversos tabletes de cocaína.
Com a apreensão, sobe para quase dez toneladas a quantidade de cocaína identificada neste ano em cargas do porto de Santos. Em 2017, a aduana encontrou mais de 11,5 toneladas da droga, escondidas em contêineres que seguiriam para a Europa.
Em fevereiro do ano passado, a Secretaria da Receita Federal do Brasil e o UNODC assinaram um acordo para melhorar a segurança do comércio de contêineres. A cooperação inclui a participação no Programa de Controle de Contêineres (CCP), uma iniciativa do organismo da ONU e da Organização Mundial das Alfândegas, em parceria com aduanas nacionais.
O CCP promove treinamento teórico e prático e assistência por meio de visitas de acompanhamento, dando apoio às Unidades de Controle de Portos.
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Posted: 13 Aug 2018 07:14 AM PDT
Ao completar 70 anos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos permanece necessária e atual em um mundo marcado por crescentes conflitos, desigualdades sociais, racismo, deslocamento forçado e violência, especialmente contra ativistas.
A avaliação é de diplomatas, representantes do Sistema ONU e de organizações da sociedade civil presentes na abertura da exposição de xilogravuras do artista plástico brasileiro Otávio Roth, na quarta-feira (8), no Rio de Janeiro.
É a primeira vez em mais de 30 anos que as xilogravuras que ilustram os artigos da Declaração têm exibição no país. As obras do artista morto em 1993, aos 40 anos, estão expostas permanentemente nas sedes da ONU em Nova Iorque, Viena e Genebra. No Rio, serão exibidas pela ONU Brasil até 9 de setembro no Centro Cultural Correios.
“As obras aqui expostas traduzem os ideais de paz e igualdade defendidos nos artigos da Declaração. É uma oportunidade não só de conhecer o trabalho deste artista que nos deixou precocemente, mas também refletir sobre os direitos e deveres que afetam a vida de todos nós”, disse Niky Fabiancic, coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, durante o lançamento da exposição.
Apesar da inegável relevância da Declaração atualmente, o sacrifício dos defensores dos direitos humanos globalmente é frequentemente testado e esquecido, afirmou Fabiancic. “Seus defensores muitas vezes pagam com suas próprias vidas em busca de um mundo mais justo e pelo cumprimento da nobre missão de manter a Declaração viva”, afirmou.
O coordenador-residente da ONU Brasil atentou para os crescentes fluxos de migrantes e refugiados no mundo. Em 2017, havia 68,5 milhões de pessoas em situação de deslocamento forçado, maior volume da história.
Para Fabiancic, esse desafio tem sido exacerbado pela atuação pouco generosa ou solidária de muitas lideranças políticas. “Devemos construir pontes entre países e pessoas, não erguer muros e fechar fronteiras”, disse.
Também presente no evento, o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, afirmou que, nos últimos 70 anos, os esforços da comunidade internacional e das Nações Unidas foram capazes de trazer algum sucesso na implementação dos direitos humanos.
“Mas, o caminho ainda é longo. Desde guerras no Oriente Médio e na África, até situações de migração forçada em Mianmar, violência em muitos países incluindo na América Latina, abusos contra minorias étnicas, religiosas e pessoas LGBTIQ+, ameaças ao meio ambiente, temos gravíssimas situações que prejudicam os direitos humanos”, alertou.
“A Declaração é extremamente atual, porque estamos, principalmente na área ambiental, vendo essa discussão de direitos sobre recursos naturais”, disse a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, lembrando que o Brasil é líder em morte de ativistas ambientais, citando dados da organização internacional Global Witness.
Esse contexto torna a arte um agente essencial para a promoção e difusão dos direitos humanos no mundo, na opinião de Ângela Pires, assessora do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) no Brasil.
“(A obra de Otávio Roth) provoca a partir da imagem. Provoca cada um de nós a lembrar o que são os direitos humanos, e nos convida à ação, a nos engajarmos”, declarou.
“Fico emocionada de ver as obras do Otávio Roth e a exposição que ele fez de cada um dos artigos da Declaração”, disse por sua vez Isabel Marquez, representante da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil.
Clique para exibir o slide.“A Declaração é para todos, independentemente de qualquer categoria. Essa falta de respeito com os direitos humanos, essas violações, é o que faz com que muitas pessoas tenham que fugir de seus países e procurar proteção”, completou Isabel, mencionando a situação dos venezuelanos que vêm ao Brasil diante da crise econômica e política em seu país.
Para o major Flávio Henrique, instrutor do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), Otávio Roth conseguiu transmitir através de sua obra uma linguagem universal para ilustrar os princípios da Declaração.
“Quem vê sua obra se identifica de imediato com a defesa dos direitos humanos. O legado que Otávio Roth deixou como brasileiro é muito importante, sua obra é muito perene por conta disso.”
Participação da sociedade civil
O coquetel de inauguração da exposição teve a participação de cerca de 150 convidados, entre eles membros de organizações da sociedade civil, que falaram sobre a importância da Declaração em seu trabalho cotidiano de defesa dos direitos humanos localmente.
Mônica Sacramento, coordenadora de projetos da ONG Criola, afirmou que a Declaração é um balizador do que é “comum estabelecer como direitos humanos”. “No caso brasileiro, em especial da Criola, a gente lida com a ameaça constante aos direitos humanos das mulheres negras em situação de maior vulnerabilidade”, explicou.
“São também jovens negros e mães de jovens negros vitimados pela violência. Então, a relevância do aniversário da Declaração tem a ver com este momento de retrocessos que estamos vivendo”, disse.
“Estamos diante de um desafio contemporâneo que é o reconhecimento da humanidade e do direito de todos, da equidade de todos. Não é muito diferente, infelizmente, de quando a Declaração foi elaborada.”
Os princípios da Declaração também estão intimamente ligados à proteção dos direitos de migrantes e refugiados, trabalho realizado no Brasil pela organização Cáritas, cujos representantes também visitaram a exposição de Otávio Roth.
“A gente tem uma conexão muito intensa com a questão dos direitos humanos, porque o direito que é dado ao refugiado, de atravessar a fronteira, e o direito de não ser devolvido ao país do qual saiu por se sentir violado e ameaçado, é um direito baseado na Declaração”, afirmou Mariana Sacramento, consultora em mobilização de recursos da Cáritas.
O lançamento da exposição no Centro Cultural Correios também teve a presença de representantes de consulados do Rio. Para Evelyne Coulombe, cônsul geral do Canadá na capital fluminense, as obras inovam ao mudar a forma com a qual o visitante está habituado a visualizar os artigos da Declaração.
“Se lermos a Declaração só no papel, não retemos tanto (as informações) do que quando vemos as imagens (criadas por Otávio Roth), a interpretação desse artista, que foi tão boa. Acho que nos permite refletir sobre cada artigo, com tempo e nesse espaço tão bonito que é o Centro Cultural Correios”, declarou.
Para o coordenador-residente da ONU no Brasil, o trabalho de construir significados, estratégias e agendas comuns para o mundo que todos compartilhamos tem sido cada vez mais desafiador.
“Nos últimos anos, a comunidade internacional conseguiu construir em consenso uma agenda universal e abrangente, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, um roteiro para criar as oportunidades para que todas as pessoas possam realizar seu potencial e desfrutar de condições de vida dignas, protegendo ao mesmo tempo nosso planeta”, declarou.
Atingir as metas propostas pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é uma missão difícil, cercada de complexidades, “o que significa que não podemos prometer sozinhos, sem a parceria dos Estados, das demais organizações internacionais e, decisivamente, sem o apoio da sociedade civil e ONGs”, salientou.
“Nesse contexto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos se faz ainda mais necessária. Desde 1948, ela tem sido o farol que nos guia, nos inspira, a cada dia, na incansável consecução de nosso mandato de promover a paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos”, concluiu Fabiancic.
Serviço
Período da exposição para o público: 08/08 a 09/09
Visitação: terça a domingo, das 12h às 19h
Classificação: Livre
Endereço: Centro Cultural Correios – Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro
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Posted: 13 Aug 2018 06:49 AM PDT
Da esquerda para direita, Nathalia Bezerra, Sabrina Lisboa, Jaqueline Soares, Luna Lomonaco, Ethel Wilhelm, Angelica Vieira e Fernanda Cruz, vencedoras da edição 2018 do prêmio “Para Mulheres na Ciência”. Foto: Prêmio Para Mulheres na Ciência
Promover qualidade de vida para pacientes idosos em tratamento de câncer, usar a pedra-sabão como solução para aperfeiçoar próteses ortopédicas e dentárias, buscar uma alimentação correta para evitar a resistência das bactérias a antibióticos. Esses são alguns dos temas pesquisados pelas sete vencedoras da 13ª edição do “Para Mulheres na Ciência”, premiação da L’Oréal Brasil em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
A inciativa visa promover a igualdade de gênero no meio científico. Anualmente, os jurados escolhem pesquisas com potencial de encontrar soluções para problemas ambientais, econômicos e de saúde. A edição 2018 bateu recorde de participação: foram registradas 524 inscrições, 34% a mais que em 2017. A entrega da premiação acontecerá em 4 de outubro, na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro.
Entre as vencedoras, Fernanda Cruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), trabalha no desenvolvimento de terapias menos invasivas para doenças respiratórias crônicas. Sabrina Lisboa, da Universidade de São Paulo (USP), busca um tratamento para o transtorno do estresse pós-traumático, a partir do entendimento das alterações que acontecem no cérebro de quem desenvolve a doença.
É com a alimentação saudável que a pesquisadora Angélica Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita ser capaz de resolver o problema global da resistência das bactérias aos antibióticos. Também em Minas Gerais, Jaqueline Soares faz nanotecnologia com uma matéria-prima abundante em Ouro Preto, a pedra-sabão. O objetivo é aperfeiçoar próteses ortopédicas e dentárias.
Já Ethel Wilhelm, da Federal de Pelotas (UFPEL), estuda os mecanismos por trás das dores nas extremidades do corpo, a fim de garantir qualidade de vida para os idosos, segmento da população que mais cresce no mundo.
Luciana Lomonaco, da USP, pesquisa um dos fractais mais famosos da Matemática, o Conjunto de Mandelbrot. “Por falta de referências femininas na ciência e, em especial, na Matemática, as jovens nem sabem que existe essa possibilidade quando chega a hora de escolher sua carreira. O prêmio vem para mostrar que é possível ser mulher e cientista”, diz a especialista.
Nathalia Bezerra, da Federal de Pernambuco (UFPE), também atua em uma área majoritariamente masculina. A cientista investiga como aumentar a durabilidade do cimento nas diversas condições climáticas do Brasil. “O prêmio vai ser fundamental para ganhar reconhecimento e será um divisor de águas na carreira”, avalia a pesquisadora.
Há 13 anos, o “Para Mulheres na Ciência” premia cientistas com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais em quatro categorias: Ciências da Vida, Química, Matemática e Física. Confira abaixo a lista completa de vencedoras da edição 2018:
Ciências da Vida:
Ethel Antunes Wilhelm
Angelica Thomaz Vieira
Fernanda Ferreira Cruz
Sabrina Francesca de Souza Lisboa
Química:
Nathalia Bezerra de Lima
Matemática:
Luciana Luna Anna Lomonaco
Física:
Jaqueline dos Santos Soares
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Posted: 13 Aug 2018 06:23 AM PDT
Angelina Jolie durante viagem a Mossul, no Iraque. Foto: ACNUR
Por Angelina Jolie, atriz e enviada especial do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR)*
A maior e mais longa batalha urbana disputada no mundo desde a Segunda Guerra Mundial foi travada para retomar a cidade de Mossul do Estado Islâmico. A liberdade teve um preço alto: milhares de civis foram mortos e grandes áreas da cidade iraquiana foram reduzidas a escombros.
Grande parte do leste de Mossul foi poupada, mas o oeste ainda está em ruínas um ano após o fim dos combates. Enquanto estava lá, senti como se as armas apenas tivessem se silenciado ontem.
Se na última década aprendemos algo no Oriente Médio e no Afeganistão, é que se uma “vitória” militar não é seguida por uma ajuda efetiva para garantir a estabilidade, então o ciclo de violência só continua.
Você pensaria, assim, que nada poderia ser mais importante nessa situação do que tentar garantir que o extremismo violento nunca retorne a Mossul. Você esperaria que reconstruir uma cidade que é um patrimônio cultural e que foi referência da diversidade e da coexistência pacífica seria uma prioridade. Você imaginaria que as ruas do oeste de Mossul estariam repletas de equipamentos de reconstrução, desminadores, arquitetos, planejadores, agências governamentais e organizações não governamentais e especialistas em patrimônios mundiais, todos prestando assistência técnica ao Iraque em um grande plano para reconstruir a cidade.
Mas, um ano depois, o oeste de Mossul está abandonado, arruinado e apocalíptico. As paredes que permanecem em pé estão cheias de buracos, marcas deixadas por balas e morteiros. As ruas estão assustadoramente silenciosas: centenas de milhares de antigos residentes da cidade estão vivendo em acampamentos ou comunidades próximas porque não há nada para o que possam voltar. Cadáveres em decomposição ainda estão em meio às ruínas, aguardando a coleta.
Nas ruas que parecem completamente inabitáveis, um pequeno número de famílias em estado de choque está limpando os escombros de suas casas com as próprias mãos, desafiando os explosivos ocultos deixados para trás. Na última semana, uma explosão em uma casa matou e feriu 27 pessoas.
Ainda pior do que a ruína física da cidade é o dano invisível ao emocional de seu povo. Residentes que retornaram perderam as casas em que suas famílias viveram por gerações, seus pertences, suas economias, até mesmo os documentos que provam sua identidade. Comunidades de diferentes crenças, que viviam lado a lado, foram separadas e agora estão divididas.
Um homem com quem eu conversei descreveu com lágrimas nos olhos como ele foi atacado por militantes. Uma criança me contou que viu um homem morto na sua frente. Uma mãe e um pai descreveram a manhã em que um morteiro atingiu sua filha adolescente, arrancando as pernas dela e deixando seus ossos quebrados. Eles a levaram para um hospital e pediram tratamento médico, mas foram dispensados e ela sangrou até a morte em seus braços.
Injustiça e sofrimento dessa magnitude são impossíveis de quantificar. Parece completamente errado e profundamente inquietante que as pessoas que sobreviveram a essas experiências tenham sido deixadas sozinhas e esquecidas. A lacuna entre o que elas merecem e a rapidez com que o mundo as esqueceu é chocante.
Eu fiquei me perguntando se, em outro momento da história, teríamos reagido de maneira diferente ao que aconteceu em Mossul. Teríamos reagido da mesma forma que fizemos após a libertação da Europa com o fim da Segunda Guerra Mundial, inundando-a com assistência para reconstruí-la e recuperá-la?
Pensei também nos sobreviventes dos ataques com armas químicas, nos atentados aos hospitais, nos estupros coletivos e na fome deliberada de civis que são características dos conflitos contemporâneos e perguntei a mim mesma: estamos anestesiados diante do sofrimento humano? Duvidamos tanto da nossa capacidade de agir efetivamente no exterior, à luz da história recente, que começamos a tolerar o intolerável? Somos os culpados por realizar uma forma de triagem moral coletiva, escolhendo seletivamente quando e onde defenderemos os direitos humanos, por quanto tempo e em que grau?
Em Mossul, senti que estava em um lugar que, na última década, acumulou uma série de políticas externas fracassadas. Mas também senti que estava em um lugar que representa a capacidade humana de sobrevivência e renovação e a permanência de valores universais nos corações de muitas pessoas.
Eu penso num pai que conheci e em sua alegria por suas duas filhas poderem ir à escola novamente. Mesmo sem dinheiro e sem um teto para oferecer à própria família, ele conversou como se não houvesse tesouro maior do que o boletim das filhas. Não haveria um símbolo mais profundo da vitória de Mossul do que a possibilidade de todas as garotas voltarem à escola e se saírem bem.
Nenhuma família que conheci no oeste de Mossul me pediu nada. Eles não estão contando com a nossa ajuda. Mossul tem uma história de mais de 3 mil anos, e eu tenho certeza de que seu povo superará esses três anos de terror. Mas quão melhor seria se a recuperação da cidade fosse fruto do nosso esforço conjunto, da mesma forma que consideramos a derrota do Estado Islâmico uma vitória coletiva.
*Artigo publicado originalmente no Huffington Post, em 19 de junho de 2018.
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