Boletim diário da ONU Brasil: “ONU Brasil promove concurso de redação e artes visuais para estudantes sobre direitos humanos” e 7 outros.
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sex, 17 de ago 18:20 (Há 17 horas)
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Posted: 17 Aug 2018 01:32 PM PDT
Crianças observam uma cópia da Declaração Universal dos Direitos Humanos em Nova Iorque quando o documento tinha apenas dois anos, em 1950. Foto do arquivo da ONU.
A ONU no Brasil abriu inscrições para um concurso de redação e artes visuais para estudantes dos ensinos médio e fundamental com o tema “Que mundo queremos nos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos?”.
É possível enviar contribuições até o dia 30 de setembro de 2018.
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH) foi adotada pela Assembleia Geral da então recém-criada Organização das Nações Unidas em 1948. Em 2018, o documento mais traduzido do mundo completa 70 anos, propiciando uma oportunidade de reflexão sobre as principais transformações e novos desafios que os direitos humanos enfrentam atualmente.
A DUDH foi parte fundamental de transformações nas vidas de milhões de pessoas nessas últimas sete décadas, ajudando a prevenir sofrimentos e a lançar as bases para um mundo mais justo.
Ao passo que muitas de suas promessas ainda não foram plenamente realizadas, o fato de ela ser um documento que tem resistido ao teste do tempo é sinal de sua importância e da universalidade dos valores que ela promove: igualdade, justiça e dignidade humana.
Neste concurso, a proposta é que participantes desenvolvam uma interpretação própria pensando os 70 anos da Declaração, expressada por meio de uma redação ou por meio das artes visuais – como desenho, pinturas, fotografias, ilustrações, grafites, colagens, quadrinhos, dentre outras formas de arte visual.
Premiação
Serão premiadas 4 (quatro) propostas, uma para cada modalidade/categoria – redação ensino fundamental, redação ensino médio, artes visuais ensino fundamental e artes visuais ensino médio.
A ONU Brasil poderá dar publicidade às artes vencedoras e redações nas suas plataformas e redes sociais, além de utilizá-las em materiais relacionados à celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no Brasil. A critério da Comissão Julgadora, poderão ser indicadas a menções honrosas para uma ou mais artes.
Os prêmios consistirão em (1) reconhecimento para as pessoas vencedoras em evento de premiação; (2) divulgação das redações e artes vencedoras em publicação referente à celebração dos 70 anos da DUDH no Brasil; e (3) divulgação dos trabalhos vencedores no site da ONU Brasil e de parceiros durante as celebrações dos 70 anos da DUDH e em outras atividades das Nações Unidas de promoção dos direitos humanos.
Todos os detalhes sobre como participar estão no edital do concurso; acesse clicando aqui.
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Posted: 17 Aug 2018 01:25 PM PDT
Venezuelanos chegam ao Brasil pela cidade de Pacaraima, em Roraima. Foto: EBC
Solicitantes de refúgio e residentes temporários venezuelanos que vivem em Manaus e estão buscando emprego poderão se preparar melhor para conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Por meio de aulas de português e cursos profissionalizantes, o projeto “Oportunizar” promoverá a inserção socioeconômica desta população, que está reconstruindo sua vida na capital amazonense.
Resultado de parceria entre Centro de Ensino Técnico (CENTEC) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o projeto será lançado na próxima terça-feira (21), às 14h, no Auditório João Bosco da Assembleia Legislativa do Estado (Av. Mário Ypiranga Monteiro, 3.950 – Parque Dez).
Na ocasião, será iniciada também uma campanha de sensibilização da classe empresarial sobre a contratação desta população. Além disso, a Centec apresentará o selo “Oportunizar”, que reconhecerá as boas práticas e compromisso de empresas locais com a inclusão de solicitantes de refúgio.
O projeto é um trabalho socioeducativo para melhorar a fluência dos participantes na língua portuguesa por meio de cursos profissionalizantes, criando assim competências para quem busca uma oportunidade de trabalho nos setores da indústria, comércio e serviço, ou mesmo como empreendedores.
Com um variado perfil profissional e bom nível educacional, a população venezuelana (assim como outros refugiados e solicitantes de refúgio) enfrenta diferentes desafios no seu processo de integração, entre eles, a barreira do idioma e a comprovação de suas habilidades. Esta situação dificulta a inserção no mercado de trabalho, comprometendo a autossuficiência destas pessoas.
O projeto oferecerá quatro cursos de qualificação profissional aos venezuelanos solicitantes de refúgio: “Auxiliar de Cozinha e Confeitaria”, “Auxiliar Administrativo”, “Manicure, Pedicure e Designer de Sobrancelha”; e “Instalador de Refrigeração e Climatização Doméstica”.
Todos os cursos terão uma carga horária ampliada no componente Língua Portuguesa Instrumental, visando aprimorar o domínio do idioma e facilitar a inserção dos venezuelanos no mercado de trabalho. O projeto “Oportunizar” oferecerá 120 vagas, sendo 30 para cada um dos cursos.
Além disso, vai articular encontros com segmentos empresariais da indústria, comércio e serviço no estado do Amazonas para sensibilizar sobre o tema da empregabilidade dos solicitantes de refúgio e garantir a efetividade da capacitação ofertada pelo projeto. Também será criado um banco de dados com informações profissionais de solicitantes de refúgio e refugiados que será compartilhado com empregadores interessados nesta mão de obra.
Os cursos se iniciam em duas semanas, e as inscrições já estão sendo feitas na Cáritas Arquidiocesana de Manaus (Av. Joaquim Nabuco, 1023 – Centro), das 8h às 11h. Algumas vagas serão reservadas para refugiados e solicitantes de refúgio de outras nacionalidades.
De acordo com a diretora do CENTEC, Eliana Pinheiro, a geração de emprego e renda é condição indispensável para integrar solicitantes de refúgio, refugiados e migrantes na sociedade local. Eliana ressalta que quanto maior o número de empresários sensibilizados com a causa, melhores serão as condições de vida dos venezuelanos que se encontram em Manaus.
“O CENTEC tem como missão formar pessoas para que tenham uma oportunidade melhor em relação à própria vida. Trabalhar com os solicitantes de refúgio da Venezuela é dar continuidade a essa missão. Faremos a capacitação que essas pessoas precisam para ter a possibilidade de uma vida mais estruturada. E queremos estar com eles até sua inclusão no mercado de trabalho”, explica a professora.
Para a representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marquez, os venezuelanos e venezuelanas “trazem conhecimentos e experiências profissionais que certamente contribuirão para as cidades que os acolhem, pois têm imensa vontade de trabalhar e produzir”.
Segundo ela, “desenvolver esse potencial possibilita não somente a integração socioeconômica e o alcance de autonomia em termos de sustento próprio, mas também contribui com conhecimentos e aportes sociais e culturais”.
A presença da população venezuelana em Manaus tem aumentado nos últimos anos, como reflexo do fluxo de venezuelanos que deixam seu país devido aos desafios políticos, socioeconômicos e de direitos humanos. Segundo dados da Polícia Federal, já são mais de 7 mil solicitações de refúgio feitas no Amazonas por venezuelanos, nos últimos dois anos. Deste total, mais de 5 mil foram feitas em 2018.
Em Manaus, abrigos administrados por organizações da sociedade civil têm acolhido famílias venezuelanas no âmbito da estratégia de interiorização conduzida pelo governo federal. Os abrigos são apoiados pelo ACNUR e por parceiros locais. Cerca de 165 venezuelanos chegaram à capital amazonense por meio desta estratégia.
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Posted: 17 Aug 2018 01:01 PM PDT
Parque Nacional das Sempre-Vivas, em Minas Gerais. Foto: Wikimedia Commons/Carolina Teixeira de Melo Franco (CC)
Em busca do reconhecimento e da proteção de tradicionais sistemas agrícolas brasileiros, foi assinado na quinta-feira (16) um acordo de cooperação no qual a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) reconhece a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (SEAD) como ponto focal no levantamento e na identificação de candidaturas para o programa de reconhecimento de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM).
“O SIPAM é o equivalente ao reconhecimento que a UNESCO dá aos sítios históricos de Patrimônio Mundial da Humanidade. São práticas que têm um diferencial em termos de criatividade, de originalidade, de história e de tradição. Práticas que favorecem comunidades vulneráveis e a biodiversidade do país e, por isso, devem ser reconhecidas e valorizadas”, afirmou Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, durante a assinatura do acordo.
Segundo o representante, são sistemas que atravessaram adversidades ao longo da história e, mesmo assim, foram capazes de manter suas tradições culturais, diversidade agrícola e cumprir uma função ecológica.
Para o secretário especial de agricultura familiar e do desenvolvimento agrário, Jefferson Coriteac, esse acordo de cooperação entre FAO e SEAD trará o reconhecimento mundial da importância das famílias e das comunidades na construção e, especialmente, na perpetuação da cultura tradicional agrícola brasileira.
“A partir do momento que se reconhece a importância dessas práticas, elas ganham uma proteção ainda maior e visibilidade internacional”, explicou Coriteac.
A iniciativa vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pelas Nações Unidas na Agenda 2030, como erradicação da pobreza em todas as suas formas (ODS 1), igualdade de gênero (ODS 5), produção e consumo sustentável (ODS 12), vida e ecossistemas terrestres (ODS 15), entre outros.
Atualmente, são 51 patrimônios agrícolas em todo o mundo que possuem este reconhecimento da FAO. Na América do Sul, apenas Peru e Chile possuem sistemas com tal reconhecimento.
No Brasil, a agricultura tradicional dos apanhadores de flores sempre-vivas da Serra do Espinhaço, no território Alto Jequitinhonha em Minas Gerais, está a um passo de se tornar o primeiro patrimônio agrícola mundial brasileiro. Nesta região, vivem comunidades rurais tradicionais que, ao longo de séculos, realizam a coleta de flores sempre-vivas e mantêm o cultivo ancestral de roças e criação de animais.
A candidatura ao selo de Patrimônio Mundial da FAO foi oficializada em junho deste ano, durante o I Festival dos Apanhadores e Apanhadoras de Flores Sempre-Vivas, em Diamantina.
Modo de vida de quilombolas e descentes de indígenas
O sistema agrícola dos apanhadores de sempre-vivas abrange os municípios de Bocaiúva, Olhos D’Água, Diamantina, Buenópolis, Couto Magalhães, Serro e Presidente Kubitscheck.
O sistema representa o modo de vida de cerca de 20 comunidades, entre quilombolas e descendentes de indígenas que se estabeleceram há séculos na região. Nesta primeira etapa, o SIPAM vai abranger apenas os municípios de Diamantina, Presidente Kubitschek e Buenópolis.
As sempre-vivas são espécies características endêmicas do cerrado. As comunidades preservam conhecimentos ancestrais no manejo das flores, no cultivo de roças e na criação de raças caipiras de animais.
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Posted: 17 Aug 2018 12:56 PM PDT
Guterres fala durante cerimônia para lembrar o aniversário de 15 anos do ataque terrorista contra a sede da ONU em Bagdá. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Lembrando os 22 colegas mortos no ataque terrorista contra a sede da ONU em Bagdá 15 anos atrás, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta sexta-feira (17) que os funcionários da Organização prestassem homenagem àqueles que morreram dando andamento à missão e continuando a trabalhar em “lugares perigosos com o objetivo de torná-los mais seguros”.
Em uma cerimônia na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres lembrou os compromissos da Organização — incorporados por aqueles que morreram em 19 de agosto de 2003 — de se posicionar ao lado daqueles que sofrem e entregar a ajuda da qual precisam.
Depois de observar um minuto de silêncio, ele disse que os funcionários assassinados fizeram o “último sacrifício pelos valores da Carta das Nações Unidas e pela população do Iraque”.
A cerimônia ocorreu em frente ao memorial construído para lembrar o ataque, onde foram colocadas a bandeira da ONU que estava na sede da Organização no país e o nome das vítimas.
“Eu era pessoalmente próximo de alguns dos colegas (que morreram), incluindo seu chefe, o incomparável Sergio Vieira de Mello”, disse Guterres. “Tive a oportunidade de ficar em estreito contato com ele durante seu trabalho no Timor Leste, onde teve papel essencial em garantir a liberdade da população do país e uma transição suave para a soberania”.
Dirigindo-se à plateia, que incluía familiares e colegas dos mortos, Guterres declarou que o ataque foi “enorme perda pessoal para muitos de nós”. “E uma perda ainda maior para as famílias daqueles que foram assassinados”.
O ataque, o primeiro a ter a ONU como alvo proposital, “foi traumatizante para toda a Organização, e aprendemos algumas lições muito difíceis”, disse Guterres, explicando que “os mecanismos existentes para a proteção dos sobreviventes e das famílias das vítimas eram inadequados, e levou muitos anos para melhorá-los”.
O chefe da ONU disse lamentar que “antes e desde aquele dia, os funcionários da ONU tornaram-se alvo daqueles que querem nos enfraquecer e fazer com que tenhamos medo de exercer nosso ofício”. Citando os ataques contra a ONU em Argel, Cabul, Mogadíscio, Abuja e outras localidades, ele disse que “terroristas tentaram nos silenciar e nos banir”.
Apesar de ter afirmado que o trabalho da ONU “nunca está livre de riscos”, o secretário-geral enfatizou que está “comprometido em melhorar a segurança de todos os funcionários das Nações Unidas”.
“A bandeira azul das Nações Unidas tremula alto porque mulheres e homens corajosos levam-na aos lugares mais longínquos do mundo”, disse, lembrando que “o legado dos trabalhadores humanitários, dos capacetes-azuis, dos militares e civis que deram suas vidas é duradouro e sempre estará presente nos nossos corações”.
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Posted: 17 Aug 2018 12:02 PM PDT
A campanha Criança Esperança foi lançada oficialmente no sábado (28). Foto: UNESCO/Criança Esperança
A campanha anual do Criança Esperança teve início no fim de julho, quando começou a receber doações por telefone. Todo o valor doado irá beneficiar mais de 80 instituições em 22 estados brasileiros, nas cinco regiões do país.
Os projetos foram selecionados por meio de um edital público lançado no ano passado. A cada ano, o Criança Esperança lança um edital para que as organizações interessadas possam se inscrever para receber os recursos doados.
No edital para a campanha deste ano, o Criança Esperança priorizou projetos de Educação latu sensu e de Esporte voltados para o atendimento a crianças, adolescentes e/ou jovens em situação de vulnerabilidade pessoal e social em pelo menos uma das seguintes subáreas temáticas: juventude, inclusão, cidadania e cultura.
A avaliação dos projetos, feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, levou em conta quesitos como sustentabilidade, inovação, impacto, eficácia, legitimidade, replicação e proposta metodológica.
Clique aqui para saber quais serão os projetos apoiados pelo Criança Esperança com as doações deste ano.
Conheça os novos mobilizadores do Criança Esperança
Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Jonathan Azevedo são alguns dos nomes que reforçam o time de mobilizadores do Criança Esperança deste ano.
Lázaro Ramos, Dira Paes, Flávio Canto e Leandra Leal, que há quatro anos atuam como mobilizadores do projeto, ganham um reforço de 26 novos nomes.
Um dos integrantes dessa lista é o ator Jonathan Azevedo, que esteve do outro lado dessa corrente de solidariedade. Ele participou de dois projetos sociais, o Spectaculu e o Nós do Morro, que já foram apoiados pelo Criança Esperança.
Enquanto fazia parte do Spectaculu, Jonathan teve uma madrinha que incentivou sua carreira, a atriz Camila Pitanga, que hoje também faz parte do grupo de mobilizadores.
Clique aqui para acessar a lista completa dos mobilizadores do Criança Esperança 2018.
Sobre o Criança Esperança
Há 33 anos, o Criança Esperança cria oportunidades de desenvolvimento para crianças, adolescentes e jovens.
Até aqui, mais de 350 milhões de reais em doações foram investidos no Brasil em mais de 5 mil projetos sociais, beneficiando mais de 4 milhões de crianças e adolescentes em todo país.
É possível fazer doações durante o ano inteiro, pelo site do Criança Esperança. Os recursos arrecadados são depositados diretamente na conta da UNESCO, que é responsável pela seleção de projetos, por meio de edital público, realizada anualmente.
Após a seleção, a UNESCO monitora e faz o acompanhamento técnico e financeiro dos projetos apoiados. O Criança Esperança é uma campanha de milhões de brasileiros, uma parceria entre Rede Globo e UNESCO.
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Posted: 17 Aug 2018 11:50 AM PDT
Famílias deslocadas da cidade de Quneitra, sudoeste da Síria, buscam abrigo em áreas e campos abertos. A estimativa é de que 140 mil pessoas estejam deslocadas na região. Foto: UNICEF/Alaa Al-Faqir
Lembrando nesta sexta-feira (17) todos os trabalhadores humanitários assassinados no cumprimento de seu dever, o chefe de assistência das Nações Unidas renovou o apelo para que civis e funcionários humanitários em todos os lugares sejam protegidos.
A cada ano, em 19 de agosto, Dia Mundial Humanitário, o mundo presta homenagem aos trabalhadores que distribuem ajuda a comunidades vulneráveis em algumas das crises mais perigosas do planeta.
“É inconcebível que civis e trabalhadores humanitários que estão tentando ajudar sejam mortos e mutilados em zonas de conflito com total impunidade”, disse Mark Lowcock, coordenador de ajuda emergencial da ONU e chefe de assuntos humanitários.
Este ano, a data também marca o 15º aniversário do ataque terrorista contra a sede da ONU em Bagdá, que matou 22 funcionários, entre eles, o diplomata brasileiro e então chefe do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Sergio Vieira de Mello.
“Eu era pessoalmente próximo de alguns desses colegas, incluindo seu líder, o incomparável Sergio Vieira de Mello. Ele devotou grande parte de sua carreira ao ACNUR, onde eu também trabalhei muitos anos. Mas, tive a oportunidade de ter contato com ele durante seu tempo no Timor Leste onde teve um papel absolutamente essencial em garantir a liberdade da população do país e uma transição suave para a soberania”, disse em comunicado publicado nesta sexta-feira (17) o secretário-geral da ONU, António Guterres.
No ano passado, 139 trabalhadores humanitários foram mortos, 102 feridos e 72 sequestrados no cumprimento do dever, marcando o quinto ano consecutivo em que mais de 100 trabalhadores humanitários perderam suas vidas no trabalho. Além disso, é o maior número registrado de mortes anuais desde 2013, quando 156 humanitários foram mortos.
Também em 2017, das 42.972 pessoas supostamente mortas ou feridas por armas explosivas, três em cada quatro vítimas eram civis — um aumento de 38% em relação ao ano anterior.
“Precisamos que isso acabe”, enfatizou Lowcock.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, observou no seu relatório “Proteção de Civis”, publicado em maio, que ataques em seis países afetados por conflitos deixaram mais de 26 mil civis mortos ou feridos, enfatizando que para reverter um número tão elevado de mortes de civis, era necessária uma defesa sustentada.
Além de assegurar a passagem segura e desimpedida de suprimentos, governos e grupos militares não estatais são legalmente obrigados a proteger civis e trabalhadores humanitários em conflitos armados.
“É imperativo que mantenhamos homens com armas e poder responsáveis quando civis e trabalhadores humanitários são alvos ilegais”, argumentou Lowcock.
No Dia Mundial Humanitário do ano passado, mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo participaram de uma campanha on-line #NotATarget, para pressionar por mudanças contando histórias de civis em áreas de guerra e conflito.
Diante do sucesso da campanha, este ano a ONU e os parceiros humanitários lançaram uma “petição viva”, pedindo aos líderes mundiais que protejam melhor os civis e os trabalhadores humanitários.
Os cidadãos globais são convidados a “assinar” a petição com suas “selfies” por meio de um website personalizado que transforma suas fotos de duas dimensões em retratos em 3D de solidariedade.
As imagens de seus rostos fazem parte de uma instalação na sede da ONU e permanecerão lá durante toda a Assembleia Geral, que começa em 18 de setembro.
“Os milhares de rostos que compõem a petição viva serão exibidos para lembrar os líderes mundiais de sua obrigação legal de proteger os civis em conflitos”, disse Lowcock.
Em 2008, a Assembleia Geral designou o dia 19 de agosto como o Dia Mundial Humanitário para aumentar a conscientização sobre a assistência humanitária e homenagear as pessoas que arriscaram suas vidas para oferecê-la.
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Posted: 17 Aug 2018 09:28 AM PDT
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
O Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) – formado por peritos independentes – pediu nesta sexta-feira (17) que o Brasil tome as medidas necessárias para garantir que Luís Inácio Lula da Silva possa exercer seus direitos políticos enquanto estiver na prisão, como candidato às eleições presidenciais de 2018. Isto inclui ter acesso apropriado à imprensa e a membros de seu partido político.
O Comitê também solicitou que o Brasil não o impeça de concorrer às eleições presidenciais de 2018 até que seus recursos na justiça tenham sido julgados por completo, em procedimentos judiciais justos.
O nome técnico para este pedido é “medida provisória” (“interim measures”) e está relacionado a uma reclamação individual que ainda está sob análise do Comitê. Esta decisão não significa que o Comitê tenha encontrado algum tipo de violação ainda – é uma medida urgente para preservar os direitos de Lula, já que o caso aguarda consideração de mérito, o que acontecerá no próximo ano.
É importante notar que embora esta informação tenha sido fornecida pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU, é uma decisão do Comitê de Direitos Humanos, composto por peritos independentes. Esta informação deve ser atribuída ao Comitê de Direitos Humanos.
Íntegra da nota aqui.
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Posted: 16 Aug 2018 02:31 PM PDT
Criança desacompanhada é deportada de volta para a Guatemala por autoridades mexicanas. Foto: UNICEF/Tanya Bindra
Os muitos perigos enfrentados por crianças da América Central que estão sendo deportadas dos Estados Unidos e do México são destacados em um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicado nesta quinta-feira (16), que também chama a atenção para as consequências traumáticas da separação familiar promovida por autoridades de migração.
Nos primeiros seis meses deste ano, quase 25 mil mulheres e crianças do norte da América Central foram deportadas após chegarem ao México e aos EUA em busca de refúgio ou de uma vida melhor.
O estudo, realizado na América Central e no México, identifica a pobreza e a violência como duas das principais razões pelas quais as crianças deixam suas casas e tentam migrar para os EUA e o México, partindo principalmente de El Salvador, Guatemala e Honduras. Quando as crianças são enviadas de volta ao país de origem, essas ameaças só aumentam.
Os países da América Central são alguns dos mais pobres do Hemisfério Ocidental — quase três quartos das crianças hondurenhas vivem na pobreza. Muitas famílias fazem empréstimos para financiar sua partida e, quando são enviadas de volta, as crianças podem ficar sem teto ou incapazes de pagar por necessidades básicas.
Para aquelas que fugiram de suas casas para escapar da violência das gangues (endêmicas em comunidades do norte da América Central, com centenas de assassinatos todos os anos), um retorno pode significar um risco maior. Com medo, muitos evitam suas cidades e aldeias e acabam deslocados internamente.
O trauma sofrido por crianças detidas pelas autoridades migratórias e separadas de suas famílias pode ter um efeito negativo no desenvolvimento de longo prazo, disse o relatório da agência.
María Cristina Perceval, diretora regional do UNICEF para América Latina e Caribe, pediu aos governos que considerem as necessidades das crianças antes de deportá-las, e que as protejam e reintegrem quando voltarem para casa.
“Milhões de crianças na região são vítimas da pobreza, da indiferença, da violência, da migração forçada e do medo da deportação. Ser devolvido a situações impossíveis torna mais provável que elas migrem novamente.”
O relatório faz uma série de recomendações para manter as crianças refugiadas e migrantes seguras, entre elas, permitir que estejam com suas famílias; apoiar alternativas à detenção; salvaguardar seu bem-estar e resolver os problemas que as forçaram a sair de casa em primeiro lugar.
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