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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Posted: 14 Feb 2020 12:13 PM PST
Sempre que consegue uma pausa durante o dia, a jovem de 16 anos lê e escreve contos. Foto: ACNUR/Hannah Maule-ffinch
Sempre que consegue uma pausa durante o dia, a jovem de 16 anos lê e escreve contos. Foto: ACNUR/Hannah Maule-ffinch
A jovem somali Mumina passa todo seu tempo livre viajando o mundo por meio da literatura. Sempre que consegue uma pausa durante o dia, a menina de 16 anos lê e escreve contos, os quais são compartilhados com amigos no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia.
Para ela, ler e contar histórias é muito mais do que apenas um passatempo. Mumina procura lições de vida em todos os livros que lê. Lições que ela mesma consiga aplicar em sua vida ou passar adiante.“Eu sou uma contadora de histórias”, afirma, com um sorriso no rosto.
Mumina encontrou muitos paralelos entre sua vida e a dos personagens dos livros que lê. Seu favorito, “The Delegate”, conta a história de uma menina de família pobre que foge de casa para escapar do casamento forçado. Encontra a felicidade quando, por meio da educação, viaja o mundo e conhece coisas novas.
“Estudar é tudo! É o passaporte para o mundo”, diz Mumina entusiasmada, inspirada pela protagonista do livro.
A jovem acabou de concluir seu último ano em uma das instituições de ensino mais prestigiadas do Quênia e único internato do país para crianças em idade escolar localizado em um campo de refugiados.
Agora formada, ela relembra com carinho as experiências transformadoras que viveu nos quatro anos que passou no local.
Anos atrás, Mumina descobriu o internato e disse para si mesma que estudaria ali. Em 2016, se inscreveu e disputou uma vaga com mais de 500 candidatos. Foi uma das 60 alunas selecionadas com base na vulnerabilidade e no comprometimento acadêmico.
“Minha mãe chegou em casa e me disse que eu estava entre as melhores alunas e que tinha conseguido uma vaga. Fiquei muito empolgada. Pensei: ‘se consegui entrar na melhor escola, posso ter um futuro melhor’.”
A escola foi criada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros em 2002, em resposta às baixas taxas de matrícula e altas taxas de evasão entre meninas em situação de vulnerabilidade social ​​em Kakuma. Os alunos não pagam nenhuma taxa, e a agência das Nações Unidas e parceiros os apoiam com alojamento e alimentação, materiais pessoais e escolares.
Mumina e as amigas Mary e Merinas se divertem no dormitório do internato onde estudam. Foto: ACNUR/Hannah Maule-ffinch
Mumina e as amigas Mary e Merinas se divertem no dormitório do internato onde estudam. Foto: ACNUR/Hannah Maule-ffinch
“A concorrência para conseguir uma vaga aqui é muito alta. Recebemos inscrições de muitas pessoas de diferentes nacionalidades, tanto do campo como da comunidade anfitriã”, explica Sabella, professora da escola desde 2005.
No internato, Mumina se acostumou a uma rotina intensa. Seus dias começaram às cinco da manhã e são preenchidos com aulas e atividades extracurriculares até às 22 horas, hora em que ela dorme.
Adora o fato de ter os dias repletos de atividades. “Minha parte preferida é que este é um colégio interno, então você tem tempo suficiente para estudar sem interrupções”, diz.
Essa agenda lotada, mas bem estruturada, foi uma mudança bem-vinda depois de um passado agitado.
Antes de chegar ao campo de refugiados de Kakuma, em 2009, Mumina viveu na Somália com sua família, até que um dia seu tio-avô foi morto em uma explosão de bomba. Com medo, Mumina, sua mãe e seus três irmãos fugiram do país.
Depois de atravessar a fronteira com o Quênia, a família foi levada com segurança pelo ACNUR para o campo de refugiados de Dadaab, onde seus membros foram registrados como refugiados. Logo depois, no entanto, a família sofreu outro baque: o pai de Mumina, que ela não via e do qual não ouvia falar havia muitos anos, tinha encontrado a família e levado seu irmão.
Com medo de perder os outros filhos, a mãe de Mumina levou as filhas para Kakuma, a mais de 1.100 quilômetros de distância. Na época, Mumina tinha apenas 6 anos. Ela demorou um tempo até se adaptar.
“Foi difícil me acostumar com o ambiente e com a comida”, relembra. “Eu costumava chorar muito e pedir para minha mãe nos levar de volta para casa. Minha irmã me confortava, dizendo: ‘um dia você será o que quiser, ser refugiado é apenas algo temporário.”
Mumina seguiu o conselho da irmã. Fez amigos no acampamento e logo Kakuma tornou-se seu lar. Suas amigas são de diferentes países — a escola tem estudantes de nove nacionalidades — algo que Mumina e sua alma de contadora de histórias apreciam profundamente.
“Quero aprender com os outros, ver o que as outras pessoas experimentam. É por isso que interajo com pessoas de outras nacionalidades.”
Isso também é o que motiva seu amor pelos livros. “Quando você lê uma história, você aprende sobre a experiência de outra pessoa e pode tomar isso como exemplo ou usá-la para motivar outras pessoas”, afirma.
Com tudo o que aprendeu, Mumina está determinada a incentivar as pessoas, em especial outras meninas, a não desistir do futuro. “Aprender é bom para todos. Educação é poder”, diz ela, que ainda está descobrindo para onde esse poder a levará.
A jovem foi aprovada nos exames nacionais do ensino fundamental e, agora que tem seu certificado em mãos, começa a pensar nas próximas fases de sua educação.
Existem apenas sete escolas secundárias no campo de refugiados de Kakuma e milhares de estudantes desejam uma vaga, o que torna esse período de transição particularmente desafiador para os jovens refugiados. Mas a ambição de Mumina continua forte.
“Gostaria de ser engenheira, porque então poderia projetar minha vida, minha casa e minha nação como quisesse, além de poder construí-los por conta própria. Engenheiros são os construtores de um país. Mas eu também gostaria de ser jornalista, porque, como jornalista, você pode explorar seu país, sua própria vida e a vida de outras pessoas, tornando-se um embaixador de onde você é.”
O maior desejo de Mumina é deixar sua mãe orgulhosa. “Gosto quando sou a causa de sua alegria. Fico feliz em trazer de volta o sorriso que ela perdeu há muitos anos.”
Não importa o que ela acabe fazendo, uma coisa é certa: Mumina continuará deixando sua mãe orgulhosa, seja usando suas habilidades para criar um mundo melhor ou para informar outras pessoas, como jornalista.
Os estudantes contam com o apoio de tablets durante as aulas. Foto: ACNUR/Hannah Maule-ffinch
Os estudantes contam com o apoio de tablets durante as aulas. Foto: ACNUR/Hannah Maule-ffinch
 
Posted: 14 Feb 2020 11:05 AM PST
Segundo dados das Nações Unidas, menos de 30% dos pesquisadores científicos em todo o mundo são mulheres. Foto: PNUMA
Segundo dados das Nações Unidas, menos de 30% dos pesquisadores científicos em todo o mundo são mulheres. Foto: PNUMA
Durante séculos, o papel das mulheres na ciência foi subestimado. Raios-X, movimentos ambientalistas e até a descoberta de matéria escura, todos ocorreram graças ao trabalho de mulheres na ciência. No entanto, na maioria dos casos, as mulheres receberam pouco reconhecimento e foram discriminadas por seus colegas.
Essas mulheres lutaram para aprofundar o conhecimento científico e quebrar as barreiras de gênero. Hoje, suas descobertas e realizações continuam a inspirar inúmeras outras a seguirem carreiras na ciência.
Segundo as Nações Unidas, menos de 30% dos pesquisadores científicos em todo o mundo são mulheres. Por isso, para celebrar suas conquistas na ciência e incentivar sua participação nos estudos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, as Nações Unidas fizeram de 11 de fevereiro o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
Para comemorar a data, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) conversou com cinco mulheres que trabalham para a organização sobre as lideranças femininas que as inspiraram a seguir um caminho na ciência, na tecnologia, na engenharia e na matemática.

Joyce Msuya , Secretária-Geral Adjunta das Nações Unidas e diretora-executiva Adjunta do PNUMA
Na Tanzânia, não era comum uma menina estudar física, química e biologia. No entanto, eu tinha uma diretora e mentora maravilhosa, Mama Kamm, que acreditava que as meninas deviam fazer ciência.
Ela me inspirou a querer um diploma em imunologia e bioquímica. Tornou-se claro para mim o quanto esse campo era dominado por homens quando participava de competições ou eventos científicos e percebia que era uma das poucas mulheres participantes.
Parecia assustador na época, mas me ajudou a criar a resiliência que mais tarde precisaria para trabalhar em outros ambientes dominados por homens. Iniciei minha carreira como pesquisadora, mas mais tarde me dediquei a saúde e políticas públicas e, hoje, ao meio ambiente. Foi minha base científica que tornou isso possível.

Musonda Mumba, chefe da Unidade de Ecossistemas Terrestres do PNUMA
Fui criada no norte rural da Zâmbia pela minha avó, Lizzie Musonda Mumba, que amava a natureza. Ela levava a mim e à minha irmã gêmea para passear em nossa região, que é coberta por pântanos e por corpos de água doce incríveis.
Ela queria nos ensinar sobre como as áreas úmidas fornecem alimento para a nossa comunidade. Ela também nos dizia os nomes locais dos pássaros que visitavam as zonas úmidas. Só descobri muito mais tarde que fazíamos parte de um caminho de aves migratórias.
Irmã Matandiko, uma de minhas professoras, que era freira e cientista católica, também foi uma grande inspiração para mim. Ela tinha como missão pessoal garantir que nós meninas não nos sentíssemos intimidadas com o estudo da ciência e que participássemos de feiras científicas.
Na verdade, ganhei alguns prêmios nessas feiras, o que me deixou incrivelmente feliz. Quando terminei o ensino médio, tinha certeza de que queria fazer algo na área de conservação ou de meio ambiente. Acabei como uma das poucas mulheres da Universidade da Zâmbia a se inscrever no curso de Conservação e Educação.

Doreen Robinson, chefe de Vida Selvagem, Divisão de Ecossistemas do PNUMA
Eu sabia que queria trabalhar com vida selvagem desde quer era criança e sempre tive muitas perguntas sobre como a natureza funciona. Conheci Sheila O’Connor em meados dos anos 1990, quando ela trabalhava para o World Wildlife Fund. Ela me contratou logo após a faculdade para trabalhar no desenvolvimento de novas abordagens para a conservação de grandes terras e paisagens marinhas.
O’Connor tem doutorado em biologia aplicada pela Universidade de Cambridge. Ela tem uma mente afiada e questionadora, e uma maneira de questionar e ver o mundo que abriu minha mente. Sua natureza inquisitiva e questionadora era contagiosa e seu espírito era de abertura e inclusão. O’Connor me mostrou como buscar abordagens baseadas em evidências, mas ela tinha uma maneira interdisciplinar de pensar que abria novas soluções.
Ela usava a ciência como convocadora para gerar novas ideias e parcerias. Ao contrário de muitos outros cientistas com quem eu trabalhava, que pareciam adotar uma abordagem mais “protetora” de seu próprio trabalho, O’Connor me mostrou que, ao compartilhar nosso conhecimento, nossas ideias e nossas perguntas com outras pessoas, nós, na realidade, ampliávamos nosso conhecimento e tínhamos mais influência.
Ela me levou a fazer uma ponte entre os mundos das ciências naturais, sociais e econômicas e refinar minhas habilidades de comunicar essas ideias para um público mais amplo para encontrar soluções práticas e reais. O’Connor me inspirou a ser uma cientista prática, do mundo real, que aborda os maiores desafios da natureza com humildade, empatia e uma abordagem colaborativa.
Clique aqui para ler mais relatos.
 
Posted: 14 Feb 2020 10:05 AM PST
Entre as pessoas que fazem uso de medicamentos antirretrovirais, a insegurança alimentar também pode afetar a adesão ao tratamento. Foto: UNAIDS
Entre as pessoas que fazem uso de medicamentos antirretrovirais, a insegurança alimentar também pode afetar a adesão ao tratamento. Foto: UNAIDS
A insegurança alimentar e o HIV estão entrelaçados em um ciclo que aumenta a vulnerabilidade. No Sul da África, região mais afetada pela crise de fome atualmente, esta pode estar associada ao aumento dos comportamentos de risco de transmissão e à diminuição do acesso ao tratamento e a cuidados com o HIV.
Entre as pessoas que fazem uso de medicamentos antirretrovirais, a insegurança alimentar também pode afetar a adesão ao tratamento.
Segundo os dados mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), os avanços continuam, mas a meta 90-90-90 para o fim da epidemia de AIDS ainda está longe de ser alcançada.
No Sul da África, por exemplo, estima-se que 20,6 milhões de pessoas vivam com HIV. Nos últimos anos, houve uma diminuição no número de novos casos de infecções por HIV e de mortes relacionadas à AIDS. Entretanto, o progresso é frágil, e varia consideravelmente dentro da região.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável reflete a interdependência e a complexidade de um mundo em mudança e que necessita de ação coletiva global. Como um conjunto de metas inseparáveis, os ODS dão um mandato para a integração de esforços de todas as partes envolvidas.
O objetivo 2, “fome zero”, inclui o “ fim da fome, o alcance à segurança alimentar e melhoria da nutrição e promoção da agricultura sustentável”.
O UNAIDS alerta que a fome prejudica a adesão ao tratamento do HIV e acelera a progressão para a AIDS. Além disso, o apoio nutricional às famílias vulneráveis e sistemas integrados a serviços de HIV ajudam a melhorar a saúde das pessoas.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou, na última quinta-feira (16), que tem apenas 41% disponível dos 489 milhões de dólares necessários para alimentar pessoas em situação de “crise” ou em situação de “emergência” nos oito países do Sul da África mais atingidos pela fome: Zimbábue, Zâmbia, Moçambique, Madagascar, Namíbia, Lesoto, Suazilândia e Malauí. O alerta do PMA também chama atenção para os desafios ao tratamento do HIV.
A agência explica que a crise é agravada por diversos fatores, entre eles o preço dos alimentos e o desemprego e que, à medida que a crise se aprofunda, o mundo precisa avançar para salvar vidas e permitir que as comunidades se adaptem também às mudanças climáticas. Para as pessoas vivendo com HIV, as preocupações com a saúde e acesso a medicamentos agravaram uma situação que já era difícil.
“Esta crise da fome está em uma escala que nunca vimos antes e as evidências mostram que vai piorar”, disse Lola Castro, diretora regional do PMA para a África Austral. “A temporada anual de ciclones começou e simplesmente não podemos permitir uma repetição da devastação causada pelas tempestades sem precedentes do ano passado”.
Os grupos de pessoas vulneráveis, incluindo pessoas vivendo com HIV e afetadas pelo vírus, estão particularmente expostas ao aumento da intensidade de eventos climáticos extremos que acontecem em áreas do mundo onde os mecanismos de enfrentamento já estão desgastados.
Pessoas que vivem com HIV muitas vezes estão em comunidades frágeis e são mais afetadas pela desigualdade e instabilidade. As preocupações dessas pessoas devem estar no centro dos esforços para o desenvolvimento sustentável.
O UNAIDS pede que os países cumpram o compromisso assumido na Declaração Política das Nações Unidas sobre o Fim da AIDS para que a prestação de serviços liderada por comunidades seja expandida para cobrir pelo menos 30% de toda a prestação de serviços até 2030.
Investimentos adequados devem ser feitos na construção da capacidade das organizações da sociedade civil para prestar serviços de prevenção e tratamento do HIV que sejam livres de discriminação, baseados em direitos humanos e voltados para as pessoas nas comunidades mais afetadas pelo vírus.

O mandato do PMA no UNAIDS

O alerta do PMA, que chama atenção para os desafios ao tratamento do HIV, também está ligado ao mandato do PMA no UNAIDS. A nutrição e a segurança alimentar são componentes essenciais de cuidados e apoio para pessoas vivendo com HIV e doentes de tuberculose.
O trabalho do PMA em relação ao HIV é focado em conectar a alimentação e a saúde pelo fornecimento de nutrição e assistência alimentar para melhores resultados em saúde, tais como a recuperação nutricional para pessoas subnutridas que vivem com HIV e pacientes com tuberculose, retenção em programas de cuidados e sucesso do tratamento.
O PMA fornece suporte para indivíduos e famílias — incluindo alimentos, mas também dinheiro e vales-alimentação — a permitir um melhor acesso e adesão ao tratamento do HIV.
 
Posted: 14 Feb 2020 09:24 AM PST
Impunidade contra crimes de tortura no México preocupa especilistas da ONU. Foto: WikiCommons / Flickr / schlaeger
Praça da Constituição, na Cidade do México. Foto: WikiCommons/Flickr/schlaeger
A Cidade do México, uma das capitais mais populosas do Ocidente, aprovou uma nova lei proibindo o uso de sacolas de plástico. A medida, que entrou em vigor em 1º de janeiro, inaugura a intenção do país de banir plásticos descartáveis até 2021, de forma gradual.
Desde o início do ano, as sacolas estão dando lugar a funis de papel, bolsas de tecido, palha e outros materiais reutilizáveis
Todos os dias, a Cidade do México produz 13 mil toneladas de lixo. Pela nova legislação, fica proibido vender sacolas plásticas nas lojas e supermercados.
As autoridades locais prometem banir também outros itens como canudos, copos, talheres e balões.
A capital tem 12 milhões de moradores, mas a população chega até 21 milhões se consideradas as áreas metropolitanas. É o maior centro urbano de língua espanhola e uma das maiores megalópoles do mundo, no grupo daquelas com mais de 10 milhões de habitantes. A legislação tenta banir a distribuição de sacolas, a produção e até mesmo a importação, em alguns casos.

Nova Iorque

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que 10 milhões de bolsas plásticas sejam consumidas, a cada minuto, em todo o mundo.
Na América do Norte, apenas duas cidades norte-americanas adotaram a medida de proibir plástico descartável: Los Angeles, na Califórnia, que baniu a maioria das sacolas, à exceção das mais grossas, e Nova Iorque, que anunciou a proibição para março deste ano.
Na América Latina, todas as megacidades estão proibindo as sacolas de plástico: Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil; Buenos Aires, na Argentina, enquanto Lima, no Peru, e Bogotá, na Colômbia, cobram impostos sobre a venda desses produtos.

Oceanos e lixões

A prefeita do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que a proteção do meio ambiente é a base da medida contra o plástico descartável.
Para ela, todos precisam entender que o desenvolvimento econômico é compatível com a proteção do ambiente.
A expectativa é de que o lixo sólido descartado em centros urbanos no mundo aumente para 3,4 bilhões de toneladas até 2050, segundo o Banco Mundial. Até 12% desse lixo é plástico, e a maior parte acaba nos lixões ou nos oceanos.
Uma das vereadoras do Cidade do México, Alessandra Rojo, lembrou que animais marinhos estão morrendo por conta da poluição, havendo risco iminente de extinção de espécies. Segundo ela, este alerta foi a base da legislação municipal contra os plásticos descartáveis.

Biodiversidade

O ecossistema marinho mexicano é uma das joias do país e, com a opinião pública se movendo cada vez mais em defesa da biodiversidade, não houve dificuldades para aprovar o projeto de lei, afirmou a representante do PNUMA no México, Dolores Barrientos. O PNUMA aconselhou vários estados mexicanos sobre a medida.
Ainda que não seja obrigatório, juridicamente, a proibição das sacolas plásticas já ocorreu em 27 dos 32 estados mexicanos, e outros analisam a proposta.
O apoio dos cidadãos é chave para que a lei seja implementada. Cerca de 200 organizações não governamentais lançaram em 2019 a Aliança México sem Plástico. O objetivo é promover padrões de consumo sustentáveis.
Segundo o PNUMA, cada família na Cidade do México utiliza uma média de 650 sacolas plásticas por ano.
O diretor comercial da rede varejista Soriana, Humberto Fayad Wolff, contou que a medida foi bem recebida pelos clientes. Segundo ele, os consumidores já vinham reduzindo o consumo de plástico voluntariamente desde 2005, quando a rede lançou sua primeira bolsa reutilizável.
Ele afirmou que os impactos dos plásticos descartáveis tornaram-se um grande desafio ambiental para o México e para o mundo.
A produção global de plásticos atingiu 360 milhões de toneladas em 2010, e nos próximos 15 anos, este volume pode duplicar.
A cidade mais populosa do mundo, Tóquio, capital do Japão, com mais de 37 milhões de habitantes, não proíbe as sacolas plásticas, mas já começou a debater um imposto sobre seu consumo.

China e Índia

Cairo, Lagos e Kinshasa, consideradas as três megacidades da África, tampouco proíbem as sacolas. O mesmo vale para Moscou, na Rússia. Já Paris (França) e Istambul (Turquia) aprovaram restrições ao consumo.
Na Índia, a indústria dos três maiores centros urbanos: Nova Déli, Mumbai e Calcutá, emprega cerca de 5 milhões de pessoas. Em agosto passado, o primeiro-ministro Narendra Modi prometeu dar o primeiro passo ao tornar a Índia livre dos plásticos descartáveis, mas sem nenhuma medida nacional anunciada.
Para o PNUMA, a grande virada na luta contra os plásticos descartáveis poderia vir da China. Com 1,4 bilhão de pessoas, o país continua a ser o maior gerador de embalagens de plástico.
O governo divulgou um plano para proibir bolsas não biodegradáveis até o fim deste ano nas grandes cidades, e dois anos depois em todo o território.
 
Posted: 14 Feb 2020 09:05 AM PST
Clique para exibir o slide.A criatividade e o saber ancestral da etnia Warao podem se tornar uma fonte de renda e esperança para refugiadas e migrantes desta população indígena acolhida em Manaus (AM).
Uma parceria da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) com o Museu Casa do Objeto Brasileiro promoveu  em novembro uma oficina de inovação para artesãs indígenas moradoras do Abrigo Alfredo Nascimento, localizado na zona norte da cidade.
Contando com apoio financeiro da União Europeia, as oficinas fazem parte de uma estratégia para transformar o potencial artístico indígena em peças para serem disponibilizadas no mercado de artesanato, por meio da qualidade histórico e cultural das criações Warao. Para isso, conta com o trabalho de orientação do renomado designer mato-grossense, Sérgio Matos.
“O artesanato Warao é completamente diferente de todas as comunidades com as quais já trabalhei. A grande capacidade de fazer pontos, os grafismos que elas desenvolvem, as construções, tudo tem um trabalho artístico muito forte por trás”, destaca Matos, que no ano passado já ministrou oficinas nas cidades de Pacaraima e Boa Vista (RR).
“A ideia é mostrar esse talento, valorizar a cultura e o trabalho das artesãs Warao que vieram ao Brasil, sendo uma oportunidade para que possam caminhar de forma autônoma.”
A palha de cabuya ou ojidu, conhecida como buriti no Brasil, é a principal matéria-prima das peças. O buriti é um material bastante presente na cultura Warao, sendo os frutos aproveitados na alimentação, o tronco e as palhas na produção de canoas, e até construção de casas. Nas mãos das artesãs, se tornam peças como fruteiras, cestos, vasos e luminárias.
“O trançado é algo que aprendemos desde criança, vai sendo passado de geração para geração. Com o Sérgio estamos aprendendo a ver os detalhes, ter ideias e é uma novidade para todas as mulheres. Isso pode render emprego, o dinheiro vai poder chegar nas nossas mãos”, comenta Josefina Gregoria Jiménez Moraleda, que participou do curso.

Mostra em São Paulo

As criações serão apresentadas em exposição no Museu Casa do Objeto Brasileiro em São Paulo, prevista para 2020. A ideia é promover o intercâmbio cultural, divulgar o trabalho e vendê-los a lojistas, empresas e público interessado.
A exposição será continuidade à mostra que ocorreu entre 7 de novembro e 20 de dezembro no museu, que contou com criações feitas em Boa Vista e Pacaraima.
Todo o dinheiro arrecadado apoiará novas ações de geração de renda para as famílias produtoras.
“Essa iniciativa empodera mulheres de diferentes gerações da comunidade indígena Warao a terem maior autonomia, garantindo renda para elas próprias e suas famílias. Como trabalham artesanato de forma coletiva, também fortalecem sua cultura estreitando laços comunitários e familiares”, reforça Catalina Sampaio, chefe do escritório do ACNUR em Manaus.

Indígenas Warao no Brasil

Os Warao, conhecidos como “Povo da Água”, é um grupo étnico formado há mais de oito mil anos na região do delta do rio Orinoco, sendo atualmente o segundo maior povo indígena da Venezuela, com cerca de 49 mil pessoas.
A partir de 2016 começaram a chegar no Brasil, forçados a deixar seu país devido à crise política e econômica. Estima-se que pelo menos 4.500 indígenas Warao vindos da Venezuela encontram-se refugiados no Brasil.

Fortalecimento da resposta

A iniciativa conta com apoio da União Europeia, por meio de um projeto implementado com ACNUR e UNFPA, que investe no fortalecimento da resposta aos venezuelanos na região norte do Brasil e na promoção da proteção de populações em maior situação de vulnerabilidade, como é o caso dos indígenas Warao.
De acordo com a Polícia Federal, cerca de 212 mil venezuelanos encontram-se no país, sendo 115 mil solicitantes de refúgio e 97 mil residentes temporários. Segundo estimativas das Nações Unidas, quase 4,5 milhões de venezuelanos já deixaram seu país.
 
Posted: 14 Feb 2020 08:01 AM PST
Clique para exibir o slide.Representantes de governos federal, estaduais e municipais, membros da sociedade civil, universidades e outras instituições públicas e privadas brasileiras ligadas a temas urbanos participaram esta semana das discussões e trocas de experiências na décima edição do Fórum Urbano Mundial, em Abu Dhabi.
O fórum também teve a participação de líderes comunitários das “grotas”, assentamentos urbanos precários em áreas de fundo de vale em Maceió (AL), e a apresentação de dados para a melhoria das políticas públicas urbanas do Rio de Janeiro (RJ).
Cerca de 50 brasileiros participaram de apresentações, discussões temáticas, reuniões bilaterais e conversas técnicas durante a primeira edição do Fórum em um país árabe.

Programa Vida Nova nas Grotas

Representantes do governo de Alagoas e o diretor regional do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) para América Latina e Caribe, Elkin Veslasquez, foram recebidos pelo diretor-executivo adjunto do ONU-HABITAT, Victor Kisob.
No encontro, Kisob ouviu sobre as experiências urbanísticas de sucesso nos assentamentos informais, antes “invisíveis”, de Maceió, e remeteu os representantes da governo do estado de Alagoas às experiências africanas de sucesso na área de regularização fundiária.
Segundo o secretário de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), George Santoro, foi importante a participação de líderes comunitários no fórum. “As pessoas que vivem nas grotas de Maceió puderam ouvir sobre o que o mundo pensa, atualmente, em termos de melhoria da qualidade de vida, da acessibilidade, habitação e outras iniciativas”, declarou.
Os líderes comunitários deram voz ativa ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 11: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. “Vivenciamos aqui, na prática, a implementação dos princípios da Nova Agenda Urbana”, disse Santoro.
A líder comunitária da Grota Samambaia Wal Cavalcante comentou a experiência: “Compartilhamos todas mudanças que estamos vivendo em Alagoas desde a implantação do programa, o que levou acima de tudo dignidade às comunidades. Espero contribuir e aprender muito nessa viagem”, declarou.

Nova Agenda Urbana

A urbanização é uma das forças transformadoras do século 21 e estima-se que sete em cada dez pessoas no mundo viverão nas cidades em 2050. Na linha do tema do fórum, “Cidades de Oportunidades: conectando cultura e inovação”, o coordenador-geral do Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, Daniel Mancebo, comentou sua participação na mesa que discutiu o ‘Uso de tecnologias para o engajamento dos cidadãos’.
Trocando experiências com representantes dos setores público e privado de Bolívia e México, o brasileiro discutiu como as tecnologias podem preencher a lacuna de comunicação entre autoridades públicas e cidadãos; como os processos consultivos inovadores podem aumentar a participação civil, bem como, capturar as opiniões da população em geral sobre a eficácia das políticas públicas.
“Trocamos experiências entre os processos de consulta à população através de mecanismos bem avançados tecnologicamente que nos permitem captar os interesses da população sobre o andamento da implementação da Agenda 2030”, declarou.
A moderadora da sessão, Beatriz González Mendoza, do ONU-HABITAT, citou o caso da implementação de mudanças na política do transporte público de La Paz, na Bolívia, e a percepção positiva dessas mudanças pelos moradores.
A delegação do Ministério do Desenvolvimento Regional coordenou três eventos sobre a implementação da Nova Agenda Urbana no Brasil, nos quais foram discutidas a formulação da Carta Brasileira para Cidades Inteligentes (CBCI), da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU) e os desafios que precisam ser endereçados na revisão do Plano Nacional de Habitação.
Os eventos foram organizados em conjunto com instituições com as quais o ministério coopera em nível estratégico: o Ministério da Ciência, Tecnologia, Informação e Comunicações (MCTIC), a Agência de Cooperação Alemã (GIZ), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O ONU-HABITAT apoiou diretamente o Ministério do Desenvolvimento Regional na realização de um encontro que reuniu os brasileiros presentes no fórum, no qual foram discutidas estratégias para engajamento nos processos de elaboração das Cidades Inteligentes e da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. A rede continuará ativa no Brasil.
A prefeitura de Sapucaia do Sul (RS) apresentou durante o fórum projeto de iluminação pública realizado por meio de parceria público-privada. O prefeito da cidade, Luís Link, falou sobre a experiência do município a investidores e especialistas da área.
O projeto foi um dos nove selecionados para a nova plataforma do fórum que une cidades e investidores. Segundo o prefeito, “este evento colocou Sapucaia do Sul no mapa da infraestrutura mundial”. “Estar no fórum e fazer as relações com outros países está sendo muito importante para a cidade e para o país. Com certeza vamos colher ótimos frutos da viagem.”
Outro programa com destaque no fórum, o Ruas do Paraná, desenvolvido por técnicos do Serviço Social Autônomo (Paranacidade), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas do Paraná (SEDU), expôs aos participantes modelos eficientes na requalificação das Vias Urbanas dos Municípios.
Com conceitos de acessibilidade, mobilidade, saneamento e urbanização, o programa tem como um de seus objetivos usar tecnologia de ponta na implantação de sistemas para eficiência energética na iluminação pública. A iniciativa terá sua Plataforma de Modelos e Informações completa até o fim de 2020 e foi selecionada entre 97 concorrentes do mundo todo para apresentação em Abu Dhabi.
Projetos acadêmicos de pesquisadoras brasileiras também foram destaque na edição do fórum. O uso de dados geoespaciais para facilitar interações multidisciplinares entre pessoas em um campo universitário, apresentado pela doutoranda Isabelle Soares, e estudos de aplicação dos ODS em favelas, apresentados pela pesquisadora pós-doutoranda Marian Vaccari, também atraíram a atenção dos presentes.

Sobre o ONU-HABITAT

O ONU-HABITAT trabalha em mais de 90 países promovendo o desenvolvi-mento urbano social, econômico e ambientalmente sustentável com o intuito de proporcionar moradia adequada para todas e todos. Trabalha com governos e parceiros locais através de projetos que combinam experiência global e conhecimento local para fornecer soluções oportunas e direcionadas que contribuem para um futuro urbano melhor.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável inclui um objetivo dedicado às cidades: o ODS 11 – “Tornar as cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis”. O trabalho do ONU-HABITAT também se guia e advoga pela Nova Agenda Urbana, adotada em outubro de 2016 na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, conhecida como Habitat III. Esta agenda é um documento orientado para ação que definiu padrões globais para alcance do desenvolvimento urbano sustentável, repensando a forma como construímos, gerenciamos e vivemos nas cidades.

Sobre o Fórum Mundial Urbano

O Fórum Urbano Mundial (WUF, na sigla em inglês) é a principal conferência sobre cidades. O WUF foi criado em 2001 pelas Nações Unidas para estimular as discussões sobre as questões mais urgentes que o mundo enfrenta hoje: sua rápida urbanização e seu impacto nas comunidades, cidades, economias, mudanças climáticas e políticas. Convocado pelo ONU-HABITAT, o fórum é uma plataforma de alto nível, aberta e inclusiva, que busca enfrentar os desafios da urbanização sustentável.
 
Posted: 14 Feb 2020 07:16 AM PST
A ONU Mulheres recebe até 21 de fevereiro candidaturas de instituições interessadas em compor as Coalizões de Ação da Geração Igualdade.
Trata-se de uma chamada internacional para Estados-membros da ONU; organizações e movimentos de mulheres e agentes da sociedade civil; instituições do setor privado (incluídas as organizações filantrópicas), organismos das Nações Unidas e outras organizações regionais e internacionais (incluídos os bancos multilaterais para o desenvolvimento) e organizações lideradas por jovens.
A candidatura deve será feita por meio de carta de intenção, com descrição sobre como a postulante pretende cumprir os critérios de liderança pelo empoderamento das mulheres e pela igualdade de gênero. O documento deve ser direcionado à sede da ONU Mulheres por meio do correio eletrônico: actioncoalitions@unwomen.org.
Para a ONU Mulheres, as Coalizões de Ação serão fundamentais para garantir uma aliança sólida orientada à obtenção de resultados para a igualdade de gênero durante a Década de Ação das Nações Unidas (2020-2030) com foco no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A ONU Mulheres é a entidade responsável pela coordenação geral das Coalizões de Ação da Geração Igualdade. A tomada de decisão está a cargo do Grupo Principal da Geração Igualdade, presidido conjuntamente por ONU Mulheres, França, México e representações da sociedade civil do Norte e Sul globais.
Em janeiro de 2020, ONU Mulheres, especialistas dos movimentos de mulheres e feministas e os governos do México e da França anunciaram os seis temas das Coalizões de Ação da Geração Igualdade:
1 – Violência de gênero
2 – Justiça e direitos econômicos
3 – Autonomia sobre o corpo, a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos
4 – Ação feminista para a justiça climática
5 – Tecnologia e inovação para a igualdade de gênero
6 – Movimentos e lideranças feministas
A partir de princípios de diversidade e flexibilidade, a proposta é que cada Coalizão de Ação tenha dez líderes, contemplando equilíbrio entre países do Sul e do Norte, lideranças jovens, mulheres jovens feministas, defensoras e defensores em áreas afins ao tema da Coalização em questão.

Composição da Coalização de Ação

A liderança de cada Coalizão buscará a seguinte estrutura: mínimo de dois Estados-membros das Nações Unidas; mínimo de duas representações dos movimentos de mulheres e da sociedade civil (incluídas as organizações de mulheres de base); organizações, redes ou movimentos liderados por jovens; representantes do setor privado e da filantropia; e um organismo das Nações Unidas ou organização internacional.

Critérios de aceite da candidatura

Para a admissão da candidatura, são elencados como critérios para a seleção da instituição:
•demonstrar seu compromisso com o tema da Coalizão de Ação correspondente à candidatura por meio do trabalho realizado ou nova motivação com o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero;
•assumir compromisso inovador de cinco anos para promover a obtenção de resultados em torno do tema da Coalizão de Ação pretendida de ser integrada por meio da demonstração de visão mundial para a mudança com relação à igualdade de gênero, por exemplo, compromisso em reformar uma política ou uma lei em favor dos direitos das mulheres, investir em programa de escala em benefício das mulheres ou promover a ação mundial pela igualdade de gênero;
•assumir compromisso de participação do nível mais alto. Espera-se que as e os líderes dos países, organizações ou empresas estejam presentes na apresentação das Coalizões de Ação, que acontecerá, em Paris, em julho de 2020;
•participar de maneira ativa do desenho do plano das Coalizões de Ação e do seguimento e da apresentação de relatórios anuais como parte do Relatório de Progresso das Coalizões de Ação. Espera-se, ainda, que todas as lideranças das Coalizões de Ação assistam a um evento paralelo de alto nível sobre o Impacto da Geração Igualdade (evento de caráter anual a ser realizado durante a Assembleia Geral da ONU);
•demonstrar como a organização ou o Estado-membro utilizará a sua voz e as suas redes para fazer a avançar a colaboração de outras partes e mobilizar o apoio adicional ao tema da Coalizão de Ação em questão.

Compromisso dos Estados-membros

É solicitado que os Estados-membros da ONU complementem o compromisso financeiro, tenham ratificado ou aderido à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e se comprometam com o respeito, a proteção e o cumprimento dos direitos humanos das mulheres e meninas em sua diversidade.
Compromisso do setor privado – Espera-se que o setor privado formalize adesão aos Princípios de Empoderamento das Mulheres e aos Princípios da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos, além de aporte financeiro. Empresas e instituições do setor privado passarão por avaliação de idoneidade (due diligence).

Anúncio das candidaturas aprovadas

A divulgação da composição das Coalizões de Ação Geração Igualdade é prevista no marco do Dia Internacional das Mulheres e no Evento de Alto Nível sobre a Geração Igualdade na 64ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW64).
Na CSW64, a ONU Mulheres pretende reunir as lideranças das Coalizões de Ação da Geração Igualdade para avançar no desenho dos planos de cada Coalizão, trabalho que pretende ser concluído no Fórum Geração Igualdade, de maio, no México.
Consultas gerais sobre o Fórum Geração Igualdade deverão ser enviadas para o correio eletrônico: gen.equality.forum@unwomen.org

Lançamento das Coalizões

As Coalizões de Ação da Geração Igualdade serão oficialmente apresentadas no Fórum Geração Igualdade, que acontecerá de 7 a 10 de julho, na França.
 
Posted: 14 Feb 2020 06:49 AM PST
As atividades humanas e as mudanças climáticas estão afetando as plantas aquáticas de maneiras que estamos apenas começando a entender. Foto: Ruben Rodriguez Olivares/EBD-CSIC
Um novo estudo global lança luz sobre o impacto da poluição na diversidade das plantas aquáticas e nos ambientes de água doce de forma geral.
A fotossíntese em muitas plantas aquáticas depende de bicarbonato (HCO3−) além de dióxido de carbono (CO2). O estudo investiga a ligação entre os dois e seu impacto na distribuição das plantas.
“As mudanças antropogênicas estão afetando as concentrações de bicarbonato e de CO2, e isso pode alterar a composição das espécies das comunidades de plantas de água doce”, diz o coautor do estudo, Ole Vestergaard, especialista em ecossistemas marinhos e de água doce do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
As concentrações de bicarbonato e CO2 variam muito com a geologia da bacia hidrográfica.
O estudo, publicado pela revista científica Science, intitulado “Propriedades de captação e composição fotossintética das comunidades de plantas de água doce”, dá informações sobre a distribuição de plantas de água doce em resposta à química da água e aos impactos humanos.
Comentando a importância desta pesquisa, um artigo também publicado na Science intitulado “Reunindo biogeoquímica com ecologia e evolução”, diz sobre a pesquisa: “o trabalho constitui um avanço por pelo menos três razões. Ele abre caminho para estudos futuros dos impactos das mudanças globais na biodiversidade de ambientes de água doce e no funcionamento de seu ecossistema”.
“O estudo destaca a necessidade de desenvolver modelos para a dinâmica do carbono inorgânico dissolvido em água doce que vão além do foco principal nas emissões de CO2 para a atmosfera. Constitui um exemplo poderoso de ecologia integrativa em escalas espaciais e temporais e em diversos campos do conhecimento”.
O que impulsiona essas mudanças é a atividade humana e a poluição a ela associada. “Alterações antropogênicas como consequência do desmatamento, uso da terra, aplicação de fertilizantes com nitrato e redução da deposição de ácido atmosférico estão causando aumentos em larga escala nas concentrações de bicarbonato”, diz o estudo.
Uma das conclusões do estudo é que concentrações mais altas de bicarbonato mudarão acentuadamente a composição das espécies, permitindo que usuários de bicarbonato maiores e de crescimento rápido colonizem e inibam espécies menores adaptadas apenas ao uso de CO2.
Vestergaard diz que a pesquisa “captura o esforço coletivo de uma equipe global de pesquisadores nas últimas duas décadas”.
 

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