Posted: 20 Jan 2020 10:33 AM PST
Vinte e dois jornalistas foram assassinados na América Latina e Caribe em 2019, o que torna a região a mais perigoso do mundo para a imprensa, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No Brasil, dois jornalistas foram assassinados em 2019.
A América Latina e Caribe é seguida pela Ásia-Pacífico, com 15 assassinatos de jornalistas no ano passado, e pelos Estados árabes, com 10 mortes. Os números fazem parte da base de dados do Observatório de Jornalistas Assassinados, mantida pela UNESCO. Na última década, 894 jornalistas foram assassinados, uma média de quase 90 por ano: os assassinatos de jornalistas em 2019 caíram quase pela metade em comparação com 2018 (de 99 para 56), mas os membros da imprensa ainda enfrentam riscos extremos, em todas as regiões do mundo. Cobertura local é mais perigosa do que reportagens de guerraOs dados da UNESCO mostram que cobrir assuntos locais, como política, corrupção e crime, é mais perigoso para jornalistas do que cobrir zonas de guerra. No ano passado, quase dois terços dos casos de assassinato ocorreram em países que não vivenciavam conflitos armados, e a maioria envolveu repórteres realizando cobertura local.Em novembro de 2019, no Dia Internacional para Acabar com a Impunidade de Crimes contra Jornalistas, a UNESCO lançou uma campanha, #KeepTruthAlive, para chamar a atenção para os perigos enfrentados pelos jornalistas perto de suas casas, destacando o fato de que 93% dos trabalhadores assassinados atuavam localmente. A campanha apresentou um mapa interativo, fornecendo uma demonstração vívida da escala e da amplitude dos perigos enfrentados por jornalistas em todo o mundo. Uma tentativa de silenciar críticasEm comunicado divulgado nesta segunda-feira, a UNESCO declarou que ataques a jornalistas são uma tentativa de silenciar vozes críticas e restringir o acesso do público à informação.Além do risco de assassinato, os jornalistas sofrem cada vez mais ataques verbais e físicos relacionados ao seu trabalho. Nos últimos anos, houve um aumento acentuado de prisões, sequestros e violência física, em meio a uma retórica generalizada e hostil à mídia e aos jornalistas. As mulheres da mídia são alvo particular, diz a UNESCO: são frequentemente vítimas de assédio online e enfrentam ameaças de violência baseada em gênero. A UNESCO está comprometida em melhorar a segurança dos jornalistas em todo o mundo e garantir que os crimes contra eles não fiquem impunes. Um relatório publicado pela agência em novembro de 2019 mostrou que apenas 10% dos ataques são processados e menos de um em cada oito casos registrados pela UNESCO desde 2006 foram resolvidos. |
Posted: 20 Jan 2020 10:08 AM PST
O Fundo Dag Hammarskjöld Fund para Jornalistas da ONU abriu inscrições para profissionais de países em desenvolvimento para o programa de bolsas de 2020. As inscrições podem ser feitas até 6 de março.
As bolsas são destinadas a profissionais com idade entre 25 e 35 anos que atuem em rádio, TV, veículo impresso ou Internet e que tenham interesse em visitar Nova Iorque durante a 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. A bolsa incluirá custos com viagem e acomodação, assim como ajuda de custo diária. O programa de bolsas é aberto a jornalistas que nasceram em países em desenvolvimento de África, Ásia, América Latina e Caribe e que estejam trabalhando em organizações de mídia. Os(as) candidatos(as) devem demonstrar interesse e comprometimento com assuntos internacionais e ajudar a transmitir uma melhor compreensão sobre as Nações Unidas para seus leitores e audiências. É necessário ter autorização da organização de mídia para que o candidato passe até três meses em Nova Iorque. Para garantir o rodízio entre os países participantes, o Fundo não aceitará inscrições de candidatos dos países selecionados em 2019: Egito, Nigéria, Trinidad & Tobago e Zimbábue. Inscrições para brasileiros estão abertas neste ano. A cada ano são selecionados quatro jornalistas. Os profissionais agraciados têm a oportunidade de observar as deliberações diplomáticas internacionais nas Nações Unidas, fazer contatos profissionais, interagir com jornalistas de todo o mundo e ganhar uma perspectiva e compreensão dos assuntos de interesse global. O programa não é destinado a dar treinamento básico aos jornalistas: todos os participantes já são profissionais de mídia. Todos os critérios para a inscrição e documentos solicitados podem ser localizados no website da Fundação, em http://unjournalismfellowship. Perguntas sobre o programa, critérios de inscrição e processo de seleção devem ser enviados para o email fellowship2019@ |
Posted: 20 Jan 2020 08:41 AM PST
Clique para exibir o slide.Entre maio e dezembro do ano passado, aproximadamente 500 professores da rede pública do ensino fundamental de diferentes regiões de São Paulo (SP) tiveram acesso a uma formação sobre a temática do deslocamento por meio da troca de experiências com pessoas refugiadas e profissionais da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e de seus parceiros.
Trata-se do projeto Refúgios Humanos, realizado pelo SESC-SP em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, com apoio e participação do ACNUR. Já em seu terceiro ano, a formação de 20 horas com 12 palestrantes foi aplicada em oito regiões da cidade, por meio das Diretorias Regionais de Educação. Após os encontros presenciais, os professores participantes são convidados a aplicar o conhecimento discutido em suas práticas pedagógicas, facilitando assim o processo de acolhida e integração de crianças refugiadas no ambiente escolar. Na Vila Carrão, zona leste de São Paulo, o professor de geografia Fábio Teixeira, de 43 anos, apresentou no encerramento da última turma de 2019 uma série de ações que foram adotadas na escola municipal Guimarães Rosa. “Antes de mais nada foi preciso quebrar nossos próprios preconceitos, com conhecimento. Conseguimos transformar nosso ambiente escolar em um espaço mais acolhedor ao instalarmos placas de identificação dos diferentes ambientes da escola em português, árabe e espanhol. Usamos a internet para traduzir as palavras e os próprios alunos foram os revisores. Quando eles mesmos não conseguiam responder, confirmamos a tradução com os pais, que abriram um grande sorriso, como se agora pertencessem àquela escola”, afirmou o professor. Como resultados imediatos deste processo, houve uma quebra de paradigmas no ambiente escolar como um todo, reduzindo as notificações de bullying, propiciando maior interação e empatia entre todos os estudantes – não somente entre os alunos de outras nacionalidades, e facilitando a vinda de pais e responsáveis para a escola. De acordo com Denise Collus, assistente social integrante da Gerência de Estudos e Programas Sociais do SESC-SP, o projeto Refúgios Humanos se destaca tanto pelo conteúdo apresentado como pelo interesse gerado por parte dos professores. “A proposta do projeto é de sensibilizar e informar os professores da rede municipal para que possam considerar na acolhida as perspectivas das crianças de outras nacionalidades que passam a fazer parte das escolas. O conteúdo proposto requer a participação efetiva das pessoas refugiadas, agregando assim ainda mais interesse a formação dos professores”, afirmou Denise. O fato de “ouvir em primeira pessoa” a realidade enfrentada pelas pessoas refugiadas, possibilitada pela participação de refugiados nos diferentes encontros que o projeto promoveu, foi destacado pelos professores como o principal elemento da formação. “Foi muito importante sentir na pele as experiências das pessoas refugiadas para entender a perspectiva de fala delas, fazendo com que eu me tornasse mais sensível ao olhar e percepções de quem chega, sem que estereótipos ditem as nossas formas de pensar e agir”, disse a professora Andressa Inigo, do CEU EMEI Formoza, localizada na zona leste de São Paulo. Para a chefe do escritório do ACNUR de São Paulo, Maria Beatriz Nogueira, o projeto Refúgios Humanos exerce o papel fundamental de prover informações e vivências aos professores que buscam esse tipo de formação. “Os professores da rede pública de ensino lidam simultaneamente com uma série de questões que dialogam com a realidade que vivemos em sociedade e o tema do refúgio integra e este contexto. Com esta formação que o projeto realiza, seguramente caminhamos para que as crianças refugiadas possam vivenciar um ambiente mais inclusivo, respeitoso e produtivo para todo o contexto escolar”, concluiu. Para 2020, o SESC-SP já anunciou agenda fechada entre os meses de março e dezembro, ampliando a cobertura do projeto para outras regiões e pretendendo formar outros 700 professores. O ACNUR seguirá apoiando esta e outras iniciativas promovidas pelo SESC-SP, como a oferta de aulas de português para refugiados, apresentações artísticas e vivências culturais em diferentes unidades da capital e do estado de São Paulo. |
Posted: 20 Jan 2020 07:41 AM PST
Clique para exibir o slide.Desde a conquista do prêmio Jovens Campeões da Terra, na Ásia e no Pacífico em 2019, a solução de big data de Sonika Manandhar decolou. Sua plataforma Green Energy Mobility ajuda a combater as mudanças climáticas no Nepal, apoiando as mulheres a comprar e atualizar micro-ônibus elétricos de três rodas por meio de financiamentos a juros baixos.
A descarbonização do transporte, com foco na mobilidade elétrica, é uma das principais ações para limitar o aquecimento global a menos de 2°C até o final deste século, de acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões de 2019 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Viagens curtas são responsáveis por dois terços das emissões de transporte nas áreas urbanas, e veículos elétricos podem ajudar a reduzir os níveis de poluição. Rob de Jong, chefe da Unidade de Qualidade do Ar e Mobilidade do PNUMA, disse: “para melhorar a qualidade do ar e cumprir o Acordo Climático de Paris, precisamos migrar para transportes de zero emissões em todos os meios e em todos os países”. “Isso só acontecerá com iniciativas locais. Os micro-ônibus elétricos de três rodas podem substituir veículos antiquados e poluentes. O PNUMA está trabalhando com muitas startups locais, como a de Manandhar, que darão uma grande contribuição para essa mudança global para a mobilidade limpa”. Perguntamos a Manandhar sobre o progresso dela desde a conquista do prêmio Jovens Campeões da Terra e conselhos para quem deseja se inscrever em 2020. Eis o que ela disse. O que aconteceu desde a conquista do prêmio? Nosso acordo recentemente assinado entre a Aeloi, criador da Green Energy Mobility e uma empresa Safa Tempo, foi acelerado desde a conquista do prêmio, porque nossa marca tem muito reconhecimento. O acordo nos dá acesso a uma rede de 200 micro-ônibus pela cidade. Agora, a Green Energy Mobility pode usar essa frota de micro-ônibus elétricos para iniciar nosso piloto. Quais benefícios você notou desde a conquista do prêmio? Orgulho do meu país, construção da marca da minha empresa e, claro, o financiamento do meu projeto. Além disso, o prêmio Jovens Campeões da Terra é um reconhecimento e uma marca respeitados, então as pessoas me levam mais a sério. O prêmio também apresenta uma grande oportunidade de networking, com acesso a uma vasta rede de investidores, ambientalistas e muito mais. Qual foi sua experiência mais memorável como jovem campeã? Eu conheci o diretor do Fundo Verde para o Clima durante a gala do prêmio e fui convidada para conversar em uma sessão plenária em Nova Iorque sobre finanças para o bem. Um dos moderadores era do Shark Tank e outro era o presidente da COP25. Fiquei muito surpresa ao ser convidada para falar nessa plataforma, mas sobrevivi! Também compartilhei uma mesa com o secretário-geral da ONU, o fundador da Mahindra e outros dignitários. Por que entrar no empreendedorismo verde? Porque esse é o futuro. É aí que está o dinheiro no futuro. Se não há meio ambiente, não há dinheiro. O setor de investimentos de impacto está avaliado em 502 bilhões de dólares e estamos enfrentando uma enorme crise de mudança climática, além da oportunidade lucrativa para resolvê-la. Quais desafios você enfrenta nos negócios ecológicos? Regulamentação. Como uma startup que trabalha no setor de fintech, não há diretrizes claras sobre regulamentos. Muitas pessoas pensam em nós como criptomoeda, que, a propósito, é proibida no Nepal, mas somos uma ferramenta de gerenciamento de fundos digitais. Até nossos tokens às vezes são mal compreendidos, e precisamos ajudar as pessoas a entender isso. Também é um desafio fazer as pessoas entenderem que a Terra é nosso lar. As pessoas costumam pensar em sua casa como em Kathmandu ou no Nepal, mas eu estou pensando grande! Quais são seus próximos passos? Em seguida, construiremos a plataforma de reservas para que os passageiros possam reservar o Safa Tempos. Também estamos lançando uma campanha chamada Climate Icons, que afeta investidores, indivíduos e celebridades. O objetivo é atualizar a tecnologia de mobilidade verde para microempreendedores, por meio de financiamentos que irão para a compra de uma nova bateria de íon de lítio para uma motorista do Safa Tempo. Será bom ter grandes celebridades envolvidas para patrocinar as baterias. Que desafios você vê à frente e como espera superá-los? Precisamos realizar mais pesquisas de mercado e formar uma equipe de vendas. Encontrar uma instituição financeira adequada para fazer parceria é outro desafio. Planejamos superar isso, contatando instituições financeiras por meio de nossas redes. O outro desafio que vejo é encontrar celebridades e grandes nomes para serem nossos ícones climáticos. Esperamos superar isso aproveitando nossas redes existentes, como o PNUMA. Fique ligado no site Jovens Campeões da Terra para seguir a Sonika e obter mais atualizações em breve. Você tem o que é preciso para ser um Jovem Campeão da Terra? As inscrições serão abertas em janeiro. Ao enviar sua inscrição, você se torna parte da nossa comunidade de agentes de mudança – participe e faça parte da conversa sobre mudança ambiental. O Prêmio Jovens Campeões da Terra, desenvolvido pela Covestro, é a principal iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para engajar os jovens nos desafios ambientais mais prementes do mundo. |
Posted: 20 Jan 2020 07:10 AM PST
Quando a somali Asha Abdikadir Ahmed cozinhava com lenha, seu restaurante ficava cheio de nuvens de fumaça. Mas agora, quando ela coloca um briquete no fogo, além de não produzir fumaça, o fogo dura toda a manhã.
“O briquete é melhor do que a lenha que eu estava usando antes. É mais barato e mais eficiente”, diz Asha, de 42 anos, que dirige seu próprio restaurante no campo Bur Amino para refugiados somalis. O local fica no sul da Etiópia e Asha está lá desde que foi inaugurado, em 2011. Ao colocar molho sobre um ninho de espaguete para um cliente, Asha explica que, em vez de pagar 150 birr etíopes (cerca de 5 dólares) por dia para que um pacote de madeira seja usado como combustível, ela compra dois briquetes da lenha ecológica que custam 5 birr cada (0,20 dólar) e duram o dia inteiro. Nos últimos meses, Asha tem comprado os briquetes de uma cooperativa de mais de 70 refugiados somalis e mulheres etíopes locais, que vêm transformando a árvore prosopis juliflora em uma fonte de energia mais limpa que traz uma série de benefícios para a economia e para o meio ambiente. Espécie nativa da América do Sul e Central, a prosopis foi plantada na África durante o século XX e foi inicialmente utilizada como lenha para cozinhar, madeira para construção de casas e cercas para gado. Além disso, era fonte de sombra para o sol escaldante e de defesa contra a erosão do solo. Mas, com até 15 metros de altura, ganhou uma reputação assustadora por ocupar terras de pastagem arável, ameaçando os meios de subsistência de agricultores e pastores. Os animais ficam doentes ou morrem se comer suas vagens e podem ser perfurados por seus longos e afiados espinhos. Já as raízes profundas da árvore sugam água em áreas já secas. “As desvantagens são muitas. Onde há uma árvore de prosopis, não pode haver mais nada. Ele absorve toda a água e seca a terra”, diz Moge Abdi Omar, coordenadora do projeto da Organização da Juventude para Mulheres e Pastoral, Wa-PYDO, que estabeleceu a cooperativa em 2017 com o apoio da Fundação IKEA. A cooperativa Bur Amino compra prosopis de outra cooperativa que corta a árvore em Dollo Ado, na fronteira com a Somália. Juntas, as mulheres tiram a casca da árvore para fazer briquetes de queima lenta e sem fumaça para vender a clientes como Asha. As sobras são vendidas como lenha para cozinhar. A Etiópia abriga mais de 700 mil refugiados. Atender às necessidades energéticas dessa população no campo de Bur Amino e em outros lugares continua a ser um grande desafio. Pelo menos quatro em cada cinco pessoas deslocadas à força em todo o mundo utilizam madeira para cozinhar e se aquecer. Isso não apenas leva ao desmatamento e à degradação ambiental, mas também pode inflamar as tensões entre refugiados e membros das comunidades que os acolhem, que também dependem da madeira como fonte de combustível. Além disso, o aumento do desmatamento geralmente obriga mulheres e meninas refugiadas a caminhar cada vez mais longe para encontrar lenha, expondo-as ao risco de serem estupradas ou espancadas enquanto percorrem longas distâncias sozinhas. “Antes, costumávamos andar sete ou oito quilômetros no mato. Havia mais perigos”, relembrou Saredo Abdi, de 26 anos, membro da Cooperativa Bur Amino. Além de fornecer um combustível mais limpo, Moge diz que o projeto tem três benefícios claros. “Como um dos nossos objetivos é buscar meios de subsistência, os refugiados conseguem renda e oportunidades de emprego. Em segundo lugar, o projeto ajuda a resolver o problema que eles têm com a comunidade anfitriã. Por último, ajuda a resolver questões de proteção, como a violência de gênero”, acrescenta Moge. O apoio que a cooperativa recebeu da Fundação IKEA ilustra como uma abordagem mais ampla para lidar com situações de deslocamento pode resultar em maior autossuficiência de refugiados e apoio às comunidades anfitriãs. Tais exemplos de parcerias estratégicas e solidariedade foram apresentados no Fórum Global sobre Refugiados, uma reunião que ocorreu em dezembro, em Genebra. O fórum reuniu governos, organizações internacionais, autoridades locais, sociedade civil, setor privado, membros da comunidade anfitriã e refugiados para discutir as melhores políticas para proteger refugiados e ajudá-los e seus anfitriões a prosperar e encontrar soluções duradouras. A mais de 20 quilômetros de Dollo Ado, a cooperativa de colheita de prosopois trabalha arduamente, cortando árvores que transformaram essa área seca e empoeirada em uma floresta espinhosa e verde. Burros zurrem quando uma linha de camelos é cuidadosamente conduzida através do mato. Os homens jogam os troncos da árvore em uma pilha. Cada peça pode custar entre 5 birr (0,20 dólar) e 20 birr (0,70 dólar). Apoiando o machado no ombro, Aden Abdullahi Ahmed, membro da Cooperativa Dollo Ado, diz que espera que seu trabalho beneficie as gerações futuras de refugiados e das comunidades anfitriãs. Sua cooperativa começou com dez membros refugiados e etíopes. Hoje, são 40. “Utilizar a prosopis será muito útil para energia”, diz o jovem de 30 anos. “Ao mesmo tempo, você está erradicando e limpando a árvore. Talvez os agricultores se beneficiem da terra.” |
Posted: 20 Jan 2020 06:51 AM PST
Por Astrid Bant*
Há mais de um mês, uma jovem negra, quilombola do recôncavo baiano, estudante de Serviço Social e promissora liderança foi assassinada a tiros – o principal suspeito, seu ex-namorado, foi preso. Elitânia de Souza da Hora não apenas lutava por revoluções individuais, mas também pelos direitos de todo um povo, e é muito triste que seu gênero tenha determinado o fim de uma brilhante trajetória. É muito chocante que violências como essa, feminicídios por definição, continuem acontecendo. A voz de Elitânia não é a primeira que é calada no país. Assim como ela, 1.206 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2018. Entre elas, 61% eram negras e 52,3% dos assassinatos foram cometidos por arma de fogo. De janeiro a setembro deste ano, só na Bahia, foram 75 casos, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública do estado. Este não é mais um tipo de crime que choca, aparentemente. A violência contra a mulher está sendo naturalizada no Brasil, em especial a violência contra a mulher negra. Elitânia, por exemplo, já tinha uma medida protetiva vigente contra o ex-namorado. Por que essa ferramenta judicial não funcionou? Um mês depois da sua morte, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) volta a lembrar que é necessário fazer justiça e lutar para que casos como esse não se repitam de forma alguma. Essa não é uma missão e responsabilidade apenas para o Estado brasileiro. É uma mudança que precisa acontecer de dentro para fora, uma transformação individual, que cabe a todo cidadão. A prevenção contra a violência passa, sem dúvida, por garantir recursos para proteção social, acolhimento, Justiça e reparação, como previsto nas Diretrizes Nacionais sobre Feminicídio. Mas também envolve uma mudança de cultura. A agressão contra mulheres não é uma questão “familiar”, ela deve sair do seio doméstico e ser discutida nas ruas, na fila do banco, nos hospitais e escolas. Até mesmo porque ela acontece em todo e qualquer espaço. Elitânia foi assassinada na rua, depois de sair da faculdade, sem qualquer possibilidade de se defender. Toda a sociedade precisa se unir para discutir o motivo pelo qual matamos e deixamos morrer nossas mulheres, especialmente aquelas pessoas nos espaços de tomada de decisão. E é urgente que isso seja feito já! A memória da jovem ativista Elitânia de Souza da Hora não vai desaparecer com o tempo. O Fundo de População da ONU está comprometido em garantir que a sociedade e os governos reconheçam a urgência de prevenir a violência baseada em gênero. Ao desconstruir velhos hábitos e destruir masculinidades tóxicas – reabrindo nossos olhos e corações – todos e todas podemos mudar essa história. *Representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil **Artigo originalmente publicado no jornal Correio da Bahia, em 27 de dezembro de 2019 |
Posted: 20 Jan 2020 05:42 AM PST
A desigualdade subiu para níveis históricos globalmente, de acordo com o Relatório Social Mundial 2020 das Nações Unidas, que será lançado nesta terça-feira (21). O evento de lançamento poderá ser acompanhado ao vivo pela Internet.
A alta desigualdade pode afetar a prosperidade econômica e o desenvolvimento social de milhões de pessoas, se políticas efetivas não forem implementadas. O relatório “Desigualdade em um mundo em rápida mudança” afirma que grandes tendências globais, incluindo mudanças tecnológicas, crise climática, urbanização e migração internacional, podem ser aproveitadas para reduzir a desigualdade ou nos dividir ainda mais. O documento será lançado às 14h (de Brasília). ServiçoQuem: Elliott Harris, economista-chefe da ONU e secretário-geral adjunto de EconomiaDesenvolvimento; Marta Roig, chefe de Tendências e Questões Emergentes na Seção de Desenvolvimento da Divisão de Desenvolvimento Social Inclusivo, DESA. O quê: Comunicado de imprensa sobre o Relatório Social Mundial 2020 Quando: Terça-feira, 21 de janeiro de 2020, 12h EST (14h de Brasília) Onde: S-237, Sede da ONU, Nova Iorque Webcast: http://webtv.un.org Contato para entrevistas: Sharon Birch-Jeffrey (birchs@un.org) |
politica evolutiva mundo laico pela separação da religião do estado por la separação de la religión del estado evolutionary secular political world ,the separation of religion from state Эволюционный светская политическая мир отделение религии от государства/العالم السياسي العلماني التطوري فصل الدين عن الدولة עולם פוליטי חילוני אבולוציונית הפרדת דת מהמדינה
terça-feira, 21 de janeiro de 2020
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário