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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Posted: 23 Jan 2020 12:31 PM PST
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial 2020, em Davos-Klosters, na Suíça. Foto: Fórum Econômico Mundial/Boris Baldinger
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial 2020, em Davos-Klosters, na Suíça. Foto: Fórum Econômico Mundial/Boris Baldinger
O mundo está “condenado” diante das mudanças climáticas, a menos que os principais países industrializados reduzam suas emissões de gases de efeito estufa, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, a líderes empresariais no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira (23).
O chefe da ONU observou que, enquanto muitos países em desenvolvimento e a União Europeia se comprometeram a alcançar a neutralidade do carbono até 2050, “os grandes emissores” ainda precisam agir.
Se os grandes emissores não concordarem com o princípio de alcançar a neutralidade do carbono até 2050, “estaremos condenados porque eles representam uma parcela muito importante”, disse o chefe da ONU.
“O G20 representa 80% das emissões que contribuem para a mudança climática.”

Ação governamental

Guterres disse que os governos podem tomar medidas para ajudar a mover o mundo em direção a um futuro mais verde, como cortar subsídios para combustíveis fósseis.
“Como contribuinte, não posso realmente aceitar a ideia de que meus impostos sejam usados ​​para aumentar furacões, branquear corais ou derreter geleiras”, afirmou.
Para o secretário-geral da ONU, a mudança climática é a questão definidora de nosso tempo, representando uma “ameaça existencial” para todo o planeta e ameaçando o desenvolvimento.
Guterres disse estar encorajado pelo compromisso do setor privado com o meio ambiente, como evidenciado pelo aumento do número de instituições financeiras e gestores de ativos que tornaram a neutralidade de carbono uma prioridade em seus investimentos.

Necessidade de decisões transformadoras

Da mesma forma, cidades, eleitores e jovens têm se mobilizado para a ação.
“Espero que seja possível mobilizar tanto o setor privado como as autoridades públicas para tomar decisões transformadoras na maneira como produzimos nossos alimentos, alimentamos nossa economia, nos movemos, apoiamos a indústria e planejamos nossas cidades — as mudanças transformadoras que são necessárias para atingirmos os objetivos que a comunidade científica nos diz serem absolutamente essenciais”, afirmou.
 
Posted: 23 Jan 2020 12:06 PM PST
Auschwitz-Birkenau, um campo de concentração nazista na Polônia, onde mais de 1 milhão de judeus e membros de outras minorias morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Foto: ONU/Evan Schneider
Auschwitz-Birkenau, um campo de concentração nazista na Polônia, onde mais de 1 milhão de judeus e membros de outras minorias morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Foto: ONU/Evan Schneider
Lembrando 75 anos desde a libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, especialistas independentes em direitos humanos da ONU disseram nesta quinta-feira (23) que “ações urgentes” são necessárias para combater o crescente antissemitismo no mundo.
“Neste momento solene, designado como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, Estados em todo o mundo estão falhando em combater suficientemente a violência antissemita, a discriminação e a hostilidade em suas sociedades ou em garantir que suas populações sejam educadas adequadamente sobre o Holocausto”, disseram os relatores em um declaração conjunta.
Os especialistas da ONU citaram ataques nas cidades de Toulouse, Pittsburg, Bruxelas, Poway e Jersey City — do Pacífico ao coração da Europa — como “apenas alguns dos lugares onde judeus foram assassinados nos últimos anos”.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que afirma e protege os direitos de todos, é um legado essencial das vítimas do Holocausto — incluindo os 6 milhões de judeus que, juntamente com outros grupos-alvo, foram assassinados sistemática e brutalmente.
O documento elaborado pelos relatores sobre liberdade de religião ou crença e pelo relator especial sobre formas contemporâneas de racismo, apresentado à Assembleia Geral da ONU no ano passado, descreve um aumento dramático no antissemitismo relatado em muitos países e no ambiente online.
“Instamos todas as pessoas envolvidas, todos os líderes, a lê-lo, estudá-lo e implementar suas recomendações com urgência”, aconselharam os especialistas independentes, referindo-se ao documento.
Eles também ficaram alarmados com as informações documentando a ampla negação do Holocausto, particularmente online, e as pesquisas que refletem que grandes populações ignoram a desumanização e a perseguição ocorrida no período.
Além disso, as mídias sociais estão sendo mal utilizadas para perpetuar estereótipos e preconceitos antissemitas.

Clima de medo

“Em todo o mundo, violência, discriminação e expressões de hostilidade motivadas pelo antissemitismo criaram um clima de medo entre um número substancial de judeus, prejudicando sua capacidade de usufruir de seus direitos fundamentais à liberdade e à segurança, à igualdade, à não discriminação e à liberdade da religião”, explicaram os especialistas.
Eles pediram a todos os Estados que respondam a essas tendências “tomando medidas urgentes” para cumprir suas obrigações de direitos humanos, inclusive monitorando e registrando de maneira mais eficaz os atos antissemitas; garantir a responsabilização dos autores de violência; e fornecer proteção eficaz ao povo judeu.
“Apelamos aos Estados para que respondam de maneira mais eficaz ao incentivo à discriminação, à hostilidade e à violência contra judeus e membros de outros grupos-alvo”, instaram.
Segundo os nove relatores especiais, para combater os estereótipos antissemitas em todos os níveis da sociedade, os Estados devem identificar todas as suas várias formas, aumentar a conscientização e priorizar a educação sobre o Holocausto.
“O antissemitismo, alimentado por líderes políticos e deixado sem controle, ameaça não apenas os judeus, mas também outras minorias e comunidades vulneráveis, e os próprios fundamentos das sociedades democráticas”, alertaram.
“Agora, 75 anos após a libertação de Auschwitz, lamentamos as vítimas do Holocausto e exortamos solenemente os Estados a redobrar seu compromisso de combater essa ameaça inaceitável, porém recorrente.”
Relatores especiais e especialistas independentes são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, para examinar e relatar um tema específico de direitos humanos ou uma situação de um país. Os cargos são honorários e os especialistas não são funcionários das Nações Unidas, nem são pagos pelo seu trabalho.
Os relatores que assinam o documento são Ahmed Shaheed, relator especial da ONU para a liberdade de religião ou crença; Fernand de Varennes, relator para questões de minorias; David Kaye, relator para a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão; E. Tendayi Achiume, relator especial para as formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias relacionadas; Clement Nyaletsossi Voule, especialista para o direito de associação e reunião pacíficas; Agnes Callamard, relatora sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias; Koumbou Boly-Barry, especialista para o direito à educação; e Karima Bennoune, especialista no campo de direitos culturais.
 
Posted: 23 Jan 2020 10:45 AM PST
A cantora síria Souzda ensaia no estúdio em Beirute, Líbano. Foto: Jake Green
A cantora síria Souzda ensaia no estúdio em Beirute, Líbano. Foto: Jake Green
Quando Souzda escapou da morte em Afrin, norte da Síria, pensou que estava deixando para trás mais do que sua casa. A jovem de 22 anos estudava música e tinha esperanças de um dia se tornar cantora, mas as bombas que a obrigaram a partir também ameaçaram destruir seus sonhos.
Chegando à capital do Líbano, Beirute, Souzda não apenas encontrou segurança, mas também a chance de reavivar suas ambições musicais. Desde o início deste ano, ela escreve, compõe e grava músicas com o produtor e cantor norte-americano Jay Denton, como parte de um álbum que ele está produzindo em colaboração com refugiados no Líbano.
“Jay me deu esperança”, diz Souzda, sorrindo enquanto ensaia uma música com ele em Beirute. “Sim, a guerra existe e eu estou fora do meu país, mas há esperança de eu continuar no caminho da música.”
Denton, músico de Dallas, Texas, que estudou relações internacionais e viajou pelo mundo, afirma acreditar que a música tem o poder de conectar pessoas de todas as tribos. Equipado com um estúdio de gravação móvel com o qual ele normalmente viaja, Denton foi ao Líbano para gravar um álbum com refugiados.
“Quando me sentei com eles pela primeira vez, disseram que uma das coisas mais difíceis da vida aqui é sentir que não têm voz”, diz Denton. “Venho para criar arte, com a esperança de que seja algo em que eles sintam ter uma voz que é ouvida pelo resto do mundo e uma plataforma para canalizar suas experiências.”
Denton está trabalhando com um grupo de mais de dez sírios e um refugiado iraquiano, compondo e gravando várias músicas.
Atualmente, o Líbano abriga cerca de 920 mil refugiados do conflito no país vizinho, a Síria, além de mais de 14 mil refugiados do Iraque.
“Algumas músicas são mais sobre o sentimento geral de como é estar longe de casa”, explica ele. “Algumas são sobre ter esperança em meio a tempos difíceis.”
Souzda escreveu e gravou uma música em curdo sobre sua cidade natal, Afrin, onde uma escalada nos combates – principalmente no início de 2018 – levou mais de 150 mil pessoas a abandonarem suas casas.
A música aborda temas de guerra e tristeza, mas também de esperança. “Eu queria que as pessoas, o meu povo, quando nos ouvissem sentissem que a vida não acabou, ainda há esperança e, desde que você tenha vontade, poderá produzir algo aonde quer que vá”, explica.
Assim que ele terminar de gravar música com os refugiados em Beirute, Denton voltará para Los Angeles, onde mora, para terminar o álbum em colaboração com vários artistas norte-americanos. Ele planeja lançar o disco no início do próximo ano. Diz esperar replicar a experiência em outras regiões do mundo que também testemunham grandes deslocamentos.
Souzda declara que a música foi o que a fez seguir em frente durante os conflitos e deslocamentos. “Música é a língua com a qual posso me expressar. Posso expressar minha dor, minha alegria, posso falar por meio da música. É o idioma mais próximo do coração das pessoas.”
A letra da música expressa o desejo e a esperança que Souzda sente por um futuro melhor para sua terra natal. “Amanhã não haverá tristeza. Amanhã haverá mais esperança. Não importa o quão longe possa parecer, definitivamente veremos a paz.”
 
Posted: 23 Jan 2020 10:18 AM PST
Refugiados rohingya em campo de Cox's Bazaar, Bangladesh, durante visita do secretário-geral da ONU em julho de 2018. Foto: ONU
Refugiados rohingya em campo de Cox’s Bazaar, Bangladesh, durante visita do secretário-geral da ONU em julho de 2018. Foto: ONU
Enquanto graves denúncias de crimes internacionais ainda precisam ser efetivamente abordadas pelas autoridades de Mianmar, uma especialista em direitos humanos da ONU disse nesta quinta-feira (23) que não perdeu a esperança de uma transição democrática no país, ao concluir sua última visita oficial à região.
“Perdi meu otimismo — como poderia ser otimista com as alegações de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e possivelmente genocídio cometidos em Mianmar, e com justiça e responsabilização ainda fora do nosso alcance?”, disse Yanghee Lee, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos em Mianmar, em declaração após visita a Tailândia e Bangladesh.
“Mas ainda tenho esperança de que a prometida transição democrática prossiga, pois ainda não é tarde para o governo mudar o rumo que está definido atualmente. O governo de Mianmar deve assumir suas responsabilidades, obrigações e deveres.”
O mandato de Lee termina este ano. Ele teve início em 2014, quando a florescente transição democrática de Mianmar, reformas promissoras e incentivo ao progresso foram uma fonte de “grande otimismo”, disse ela. A relatora está impedida de entrar no país desde dezembro de 2017.
Durante sua missão, a especialista da ONU se encontrou com refugiados no campo de Cox’s Bazar, em Bangladesh. “Me reuni com homens que sobreviveram à violência sexual. Eles me contaram sobre estupros e estupros coletivos que sofreram nas mãos das forças militares e de segurança de Mianmar em Rakhine”, disse ela. “Também conheci cristãos rohingya que me disseram ter sido perseguidos pelo governo de Mianmar devido à sua religião.”
“Os refugiados com quem conversei estavam firmes em seu profundo desejo de voltar para casa. No entanto, fui informada sobre a violência contínua, restrições contínuas ao movimento, imposição forçada de cartões de verificação nacionais e pessoas mortas e feridas por minas terrestres no norte de Rakhine. As condições permanecem inadequadas para seu retorno.”
“O intenso conflito entre o Exército Arakan e o Tatmadaw — as forças armadas de Mianmar — está causando um impacto devastador. As restrições impostas pelo governo, incluindo o desligamento da Internet em quatro municípios e o bloqueio da ajuda em oito, com a recente adição da cidade de Myebon (à lista), exacerbam gravemente esse impacto: agora há mais de 100 mil pessoas vivendo em campos e abrigados em aldeias em Rakhine, e 1,8 mil pessoas deslocadas em Chin, no sul do país.”
“Também estou muito preocupado com os dois lados adotando táticas perturbadoras, incluindo sequestros e prisões em massa, e como isso está instilando medo na população civil.”
Lee também manifestou preocupação com a situação no norte do estado de Shan, que permanece volátil, com conflitos armados em andamento, líderes das aldeias alvejados por militares e organizações armadas étnicas, e mortes de civis causadas por tiros e minas terrestres.
Com as eleições nacionais chegando este ano, cabe ao governo garantir que estas sejam pacíficas, confiáveis, livres e justas; que todas as pessoas do país possam participar igualmente; e que o debate político seja aberto e bem-vindo, disse.
“Algumas pessoas me disseram que estão preocupadas com o fato de as pesquisas eleitorais não serem permitidas em partes de Rakhine e Shan por razões de segurança. Se isso ocorrer, a desconfiança em relação ao próximo governo, as queixas e a marginalização já existentes em comunidades vão apenas aumentar, e isso dificultará ainda mais os esforços para avançar na transição democrática e no processo de paz.”
A especialista da ONU observou que medidas significativas foram tomadas em direção à justiça e à prestação de contas internacionais nos últimos três anos, mas é preciso fazer mais pelo povo de Mianmar.
Ela acolheu com satisfação a decisão desta quinta-feira da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que ordenou que o governo de Mianmar tome medidas para proteger o povo rohingya no país.  A decisão consiste de “medidas provisórias de emergência”, que devem ser implementadas.
Ela observou que, na segunda-feira (20), a Comissão Independente de Inquérito do Governo de Mianmar (ICOE) transmitiu seu relatório final ao presidente da comissão.
“Gostaria muito de ter a oportunidade de ler o relatório da ICOE na íntegra e exijo que seja divulgado ao público o mais breve possível.”
“Peço à comunidade internacional que mantenha as evidências credíveis de crimes em andamento contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio em suas relações com Mianmar. Diante disso, não se pode prosseguir com os negócios como de costume”.
 
Posted: 23 Jan 2020 08:59 AM PST
Indígenas da etnia warao que vieram da Venezuela estão em situação de vulnerabilidade social nas ruas e praças públicas de Belém. Foto: Flickr/Amazônia Real/Catarina Barbosa (CC)
Indígenas da etnia warao que vieram da Venezuela estão em situação de vulnerabilidade social nas ruas e praças públicas de Belém. Foto: Flickr/Amazônia Real/Catarina Barbosa (CC)
Santarém (PA) recebe nesta quinta-feira (23) a visita da consultora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para a resposta humanitária venezuelana Kassya Fernandes, que se reunirá com o prefeito da cidade, Nélio Aguiar, e as gestoras de assistência e saúde.
Fernandes também se reunirá com o Comitê de Saúde e Nutrição da Resposta Humanitária e, na sexta-feira (24), com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), parceira do UNICEF, para definir o plano de trabalho no município.
A visita ao município do oeste paraense é mais uma etapa de encontros que vêm sendo realizados entre UNICEF, governo do estado e prefeituras de Belém e Santarém para avançar na resposta humanitária a pessoas venezuelanas no Pará.
Na semana passada (14), Antônio Carlos Cabral, especialista em Saúde e HIV do UNICEF, e Kassya Fernandes apresentaram o projeto de saúde, nutrição, água, saneamento e higiene às organizações do estado e do município de Belém visando promover a construção coletiva do projeto.
Estavam presentes nesse encontro representantes da Fundação Papa João XXIII (FUNPAPA), das Secretarias de Estado de Assistência Social, Trabalho e Renda (SEASTER) e de Saúde (SESPA), da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (SESMA), do Conselho Municipal dos Direitos da Criança de Belém (COMDAC), da ADRA e da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Além do projeto com a ADRA, o UNICEF dará início em janeiro a mais uma iniciativa para contribuir com o município de Belém e o estado do Pará nessa resposta humanitária: o Súper Panas.
Desenvolvido em parceria com a organização Aldeias Infantis, o projeto realiza atividades na área da proteção e educação. Onze profissionais serão contratados para apoiar as iniciativas que vêm sendo desenvolvidas nos abrigos de Belém.
Também estão previstas adaptação de espaços e distribuição de materiais de apoio. A ação está sendo dialogada com a Secretaria Municipal de Educação, e será elaborado um plano de trabalho conjunto para garantia dos direitos de meninas e meninos venezuelanos em Belém.
Na cidade, o UNICEF convidará as organizações envolvidas e outros parceiros a serem indicados para a constituição de um Comitê de Saúde e Nutrição que acompanhe, monitore e avalie não somente as ações do projeto, mas também contribua com as ações de saúde, nutrição, água, higiene e saneamento.
Durante a última reunião, os participantes solicitaram que seja inserida a área de segurança alimentar da SEASTER e da FUNPAPA, o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e instituições de ensino superior. Para isso, será convocada uma reunião com as áreas de extensão das universidades para alinhamento da participação dessas instituições na resposta humanitária.
“Estamos totalmente comprometidos com o acolhimento das famílias de venezuelanos indígenas, e a parceria com o UNICEF e ACNUR tem nos ajudado a otimizar os esforços para a resposta adequada, especialmente para as crianças”, disse Adriana Azevedo, presidente da FUNPAPA.
Além disso, FUNPAPA e SEASTER estão contribuindo com a construção dos critérios de seleção dos monitores indígenas pela ADRA; o UNICEF convidará os parceiros para uma reunião de construção de monitoramento e avaliação, envolvendo as vigilâncias sociais e assistenciais do estado e do município; e UNICEF e ADRA apresentarão o projeto para as equipes do abrigo estadual e das casas de autogestão do município.
A preocupação do especialista em Saúde e HIV do UNICEF é não apenas apresentar o projeto, a ser desenvolvido com a ADRA, mas também definir uma agenda comum para que a resposta humanitária seja acelerada e produza os melhores resultados para as famílias venezuelanas no Pará, especialmente em Belém e Santarém.
Verena Fadul, da SEASTER, disse que solicitará aos municípios paraenses que estão acolhendo refugiados e migrantes que relatem suas experiências e compartilhem seus planos de trabalho com o estado.
O objetivo é consolidar as experiências e apresentá-las no Conselho Nacional de Assistência Social (CONSEAS) em que o governo do Pará fará uma proposta conjunta com outros estados para o Ministério da Cidadania e demais pastas envolvidas.
 
Posted: 23 Jan 2020 07:55 AM PST
Reduzir o número de casos de HIV, tuberculose, hepatites virais e malária é uma das 13 prioridades para os próximos 10 anos. Foto: UNAIDS
Com o início de uma nova década em 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou semana passada (13) uma lista dos principais desafios urgentes e globais à saúde.
Reduzir o número de casos de HIV, tuberculose, hepatites virais e malária é uma das 13 prioridades para os próximos dez anos, de acordo com o documento elaborado com a contribuição de especialistas de todo o mundo.
Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) apontam que, até o fim de 2018, 37,9 milhões de pessoas estavam vivendo com HIV, mas o número de mortes relacionadas à AIDS caiu à medida que o acesso ao tratamento foi expandido em diversos países e mais progressos feitos na melhoria da prestação de serviços de HIV e tuberculose.
Entretanto, apesar dos esforços globais, segundo a OMS, casos de HIV, tuberculose, hepatites, malária, entre outros, ainda serão responsáveis pela morte de 4 milhões de pessoas em 2020.
A OMS aponta que a lista reflete uma profunda preocupação com o fato de que os líderes não estejam investindo recursos suficientes nas prioridades e sistemas de saúde, e que isso coloca vidas, meios de subsistência e economias em risco.
“Precisamos perceber que a saúde é um investimento no futuro. Os países investem pesadamente na proteção de seus povos contra ataques terroristas, mas não contra o ataque de um vírus que poderia ser muito mais mortal e muito mais prejudicial econômica e socialmente”, destacou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.
“O custo de não fazer nada é aquele que não podemos pagar. Governos, comunidades e agências internacionais devem trabalhar juntos para alcançar esses objetivos críticos. Não há atalhos para um mundo mais saudável. O ano de 2030 está se aproximando rapidamente, e devemos responsabilizar nossos líderes por seus compromissos.”
Veja a seguir os principais desafios de saúde para a próxima década*:
Ampliar a discussão sobre saúde no debate de mudanças climáticas;
Oferecer cuidados de saúde em locais em conflito e em crise;
Tornar os cuidados de saúde mais justos;
Expandir o acesso a medicamentos;
Acabar com as doenças infecciosas;
Preparar-se para epidemias;
Proteger as pessoas de produtos perigosos;
Investir nas pessoas que defendem nossa saúde;
Manter os adolescentes seguros;
Ganhar a confiança das pessoas;
Aproveitar as novas tecnologias;
Proteger os medicamentos que nos protegem;
Manter os serviços de saúde limpos;
*Os desafios não estão listados em ordem de prioridade. Todos são urgentes e muitos estão interligados.
Leia mais sobre quais são os desafios específicos de cada um dos 13 pontos destacados pela OMS, e o que tem sido feito a respeito de cada um deles aqui.

O mandato da OMS no UNAIDS

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS/OPAS) conduz a resposta global à epidemia do HIV na área da saúde.
Como copatrocinadora do UNAIDS, assume a liderança no tratamento e cuidados relacionados ao HIV e a coinfecção do HIV/tuberculose, além de coordenar o trabalho em conjunto o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre a eliminação da transmissão de mãe para filho do HIV, conhecida também como transmissão vertical.
 
Posted: 23 Jan 2020 07:29 AM PST
O meio ambiente fundamenta cada um dos 17 objetivos, de eliminar a fome até reduzir as desigualdades e construir comunidades sustentáveis ​​em todo o mundo. Foto: PNUMA
O meio ambiente fundamenta cada um dos 17 objetivos, de eliminar a fome até reduzir as desigualdades e construir comunidades sustentáveis ​​em todo o mundo. Foto: PNUMA
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são conhecidos como um modelo mundial para conquistarmos um futuro melhor e mais sustentável para todos. Eles abordam os desafios globais que enfrentamos, incluindo aqueles relacionados a pobreza, desigualdade, mudança climática, degradação ambiental, paz e justiça. Os 17 objetivos são todos interconectados e, para não deixar ninguém de fora, é importante que todos sejam alcançados até 2030.
Cinco anos após a inauguração desse empreendimento ambicioso, a Década de Ação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável renova o compromisso da comunidade internacional de acelerar as ações para alcançar os objetivos globais.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) contribui para a década de várias maneiras. O meio ambiente fundamenta cada um dos 17 objetivos, de eliminar a fome até reduzir as desigualdades e construir comunidades sustentáveis ​​em todo o mundo. O PNUMA trabalha com colegas de todo o Sistema ONU para ajudar a desenvolver as capacidades dos países de monitorar seus progressos, para garantir que o meio ambiente seja integrado a todos os aspectos do desenvolvimento sustentável.
O PNUMA acompanha o progresso dos ODS por meio de recursos como a Sala de Situação Mundial do Meio Ambiente, uma plataforma de conhecimento dinâmica projetada para coletar, processar e compartilhar a melhor informação científica e estudos ambientais do mundo, bem como uma massa de novos dados fornecidos por satélites, drones e pela ciência cidadã. A plataforma inclui ferramentas cruciais para acompanhar os progressos em direção à consecução dos objetivos.
O Fórum de Ciência, Política e Comércio do PNUMA estabeleceu em março de 2018 um comitê para tratar de dados, análises e inteligência artificial. Por meio desse grupo, o PNUMA tem trabalhado com uma ampla gama de parceiros para avaliar como melhor usar os dados para monitorar o meio ambiente e os objetivos. O PNUMA também está trabalhando com a comunidade de ciência cidadã mundial para construir um ecossistema digital para o meio ambiente.
Por meio de dossiês prospectivos regulares e o relatório anual “Fronteiras”, o PNUMA identifica as questões emergentes mais importantes para o meio ambiente global, incluindo aquelas relacionadas à implementação das metas.
Os dossiês de políticas dos ODS destacam pontos críticos da mudança ambiental. As evidências fornecidas são baseadas nos dados e informações científicas da Sala de Situação Mundial do Meio Ambiente e são complementadas por relatos regionais.
O PNUMA fornece orientação técnica e apoio às governanças ambientais, orientando países para o desenvolvimento de leis e políticas coerentes e sua implementação efetiva. Um exemplo é o trabalho realizado de planos de ação nacionais estratégicos pela biodiversidade.
Com 70% das florestas do mundo sob ameaça de degradação, o PNUMA está tomando a frente, juntamente com as agências e programas das Nações Unidas, para que todos nos atentemos à agricultura sustentável, limpemos as nossas cadeias de suprimentos, consumamos de forma sustentável, formemos parcerias com o setor privado e coloquemos um preço no carbono.
As soluções baseadas na natureza oferecem algumas das melhores maneiras de alcançar o bem-estar humano, enfrentar as mudanças climáticas e proteger o planeta. O PNUMA e os parceiros também estão liderando a Década da Restauração de Ecossistemas de 2021 a 2030. A Década visa reunir informação científica e as melhores práticas de restauração de ecossistemas para apoiar ações.
O PNUMA reúne cientistas e políticos a cada dois anos na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O tema da próxima Assembleia, prevista para fevereiro de 2021, é: Fortalecer as ações da natureza para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
A agência das Nações Unidas lembra que temos dez anos para transformar nosso mundo e que a forma como fazemos negócios atualmente terá que mudar se quisermos alcançar os ODSs.
Liderança em defesa ambiental
O PNUMA e seus parceiros realizam campanhas internacionais de comunicação para apoiar os ODS. Também trabalha com uma equipe dedicada de Embaixadores da Boa Vontade, Ídolos e Patronos para divulgar a importância de conservar e cuidar do meio ambiente.
A agência organiza o Campeões da Terra, um programa de prêmios ambientais que reconhece iniciativas e conquistas ambientais inovadoras, e as pessoas por trás delas.
O que o PNUMA está fazendo para acelerar soluções?
Um exemplo recente foi o lançamento realizado pelo PNUMA e pela Missão Permanente da Alemanha das Oportunidades Globais para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (GO4SDGs, em inglês) na Cúpula de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Nova Iorque, em setembro de 2019, para impulsionar esforços e soluções para os ODSs.
Esta iniciativa alcançará tomadores de decisão, pequenas e médias empresas e jovens. A ampla faixa demográfica visa expandir as ambições de construirmos economias inclusivas e sustentáveis ​​em todos os níveis.
Os GO4SDGs irão trabalhar com o vasto conhecimento científico do PNUMA, disseminando-o por meio de parcerias e programas existentes, garantindo uma abordagem regional e personalizada para atender às diferentes necessidades de cada região.
A iniciativa também desenvolverá parcerias com organizações que trabalham diretamente com o setor privado para acelerar ações, incluindo o Fórum Econômico Mundial.
Economia
O Banco de Dados de Medidas divulgado pelo PNUMA e pela Green Growth Knowledge Partnership mostra um aumento de 106% nas medidas globais de financiamento verde desde 2015.
Demonstrou-se um progresso impressionante na Aliança para Proprietários de Ativos Net-Zero, convocada pelas Nações Unidas, quando dois meses após 12 dos maiores fundos de pensão e seguradoras do mundo se comprometeram a descarbonizar seus investimentos até 2050, o total de ativos sob gestão dobrou para quase 3,9 trilhões de dólares.
 
Posted: 22 Jan 2020 12:56 PM PST
O secretário-geral da ONU, António Guterres (à esquerda), informa a reunião da Assembleia Geral sobre suas prioridades para 2020 e para o trabalho da Organização. Foto: ONU/Mark Garten
O secretário-geral da ONU, António Guterres (à esquerda), informa a reunião da Assembleia Geral sobre suas prioridades para 2020 e para o trabalho da Organização. Foto: ONU/Mark Garten
O novo ano começa com quatro ameaças iminentes ao progresso humano no mundo: tensões geopolíticas crescentes, crise climática, desconfiança global e impactos negativos da tecnologia, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quarta-feira (22).
Em um amplo discurso na Assembleia Geral, o chefe da ONU delineou estratégias para abordar tais ameaças e instou os países a aproveitar o 75º aniversário da ONU para garantir um futuro pacífico para todas as pessoas.
“É por isso que comemorar o 75º aniversário com bons discursos não serve. Precisamos enfrentar esses quatro desafios do século 21 com quatro soluções do século 21”, declarou Guterres.

Tensões globais crescentes

Para o secretário-geral da ONU, as tensões globais estão em seu nível mais alto em anos, criando riscos reais.
Embora desenvolvimentos como a formação do Comitê Constitucional na Síria e a recente conferência de Berlim sobre a Líbia deem esperança, ele enfatizou que há muito trabalho a ser feito.
Guterres destacou o papel central da prevenção na atuação da ONU em paz e segurança, e enfatizou a necessidade de a Organização se concentrar nas causas profundas das crises.
“Precisamos fortalecer nossa capacidade de mediação e nossas ferramentas para sustentar a paz, levando ao desenvolvimento a longo prazo”, acrescentou.
“Precisamos criar condições para operações eficazes de imposição da paz e antiterrorismo por nossos parceiros regionais, no capítulo VII da Carta (da ONU) e com financiamento previsível. Isto é especialmente verdade na África, do Sahel ao Lago Chade.”

Nosso planeta está em chamas

Sobre a mudança climática, a ciência é clara, afirmou Guterres. “O aumento da temperatura continua a provocar derretimento recorde (das calotas polares). A década passada foi a mais quente já registrada.”
“Os cientistas nos dizem que a temperatura do oceano está subindo o equivalente a cinco bombas de Hiroshima por segundo. Um milhão de espécies estão em risco de extinção a curto prazo. Nosso planeta está queimando”, disse ele aos embaixadores.
No entanto, em meio à crise, alguns líderes globais continuam hesitando, disse ele, como evidenciado pelo resultado da última conferência climática da ONU, conhecida como COP25, realizada em Madri em dezembro.
Mas o secretário-geral da ONU disse estar convencido de que a batalha climática pode ser vencida à medida que as pessoas em todos os lugares entendam o que está acontecendo, enquanto a esmagadora maioria dos cientistas afirma que ainda há tempo para agir.
“Na próxima conferência climática — COP26, em Glasgow — os governos devem promover a mudança transformacional de que nosso mundo precisa e que as pessoas exigem, com ambição muito mais forte — ambição de mitigação, adaptação e de finanças”, afirmou.

Uma globalização justa

A terceira ameaça — desconfiança global profunda e crescente — pode ser enfrentada por meio de uma globalização justa, impulsionando o crescimento econômico e prevenindo conflitos.
Em 2015, os líderes mundiais adotaram uma agenda para criar um planeta mais justo para todos. Este ano, a ONU lançou a Década de Ação para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até o prazo de 2030.
“Durante a Década de Ação, devemos investir na erradicação da pobreza, na proteção social, na saúde e no combate às pandemias, em educação, energia, água e saneamento, nos transportes e infraestrutura sustentáveis ​​e no acesso à Internet”, afirmou Guterres.
“Precisamos melhorar a governança, combater os fluxos financeiros ilícitos, acabar com a corrupção e desenvolver sistemas eficazes, de bom senso e tributação justa. Temos de construir economias para o futuro e garantir um trabalho decente para todos, especialmente os jovens. E devemos colocar um foco especial em mulheres e meninas, porque isso beneficia a todos nós.”
O secretário-geral da ONU também incentivou os líderes a trabalhar para restabelecer a confiança, inclusive ouvindo seus cidadãos e aproveitando as ideias de mudança e outras soluções construtivas apresentadas pelos jovens.

Domesticar o ‘Velho Oeste’ do ciberespaço

Levar luz ao lado sombrio do mundo digital exigirá ação em várias frentes, inclusive no mercado de trabalho, pois a automação deslocará dezenas de milhões de empregos na próxima década.
O chefe da ONU recomendou que os sistemas educacionais sejam redesenhados para lidar com essa realidade, ensinando às pessoas como aprender durante toda a vida.
“Também precisamos colocar em ordem o ‘Velho Oeste’ do ciberespaço”, disse.
“Terroristas, supremacistas brancos e outros que semeiam ódio estão explorando a Internet e as mídias sociais. Os robôs estão espalhando desinformação, alimentando a polarização e minando as democracias. No próximo ano, o cibercrime custará 6 trilhões de dólares.”
Guterres destacou a ONU como a plataforma para reunir governos, setor privado, sociedade civil e outros para combater o que ele chamou de “fragmentação digital” por meio da cooperação global.
As “possibilidades alarmantes” da inteligência artificial também devem ser abordadas, e ele apelou aos países para banirem imediatamente as armas autônomas letais, também conhecidas como robôs assassinos.
“Armas autônomas letais – máquinas com o poder de matar por conta própria, sem julgamento e responsabilidade humana – estão nos levando a um território moral e político inaceitável”, alertou.
 

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