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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Posted: 30 Jan 2020 12:12 PM PST
Na Bahia, cerca de 60 mil famílias do Semiárido estão sendo assistidas pelo projeto. Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
Na Bahia, cerca de 60 mil famílias do Semiárido estão sendo assistidas pelo projeto. Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
O Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Região Semiárida da Bahia, o Pró-Semiárido, foi considerado o melhor do mundo pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
O fundo das Nações Unidas financia ações de apoio a populações rurais globalmente, entre elas, a iniciativa baiana. O projeto ocupa a primeira posição no ranking de 231 ações financiadas pelo FIDA em 98 países.
O Pró-Semiárido integra um conjunto de ações do governo da Bahia para erradicar a pobreza na região semiárida.
Executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), tem como objetivo reduzir a pobreza rural de forma duradoura, por meio da produção sustentável, da geração de emprego e renda em atividades agropecuárias e não agropecuárias e do desenvolvimento do capital humano e social.
Na Bahia, cerca de 60 mil famílias do Semiárido, de 782 comunidades, localizadas em 32 municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), estão sendo assistidas pelo projeto.
Até o início de 2020, já foram investidos 204,2 milhões de reais em ações de apoio aos principais sistemas produtivos, como a fruticultura de espécies nativas, a apicultura, a caprino-ovinocultura e a bovinocultura de leite.
O diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, explica que o projeto utiliza uma metodologia que começa no processo seletivo dos beneficiários, quando é identificada a raiz da pobreza das famílias com maiores dificuldades de acesso a serviços e oportunidades.
A partir dessa etapa, os investimentos são aplicados de acordo com cada realidade. Outro diferencial é a oferta de assistência técnica qualificada e embasada na convivência com o Semiárido.
“Os investimentos são baseados nessa vocação produtiva local. A interação permanente dos jovens, mulheres e famílias que vivem no campo foi o que resultou nessa ação diferenciada, fazendo com que esse organismo internacional, que nos financia, reconhecesse esse projeto como de maior importância dentre todos os outros”, afirmou Dias.

Critérios

Segundo o oficial de projetos do FIDA no Brasil, Hardi Vieira, para o Pró-Semiárido ter conseguido o primeiro lugar no ranking, foram analisados vários aspectos, entre eles, a focalização.
“O projeto tem realizado um trabalho com critérios muito bem estabelecidos nas comunidades. Além disso, também se destacam os mecanismos de focalização de gênero, de participação da juventude, de comunidades tradicionais como quilombolas e fundos e fechos de pasto.”
Outros fatores positivos avaliados foram o mecanismo inovador de monitoramento e avaliação, as parcerias no tema de recatingamento com o Instituto Regional da Pequena Agropecuária (IRPAA), com o Slow Food, tanto na preparação do Terra Madre Brasil Junho 2020, quanto iniciativas de valorização de produtos locais e a reorganização fundiária de comunidades de fundos e fechos de pasto.
Além disso, o projeto tem trabalhado na questão do acesso a água, como, por exemplo, no município de Ponto Novo, onde foi implantado o sistema fusegate, que garantiu a ampliação da capacidade do reservatório de água da barragem em cerca de 24%.

Investimentos que transformam

O FIDA é o fundo da ONU especializado no tema da agricultura familiar e desenvolvimento rural, com operações em África, Ásia, Oriente Médio e América Latina. No total, financia 231 projetos, o que representa aproximadamente 13 bilhões de dólares em iniciativas em andamento.
“Hoje em dia, o Pró-Semiárido tem conseguido praticamente 90% de desembolso e tem mostrado um desempenho muito forte na parte financeira, de aquisições em contratos, no trabalho de comercialização e de acesso ao mercado”, destaca Hardi Vieira.
 
Posted: 30 Jan 2020 11:24 AM PST
Menina no centro de recepção de registro de venezuelanos, em Boa Vista, Roraima. Foto: ACNUR/Victor Moriyama
Menina no centro de recepção de registro de venezuelanos, em Boa Vista, Roraima. Foto: ACNUR/Victor Moriyama
Pesquisa sobre a atual situação socioeconômica de Roraima revela que o estado registrou indicadores positivos de atividade econômica e diversificação no período de intensificação dos fluxos de pessoas venezuelanas. Os números estão reunidos no estudo “A economia de Roraima e o fluxo venezuelano: evidências e subsídios para políticas públicas”.
Elaborado por pesquisadores da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV DAPP), do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) e da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o trabalho foi desenvolvido com financiamento da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU).
A partir da análise de dados oficiais, verificou-se o crescimento do comércio varejista e das exportações, com um aumento de 25% da arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre o fim de 2018 e primeiro semestre de 2019. O trabalho dos pesquisadores observou que, entre 2016 e 2017, o PIB da região cresceu 2,3%, acima da média dos demais estados (1,4%).
De acordo com a pesquisa, entre 2017 e 2018, o estado registrou o maior aumento de área plantada do Brasil (28,9%). Além disso, outros setores tiveram aumento da atividade econômica no mesmo período, o que se refletiu em um crescimento do grau de diversificação produtiva em Roraima de 8%, movimento não notado para a média dos estados brasileiros.
“Essa parceria é um marco na história da ESMPU. É papel do Ministério Público articular com instituições dos mais variados setores para produzir conhecimento que de fato cause impacto na sociedade e sobre a atuação das instituições que defendem os direitos humanos”, disse o procurador da República e diretor-geral da ESMPU, João Akira.
Nos últimos sete anos, mais de 250 mil venezuelanos solicitaram refúgio ou residência no Brasil — a maioria entrando por Roraima. Desde abril de 2018, com a intensificação do fluxo, o país liberou mais de 500 milhões de reais para a Operação Acolhida, a resposta humanitária do governo federal em conjunto com agências da ONU e organizações da sociedade civil.
“O estudo mostra o impacto que um refugiado tem na economia local. Essa pessoa tem a capacidade de ser um ator ativo no país. Esse ator vai contribuir como qualquer outra pessoa, procurando trabalho, consumindo, buscando serviços e pagando por eles”, declarou o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas.
A publicação ressaltou que o salário médio da população roraimense não sofreu redução, apresentando, pelo contrário, tendência de crescimento desde 2016. Entre os trabalhadores com carteira assinada, não se observou mudança nos salários de brasileiros em Roraima no período em que se intensificam os fluxos venezuelanos.
Embora a taxa de desemprego tenha aumentado em Roraima em 2018 e 2019, considerando a análise da atividade econômica, não é possível descartar a hipótese de que esse efeito é meramente mecânico, devido à contagem dos venezuelanos que chegam, em grande parte, desempregados e vulneráveis.
Considerando o cenário nacional, o relatório sugeriu que, em 2018, a contribuição fiscal dos venezuelanos é da mesma ordem dos gastos correntes adicionais do Estado brasileiro, ambos na casa de 100 milhões de reais. Sendo assim, o setor público brasileiro não gastou mais dinheiro do que arrecadou com o acolhimento de refugiados e migrantes da Venezuela entre 2017 e 2018.

Recomendações

Por fim, o estudo aponta alguns direcionamentos para políticas públicas, como a urgente necessidade de reforço à interiorização e de programas de qualificação profissional voltados tanto para a população refugiada e migrante como para o poder público nos municípios de acolhida.
Destaca-se também a necessidade do aumento da ação da rede de proteção social, em especial a partir da promoção de ações de integração social nos locais de destino, além de ferramentas de monitoramento, avaliação e levantamento de informações sobre os venezuelanos antes e após a interiorização, de modo a dar melhor capacidade de resposta à emergência dos fluxos de refugiados e imigrantes e aproveitar as potencialidades econômicas da integração plena de venezuelanos ao mercado de trabalho.
Acesse o relatório completo aqui.
 
Posted: 30 Jan 2020 10:44 AM PST
Clique para exibir o slide.O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e a Comissão de Planejamento Estratégico do Conselho Nacional do Ministério Público (CPE-CNMP) assinaram acordo para colaborar na área de gestão de projetos. O documento foi firmado na terça-feira (28) na sede do CNMP, em Brasília (DF).
O acordo prevê a realização de cursos de Gestão de Projetos, uma vez que o CNMP busca disseminar práticas de governança e gestão em todos os níveis, orientadas para resultados. Assim, as organizações pretendem ampliar a capacidade dos Ministérios Públicos na área de gestão de projetos, contribuindo para uma atuação mais eficiente e com melhores resultados, causando impacto social que melhora a vida das pessoas.
No reunião que antecedeu a assinatura, a representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, explicou que o UNOPS é um organismo do Sistema ONU que enfoca seu trabalho na gestão de projetos eficiente e de qualidade, tendo experiência na execução de centenas de iniciativas pelo mundo.
“Assim, oferecemos o conhecimento técnico necessário para a implementação de projetos em diversas áreas sempre com o objetivo de melhorar a vida das pessoas e construir um futuro melhor”, disse a representante do UNOPS.
“A assinatura do Memorando de Entendimento entre a CPE/CNMP e o UNOPS inaugura colaboração fundamental para o desdobramento do Planejamento Estratégico Nacional, pois propiciará cooperação em atividades diversas e intercâmbio de experiências”, disse o Presidente da CPE, Conselheiro Sebastião Vieira Caixeta.
Ele explicou ainda que a parceria permitirá levar aos membros do Ministério Público brasileiro, já no primeiro semestre de 2020, formação específica na área de projetos, o que corresponde ao anseio da CPE de incentivar o alinhamento da atuação ministerial ao PEN-MP 2020-2029.
 
Posted: 30 Jan 2020 07:47 AM PST
Até o momento, cerca de 50 prefeitos e governadores confirmaram sua participação no Fórum Urbano Mundial, provenientes de cidades, estados e províncias de países de África, Europa, Ásia e América do Norte e do Sul. Foto: Fórum Urbano Mundial
Até o momento, cerca de 50 prefeitos e governadores confirmaram sua participação no Fórum Urbano Mundial, provenientes de cidades, estados e províncias de países de África, Europa, Ásia e América do Norte e do Sul. Foto: Fórum Urbano Mundial
O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) promove de 8 a 13 de fevereiro em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, o festival de cinema “Better Cities”, que visa apresentar documentários e filmes ficcionais sobre questões urbanas.
O festival, organizado em parceria com a produtora First+Main Films, ocorre durante a Décima Sessão do Fórum Urbano Mundial (WUF10), cujo tema deste ano é “Cidades de oportunidades: conectando cultura e inovação”.
As inscrições estão abertas até dia 31 de janeiro de 2020. Os cineastas podem enviar seus trabalhos no site oficial: www.bettercitiesfilmfestival.com. Após o WUF10, o vencedor do prêmio de “melhor filme” estará disponível para exibição em outros eventos e cidades do mundo.
Sobre o festival, a diretora-executiva do ONU-HABITAT, Maimunah Mohd Sharif, afirmou que “esta nova parceria trará uma dimensão empolgante ao Fórum Urbano Mundial”. “É particularmente oportuno lançar este festival, pois o tema e o principais focos deste ano são cultura e inovação.”

Sobre o Fórum Urbano Mundial

O Fórum é a maior e mais importante conferência do mundo sobre questões urbanas. É realizado a cada dois anos e atrai milhares de participantes, incluindo ministros, prefeitos, formuladores de políticas, acadêmicos, ativistas comunitários, artistas e jornalistas.
“O mundo realmente mudou desde o primeiro Fórum Urbano Mundial, em 2002. A urbanização é agora reconhecida como uma das tendências definidoras da época. Mas, em última análise, o objetivo permaneceu constante: promover mudanças transformadoras para melhorar as condições de vida de todos e todas.”
Com o tema ‘Cidades de Oportunidades: Conectando Cultura e Inovação’ o evento busca dar ênfase na cultura como um instrumento fundamental para o crescimento e desenvolvimento das cidades. Juntamente com de diálogos de alto nível e mesas-redondas, assembleias para jovens, mulheres, governos locais e regionais, acontecerão também cerca de 400 eventos organizados por parceiros.
O WUF 10 apresenta uma Expo Urbana com mais de 170 expositores de cerca de 66 países, uma área abordando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e uma Biblioteca Urbana.
Até o momento, cerca de 50 prefeitos e governadores confirmaram sua participação no Fórum, vindos de cidades, estados e províncias de países de África, Europa, Ásia e América do Norte e do Sul. Representantes de alto nível de 15 agências da ONU, vários arquitetos premiados, bem como ministros de Estado também confirmaram presença.
Faltam apenas dez anos para atingir os ODS até a data prevista, que é 2030. O WUF10 será o primeiro grande evento da ONU a ser realizado na “Década de Ação”, que começa este mês. A ação conjunta das agências da Organização visa a aceleração de soluções sustentáveis para os maiores desafios do mundo.
As inscrições para o WUF10 são online, gratuitas e ficam abertas até 4 de fevereiro de 2020. Para mais informações, acesse wuf.unhabitat.org. No Twitter os usuários podem participar da conversa on-line usando a hashtag #WUF10. O evento pode ser seguido ao através do link em http://webtv.un.org/live/.

Sobre o ONU-HABITAT

O ONU-HABITAT trabalha em mais de 90 países apoiando pessoas nas cidades e assentamentos humanos para um futuro urbano melhor. Trabalhando com governos e parceiros locais, seus projetos combinam experiência global e conhecimento local para fornecer soluções oportunas e direcionadas.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável inclui um objetivo dedicado às cidades: o ODS 11 – “Tornar as cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis”. Há ainda a Nova Agenda Urbana, adotada em outubro de 2016 na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, conhecida como Habitat III.
 
Posted: 30 Jan 2020 07:26 AM PST
Vista aérea de Teresina (PI). Foto: cidadeverde
Vista aérea de Teresina (PI). Foto: cidadeverde
Após dois anos de intenso trabalho, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) entregou formalmente ao estado do Piauí o relatório do projeto “Mulheres resilientes = Cidades resilientes”, implementado na Região Metropolitana de Teresina (PI) mediante parceria com o governo estadual e prefeituras.
O documento apresenta um conjunto de propostas voltadas à promoção da igualdade de gênero e do empoderamento econômico das mulheres no estado. A entrega foi feita durante o lançamento do Comitê de Articulação e Monitoramento de Políticas Públicas para as Mulheres (CAMPPM) na quarta-feira (29) em Teresina.
Em 2018, a Secretaria de Planejamento do Estado do Piauí e o PNUD e iniciaram uma parceria para a implementação do projeto. Desde então, começaram a atuar conjuntamente para identificar os principais desafios do desenvolvimento para as mulheres.
Foi definido o território da Região Metropolitana de Teresina para a implementação. Dos 15 municípios da área, cinco participaram da experiência: Teresina, José de Freitas, Demerval Lobão e Nazária, no Piauí, e Timon, no Maranhão. Juntas, essas cidades concentram 1,05 milhão do total de 1,25 milhão de habitantes da Região Metropolitana.
A metodologia que o PNUD trouxe para o Brasil de forma inédita para aplicar no projeto permitiu estabelecer as conexões entre diferentes áreas programáticas que se mostraram fundamentais para a efetivação do empoderamento econômico das mulheres.
Os resultados indicaram que, para as mulheres participarem ativamente da vida econômica no Piauí, é necessário garantir a elas direito à saúde integral e a uma vida livre de violência. É preciso ainda que o trabalho de cuidado realizado hoje principalmente por elas de forma não remunerada seja compartilhado com o Estado e outros integrantes das famílias. Além disso, convém que as ações de formação profissional e inclusão produtiva sejam desenhadas conforme suas necessidades.
“É necessário ainda que o poder público compreenda a vida desse importante grupo social a partir das condições que vivenciam pelo fato de serem mulheres”, afirmou a analista de programa de Gênero e Raça do PNUD no Brasil, Ismália Afonso.

Propostas

Com base no aprofundamento do diagnóstico nas áreas de saúde, violência, assistência social, educação, trabalho e renda, foi elaborado um conjunto de 20 ações de políticas públicas. Elas são chamadas de aceleradoras porque provocam efeito positivo em diferentes setores.
No relatório, as propostas estão organizadas por tema. Cada capítulo se apresenta como uma espécie de manual de implementação de políticas públicas. Identifica ações no nível macro, como decisões estratégicas do plano político, para depois destrinchá-las nos níveis que chegam até a implementação nos equipamentos públicos. Depois disso, reconhece os principais gargalos para a implementação e sugere alternativas para superar os obstáculos.

Comitê

Com o documento, o comitê lançado hoje pelo governo estadual poderá ter mais um instrumento em torno do qual articular seu trabalho. O próprio grupo foi uma das propostas sugeridas pelo projeto. Ao lado de outras quatro ações, voltadas ao aprofundamento da perspectiva de gênero no estado, foram nomeadas pela iniciativa como estruturantes.
O trabalho da equipe técnica do projeto identificou que há espaço para a articulação entre diferentes áreas e níveis de governo, assim como para a qualificação técnica de gestores e servidores públicos para incluírem perspectiva de gênero nas políticas, o fortalecimento dos mecanismos de participação social e a criação de um painel de indicadores e dados para o acompanhamento das demandas e políticas para mulheres.
Além do conjunto de sugestões de políticas — elaborado a partir das consultas locais — dois esforços realizados ao longo do ano passado encerram a implementação do projeto. Foram capacitadas lideranças locais para incidência na elaboração dos orçamentos e na busca de outras fontes de recursos para o financiamento de ações que viabilizem o empoderamento econômico das mulheres.
Por fim, o projeto também integrou o esforço de criação da Plataforma ODS, um portal virtual, ao mesmo tempo espaço informativo e ferramenta de articulação entre atores do estado. Seu objetivo é facilitar o debate e o monitoramento de ações e projetos por meio dos indicadores de desenvolvimento do Piauí. O endereço de acesso é www.agenda2030.pi.gov.br.
 
Posted: 30 Jan 2020 07:13 AM PST
Pessoas usam máscaras na área de espera do Aeroporto Internacional Bao'an de Shenzhen, na China. Foto: ONU/Jing Zhang
Pessoas usam máscaras na área de espera do Aeroporto Internacional Bao’an de Shenzhen, na China. Foto: ONU/Jing Zhang
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou na quarta-feira (29) que o surto de coronavírus já se espalhou para os Emirados Árabes Unidos. A maioria dos casos continua na China, com mais de 6 mil confirmados, 68 deles fora do país.
A OMS anunciou que quatro membros de uma família de Wuhan, que viajaram para os Emirados Árabes Unidos no início de janeiro, foram hospitalizados nos dias 25 e 27 de janeiro, após testes positivos para o coronavírus. O vírus já se espalhou para 15 países: os casos nos Emirados Árabes Unidos marcam o primeiro da região do Mediterrâneo Oriental.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, confirmou na quarta-feira que 68 casos de coronavírus foram confirmados fora da China. Embora isso represente apenas 1% do total, a distribuição geográfica é ampla, com pacientes diagnosticados em América do Norte, Europa e Austrália, além de vários países do Sudeste Asiático.
Em coletiva de imprensa realizada em Genebra na quarta-feira, Michael Ryan, chefe do programa de emergências em saúde da OMS, disse que “o mundo inteiro precisa estar alerta agora. O mundo inteiro precisa agir e estar pronto para qualquer caso que venha do epicentro ou outro epicentro que se estabelecer”.
Ele disse que as ações das autoridades chinesas ajudaram a retardar a disseminação internacional do vírus, mas que esta não foi interrompida. “O aumento contínuo de casos e as evidências de transmissão de humano para humano fora da China são obviamente mais profundamente preocupantes. Embora os números fora da China ainda sejam relativamente pequenos, eles têm o potencial de um surto muito maior.”

Mais de 9 mil casos suspeitos na China

Na quarta-feira, a OMS anunciou que 1.239 dos casos confirmados na China são graves e houve 132 mortes atribuídas ao vírus até agora. Atualmente, existem 9.239 casos suspeitos no país. A avaliação de risco da OMS para a China é “muito alta”, enquanto a avaliação regional e global permanece “alta”.
A liderança sênior da OMS, incluindo Ghebreyesus, se reuniu com o presidente chinês Xi Jinping na terça-feira para compartilhar informações sobre o surto e reiterou seu compromisso de controlá-lo.
As medidas de contenção em Wuhan serão aprimoradas, disse a OMS, e as medidas de saúde pública em outras cidades e regiões chinesas estão sendo fortalecidas. A OMS e as autoridades chinesas se comprometeram a continuar compartilhando dados, e a China compartilhará material biológico com a OMS, com o objetivo de desenvolver vacinas e tratamentos eficazes contra a nova cepa do vírus.

OMS avaliará risco global de emergência nesta quinta-feira (30)

Em seu retorno da China, Ghebreyesus recebeu com agrado o convite do país para a OMS reunir e liderar uma equipe internacional de especialistas para avaliar o surto de coronavírus e apoiar seus colegas chineses.
O chefe da OMS anunciou que o Comitê de Emergência da agência se reunirá, pela segunda vez, nesta quinta-feira (30), para decidir se o surto constitui ou não uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC).
A reunião anterior do Comitê terminou em 23 de janeiro com a decisão de não declarar uma PHEIC, embora os membros tenham se dividido sobre o assunto.

UNICEF envia roupas de proteção à China

Enquanto isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) anunciou na quarta-feira que enviou 6 toneladas de roupas de proteção para os profissionais de saúde que lutam contra o novo coronavírus na China.
Os suprimentos de máscaras respiratórias e roupas de proteção chegaram a Xangai e serão enviados para a cidade de Wuhan, onde a maioria dos casos foi registrada. O UNICEF planeja enviar mais itens nos próximos dias e semanas.
“Este coronavírus está se espalhando a uma velocidade vertiginosa e é importante mobilizar todos os recursos necessários para detê-lo”, disse Henrietta Fore, diretora-executiva do UNICEF. “Podemos não saber o suficiente sobre o impacto do vírus nas crianças ou quantas podem ser afetadas – mas sabemos que monitoramento e prevenção rigorosos são fundamentais. O tempo não está do nosso lado.”

Reunião em Pequim

O diretor-geral da OMS encontrou-se na terça-feira (28) em Pequim com o presidente da China, Xi Jinping. Ambas as autoridades compartilharam as informações mais recentes sobre o surto do novo coronavírus (2019-nCoV) e reiteraram seu compromisso de colocá-lo sob controle.
Tedros juntou-se ao diretor regional da OMS, Takeshi Kasai, e ao diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, tendo também se reunido com o conselheiro de Estado e ministro de Relações Exteriores, Wang Yi, e o ministro da Saúde, Ma Xiaowei.
A Comissão Nacional de Saúde apresentou fortes capacidades e recursos de saúde pública da China para responder e manejar surtos de doenças respiratórias. As discussões se concentraram na colaboração contínua sobre medidas de contenção em Wuhan, medidas de saúde pública em outras cidades e províncias, estudos adicionais sobre a gravidade e transmissibilidade do vírus e compartilhamento de dados e material biológico com a OMS.
Essas medidas promoverão a compreensão científica do vírus e contribuirão para o desenvolvimento de contramedidas médicas, como vacinas e tratamentos.
Ambos os lados concordaram com o envio de especialistas internacionais à China, pela OMS, para visitar o país o mais rápido possível para trabalhar com colegas chineses na crescente compreensão do surto para orientar os esforços de resposta global.
“Interromper a propagação deste vírus na China e no mundo é a maior prioridade da OMS”, afirmou Tedros. “Agradecemos a seriedade com a qual a China está enfrentando esse surto, especialmente o compromisso da alta liderança e a transparência que demonstraram, incluindo o compartilhamento de dados e a sequência genética do vírus.”
A delegação apreciou as ações implementadas pela China em resposta ao surto, sua velocidade na identificação do vírus e abertura ao compartilhamento de informações com a OMS e outros países.
Ainda há muito a ser entendido sobre o 2019-nCoV. A fonte do surto e a extensão em que ele se espalhou na China ainda não são conhecidas.
Embora o entendimento atual da doença permaneça limitado, a maioria dos casos relatados até o momento foi mais branda, com cerca de 20% dos infectados apresentando doenças graves.
Tanto a OMS quanto a China observaram que o número de casos relatados, incluindo aqueles fora do país, é profundamente preocupante. É urgentemente necessário um melhor entendimento da transmissibilidade e gravidade do vírus para orientar outros países em medidas de resposta apropriadas.
A OMS está monitorando continuamente os desenvolvimentos e o diretor-geral pode reconvocar o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (2005) em pouco tempo, conforme necessário. Os membros do comitê estão em espera e são informados regularmente sobre a situação.
Acompanhe as informações oficiais sobre o novo coronavírus no site da OMS: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019.
 
Posted: 30 Jan 2020 06:41 AM PST
Ato realizado diante do Congresso Nacional, em Brasília, para lembrar a memória de vítimas da transfobia no Brasil. Foto: Flickr (CC)/Mídia Ninja
Ato realizado diante do Congresso Nacional, em Brasília, para lembrar a memória de vítimas da transfobia no Brasil. Foto: Flickr (CC)/Mídia Ninja
A população de transexuais e travestis é a que mais sofre os impactos do estigma e da discriminação no Brasil. Segundo o Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS no país, realizado em sete capitais brasileiras, 90,3% da população de transexuais e travestis entrevistada já passou por pelo menos uma situação de estigma ou discriminação por conta da sua identidade de gênero.
Entre as situações de estigma e discriminação mais comuns, comentários discriminatórios, principalmente por membros da família, é o que mais afeta a população trans: ao menos 80,6% das pessoas relataram já ter passado por essa situação. Assédio verbal (74,2%), exclusão de atividades familiares (69,4%) e agressão física (56,5%) também aparecem como as situações de violência relacionadas à identidade de gênero que mais afetam essa população.
Os dados, levantados entre abril e agosto de 2019, foram apresentados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) na quarta-feira (29), durante reunião técnica realizada no escritório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília (DF).
A atividade faz parte das celebrações do Dia da Visibilidade Trans, e foi realizada pelo UNAIDS no Brasil e pela representação do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH) no país, através das campanhas Livres & Iguais e Zero Discriminação.
“Essas análises foram feitas para darmos visibilidade, no dia de hoje, a um problema que antecede a disponibilidade e qualidade do tratamento para o HIV”, disse a assessora de apoio comunitário do UNAIDS no Brasil, Ariadne Ribeiro.
“O estigma relacionado ao HIV é mais um entre os diversos estigmas que as pessoas trans vivenciam diariamente e que implicam diretamente no acesso a todas as tecnologias de prevenção e tratamento disponíveis.”
Ela lembrou que um dos princípios norteadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é não deixar ninguém para trás. “Enquanto não combatermos o estigma para alcançarmos as metas de zero discriminação, zero novas infecções e zero mortes relacionadas à AIDS, são as populações mais vulneráveis que vão continuar morrendo.”

Educação e Trabalho

A população trans enfrenta uma série de vulnerabilidades sociais, que vão da rejeição familiar até a privação de emprego e educação digna e de qualidade. Entre as pessoas trans que participaram do estudo, 73,4% informaram não estar estudando no momento da pesquisa, e apenas 16,5% afirmaram ter o Ensino Superior completo.
Um dado que chama a atenção é que enquanto 30,6% da população cis gênero (pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao gênero que lhes foi atribuído no nascimento) afirma possuir Ensino Superior completo, 30,6% da população trans chegou apenas ao Ensino Fundamental, primeiro grau ou equivalente. Isso mostra que a discriminação por identidade de gênero também é um fator que contribui para a evasão escolar dessa população.
Já no aspecto do trabalho, 36,7% dos entrevistados se declararam desempregados, e 63,9% declararam ter enfrentado, nos últimos 12 meses, dificuldades momentâneas ou frequentes para atender às suas necessidades básicas de alimentação, moradia ou vestuário. Apenas 12,8% dos entrevistados declararam estar trabalhando como empregada(o) em tempo integral. Entre a população cis gênero, o número de pessoas em trabalho integral é praticamente o dobro (22,5%).

Saúde

Dados do UNAIDS de 2019 mostram que, globalmente, a população trans tem 12 vezes mais chance de infecção pelo HIV do que a população em geral. No Brasil, a agenda estratégica para ampliação do acesso e cuidado integral das populações-chaves em HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis, lançada em 2018 pelo Ministério da Saúde, estima que a taxa de infecção da população trans pode chegar a até 36,9%.
O estigma e a discriminação são barreiras que impedem o acesso a serviços de saúde e de uma cobertura universal. A população transgênero, assim como outras populações-chave e vulneráveis, têm diariamente o seu direito a serviços de saúde negados, consequência da desinformação, falta de privacidade, e quebra de confidencialidade.
De acordo com a pesquisa, 31,9% das pessoas trans relataram ter enfrentado alguma situação ruim com algum profissional de saúde, e 36,3% disseram ter medo de que o profissional de saúde (médicos(as), enfermeiros(as) ou outro profissional) tratassem mal ou revelassem seu estado sorológico positivo para o HIV sem consentimento.
Relatos dos entrevistados mostram que 13,9% da população trans já foi vítima de comentários negativos ou fofocas feitas por profissionais de saúde, relacionadas ao fato de viver com HIV, enquanto 11,1% relataram ter vivido alguma situação de diminuição do contato físico ou precauções extras (como utilização de duas luvas, por exemplo), e 6,5% já foram vítimas de agressão verbal.
Outro dado importante é que 1,9% da população trans chegou a ser agredida fisicamente, enquanto apenas 0,1% da população cis gênero relatou ter sofrido algum tipo de agressão.
“Na unidade de saúde em que me trato, logo quando recebi o meu diagnóstico, um médico expôs a minha sorologia na sala da recepção da enfermaria”, relatou por escrito uma das entrevistadas — mulher trans, parda, de 37 anos. “Na hora, me senti muito envergonhada e constrangida, pois havia outros pacientes presentes. Fiquei muito desconfortável.”
O Índice de Estigma também mostra que as pessoas trans também são mais vulneráveis a outros problemas de saúde e doenças oportunistas. Nos últimos 12 meses, 43,1% declararam terem sido diagnosticadas com alguma infecção sexualmente transmissível, como herpes, gonorreia, clamídia ou sífilis. Quando considerada a população cis gênero, o número cai pela metade (20%). As pessoas trans também relataram terem sido diagnosticas com Tuberculose (9,4%) e com Hepatite (10,4%).

Inclusão Social

A vulnerabilidade e a exclusão social muitas vezes agravam ansiedade, depressão, insônia, estresse, e outros problemas que envolvem a saúde mental. Um dado bastante preocupante do estudo é que mais da metade da população trans (57,4%) já foi diagnosticada com algum destes problemas.
Essa informação coloca luz sobre a urgência da expansão e do aprimoramento dos serviços e políticas de atenção à saúde mental das pessoas que vivem com HIV/AIDS, principalmente para as populações-chave e mais vulneráveis.
A discriminação relacionada à identidade de gênero e ao estado sorológico positivo para o HIV também agrava a exclusão da população trans em outros contextos. Das pessoas trans entrevistadas, 33% informaram que se afastaram da família ou amigos, 29,8% desistiram de se candidatar a uma vaga de emprego, 27,7% deixaram de participar de eventos sociais, 24,2% relataram que decidiram não buscar apoio social e 12,7% procuraram atendimento de saúde.
A culpa também é um sentimento muito presente na vida das pessoas trans que vivem com HIV. Dos participantes da pesquisa, 36,3% disseram sentir culpa por estar vivendo com HIV ou vivendo com AIDS.
Já um(a) em cada cinco participantes da pesquisa relataram se sentir “sujos” por viver com HIV. Estes dados demonstram que viver com HIV, principalmente em um contexto envolvendo outras vulnerabilidades sociais, produz percepções e sentimentos que não afetam apenas a relação com os outros, mas também consigo mesmo.

O Índice de Estigma

Realizado pela primeira vez no país, o Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS – Brasil foi uma pequisa realizada entre abril e agosto de 2019, com 1.784 pessoas vivendo com HIV e com AIDS em sete capitais brasileiras: Manaus (AM), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Recife (PE), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
O Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS é uma ferramenta para detectar e medir a mudança de tendências em relação ao estigma e à discriminação relacionados ao HIV, a partir da perspectiva das pessoas vivendo com HIV e com AIDS.
Iniciado em 2008, o índice é uma iniciativa conjunta da Rede Global de Pessoas Vivendo com HIV (GNP+), Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV/AIDS (ICW), Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Desde sua criação, em 2008, o estudo já foi aplicado em mais de 100 países ultrapassando a marca de 100 mil pessoas entrevistadas.
Saiba mais sobre o estudo aqui.
 
Posted: 30 Jan 2020 05:38 AM PST
Clique para exibir o slide.Freddy Siegfried Glatt nasceu em Berlim, na Alemanha, em 1928. Após a ascensão do regime nazista, perdeu seus dois irmãos mais velhos e avós maternos, assassinados no campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau*, na Polônia ocupada.
Em 1947, conseguiu fugir com a mãe para o Brasil, onde reconstruiu sua vida. Hoje, aos 92 anos, ele contou sua história em cerimônia para o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, realizada na terça-feira (28), no Rio de Janeiro (RJ).
“Há um ditado que diz que o tempo faz esquecer. Isso se aplica a tudo, menos à lembrança do Holocausto”, disse Glatt na presença de mais de 100 pessoas no evento organizado por Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Consulado Geral da Alemanha e Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ) no Centro Cultural da Justiça Federal.
Atual presidente da Associação dos Sobreviventes do Holocausto do Rio de Janeiro, Glatt já relatou em centenas de palestras como superou as barbáries do genocídio. Em 2018, lançou o livro “Roubaram minha infância”.
“Com profunda emoção, lembro os milhões de mortos que nunca terão uma sepultura digna, entre os quais meus dois irmãos, meus avós, tios, tias, meus colegas da escola. Lembro os carrascos e seus ajudantes, assim como aqueles que assistiram em silêncio sem tomar uma atitude.”
O tema deste ano do Dia Internacional é “75 anos depois de Auschwitz – Educação sobre o Holocausto e Memória para Justiça Global”. A data reflete a importância da ação coletiva contra o antissemitismo e outras formas de preconceito, de forma a prevenir o genocídio e garantir o respeito à dignidade e aos direitos humanos.
Quase 1 milhão de homens, mulheres e crianças foram mortos em Auschwitz por serem judeus. Milhares de ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos, oponentes políticos e outras pessoas perseguidas foram presas lá ou lá morreram. No total, 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas no maior campo de extermínio do nazismo.
O evento no Rio também foi a ocasião do lançamento da exposição “Alguns eram vizinhos: escolha, comportamento humano e o Holocausto”, que fica em cartaz até 20 de fevereiro no Centro Cultural da Justiça Federal. A mostra traz reflexões sobre o que as pessoas fizeram — ou deixaram de fazer — durante a Segunda Guerra Mundial, em atitudes que ajudaram — ou não — vítimas do antissemitismo e do nazismo.
“Quando pensamos no Holocausto, a primeira pessoa em quem pensamos é Hitler e a responsabilidade do governo nazista. Mas esta exposição nos inspira a pensar como os nazistas conseguiram ter tanto apoio de pessoas comuns. Levanta a questão sobre as razões que levaram algumas pessoas a ajudar os nazistas durante o Holocausto, enquanto outras decidiram ajudar os judeus”, explicou a diretora do UNIC Rio, Kimberly Mann.
Clique para exibir o slide.A mostra é produzida em parceria com o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos e o Programa Educacional da ONU sobre o Holocausto. Na opinião do cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Scott Hamilton, a missão de todos os países deve ser tornar vívidas as memórias dos assassinatos em massa cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.
“Contamos as histórias para que todos entendam as atrocidades do Holocausto e a imensidão do que ocorreu. Não se trata de uma história estanque de 75 anos atrás. O antissemitismo está crescendo no mundo. Nos EUA, houve ataques a sinagogas em Pittsburgh, em comunidades judaicas de Nova Iorque e New Jersey”, lembrou.
O vice-cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Johannes Bloos, afirmou que a Shoá – nome em hebraico para o Holocausto – envergonha a sociedade alemã. “Lembrar os crimes, nomear os autores e preservar uma memória digna das vítimas é uma responsabilidade que nunca terá fim. (…) Estar ciente dessa responsabilidade compõe nossa identidade nacional.”
Presente no evento, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que “a ONU fez justiça histórica quando instituiu o Dia Internacional de Memória às Vítimas do Holocausto”. “Que essa barbárie nunca mais se repita. Que nenhum povo tenha que passar pelas atrocidades enfrentadas pelo povo judeu”, declarou.
Para o cônsul honorário de Israel, Osias Wurman, “o nazismo foi derrotado, mas não os nazistas”. “No momento em que renascem em nível mundial atentados e manifestações de ódio racista, principalmente contra judeus, é fundamental que sejam promovidos eventos e campanhas de esclarecimento, principalmente para os mais jovens.”
Com o objetivo de lembrar a responsabilidade coletiva diante de atrocidades, o desembargador federal e diretor do Centro Cultural da Justiça Federal, Ivan Athiè, citou a frase atribuída ao ativista pelos direitos civis Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
A cerimônia foi marcada por preces judaicas em homenagem às vítimas do Holocausto, conduzidas pelo hazan André Nudelman. Também houve uma apresentação das violinistas Isabel Belém e Raquel Belém.
Segundo o presidente da FIERJ, Arnon Velmovitsky, eventos como este visam evitar novas tragédias. “É nosso dever combater diuturnamente esta chaga, unindo esforços e bradar bem alto: Holocausto nunca mais!”
*Auschwitz-Birkenau, campo de concentração e extermínio da Alemanha nazista (1940-1945).
Assista à mensagem do secretário-geral da ONU para o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto: 


 

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