Boletim diário da ONU Brasil: “Bachelet pede urgência no cumprimento da agenda de desenvolvimento sustentável da ONU” e 11 outros.
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qua, 16 de jan 18:51 (Há 13 dias)
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Posted: 16 Jan 2019 12:16 PM PST
Meninas na região oeste de Mossul, devastada por conflitos contra o Estado Islâmico. Foto: UNICEF/Anmar
Em reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a alta-comissária Michelle Bachelet afirmou nesta quarta-feira (16) em Genebra que “o mundo não está no caminho” para cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Dirigente ressaltou que essa agenda traz a promessa de incluir pessoas “trancadas do lado de fora” do desenvolvimento, como as mulheres, minorias raciais e religiosas, povos indígenas e migrantes.
Na avaliação da chefe de Direitos Humanos da Organização, muitos países estão falhando em proteger e promover os interesses de todas as pessoas, embora tenham se comprometido com isso em 2016, o primeiro ano após a adoção dos ODS pela comunidade internacional.
“A Agenda 2030 é um compromisso em alcançar uma maior cooperação internacional para uma ordem internacional mais igualitária”, disse Bachelet.
“Mas acima de tudo, é uma promessa estendida às pessoas (que estavam) anteriormente trancadas do lado de fora do desenvolvimento: as comunidades marginalizadas, desempoderadas e excluídas; as milhões de mulheres, minorias raciais, religiosas e de castas, os povos indígenas, os migrantes, as pessoas com deficiência, os ciganos e os pobres.”
A ex-presidente do Chile reconheceu o progresso “tremendo” em alguns países no combate à extrema pobreza e a outros problemas, como a mortalidade na primeira infância. Avanços também foram vistos na promoção da educação, particularmente na Ásia, segundo a alta-comissária.
Mas Bachelet elencou numerosos obstáculos que continuam a impedir um desenvolvimento justo para todos. A desigualdade das mulheres é um grande entrave, insistiu a dirigente, assim como a fome, a guerra e as mudanças climáticas.
A chefe de Direitos Humanos lembrou que “44 mil pessoas são forçadas a deixar suas casas todos os dias por causa de conflito ou perseguição”. “Conflitos estão destruindo as vidas, esperanças e as habilidades das pessoas de ter um meio de subsistência decente nos lugares em que nasceram”, alertou Bachelet.
Ao mesmo tempo, completou a alta-comissária, “as mudanças climáticas estão provocando desastres ambientais avassaladores, que devastam a infraestrutura básica e exacerbam tensões e conflitos”.
Questionando se as nações do mundo estavam cumprindo o “grande objetivo” de não deixar ninguém para trás até 2030, Bachelet citou dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que indicavam uma distância crescente entre os ricos e os pobres, apesar da produtividade mais alta dos trabalhadores.
“Com apenas 12 anos faltando até 2030, precisamos de um maior senso de urgência sobre o alcance da promessa da Agenda para com as pessoas do mundo”, disse a alta-comissária.
Bachelet explicou que os resultados da reunião do Conselho de Direitos Humanos contribuiriam com o trabalho do Fórum Político de Alto Nível, a ser realizado em julho na ONU, em Nova Iorque. O encontro na cidade norte-americana é a plataforma central das Nações Unidas para monitorar e revisar os progressos rumo à Agenda 2030.
Desigualdades
Também presente no evento em Genebra, a ex-alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Mary Robinson, ressaltou a necessidade de lidar com as crescentes desigualdades, tanto entre os países como dentro deles. De acordo com a irlandesa, a riqueza e as oportunidades estão “se concentrando cada vez mais nas mãos de poucos”.
Essas disparidades criam vencedores e perdedores, acrescentou Robinson, servindo para “catalisar a inquietação social, aprofundar divisões e aumentar a xenofobia”. Esses problemas, segundo a especialista, são algumas das principais preocupações para a realização dos direitos das pessoas.
Robinson lidera um fundação de “justiça climática”, que busca proteger os direitos dos indivíduos afetados pelas mudanças do clima. A ex-alta-comissária chamou atenção para o impacto dessas alterações em comunidades vulneráveis.
“Quando barragens inundam a terra de povos indígenas, quando a mineração polui o abastecimento local de água, quando projetos deslocam comunidades pobres, os esforços de desenvolvimento estão sendo empreendidos às custas da realização dos direitos humanos para todos”, enfatizou Robinson.
De acordo com a dirigente, governos em muitas partes do mundo estão falhando em oferecer serviços essenciais, como acesso a cuidados de saúde, educação, habitação de qualidade, saneamento ou água potável, com pouca responsabilização das autoridades. “Populações têm rotineiramente negado o seu acesso a informação e justiça, isso tem de mudar”, disse Robinson.
“As normas de direitos humanos constituem um bastião contra o progresso incoerente e desigual rumo aos ODS e deveriam ser usadas dessa forma”, enfatizou a ex-alta-comissária.
“Convoco todos os Estados e outros atores a fazer uso das sinergias entre os direitos humanos e a Agenda 2030, integrando o monitoramento do desenvolvimento ao monitoramento dos direitos humanos e trabalhando em estreita colaboração com os detentores dos direitos, as instituições nacionais de direitos humanos e organismos de igualdade, a fim de garantir abordagens transparentes e efetivas”, completou.
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Posted: 16 Jan 2019 11:06 AM PST
Clique para exibir o slide.O II Fórum WEPs Rio de Janeiro reuniu cerca de 180 pessoas na capital fluminense no fim de novembro (30) para discutir os principais desafios na implementação dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs, na sigla em inglês), além de boas práticas nas empresas para promover a igualdade de gênero e o empoderamento econômico das mulheres.
O evento foi promovido pela ONU Mulheres em parceria com a Petrobras Distribuidora, por meio do programa “Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios”, iniciativa de ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho e União Europeia (UE). O encontro teve o apoio da Rede Brasil do Pacto Global. Na ocasião, a Petrobras se tornou signatária dos WEPs.
A gerente dos WEPs da ONU Mulheres e especialista para o setor privado do programa “Ganha-Ganha no Brasil”, Adriana Carvalho, destacou a abrangência dos WEPs, que orientam as empresas no empoderamento das mulheres dentro da organização, na cadeia de valores e nas comunidades, e mostram a importância da inclusão de ações de enfrentamento à violência dentro da pauta de empoderamento econômico.
Ela lembrou a importância de se discutir a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e de se fortalecer as empreendedoras. “O fortalecimento econômico das mulheres é também o fortalecimento dos negócios, e a adoção de boas práticas pelas empresas são fundamentais nesse processo. Não há uma única fórmula para todas as companhias, e é preciso encontrar caminhos próprios”, disse Adriana.
A vice-presidente da Rede Brasil do Pacto Global da ONU e diretora de sustentabilidade da Enel Brasil, Marcia Massotti, comentou a importância da diversidade para o estímulo à criatividade e inovação nas empresas. “Além disso, o comprometimento das altas lideranças tem um papel decisivo nessa jornada”, disse, lembrando os dados do Instituto Global McKinsey, segundo os quais, se as mulheres de todos os países ocupassem os mesmos postos de trabalho dos homens, o PIB global cresceria 26% até 2025.
Já a gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras, Beatriz Espinosa, defendeu que a diversidade nas equipes potencializa o ambiente de trabalho e traz impactos até na retenção de talentos para as companhias. Ela apresentou números sobre a crescente participação das mulheres nos quadros da Petrobras, que hoje é de 16%.
Mercado financeiro
Representante do Banco do Brasil, signatário dos WEPs, o gestor da divisão de fundos e ações da instituição, Vinicius Vieira, apresentou produto inovador no mercado financeiro nacional – o fundo BB Ações Equidade –, cujos resultados superaram as expectativas três meses após o lançamento.
O fundo investe diretamente em papéis de empresas consolidadas economicamente e que se destacam em boas práticas de igualdade de gênero. “A sociedade está em constante transformação. É uma nova realidade, onde não existem mais barreiras. A forma de propagação da informação quebra paradigmas”, afirmou, lembrando que, neste contexto, investidores que acompanham as tendências do mercado demandam, cada vez mais, produtos com foco em diversidade e sustentabilidade.
De acordo com Mara Turolla, gerente de Desenvolvimento de Talentos da Lee Hecht Harrison – também signatária dos WEPs –, é importante promover mudanças no mundo do trabalho. Ela defendeu que é preciso usar a linguagem dos negócios e mostrar números para convencer as empresas ainda resistentes às mudanças.
Violência familiar
Durante o painel sobre o papel das empresas no enfrentamento da violência contra as mulheres, a gerente de Projetos de Prevenção e Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres no Brasil, Maria Carolina Ferracini, disse que mulheres que sofrem violência são mais suscetíveis a recusar ofertas de emprego.
Segundo ela, as empresas devem estar preparadas para enfrentar a questão, seja por meio da informação, do acolhimento e do estímulo ao debate. “Nos últimos 12 meses, 29% das brasileiras sofreram violência. A maioria, dentro de casa”, revelou.
Outros painéis do Fórum WEPs focaram no impacto do racismo na vida das mulheres, na publicidade brasileira e nos pequenos negócios. Na ocasião, o projeto da Petrobras Distribuidora de relacionamento com as motoristas, o “De carona com elas”, foi apresentado pela gerente de Planejamento de Comunicação e Marcas da Petrobras, Claudia Kruger. Já Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, discutiu a promoção da igualdade de gênero e de raça na cadeia de valores.
WEPs e Ganha-Ganha
Criados em 2010 pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global da ONU, os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres têm se tornado referência para que as empresas implementem políticas para a promoção da igualdade de gênero no local de trabalho, no mercado e na comunidade. A adesão é gratuita e seu uso é voluntário, já que os WEPs não são um mecanismo de relatório ou certificação.
Clique aqui para saber como tornar sua empresa uma signatária.
Desde janeiro de 2018, os WEPs foram reforçados com a criação do programa “Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios” – parceria entre ONU Mulheres, OIT e União Europeia (UE).
A iniciativa promove a igualdade de gênero por meio do setor privado, com o objetivo de aumentar o empoderamento econômico e a liderança das mulheres para um crescimento sustentável, inclusivo e equitativo em seis países da América Latina e Caribe – Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai –, em colaboração com empresas e empreendedoras da UE.
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Posted: 16 Jan 2019 11:03 AM PST
Porto de Hodeida no Iêmen, uma das principais portas de entrada de mercadorias e assistência humanitária para o país. Foto: OCHA/Giles Clarke
Em votação unânime, o Conselho de Segurança aprovou nesta quarta-feira (16) a criação de uma missão da ONU no Iêmen, responsável por apoiar um acordo de cessar-fogo na cidade portuária de Hodeida. A decisão do organismo também amplia para 75 o número de observadores internacionais que acompanham a trégua. Atualmente, em torno de 20 profissionais no terreno inspecionam a suspensão das hostilidades.
Em dezembro último, consultas apoiadas pela ONU na Suécia buscaram uma solução entre as partes do conflito, a fim de acabar com quase quatro anos de guerra civil. Representes do governo iemenita e a liderança do movimento Houthi assinaram em Estocolmo um acordo que determina o fim dos confrontos em Hodeida e a redistribuição de tropas na cidade. O pacto também determina a criação de um mecanismo de troca de prisioneiros e prevê a busca de um consenso sobre a cidade de Taiz, disputada por anos pelos grupos rivais.
Criada pela nova deliberação do Conselho de Segurança, a Missão da ONU para apoiar o Acordo de Hodeida (UNMHA) dará suporte à implementação desses compromissos.
Segundo a imprensa, tanto os rebeldes Houthis, quanto o governo apoiado pela ONU acusaram uns aos outros de terem cometido violações múltiplas do cessar-fogo. Os termos do acordo foram vistos como falhos porque não tinham precisão. O aumento do número de monitores no terreno permitirá avaliações mais exatas da situação. Os observadores vão atuar dentro e no entorno do porto que dá para o Mar Vermelho, porta de entrada da maior parte das mercadorias e assistência humanitária no país.
O general Patrick Cammaert, que preside o comitê de coordenação da redistribuição de tropas, será o chefe da missão de apoio da ONU e responderá ao secretário-geral das Nações Unidas por meio de seu enviado especial para o Iêmen, Martin Griffiths.
O comitê de redistribuição dos militares inclui representantes do governo e Houthis, com o objetivo de supervisar o cumprimento do acordo de Estocolmo.
Apoiada pelo Reino Unido, a resolução do Conselho de Segurança pede que o secretário-geral da ONU informe mensalmente o organismo sobre a implementação da medida. O dirigente máximo da Organização também deverá apresentar uma revisão das atividades da UNMHA num período de cinco meses.
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Posted: 16 Jan 2019 10:13 AM PST
Merve Erbay. Foto: ONU Mulheres/Ebru Özdayı Demirel
Merve Erbay, de 21 anos, tornou-se a primeira mulher bombeiro do Parlamento Turco, após superar concorrentes homens em suas provas para a vaga. Em entrevista à ONU Mulheres, a socorrista explica por que queria trabalhar combatendo incêndios e resgatando pessoas. A jovem turca lembra ainda o preconceito que enfrentou logo após assumir a função. Confira o depoimento abaixo:
“Era meu sonho, desde a infância, trabalhar numa profissão que toca as vidas das pessoas. Meu exemplo era o meu tio, que era bombeiro num aeroporto. Eu costumava visitá-lo com frequência por lá.
Depois de me formar na universidade, eu comecei a trabalhar como uma enfermeira do trabalho. Um dia, vi um anúncio de vaga do Parlamento para bombeiros e me candidatei imediatamente. Completando com sucesso os exames e superando muitos homens, eu me tornei a primeira mulher bombeiro na Grande Assembleia Nacional da Turquia (TBMM, na sigla em turco).
Inicialmente, eu enfrentei muitos preconceitos porque era uma ocupação dominada por homens. Eu era a primeira mulher a se candidatar para um emprego de bombeiro. Os que ouviam dizer que havia uma mulher bombeiro na TBMM vinham me conhecer.
Eu enfrentei um pouco de resistência da minha família também. Minha mãe disse: “você é uma enfermeira, vá fazer o seu próprio trabalho”. Mas meu pai me apoiou bastante. Junto, com ele, eu desmantelei os preconceitos da minha mãe.
Conforme o tempo passou, eu comecei a receber um feedback positivo de pessoas diferentes.
O meu sonho se realizou — agora, no meu trabalho diário, eu posso salvar vidas. Como eu sou qualificada como bombeiro e enfermeira, eu trabalho como socorrista e também posso prestar primeiros-socorros.
Embora a profissão de bombeiro seja tradicionalmente conhecida como um trabalho de homem, uma mulher pode facilmente fazer isso. Músculos fortes não são o suficiente para ser um bombeiro. É necessário um bom treinamento, experiência e habilidades.”
A ONU Mulheres realiza capacitações na Grande Assembleia Nacional sobre orçamento e igualdade de gênero, a fim de garantir que práticas de planejamento e gestão dos recursos financeiros promovam oportunidades iguais para mulheres e homens. As atividades fazem parte do projeto Igualdade de Gênero na Liderança e Participação Políticas na Turquia, financiado pela Agência de Desenvolvimento Sueca.
A história de Erbay mostra a importância da igualdade para as mulheres no mundo do trabalho, em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) nº 8, sobre empregos decentes, e também com o ODS nº 5, sobre empoderamento feminino.
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Posted: 16 Jan 2019 10:06 AM PST
Meninas sírias abrigam-se em tenda de campo de refugiados no norte do país. Foto: UNICEF/Aaref Watad
As condições em um acampamento sírio improvisado próximo à fronteira com a Jordânia estão “cada vez mais desesperadoras” e “se tornaram uma questão de vida ou morte”, alertaram na terça-feira (15) autoridades das Nações Unidas, após ao menos oito crianças morrerem no local por conta do frio extremo e falta de assistência médica.
Isso acontece conforme o recém-nomeado enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Geir Pederson, chega a Damasco para seu primeiro encontro com o governo. Ele assumiu o cargo deixado pelo negociador veterano Staffan de Mistura.
Em mensagem no Twitter, o diplomata norueguês afirmou estar “ansioso para encontros produtivos” na capital da Síria, que tem sido atingida há sete anos por confrontos, que deixaram centenas de milhares de mortos.
Falando a jornalistas em Genebra, o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Hervé Verhoosel, ecoou um alerta do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) de que crianças com poucos meses de vida estão morrendo devido às duras condições de inverno no assentamento de Rukban, que recebeu assistência pela última vez em novembro.
“As Nações Unidas permanecem seriamente preocupadas com as condições cada vez mais desesperadoras para mais de 40 mil pessoas que estão em Rukban”, disse. “A maioria é formada por mulheres e crianças, que estão no local há mais de dois anos em condições difíceis, com assistência humanitária e serviços médicos limitados”.
Em meio a preocupações com a segurança, a Jordânia fechou sua fronteira com a Síria em Rukban à medida que dezenas de milhares de sírios chegavam ao acampamento, fugindo de ataques aéreos russos e da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra áreas tomadas pelo Estado Islâmico e por terroristas no centro e leste da Síria.
Após a entrega de assistência em novembro a Rukban, o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, disse ao Conselho de Segurança que “colegas voltaram chocados com o que viram em solo, relatando graves problemas de proteção, crescente insegurança alimentar e nenhum médico certificado entre a população”.
Lowcock alertou então que, “sem acesso contínuo, a situação de dezenas de milhares de sírios – presos nas mais duras condições do deserto – irá somente piorar conforme o frio do inverno se estabelece”.
Ecoando esta mensagem na terça-feira (15), Verhoosel reiterou o pedido feito pelo PMA e pela ONU para que “um segundo comboio de agências da ONU com assistência essencial aconteça o mais rápido possível”, pedindo que “todas as partes garantam acesso humanitário seguro, contínuo e desimpedido para pessoas em necessidade, em linha com obrigações sob lei humanitária internacional”.
Inverno agrava situação
As condições dos que estão em Rukban não são novidade, mas o inverno duro e a falta de suprimentos regulares pioraram a situação, de acordo com o diretor regional do UNICEF para o Oriente Médio e o Norte da África, Geert Cappelaere.
“Necessidades de assistência em Rukban são mais que urgentes”, disse em comunicado. “Elas são extremamente acentuadas e se tornaram uma questão de vida e morte”.
“Mais uma vez, o UNICEF pede para todos os lados facilitarem urgentemente um comboio humanitário a Rukban, incluindo clínicas médicas móveis, para que suprimentos e serviços vitais possam ser entregues”, destacou.
No leste da Síria, enquanto isso, violência na área de Hajin, na província de Deir-Ez-Zor, deslocou 10 mil pessoas desde dezembro, alertou a autoridade do UNICEF.
“Famílias que buscam segurança enfrentam dificuldades ao deixar a zona de conflito e aguardam no frio por dias, sem abrigo ou suprimentos básicos”, disse. “A jornada perigosa e difícil matou sete crianças, segundo relatos, a maioria delas com menos de 1 ano”.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), “o confronto em andamento em Hajin tem um custo pesado sobre civis”, com os que não fugiram ficando sem acesso a assistência humanitária por conta da insegurança extrema e “aqueles que fugiram passando por uma jornada árdua para escapar da violência”.
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Posted: 16 Jan 2019 09:38 AM PST
Meninos etíopes em praia do Djibuti. Foto: OIM/Muse Mohammed
Mendigar, lavar carros ou se prostituir fazem parte da realidade de muitas crianças em situação de rua no Djibuti, aponta uma pesquisa divulgada na terça-feira (15) pela Organização Internacional para as Migrações ( OIM). A publicação faz parte de um esforço da agência da ONU para mapear e entender os movimentos irregulares de migrantes na região do Mar Vermelho, que banha parte da costa nordeste da África e também o Oriente Médio.
Elaborado a partir de análises de caso de 1.137 crianças e adolescentes de até 17 anos, o levantamento do organismo explica que o Djibuti é um país de trânsito para muitos migrantes de outras nações africanas, que desejam atravessar o oceano e chegar ao Iêmen e à Península Árabe. Em 2018, a agência da ONU registrou a chegada de 150 mil migrantes ao território iemenita. Desse contingente, 20% eram menores de idade que, durante a travessia, ficaram expostos a desidratação, doenças e abusos de direitos humanos, incluindo tráfico.
Os jovens entrevistados pela OIM para a pesquisa vivem nas ruas da Cidade do Djibuti, capital do país homônimo. Um menino de 12 anos contou que caminhou um mês e dois dias da Etiópia até o Djibuti. Quatro anos depois, o garoto conversou com a organização internacional. “Eu sobrevivi com a comida que me era dada por estranhos”, lembra.
“Eu achei que haveria mais trabalho no Djibuti. Eu estou disposto a fazer qualquer coisa aqui. Lavar carros, limpar janelas. Mas eu raramente encontro qualquer emprego.”
Muitos jovens que chegam ao Djibuti se veem “presos”, incapazes de chegar à costa passando por um dos lugares mais quentes e secos na Terra. Dos entrevistados para a pesquisa, 663 crianças tinham menos de nove anos — dessas, 195 eram meninas. Outros 504 jovens tinham de dez a 17 anos (64 eram meninas).
“Eu vim para cá com a minha mãe, mas quando ela se mudou para trabalhar na Arábia Saudita, eu fiquei aqui”, conta uma menina de 17 anos.
“Eu não a vejo em oito anos”, acrescenta a jovem. “Ela queria me levar com ela, mas eu tive medo demais para ir. Eu lavo carros para ter dinheiro, mas eu sonho em ser pilota um dia e encontrar a minha mãe na Etiópia. Eu não me lembro da Etiópia, mas eu gostaria de voltar um dia.”
A ministra das Mulheres e Assuntos Familiares do Djibuti, Moumina Houmed Hassan, reafirmou o compromisso do governo em enfrentar os problemas vividos pelos menores migrantes. A dirigente elencou algumas soluções para o drama de meninos e meninas, como a criação de uma plataforma de coordenação, o fortalecimento e o desenvolvimento de instalações de recepção, o estabelecimento de um sistema de identificação, a definição de serviços básicos mínimos para as crianças e a elaboração de uma estratégia nacional de proteção.
O estudo da OIM foi financiado pela União Europeia por meio de uma iniciativa conjunta do bloco continental e da agência da ONU para a proteção e reintegração de migrantes na região conhecida como Chifre da África.
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Posted: 16 Jan 2019 08:48 AM PST
Shady Rabab ensina crianças em Kibera como fabricar instrumentos, incluindo flautas e chocalhos, a partir de garrafas de plástico. Foto: ONU Meio Ambiente/Duncan Moore
Uma sala lotada de estudantes é palco de uma aula de música. O ambiente está cheio dos sons de flautas e chocalhos, que vão gradualmente se tornando mais sincronizados com a prática. Os professores riem satisfeitos enquanto algumas crianças dançam e batem o pé com tanta energia que o telhado de estanho da escola começa a sacudir.
Estamos em Kibera, um dos maiores assentamentos informais da África, localizado a apenas sete quilômetros do centro de negócios da capital do Quênia, Nairóbi. Estima-se que 700 mil pessoas vivam nesse campo, que cobre uma área de 2,5 quilômetros quadrados. Cada pedaço de terra está ocupado e as ruas são um labirinto de lojas e casas.
A aula de música não é uma atividade qualquer — os instrumentos são novinhos em folha, eles acabaram de ser criados a partir de garrafas de plástico reaproveitadas. O professor, Shady Rabab, viajou do Egito para ensinar os jovens alunos como fazer música a partir do lixo, que acabaria sendo descartado em cima — ou embaixo — do chão de Kibera.
Devido à densidade do campo de Kibera e à falta de planejamento em sua construção, o governo queniano quase não oferece nenhum serviço no assentamento. Por necessidade, as pessoas jogam o lixo nas ruas.
Isso se torna evidente no caminho para a aula de música. Nas vielas do campo, garrafas de plástico, entre outros resíduos, enchem valões abertos e latões de lixo. Eles entopem ralos, valas e rios, agravando as enchentes que assolam a área.
As crianças que compareceram ao encontro musical estavam animadas em conhecer Shady Rabab, o Jovem Campeão da Terra da ONU Meio Ambiente em 2018, que representou o continente africano na competição das Nações Unidas sobre inovação e conservação ambiental. A visita a Kibera, em novembro do ano passado, foi a primeira viagem do egípcio à Africa Subsaariana.
Crianças no campo de Kibera, no Quênia, têm aula de música especial, que combina o ensino de instrumentos com educação ambiental. Foto: ONU Meio Ambiente/Duncan Moore
Para Rabab, foi uma oportunidade de ensinar as pessoas sobre música e meio ambiente e também de conhecer quem lida diretamente com os efeitos da poluição plástica.
“Precisamos resolver o problema do plástico e, por meio do poder da arte, podemos conscientizar. Usando a música, as crianças vão se importar com o meio ambiente”, afirma Rabab. “Meu sonho é rodar por toda a África e ensinar as crianças a fazer seus próprios instrumentos musicais a partir do lixo. Teremos pequenos workshops, aí eles vão ensinar uns aos outros e a ideia vai se espalhar.”
A aula em Kibera foi uma experiência inédita para Rabab, que só tinha organizado reuniões do tipo no Egito. O encontro no campo de Nairóbi aconteceu na Escola Seven Kids, uma instituição administrada localmente, que oferece refeições e educação de baixo custo para as crianças.
“É assim que eu quero administrar o meu coletivo”, diz o egípcio enquanto entrega, diante da turma, algumas flautas recém-cortadas, feitas de garrafas de plástico. A sua organização, o Coletivo de Arte Rabab Luxor, não se resume simplesmente a doar instrumentos — a sua missão é ensinar as crianças a fabricá-los, permitindo também que elas compartilhem o seu conhecimento com amigos que não foram à aula. Trata-se de uma combinação de música e educação ambiental que pode ajudar a melhorar a qualidade de vida de crianças pobres.
“Os problemas aqui em Kibera não são únicos (do acampamento). A gestão de resíduos emergiu como um desafio sério na economia moderna global e (já) ficou claro que os plásticos são uns dos problemas mais difíceis”, explica Rabab.
Com mais de 300 milhões de toneladas de lixo plástico sendo produzidas anualmente e metade de todos os produtos plásticos projetados para serem descartáveis, países em todas as regiões estão tendo que enfrentar uma avalanche de lixo.
Keith Alverson, diretor do Centro Internacional de Tecnologia Ambiental da ONU Meio Ambiente, avalia que “é hora de repensar o lixo”. “Frequentemente, ouvimos falar de modelos e estilos de vida de lixo-zero e isso é útil de se pensar como metas no longo prazo”, aponta o especialista.
“Contudo, no mundo real, em lugares como Kibera, precisamos de ações flexíveis e concretas para reduzir os resíduos agora. A sensibilização e a educação baseadas nas artes desempenham um papel crítico em ajudar as pessoas a entender os desafios da gestão dos resíduos e fazer a sua parte para superá-los.”
Assembleia mundial em março vai debater soluções sustentáveis
O acúmulo de lixo plástico permanece sendo um problema, especialmente em comunidades de baixa renda e em assentamentos informais com acesso limitado aos serviços públicos. O atual status quo é insustentável. Mas resolver esse problema exigirá uma abordagem ampla, com base em soluções artísticas, sociais e técnicas e com a participação de todos os países.
Em preparação para a Assembleia Ambiental das Nações Unidas, no próximo mês de março, a ONU Meio Ambiente está pedindo às pessoas que “pensem além” dos atuais modos de vida e “vivam dentro” dos limites sustentáveis do nosso planeta. Junte-se ao debate nas redes sociais usando a hashtag #SolveDifferent para compartilhar as suas histórias e ver o que os outros estão fazendo para garantir um futuro sustentável para o nosso planeta.
Rabab é um dos empreendedores que vai participar desse encontro global. Desde que ganhou o prêmio das Nações Unidas, o egípcio está trabalhando num plano para levar seu coletivo adiante. Ele já começou processos seletivos para contratar um gerente de projetos e participou de reuniões com parceiros potenciais.
“Estou ansioso para compartilhar a minha história como um agente da mudança com outros (indivíduos) que estão agitando as frentes (de ativismo nas áreas) de resíduos, vida marinha e consumo sustentável”, completa.
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Posted: 16 Jan 2019 08:21 AM PST
Clique para exibir o slide.O programa “ Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios” esteve presente nos eventos da Semana Internacional do Café, ocorrida no início de novembro em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, foram realizadas mais de 150 reuniões, que devem movimentar quase 6 milhões de dólares em negócios durante o ano.
A iniciativa é promovida por ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e União Europeia (UE), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA)
O evento apresentou ações a profissionais focados nas áreas de mercado consumidor, conhecimento, inovação, negócios e empreendedorismo. Mulheres de países como Brasil, Costa Rica, Panamá, Guatemala, Honduras, México, Estados Unidos e Japão estiveram presentes, expondo, aprendendo, negociando, compartilhando experiências, fazendo história e mudando o cenário predominantemente masculino.
A Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA) teve um papel fundamental em reunir essas mulheres. Com mais de 400 associadas no Brasil, a organização tem representação em outros 21 países. A fundadora da IWCA Brasil, Josiane Cotrim, não escondeu a emoção ao compartilhar as histórias de sucesso das mulheres do café.
“Elas estão saindo das propriedades, buscando capacitação e inovação tecnológica e cada vez mais ligadas nas demandas do mercado internacional. Poder encontrar essas guerreiras neste evento, protagonizando histórias de sucesso e sendo premiadas, é de uma alegria ímpar”, observou.
Adriana Carvalho, especialista do setor privado do Programa Ganha-Ganha no Brasil, explicou que o empoderamento econômico das mulheres é um dos objetivos principais do programa, cuja área de atuação não se limita ao acesso das mulheres à própria renda, mas também ao comando e aplicação desses recursos e à capacidade de reconhecer seus direitos e demandas.
“Testemunhamos histórias de superação compartilhadas por mulheres de diversos países do mundo, que encontraram no café o caminho para romper as barreiras do preconceito, superar a miséria e o desemprego, contribuir para a melhoria de vida de suas comunidades. Isso já representa um avanço importantíssimo para todas as instituições envolvidas”, comentou Adriana.
No que se refere ao incentivo à exportação, a parceria conta com a Apex-Brasil, que mantém uma linha de atuação voltada para o empoderamento feminino por meio das exportações e do investimento de impacto. Participaram da rodada de negócios cinco importadores e importadoras do Brasil e do exterior e mais de 40 produtoras latino-americanas de cafés especiais, com certificação de comércio justo e sustentável, além de café orgânico.
“São cafés com valor agregado, e o comércio tem reconhecido isso. Sabemos que as mulheres empoderadas economicamente mudam o modelo de fazer negócio e a realidade onde vivem”, disse a gestora de Projetos de Sustentabilidade, Adriana Rodrigues.
A produtora Maria Elena Oliveira é o exemplo vivo da força das mulheres no café. A despeito de todos os sacrifícios pelos quais já passou, como fome, frio e longas horas debaixo de sol, ela não hesita em fazer do café a razão de sua vida.
Dona Lena, como gosta de ser chamada, nasceu em Goioerê (PR). Aos 10 anos, já ajudava o pai na pequena lavoura da família. Na juventude, a crise do café os obrigou a sair do estado e, sem dinheiro – mas com força e coragem de sobra –, mudaram-se para Rondônia.
Passados alguns anos, com cinco filhos e separada dos dois maridos, ela seguiu em frente. Trabalhou muito na lavoura dos outros até construir sua casa no sítio dos pais. Hoje ela se enche de orgulho para contar que criou os cinco filhos sozinha, plantando café. “Não sei ler nem escrever e queria que meus filhos tivessem uma vida diferente da minha. Consegui. Estão todos criados”, comemorou.
Ana Laura Montoya, produtora da Costa Rica, destacou o aumento de oportunidades na economia cafeeira para as mulheres. “Não sabíamos nada sobre café. Aliás, tomávamos um péssimo café. Decidimos criar uma associação com o objetivo de mudar esse panorama difícil da comunidade. Compramos uma máquina para processar café. Fiz coisas que nunca imaginei que poderia fazer”, contou, orgulhosa dos avanços conquistados. Além disso, ela comentou que um grupo de mulheres investiu em um projeto de geração de empregos para jovens na área de turismo e educação ambiental.
Produtora da Guatemala, Catarina Lopez contou que as mulheres participavam de todo o processo de produção do café, mas não ganhavam nada por isso. Com a união delas, ganharam força, voz e espaço nesse mercado e hoje gastam o que ganham com o que querem. “As mulheres se empoderaram economicamente com o café e passaram a decidir na comunidade. Investimos em bibliotecas comunitárias para melhorar as condições de estudo das crianças. Queremos um futuro melhor para elas”, explicou.
A Associação das Mulheres Empreendedoras do Café da Serra da Mantiqueira (Amecafé), de Minas Gerais, também traz histórias de união. Em 2016, eram 12 mulheres. Dois anos depois, já são 130 produtoras de café de oito cidades da Serra da Mantiqueira. Para se tornar associada, a mulher deve ter o cartão de produtor rural. O objetivo é valorizar a mulher e abrir portas para que ela cresça como produtora e gestora do negócio.
“Antes de criarmos a Amecafé, o homem decidia tudo, principalmente da porteira da fazenda para fora, e nós éramos só a mão de obra. Hoje estamos aqui, num evento internacional do café, negociando o nosso produto, nos capacitando, buscando inovação tecnológica”, contou Inês Vinci, da diretoria da associação.
Compradores sensibilizados
Não são apenas as mulheres compradoras que reconhecem o potencial do café feito por mulheres. Para Francis Mason, da Notes Coffee Roasters, de Londres, Inglaterra, os clientes, cada vez mais exigentes, apreciam quando o café tem origem e motivação. “Fiquei muito entusiasmado com as produtoras e suas histórias de superação, por terem se tornado donas das fazendas e estarem mudando o paradigma patriarcal”, disse o comprador britânico.
O empresário Rui Magalhães, da Arcomex, empresa de Belo Horizonte que importa para todo o mundo diversos produtos brasileiros, incluindo o café, ficou encantado com as histórias que ouviu das cafeicultoras que chegaram até ele.
“Elas não trazem apenas um saco de grãos verdes para provarmos, elas trazem um produto especial, um conceito, uma história, e o consumidor quer isso, quer saber de onde vem o café que ele bebe, como foi feito, por quem foi feito. As mulheres têm histórias riquíssimas que vamos poder contar e vender para o mundo todo”, disse Rui.
Outra compradora que esteve em Belo Horizonte foi Phyllis Johson, CEO da BD Imports, empresa de importação de cafés com sede em Atlanta, nos Estados Unidos. A empresa compra exclusivamente café produzido por mulheres de vários países do mundo, pois Phyllis sabe que o lucro dessas produtoras será revertido para o bem comum.
A empresa compra os grãos, torra, empacota e vende para a sexta maior rede de hotéis do mundo – a Radisson Hotels – que, só nos EUA, tem mais de 100 unidades. “O mercado tem reconhecido o valor agregado desse café que tem história para contar, que é feito com carinho por essas mulheres que fazem a diferença na vida de suas famílias e de sua comunidade”, disse.
Após o encerramento da Semana Internacional do Café, representantes de instituições organizadoras da rodada de negócios e de importadoras fizeram, no dia 10 de dezembro, uma visita à Fazenda Cachoeira, onde Miriam Monteiro de Aguiar produz café em larga escala. A propriedade fica em Santo Antônio do Amparo, a 186 quilômetros ao sul de Belo Horizonte.
Miriam é da sexta geração de uma família de produtores. “O café, para mim, nunca foi apenas um produto; ele tem um potencial transformador enorme”, explicou. A comitiva visitou as lavouras de café orgânico e de sustentável, o viveiro de café e participou de uma sessão de prova de cafés.
Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios
A ONU Mulheres, a OIT e a União Europeia (UE) implementam desde janeiro de 2018 o programa “Ganha-Ganha: Igualdade de gênero significa bons negócios”. A iniciativa promove a igualdade de gênero por meio do setor privado, com o objetivo de aumentar o empoderamento econômico e a liderança das mulheres para um crescimento sustentável, inclusivo e equitativo.
O “Ganha-Ganha” é implementado em seis países da América Latina e Caribe – Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Jamaica e Uruguai – em colaboração com empresas e empreendedoras da UE.
Busca alcançar o empoderamento econômico das mulheres, fortalecendo as capacidades dos atores do setor privado – empresas, empreendedoras e organizações de empregadores, empregadoras e empreendedoras – e dando visibilidade aos benefícios econômicos gerados pela igualdade de gênero.
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Posted: 16 Jan 2019 07:06 AM PST
Cerimônia de transferência da presidência do G77 do Egito para a Palestina. Foto: ONU/Manuel Elias
Reconhecendo um “longo caminho à frente” para a ambiciosa agenda das Nações Unidas, o secretário-geral da ONU, António Guterres, deu boas-vindas na terça-feira (15) à “histórica liderança do Estado da Palestina” na presidência do Grupo dos 77 (G77) de países em desenvolvimento.
“A Palestina e seus cidadãos vivenciaram em primeira mão alguns dos problemas globais mais desafiadores e dramáticos que enfrentamos”, disse Guterres em discurso na cerimônia anual para entrega da presidência rotativa do G77.
O Egito teve a presidência anterior do grupo, uma coalizão de 134 países em desenvolvimento e a China. A decisão de eleger a Palestina para a presidência do G77 foi tomada em setembro de 2018 por ministros das Relações Exteriores dos Estados-membros do grupo.
Um mês depois, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que deu à Palestina – Estado observador não membro da Organização – privilégios e direitos adicionais, como direito à participação em conferências internacionais realizadas sob seus auspícios, pela duração de sua presidência no G77.
“Vocês estão bem colocados para assumir a presidência deste importante grupo de países”, disse Guterres. À medida que o multilateralismo continua sob “intensa pressão de muitas partes”, o chefe da ONU destacou a importância do apoio contínuo do G77 e da China.
“O Grupo dos 77 e a China demonstraram forte liderança ao longo de 2018 e provaram mais uma vez serem uma força central na demonstração de que multilateralismo é a única maneira de responder aos nossos desafios compartilhados”, afirmou Guterres.
Ele elogiou o grupo e a presidência egípcia por estarem “no coração” do progresso feito diante de desafios, que variaram de mudança climática à desigualdade crescente e às novas tecnologias.
Guterres destacou a liderança “altamente eficaz” do Egito e da defesa do financiamento para que países em desenvolvimento alcancem seus compromissos com as ações climáticas.
Ele chamou o grupo de “fundamental” para alcançar tanto um acordo abrangente que lide com migração em todas as suas dimensões quanto um sistema de desenvolvimento para erradicar a pobreza, implementar programas a nível nacional e posicionar o desenvolvimento “no centro das atividades da ONU”.
“Vocês ajudam a manter as Nações Unidas focadas em questões que importam para os mais vulneráveis, e devemos a vocês gratidão pelo papel extremamente construtivo”, disse o secretário-geral.
Com ação climática no fronte, Guterres destacou o quão crítico o ano de 2019 será para acabar com a pobreza, reduzir as desigualdades e transitar para economias mais inclusivas e sustentáveis.
“Se não colocarmos políticas e compromissos em vigor para dar início a uma década de ação climática até 2020, será muito tarde para evitar mudança climática catastrófica com consequências imprevisíveis”, afirmou. “Muitos dos países do Grupo dos 77 estarão entre os primeiros a sofrer”.
Guterres pediu para o G77 apresentar “soluções e compromissos” para, entre outras coisas, a Cúpula sobre o Clima em setembro e enumerou outros eventos futuros que precisam de apoio do grupo, incluindo o Fórum Político de Alto Nível da Assembleia Geral; o encontro de alto nível para revisar progressos em pequenos Estados insulares em desenvolvimento; e a Segunda Conferência de Alto Nível da ONU sobre Cooperação Sul-Sul, em Buenos Aires, em março.
“Prevejo que o G77 e a China terão um papel central em todos esses processos e negociações e peço que vocês os considerem de maneira integrada, coerente e unificada”, pediu o chefe da ONU.
Guterres relembrou que na semana passada informou Estados-membros sobre os sérios desafios financeiros enfrentados pela Organização, e pediu para o G77 apoiar suas propostas à Assembleia Geral nos próximos meses, que têm objetivo de manter a ONU em “sólida base financeira”, dizendo que “precisamos pressionar e manter o impulso conquistado nas últimas semanas e nos últimos meses”.
“Neste período de transição e mudança, contamos com o contínuo engajamento e apoio do Grupo dos 77 e da China”, concluiu o secretário-geral.
Na segunda-feira (14), Guterres se encontrou com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, antes de entregar a Presidência do G77, quando o cumprimentou e reiterou que a solução de dois Estados é a única opção viável para uma paz sustentável.
Triunfo do multilateralismo
Definindo o trabalho da presidência egípcia do G77 como “impecável”, a presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, destacou a importância do grupo, que representa 80% da população mundial.
“Não só o trabalho do grupo é vital para defender os interesses do Sul Global e promover igualdade econômica e social no mundo, mas agora deve fazer isto em um contexto internacional mais complexo” cada vez mais polarizado, disse.
Descrevendo o fato como “um momento histórico”, Espinosa lembrou os anos que levaram para chegarmos aqui e o papel essencial desempenhado pela Assembleia Geral.
Em 2012, a Assembleia concedeu status de observador não membro à Palestina, que, entre outras coisas, permitiu o direito de fazer afirmações, enviar ou patrocinar propostas e dar explicações de votos.
“Podermos celebrar hoje que esta entrega da presidência do Grupo dos 77 é sem dúvidas um triunfo do multilateralismo e uma demonstração do papel importante do órgão mais democrático e representativo das Nações Unidas”, afirmou.
Por sua vez, o presidente palestino Mahmoud Abbas afirmou que a Palestina irá usar sua presidência para preservar a ordem multilateral internacional e fortalecer laços com seus parceiros da ONU.
“Pessoas são o verdadeiro tesouro para nações”, disse, “e desenvolvimento real e sustentável só pode ser alcançado quando oportunidades são melhoradas para garantir a todas as pessoas participação livre e completa em todas as questões relevantes na vida”.
Abbas afirmou que sob o princípio de “unidade em diversidade” o G77 foca em países menos desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desenvolvimento, países de renda média e pessoas vivendo sob ocupação colonial ou estrangeira, “para garantir que ninguém seja deixado para trás”.
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Posted: 16 Jan 2019 06:48 AM PST
A Organização Mundial da Saúde ( OMS) tem metas ambiciosas para 2019. Entre os objetivos da agência da ONU, está a ampliação do acesso e da cobertura de saúde para atender a 1 bilhão a mais de pessoas na comparação com números atuais. A instituição também quer garantir que 1 bilhão de indivíduos estejam protegidos de emergências de saúde. Por fim, o organismo espera melhorar o bem-estar de 1 bilhão de moradores do planeta Terra. Mas como cumprir essa agenda em um ano?
Para tirar essas resoluções do papel, a OMS estipulou dez prioridades para o ano que se inicia. A lista inclui o combate à poluição ambiental e às mudanças climáticas, infecções transmissíveis como o ebola, a dengue, a gripe e o HIV, doenças crônicas e outros desafios de saúde pública. Confira abaixo e entenda por que esses temas serão críticos em 2019:
1. Poluição do ar e mudanças climáticas
Trânsito em viaduto de Beijing, na China. Foto: Banco Mundial/Li Lou
Nove em cada dez pessoas respiram ar poluído todos os dias. Em 2019, a poluição do ar é considerada pela OMS como o maior risco ambiental para a saúde. Poluentes microscópicos podem penetrar nos sistemas respiratório e circulatório de uma pessoa, danificando seus pulmões, coração e cérebro. Isso resulta na morte prematura de 7 milhões de pessoas todos os anos, devido a enfermidades como câncer, acidente vascular cerebral e doenças cardiovasculares e pulmonares. Cerca de 90% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda, com altos volumes de emissões da indústria, dos transportes e da agricultura, além do cozimento por meio de combustíveis ou tecnologias poluentes em ambientes interiores.
A principal causa da poluição do ar — a queima de combustíveis fósseis — também é um dos principais fatores que contribuem para a mudança climática, a qual afeta a saúde das pessoas de diferentes maneiras. Entre 2030 e 2050, espera-se que as mudanças climáticas causem 250 mil mortes a mais por ano devido à desnutrição, malária, diarreia e estresse por calor.
Em outubro de 2018, a OMS realizou sua primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e Saúde, em Genebra. Países e organizações firmaram mais de 70 compromissos para melhorar a qualidade do ar. Neste ano, a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas ocorrerá em setembro e tem como objetivo fortalecer a ação climática e seus esforços em todo o mundo. Mesmo que todos os compromissos assumidos pelos países junto ao Acordo de Paris sejam alcançados, o mundo ainda está em vias de se aquecer por mais de 3°C até o final deste século.
2. Doenças crônicas não transmissíveis
Dietas poucos saudáveis são algumas das causas das doenças crônicas não transmissíveis. Foto: PEXELS (CC)/Robin Stickel
As doenças crônicas não transmissíveis – como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares – são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo — o equivalente a 41 milhões de falecimentos. Isso inclui 15 milhões de pessoas que morrem prematuramente, ou seja, com idade entre 30 e 69 anos. Mais de 85% dessas mortes precoces ocorrem em países de baixa e média renda.
O aumento da ocorrência dessas doenças tem sido impulsionado por cinco fatores de risco: o uso do tabaco, a inatividade física, o uso nocivo do álcool, as dietas pouco saudáveis e a poluição do ar.
Esses fatores também agravam problemas de saúde mental, que podem se originar desde cedo. Metade de todos os transtornos mentais começa aos 14 anos, mas a maioria dos casos não é detectada e tratada de forma oportuna. O suicídio, por exemplo, é a segunda causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
Em 2019, a OMS trabalhará com os governos para atingir a meta global de redução em 15% da inatividade física até 2030. Isso será feito por meio de ações como a implementação da ACTIVE, uma série de políticas que incentivam as pessoas a estar mais ativas todos os dias.
3. Pandemia de gripe
Profissional de saúde animal monitora presença de vírus da gripe aviária na Indonésia. Foto: FAO/Sadewa Sadewa
O mundo enfrentará outra pandemia de influenza – o que ainda não se sabe é quando ela chegará e o quão grave será. A OMS está constantemente monitorando a circulação dos vírus influenza para detectar possíveis cepas pandêmicas: 153 instituições em 114 países estão envolvidas na vigilância e resposta global.
Todos os anos, a OMS recomenda quais cepas devem ser incluídas na vacina contra a influenza para proteger as pessoas da gripe sazonal. No caso de uma nova cepa desenvolver um potencial pandêmico, a agência da ONU possui uma grande parceria com os principais atores na área, a fim de garantir acesso efetivo e equitativo a diagnósticos, vacinas e tratamentos antivirais, especialmente em países em desenvolvimento.
4. Cenários de fragilidade e vulnerabilidade
Para fugir da violência, famílias sírias montam acampamento improvisado ao norte de Idlib. Imagem de setembro de 2018. Foto: UNICEF/Watad
Mais de 1,6 bilhão de pessoas — 22% da população mundial — vivem em locais onde crises prolongadas (uma combinação de fatores como seca, fome, conflitos e deslocamento populacional) e serviços de saúde mais frágeis as deixam sem acesso aos cuidados básicos de que necessitam.
Existem cenários frágeis em quase todas as regiões do mundo. Nesses contextos, a metade das principais metas de desenvolvimento sustentável, incluindo sobre saúde infantil e materna, permanece não atendida.
A OMS continuará trabalhando com esses países para fortalecer os sistemas de saúde, de modo a prepará-los para detectar e responder a surtos de doenças. O organismo também quer tornar essas nações capazes de prestar serviços de saúde de alta qualidade, incluindo os de vacinação.
5. Resistência antimicrobiana
Consumo excessivo e inadequado de antibióticos aumenta a resistência de bactérias a esses medicamentos. Foto: PEXELS
O desenvolvimento de antibióticos, antivirais e antimaláricos são alguns dos maiores êxitos da medicina moderna. Agora, a eficácia de algumas dessas drogas está acabando. A resistência antimicrobiana – a capacidade de bactérias, parasitas, vírus e fungos resistirem a esses medicamentos – ameaça nos mandar de volta a uma época em que não conseguíamos tratar facilmente infecções como pneumonia, tuberculose, gonorreia e salmonelose. A incapacidade de prevenir infecções pode comprometer seriamente cirurgias e procedimentos como a quimioterapia.
A resistência aos medicamentos contra a tuberculose é um grande obstáculo para combater uma enfermidade que acomete cerca de 10 milhões de pessoas e mata 1,6 milhão delas todos os anos. Em 2017, cerca de 600 mil casos de tuberculose foram diagnosticados como resistentes à rifampicina – droga de primeira linha mais eficaz – e 82% dessas pessoas apresentavam tuberculose multirresistente.
A resistência aos medicamentos é impulsionada pelo uso excessivo de remédios antimicrobianos em pessoas, mas também em animais, especialmente os que são utilizados na produção de alimentos e no meio ambiente. A OMS trabalha com esses setores para implementar um plano de ação global de combate à resistência antimicrobiana, aumentando a conscientização e o conhecimento sobre o tema, reduzindo as infecções e incentivando a aplicação adequada desses medicamentos.
6. Ebola
Médico vacina profissional de saúde na cidade de Mbandaka, na República Democrática do Congo, em junho de 2018. Foto: OMS/Lindsay Mackenzie
Em 2018, a República Democrática do Congo foi palco de dois surtos de ebola, que se espalharam para cidades com mais de 1 milhão de pessoas. Uma das províncias afetadas também está em zona de conflito.
Isso mostra que o contexto é crítico, quando se trata de um agente patogênico que ameaça a saúde global, como é o caso do ebola. O que aconteceu em surtos em áreas rurais no passado nem sempre vale para as zonas urbanas densamente povoadas ou para locais afetados por conflitos.
Em uma conferência sobre a preparação para emergências, realizada em dezembro de 2018, participantes dos setores de saúde pública, saúde animal, transporte e turismo discutiram os desafios crescentes no combate de surtos em regiões urbanas. Eles pediram à OMS e seus parceiros que considerem 2019 como um ano de ações de preparação para situações de emergência.
O plano R&D Blueprint da OMS identifica doenças e patógenos com potencial de causar uma emergência de saúde pública, mas que carecem de tratamentos e vacinas eficazes. Esta lista de pesquisa e desenvolvimento prioritários inclui o ebola, febres hemorrágicas, o vírus zika, o vírus Nipah, a síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio, a síndrome respiratória aguda grave e a “doença X” – esse último item representa a necessidade de se preparar para um agente patogênico desconhecido, que poderia provocar uma grave epidemia.
7. Atenção primária de saúde
Sistemas de saúde baseados numa atenção primária forte são fundamentais para garantir a cobertura universal de saúde. Foto: Flickr/Portal PBH
A atenção primária de saúde é geralmente o primeiro ponto de contato que as pessoas têm com o seu sistema de saúde e, idealmente, deve fornecer, ao longo da vida, cuidados integrados, acessíveis e baseados na comunidade.
Os cuidados de saúde primários podem atender à maioria das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo da sua vida. Sistemas de saúde com uma atenção primária forte são necessários para se alcançar a cobertura universal de saúde.
No entanto, muitos países não têm instalações de atenção primária de saúde adequadas. Em outubro de 2018, a OMS co-organizou uma importante conferência global em Astana, no Cazaquistão, onde todos os países renovaram seu compromisso com a atenção primária de saúde. Esse posicionamento já havia sido oficializado na Declaração de Alma-Ata, em 1978.
Em 2019, a OMS trabalhará com parceiros para revitalizar e fortalecer a atenção primária de saúde nos países e dar seguimento aos compromissos específicos assumidos na Declaração de Astana.
8. Relutância em vacinar
Campanha de vacinação contra a pólio no Brasil. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
A hesitação para vacinar – a relutância ou a recusa, apesar da disponibilidade da vacina – ameaça reverter o progresso feito no combate a doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização. Trata-se de uma das formas mais custo-efetivas para evitar doenças e fatalidades. Atualmente, previnem-se cerca de 2 a 3 milhões de mortes por ano. Outras 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação tivesse maior alcance.
O sarampo, por exemplo, registrou um aumento de 30% nos casos em todo o mundo. As razões para esse crescimento são complexas e nem todos os casos se devem à chamada hesitação vacinal. No entanto, alguns países que estavam perto de eliminar a doença testemunharam seu ressurgimento.
As razões pelas quais as pessoas escolhem não se vacinar são complexas. Um grupo consultivo de vacinas para a OMS identificou a “complacência”, a “inconveniência” no acesso às vacinas e a falta de confiança como os principais motivos dessa relutância. Os profissionais de saúde, especialmente os que fazem parte das comunidades, continuam sendo os conselheiros e influenciadores mais confiáveis nas decisões sobre vacinação. Segundo a OMS, eles devem ser apoiados para fornecer informações de credibilidade sobre as vacinas.
Em 2019, a OMS intensificará os esforços para eliminar o câncer do colo de útero em todo o mundo, aumentando a cobertura da vacina contra o HPV, entre outras medidas. Esse também pode ser o ano em que a transmissão do poliovírus selvagem seja interrompida no Afeganistão e no Paquistão. No ano passado, menos de 30 casos foram registrados nos dois países. A OMS e seus parceiros estão empenhados em apoiá-los na vacinação de todas as crianças, a fim de erradicar definitivamente a poliomielite, uma doença incapacitante.
9. Dengue
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