Boletim diário da ONU Brasil: “Chefe da ONU diz que combate ao terrorismo na África traz proteção para cidadãos de todo mundo” e 8 outros.
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ter, 10 de jul 18:55 (Há 22 horas)
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Posted: 10 Jul 2018 02:41 PM PDT
Homem próximo a sua casa destruída em Baga, estado de Borno, na Nigéria, após intensos combates entre as forças militares da Nigéria, Níger e Chade e o Boko Haram. Foto: IRIN/Aminu Abubakar
Em Adis Abeba, na Etiópia, para a conferência anual da ONU e da União Africana, o secretário-geral António Guterres cobrou na segunda-feira (9) mais apoio da comunidade internacional para a África, sobretudo na área de combate ao terrorismo. Dirigente lembrou que a ascensão de grupos armados, como o Boko Haram, trouxe desafios de segurança que não podem ser enfrentados com abordagens tradicionais de promoção da paz.
“Precisamos entender que, quando as tropas africanas lutam contra terroristas no Sahel, elas não estão apenas protegendo os cidadãos do Sahel. Estão protegendo o mundo todo. E o mundo tem que ter solidariedade com a África, uma vez que as forças africanas protegem a todos nós”, disse o chefe das Nações Unidas.
Guterres lembrou que países fora do continente também podem impedir a perpetuação de cadeias criminosas globais. Segundo o secretário-geral, o fluxo de fundos ilegais, a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro tiram da África 50 bilhões de dólares por ano.
“Essa é a uma responsabilidade para a comunidade internacional, apoiar a África na garantia de que os recursos africanos permaneçam na África, para apoiar o desenvolvimento”, completou o chefe da ONU.
O secretário-geral celebrou desdobramentos políticos positivos, como a visita histórica do primeiro-ministro etíope à Eritreia e a assinatura de um cessar-fogo entre os principais grupos rivais do confronto civil do Sudão do Sul.
“Tudo isso nos dá esperança de que o continente africano andará cada vez mais rumo à paz e à segurança”, acrescentou Guterres.
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Posted: 10 Jul 2018 01:42 PM PDT
Duas crianças-soldado foram liberadas do serviço junto a grupos armados no Sudão do Sul. Foto: UNICEF/Sebastian Rich
No Sudão do Sul, 2,6 milhões de crianças com até cinco anos de idade só conhecem a realidade da guerra. O número representa 75% de todos os meninos e meninas nessa faixa etária e nascidos desde que o país africano conseguiu sua independência, em 2011. A estimativa foi divulgada neste mês (7) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF).
O território sul-sudanês é palco de um sangrento conflito civil desde 2013. A agência da ONU alerta que menores têm sido amplamente recrutados para lutar em grupos armados. Embora 800 crianças-soldado tenham sido libertadas dessas entidades, outras 19 mil continuam a servir como combatentes, carregadores e mensageiros, além de sofrer abusos sexuais. Mais de 500 casos de assédio já foram identificados pelo UNICEF.
Em 2014, 35% dos sul-sudaneses não sabiam de onde vinha a sua próxima refeição. Atualmente, o índice é estimado em 60%, com algumas áreas a apenas um passo da fome, especialmente durante a época de escassez. As taxas de subnutrição estão em níveis críticos, com mais de 1 milhão de crianças desnutridas, incluindo 300 mil à beira da morte.
Um em cada três escolas estão destruídas, ocupadas ou fechadas desde 2013. Como isso, cerca de 2 milhões de crianças estão sem educação — é a maior proporção de jovens fora da escola de todo o planeta.
Ajuda humanitária e refúgio
Ainda segundo o UNICEF, mais de cem trabalhadores humanitários já foram mortos em meio aos confrontos, incluindo um motorista da agência na semana passada. Desde o início da guerra em 2013, mais de 2,5 milhões de pessoas, entre elas, mais de 1 milhão de crianças, procuraram segurança em países vizinhos.
A chefe do fundo da ONU, Henrietta Fore, afirmou que “as partes em guerra podem e devem fazer mais para trazer de volta a paz, porque as crianças do Sudão do Sul merecem mais”.
Em junho, os dois principais grupos em confronto assinaram um cessar-fogo permanente, um desdobramento visto como positivo pelo UNICEF.
Fore acrescentou que “agora contamos com a liderança e os comandantes para respeitá-lo e, ao mesmo tempo, garantir que os trabalhadores humanitários recebam acesso sem restrições aos necessitados”.
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Posted: 10 Jul 2018 01:04 PM PDT
Projeto de construção e capacitação do UNOPS e da OIT no Haiti. Foto: UNOPS/Claude-André Nadon
Em 2017, o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) realizou a concepção, construção ou reabilitação de 2,3 mil quilômetros de estradas, 243 clínicas, 74 hospitais e 35 escolas. Presente em mais de 80 países, a agência da ONU divulgou neste mês os resultados de seu trabalho, analisados no Relatório de Sustentabilidade 2017 “Ações com Impacto”.
No ano passado, a instituição administrou 1,8 bilhão de dólares para projetos nas áreas de sustentabilidade, compras sustentáveis e desenvolvimento de infraestrutura. Recursos vinham de governos e parceiros que confiaram na agência da ONU.
Um dos projetos de destaque da publicação do UNOPS é implementado na Guatemala, onde o organismo apoia o governo na aquisição de medicamentos. Em 2017, a agência ajudou o Instituto Guatemalteco de Segurança Social (IGSS) a abastecer 124 hospitais e centros de saúde em todo o país com mais de 370 remédios. Por meio de processos de compras transparentes e eficientes, o IGSS estimou uma economia de 155 milhões de dólares, o que representou uma redução de aproximadamente 55% em relação aos custos iniciais previstos.
Outro exemplo é o projeto de modernização da agricultura familiar no Paraguai. Desde 2014, o UNOPS dá suporte a um conjunto de programas das autoridades para reabilitar mais de 40 mil hectares de terras agrícolas. A iniciativa tornou possível melhorar a segurança alimentar, a renda e a subsistência de cerca de 120 mil pessoas.
Igualdade de gênero no Brasil
No Brasil, o escritório trabalha com outras agências da ONU e os governos federal, estaduais e municipais apoiando a construção de centros socioeducativos, elaborando projetos para hospitais universitários e criando metodologias de orçamento para obras de patrimônio histórico.
O UNOPS também trabalha na construção de centros de assistência para mulheres vítimas de violência de gênero. Outras frentes de atuação do organismo internacional no Brasil incluem a elaboração de modelos de financiamento adequados para equipamentos públicos urbanos, a gestão hospitalar e os processos de compras de medicamentos.
Para cada projeto, o UNOPS segue três abordagens principais para que seus parceiros e países alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): fortalecer as capacidades dos governos de “fazer mais com menos”; ajudar as pessoas a atingir suas metas individuais, locais, nacionais e globais; e apoiar as nações na melhoria de sua eficácia.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui.
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Posted: 10 Jul 2018 12:44 PM PDT
Xangai, China. Foto: ONU-Habitat/Julius Mwelu
A China tornou-se uma das 20 economias mais inovadoras do mundo, enquanto a Suíça manteve o primeiro lugar no ranking do Índice Global de Inovação (GII, na sigla em inglês), publicado anualmente por Universidade de Cornell, Instituto Europeu de Administração de Empresas (INSEAD) e Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
Os dez primeiros lugares ficaram com Holanda, Suécia, Reino Unido, Cingapura, Estados Unidos da América, Finlândia, Dinamarca, Alemanha e Irlanda.
Atualmente em sua 11ª edição, o índice é uma ferramenta quantitativa detalhada que ajuda os tomadores de decisão do mundo todo a entender melhor como estimular a atividade inovadora que impulsiona o desenvolvimento humano e econômico.
O índice classifica 126 economias com base em 80 indicadores, que vão de taxas de registro de propriedade intelectual à criação de aplicativos móveis, gastos com educação e publicações científicas e técnicas.
A China ficou em 17º lugar no ranking, o que representa um avanço para uma economia que passa por uma rápida transformação, guiada por políticas governamentais que priorizam o investimento intensivo em pesquisa e desenvolvimento.
Embora os Estados Unidos tenham voltado ao posto número seis da lista, o país permanece como uma potência inovadora que produziu muitas das principais empresas de alta tecnologia do mundo e outras inovações que mudaram o cotidiano das pessoas.
“A rápida ascensão da China reflete uma direção estratégica da alta liderança do país para o desenvolvimento da capacidade de inovação e a mudança da base estrutural da economia para indústrias mais intensivas em conhecimento que dependem da inovação para manter vantagem competitiva”, disse o diretor-geral da WIPO. Francis Gurry. “Isso anuncia a chegada da inovação multipolar”.
América Latina e Caribe
O Chile ocupa o 47º lugar no ranking deste ano, o primeiro lugar da região da América Latina e Caribe, com pontos fortes em qualidade regulatória, matrícula no ensino superior, acesso a crédito, empresas que oferecem treinamento formal, criação de novos negócios e entradas e saídas de investimentos estrangeiros diretos.
A Costa Rica ocupa o segundo lugar na região. O país se destaca nos gastos com educação, acesso ao crédito, produtividade por trabalhador, pagamento de propriedade intelectual e alta participação da exportação de serviços de informação, comunicação, impressão e outras mídias.
O México, terceiro na região, tem como pontos fortes a facilidade de obtenção de crédito, manufatura técnica, importações e exportações técnicas e exportações de bens criativos.
O Brasil, a maior economia da região, ficou em 64º lugar no ranking deste ano, subindo cinco posições. O país tem força comparativa nos gastos com pesquisa e desenvolvimento, importações e exportações de alta tecnologia, qualidade de publicações científicas e de universidades, com destaque para a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“O Índice de Inovação Global é importante para construir e aperfeiçoar as políticas de inovação do Brasil, uma vez que aponta nossas oportunidades de melhorias e também nossos pontos fortes”, disse Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“É também um instrumento vital para a definição de novas políticas. Com a nova revolução industrial, a inovação tem um novo peso para o desenvolvimento e a competitividade dos países, e o Brasil deveria seguir esse caminho”, disse.
“As pequenas empresas são uma força econômica e social fundamental para o desenvolvimento de nosso país, e inovar é estratégico na busca de maior competitividade na economia brasileira”, afirmou Heloísa Menezes, diretora técnica no exercício da presidência do Sebrae. A CNI e o Sebrae também são parceiros do GII.
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Posted: 10 Jul 2018 10:29 AM PDT
Nesta edição do fórum, 47 países apresentarão seus relatórios nacionais voluntários sobre o processo de implementação e acompanhamento dos ODS. Foto: ONU
Representantes de governos, sociedade civil e setor privado reúnem-se em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, até a semana que vem (18) para o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável.
Com o tema “Transformação rumo a sociedades resilientes e sustentáveis”, o foco do encontro será avaliar o progresso na implementação dos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e discutir casos de sucesso, desafios e lições aprendidas para a construção de um planeta mais pacífico, próspero e saudável até 2030.
Para a edição de 2018, serão avaliados os avanços dos países na implementação dos ODS 6 (Água potável e saneamento), ODS 7 (Energia limpa e acessível), ODS 11 (Cidades e comunidades sustentáveis), ODS 12 (Consumo e produção sustentáveis) e ODS 15 (Vida terrestre).
Nesta edição do fórum, 47 países apresentarão seus relatórios nacionais voluntários sobre o processo de implementação e acompanhamento dos ODS. A delegação brasileira apresentará documento que indica os avanços nacionais no alcance da Agenda 2030. Representantes do governo também participarão de eventos paralelos, workshops para a elaboração de revisões voluntárias nacionais e acompanharão discussões sobre exemplos de implementação dos ODS.
Desde 2017, o Sistema ONU no Brasil, por meio do Grupo Assessor para a Agenda 2030, publica a série “Documentos Temáticos”, que apresenta temas e questões que a ONU considera relevantes no âmbito do processo de implementação dos ODS a serem apreciados no fórum. O objetivo é fornecer subsídios à Comissão Nacional dos ODS, nas diferentes temáticas.
Desde a entrada em vigor da Agenda 2030, o número de países que apresenta suas contribuições voluntárias mais do que dobrou. Após o fórum deste ano, mais de 120 países já terão submetido suas contribuições, mostrando o comprometimento em enfrentar os maiores desafios globais para o desenvolvimento sustentável do planeta.
Fórum
O fórum é a plataforma global para fornecer liderança política, orientações e recomendações para a implementação dos ODS. O encontro aponta iniciativas que têm resultados positivos, no âmbito do cumprimento da Agenda 2030, e orienta ações que devem ser aprimoradas, com foco na erradicação da pobreza, no crescimento econômico e na sustentabilidade do planeta.
Anualmente, o fórum se reúne, a nível ministerial, sob os auspícios do Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da ONU. Todos os ODS são analisados dentro de um ciclo de quatro anos, com o ODS 17 (Parcerias e meio de implementação) sendo discutido em cada sessão do fórum.
No nível global, o fórum é a principal plataforma para acompanhamento e revisão do cumprimento da Agenda 2030. Seu mandato é promover melhor responsabilização e concentrar esforços, também, em ações de territorialização dos ODS, que é o processo que fortalece ações em âmbito local para o alcance do desenvolvimento sustentável.
A cada quatro anos, o fórum se reunirá em nível de chefes de Estado na Assembleia Geral da ONU, com a intenção de manter questões de desenvolvimento sustentável como ênfase da agenda política internacional.
Clique aqui para fazer o download da série “Documentos Temáticos”.
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Posted: 10 Jul 2018 09:58 AM PDT
O estudante de medicina foi o vencedor da segunda fase do #DesafioUNAIDS, realizado pelo escritório do UNAIDS no Brasil em parceria com a Embaixada dos Países Baixos, em Salvador. Foto: UNAIDS
Entre os cerca de 800 habitantes da Praia do Contrato, no município de Igrapiúna, no sul da Bahia, um menino, filho de pai pescador e mãe marisqueira, sonhava em descobrir a cura da AIDS. E para isso, precisava tornar real seu sonho de fazer faculdade e escrever uma história diferente daquela que parecia estar traçada para ele dentro de seu povoado.
Todos os dias, Vinícius Nascimento cumpria religiosamente um trajeto de mais de cinco horas para ir e voltar da escola — quatro de barco e mais de uma hora de ônibus —, voltando para casa só à noite, depois das 20h.
Nesse percurso, chegou a pensar que seria professor de matemática, mas a afinidade com a biologia falou mais alto. E a vontade de ser médico veio como consequência, depois que começou a estudar enfermagem em Feira de Santana, já longe de seus pais. Decidiu que seria melhor trancar a faculdade por seis meses para se dedicar ao vestibular de medicina e, aos 21 anos, quando passou na prova, mudou-se para Salvador.
Cinco anos depois, hoje aos 26, Vinícius começa a escrever um novo capítulo da sua trajetória: no dia 19 de julho, ele embarca para Amsterdã, na Holanda, para participar da Conferência Internacional de AIDS 2018. O estudante de medicina foi o vencedor da segunda fase do #DesafioUNAIDS, realizado pelo escritório do UNAIDS no Brasil em parceria com a Embaixada dos Países Baixos, em Salvador.
“Sempre tive vontade de participar da Conferência Internacional de AIDS, mas, por questões financeiras, nunca foi possível. Ver esse desejo tornar-se concreto é uma oportunidade ímpar”, conta o estudante, que fará sua primeira viagem ao exterior.
As barreiras enfrentadas ao longo de sua trajetória como estudante nunca o fizeram desistir da medicina. Paralelamente aos estudos, começou a se envolver com trabalhos de prevenção e educação sexual e reprodutiva na universidade, com jovens da periferia de Salvador.
“Eu acabei assimilando o interesse pela temática do HIV e pesquisando mais sobre o assunto”, explica Nascimento. “O interesse em trazer o debate sobre sexualidade para a população universitária surgiu por perceber que muitos dos meus colegas não tinham conhecimentos básicos sobre esses temas relacionados ao HIV”.
A oportunidade de participar do concurso, aliada a sua experiência como ativista, deu vida ao projeto Simbora: um “papo reto” sobre saúde, prevenção e cuidado, que tem como objetivo promover rodas de conversa, livres de estigma e discriminação, para garantir acesso à informação sobre prevenção para pessoas em diversos contextos sociais.
“Prevenção e conhecimento partem também do autocuidado, do ‘se conhecer’ e ‘se ver’ como vulnerável, assim como qualquer outra pessoa que faz sexo”, explica o estudante. “O Simbora foi construído com a finalidade de garantir aos jovens da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e também da população vizinha, acesso a esse tipo de debate, de forma descontraída e bem informada”.
Com a data da viagem para Amsterdã se aproximando, Nascimento diz que o frio na barriga e a ansiedade para sua participação na Conferência Internacional de AIDS 2018 também crescem. “É uma grande oportunidade de participar de discussões em um sentido social e científico, além de agregar na minha formação como profissional. Acredito que vou absorver muitas ideias para construir pontes e quebrar barreiras que ainda existem, e que dificultam o acesso aos serviços de saúde”, conta Vinícius.
Han Peters, embaixador dos Países Baixos no Brasil, lembra que, desde o início da epidemia, a Holanda tem sido um dos países influentes na resposta ao HIV e que recursos e informações adequados são ferramentas fundamentais na prevenção.
“A Conferência em Amsterdã acolherá todas as populações para participar dos debates e tem convocado também a participação da geração mais nova de profissionais e ativistas”, diz o embaixador. “Estamos muito felizes que haverá uma delegação brasileira ampla, composta de jovens, funcionários públicos, da sociedade civil e de membros do UNAIDS Brasil”.
Desafio UNAIDS
O #DesafioUNAIDS surgiu com o objetivo de engajar influenciadores digitais, seus seguidores e fãs nas redes sociais, para mostrar que nenhuma pergunta sobre HIV e sexualidade merece ficar sem resposta. E mais: provocar uma reflexão sobre como estamos debatendo questões tão importantes como essas na internet.
Depois de mobilizar quase 40 influenciadores e alcançar mais de 1,3 milhão de visualizações orgânicas, o UNAIDS criou uma segunda etapa, para tirar o #Desafio do mundo virtual e levá-lo para o mundo real, em projetos e ações concretas com a comunidade.
A Diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, reforça a importância de envolver o jovem na resposta à epidemia, e que o investimento em juventude, como o feito pela Embaixada dos Países Baixos, é essencial.
“Quando cheguei ao Brasil em 2013, tínhamos a imagem de um país com uma resposta positiva e forte, mas percebi que não havia muito investimento no jovem. E temos feito isto com vários parceiros desde então”, explica. “Precisamos dos jovens para trazer ideias inovadoras e criativas, principalmente quando se trata de prevenção. Além disso, precisamos ouvir do jovem o que falta para que essa comunicação sobre prevenção realmente chegue a todo mundo”.
Da esquerda para a direita, Cleiton Euzébio de Lima, assessor de mobilização social e trabalho em rede do UNAIDS; Georgiana Braga-Orillard, diretora do UNAIDS no Brasil; Vinícius Nascimento, vencedor da segunda fase do concurso #DesafioUNAIDS; e Lieselotte Pellens, assessora do Departamento de Assuntos Políticos, Diplomacia Pública e Cultura da Embaixada dos Países Baixos, em Brasília. Foto: UNAIDS/Larissa Calixto/UNAIDS
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Posted: 10 Jul 2018 09:04 AM PDT
Clique para exibir o slide.Os municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo ficam no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 quilômetros da capital do estado, Aracaju. Ambos os municípios têm baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) — 0,567 e 0,529, respectivamente —, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil, de 2010. Apesar da proximidade com o rio São Francisco, um dos problemas mais sérios dos moradores desses municípios é a desertificação e a degradação da terra, agravadas pelos efeitos da seca.
O manejo adequado dos solos é fundamental para que os pequenos agricultores locais possam conviver de forma harmônica com o semiárido, a partir da preservação do meio ambiente e de uma produção sustentável. O uso sustentável dos recursos existentes na região e a recuperação de áreas degradadas são indispensáveis para a sustentabilidade ambiental, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento dos habitantes desses municípios.
É nesse contexto que faz toda a diferença o projeto Manejo do Uso Sustentável de Terras do Semiárido do Nordeste Brasileiro (Sergipe), implementado por meio de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, o Governo do Estado de Sergipe e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF).
Ações do projeto
“Este é um projeto que tem dois componentes principais. O primeiro é referente à governança. Temos tentado fortalecer a estrutura de governança no que diz respeito ao combate à desertificação não só no estado de Sergipe, mas também no Nordeste como um todo. Um segundo é uma ação mais estruturada para a recuperação de áreas degradadas em algumas comunidades no alto sertão sergipano”, explica a gerente de projetos do PNUD, Patrícia Benthien.
As atividades da região foram divididas em três eixos integrados: ambiental, produtivo e social. No eixo ambiental, destacam-se ações como recuperação de nascentes, instalação de barragens (chamadas barragens de base zero) e cordeamento de pedras para evitar a erosão no solo.
Na área produtiva, houve o fomento ao pequeno agricultor, tendo em vista processos de manejo adequado do solo, como nas áreas Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs). Finalmente, no eixo social, as ações privilegiaram a instalação de banheiros com fossas ecológicas para viabilizar o saneamento básico, a instalação e recuperação de cisternas, a construção de fogões ecológicos e treinamentos para que a população se aproprie das tecnologias e boas práticas utilizadas e oportunamente possa replicá-las.
“Eu nunca imaginei que tinha uma nascente aqui, porque a gente passava sempre por aqui e não via nada, só terra, soterrado. A partir de quando o projeto veio para cá, ficamos sabendo que tinha recuperação de nascente, e eu fiquei pensando ‘o que é uma nascente?’ Eu não sabia o que era uma nascente”, conta Daysiane Souza de Lima, moradora do assentamento Florestan Fernandes, no município de Canindé de São Francisco.
Para que a nascente fosse limpa, foi preciso mobilizar a comunidade, onde muitos não acreditavam que sua recuperação seria possível. “A gente tem uma nascente, que há mais ou menos dez anos estava abandonada por motivo de fortes chuvas, ela soterrou e a comunidade não tinha nem um recurso para reativá-la. Através do projeto, recuperamos nossa nascente, que hoje está garantindo um volume de água espetacular para nossos animais. Não pensei que isso seria possível um dia”, conta Geldino Cassiano de Lima, morador do assentamento Florestan Fernandes.
Já as BBZ são Barragens de Base Zero, instaladas no leito de pequenos córregos para evitar o assoreamento de rios e a formação de voçorocas (buracões). “O intuito delas é impedir o assoreamento de terra, que ia diretamente ao Rio São Francisco. Então, esses riachos já não levam mais terra para o rio”, conta Geldino.
“As barragens de base zero também auxiliam na recuperação de solos. São uns cordões de pedra, sobretudo em áreas onde passam pequenos córregos ou onde tem pequenas voçorocas, onde a água já está causando alguma erosão”, complementa Daniela Bento, da ONG Sociedade de Apoio Sócio-Ambientalista Cultural (SASAC).
As BBZ são construídas a partir de uma tecnologia simples, que utiliza as pedras da região, formando com elas uma barreira em formato de cone sobre os mananciais, sendo, assim, uma metodologia de fácil replicação.
“Um investimento simples, que você vai pegar a pedra da própria natureza e vai fazer com que a barragem fique quatro, cinco anos sem encher de novo com areia. O cara gasta com máquina pesada todo ano para limpar uma barragem, sendo que uma técnica simples de uma barragem de base zero filtra a água e mantém o solo com a vegetação normal, sem voçoroca, sem erosão, e ainda vai sustentar a água por mais tempo. Isso é maravilhoso”, explica Pedro França, morador do assentamento Modelo, em Canindé de São Francisco.
O conhecimento para a realização das barragens pode ser repassado e replicado facilmente. Pedro conta que participou dos treinamentos e aprendeu a construir as BBZs não apenas para seu assentamento, mas para passar o conhecimento adiante. “Aprendi as tecnologias não só para fazer neste momento, mas para passarmos para outras pessoas que queiram também aprender. Eu sempre vou a outras propriedades, outros assentamentos, ajudar o pessoal a medir o terreno para fazer BBZ”, afirma.
Além das barragens, os fogões ecológicos também têm papel importante no projeto. Eles estão sendo construídos levando em consideração a necessidade de redução da degradação ambiental a partir de menos consumo doméstico de lenha nativa, a necessidade de as famílias consumirem menos gás e, principalmente, eliminar a fumaça para o exterior da residência, evitando, assim, problemas respiratórios
Como as demais ações, a comunidade passou por treinamento para aprender como construir e utilizar os novos fogões, além de obter o conhecimento sobre a eficiência do produto e discutir quais seriam as famílias que primeiro receberiam o produto e o acabamento que ele teria para melhor representar a comunidade. A construção dos fogões ecológicos envolve mão de obra local, contribuindo para gerar renda e dar à comunidade a capacidade de replicar o uso dessa tecnologia social.
“Era o meu sonho ter um fogão desse na minha casa, porque eu tenho muitos netos, muitos filhos e, quando chegam, aí gasta muito gás. Com um fogão desse, a economia é grande. Além disso, não vem fumaça para dentro da casa, sai tudo pela chaminé”, relata Josefa Golveia da Silva, a primeira moradora a receber o fogão.
Josefa também conta que as mulheres foram muita ativas nas capacitações de conscientização sobre a importância do manejo de lenha. “Todas as mulheres aqui participaram do treinamento, opinaram sobre a produção do fogão. Elas gostaram muito, é o sonho delas esse fogão aqui”.
Clique para exibir o slide.“Sabemos que nas áreas do semiárido temos um consumo altíssimo da caatinga, então temos as atividades produtivas mais ecológicas, que são as implementações dos sistemas de integração pecuária, lavoura e florestas, os ILPFs e os sistemas agroflorestais, os SAFs, que integram produção agrícola juntamente com a caatinga”, explica Daniela Bento.
Os SAF têm como objetivo principal proteger a vegetação local e reflorestar áreas devastadas. Já as áreas de ILPF integram a lavoura, floresta e pecuária sob os cuidados da comunidade, para o desenvolvimento da agricultura familiar. A própria comunidade, então, aprende como manejar o solo, realizar as curvas de nível e otimizar o plantio de sementes.
“Para a gente, o ILPF é uma geração de riqueza, porque além de garantir a nossa segurança alimentar, fornece os insumos que para garantir alimentos para os nossos animais. Através disso aqui, a gente vai talvez até ampliar o nosso rebanho, porque a gente vai ter um alimento de mais qualidade e mais nutrição para os animais”, conta Geldino.
Todas as ações na comunidade se realizam de maneira horizontal, com a participação dos assentados nas discussões e implementações sobre as atividades. “Aqui, o trabalho coletivo está muito forte, fluindo mesmo, já faz parte da identidade da comunidade, e esse projeto veio para somar com isso, é um projeto que tem uma capacidade de envolver muito a comunidade”, afirma Daniela.
Essa participação é importante para que o projeto seja sustentável e consiga chegar a outras famílias e comunidades da região. “Uma vez implementadas essas ações, o projeto visa conscientizar as pessoas para que elas conscientizem outras pessoas, ou seja, é um processo de formiguinha. A gente traz uma proposta para a comunidade, e essa comunidade vai ser uma vitrine para as comunidades vizinhas”, explica o analista ambiental do MMA, Claudio Rodrigues dos Santos.
“A comunidade está com a autoestima lá em cima, inclusive os trabalhos coletivos que fazemos aqui, as comunidades todas interagindo, quando temos uma atividade prática, a comunidade está toda junta, seja na área de intervenção de BBZ, de recuperação de nascente, nas áreas dos SAFs, então o projeto é muito positivo para nós”, conclui Geldino.
Unidades de recuperação de áreas degradadas e redução da vulnerabilidade climática na região semiárida brasileira
Para a implementação dessas tecnologias sociais e boas práticas de manejo sustentável da terra (SLM) nas quatro comunidades rurais no Alto Sertão Sergipano, foi adotada a metodologia das URADs (Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas), que trabalha com os três eixos – ambiental, social e produtivo – de maneira integrada, para promover estratégias de recuperação de áreas degradadas e implementação de tecnologias de adaptação e de redução da vulnerabilidade às secas e à desertificação.
“É importante levar essa metodologia para as comunidades porque, por meio das ações ambientais, podemos trabalhar a conversão, o manejo sustentável dos solos, também tendo em vista as ações produtivas, de forma a aproveitar as tecnologias de conservação dos solos para potencializar essa área e melhorar as condições produtivas”, afirma o analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Rodrigues dos Santos.
João Alexandre de Freitas Neto, da ONG Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC), parceiro do projeto nas intervenções de campo, explica que as famílias gostam da proposta trazida pela URAD, pois têm espaço para que apontem suas necessidades e discutam as ações implementadas. “Já pudemos evidenciar diversos ganhos aqui dentro do assentamento, como a questão do envolvimento das pessoas, do sentimento de trabalho coletivo, de assessoria técnica, que vem se envolvido bastante nas atividades”, complementa.
Empoderamento feminino
Para a implementação das ações, o apoio da comunidade é fundamental. A participação das mulheres, contudo, foi essencial em todas as atividades. “Elas não ajudam, elas trabalham realmente no campo, dão conta da casa, das crianças, e conseguem estar junto com o esposo fazendo esse trabalho braçal, que é o trabalho da agricultura familiar”, conta Geldino.
Maria Izabel Guedes, moradora do assentamento Modelo, complementa que o projeto tem uma capacidade de envolver bastante a comunidade, mas que as mulheres tomaram a liderança em diversas atividades. “Os meninos iam junto com a gente para as reuniões, mas éramos nós que decidíamos, que participávamos mesmo dos encontros. E, na hora de colocar a mão da massa, todo mundo trabalhou em conjunto, mas foram as mulheres que mais trabalharam”, conta.
“As mulheres foram os machos mesmo, foram maria-macho, pegavam o balde com água e jogavam, nem os homens faziam o que as mulheres faziam, então eu acho importante isso, porque hoje em dia tem muito preconceito que a mulher não faz isso e não faz aquilo, mas é a mulher que está interagindo hoje mais do que o homem, temos mais uma independência para fazer as coisas”, finaliza Daysiane.
Objetivos de desenvolvimento sustentável
O projeto está alinhado com a Agenda 2030 e busca apoiar a região do Alto Sertão Sergipano para o desenvolvimento sustentável. Para isso, vários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) se integram de forma transversal.
“Esse projeto de fato se insere em vários ODS. Primeiro, de uma forma mais macro, pensamos no Objetivo 1, de erradicação da pobreza, com famílias de reforma agrária, que estão trabalhando para a promoção de uma agricultura sustentável ao mesmo tempo que estão conservando a caatinga, integrando assim com o ODS 2, porque a gente está aumentando a sustentabilidade da vida no campo, dessas pessoas estarem na terra produzindo e diminuindo a pobreza dessas famílias”, ressalta a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Sustentável (Cluster Planeta) do PNUD, Rose Diegues.
Além disso, outros ODS estão contemplados com a implementação de algumas atividades nos assentamentos. “Há um componente também de saneamento básico, de instalação de unidades sanitárias constituídas de um abrigo sanitário e uma fossa séptica. Então, observamos um alinhamento com o ODS 6. Além disso, por ser um projeto envolvido com o combate à desertificação e conservação de biodiversidade, a gente está implementando o ODS 15, que é de proteção à vida na terra”.
O projeto também alcança temas transversais, como a igualdade de gênero, com o empoderamento das mulheres camponesas, abrangendo, dessa forma, a implementação do ODS 5. E, para que todas as atividades sejam executadas de forma integrada, é preciso parceria entre os órgãos envolvidos, desde a escala municipal e estadual, o Governo Federal, as ONG locais e o PNUD como agência implementadora, observando, assim, a importância do ODS 17.
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Posted: 10 Jul 2018 08:36 AM PDT
Desmatamento é responsável por mais de 20% das emissões de gases do efeito estufa do mundo. Foto: Flickr(CC)/Leonardo F. Freitas
As florestas são aliadas do homem no combate às mudanças climáticas, absorvendo por ano cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2. Mas quando são desmatadas, as coberturas vegetais do planeta se transformam em motores do aquecimento global. Aproximadamente 20% das emissões de gases do efeito estufa são causadas pelo desmatamento. Em relatório divulgado neste mês (6), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) identifica um aumento na destruição das superfícies verdes do planeta.
De 1990 e 2015, a área da Terra coberta por florestas caiu de 31,6% para 30,6%. A agência da ONU aponta que o desmatamento é a segunda maior causa das mudanças climáticas, ficando atrás apenas da queima de combustíveis fósseis. As emissões geradas pela destruição da cobertura vegetal são maiores que as de todo o setor de transporte.
O levantamento da FAO revela ainda que a interrupção ou redução do desmatamento em zonas tropicais responderia por até 30% da capacidade de mitigar as mudanças climáticas.
Um obstáculo à proteção das florestas é o consumo de carvão vegetal. Nas regiões em que a demanda é alta, a produção exerce pressão sobre os recursos florestais e contribui para a degradação dos ecossistemas, especialmente quando o acesso às florestas não está regulamentado. Segundo o estudo da FAO, a população que depende de lenha varia de 63% na África a 38% na Ásia e 16% na América Latina.
Os continentes africano e sul-americano também estão na contramão do uso sustentável das superfícies verdes. Nos últimos 25 anos, cresceram no mundo as florestas manejadas para a conservação dos solos e das águas, mas essa expansão não foi verificada na África nem na América do Sul. Os territórios utilizados de maneira responsável representam hoje 25% de toda a cobertura vegetal do planeta. Nos países sul-americanos, o índice cai para apenas 9%.
Pobreza e meio ambiente
De acordo com a FAO, florestas são fonte de 20% da renda de famílias rurais em países em desenvolvimento. O relatório do organismo internacional alerta para uma estreita relação entre cobertura florestal e altas taxas de pobreza — no Brasil, por exemplo, pouco mais de 70% das áreas de florestas fechadas (densas, com grande cobertura de copa) apresentavam índices elevados de miséria.
A publicação mostra ainda que, na América Latina, 8 milhões de pessoas sobrevivem com menos de 1,25 dólares por dia nas regiões de florestas tropicais, savanas e seus arredores. Mundialmente, mais de 250 milhões de indivíduos vivem abaixo da linha da pobreza extrema nessas áreas: 63% estão na África, 34% na Ásia e 3% na América Latina.
Apesar da pequena participação da América Latina no total global, a FAO destaca que, nas zonas rurais latino-americanas, 82% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza estão em florestas tropicais, savanas e seus arredores. Essas regiões de mata são o lar de 85 milhões de pessoas na região.
Parque da Tijuca é exemplo de conservação
Destaque no relatório da FAO, o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, tem uma superfície de 4 mil hectares e foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2012.
A pesquisa da agência da ONU lembra que, para enfrentar a proliferação de espécies exóticas e a expansão urbana, a área foi reflorestada com árvores nativas. O governo também criou espaços recreativos para envolver a comunidade local e aumentar a conscientização sobre a proteção das florestas urbanas.
Desde 1999, o parque é administrado conjuntamente pela Prefeitura do Rio e pelo Ministério do Meio Ambiente. Atualmente, o local recebe 2,5 milhões de visitantes por ano e é um exemplo de restauração da Mata Atlântica. A reserva transformou-se num santuário para diversas espécies endêmicas.
Empresas florestais comunitárias na Guatemala
Na Guatemala, 70% das terras florestais estão sob algum tipo de proteção. Com concessões do governo, empresas comunitárias gerenciam mais de 420 mil hectares dentro da Reserva da Biosfera Maia. Em apenas um ano, de 2006 a 2007, as companhias obtiveram receitas de 4,75 milhões de dólares pela venda de madeira certificada. Outros 150 mil dólares vieram do comércio de produtos florestais não-madeireiros.
As cooperativas geraram mais de 10 mil empregos diretos e outros 60 mil indiretos. As instituições também pagavam aos trabalhadores mais que o dobro do salário normal, segundo dados coletados pela FAO.
Costa Rica: florestas e turismo
A Costa Rica é um dos principais destinos de turismo ecológico do mundo: em 2016, 2,9 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país e 66% deles afirmaram que o ecoturismo era um dos principais motivos da viagem.
Os visitantes gastaram em média 1.309 dólares por pessoa, trazendo uma renda para o país de 2,5 bilhões de dólares. Isso equivale a 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Uma parte do montante pode ser atribuída ao ecoturismo. Em 2015, apenas as áreas de conservação florestal receberam aproximadamente 1 milhão de estrangeiros e outros 900 mil turistas nacionais.
Acesse o relatório da FAO “Estado das Florestas no Mundo” na íntegra clicando aqui (em inglês).
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Posted: 09 Jul 2018 02:34 PM PDT
Em Atenas, Grécia, uma mulher carrega uma caixa, enquanto refugiados e migrantes fazem fila perto de contentores no campo de refugiados Skaramagas. Foto: UNICEF / Gripiotis
A relatora especial das Nações Unidas, Tendayi Achiume, afirmou na semana passada (2), em Genebra, que muitos políticos e partidos constantemente aproveitam o descontentamento econômico e os medos relacionados à segurança pública para promover ideologias racistas e xenofóbicas contra estrangeiros, povos indígenas e minorias sociais.
No relatório apresentado ao Conselho de Segurança, Achiume chama alguns Estados e atores dentro do Sistema das Nações Unidas de “corajosos” por terem condenado publicamente a xenofobia.
“No entanto, na maioria dos casos de racismo, nacionalismo étnico e xenofobia, muitos Estados permanecem em silêncio”, criticou a especialista, acrescentando que o silêncio de alguns países equivale à cumplicidade.
Achiume instou todos os Estados e órgãos regionais multilaterais a tomarem posições públicas firmes contra qualquer ato discriminatório.
Segundo a relatora, durante muito tempo os países têm usado questões como acesso à cidadania e direitos migratórios como ferramenta de discriminação, o que prejudica e promove a intolerância generalizada contra grupos marginalizados.
A exclusão por conta do status de cidadania ou do status formal de migração é motivada, muitas vezes, por preconceitos raciais, étnicos, religiosos ou de nacionalidade.
“Isso não apenas prejudica apenas os estrangeiros, como também torna os cidadãos pertencentes às minorias étnicas, raciais ou religiosas vulneráveis à discriminação e à intolerância”, observou.
Para ela, um exemplo são os cidadãos apátridos. Achiume explicou que o fato de muitos estrangeiros não terem a nacionalidade assegurada, mesmo quando estiveram em um mesmo país por gerações, é resultado de políticas e práticas discriminatórias de larga escala.
A relatora frisou ainda que essas limitações de direitos “têm uma dimensão de gênero”, já que em muitos países as mulheres não podem passar a nacionalidade aos filhos ou ao cônjuge.
O relatório destacou também haver países que usam leis de segurança nacional e antiterrorismo para desprover as pessoas de cidadania. Para a especialista, em termos práticos, a medida afeta de forma desproporcional as minorias raciais e religiosas.
Além disso, ela destacou a crescente desigualdade e relacionou o aumento da disparidade econômica com o aumento de partidos xenofóbicos e populistas.
“A marginalização econômica de grandes setores das populações nacionais facilita o bode expiatório, no qual migrantes, refugiados e outros estrangeiros são apontados como culpados pelos fracassos econômicos dos governos e pela ordem neoliberal global”, disse.
“Para piorar, líderes políticos oportunistas e grupos extremistas continuam a usar temores provocados por situações de descontentamento econômico para justificar a violação dos direitos humanos dos migrantes”, concluiu.
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