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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Reverendo Jesse Jackson fala sobre avanços e retrocessos rumo à igualdade racial nos EUA” e 18 outros.

Boletim diário da ONU Brasil: “Reverendo Jesse Jackson fala sobre avanços e retrocessos rumo à igualdade racial nos EUA” e 18 outros.

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Posted: 05 Apr 2018 01:35 PM PDT
Clique para exibir o slide.Defensor de direitos humanos, o pastor norte-americano Jesse Jackson fazia parte do grupo que acompanhava Martin Luther King no hotel Lorraine, em Memphis, Tennessee, onde o reverendo foi baleado e morto em 4 de abril de 1968.
Em entrevista ao UN News, Jackson falou sobre os avanços dos direitos civis nos Estados Unidos nos últimos 50 anos, lembrando que, no entanto, também estão ocorrendo retrocessos.
Ele destacou as desigualdades sociais nos EUA, onde “poucos têm muito e muitos têm pouco”, e que apesar de haver o princípio da igualdade racial para afro-americanos no país, “não temos igualdade econômica, e a raça foi usada para nos oprimir e nos negar acesso a recursos”.
“O acesso (dos negros) à educação, à saúde e ao desenvolvimento não é igualitário”, declarou. “Esta é a próxima fase da nossa luta, para além da liberdade racial, rumo à igualdade racial”, completou.
Jackson é atualmente chefe da organização Rainbow PUSH Coalition, que luta por mudanças sociais nos EUA. Ele foi pré-candidato à presidência pelo Partido Democrata em 1984 e em 1988.
Para o pastor, entre as principais conquistas desde a morte de King está o direito ao voto para os negros nos EUA. Outro avanço foi a eleição do primeiro presidente negro, Barack Obama, em 2008.
“Por outro lado, houve reações ao nosso progresso nos últimos anos pelas forças temerosas do (presidente norte-americano Donald) Trump, forças contrárias à justiça racial e à igualdade de gênero, houve certos retrocessos. Mas estamos reagindo. Estou convencido de que o voto é a ferramenta mais forte dessa luta.”
Jackson ressaltou que as lutas e o destino fizeram como que Obama e Martin Luther King proferissem discursos históricos, em épocas diferentes, na mesma área de Washington, ao se referir ao discurso “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”), de Martin Luther King, em 1963.
“Há muita pobreza na América. Poucas pessoas têm muito, muitas têm muito pouco. Há muita violência. Muita violência armada. Somos a nação mais violenta do mundo, produzimos a maior parte das armas, e atiramos com elas”, declarou. “Precisamos escolher o futuro em vez de funerais”.
Ele disse que os protestos massivos de estudantes em defesa de regras mais restritivas ao comércio e ao porte de armas nos EUA foi um divisor de águas que pode levar a uma nova coalizão global de consciência para garantir os valores da igualdade racial e dos direitos humanos para todos.
Ouça a entrevista:
https://news.un.org/en/sites/news.un.org.en/files/audio/2018/03/f-race-jackson-26mar18.mp3
 
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Posted: 05 Apr 2018 12:53 PM PDT
Nickolay Mladenov, coordenador especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio. Foto: ONU/Loey Felipe
Nickolay Mladenov, coordenador especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio. Foto: ONU/Loey Felipe
Antes dos protestos planejados para esta sexta-feira (6) na fronteira entre Gaza e Israel, o enviado das Nações Unidas no processo de paz do Oriente Médio pediu às forças israelenses que exercitem o máximo de contenção e aos palestinos para evitar atritos na Faixa de Gaza.
A área foi cenário de violência letal – com pelo menos 15 palestinos mortos – em meio a manifestações similares na última sexta-feira (30).
Em um comunicado nesta quinta-feira (5), o coordenador especial da ONU, Nikolay Mladenov, disse que está “seguindo com preocupação” os preparativos e a retórica para a chamada “Grande Marcha de Retorno” de sexta-feira em Gaza.
“Manifestações e protestos devem ser autorizados a prosseguir de maneira pacífica. Civis, particularmente crianças, não devem ser intencionalmente colocados em perigo ou alvejados de forma alguma”, ressaltou.
A advertência de Mladenov se segue à violência da sexta-feira, durante a qual milhares de palestinos marcharam para a fronteira de Gaza com Israel para protestar contra o bloqueio de longa data do enclave.
De acordo com relatórios do Ministério da Saúde da Palestina, 15 palestinos foram mortos e mais de mil ficaram feridos.

“Eu convoco todas as partes a evitar o confronto e exercer a máxima contenção. Eu particularmente exorto Israel a exercer extrema cautela com o uso da força, a fim de evitar baixas. Os civis devem poder exercer seu direito de se manifestar pacificamente”

António Guterres, secretário-geral da ONU
Algumas das vítimas foram mortas com munição real usada pelas forças de segurança israelenses. Outras vítimas seguiram os confrontos armados entre palestinos e forças de segurança israelenses, incluindo o bombardeio de um ponto de observação do Hamas.
Também houve relatos – do governo de Israel – sobre militantes tentando atravessar a cerca para tentar plantar explosivos. Os palestinos também teriam enviado uma menina de nove anos através da cerca, mas as forças israelenses conseguiram mandá-la de volta em segurança.
Após os acontecimentos, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a uma investigação independente e transparente sobre o incidente. O Conselho de Segurança também convocou uma reunião de emergência sobre o tema.

“Civis devem poder exercer seu direito de se manifestar pacificamente”

Nesta quinta (5), recordando os acontecimentos da sexta passada, Guterres reiterou “seu apelo a todos os interessados para que se abstenham de qualquer ato que possa levar a mais violência ou colocar civis em perigo, especialmente crianças”.
“Eu convoco todas as partes a evitar o confronto e exercer a máxima contenção. Eu particularmente exorto Israel a exercer extrema cautela com o uso da força, a fim de evitar baixas. Os civis devem poder exercer seu direito de se manifestar pacificamente”, afirmou o chefe das Nações Unidas.
Ela destacou a “urgência” de acelerar os esforços para retomar “negociações significativas” que permitirão que palestinos e israelenses vivam “em dois Estados democráticos lado a lado em paz e dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”.
“Eu reafirmo a prontidão das Nações Unidas para apoiar esses esforços”, acrescentou Guterres.
 
Posted: 05 Apr 2018 12:44 PM PDT
Foto: Rusty Stewart/Flickr/CC
Foto: Rusty Stewart/Flickr/CC
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, ACNUR, lamentou na última terça-feira (3) o cancelamento feito no mesmo dia, pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do Acordo Israel-ACNUR do dia anterior sobre soluções para eritreus e sudaneses que vivem em Israel.
“O Acordo foi resultado de discussões durante um longo período de tempo, e refletia um esforço conjunto para encontrar uma solução que oferecesse proteção internacional para pessoas que chegam a Israel fugindo da guerra ou de perseguições, à medida que atendia as preocupações das comunidades israelenses de acolhida”, afirmou o ACNUR.
A agência da ONU disse “seguir acreditando” que um acordo que beneficie ambos – Israel e as pessoas que buscam refúgio – é do interesse de todos. “Também encorajamos o governo de Israel a considerar o assunto e, enquanto isso, continuamos dispostos a ajudar.”
A promoção de respostas comuns e o compartilhamento de responsabilidades entre países sobre a questão do refúgio têm sido, por décadas, uma parte do trabalho do ACNUR.
Com mais de 65 milhões de pessoas deslocadas à força, das quais um terço são refugiados, a necessidade em encontrar soluções nunca foi tão grande.
 
Posted: 05 Apr 2018 12:25 PM PDT
Clique para exibir o slide.Adrian Laidley, de 23 anos, cresceu temendo por sua vida. Como homem gay na Jamaica, ele teve que esconder sua sexualidade para se proteger de ataques violentos. Hoje ele é reconhecido como refugiado na Holanda, onde encontrou segurança e liberdade pessoal em seu novo lar, um projeto habitacional revolucionário para refugiados e jovens holandeses.
“Eu vivia com medo de ser espancado – e até mesmo ser morto, então, tive que me esconder”, disse Adrian, que foi forçado a fugir de Kingston, capital da Jamaica, em 2015. “A cada dia eu me sentia menos seguro no ambiente em que vivia”.
Violência, discriminação e até mesmo criminalização fazem parte da realidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas trans e intersex (LGBTI) na Jamaica. Com medo de ser expulso por sua família, Adrian ocultou sua orientação sexual pelo tempo que pôde. Mas sabia que não poderia se esconder para sempre.
“Se você vem de uma comunidade onde ser gay não é aceito, em algum momento você é forçado a sair dela e, geralmente, acaba nas ruas”, afirmou Adrian. “Eu temia isso. E essa situação poderia acontecer comigo a qualquer momento”.
Adrian buscou secretamente o apoio de uma ONG que trabalha com jovens LGBTI e se inscreveu em um programa que ajuda pessoas em situação de risco a saírem do país. No início de 2015, Adrian entrou para uma lista de espera de pessoas que buscam encontrar segurança na Europa.
“Eu decidi sair por conta própria, não podia falar sobre isso com ninguém”, disse. “Eu estava extremamente ansioso, pronto para partir a qualquer momento. Vivia no meu limite, e não podia fazer planos para o futuro.”
Enquanto esperava pela oportunidade de partir, Adrian se preparava para sua nova vida estudando holandês e aprendendo sobre a história e a cultura da Holanda. Ele sabia que seria mais frio e que a comida e as praias seriam diferentes. Ele tinha apenas uma vaga ideia de como seria livre para viver e amar como quisesse.
“Eu sabia que poderia recomeçar minha vida e escolher meu próprio caminho”, contou. “Mas eu não sabia o que isso significaria. Foi uma experiência totalmente nova para mim”.
Por fim, recebeu o esperado telefonema. Com apenas cinco dias para se preparar, Adrian disse à família e aos amigos que havia ganhado uma bolsa de estudos na Holanda. Em poucos dias, o jovem estava sentado diante de autoridades de imigração no aeroporto de Amsterdã. Após explicar o motivo de sua chegada, os guardas responderam que ele não precisava mais se preocupar, e que ali estaria seguro.
“Eles me disseram ‘está tudo bem, agora que você finalmente está aqui, você pode ser quem você é'”, lembrou. “Eu me senti livre e sabia que não tinha que me esconder mais, que não precisava ter medo de ser perseguido”.
Apenas algumas semanas depois, um conhecido revelou a sexualidade de Adrian para sua família e amigos na Jamaica. Seus dois irmãos e a maioria de seus amigos o renegaram, enquanto sua mãe e irmã o advertiram para nunca mais voltar para casa.
“Senti-me completamente rejeitado”, disse Adrian. “Eu não tinha amigos, não conhecia ninguém aqui. Me senti desamparado neste grande lugar vazio sem ninguém. Mas tive sorte de já estar aqui. Se eu ainda estivesse na Jamaica, provavelmente estaria morto”.
Adrian recebeu refúgio e se mudou de um alojamento para um apartamento compartilhado em Amsterdã. A sorte bateu à sua porta quando ganhou um apartamento no Startblok, um novo projeto habitacional administrado pelo município de Amsterdã nos arredores da cidade.
A ideia era inovadora: nove blocos de contêineres organizados em cima de um antigo campo esportivo foram transformados em moradias populares para 565 moradores; metade refugiados e metade jovens holandeses.
Adrian mudou-se quando o projeto foi inaugurado no verão de 2016. Seu novo apartamento ficava em um corredor com outros 26 – um número igual de holandeses e de refugiados de países como Síria e Afeganistão. De repente, Adrian descobriu que não estava mais sozinho.
“Antes eu estava apenas convivendo com outros refugiados – eu não conhecia meus vizinhos”, disse Adrian. “Foi uma grande diferença morar aqui, onde todos se tornam amigos”.
Aproveitando a vida social repleta de eventos, aulas e encontros realizados pelos moradores de Startblok, Adrian logo formou um grupo de amigos de todas as partes do mundo.
“Adrian e eu percebemos imediatamente que tínhamos o mesmo senso de humor sarcástico”, disse a residente holandesa Amber Borra, que se mudou para um apartamento em Startblok para fugir das acomodações superlotadas de estudantes. Ela ficou surpresa ao encontrar uma atmosfera tão descontraída. “Você encontra pessoas tão facilmente aqui”, afirma Amber, de 26 anos.
“Eu fiquei interessada em morar com os recém-chegados depois de tudo o que vi nos noticiários”, concluiu Amber.
Desde que se conheceram, há dezoito meses, Amber ajudou Adrian a aprender holandês e a se adaptar à sua nova vida na Holanda. Contudo, para Adrian, morar em Startblok é mais do que se integrar a uma nova cultura, encontrar amigos e estabelecer conexões. É a chance de finalmente viver abertamente, livre do medo.
“Aprendi que as pessoas aqui na Holanda são abertas e esperam abertura de você”, contou. “Foi ótimo saber disso. Todo mundo é mente aberta e amigável. Nós nos entendemos e compreendemos as diferentes razões pelas quais estamos aqui”.
Atualmente, Adrian estuda e trabalha meio período, guiando visitas para grupos de pessoas de todas as partes do mundo. Ele não tem planos de se mudar.
“Eu não quero perder todos os amigos que tenho aqui”, disse ele que, em alguns anos, planeja se candidatar à cidadania holandesa. “Estou acostumado a esta vida agora, ver refugiados e holandeses convivendo todos os dias, apenas como pessoas normais. É um alívio estar aqui. Eu busco aproveitar ao máximo”.
 
Posted: 05 Apr 2018 12:03 PM PDT
A empresa do setor elétrico Neoenergia firmou parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para promover os direitos das crianças e dos adolescentes no Semiárido brasileiro e disseminar conceitos do uso seguro e eficiente da energia elétrica. Foto: EBC
A empresa do setor elétrico Neoenergia firmou parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para promover os direitos das crianças e dos adolescentes no Semiárido brasileiro e disseminar conceitos do uso seguro e eficiente da energia elétrica. Foto: EBC
A empresa do setor elétrico Neoenergia firmou nesta quinta-feira (5) no Rio de Janeiro parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) com o objetivo de promover os direitos das crianças e dos adolescentes no Semiárido brasileiro e disseminar conceitos de uso seguro e eficiente da energia elétrica.
A parceria foi firmada por meio das distribuidoras Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), Companhia Energética de Pernambuco (CELPE) e Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN). A ação faz parte do Programa de Eficiência Energética, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
A iniciativa ocorre por intermédio do Projeto Educação com Energia de CELPE, COELBA e COSERN. A intenção é difundir, para professores dos municípios situados no Semiárido nordestino, orientações sobre uso eficiente da energia, alinhadas aos conhecimentos sobre os direitos da criança e do adolescente. O projeto deve mobilizar 150 escolas em municípios de Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Durantes as ações de capacitação e sensibilização para professores e alunos, serão abordados três tópicos: fundamentos da eficiência energética (energia, fontes energéticas, recursos e tecnologias); eficiência energética na escola e nas residências (conta de energia, dicas de consumo sustentável, uso eficiente na escola e residência, exercícios de cálculo de consumo); e meio ambiente e sustentabilidade (aquecimento global, mudanças climáticas, energia renovável e convivência com o Semiárido).
Cada município participante terá, em conformidade com a metodologia da formação, um plano de ação para repassar o conteúdo. As atividades realizadas pelas gestões municipais serão compartilhadas para todos os participantes do Selo UNICEF por meio da plataforma virtual da organização, como estratégia para inspirar outros municípios.
Em 2016, 312 municípios do Semiárido nordestino foram certificados com o Selo UNICEF. A iniciativa tem finalidade de estimular os municípios a implementar políticas públicas para diminuir as desigualdades e garantir os direitos das crianças e dos adolescentes previstos na Convenção sobre os Direitos da Criança e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
 
Posted: 05 Apr 2018 11:38 AM PDT
Projeto Bem Diverso na comunidade do Alto do Rio Pardo de MG. Foto: Projeto Bem Diverso
Projeto Bem Diverso na comunidade do Alto do Rio Pardo de MG. Foto: Projeto Bem Diverso
Assim como os indígenas e quilombolas, as populações tradicionais do norte de Minas Gerais, conhecidas como “geraizeiros”, têm formas próprias de organização social, ocupação e manejo de territórios e recursos naturais, que são condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica. O grupo utiliza conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
Com o apoio do Projeto Bem Diverso, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que capacita comunidades rurais para a produção sustentável, ocorre de 6 a 8 de abril em Catanduva, município de Vargem Grande do Rio Pardo (MG), a 5ª Conferência Geraizeira, que discutirá os desafios atuais e comuns a essas comunidades. O encontro representa um marco da movimentação de luta e resistência e busca facilitar o acesso a direitos constitucionais.
Sob o tema “Água e Território”, a conferência deste ano tem como objetivos pensar a caminhada e o reflexo dos anos de luta no campo pelos direitos de povos e comunidades tradicionais; e se tornar um momento para celebrar as conquistas e articular propostas que dialoguem com o modo de vida dos povos e comunidades tradicionais, visando incidir nas políticas públicas e efetivando direitos.
O Projeto Bem Diverso foi lançado em 2015 com o objetivo de conservar a biodiversidade brasileira e gerar renda para as comunidades tradicionais e de agricultores familiares. A iniciativa terá duração prevista de cinco anos e é executada diretamente pelo PNUD com coordenação técnica da Embrapa.
A ação também tem entre suas metas contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira em paisagens de múltiplos usos, por meio do manejo sustentável da biodiversidade e de sistemas agroflorestais, de modo a assegurar os modos de vida dessas comunidades, gerando renda e melhorando a qualidade de vida.
Segundo o assessor técnico do Projeto Bem Diverso, Fernando Moretti, as atividades são planejadas e realizadas de forma participativa. “Existe um comitê local do projeto que reúne as lideranças e parceiros institucionais, que discutem o plano de ação”, explicou. Segundo ele, a iniciativa trabalha com a viabilidade econômica das cooperativas com assessoria técnica, capacitações e intercâmbios.
Moretti enfatiza a importância do tema central da 5ª Conferência Geraizeira. “A água é fundamental em qualquer ecossistema para a conservação da biodiversidade, ainda mais no bioma Cerrado, considerado o berço das águas, e onde a agricultura predatória contribuiu para a seca de diversas nascentes”, declarou.
O PNUD apoia a conferência por meio de parceria com o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de MG (CAA/NM) e estará presente com a participação da equipe técnica do projeto.
 
Posted: 05 Apr 2018 11:12 AM PDT
Secas foram principal causa de perdas econômicas na agropecuária de países em desenvolvimento na África, América Latina e Caribe. Foto: FAO/Giulio Napolitano
Secas foram principal causa de perdas econômicas na agropecuária de países em desenvolvimento na África, América Latina e Caribe. Foto: FAO/Giulio Napolitano
De 2005 a 2015, a agropecuária da América Latina e do Caribe teve prejuízo de 22 bilhões de dólares devido a desastres naturais. É o que revela um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Agência da ONU aponta que as secas foram os fenômenos mais destrutivos para a produção agrícola, causando perdas de 13 bilhões de dólares nas safras e na pecuária.
O Brasil e a Argentina são lembrados na pesquisa por terem sido palco de estiagens devastadoras em 2012. Os episódios de seca estiveram associados ao fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento da temperatura da superfície de porções do Oceano Pacífico, desregulando o regime de chuvas em diferentes regiões do mundo.
Ao longo do decênio 2005-2015, 2012 foi o ano de maior volume de perdas econômicas na agropecuária provocadas por desastres — 7 bilhões de dólares —, seguido por 2014, quando estiagens em Honduras, Guatemala e El Salvador agravaram prejuízos no setor, causando danos e baixas produtivas estimados em pouco mais de 6 bilhões de dólares.
Na avaliação da FAO, houve a partir de 2010 um aumento considerável do impacto de fenômenos naturais sobre a produção agrícola. O quadriênio 2011-2014, por exemplo, acumula um valor aproximado de 17 bilhões de dólares em perdas — o que representa quase 80% do registrado em todo o período 2005-2015.
Quando analisadas as culturas e cadeias produtivas, a agência da ONU revela que os legumes como feijões, lentilhas e grão-de-bico foram os mais afetados, com perdas chegando a quase 8 bilhões de dólares.

Desastres e agropecuária no mundo

Segundo o levantamento da FAO, de 2005 a 2015, os desastres naturais em todo o mundo custaram 96 bilhões de dólares à agropecuária dos países em desenvolvimento. Metade desse valor foi calculado para prejuízos na Ásia. Os outros 26 bilhões de dólares equivalem a perdas na África.
Secas foram responsáveis por quedas e perdas de produção estimadas em 29 bilhões de dólares — desse montante, 10,7 bilhões foram prejuízos no continente africano e 13 bilhões, na América Latina e Caribe.
Na Ásia, os fenômenos naturais mais devastadores para a produção de alimentos foram as enchentes e tempestades. Terremotos, tsunamis e temperaturas extremas também afetaram significativamente a agropecuária.
“Os setores agrícolas, que incluem a produção da agricultura e da pecuária, bem como a silvicultura, a pesca e a aquicultura, enfrentam muitos riscos, como a volatilidade do clima e do mercado, pestes e desastres, eventos climáticos extremos e um número crescente de crises e conflitos prolongados”, alertou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
O relatório do organismo internacional também chama atenção para os perigos a que estão suscetíveis os pequenos Estados insulares em desenvolvimento. Nessas ilhas, que são particularmente vulneráveis a tsunamis, abalos sísmicos, enchentes e tempestades, as perdas econômicas aumentaram de 8,8 bilhões de dólares no período 2000-2007 para mais de 14 bilhões em 2008-2015.
Acesse a pesquisa na íntegra clicando aqui.
 
Posted: 05 Apr 2018 11:04 AM PDT
Clique para exibir o slide.Com o intuito de discutir os desafios da pauta populacional, o evento “I Diálogos Brasileiros em População e Desenvolvimento – Marielle Franco, presente” iniciou suas atividades na quarta-feira (4) em Brasília (DF).
O debate foi aberto pela ex-presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento e conselheira do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Elza Berquó, que falou sobre a atual conjuntura sociopolítica do país e a importância de abordar a situação dos refugiados em âmbito mundial.
“Eles estão ocupando o espaço que anteriormente eram das migrações e todos os dias temos homens, mulheres e crianças que morrem nas travessias continentais pelos mares, fugindo de governos totalitários ou por questões religiosas”, declarou. Elza participou ativamente e foi relatora da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento que aconteceu em Cairo, no Egito, em 1994.
A Conferência de Cairo foi relembrada pelo representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal. Além de pontuar a importância da participação brasileira em eventos como este, saudou o país pelo movimento de vanguarda em se tratando de populações em desenvolvimento. “O Brasil conta com a participação bem articulada de pessoas da sociedade civil, academia, especialistas e governo nos debates internacionais. Nas próximas reuniões, assuntos que não foram abordados em Cairo vão ser levantados. Vamos pôr em discussão os direitos sexuais e reprodutivos, o racismo e a vulnerabilidade de povos negros e indígenas”.
Organizado pela Rede Brasileira de População e Desenvolvimento (REBRAPD), com o apoio do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (IREL/UnB), o evento é uma oportunidade de trocas de conhecimento entre sociedade civil das cinco regiões do país, governo brasileiro, Sistema ONU e o corpo acadêmico.
A vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro há cerca de 20 dias, foi homenageada por seu trabalho exponencial com as populações negras e periféricas. “Marielle foi a encarnação de um slogan da agenda populacional que diz: ‘cada pessoa conta’. Mulher, negra, periférica e LGBT, a vereadora nos mostrou que a rua é um espaço de política e reafirma a dificuldade que é, para nós, acreditarmos nos direitos humanos”, declarou Richarlls Martins, coordenador da REBRAPD.
Jaime Nadal lembrou os 50 anos da morte do líder negro Martin Luther King e também prestou solidariedade a Marielle e ao motorista Anderson Gomes, assassinado no mesmo episódio. “Marielle foi um marco pela sua participação, renovação e nos lembra as bandeiras da ONU perante o combate ao racismo, ao machismo e a todas as opressões”, disse o representante do UNFPA Brasil.
O “I Diálogos Brasileiros em População e Desenvolvimento” acontece até sexta-feira (6), no Instituto de Relações Internacionais da UnB. A atividade visa auxiliar na atuação da sociedade civil para a defesa da agenda da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento de Cairo, da Conferência de Montevidéu, além de debater os cenários geopolíticos locais, regionais e globais no marco da agenda de população e desenvolvimento.
 
Posted: 05 Apr 2018 10:25 AM PDT
O campo de Zaatari, na Jordânia, fez a mudança para energia limpa no dia 13 de novembro, inaugurando a maior usina de energia solar já construída num campo de refugiados. Foto: ACNUR/Yousef Al Hariri
O campo de Zaatari, na Jordânia, fez a mudança para energia limpa no dia 13 de novembro, inaugurando a maior usina de energia solar já construída num campo de refugiados. Foto: ACNUR/Yousef Al Hariri
O setor de energia solar dominou como nunca antes a nova capacidade de geração elétrica em 2017, assim como os investimentos globais, informou relatório “Tendências globais no investimento em energias renováveis 2018“, publicado pela ONU Meio Ambiente nesta quinta-feira (5).
O mundo instalou um recorde de 98 gigawatts (GW) de nova capacidade solar, um aporte mais alto que o das demais tecnologias. As outras fontes renováveis agregaram 59 GW em conjunto, as usinas de carvão, 35 GW, as de gás, 38 GW, as de petróleo, 3 GW, e a energia nucelar contribuiu com 11 GW de capacidade de geração.
energia solar também atraiu muito mais investimento: 160,8 bilhões de dólares, ou seja, 18% mais na comparação com o ano anterior, e mais que qualquer outra tecnologia. Recebeu 57% do investimento total do ano para todas as energias renováveis, excluindo as grandes hidrelétricas — 279,8 bilhões de dólares — e obteve mais investimentos para nova capacidade de geração que o carvão e o gás, com estimados 103 bilhões de dólares.
A força impulsionadora por trás da onda de investimento solar do ano passado foi a China, que agregou 53 GW — mais da metade do total — e investiu 86,5 bilhões de dólares, um aumento de 58% em relação ao ano anterior.
O relatório foi publicado pela ONU Meio Ambiente em colaboração com a Escola de Finanças e Administração de Frankfurt e a empresa de dados Bloomberg New Energy Finance. De acordo com o documento, os custos decrescentes da eletricidade solar e, em certa medida, da energia eólica continuam impulsionando o aumento dos investimentos.
O ano passado foi o oitavo consecutivo no qual o investimento mundial em energias renováveis excedeu 200 bilhões de dólares. Desde 2004, o mundo investiu 2,9 trilhões nessas fontes de energia.
“O aumento extraordinário do investimento solar mostra como o mapa de energia global está mudando e, o que é mais importante, quais são os benefícios econômicos dessa mudança”, disse Erik Solheim, diretor-executivo da ONU Meio Ambiente.
“Os investimentos em energias renováveis atraem mais pessoas para a economia, oferecem mais empregos, trabalhos de melhor qualidade e empregos mais bem remunerados. A energia limpa também significa menos poluição, o que significa um desenvolvimento mais saudável e feliz.”
Em geral, a China foi o maior país investidor de energias renováveis, com um recorde de 126,6 bilhões de dólares, 31% mais que em 2016. Também houve amplos incrementos no investimento de Austrália (147%, para 8,5 bilhões de dólares), México (810%, para 6 bilhões de dólares) e Suécia (127%, para 3,7 bilhões de dólares).
No ano passado, encomendou-se um recorde de 157 GW de energia renovável, frente aos 143 GW de 2016, superando amplamente os 70 GW de capacidade geradora agregada de combustíveis fósseis (depois do ajuste pelo fechamento de algumas usinas existentes).
“O mundo agregou mais capacidade solar que as usinas de carbono, gás ou nucleares combinadas”, disse Nils Stieglitz, presidente da Escola de Finanças e Administração de Frankfurt. “Isso mostra para onde nos dirigimos. As energias renováveis ainda estão longe de atender a maior parte da demanda elétrica, mas isso significa que ainda temos um longo caminho a percorrer”.
Alguns grandes mercados, no entanto, viram diminuições no investimento em energias renováveis. Nos Estados Unidos, o investimento caiu 6%, chegando a 40,5 bilhões de dólares. Na Europa, houve uma queda de 36%, para 40,9 bilhões de dólares, com grandes reduções no Reino Unido (65%, para 7,6 bilhões de dólares) e Alemanha (35%, para 10,4 bilhões de dólares). O investimento no Japão caiu 28%, para 13,4 bilhões de dólares.
Angus McCrone, editor-chefe da Bloomberg New Energy Finance e principal autor do relatório, afirma que nos países em que houve um investimento menor geralmente ocorreu uma mistura entre mudanças no apoio a políticas, o calendário de financiamento de grandes projetos, como os de energia eólica marinha, e menores custos de capital por megawatt.
Os investimentos mundiais em energias renováveis entre 2007 e 2017 (2,7 trilhões de dólares) aumentaram de 5,2% para 12,1% a proporção mundial de eletricidade gerada por energia eólica, solar, geotérmica, marinha, de biomassa ou por conversão de resíduos em energia, e de pequenas centrais hidrelétricas.
O nível atual de eletricidade gerada pelas energias renováveis corresponde a aproximadamente 1,8 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono, o que equivale às emissões produzidas por todo o sistema de transportes dos Estados Unidos.
 
Posted: 05 Apr 2018 09:01 AM PDT
Crianças refugiadas no campo de Zaatari, na Jordânia. Foto: ACNUR/Balqis Albsharat
Crianças refugiadas no campo de Zaatari, na Jordânia. Foto: ACNUR/Balqis Albsharat
Para angariar apoio às populações vivendo em situação de refúgio, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) dá início amanhã (6) a uma caravana global de atividades de conscientização. A campanha começa com um dia de atividades esportivas no campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia. Em junho, a iniciativa chegará ao Brasil, onde será realizada a Copa dos Refugiados. Competição acontece em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
Até 1º de outubro, a caravana — chamada Turnê Mundial #ComOsRefugiados, em menção à campanha homônima do ACNUR — promoverá dezenas de eventos públicos em todos os cantos do planeta. O objetivo é trazer visibilidade para os desafios de quem tem que deixar sua vida para trás por causa de guerras, conflitos armados e violações de direitos humanos.
A lista de atividades já confirmadas está disponível em inglês em www.unhcr.org/withrefugees/world-tour-events.
A inauguração em Zaatari, que atualmente é o lar de 79 mil sírios, terá oficinas esportivas com atletas internacionais, como a egípcia Aya Medany, do pentatlo moderno. O evento é realizado em parceria com a organização não governamental Peace and Sport, para marcar o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz, lembrado anualmente em 6 de abril.
No Brasil, a Copa dos Refugiados acontecerá nas cidades de Porto Alegre (2 e 3 de junho), São Paulo (14, 15, 21 e 22 de julho) e Rio de Janeiro (4 e 5 de agosto). O torneiro contará com a participação de 250 jogadores de 16 nacionalidades.
Outros eventos da Turnê incluem um desfile de moda em Chicago com tecidos feitos por refugiados no Quênia; uma exposição fotográfica em Paris; uma semana de eventos na Ilha de Jeju, na Coreia do Sul; e competições de judô na África do Sul. A campanha se encerra no dia 1º de outubro, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Nansen do ACNUR, em Genebra.
“Pela ação, as pessoas podem demonstrar solidariedade e apoio aos refugiados. Cada ação individual conta”, afirma Leigh Foster, chefe de Campanhas, Eventos e Embaixadores da Boa Vontade do ACNUR.
“A campanha #ComOsRefugiados tem mobilizado engajamento público, propostas inovadoras e solidariedade em relação aos refugiados em todo o mundo, mostrando que, quando nos unimos, todos nós podemos fazer a diferença para as famílias que foram forçadas a deixar suas casas.”
“Estamos muito felizes por nos juntarmos ao ACNUR para o lançamento da Turnê Mundial #ComOsRefugiados. Hoje, mais do que nunca, o esporte pode ser usado como um veículo de cura, para trazer um senso de normalidade e apoiar programas de inclusão social para refugiados em cidades e campos”, defende Joel Bouzou, presidente e fundador da ONG Peace and Sport.
As atividades em Zaatari também promoverão a campanha Cartão Branco da Paz e do Esporte, que convida as pessoas a postarem nas redes sociais fotos de si mesmas segurando um cartão branco em sinal de compromisso com os esforços pela paz no mundo.
A Turnê Mundial será parte central da iniciativa #ComOsRefugiados em 2018. Desde o seu lançamento, em 2016, o projeto já registrou mais de 18 milhões de ações em prol dos refugiados, incluindo quase 2 milhões de assinaturas em uma petição solicitando que todos os refugiados possam viver em segurança, ter acesso a educação e a meios para sustentar suas famílias. A página do ACNUR Brasil para a assinatura desta petição é a www.acnur.org/diadorefugiado.
 
Posted: 05 Apr 2018 08:33 AM PDT
Barreiras que impedem acesso à saúde para um terço da população das Américas devem ser superadas, afirma OPAS. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Barreiras que impedem acesso à saúde para um terço da população das Américas devem ser superadas, afirma OPAS. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Às vésperas do Dia Mundial da Saúde, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, e a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet pediram na quarta-feira (4) soluções coletivas que permitam a todas as pessoas, em todos os lugares, acessarem os serviços de saúde dos quais necessitam.
Na região das Américas, um terço da população enfrenta obstáculos para acessar a saúde. “A saúde é um direito e, por isso, devemos superar as barreiras que impedem o acesso ao atendimento”, afirmou Etienne, pedindo a eliminação do pagamento direto que muitas pessoas precisam fazer no ponto de entrada dos serviços de saúde. Esse pagamento, segundo ela, “constitui a principal barreira e leva famílias à pobreza”.
Outras barreiras são as geográficas, institucionais e o estigma e a discriminação nos serviços de saúde, assim como as iniquidades. “Não é suficiente ter hospitais e centros de saúde. Essas instituições devem contar com a combinação adequada de recursos humanos, infraestrutura, equipes, medicamentos e outras tecnologias de saúde para evitar longos prazos de espera e oferecer uma atenção de qualidade”, afirmou Etienne.
A saúde universal, tema do Dia Mundial da Saúde, implica que todas as pessoas e comunidades tenham acesso, sem discriminação alguma, a serviços de saúde de qualidade sem ter que se expor a dificuldades financeiras. Sob o lema “Saúde universal: para todos e todas, em todos os lugares”, a campanha regional para as Américas, impulsionada pela OPAS, busca gerar consciência e encontrar soluções que ajudem a alcançar a saúde universal para todas as pessoas em 2030.
“Precisamos de um movimento regional massivo e escutar todas as vozes” para avançar rumo à saúde universal, pontuou Etienne. Em 2017, a OPAS lançou no Equador um fórum com a participação de diversos setores e criou a Comissão de Alto Nível “Saúde universal no século XXI: 40 anos de Alma-Ata”, com Michelle Bachelet ainda como presidenta.
Para que exista saúde universal, para todos e em todos os lugares, “temos que construir consensos nacionais, pois os desafios são de tal magnitude que requerem o compromisso e o esforço de todos”, alertou Bachelet durante a conferência organizada pela OPAS em Washington, nos Estados Unidos, para celebrar o Dia Mundial.
Há 40 anos da Declaração de Alma-Ata, que impulsionou os valores do direito à saúde, equidade e solidariedade, Bachelet reconheceu a atenção primária como um foco estratégico no desenvolvimento dos sistemas e serviços de saúde e que as Américas seguem como uma das regiões mais desiguais do mundo.
Bachelet considerou que houve avanços importantes desde Alma-Ata, mas que ainda persistem profundas brechas entre os países e dentro dos países. “Ao mesmo tempo em que existem centros de saúde com uma qualidade que não podíamos imaginar no passado, há mulheres e crianças morrendo por causas totalmente evitáveis”, lamentou. Para a médica chilena, “a desigualdade é um grande inimigo na América Latina e no Caribe”.
A ex-presidenta disse que a estratégia de saúde universal da OPAS, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a agenda sustentável para as Américas infundem uma nova vida ao caminho traçado em Alma-Ata. Sustentou também que o caminho inclui uma ênfase maior para a promoção de saúde e prevenção de doenças, reduzir a segmentação e a fragmentação dos serviços de saúde, resguardar as condições de trabalho dos profissionais, incluir novas tecnologias e inovação e melhorar a regulação do Estado para a construção de sistemas de financiamento que promovam a solidariedade.
“Para isso, não há milagres nem atalhos, o que há é um longo caminho de trabalho coletivo que leva a mais justiça para todas e todos”, concluiu Bachelet.
 
Posted: 05 Apr 2018 08:06 AM PDT
Festejos do Bumba meu boi no Maranhão. Foto: IPHAN/Edgar Rocha
Festejos do Bumba meu boi no Maranhão. Foto: IPHAN/Edgar Rocha
Desde 2011, os festejos do Bumba meu boi no Maranhão são considerados patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Nesta quinta-feira (5), o organismo entregará um dossiê de candidatura dessa manifestação cultural ao Ministério das Relações Exteriores, para concorrer ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela UNESCO.
Posteriormente, o Itamaraty deve encaminhar o dossiê à sede da agência da ONU, em Paris. O documento será avaliado pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. O órgão é composto por 24 membros, que representam os Estados-partes da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, de 2003. Ao todo 177 países são signatários dessa normativa internacional.
O Bumba meu boi mobiliza elementos da dança, da música e da dramaturgia populares em um auto que apresenta a morte e a ressurreição de um boi especial. Encenações cômicas têm ampla participação do público. O personagem do boi é retratado como um animal precioso, querido por seu dono e pelos vaqueiros.
Pai Francisco, o escravo de confiança do patrão, mata e arranca a língua do bicho para satisfazer os desejos de grávida de sua esposa, Mãe Catirina. O crime é descoberto e, por isso, ele é perseguido pelos vaqueiros da fazenda, caboclos guerreiros e os índios. Quando preso, sofre terríveis castigos e, para não morrer, Pai Francisco se vê forçado a ressuscitar o animal. É quando o doutor entra em cena para ajudar a trazer à vida o boi precioso, que, ao voltar, urra. Todos, então, cantam e dançam em comemoração.
O Bumba meu boi do Maranhão é descrito pelo IPHAN como um complexo ritualístico que envolve formas de expressão musical, coreográfica, cênica, plástica e lúdica. Os festejos acontecem em todas as partes do território maranhense e se concentram no período de celebrações juninas.
O Comitê da UNESCO se reúne anualmente para avaliar candidaturas propostas pelos Estados-partes da convenção e decide se inscreve ou não as práticas e expressões culturais de patrimônio imaterial em uma das Listas da convenção. São elas a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade; a Lista do Patrimônio Cultural Imaterial que Requer Medidas Urgentes de Salvaguarda; e a Lista das Melhores Práticas de Salvaguarda.
Somente após a inscrição em uma das listas, o bem pode ser considerado patrimônio cultural imaterial da humanidade.

Sobre o Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

O patrimônio cultural imaterial ou intangível compreende as expressões de vida e as tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam a seus descendentes.
Diferentemente de outros instrumentos normativos da UNESCO, como a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial é mais voltada para a preservação e proteção do que para o destaque dos bens em listas de expressões imateriais excepcionais. Dessa forma, a normativa internacional visa estimular a construção de políticas consistentes de salvaguarda nos países.
 
Posted: 04 Apr 2018 03:08 PM PDT
Projeto Paulo Freire melhora condições de vida de agricultores familiares do Ceará. Foto: Flickr/Orgânicos do Pivas (CC)
Projeto Paulo Freire melhora condições de vida de agricultores familiares do Ceará. Foto: Flickr/Orgânicos do Pivas (CC)
O governo do Ceará autorizou no mês passado (19) a liberação de 30,5 milhões de reais para o Projeto Paulo Freire, iniciativa promovida em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Programa visa combater a pobreza extrema em comunidades rurais de 31 municípios. Verba permitirá a implementação de planos de negócios que beneficiarão 5.250 famílias.
Meta do novo orçamento vem de recursos do próprio FIDA, que cofinancia o programa junto com as autoridades estaduais.
O montante recém-disponibilizado vai para empreendimentos encabeçados por pequenos produtores de diferentes nichos agrícolas — avicultura, ovinocultura, caprinocultura, mandiocultura, suinocultura, apicultura, fruticultura, cozinha comunitária, fogões ecológicos, reúso de águas residuais, biodigestores, artesanato e quintais produtivos.
O Projeto Paulo Freire é executado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará. Segundo o chefe da pasta, Dedé Teixeira, a iniciativa “beneficia famílias que vivem na extrema pobreza, e esses projetos produtivos são a esperança de dias melhores e de uma vida digna, como se merece”.
Os novos investimentos foram repartidos entre comunidades dos territórios de Sobral — que recebeu 15,3 milhões de reais —, Inhamums — 8,3 milhões — e Cariri — 6,7 milhões.
Os beneficiários que receberem os recursos para seus empreedimentos deverão entrar com uma contrapartida de no mínimo 10% com bens e serviços, de acordo com a execução.
As famílias que participam do Paulo Freire têm à sua disposição assessoria técnica por três anos consecutivos, capacitação e investimentos produtivos.
 
Posted: 04 Apr 2018 02:35 PM PDT

Acompanhe as ações da ONU no Sudão do Sul clicando aqui.
 
Posted: 04 Apr 2018 02:26 PM PDT
A ativista antiapartheid Winnie Mandela. Foto: ONU
A ativista antiapartheid Winnie Mandela. Foto: ONU
secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na segunda-feira (2) que Winnie Mandela, ativista antiapartheid e ex-mulher do primeiro presidente negro sul-africano, Nelson Mandela, deixa um legado de resistência e de luta por direitos iguais para todos.
Winnie Mandela morreu na segunda-feira (2) aos 81 anos em Johannesburgo. Segundo agências de notícias, ela enfrentava problemas de saúde devido a uma longa doença.
As palavras do chefe das Nações Unidas foram lidas por seu porta-voz, Stephane Dujarric, em encontro com jornalistas em Nova Iorque.
O porta-voz afirmou que Winnie foi uma voz destemida na luta pela igualdade de direitos. Ainda de acordo com o secretário-geral da ONU, ela será lembrada como um símbolo da resistência. Guterres também enviou os pêsames ao povo da África da Sul e à família da ativista.
 
Posted: 04 Apr 2018 02:07 PM PDT
Spencer Hart, uma mulher com autismo, apresenta-se em evento especial para a data na sede da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Spencer Hart, uma mulher com autismo, apresenta-se em evento especial para a data na sede da ONU, em Nova Iorque. Foto: ONU/Eskinder Debebe
No Dia Mundial de Sensibilização para o Autismo, lembrado em 2 de abril, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se uniu ao chamado global para empoderar mulheres e meninas com autismo e envolvê-las na tomada de decisões frente aos desafios que enfrentam.
“Elas enfrentam (…) barreiras no acesso a educação e ao emprego, não têm seus direitos reprodutivos respeitados e a liberdade de fazer suas próprias escolhas, e não são envolvidas na tomada de decisões sobre questões relacionadas a elas”, disse o secretário-geral da ONU em mensagem para o dia.
Enfatizando que em “nosso trabalho pela igualdade de gênero, o empoderamento das mulheres precisa alcançar todas as mulheres e meninas do mundo”, Guterres enfatizou que os esforços da comunidade internacional para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) precisam garantir a premissa central da Agenda 2030 de não deixar ninguém para trás.
Os objetivos globais e as diretrizes das quais eles emergem foram adotados pelos Estados-membros da ONU três anos atrás. Juntos, pretendem acabar com a pobreza e impulsionar a igualdade ao colocar o mundo em um caminho mais sustentável econômica, social e ambientalmente até 2030.
“No Dia Mundial de Sensibilização para o Autismo, vamos reafirmar nosso compromisso de promover a total participação de todas as pessoas com autismo e garantir que elas tenham o apoio necessário para exercitar seus direitos e liberdades fundamentais”, concluiu Guterres.
O autismo é uma condição neurológica vitalícia que se manifesta durante a primeira infância, independentemente de gênero, raça ou condição socioeconômica.
O Transtorno do Espectro Autista é principalmente caracterizado por suas interações sociais únicas, formas não padronizadas de aprendizagem, forte interesse em assuntos específicos, inclinação a rotinas, dificuldades em formas típicas de comunicação e maneiras particulares de processar a informações sensoriais.
É alta a incidência do autismo em todas as regiões do mundo, enquanto a falta de entendimento sobre o transtorno tem forte impacto nos indivíduos, suas famílias e comunidades.
 
Posted: 04 Apr 2018 02:06 PM PDT

Acompanhe as ações da ONU na Nigéria clicando aqui.
 
Posted: 04 Apr 2018 02:00 PM PDT
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