Posted: 18 Dec 2019 11:31 AM PST
O turismo é um dos segmentos brasileiros que apresentou alta crescente em 2019, sendo importante fonte de renda e empregos para o país. E o setor caminha cada vez mais rumo à sustentabilidade, seja pela demanda de brasileiros e estrangeiros ou das políticas públicas que sinalizam as diretrizes nos próximos anos.
Como forma de estimular o turismo sustentável no estado do Mato Grosso, que abriga três biomas – Amazônia, Pantanal e Cerrado – com polos de exuberante beleza, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) do Mato Grosso, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Parceria para Ação na Economia Verde (PAGE) e o Governo do Estado do Mato Grosso promoveram, em 14 de março, no auditório do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), o workshop Turismo Sustentável. Workshop reuniu cerca de 80 empresários e gestores públicos em Cuiabá (MT) e gerou discussões cruciais para o setor, sobretudo, para o desenvolvimento de bases para as diretrizes do turismo sustentável na região. O evento contou ainda com o lançamento do manual Diretrizes para Normalização e Certificação de Turismo Sustentável e a Cartilha de Diretrizes de Incentivos para Políticas Públicas em Turismo Sustentável no estado de MT. “Há uma demanda cada vez maior das pessoas por experiências de turismo que contribuam para o desenvolvimento social, econômico e ambiental das comunidades locais. É uma tendência global que também sinaliza uma oportunidade de negócios aliada à conservação da natureza”, afirmou Regina Cavini, Oficial Sênior de Programas do PNUMA. “Estamos trabalhando com o governo do Mato Grosso para o desenvolvimento de políticas públicas para o setor de turismo sustentável”, complementou. Os dois lançamentos integram o programa Turismo Sustentável, uma parceria entre o estado do Mato Grosso, PNUMA, PAGE e Sebrae. Engajamento do setor público e outras partes interessadasOs papéis do setor público no desenvolvimento turístico são, via de regra, a política de turismo, o planejamento e a pesquisa. Com isso é possível garantir uma infraestrutura básica de turismo que desenvolve atrativos turísticos, fixa e administra padrões para instalações e serviços turísticos, estabelece e administra regulamentos.Também é papel do setor público oferecer incentivos para atrair investimentos do setor privado ou mesmo arriscar-se em conjunto com o setor privado em projetos de desenvolvimento do turismo. Além disso, o sucesso na aplicação de políticas públicas de desenvolvimento de turismo sustentável também depende do engajamento das partes interessadas, como o setor privado e a comunidade local. Por isso, a criação de consultoria turística ou comitê coordenador pode contribuir para a solução de problemas, o diálogo com autoridades responsáveis, e coordenar o patrocínio conjunto de projetos, entre outros. Diretrizes para o turismo sustentável no Estado de Mato GrossoCom o objetivo de fundamentar a construção de uma política pública efetiva de desenvolvimento de turismo sustentável, o Estado de Mato Grosso estabelece as “Diretrizes para o desenvolvimento de turismo sustentável” considerando parâmetros internacionais, como os princípios do turismo sustentável da International Organization for Standardization (ISO) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, e regionais, como a visão das partes interessadas do Estado de Mato Grosso.Conheça as sete diretrizes abaixo: 1 – Desenvolver turismo sustentável: Planejar e desenvolver o turismo com base nos princípios de turismo sustentável e nos objetivos de desenvolvimento sustentável. 2 – Fortalecer sistemas de governanças e parcerias: Promover e estimular sistemas de governança municipais e regionais entre poder público, iniciativa privada e comunidade local para o desenvolvimento sustentável. 3 – Reconhecer as práticas e certificações de turismo: Incentivar e valorizar a adoção de práticas e certificações de turismo sustentável na cadeia produtiva do turismo. 4 – Estimular compras sustentáveis no turismo: Adotar práticas de aquisição de produtos e serviços sustentáveis na cadeia produtiva do turismo. 5 – Valorizar a cultura local e fortalecer a economia verde: Promover a cultura local, gerando de renda para comunidades locais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos e etc) e estimular a criação de empregos verdes 6 – Promover o turismo sustentável junto aos mercados emissivos: Desenvolver plano de marketing e ações específicas de promoção turística com abordagem de turismo sustentável. 7 – Promover a inovação no turismo de Mato Grosso: Identificar, organizar e disseminar informações qualificadas de oferta de produtos e serviços para o mercado, ampliando a visibilidade e facilitando o acesso aos destinos turísticos do Estado de Mato Grosso. Incentivar e valorizar a adoção de práticas e certificações de turismo sustentável na cadeia produtiva do turismo. Planejar e desenvolver o turismo com base nos princípios de turismo sustentável e nos objetivos de desenvolvimento sustentável. Promover a cultura local, gerando de renda para comunidades locais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos e etc) e estimular a criação de empregos verdes. Adotar práticas de aquisição de produtos e serviços sustentáveis na cadeia produtiva do turismo. Clique aqui para ter acesso ao manual Diretrizes para Normalização e Certificação de Turismo Sustentável. Para mais informações: Roberta Zandonai, Gerente de Comunicação Institucional do PNUMA roberta.zandonai@un.org |
Posted: 18 Dec 2019 10:39 AM PST
De diferentes áreas da cidade do Rio de Janeiro (RJ), 105 jovens e adolescentes estão sendo chamados a participar da jornada criativa do projeto Chama na Solução Rio de Janeiro.
Uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceira com o CEDAPS – Centro de Promoção da Saúde, o projeto busca envolver jovens na criação de soluções para os problemas que os afetam, especialmente em relação à inserção no mundo do trabalho. Na busca de soluções criativas e colaborativas, as atividades formativas do projeto vão contribuir com o desenvolvimento dos participantes, fortalecendo práticas e conhecimentos para vida. Confira a lista completa aqui. Sobre o UNICEFO UNICEF trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo.Em 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos. |
Posted: 18 Dec 2019 10:34 AM PST
As violências baseadas em gênero não chocam mais, não impressionam, são muitas vezes encaradas com uma pretensa normalidade e, desta forma, seguem sendo um grande desafio para o Brasil.
As intersecções do machismo com o racismo e o sexismo nos apresentam, em números, quantas vidas são perdidas. E o debate sobre masculinidades é fundamental para mudar a realidade vigente no país, apresentada, por exemplo, nos dados da 13ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A pesquisa mostra que, em 2018, 1.206 mulheres foram vítimas de feminicídio, sendo 61% delas mulheres negras e 52,3% dos assassinatos cometidos por arma de fogo. Em 88,8% dos casos, o autor era o companheiro ou o ex-companheiro da vítima. O Relatório de Situação da População Mundial 2019 (SWOP), lançado globalmente pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e intitulado ‘Um trabalho inacabado: a busca por direitos e escolhas para todos e todas’, aponta que para alcançar o desenvolvimento e para que todas as pessoas desfrutem de direitos, a violência baseada em gênero precisa ser enfrentada. Concorda com a perspectiva do documento o pesquisador Osmundo Pinho, referência no debate sobre masculinidades e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), instituição onde estudava a universitária Elitânia de Souza Hora, 25, que foi violentamente assassinada a tiros, a despeito de uma medida protetiva, em um caso suspeito de feminicídio, no interior da Bahia (confira nota pública de repúdio emitida pelo UNFPA Brasil). Construção social e culturalPinho explica o conceito de masculinidades. “Em termos estritos, a masculinidade é uma performance política de poder, que investe em alguns corpos assinalados como ‘masculinos’ prerrogativas de poder que refletem a forma como as sociedades ocidentais têm construído a si próprias por meio de uma bio-lógica, que faz do corpo fundamento do poder”, explica.O pesquisador disse também que a masculinidade “não é natural, nem unívoca, mas produzida em contextos históricos e reproduzida ritualmente no cotidiano”. “Significa também que não existe uma masculinidade, mas diversas possibilidades desigualmente produzidas em contextos desiguais e tensionados politicamente. Pelo racismo por exemplo. Mas também pela norma heterossexual e pela formação das classes sociais e do Estado”, completa. Segundo o pesquisador e integrante da Rede Afro LGBT, Nilton Luz, as pessoas são educadas para ocupar um lugar de gênero previamente estabelecido. “O masculino é tido com o forte, protetor, servido. O feminino é o belo, frágil e cuidador. A noção de gênero, levada ao extremo, transforma a mulher em objeto a serviço dos homens, o que geralmente explica casos de homens que agridem as mulheres, ou as matam quando eles a deixam, como se ela não tivesse o poder de tomar tal decisão”, explica. Nilton Luz ressalta que há muitas questões que estimulam a violência contra as mulheres e ocorrem em decorrência de padrões culturais, econômicos e políticos. O pesquisador conta ainda que a construção das masculinidades tal qual são forjadas atualmente podem gerar “inúmeros problemas emocionais e psíquicos”, por conta de pressões sociais sofridas pelos homens e pelas mulheres. “Desta forma, o homem é influenciado a naturalizar que a mulher ‘se faça frágil’ diante dele. Ou seja, um jogo social no mínimo desconfortável. E como é uma atuação, não se sustenta, levando desde as experiências comuns, de homens interrompendo as falas de mulheres, até à violência física e letal”, finaliza. Paternidade ResponsávelO ator e membro do conselho consultivo do Fundo de População da ONU, Érico Brás, estampa desde 2018 a campanha “Pai Presente Importa”, do UNFPA Brasil.Para o ator, uma forma de discutir sobre masculinidades é falar sobre paternidade responsável e planejamento familiar. “Precisamos levar em consideração a paternidade que temos no Brasil, em especial para nós, homens negros”, reflete, sobre as conexões do machismo com o racismo e os impactos na população negra. “Sabemos que o processo de fabricação de morte simbólica e física do homem negro está em andamento. Mas agora estamos dando uma virada, com consciência maior. Muitos de nós não tivemos uma paternidade exemplar. Mas queremos ter referências e precisamos construí-la”, enfatiza. O ator, que é pai, acredita que os homens, negros em especial, necessitam observar quatro pontos para melhorar suas participações e cuidado às suas famílias: pontos de vista político, religioso, cultural e econômico. “Esses quatro pilares são importantes para serem reavaliados e ressignificados para que possamos entender o nosso papel para promoção de direitos dentro dessa sociedade patriarcal e machista. Ou seja, é nossa responsabilidade agora a construção dos homens do futuro”, pontuou. Por meio da campanha do UNFPA, o ator contribui na conscientização dos homens ao destacar a importância de acompanharem as mulheres durante toda gestação, estarem presentes no parto e no pós-parto, nos afazeres domésticos, no cuidado, no apoio e no acompanhamento de filhas e filhos ao longo de toda a vida. Para o coordenador geral do Instituto Papai, Sirley Vieira, “masculinidade, no singular, é uma ideia atribuída e assumida por determinadas pessoas do que é ser homem. Os que assumem essa ideia de ser homem podem ser biologicamente do sexo masculino, ou não (homens trans)”, comentou. “Não existe ‘uma masculinidade’, o que existe são ‘masculinidades’”, reforça e destaca que este tipo de percepção apenas normatiza a visão do que é ser homem. “A maioria das pessoas não consegue entender a diversidade de formas de ser homem, como algo natural e normal, cobrando sempre o enquadramento a esse modelo de ser masculino. Isso ocasiona vários problemas e conflitos”, enfatiza o integrante da organização que reflete a invisibilidade da experiência masculina no contexto da vida reprodutiva e no cuidado às crianças. Boas práticas para os homensVieira destaca que é preciso que os homens se aliem à luta pelo fim da violência contra as mulheres.“É necessário que os homens repensem suas práticas, suas vidas, para refletirem sobre como esse padrão (ou modelo) de ser homem é prejudicial também à vida deles”, propõe o pesquisador do instituto, parceiro antigo do UNFPA, com projetos como Homens Também Cuidam. O antropólogo sugeriu ainda um passo a passo de boas práticas para os homens: “É importante que tomem como atitude a mudança de pequenos hábitos, tais como aprender a escutar as mulheres e se colocarem dispostos a compartilhar o cuidado, seja das tarefas domésticas, das crianças, de outras pessoas, das suas próprias coisas e reconhecer suas fragilidades, não se achando superior. É aprender a dialogar”. |
Posted: 18 Dec 2019 10:31 AM PST
Por António Vitorino*
Com frequência, quando falamos de migrantes, nos deparamos com nós mesmos falando sobre momentos de extrema dificuldade, presos numa narrativa de crise. Aqueles que estão detidos na Líbia, traficados dentro de caminhões, procurando novas vidas longe de Estados falidos, conflitos e desastre. Nesta quarta-feira (18), Dia Internacional dos Migrantes, lembramos dessas pessoas e reiteramos a necessidade de respeitar os direitos e a dignidade para todos. É um dia reservado pelas Nações Unidas para reconhecer um número estimado de 272 milhões de migrantes que são membros integrais da nossa sociedade hoje. Mas é também um dia para reconhecer a generosidade e hospitalidade das comunidades que abraçam as pessoas que chegam com pouco ou nada além de seus próprios nomes. Na Colômbia, na Alemanha e ao redor do globo, temos visto exemplos de comunidades que estão compartilhando suas casas e vidas com aqueles menos afortunados. Muitas das comunidades nas quais os migrantes chegam também são frágeis, limitadas em recursos e lutando para florescer. Neste ano, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) escolheu focar na coesão social, em reconhecimento não apenas aos migrantes, mas também às comunidades nas quais eles podem e vão prosperar. Nossa sociedade não é estática; nossas redes de comunidade estão constantemente se quebrando e se reconstruindo quando se deparam com mudanças, seja em razão de recessão econômica, envelhecimento populacional ou tensões por visões políticas diferentes. Com frequência, quando falamos sobre migração, nós debatemos se é bom ou ruim, se custa muito ou se dá pouco retorno e contribuições precisas que os migrantes trazem para nossas vidas. Mas ver a migração como uma prática contábil é reduzi-la a uma fração de um todo. É uma parte crescente —e muitas vezes desafiadora— e integral da nossa sociedade, enriquecendo-a de maneiras múltiplas e intangíveis. Com frequência, esquecemos que os migrantes já são, silenciosamente, parte das nossas vidas, suas contribuições entrelaçadas em nossas interações diárias. Alguns acadêmicos estão estudando para conseguir novas habilidades. Outros são trabalhadores buscando potencializar suas experiências para um salário melhor ou uma maior variedade de oportunidades. Outros integram famílias que se uniram a seus entes queridos, para cuidar deles e começar um novo capítulo em suas vidas. Muitos migrantes cruzaram a fronteira mais próxima por oportunidades em países não muito diferentes dos seus. Na verdade, mais e mais vemos trabalhadores rotineiramente cruzando fronteiras, morando em um país e trabalhando no outro. Outros cruzam continentes e oceanos, dando passos gigantes —e assumindo riscos gigantes— para se unir a novas sociedades com diferentes línguas, práticas religiosas, comidas e normas culturais. Eles assumem grandes riscos para serem bem-sucedidos entre nós. Migrantes precisam mudar para lidar com os desafios de se adaptar a um novo ambiente social e cultural e respeitar valores —igualdade de gênero, por exemplo— das comunidades que agora eles integram. Respeito mútuo por crenças diversas é um dos pilares da coesão social que trabalha para o benefício de todos. As comunidades que prosperam são aquelas que abraçam a mudança e se ajustam a ela. Migrantes são um elemento integral e bem-vindo para essa mudança. Migrantes podem se tornar —com surpresa frequente— campeões de resiliência quando os tempos são difíceis, quando a comunidade experimenta choques inesperados, incluindo de mudança ambiental a desastres, de desemprego a turbulências políticas. Mas as comunidades não podem se adaptar sozinhas. Elas precisam do apoio de governos e de organizações como a OIM para garantir provisão adequada de serviços públicos, orientação e apoio de idioma, investimento em capital humano e ampliar o fortalecimento da infraestrutura comunitária. Hoje, o clima político é desafiador, e com frequência os migrantes se tornam bodes expiatórios para todos os males da sociedade, em vez de serem um dos elementos de cura. Assim, neste dia, precisamos constantemente lembrar a comunidade internacional da realidade —contemporânea e histórica— de que, quanto melhor administrada a migração, sociedade fechadas podem se tornar abertas e tensões políticas podem desaparecer. Se estamos vivendo, trabalhando, amando ou construindo, façamos isso juntos. *Diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM) |
Posted: 18 Dec 2019 10:12 AM PST
É necessária uma nova abordagem para ajudar a reduzir a desnutrição e a obesidade, à medida que ambos os problemas se tornam cada vez mais relacionados às rápidas mudanças nos sistemas alimentares dos países.
Isso é especialmente importante em nações de baixa e média renda, de acordo com novo relatório composto por quatro artigos publicado na revista científica The Lancet. Mais de um terço desses países apresentava formas de má nutrição sobrepostas (45 de 123 países na década de 1990 e 48 de 126 países na década de 2010), particularmente na África Subsaariana, sul da Ásia e leste da Ásia e Pacífico. A desnutrição e a obesidade causam efeitos através de gerações, pois essas duas condições em mães estão associadas a problemas de saúde dos filhos. No entanto, devido à velocidade da mudança nos sistemas alimentares, mais pessoas estão sendo expostas a ambas as formas de má nutrição em diferentes momentos da vida, o que aumenta ainda mais os efeitos nocivos à saúde. “Estamos diante de uma nova realidade nutricional”, afirmou o principal autor do relatório, Francesco Branca, diretor do departamento de nutrição para saúde e desenvolvimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Não podemos mais caracterizar os países como de baixa renda e desnutrição ou de alta renda preocupados apenas com a obesidade. Todas as formas de má nutrição têm um denominador comum – sistemas alimentares que não fornecem a todas as pessoas dietas saudáveis, seguras, acessíveis e sustentáveis. Mudar isso exigirá ação em todos os sistemas alimentares – da produção e processamento, passando pelo comércio e distribuição, preços, marketing e rotulagem, até o consumo e o desperdício. Todas as políticas e investimentos relevantes devem ser radicalmente reexaminados.” No editorial que acompanha o relatório, Richard Horton, editor-chefe da revista The Lancet, disse: “esta publicação, uma das que compõem a série da OMS sobre a dupla carga da má nutrição, ocorre após 12 meses de artigos da revista que exploram a nutrição em todas as suas formas”. “Com esses e outros artigos em periódicos ao longo de 2019, ficou claro que a nutrição e a má nutrição precisam ser abordadas por várias perspectivas e, embora algumas vezes os resultados tenham convergido, ainda há trabalho a ser feito para entender as múltiplas manifestações da má nutrição. Com seis anos permanecendo na Década de Ação das Nações Unidas sobre Nutrição (2016-2025), esta série e o comentário definem a direção futura necessária para atingir a meta global de erradicar a fome e prevenir a má nutrição em todas as suas formas.” Em todo o mundo, as estimativas sugerem que quase 2,3 bilhões de crianças e adultos estejam acima do peso e mais de 150 milhões de crianças com baixa estatura para a idade. No entanto, em países de baixa e média renda, essas questões emergentes se sobrepõem em indivíduos, famílias e comunidades. O novo relatório explora as tendências por trás dessa interseção – conhecida como dupla carga da má nutrição –, bem como as mudanças na sociedade e no sistema alimentar que podem estar causando isso, suas explicações e efeitos biológicos e medidas políticas que podem ajudar a lidar com a má nutrição em todos os seus aspectos. Os autores utilizaram dados de pesquisas feitas em países de baixa e média renda nas décadas de 1990 e 2010 para estimar quais nações enfrentavam uma dupla carga de má nutrição – ou seja, na população, mais de 15% das pessoas estavam com baixo peso para a estatura, mais de 30% estavam com baixa estatura para idade, mais de 20% das mulheres apresentavam magreza excessiva e mais de 20% das pessoas estavam com sobrepeso. Na década de 2010, em comparação à de 1990, 14 novos países com algumas das rendas mais baixas do mundo desenvolveram a dupla carga de má nutrição. Os autores afirmam que isso reflete a crescente prevalência de sobrepeso nos países mais pobres, onde as populações ainda enfrentam atrasos no crescimento, baixo peso para a estatura e magreza excessiva. Dietas de alta qualidade reduzem o risco de má nutrição em todas as suas formas, promovendo crescimento saudável, desenvolvimento e imunidade e prevenindo a obesidade e as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) ao longo da vida. Os componentes de dietas saudáveis são: amamentação nos primeiros dois anos de vida; diversidade e abundância de frutas e legumes, cereais integrais, fibras, nozes e sementes; quantidades modestas de alimentos de origem animal; quantidades mínimas de carnes processadas e quantidades mínimas de alimentos e bebidas com alto valor calórico e quantidades adicionais de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sal. “Os problemas emergentes de má nutrição são um forte indicador de que as pessoas não estão protegidas dos fatores que levam à má alimentação. Os países mais pobres de baixa e média renda estão passando por uma rápida transformação na maneira como as pessoas comem, bebem e se locomovem para o trabalho, casa, transporte e lazer”, alegou o autor do relatório, professor Barry Popkin, da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos. “A nova realidade nutricional é impulsionada por mudanças no sistema alimentar, que aumentam a disponibilidade de alimentos ultraprocessados, associados ao aumento de peso, além de afetar adversamente as dietas de bebês e crianças em idade pré-escolar. Essas mudanças incluem o desaparecimento dos mercados de alimentos frescos, o aumento dos supermercados, que controlam a cadeia alimentar, além de empresas globais de alimentos, preparação de comidas e agricultura em muitos países.” A exposição à desnutrição no início da vida, seguida de sobrepeso a partir da infância, aumenta o risco de uma série de doenças crônicas não transmissíveis – tornando a dupla carga de má nutrição um fator chave que impulsiona as emergentes epidemias globais de diabetes tipo 2, pressão alta, acidente vascular cerebral e doenças cardiovasculares. Os efeitos negativos também podem passar por gerações – por exemplo, o efeito da obesidade materna na probabilidade de a criança ter obesidade pode ser exacerbada se a mãe sofreu de desnutrição no início da vida. Apesar dos vínculos fisiológicos, as ações para lidar com todas as formas de má nutrição historicamente não levaram em conta esses ou outros fatores-chave, incluindo nutrição no início da vida, qualidade da dieta, fatores socioeconômicos e ambientes alimentares. Além disso, existem evidências de que os programas que abordam a desnutrição aumentam involuntariamente os riscos de obesidade e DCNT relacionadas à dieta em países de baixa e média renda, onde os ambientes alimentares estão mudando rapidamente. Embora seja essencial manter esses programas para lidar com a desnutrição, eles precisam ser redesenhados para não causar danos. Os programas existentes, oferecidos por meio de serviços de saúde, redes de segurança social, instituições educacionais e sistemas agrícolas e alimentares, apresentam oportunidades para abordar a obesidade e as doenças crônicas relacionadas à dieta. O relatório identifica um conjunto de medidas de “dupla finalidade”, que simultaneamente impedem ou reduzem o risco de deficiências nutricionais que levam ao baixo peso, baixo peso para a estatura, baixa estatura para idade ou deficiência de micronutrientes, bem como o risco de obesidade e DCNT com a mesma intervenção, programa ou política. Entre essas medidas estão melhores práticas de atenção pré-natal e amamentação, bem-estar social e novas políticas para a agricultura e sistemas alimentares, com o objetivo principal de incentivar a alimentação saudável. “Nesta nova realidade nutricional, aplicar as mesmas medidas de sempre não funciona. A boa notícia é que existem oportunidades excelentes de usar as mesmas plataformas para lidar com as diferentes formas de má nutrição. Agora é a hora de aproveitar essas oportunidades de ‘dupla finalidade’ para obter resultados”, disse a professora Corinna Hawkes, do Centro de Política Alimentar da Universidade de Londres, Reino Unido. Para criar as mudanças sistêmicas necessárias para acabar com a má nutrição em todas as suas formas, os autores chamam governos, ONU, sociedade civil, acadêmicos, mídia, doadores, setor privado e plataformas econômicas a lidar com a dupla carga da má nutrição e trazer novos atores, como organizações de base, agricultores e seus sindicatos, líderes religiosos, defensores da saúde do planeta, inovadores e investidores que financiam empresas justas e ‘verdes’, prefeitos de cidades e associações de consumidores. “Dada a economia política dos alimentos, a mercantilização dos sistemas alimentares e os crescentes padrões de desigualdade em todo o mundo, a nova realidade nutricional exige uma comunidade ampliada de atores que trabalham de maneiras mutuamente reforçadas e interconectadas em escala global”, pontuou Branca. “Sem uma profunda transformação do sistema alimentar, os custos econômicos, sociais e ambientais da falta de ação impedirão o crescimento e o desenvolvimento de indivíduos e sociedades nas próximas décadas.” O financiamento para a preparação da série foi fornecido pela OMS, por meio de uma doação da Fundação Bill & Melinda Gates, além de financiamento adicional por parte dos Institutos Nacionais de Saúde, o CGIAR Research Program on Agriculture for Nutrition and Health, liderado pelo International Food Policy Research Institute e da RTI International. |
Posted: 18 Dec 2019 09:53 AM PST
Enquanto políticas moldadas mais pelo medo do que pelos fatos provocam sofrimento incalculável entre os migrantes, o secretário-geral da ONU pediu nesta quarta-feira (18) que os países façam mais para atingir os objetivos estabelecidos por um acordo global que promove uma maior cooperação internacional sobre migrações.
Antônio Guterres fez o chamado em sua mensagem para o Dia Internacional dos Migrantes, lembrado anualmente em 18 de dezembro. “Uma migração segura, ordenada e regular é do interesse de todos. E prioridades nacionais para a migração são mais bem atingidas por meio da cooperação internacional”, declarou. Globalmente, há mais de 270 milhões de migrantes, de acordo com estimativas das Nações Unidas. Em dezembro do ano passado, países concordaram com o Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular após 18 meses de consultas e negociações. Seus objetivos endereçam a questão em todos os níveis, incluindo mitigação dos fatores que levam as pessoas a deixar seus locais de origem, seja para conseguir trabalho ou por outras razões. Comunidades anfitriãs do mundo todo têm uma longa tradição de receber migrantes, disse o chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM). “As comunidades que se tornam bem sucedidas são aquelas que abraçam as mudanças e se ajustam a elas. Migrantes são um elemento integral e bem-vindo dessas mudanças”, disse o diretor-executivo da OIM, António Vitorino, em comunicado para o dia. Ele acrescentou que os migrantes também podem se tornar “defensores da resiliência”, por exemplo, em tempos de desastre, mudança ambiental, desemprego e turbulência política. Desejo de pertencimento“Toda pessoa que migra tem suas próprias razões para deixar para trás casa e família, e cada uma dessas pessoas tem suas próprias experiências ao longo da jornada: sua própria história pessoal de exílio e pertencimento”, disse a alta-comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, em mensagem de vídeo.Nascida no Chile, Bachelet teve um bisavô que deixou a França com destino ao país sul-americano, onde ela teve dois mandatos como presidente. Ela também foi forçada a deixar sua terra natal por um período, e lembrou como a solidariedade e a generosidade expressadas naquele momento a ajudaram a desenvolver “um novo senso de pertencimento e esperança”. Histórias como essas mostram como todas as pessoas compartilham o que a chefe de direitos humanos da ONU descreveu como “um desejo de pertencer”, que inclui cuidar de seus entes queridos, mas também se conectar com amigos e comunidades. “Eu sempre expressei minha preocupação com as atitudes e comportamentos que rejeitam, desumanizam, excluem e atacam migrantes”, disse Bachelet. “Embora esses sentimentos raramente representem a visão principal sobre a migração, alguns tentam nos dividir e calar opiniões mais moderadas. Os efeitos de tais narrativas de divisão são de amplo alcance em nossas sociedades, reduzindo nossa confiança e conexões uns com os outros.” No Dia Internacional dos Migrantes, a alta-comissária incentivou as pessoas em todos os lugares a celebrar “o que nos une”, acrescentando: “é quando nos reunimos que podemos superar diferenças e dificuldades”. “É aí que todos nós descobrimos que pertencemos.” Temores de segurança nacionalComo o chefe da ONU enfatizou em sua mensagem, todos os migrantes têm direito à proteção dos direitos humanos, consagrada no Pacto Global.“No entanto, muitas vezes ouvimos narrativas sobre migrantes que são prejudiciais e falsas”, disse ele. “E muitas vezes testemunhamos migrantes enfrentando dificuldades indescritíveis como resultado de políticas moldadas mais pelo medo do que pelo fato.” O secretário-geral instou os líderes e as pessoas de todos os lugares a “dar vida ao Pacto Global, para que a migração funcione para todos”. Sua mensagem foi repetida por dois especialistas independentes em direitos humanos da ONU, que também pediram uma ação maior para conter o discurso de ódio contra migrantes. Felipe González Morales, relator especial para os direitos humanos dos migrantes, e Can Ünver, presidente do Comitê das Nações Unidas para os Trabalhadores Migrantes, alertaram que as preocupações com a segurança nacional estão sendo usadas indevidamente para criminalizar migrantes e aqueles que os apoiam. “Embora a segurança possa ser uma preocupação legítima e invocada como justificativa para limitações a certos direitos humanos, ela não pode levar à criminalização da migração ou daqueles que apoiam os migrantes”, disseram eles em comunicado. Os especialistas acrescentaram que o Pacto Global ajuda a garantir que os direitos humanos sejam respeitados em todas as etapas da migração e sejam totalmente implementados. Vitorino, da OIM, observou que, no atual clima político “desafiador”, os migrantes estão sendo usados como bode expiatório para todos os problemas que assolam a sociedade. “Portanto, neste dia, precisamos lembrar constantemente a comunidade internacional da realidade – histórica e contemporânea – de que, quando uma migração bem administrada funciona, as sociedades fechadas poderão se abrir e as tensões políticas desaparecerão”, escreveu ele. “Quer estejamos vivendo, trabalhando, amando ou construindo, fazemos isso juntos.” |
Posted: 18 Dec 2019 09:28 AM PST
Com o objetivo de identificar experiências e metodologias de inovação alinhadas aos aceleradores ou às cadeias de produção locais, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil selecionou 12 projetos nos estados do Amazonas e do Piauí para receberem R$ 100 mil cada um.
Os recursos serão utilizados na ampliação, aprimoramento e continuidade das iniciativas, contribuindo para a promoção do desenvolvimento sustentável na região. Impulsionando inovações sociaisEntre os cerca de 80 projetos recebidos no edital, publicado em novembro, seis foram selecionados em cada estado. Os critérios para a avaliação foram alinhamento ao tema; impacto social; replicabilidade da inovação; clareza metodológica da inovação; sustentabilidade da inovação; previsão de uso dos recursos recebidos e resultados alcançados.“Essa iniciativa é o resultado de um processo articulado junto aos dois governos estaduais, ao setor privado, à academia e à sociedade civil, que se iniciou com uma ampla reflexão sobre os desafios do desenvolvimento e sobre potenciais ações aceleradoras desse desenvolvimento”, comentou o coordenador da área de Pessoas e Prosperidade do PNUD Brasil, Cristiano Prado. Segundo o coordenador, a iniciativa passou pela inclusão dos aceleradores no Plano Plurianual (PPA) – plano de médio prazo que estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem seguidos pelo governo ao longo de quatro anos, e agora culmina na identificação de projetos concretos, da própria sociedade local. “Projetos que têm o poder de levar transformação para a vida das pessoas na ponta, fortalecendo o desenvolvimento sustentável”, concluiu. PiauíNo Piauí, os temas propostos foram: Governança; Educação inclusiva de qualidade; Empreendedorismo; Agricultura familiar inclusiva e produtiva; Conservação ambiental e Uso sustentável dos recursos naturais; Ambiente seguro e inclusivo; Igualdade de gênero e Empoderamento de mulheres e meninas; Cadeia das melíponas; e Cadeia do turismo.
AmazonasNo Amazonas, a chamada considerou as seguintes temáticas: Novas dinâmicas para promoção de polos de desenvolvimento; Gestão pública; Conservação ambiental e Uso sustentável dos recursos naturais; Estratégias para enfrentar a violência e a criminalidade; Cidadania plena para mulheres e meninas; Educação inclusiva e de qualidade; Cadeia do turismo; Cadeia das melíponas; e Cadeia do pirarucu.
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Posted: 18 Dec 2019 09:04 AM PST
O mundo precisa transformar a maneira como responde à situação dos refugiados e fazer mais pelos países que abrigam a maioria deles, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na terça-feira (17), no primeiro Fórum Global sobre Refugiados. Realizado em Genebra, o encontro busca soluções para uma década de aumento dos fluxos migratórios.
“Agora, mais do que nunca, precisamos da cooperação internacional e respostas práticas e eficazes. Precisamos de melhores soluções para quem precisa fugir e melhorar a ajuda para as comunidades e os países que recebem essas pessoas e as acolhem”, afirmou. Um ano depois de os países assinarem em Nova Iorque o Pacto Global sobre Refugiados – descrito por Guterres como o plano para reafirmar seus direitos humanos —, o fórum global acontece em meio ao que os especialistas chamaram de “a década de deslocamento”. Em seu pedido de ação conjunta, Guterres descreveu o Pacto Global como “nossa conquista e responsabilidade coletiva”. “Ele fala da situação difícil que milhões de pessoas atravessam. Fala ao coração da missão das Nações Unidas”, declarou. Mais de 70 milhões de pessoas foram deslocadas à força – o dobro do nível de 20 anos atrás e 2,3 milhões a mais em pouco mais de um ano, segundo dados da ONU. Mais de 25 milhões são refugiados que, tendo fugido através das fronteiras internacionais, não podem voltar para suas casas. Em referência aos principais acordos internacionais que há décadas sustentam a assistência aos refugiados, o secretário-geral da ONU disse que hoje é necessário “restabelecer a integridade do regime internacional de proteção aos refugiados”, com base na Convenção de Refugiados de 1951 e no Protocolo de 1967. “De fato, no momento em que o direito ao refúgio está sob ataque, quando tantas fronteiras e portas estão sendo fechadas para refugiados, quando até crianças refugiadas estão sendo detidas e separadas de suas famílias, precisamos reafirmar os direitos humanos dos refugiados”, disse Guterres. Como co-anfitrião do evento, o alto-comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, pediu à comunidade internacional que transforme sua posição sobre as pessoas que precisam de proteção. “Injustiça, conflito e violência. É por isso que estamos aqui”, disse a liderança da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). “Nosso mundo está tumultuado e 25 milhões de refugiados estão nos procurando por soluções.” Avaliando a ação global de hoje sobre os refugiados como “fragmentada e desequilibrada”, Grandi acrescentou que “com 71 milhões de pessoas globalmente expulsas de suas casas, dentro e fora de seus países, é hora de reiniciar nossas respostas”. Mas, em vez de demonstrar solidariedade às pessoas necessitadas, “países com mais recursos” transferiram o fardo para as nações mais pobres. Isso significa que “os refugiados são deixados de lado também… muitas vezes em acampamentos, isolados da vida social e econômica das comunidades que os acolhem”, disse Grandi. “A ajuda humanitária auxilia e continua sendo vital, porém não é suficiente e nem apropriada para inverter o curso do desespero rumo à esperança”, acrescentou. 125 milhões de dólares em quatro anos Incentivando uma maior partilha de responsabilidades entre os países, o conselheiro federal da Suíça, Ignazio Cassis, observou que seu país comprometeu cerca de 125 milhões de dólares nos próximos quatro anos para a proteção de refugiados. Embora cerca de oito em cada dez refugiados estejam em países em desenvolvimento, as cidades e vilas suíças contribuem para sua proteção, ajudando-os a integrar suas comunidades, assegurou Cassis, na condição de co-anfitrião do Fórum. “A vida é igual andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, é preciso se manter em movimento… Isso se aplica a todos nós, não devemos perder o equilíbrio e olhar para o futuro”, disse Cassis, lembrando um ditado de Albert Einstein, um dos refugiados mais famosos do país. O conselheiro também ressaltou o papel positivo que os parceiros religiosos poderiam ter na busca de soluções para a proteção e integração de refugiados, citando o acordo “único” escrito entre os países cristãos, judeus e muçulmanos, baseado em “ética e solidariedade”. Heiko Maas, ministro das Relações Exteriores da Alemanha, pediu que a responsabilidade em relação ao apoio aos refugiados seja distribuído entre “ombros mais numerosos e mais largos”. Paquistão: 40 anos de acolhimento de refugiados Destacando as pressões enfrentadas pelos países em desenvolvimento que recebem famílias vulneráveis forçadas a deixar suas casas, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse que esses fluxos “causam problemas que não podem ser imaginados pelos países mais ricos”. A Europa estava tendo outras dificuldades, acrescentou Khan, citando o surgimento de políticos populistas que “lucram com o sofrimento público” e com a falsa ideia de que os recém-chegados seriam uma ameaça. No Paquistão, que abriga quase 3 milhões de refugiados, “um país com enorme desemprego, sabemos o que passamos”, disse Khan. ONU pede promessas “ousadas e concretas” “Este é um momento de ambição”, disse Guterres aos delegados. “É um momento para deixar para trás um modelo de apoio que muitas vezes deixou refugiados por décadas com suas vidas em espera: confinados em acampamentos, apenas sobrevivendo, incapazes de progredir ou contribuir. É um momento para construir uma resposta mais igualitária através da partilha de responsabilidades”. Guterres atuou como alto-comissário da ONU para refugiados por dez anos (2005-2015), antes de assumir o cargo de secretário-geral das Nações Unidas. Ele se referiu às proteções dos refugiados como uma das grandes questões desta era, ou de qualquer era. O que é o Fórum Global de Refugiados? O primeiro Fórum Global de Refugiados reúne refugiados, chefes de Estado e de governo, líderes de ONU, instituições internacionais, organizações de desenvolvimento, empresas e representantes da sociedade civil, entre outros, nas Nações Unidas em Genebra. O ACNUR está organizando o fórum, juntamente com a Suíça, sob convocação de Costa Rica, Etiópia, Alemanha, Paquistão e Turquia. O objetivo do evento é gerar novas abordagens e compromissos de longo prazo de vários atores para ajudar os refugiados e as comunidades em que vivem. Em todo o mundo, mais de 70 milhões de pessoas são deslocadas por guerras, conflitos e perseguições. O Fórum Global para Refugiados termina nesta quarta-feira (18). |
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
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