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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Posted: 29 Apr 2020 01:14 PM PDT
Campo de refugiados de Zaatari, em 2015. Foto: Christopher Herwig/ACNUR
Em uma tarde ensolarada, a principal e habitualmente movimentada rua comercial do campo de Zaatari, na Jordânia – o maior campo de refugiados do Oriente Médio – fica estranhamente quieta. Um punhado de pessoas passa rapidamente carregando suprimentos, enquanto a maioria das centenas de lojas, que os moradores chamam ironicamente de Champs-Élysées, permanecem fechadas.
Como o restante da população de 10 milhões de habitantes do Reino, os quase 120 mil sírios que vivem em Zaatari e no outro campo principal da Jordânia, em Azraq, estão isolados desde 21 de março em resposta à ameaça da COVID-19. Porém, com tantas pessoas vivendo tão próximas e com acesso apenas às instalações básicas de saúde e saneamento, muitos temem o que acontecerá se o vírus chegar aos campos.
Ahmad Harb, refugiado de 35 anos, da província de Daraa no sul da Síria, que vive em Zaatari, contou por telefone que tudo está completamente quieto. “Não ouço mais vozes no meu bairro. Apenas silêncio. O mercado é diferente, tudo é diferente. As pessoas estão aterrorizadas, porque é uma coisa nova sobre a qual não sabem muito e esta é uma doença que pode se espalhar muito rapidamente”, comentou Harb.
Ele contou que a situação atual está bem diferente daquela retratada há semanas atrás, quando as notícias sobre a disseminação global de um novo coronavírus chegaram no campo. “No início, as pessoas pareciam despreocupadas e relutantes em mudar suas rotinas normais, mas ações de conscientização e as mensagens de texto que receberam do ACNUR ajudaram a levar informação para as famílias sobre a gravidade da situação”, explicou Harb.
“A maioria das pessoas parou de sair, a menos que seja absolutamente necessário. Elas ficam em casa dia e noite. Algumas até colocaram placas do lado de fora de suas portas dizendo ‘visitas não são permitidas’”, contou Harb.
Mais de três quartos dos 25,9 milhões de refugiados do mundo vivem em países em desenvolvimento, cujos sistemas de saúde estão entre os mais frágeis. Em todo o mundo, o ACNUR está priorizando medidas para evitar possíveis surtos que podem colocar uma pressão descomunal nos serviços precários de saúde locais e provavelmente resultariam em sofrimentos e mortes evitáveis.
Atualmente, a Jordânia abriga 656 mil refugiados registrados vindos do conflito de nove anos na Síria, país vizinho. Os dois principais campos de Zaatari e Azraq abrigam aproximadamente 80 mil e 40 mil refugiados, respectivamente, enquanto a maioria dos sírios vive em comunidades espalhadas pela Jordânia. Eles também estão sob um toque de recolher nacional para prevenir a propagação da COVID-19.
Até agora, não houve casos do vírus entre os refugiados sírios, dentro ou fora dos campos. Em Zaatari e Azraq, os dois principais hospitais e as redes de clínicas de saúde contam com equipe completa e introduziram medidas adicionais de controle de contaminação. Existem planos para isolar os casos suspeitos e evacuá-los de ambulância para os hospitais de Mafraq e Zarqa, nas proximidades.
Apesar destes preparativos, os funcionários do ACNUR presentes nos campos ainda se preocupam em como proteger as populações vulneráveis da doença.
O oficial de relações externas do ACNUR, Mohammad Tahir, explicou que os níveis de saneamento e higiene não são ideais. “Estamos falando de um campo de refugiados e as condições básicas das instalações são desafiadoras. As crianças são uma grande parte da população e é difícil fazê-las entender a necessidade de isolamento e lavagem extra das mãos. Minha real preocupação é que este é um ambiente muito movimentado. Portanto, se tivermos casos, será muito difícil conter”, afirmou o oficial de relações externas do ACNUR.
Quando o isolamento nacional foi anunciado, as autoridades jordanianas que administram o campo fecharam as 32 escolas de Zaatari. As aulas de mais de 18 mil estudantes matriculados estão sendo transmitidas em um canal de televisão usado por alunos de todo o país.
Para atender à demanda extra causada pela educação em casa e pelas famílias confinadas em seus abrigos o dia todo, o ACNUR e as autoridades do campo aumentaram o fornecimento de eletricidade às famílias de oito para mais de 12 horas por dia.
O campo também é bem abastecido com alimentos. Seis centros distribuem três quilos de pão por família por dia, enquanto supermercados e pequenas lojas de frutas e legumes permanecem abertas. Os moradores chegaram a criar seu próprio método para manter o distanciamento social nas filas de alimentos, pintando círculos vermelhos a 1,5 metro de distância de cada um.
Mas o nível de preparação das famílias durante o confinamento depende da sua situação financeira, explicou o refugiado Omar Rajab, de 33 anos. “Aqueles com renda proveniente do trabalho dentro ou fora do campo, além da assistência que todos os refugiados recebem, estavam mais aptos a fazerem estoque antes do isolamento. (…) A parte boa é que tudo está disponível no campo. Mas os pobres estão lutando para comprar e estocar o suficiente para suprir suas necessidades básicas. Alguns estão vendendo produtos menos importantes que já possuem em casa, como comida enlatada, para comprar mais dos alimentos mais urgentes, como farinha e leite”, contou Rajab.
Apesar das dificuldades adicionais para uma população que já fugiu de conflitos e sofreu com anos de deslocamento, a crise atual também está aproximando as famílias e estimulando atos de generosidade entre a população.
Um grupo de empresários refugiados no campo que fabrica produtos artesanais para venda on-line e nos mercados aumentou recentemente a produção de sabão natural e começou a distribuí-lo gratuitamente entre os vizinhos para ajudar a incentivar a lavagem das mãos.
Mulheres refugiadas em Zaatari fazem sabão para ajudar a manter famílias higienizadas (Shawkat Harfoosh, câmera / Youssef al-Hariri, produtora / Mo’hd al-Taher, editora). Foto: ACNUR
Para outro lado, o longo período de confinamento revelou alguns pontos positivos.
“Para lidar com a situação, criei uma rotina para meus filhos e minha esposa, onde passamos o dia jogando, o que inclui brincar com uma bola e fazer perguntas de conhecimentos gerais na forma de uma competição”, disse Harb. “Até compartilhei a programação com meus amigos e vizinhos para que eles também possam fazer isso com suas famílias. Estou fazendo coisas novas agora, como cozinhar com meus filhos e brincar mais com eles. É uma atmosfera nova e agradável”, concordou sua esposa Nisreen. “Eu também aprendi a cozinhar com o forno e agora meus filhos me dizem que gostam dos doces que eu faço mais do que aqueles que costumávamos comprar nas lojas”, acrescentou.
Talvez a maior surpresa para Harb tenha sido a nova perspectiva que isolamento trouxe para a vida que levavam antes, apesar dos muitos desafios.
“Eu torço para que esse vírus desapareça”, disse. “Sentimos falta das nossas vidas, mesmo com as lutas e dificuldades. Nós as aceitamos agora. Damos valor às nossas vidas e às coisas que considerávamos como garantidas, como ir ao trabalho e ao mercado cheio, ver nossos vizinhos e amigos e simplesmente sair. Sentimos muita falta disso.
 
Posted: 29 Apr 2020 12:39 PM PDT
Posted: 29 Apr 2020 12:15 PM PDT
Quarentena pode fazer com que 47 milhões de mulheres em 114 países fiquem sem acesso a contraceptivos, resultando em 7 milhões de gestações não intencionais. Foto: EBC
Quarentena pode fazer com que 47 milhões de mulheres em 114 países fiquem sem acesso a contraceptivos, resultando em 7 milhões de gestações não intencionais. Foto: EBC
O isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19 pode prejudicar o acesso de mulheres do mundo todo ao planejamento reprodutivo, o que deve ocasionar gestações não intencionais, alertou o Fundo de População da ONU (UNFPA) nesta quarta-feira (29).
O organismo das Nações Unidas também alertou para o aumento da violência de gênero e outras práticas nocivas contra mulheres nos próximos meses.
O estudo revela o enorme impacto que a COVID-19 está tendo entre as mulheres, enquanto os sistemas de saúde ficam sobrecarregados, as unidades de saúde fecham ou só fornecem serviços limitados para mulheres e meninas, e muitas escolhem não realizar check ups médicos por medo de contrair o vírus.
Perturbações nas cadeias globais de suprimentos também podem levar à escassez significativa de contraceptivos. A agência da ONU também prevê aumento da violência de gênero, uma vez que as mulheres estão em casa por períodos prolongados, muitas vezes, ao lado de agressores.
“Esses novos dados mostram o calamitoso impacto que a COVID-19 pode ter brevemente sobre mulheres e meninas globalmente. A pandemia está aprofundando as desigualdades, e milhões de mulheres e meninas estão arriscando agora sua capacidade de planejar suas famílias e proteger seus corpos e sua saúde”, afirmou Natalia Kanem, diretora-executiva do UNFPA.
“A saúde reprodutiva das mulheres e os direitos precisam ser resguardados a todo custo. Os serviços precisam continuar; os insumos precisam ser entregues; e as pessoas mais vulneráveis precisam ser apoiadas e protegidas.”
Projeções-chave:
  • 47 milhões de mulheres em 114 países de média e baixa renda podem não conseguir acessar contraceptivos modernos, e 7 milhões de gestações não intencionais são esperadas se o isolamento social e/ou quarentena geral continuar por seis meses e se houver maiores interrupções a serviços de saúde. A cada três meses de confinamento, mais de 2 milhões de mulheres podem não ter acesso a contraceptivos modernos.
  • 31 milhões de casos adicionais de violência baseada em gênero podem ser esperados se o confinamento continuar por no mínimo mais seis meses. Para cada três meses que a medida continuar, são esperados mais 15 milhões de casos adicionais de violência baseada em gênero.
  • A COVID-19 vai interromper os esforços para acabar com o casamento infantil, potencialmente resultado em um número adicional de 13 milhões de casamentos infantis ocorrendo entre 2020 e 2030, que de outra forma poderiam ter sido evitados.
O Fundo de População da ONU está trabalhando com governos e parceiros para priorizar as necessidades de mulheres e meninas em idade reprodutiva e para responder com urgência durante a desafiadora emergência de saúde pública.
As prioridades são o fortalecimento de sistemas de saúde, a aquisição e entrega de equipamentos para proteger trabalhadores de saúde, garantindo acesso à saúde sexual e reprodutiva e serviços de violência baseada em gênero, e promovendo comunicação de risco e engajamento comunitário.
A pesquisa foi conduzida pela sede do UNFPA, com contribuições da Universidade John Hopkins (Estados Unidos), da Universidade Victoria (Austrália) e da Avenir Health.
As projeções foram baseadas em pesquisa recente do UNFPA sobre o que é necessário para alcançar os objetivos da organização até 2030. Para cada estimativa, pesquisadores projetaram o impacto direto da COVID-19 no assunto em questão e combinaram com a interrupção nos programas de prevenção globais, causada pela pandemia.
Para saber sobre a resposta do UNFPA Brasil diante da Covid-19, acesse: https://brazil.unfpa.org/pt-br/pandemia-de-covid-19
 
Posted: 29 Apr 2020 11:48 AM PDT
Com apoio do PNUD, trabalhadores comunitários em Bangladesh estão distribuindo kits de higiene e promovendo ações de prevenção contra o novo coronavírus. Foto: Fahad Kaizer/PNUD
Com apoio do PNUD, trabalhadores comunitários em Bangladesh estão distribuindo kits de higiene e promovendo ações de prevenção contra o novo coronavírus. Foto: Fahad Kaizer/PNUD
Uma grande iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) está em curso para garantir suprimentos para equipamentos médicos fundamentais para 135 países de renda média que enfrentam a pandemia da COVID-19. O anúncio foi feito nesta terça-feira (28) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A iniciativa da força-tarefa da COVID-19 segue um pedido direto do secretário-gera da ONU, António Guterres, para que a OMS coordene a resposta da Organização ao novo coronavírus.
Demanda 200 vezes maior do que o normal – O chefe de Apoio de Operações e Logísticas do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Paul Molinaro, afirma que a iniciativa acontece em meio a falta global e sem precedentes de suprimentos críticos, preços estratosféricos e proibição de exportações.
“Obviamente a demanda aumentou cerca de 100 a 200 vezes nestes mercados”, afirmou ele a jornalistas em vídeo conferência. “Do lado do abastecimento, vemos muitas interrupções na produção, muitos controles de exportação, vemos um sistema de transporte aéreo internacional – do qual somos dependentes para a movimentação de carga – gradualmente parar, então estamos em um ponto onde precisamos buscar soluções para isto”, explicou o dirigente.
Como parte do esforço coletivo da ONU e de parceiros privados, um portal exclusivo “CODIV-19 Supply Portal” (Portal de Suprimento COVID-19) será lançado dentro de alguns dias, oferecendo aos países a oportunidade de submeter solicitações de suprimento através de uma única plataforma.
Isto irá permitir que o sistema da cadeia de abastecimento humanitária “planeje e coordene a alocação dos suprimentos críticos” para os 135 países considerados os mais vulneráveis, afirmou a OMS em um comunicado. “Precisamos agilizar a demanda no nível do país para realmente olhar para as maiores prioridades e tentar e dar números para algo que seja gerenciável e coordenado”, afirmou Paul Molinaro, reforçando a primeira das quatro prioridades da iniciativa.
“O segundo passo é um processo de aquisição colaborativo entre nós na ONU e alguns de nossos parceiros, com aproximação conjunta no mercado. Isto nos dá mais voz, particularmente num mercado condicionado por muita competição intensa”, acrescentou.
“O terceiro é um processo de distribuição baseado nas vulnerabilidades e lacunas e em necessidades críticas. O quarto passo – à luz das dificuldades com transporte – é criar um sistema unificado de transporte e isto é algo que nossos parceiros já estão fazendo, particularmente o Programa Mundial de Alimentos (WFP)”, explicou.
Foco nos sistemas de saúde mais frágeis – Depois de expressar alarme no início deste ano sobre a ameaça em saúde apresentada pelo novo coronavírus que emergiu na China central em dezembro, a OMS anunciou que estava intensificando o apoio a países com sistemas de saúde público fragilizados.
Até agora, mais de 1,1 milhão de testes foram distribuídos em 129 países e mais 1,5 milhão de testes estão a caminho, informou Paul Molinaro, lembrando que a nova iniciativa de cadeia de suprimentos deve garantir mais 9 milhões de testes, que deverão ser distribuídos de acordo com as necessidades.
Trabalhadores de saúde na Guiana aprendem como vestir com segurança Equipamento de Proteção Individual (EPI) – Foto: OPAS/OMS Guiana
Trabalhadores de saúde na Guiana aprendem como vestir com segurança Equipamento de Proteção Individual (EPI) – Foto: OPAS/OMS Guiana
Além disso, o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) enviou suprimentos para 44 países, incluindo 1,2 milhão de máscaras cirúrgicas, mais de 320 mil respiradores, 6,4 milhões de luvas cirúrgicas e mais de 250 mil vestimentas médicas. O UNICEF também enviou concentradores de oxigênio, equipamentos básicos de cirurgia, estetoscópios, remédios e suplementos nutricionais para a República Democrática do Congo, além de Equipamento de Proteção Pessoal (EPI) para Irã e Venezuela e 50 leitos de isolamento e unidade de tratamento da COVID-19 para o município de Cox’s Bazar, em Bangladesh.
De acordo com a OMS, a força-tarefa visa adquirir 75 milhões de máscaras, 50 milhões de respiradores, 28 milhões de luvas cirúrgicas, 10 milhões de protetores faciais e três milhões de óculos de proteção para distribuição. Em comunicado, a OMS informou que estão em andamento negociações com a Fundação Jack Ma para outros 100 milhões de máscaras cirúrgicas e um milhão de respiradores.
Fechamento de fronteiras afetando entrega de ajuda – A iniciativa acontece em meio a preocupações sobre fechamentos de fronteira ou atrasos que já impactam entregas de ajuda, incluindo na fronteira entre Uganda e Quênia. A porta voz do Programa Mundial de Alimentos (WFP) Elisabeth Byrs disse: “Temos visto longas filas de caminhões esperando, porque.. alguns governos como Uganda, Quênia e Ruanda estão medindo a temperatura dos motoristas, isto atrasa a entrega de comida no país”.
Há também preocupações de que atrasos na fronteira e medidas de proteção de mercado podem dificultar o trabalho de imunização. “Há enormes desafios e quanto mais tempo estamos nesta situação, fica claro que teremos repercussões fora da resposta a COVID-19”, afirmou Molinaro. “Já vemos carregamentos de vacina do UNICEF que são altamente dependentes do transporte de carga aéreo, vemos eles sendo interrompidos no mês de abril, se isto continuar em maio, teremos intervalos na rotina de imunização e também nas campanhas contra surtos de outras doenças”, alertou.
Questionado sobre a interrupção de suprimentos para os países da América Latina, o oficial da OMS respondou que embora estejam ocorrendo algumas “dificuldades iniciais”, ainda com o número de casos não muito alto, “a situaçnao tem mudado e, como mencionado, estamos em processo de agora planejar as próximas aquisições e lotes e, pelo menos de EPI, conseguiremos enviar nesta direção, certamente”.
A estratégia da força-tarefa da COVID-19 é “falar pelos países que não têm meios de acessar suprimentos que salvam vidas”, afirmou a OMS. Os parceiros da força-tarefa incluem agências da ONU, Fundo Global, Banco Mundial, entre outros.
Em outra frente, o Programa Mundial de Alimentos (WFP) emitiu um alerta sobre um aumento potencialmente massivo da insegurança alimentar em nações do leste da África e no Chifre da África, como resultado direto da pandemia.
“O WFP estima que 20 milhões de pessoas estão agora em insegurança alimentar em muitos países da região. Etiópia, Sudão do Sul, Quênia, Somália, Uganda, Ruanda, Burundi, Djibuti e Eritreia”, afirmou a porta-voz do WFP Elisabeth Byrs. “Fizemos projeções sobre a situação lá, sobre o número de pessoas em situação de insegurança alimentar e este número deve aumentar para 34 até 41 milhões de pessoas nos próximos três meses, em função do impacto econômico-social da COVID-19”.
 
Posted: 29 Apr 2020 11:44 AM PDT
O livro “Viajando con Felipe y Elena” apresenta o novo país aos pequenos com informações culturais e geográficas. Foto: OIM
A partir deste mês, as crianças venezuelanas de 6 a 11 anos que participam da estratégia de interiorização do governo federal recebem a cartilha “Viajando por Brasil com Felipe y Elena”. Pela visão dos dois personagens, o brasileiro Felipe, e a venezuelana Elena, o livro apresenta o novo país aos pequenos com informações culturais e geográficas. Na última página, um quebra-cabeças do mapa do Brasil pode ser destacado para finalizar a brincadeira.
O livro, distribuído com lápis de cor, de escrever, borracha e apontador, compõe a mochila do “Passaporte para a Educação”. A iniciativa faz parte do projeto Education Cannot Wait (A Educação não Pode Esperar), implementado em Roraima pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Além de apoiar as crianças e adolescentes nesse momento de transição com conteúdos informativos e lúdicos, o projeto também tem como objetivo informar as famílias de refugiados e migrantes sobre seus direitos e acesso à educação no Brasil.
O foco são as famílias que participam da estratégia de interiorização do governo federal, que leva voluntariamente os venezuelanos que se encontram em Boa Vista ou Manaus para recomeçarem suas vidas em outros estados do Brasil. Durante o processo de documentação para a viagem, os responsáveis também são informados sobre os procedimentos para matrícula nas escolas brasileiras.
Em complemento ao panfleto, os pais também recebem uma pasta onde poderão guardar os documentos da criança e uma carta para facilitar a solicitação de matrícula na futura instituição de ensino. No documento, a criança ou jovem e seu responsável são apresentados, explica-se quais os direitos que possuem como refugiados ou migrantes e o contexto em que estão inseridos. Uma versão em espanhol também é entregue aos responsáveis caso ainda não dominem o português.
A assistente de projeto da OIM, Mariana Camargo, explicou que, além de se adaptar ao novo país, os pais de crianças e jovens em idade escolar enfrentam um desafio a mais, que é o de manter seus filhos escolarizados e entender todo o processo para ingressarem na rede de ensino. “Com os informes e materiais que desenvolvemos, esperamos contribuir para que esse processo seja mais leve”, contou a assistente da OIM.
De novembro de 2019, quando o projeto foi iniciado, a março de 2020, mais de 780 famílias e 1.300 crianças foram beneficiadas com o material informativo de apoio na matrícula escolar.
 
Posted: 29 Apr 2020 11:22 AM PDT
Trabalhadores comunitários promovem a conscientização sobre a prevenção da COVID-19 e distribuem kits de higiene para famílias urbanas pobres em Bangladesh. Foto: PNUD Bangladesh/Fahad Kaize
Trabalhadores comunitários promovem a conscientização sobre a prevenção da COVID-19 e distribuem kits de higiene para famílias urbanas pobres em Bangladesh. Foto: PNUD Bangladesh/Fahad Kaize
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança nesta quarta-feira (29) dois painéis de dados que destacam as enormes disparidades na capacidade dos países de enfrentar e se recuperar da crise da COVID-19.
A pandemia é mais do que uma emergência global de saúde. É uma crise sistêmica de desenvolvimento humano, que já afeta as dimensões social e econômica do desenvolvimento de maneira inédita, lembrou o PNUD.
Políticas para reduzir vulnerabilidades e construir capacidades para administrar a crise, tanto no curto quanto no longo prazo, são vitais se os indivíduos e a sociedade pretendem resistir e se recuperar melhor de choques como este, salientou o organismo das Nações Unidas.

Preparo dos países para reagir à COVID-19

“Dashboard’” 1 do PNUD sobre Preparo apresenta indicadores para 189 países – incluindo nível de desenvolvimento, desigualdades, capacidade do sistema de atenção à saúde e conectividade de Internet – para avaliar o quanto uma nação está apta a responder aos múltiplos impactos de uma crise como a da COVID-19.
Embora toda sociedade seja vulnerável a crises, as habilidades de reposta diferem significativamente entre cada uma no mundo todo.
Por exemplo, os países mais desenvolvidos – aqueles de nível muito elevado em desenvolvimento humano – têm em média 55 leitos hospitalares, mais de 30 médicos e 81 enfermeiros para cada 10 mil habitantes, comparados com uma média de 7 leitos hospitalares, 2,5 médicos e 6 enfermeiros em um país de desenvolvido mínimo.
E com extensivos confinamentos, a “brecha digital’ tornou-se mais significativa do que nunca, enquanto 6,5 bilhões de pessoas em todo o planeta – 85,5% da população global – ainda não têm acesso a Internet banda larga segura , o que limita sua capacidade de trabalhar e continuar sua educação.

Vulnerabilidades dos países em crises como a da COVID-19

Estar preparado é uma coisa. Mas, quando uma crise chega, quão vulneráveis estão os países a seus efeitos? O “Dashboard” 2 do PNUD sobre Vulnerabilidades apresenta indicadores que refletem a susceptibilidade dos países aos efeitos desta crise.
Aqueles que já vivem na pobreza estão particularmente em risco. Apesar dos progressos recentes na redução da pobreza, em média uma em cada quatro pessoas ainda vive em pobreza multidimensional ou está a ela vulnerável, e mais de 40% da população global não têm nenhuma proteção social.
A pandemia da COVID-19 também nos lembra que disrupções são contagiosas, desencadeando problemas em outros lugares. Em alguns países, como o Quirguistão, por exemplo, parte significativa do PIB vem das remessas de recursos. Enquanto países tão diversos entre si, como Montenegro, Maldivas e Cabo Verde, dependem fortemente do turismo (quase 60% do PIB das Maldivas, por exemplo) estão sendo atingidos profundamente pelas proibições de viagem e confinamentos

Sobre os “dashboards”

Os “dashboards” codificados por cor monitoram o nível de preparo dos países para a resposta à crise da COVID-19 e suas vulnerabilidades. Os painéis permitem agrupar parcialmente os países por indicador na tabela.
Para cada indicador, os países são divididos em cinco grupos com tamanhos aproximados, com a intenção de não sugerir limites ou valores-alvo para os indicadores, mas permitir acessar a performance dos países em relação aos outros.
Um país que está no topo (considerando cinco grupos, cada um representando 20%) tem melhor desempenho que os outros 80% dos países, e um país que se encontra na média tem desempenho melhor que os 40% da base, mas pior que os países do topo.
A codificação de cinco cores permite visualizar um agrupamento parcial de países e ajuda os usuários a distinguirem imediatamente o desempenho de um país entre o conjunto de indicadores selecionados. Os dados apresentados nessas tabelas são de fontes oficiais internacionais.
 
Posted: 29 Apr 2020 10:51 AM PDT
Passageiros usam máscaras na estação Pinheiros, em São Paulo (SP). Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa
Passageiros usam máscaras na estação Pinheiros, em São Paulo (SP). Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa
As empresas brasileiras reconhecem que devem se responsabilizar para encontrar soluções aos desafios que chegam com a pandemia de COVID-19, e dizem estar satisfeitas com o que estão fazendo.
Por outro lado, menos da metade disse estar conduzindo ações educativas e sociais, como doações financeiras e/ou de equipamentos e materiais, e apenas uma em cada dez disse estar atuando em parceria com os órgãos governamentais.
É o que mostra o relatório “COVID-19 – Como as Empresas Estão Enfrentando a Pandemia”, produzido pela Rede Brasil do Pacto Global e pela agência global de comunicação Edelman, com 86 empresas – 84% signatárias do Pacto Global –, no período de 2 a 9 de abril de 2020.
“Desde a primeira semana da crise no Brasil verificamos uma grande mobilização do setor empresarial, uma vontade de ajudar, fazer alguma coisa. Também percebemos uma preocupação com a cadeia de valor, geralmente formada por empresas menores que seriam mais impactadas com os efeitos econômicos da pandemia”, diz Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.
“Hoje, mais de um mês depois, é evidente a evolução dessas discussões, que ganham mais maturidade com as articulações e um melhor entendimento das necessidades e com a incorporação de preocupações relacionadas à retomada da economia.”
A seguir os principais destaques do relatório:

Ponto de vista das empresas

97% dos respondentes nas empresas disseram concordar que as marcas têm obrigação de contribuir para a solução dos desafios que chegam com a pandemia;
94% disseram concordar que as empresas têm responsabilidade em ajudar o governo na crise;
88% disseram concordar que não atuar para ajudar durante a crise da COVID-19 pode prejudicar a reputação da empresa;
63% disseram concordar que os consumidores irão recompensar a empresa que adotar medidas para ajudar na crise da COVID-19, comprando ou divulgando seus produtos e/ou serviços.

Funcionários em primeiro lugar

87% dos respondentes nas empresas disseram concordar que as empresas são responsáveis pelo bem-estar físico e financeiro de seus funcionários, mesmo que elas enfrentem problemas financeiros durante a pandemia;
72% afirmaram ter políticas para manter os empregos;
42% afirmaram que sua empresa está conduzindo ações educativas e sociais, como doações financeiras e/ou de equipamentos;
9% afirmaram que sua empresa está atuando junto a órgãos governamentais.

Comunicação

37% disseram acreditar que as empresas correm o risco de serem julgadas como oportunistas se comunicarem suas ações para ajudar na crise.

Recomendações da Rede Brasil do Pacto Global

Proteja seus funcionários: Zelar pela saúde e pelo bem-estar dos funcionários é visto como dever dos empregadores. As empresas não devem medir esforços para que isso aconteça.
Atue além da empresa: As empresas têm um papel vital para desempenhar na crise e é esperado que elas atuem também pelo bem de seus públicos externos e sociedade em geral. Aja de acordo com a sua realidade. Toda atitude, independentemente do porte e da capacidade da empresa, será bem-vinda. Use recursos existentes e muita criatividade para fazer a diferença.
Não aja sozinho: Há força na colaboração. Para ajudar as pessoas durante a crise, é necessário unir forças, principalmente com o governo.
Se posicione e comunique suas ações: Não é momento de ser low profile. As marcas devem comunicar o seu papel no enfrentamento da crise, pois isso gera conforto às pessoas. Ao ir a público, as lideranças devem falar de forma empática e com base em fatos.
Assista ao webinar de apresentação do estudo:

 
Posted: 29 Apr 2020 10:18 AM PDT

Todas as horas, todos os dias, em algum lugar do mundo, as Nações Unidas estão fornecendo ajuda humanitária para aliviar o sofrimento de pessoas afetadas pelas crises.
Apesar de o desafio crescer a cada dia, também cresce o comprometimento das trabalhadoras e dos trabalhadores humanitários. São mulheres e homens que trabalham incansavelmente para não deixar ninguém para trás. Saiba mais em www.un.org/whatittakes.
 
Posted: 29 Apr 2020 10:04 AM PDT
A organização Think Olga e o Mapa do Acolhimento, projeto do Nossas.Org, anunciaram na terça-feira (28) uma atualização da ISA.bot, robô para Messenger e Google Assistente lançado no fim de 2019 com recursos para segurança online das mulheres.
A robô – que conta com apoio de Facebook, Google e ONU Mulheres – agora trará também informações e ferramentas para mulheres em situação de violência doméstica.
De acordo com a ONU Mulheres, em diversos países, os índices de violência doméstica contra mulheres vêm crescendo durante a quarentena realizada devido à pandemia de COVID-19. No Brasil, pesquisa recente, divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, traz indícios desse aumento.
Pensando nisso, a ISA.bot apresentará dicas e orientações para mulheres que estejam vivendo essa situação ou para pessoas que possam estar em condições de ajudar. São informações e dicas para se manter segura, como, por exemplo, informar alguém de confiança sobre o que está acontecendo, ou pedir que ligue diariamente para saber como está.
Há ainda recursos sobre o que fazer em situações urgentes, como a linha telefônica policial, 190, e a linha de apoio específica para violência doméstica, 180. Caso não possam usar o telefone, as mulheres também encontrarão informações sobre ferramentas online, como o aplicativo PenhaS ou a plataforma do Mapa do Acolhimento, uma rede de solidariedade que conecta mulheres que sofreram violência de gênero a psicólogas e advogadas voluntárias de todo o Brasil.
Por meio de uma experiência interativa, a bot apresenta conteúdos voltados para diferentes públicos e situações. As usuárias podem navegar por três fluxos principais: Violência Doméstica, Violência Online e Saber Mais. Ao acessar as duas primeiras, a bot oferecerá ferramentas para mulheres que estejam sofrendo ou tenham sofrido violência. Para quem escolher “Saber mais“, a bot indicará conteúdos para quem deseja ajudar, além de dicas para ajudar as mulheres a manterem-se seguras.
Para ativar a ISA.bot, basta chamá-la no Messenger da Página IsaBot no Facebook, e ativando, por escrito ou verbalmente, por ”OK Google, falar com Robô Isa” no Google Assistente. Ao somar o recurso do chat (pelo Messenger) ao recurso de voz, o objetivo é ampliar o alcance e a atuação da bot, considerando que nem todas são fluentes na linguagem escrita ou digital.
Lançada originalmente no final de 2019, a ISA.bot rapidamente se transformou em uma forte aliada das mulheres vítimas de violência, sendo acessada por mais de 69 mil mulheres até o momento.

 
Posted: 29 Apr 2020 08:45 AM PDT

Nesta terça-feira (28), foi iniciada uma nova fase do projeto Pana em Brasília (DF), Porto Velho (RO), São José (SC) e São Paulo (SP). Os refugiados e migrantes venezuelanos que participaram da estratégia de interiorização do governo federal e foram impactados pela pandemia do novo coronavírus serão acolhidos em casas de passagem.
O projeto Pana, iniciativa da Cáritas Brasileira, é realizado com apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e conta com financiamento do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM), do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Com o objetivo de apoiar as estratégias dos governos federal, estaduais e municipais para enfrentar a pandemia, o projeto irá acolher aproximadamente 400 refugiados e migrantes, em sua maioria venezuelanos, que perderam seus empregos, sua renda e sua moradia, o que contribui para as medidas de isolamento social para a proteção de pessoas vulneráveis, assim como alivia o sistema público de saúde, beneficiando a sociedade brasileira como um todo.
Distrito Federal, Rondônia, São Paulo e Santa Catarina estão sediando as Casas de Passagem sob o modelo de abrigo social temporário. Nas cidades de implementação do Projeto, também há as Casas de Direitos que prestam assistência psicossocial e jurídica. Boa Vista, cidade onde há muitos refugiados e migrantes venezuelanos, também mantém em funcionamento a Casa de Direitos.
Devido às medidas de distanciamento social, as equipes das Casas de Direitos realizam atendimento à distância por meio de plantão telefônico. Dessa maneira, refugiados e migrantes podem ligar ou estabelecer contato via WhatsApp.
O Pana, que originalmente iria acolher e integrar venezuelanos interiorizados do estado de Roraima, foi redimensionado para responder aos novos desafios impostos pela COVID-19, que tem impactado fortemente a população brasileira, assim como os refugiados e migrantes residentes no país.
Cada pessoa acolhida será apoiada por até dois meses com moradia, alimentação e assistência das equipes das Casas de Direitos que oferecerão orientação jurídica, assistência psicossocial, apoio para acessar políticas públicas de educação, saúde e inserção laboral.
O nome do projeto, estabelecido entre 2018-2019 e agora retomado, é inspirado no vocabulário venezuelano: “Pana” é uma palavra popular na Venezuela que significa “amigo”. É com esse sentido de parceria que o programa busca estabelecer vínculos entre as pessoas que migram e as cidades acolhedoras.
Casas de passagem – Os espaços compartilhados por duas ou três famílias, possuem uma estrutura básica oferecida com objetos e itens como cama, colchão, fogão, geladeira, filtro de água, ventilador, armários e acessórios básicos de cozinha. Cada grupo familiar recebe gêneros alimentícios e kits de higiene e proteção individual. Após o período de dois meses de acolhimento, dependendo do caso, as famílias participantes que ainda apresentarem situação de vulnerabilidade social poderão receber bolsas de subsistência.
Casas de Direitos – Em cada cidade com atuação da equipe do Projeto Pana, existe a Casa de Direitos, um espaço para assistência psicossocial e assessoria jurídica para migrantes. Até o final de 2019, mais de 4,5 mil migrantes, refugiados e solicitantes de refúgio foram atendidos nesses espaços, que agora seguem ativos em Boa Vista (RR), Brasília (DF), Porto Velho (RO), São José (SC) e São Paulo (SP). Enquanto durar a medida preventiva de distanciamento social, as Casas de Direitos atendem demandas apenas por meio do plantão telefônico.
Migração venezuelana no Brasil – Até janeiro de 2020, o Brasil registrou mais de 264 mil solicitações de refúgio e de residência temporária. A maioria das pessoas da Venezuela entra no Brasil pela fronteira norte, no estado de Roraima.
Com o objetivo de ampliar as oportunidades para essa população que se encontra em Roraima e diminuir a pressão sobre os serviços públicos do estado, a Operação Acolhida, resposta humanitária do governo federal, colocou em prática a estratégia de interiorização. Entre abril de 2018 e março de 2020 mais de 35 mil venezuelanos foram beneficiados, sendo acolhidos em 530 municípios brasileiros.
Casas de Direitos – Plantão:
Boa Vista/RR- (95) 98101-9833
Brasília/DF – (61) 99436-7542
Porto Velho/RO – (69) 99974-3927
São José/SC – (48) 99829-2008
São Paulo/SP – (11) 99391-7374
 
Posted: 29 Apr 2020 08:13 AM PDT
Foto: Frank Dejongh/UNICEF
Enquanto o mundo espera desesperadamente por uma vacina para a COVID-19, a pandemia continua a se espalhar em todo o mundo. Milhões de crianças correm o risco de perder vacinas vitais contra sarampo, difteria e poliomielite devido a interrupções nos serviços de imunização. Na última contagem, a maioria dos países suspendeu as campanhas de poliomielite em massa e 25 países adiaram as campanhas de sarampo em massa, conforme orientação global.
Mesmo antes da pandemia da COVID-19, a cada ano, a imunização contra o sarampo, a poliomielite e outras doenças estavam fora do alcance de 20 milhões de crianças com menos de 1 ano. Mais de 13 milhões de crianças com menos de 1 ano de idade em todo o mundo não receberam nenhuma vacina em 2018, muitas delas vivendo em países com sistemas de saúde fracos. Dadas as interrupções atuais, isso pode criar caminhos para surtos desastrosos em 2020 e nos próximos anos.
Para o conselheiro principal e chefe global do programa de imunização do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Robin Nandy, à medida que a COVID-19 continua a se espalhar globalmente, o trabalho vital de fornecer vacinas às crianças é ainda mais fundamental. “Com as interrupções nos serviços de imunização devido à pandemia, os destinos de milhões de jovens estão pendurados”, comentou o chefe global de imunização do UNICEF.
Estima-se que 182 milhões de crianças tenham perdido a primeira dose da vacina contra o sarampo entre 2010 e 2018, de acordo com uma análise do UNICEF. Isso ocorre porque a cobertura global da primeira dose de sarampo é de apenas 86%, bem abaixo dos 95% necessários para evitar surtos de sarampo.
Um número cada vez maior de crianças não vacinadas levou a surtos alarmantes de sarampo em 2019, inclusive em países de alta renda como EUA, Reino Unido e França.
UNICEF
Entre os países de baixa renda, as lacunas na cobertura do sarampo antes da COVID-19 já eram alarmantes. Entre 2010 e 2018, a Etiópia teve o maior número de crianças menores de 1 ano que perderam a primeira dose de sarampo – quase 10,9 milhões. Seguiu-se a República Democrática do Congo (6,2 milhões), Afeganistão (3,8 milhões), Chade, Madagascar e Uganda, com cerca de 2,7 milhões cada.
Além do sarampo, as lacunas de imunização já eram bastante graves, de acordo com os novos perfis regionais desenvolvidos pelo UNICEF. Na África, mais crianças perderam vacinas nos últimos anos devido ao aumento do número de nascimentos e à estagnação nos serviços de imunização. Por exemplo, na África Ocidental e Central, a cobertura estagnou em 70% para o DTP3 – que é o mais baixo entre todas as regiões –, em 70% para a poliomielite e em 71% para o sarampo. Isso levou a repetidos surtos de sarampo e poliomielite em países como a República Democrática do Congo. Enquanto isso, no Sul da Ásia, estima-se que 3,2 milhões de crianças não receberam vacinas em 2018. Na África Oriental e Meridional, o número de crianças não vacinadas permaneceu quase o mesmo na última década, em torno de 2 milhões. Todas as regiões agora também estão enfrentando surtos da COVID-19.
O UNICEF está enviando suprimentos de vacinas para imunizar crianças, sempre que possível, em áreas com surtos, e reabastecer seus suprimentos de rotina. Na República Democrática do Congo, por exemplo, o UNICEF está apoiando o governo com suprimentos de vacinas e equipamentos de proteção para continuar as atividades de imunização na província de Kivu do Norte, onde mais de 3 mil casos de sarampo foram registrados desde 1º de janeiro. E em Uganda, o UNICEF adquiriu 3.842.000 doses de vacina bivalente à poliomielite oral (bOPV) para imunizar 900 mil crianças com menos de um 1 de idade. As crianças recebem três doses da vacina contra a poliomielite antes de comemorar seu primeiro aniversário.
À medida que o mundo corre para desenvolver e testar uma nova vacina para a COVID-19, o UNICEF e os parceiros da Iniciativa contra o Sarampo e Rubéola e a Gavi, a Vaccine Alliance, estão pedindo aos governos e doadores que:
Sustentem os serviços de imunização, mantendo os trabalhadores e as comunidades de saúde seguros;
Iniciem o planejamento para aumentar as vacinas para cada criança perdida quando a pandemia terminar;
Reabastecer completamente a Gavi, pois a aliança apoia programas de imunização no futuro;
Certifique-se de que, quando a vacina COVID-19 estiver disponível, ela atenda as pessoas mais necessitadas.
Segundo a CEO da Gavi, Vaccine Alliance, Seth Berkley, as crianças que estão perdendo vacinas agora não devem passar a vida inteira sem proteção contra doenças. “O legado da COVID-19 não deve incluir o ressurgimento global de outros assassinos como o sarampo e poliomielite”, alertou a CEO da Gavi.
 
Posted: 29 Apr 2020 06:34 AM PDT
Jovens operárias produzem camisas em Accra, Gana. Foto: Banco Mundial/Dominic Chavez
Jovens operárias produzem camisas em Accra, Gana. Foto: Banco Mundial/Dominic Chavez
Cerca de 1,6 bilhão de pessoas empregadas na economia informal – ou quase metade da força de trabalho global – podem ter seus meios de subsistência destruídos devido ao declínio contínuo das horas trabalhadas causado por bloqueios para conter a disseminação da COVID-19, disse a Organização Internacional do Trabalho (OIT) na quarta-feira (28).
Enquanto isso, mais de 430 milhões de empresas em setores mais afetados, como varejo e manufatura, passam por “sérias perturbações”, acrescentou a agência da ONU.
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, disse que, à medida que a pandemia e a crise do emprego evoluem, a necessidade de proteger os trabalhadores mais vulneráveis ​​do mundo se torna ainda mais urgente.
“Para milhões de trabalhadores, ficar sem renda significa falta de comida, segurança e futuro. Milhões de empresas em todo o mundo mal conseguem respirar. Elas não têm poupança ou acesso ao crédito”, afirmou.
“Essas são as faces reais do mundo do trabalho. Se não oferecermos ajuda agora, eles simplesmente perecerão.”

Queda na renda

As descobertas aparecem na terceira edição do “Monitor da OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho“, divulgado na quarta-feira. Globalmente, existem cerca de 3,3 bilhões de trabalhadores. Dois bilhões têm empregos na economia informal, representando os trabalhadores mais vulneráveis ​​do mercado de trabalho.
A agência disse que 1,6 bilhão de pessoas na economia informal “sofreram danos maciços em sua capacidade de ganhar a vida” como resultado do colapso econômico criado pela pandemia da COVID-19.
Devido a bloqueios ou porque trabalham em setores atingidos, esses trabalhadores em todo o mundo tiveram uma queda de 60% na renda durante o primeiro mês da crise, segundo estimativas da OIT.
Isso se traduz em um declínio de mais de 80% na África e nas Américas, 70% na Europa e Ásia Central e 21,6% na Ásia e no Pacífico.

Queda nas horas trabalhadas

A agência da ONU estimou que, em comparação com os níveis anteriores à crise, haverá uma deterioração de 10,5% nas horas trabalhadas durante este segundo trimestre do ano, equivalente a 305 milhões de empregos em período integral. As projeções anteriores haviam estimado uma queda de 6,7%, ou 195 milhões de trabalhadores em período integral.
A situação piorou em todas as principais regiões, novamente em comparação com os níveis pré-crise. As estimativas do segundo trimestre sugerem uma perda de 12,4% das horas trabalhadas nas Américas e de 11,8% na Europa e Ásia Central. Todas as outras regiões terão perdas acima de 9,5%.

Empresas sob alto risco

A OIT acrescentou que a proporção de trabalhadores que vivem em países onde o fechamento do local de trabalho foi recomendado ou exigido diminuiu de 81% para 68% nas últimas duas semanas.
Embora isso se deva principalmente a mudanças na China, medidas de fechamento foram intensificadas em outros lugares.
Ao mesmo tempo, 436 milhões de empresas que operam nos setores de atacado e varejo, manufatura, acomodações e outros setores econômicos mais atingidos enfrentam “altos riscos de perturbações graves”.

Recuperação sustentável e eficaz

A OIT pede “medidas urgentes, direcionadas e flexíveis” para apoiar os trabalhadores e empresas, principalmente as pequenas, e os trabalhadores da economia informal.
“As medidas para reativação econômica devem seguir uma abordagem rica em empregos, apoiada por políticas e instituições de emprego mais fortes, sistemas de proteção social com melhores recursos e abrangentes”, recomendou a agência.
A OIT também enfatizou que a coordenação internacional sobre pacotes de estímulo e medidas de alívio da dívida será fundamental para tornar a recuperação eficaz e sustentável.
 
Posted: 29 Apr 2020 06:15 AM PDT
Profissional em trabalho remoto é uma das medidas relatadas pelas empresas do Pacto Global para conter o coronavírus. Foto: Pixabay
Profissional em trabalho remoto é uma das medidas relatadas pelas empresas do Pacto Global para conter o coronavírus. Foto: Pixabay
Rede Brasil do Pacto Global promove a segunda edição do projeto Quarentena com o Pacto, que promove discussões sobre a pandemia sob a perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e dos Dez Princípios do Pacto Global. Confira abaixo os próximos webinars:
Covid-19: perspectivas, articulação e apoio
Rede Brasil convida lideranças para abordar o atual cenário e perspectivas econômicas e sociais da COVID-19, assim como o papel das iniciativas privada e pública no contexto de pandemia.
Participantes:
  • Julien Imbert – Sócio do BCG no Brasil
  • Teresa Vernaglia – CEO da BRK Ambiental
  • Nicola Cotugno – CEO da Enel Brasil
  • Jonas Donizette – Presidente da Frente Nacional de Prefeitos
  • Mediação: Rodolfo Sirol – Presidente do Conselho de Administração da Rede Brasil do Pacto Global
Data e hora: 29 de abril, às 14h. Inscrições aqui.
Comunicação, reputação e propósito em tempos de pandemia
A COVID-19 está moldando nossa rotina e nosso futuro em diversos aspectos, sejam eles sociais ou individuais. A forma como as empresas se posicionam neste momento em resposta à pandemia pode ser um fator decisivo para proteger e recuperar a reputação frente a uma nova recessão. Como as marcas se inserem nesse contexto? E o que podemos esperar do “novo normal” no que se refere à reputação e ao propósito das organizações?
Participantes:
  • Carlo Pereira – diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global
  • Eraldo Carneiro – head de Consultoria em Gestão Estratégica de Reputação e Propósito da InPress Porter Novelli
  • Roberta Machado – CEO InPress Novelli
  • Sonia Favaretto – presidente do Conselho Consultivo da GRI Brasil e SDG Pioneer do Pacto Global
Data e hora: 5 de maio, de 11h às 12h30. Inscrições aqui.
Importância da Devida Diligência em Direitos Humanos e os desafios durante a epidemia
Ao longo de suas cadeias de valor, as empresas podem ter um enorme impacto na vida das pessoas em todo o mundo. Especialmente em tempos de crise, líderes empresariais devem estar cientes de suas responsabilidades de praticar due diligence em direitos humanos. Neste webinar, Löning – Human Rights & Responsible Business, apresentará uma ferramenta digital criada com intuito de ajudar empresas a dar o primeiro passo para cumprir essa responsabilidade.
Convidados:
  • Löning – Human Rights & Responsible Business
Data e hora: 13 de maio, de 10h às 11h. Inscrições aqui.
COVID-19 e Clima: Efeitos da pandemia nos padrões de emissões e agenda de enfrentamento das mudanças climáticas
Segundo o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedi, o período crítico da COVID-19 deve reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa, especialmente no setor energético. Por outro lado, estamos intensificando outros impactos como o uso de materiais e embalagens descartáveis. Alguns destes efeitos são temporários e serão revertidos assim que a economia começar a se recuperar. Outros poderão ser mais perenes, como a redução das viagens aéreas de negócios. Neste webinar iremos discutir estes e outros efeitos da pandemia nos padrões de emissão de GEE e na agenda de mudança do clima.
Convidado:
  • Tasso Azevedo – coordenador MapBiomas e SEEG
  • Abertura de Carlo Pereira – Diretor-executivo da Rede Brasil co Pacto Global
Data e hora: 14 de maio, de 14h às 15h30. Inscrições aqui.
COVID-19 e Corrupção: como empresas e suas áreas de integridade estão respondendo
Esse webinar, mediado pelo Fórum Econômico Mundial, traz como foco central a discussão de como as empresas brasileiras e suas áreas de integridade e compliance têm reagido aos desafios que o momento coloca, principalmente em termos de corrupção. O webinar convida empresas da Rede Brasil do Pacto Global a discutir os desafios anticorrupção nas suas ações atuais de reação à crise, principalmente nas doações.
Convidados:
  • Silvio Dulinsky – membro do comitê executivo do Fórum Econômico Mundial
Data: 20 de maio, de 11h às 12h. Inscrições aqui.
 
Posted: 29 Apr 2020 06:03 AM PDT
Foto: UNAIDS
Com o intuito de apoiar profissionais de saúde do Brasil em meio à pandemia de COVID-19, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançou quatro cursos virtuais de autoaprendizagem em português sobre doenças por vírus respiratórios emergentes, prevenção e controle de infecções pelo novo coronavírus, projetos para unidades de tratamento de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e cuidados clínicos na SRAG. Todas as capacitações são abertas e gratuitas, sem prazo para conclusão.
Confira mais informações abaixo e saiba como se inscrever:
Cuidados Clínicos na Síndrome Respiratória Aguda Grave – 2020
Este curso é destinado a profissionais de saúde que trabalham em unidades de tratamento intensivo (UTIs) em países de baixa e média renda, cuidando de adultos e crianças com formas graves de infecção respiratória aguda, incluindo pneumonia grave, septicemia e choque séptico. Trata-se de um guia prático a ser utilizado por profissionais da área da saúde envolvidos em tratamentos intensivos durante surtos de infecção humana por vírus influenza (sazonal), vírus da gripe aviária (H5N1, H7N9), MERS-CoV, novo coronavírus ou outras epidemias virais respiratórias emergentes. Para mais informações, clique aqui.
Projeto para Unidade de Tratamento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – 2020
Ao final deste curso, equipes envolvidas na preparação e resposta à síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estarão habilitados a descrever os princípios mais importantes que orientam o projeto para um centro de tratamento

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