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quarta-feira, 29 de abril de 2020




Posted: 27 Apr 2020 12:59 PM PDT
Foto: UNODC
A falsificação de produtos médicos é um crime que afeta todas as regiões do mundo e enfrentá-lo requer maior cooperação ao longo de toda a cadeia de fornecimento. Os medicamentos falsificados contêm substâncias nocivas e são uma ameaça à vida das pessoas.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apoia a integridade do sistema de fornecimento de produtos médicos, prevenindo e combatendo crimes relacionados a produtos médicos falsificados.
Durante a crise da COVID-19, os grupos de crime organizado se envolvem em crimes relacionados a produtos médicos falsificados, utilizando as mesmas técnicas empregadas no tráfico de outras mercadorias ilícitas. Eles se aproveitam do desejo das pessoas de encontrar uma cura para a COVID-19 e praticam a venda on-line destes produtos.
De acordo com alguns estudos sobre este problema, criminosos exploram lacunas e discrepâncias na legislação nacional e nos sistemas de justiça criminal, utilizam novas tecnologias e plataformas, como sites da Web escuros, para traficar produtos médicos falsificados e evitar a detecção por parte das autoridades de aplicação da lei. O crime relacionado a produtos médicos falsificados tem um impacto multidimensional que inclui consequências sanitárias, econômicas e socioeconômicas.
Conheça a publicação Combate ao Crime Relacionado a Produtos Médicos Falsificados: um Guia de Boas Práticas Legislativas (em inglês)
Assista ao vídeo sobre falsificação de produtos médicos.
 
Posted: 27 Apr 2020 12:13 PM PDT
Meninas e mulheres acessam água potável no vilarejo de Woukpokpoe, em Benin. Foto: Banco Mundial/Arne Hoel
Meninas e mulheres acessam água potável no vilarejo de Woukpokpoe, em Benin. Foto: Banco Mundial/Arne Hoel
A falta de água e saneamento coloca bilhões de pessoas em risco de contaminação por coronavírus. De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a lavagem de mãos é uma defesa básica de primeira linha, sendo a forma mais eficaz de prevenir a propagação da COVID-19. Entretanto, a ONU estima que uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável . Para discutir estes desafios, a Rede Brasil do Pacto Global promoveu nesta quinta-feira (23) o webinar COVID-19 e ODS6: A importância do saneamento básico para o combate ao coronavírus.
A iniciativa reuniu especialistas de diversas instituições para discutir como garantir o acesso à água potável e saneamento adequado às milhões de brasileiros e brasileiras que não possuem acesso a esses direitos básicos. Também foi discutido o que as empresas podem fazer para  minimizar o risco ao qual a população mais vulnerável está exposta, causado pela falta de infraestrutura de saúde e saneamento adequadas para lidar com a propagação do vírus.
Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, apresentou uma visão geral sobre o cenário atual do saneamento no país e os impactos no controle da COVID-19. Ele foi seguido por Ana Freitas Ribeiro, médica sanitarista e epidemiologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, que deu uma visão geral de caráter técnico sobre a COVID-19.
De acordo com a especialista, estudos já realizados não mostraram evidência da presença do vírus em águas superficiais ou subterrâneas, nem a transmissão por ingestão de água. Ainda assim, algumas medidas devem ser tomadas para manter a segurança do abastecimento de água, tais como: proteção da fonte da água; tratamento no ponto de distribuição, coleta e consumo; filtração e desinfecção; armazenamento seguro e limpeza regular das caixas d´água.
Marina de Castro Rodrigues, coordenadora de Responsabilidade Social Corporativa da Aegea Saneamento, destacou as ações da empresa no combate à pandemia. “Adotamos uma série de recomendações de saúde e segurança para os colaboradores que precisam estar nas ruas para manter o nosso serviço que é essencial”, explicou. “Colaboramos com a população e os órgãos públicos dos municípios onde operamos por meio de ações como a desinfecção de espaços de grande circulação e doações de alimentos e produtos de higiene para população vulnerável nesse momento de crise”.
Renata Ruggiero Moraes, diretora-presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade, falou sobre o “Papel das Ações Coletivas no combate à COVID-19”. Renata citou a iniciativa que o Instituto vem desenvolvendo, chamada Aliança Água + Acesso, uma aliança formada por 14 organizações para ampliar o acesso à água em áreas rurais, com atuação em três frentes: infraestrutura para acesso e tratamento; modelos autossustentáveis de gestão comunitária; e fortalecimento da causa e do ecossistema.
Rodolfo Sirol, presidente do conselho da Rede Brasil do Pacto Global, apresentou as ações da frente Pacto contra a Covid e do coletivo Covid Radar.
Confira abaixo o webinar na íntegra:

 
Posted: 27 Apr 2020 11:52 AM PDT
Cartilha está disponível em vários idiomas. Foto: Felipe Irnaldo/ACNUR
Nos esforços para apoiar as populações mais vulneráveis à pandemia do novo coronavírus, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Instituição Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI) lançam a cartilha ‘Comunicação sobre Saúde com Indígenas Warao e Eñepa’, disponível em português, espanhol, e também nos idiomas nativos dessa população indígena em situação de refúgio no Brasil.
Voltado também para profissionais de saúde, a publicação traz uma perspectiva intercultural para facilitar a comunicação e o entendimento com a população indígena sobre saúde, diagnóstico e tratamento de acordo com a cosmologia de cada grupo. O material foi produzido em estreita colaboração com lideranças dessas duas etnias, que apoiaram na tradução, revisão e ilustração.
Estima-se que aproximadamente 4 mil indígenas venezuelanos vivam atualmente no país (a maioria das etnias Warao e Eñepá), em consequência do fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos para o país. Entre as vulnerabilidades deste grupo, a saúde é um dos pontos mais preocupantes para as organizações humanitárias que lidam com a resposta emergencial a estas populações.
A cartilha complementará o trabalho informativo de prevenção em saúde (inclusive a COVID-19) que o ACNUR e parceiros realizam com indígenas venezuelanos abrigados nos estados de Roraima, Amazonas e Pará (onde a maioria dessas populações se encontra) e também em outros estados do país.
A publicação traz informações sobre as doenças mais comuns entre essas populações, como a gripe, tuberculose, pneumonia e asma. Ainda inclui as medicinas tradicionais utilizadas por cada grupo no tratamento de queimaduras, febre, inflamações, cólica, dores de estômago, diarreia e outros sintomas.
A cartilha apoiará ações de saúde a nível nacional, podendo ser impressa e distribuída em postos de saúde local e também à população indígena venezuelana.
Além da barreira do idioma, que dificulta o acesso à informação de qualidade, parte dessas populações vive em trânsito constante em busca de meios de vida relacionados à sua cultura, o que dificulta um abrigamento contínuo e a garantia de segurança alimentar e acompanhamento médico adequado.
O coordenador da resposta indígena venezuelana do ACNUR no Brasil, Sebastian Roa, explicou que a pandemia apresenta perigos adicionais às populações indígenas venezuelanas. “A cartilha é um instrumento intercultural feito com e para eles, a fim de facilitar o acesso aos sistemas públicos de saúde e promover uma melhor comunicação com os profissionais que os atenderão”, complementou o coordenador do ACNUR.
A Diretora Regional da Fraternidade – Federação Humanitária Internacional (FFHI), missionária Clara, afirmou que a cartilha representa um grande avanço na promoção da integração da população indígena nos sistemas nacionais. “Acompanhamos essa população diariamente na gestão dos abrigos Pintolândia e Janokoida, em Roraima, e sabemos da importância de ter essa ferramenta”, comentou a diretora da FFHI.
Em conjunto com autoridades estaduais e municipais e com a Operação Acolhida (resposta federal ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil), o ACNUR e parceiros têm implementado ações que garantem abrigamento, segurança alimentar, acesso à serviços de saúde e informação de qualidade nos idiomas das etinas Warao e Eñepa.
Todas estas atividades são feitas em coordenação com a Operação Acolhida e em conjunto com outras agências da ONU e organizações da sociedade civil reunidas sob a iniciativa R4V (Plataforma de Resposta a Venezuelanos e Venezuelanas).
O ACNUR agradece todos os seus doadores pelas importantes contribuições que permitem continuar trabalhando para oferecer dignidade, proteção e segurança para refugiados e solicitantes de refúgio no Brasil.
 
Posted: 27 Apr 2020 11:34 AM PDT
Clique para exibir o slide.Hayam Kasim estudava moda e francês em Damasco, na Síria, e estava a caminho de se tornar estilista profissional quando a guerra fez com que ela e a família deixassem o país. Há sete anos em São Paulo, sem falar português fluentemente e sem oportunidades de trabalho, ela e os três irmãos foram surpreendidos com a pandemia da COVID-19.
Agora, o talento de Hayam está sendo aproveitado para confeccionar máscaras de pano, que estão sendo distribuídas à população vulnerável de São Paulo. A ação é parte de um projeto encabeçado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Universidade de Campinas (Unicamp) e apoiado pelo Fundo de População da ONU (UNFPA) e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Hayam faz parte do coletivo Deslocamento Criativo e foi convidada a confeccionar as máscaras de forma remunerada, junto a outras pessoas com habilidade de costura que fazem parte do grupo. A ideia é estimular a atividade profissional das pessoas migrantes e refugiadas ao mesmo tempo em que garante a proteção de outras pessoas em situação de vulnerabilidade. Já foram produzidas 2 mil máscaras, que são distribuídas em abrigos para idosos, refugiados e migrantes, pessoas transexuais e para pessoas em situação de rua.
“Esse projeto auxilia essas pessoas em um momento em que migrantes e refugiados estão em uma condição laboral crítica, ao mesmo tempo em que eleva o conhecimento de saúde pública. É uma medida de mão dupla, promove saúde e conscientização”, define a professora coordenadora do Observatório das Migrações em São Paulo, Rosana Baeninger.
Sentada à máquina de costura, Hayam leva cinco minutos para confeccionar uma máscara, produzida em tecido do continente africano. Sozinha, a jovem de 29 anos já fez 450 máscaras, somente no último mês. “Eu posso fazer qualquer coisa. Esse é meu ramo”, orgulha-se. O dinheiro levantado com o projeto é o que tem sustentado a casa. “O Brasil é meu segundo país e eu peço ajuda para voar de novo. Meu sonho é ser estilista e fazer moda”, afirma.
Entrega  na Casa do Migrante – Parte do lote produzido foi distribuído aos moradores e funcionários da Casa do Migrante, abrigo mantido pela Missão Paz, entidade parceira da ACNUR no acolhimento de refugiados e migrantes. Atualmente, 66 pessoas, de 16 nacionalidades, vivem no local.
“A situação atual requer que todos trabalhemos juntos para ajudar nossos vizinhos e a cidade onde moramos. Consegui trazer a máquina de costura do estúdio onde trabalhava para minha casa, e aqui a produção não pode parar”, diz a designer síria.
A compra dos tecidos, a produção e a distribuição das máscaras estão sob a responsabilidade do coletivo Deslocamento Criativo, que conta com a participação direta de pessoas refugiadas no processo. Além da designer, outro sírio, Anas Obeid, está atuando na logística de entrega do material.
Formado em jornalismo, Anas Obeid produzia e vendia perfumes árabes sob encomenda e trabalhava em uma produtora de vídeo. Com a pandemia, se adaptou à nova realidade. Além de entregar as máscaras nos abrigos, ele explica aos refugiados e migrantes como manusear adequadamente o equipamento para garantir a higiene e mitigar os riscos de contaminação.
“Dentre os tantos trabalhos que realizo, acho importante contribuir neste momento para assegurar o bem-estar de refugiados e migrantes que vivem nos abrigos públicos, sem ter a possibilidade de conseguir um trabalho. Mas logo sairemos dessa, fortalecidos”, afirma Anas.
A refugiada venezuelana Ásia Carreño, de 58 anos, chegou na Missão Paz por meio do programa de interiorização do governo federal e ressalta a importância do uso das máscaras. “Não temos saído à rua para evitar a contaminação, mas mesmo aqui dentro, por convivermos próximos uns dos outros, as máscaras serão importantes para manter a nossa saúde”, disse. “E todos nós, idosos, crianças e adultos, vamos superar essa crise”, completa a moradora.
O coordenador da Missão Paz, padre Paolo Parise, lembra que as máscaras ajudarão na prevenção da COVID-19 junto aos moradores e funcionários da Casa do Migrante. “Estamos revendo nossas atividades para reduzirmos ao máximo a exposição das pessoas que vivem aqui ao ambiente externo e evitar a propagação do vírus. A entrega das máscaras fará com que as pessoas residentes e a equipe de trabalho possam se prevenir, inclusive durante a distribuição de cestas básicas que já realizamos no abrigo”, afirma Parise.
O coletivo Deslocamento Criativo é um projeto que mapeia e dá visibilidade à produção de refugiados que vivem em São Paulo e atuam na área da economia criativa, um setor dinâmico de negócios baseados no capital intelectual, cultural e na criatividade para gerar valor econômico. A plataforma serve como ponto de encontro para quem deseja conhecer e contratar trabalhos deste segmento, mesmo durante o contexto atual de pandemia.
ACNUR – A chefe do escritório do ACNUR de São Paulo, Maria Beatriz Nogueira, participou da entrega de máscaras na Casa do Migrante e lembrou que a pandemia exige solidariedade e cooperação de todos os setores. “É essencial assegurarmos que qualquer pessoa, independentemente de sua nacionalidade, possa ter acesso aos auxílios financeiros e aos serviços de saúde de forma plena, sem discriminação”, afirma.
O ACNUR está arrecadando doações financeiras para adquirir remédios, água potável, artigos de higiene e kits de proteção pessoal para famílias e, principalmente, idosos e crianças refugiadas em situação de vulnerabilidade. A Agência da ONU para Refugiados tem atuado no fortalecimento da comunicação com refugiados por meio da Plataforma Help e segue trabalhando de forma coordenada com os governos para garantir que as pessoas refugiadas sejam incluídas na resposta à COVID-19.
UNFPA – “Essa iniciativa vai ao encontro do trabalho que já estamos fazendo para diminuir o impacto da pandemia entre as pessoas mais vulneráveis. Ela garante renda para esses artesãos e artesãs ao mesmo tempo em que proporciona o acesso à máscara e à prevenção a um maior número de outras pessoas”, observa a representante do UNFPA, Astrid Bant.
Uma campanha de doação também está em curso pela internet, com a hashtag #euabracoestacausa, para quem deseja contribuir com a ação e adquirir máscaras produzidas por pessoas como Hayam. Basta acessar o site da campanha aqui ou entrar em contato pelo WhatsApp: (11) 95777-8549.
 
Posted: 27 Apr 2020 11:25 AM PDT
Um avião gerenciado pelo UNICEF chega ao Aeroporto de Maiquetía, na Venezuela, com 90 toneladas de suprimentos para o atendimento de crianças, adolescentes e mulheres mais vulneráveis, no contexto da pandemia de COVID-19. Foto: UNICEF
Um avião gerenciado pelo UNICEF chega ao Aeroporto de Maiquetía, na Venezuela, com 90 toneladas de suprimentos para o atendimento de crianças, adolescentes e mulheres mais vulneráveis, no contexto da pandemia de COVID-19. Foto: UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está aumentando as doações de suprimentos de saúde e higiene para famílias e profissionais de saúde em 12 países da América Latina e do Caribe afetados pela pandemia de COVID-19.
“Globalmente, há uma alta demanda por equipamentos de proteção e suprimentos de saúde para prevenir a COVID-19, e essa região não é exceção”, disse Bernt Aasen, diretor regional do UNICEF para a América Latina e o Caribe.
“É aqui que o UNICEF intervém. Manter os profissionais de saúde em segurança é fundamental e estamos fazendo tudo o que podemos para ajudá-los a fazer seu trabalho e salvar vidas todos os dias”.
Nas últimas três semanas, o UNICEF doou suprimentos médicos vitais para instituições governamentais ou famílias em 12 países da América Latina e do Caribe.
Os itens adquiridos e distribuídos localmente incluíram desinfetante para as mãos, sabão, suprimento de água e equipamento de proteção individual (EPI), além de máscaras, aventais, luvas, protetores faciais descartáveis, óculos e macacões, entre outros.
Há duas semanas, o maior carregamento humanitário do UNICEF desembarcou em Caracas, Venezuela, com aproximadamente 90 toneladas de suprimentos essenciais de saúde, incluindo kits com testes para 28 mil pacientes e kits de emergência para tratar 110 mil pacientes com a doença e com problemas respiratórios graves.
Apesar das condições extremas de mercado e das limitações logísticas, o UNICEF planeja enviar cerca de 52 toneladas de suprimentos vitais para distribuição nas próximas semanas e meses aos países da América Latina e do Caribe para a resposta à COVID-19, incluindo, entre outros:
220 mil máscaras
50 mil macacões
32.400 máscaras descartáveis
1.500 óculos
2.400 termômetros
5 mil testes
65 concentradores de oxigênio
Além das primeiras remessas internacionais, os escritórios do UNICEF na região também estão buscando e adquirindo suprimentos críticos nos mercados locais para apoiar as economias nacionais.
“As primeiras distribuições de itens de saúde e higiene já foram realizadas em vários países e estamos planejando mais envios nas próximas semanas”, disse Aasen. “Mas esta pandemia está em movimento. As necessidades estão crescendo dia a dia em cada país da região. Nacional e internacionalmente, nossas equipes procuram produtos de higiene e equipamentos de proteção individual para chegar às famílias e ao pessoal de saúde com suprimentos essenciais o mais rápido possível”.
Com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências da ONU, governos e parceiros locais, o UNICEF está na frente da luta contra a COVID-19 por meio de ações preventivas nos países afetados, incluindo a divulgação de campanhas com mensagens que salvam vidas e o fornecimento de kits médicos e produtos de higiene para centros de saúde e outras instalações.
Como parte da resposta coordenada das Nações Unidas à COVID-19, o UNICEF está ajudando a coibir a propagação da pandemia e a mitigar os efeitos colaterais para crianças, mulheres e famílias vulneráveis, incluindo os riscos de interrupção de serviços sociais essenciais.
No início deste ano, o UNICEF solicitou 48 milhões de dólares para apoiar sua resposta de emergência à pandemia na América Latina e no Caribe. Até o momento, menos de 15% do financiamento necessário foi recebido.
 
Posted: 27 Apr 2020 10:54 AM PDT
Mulher em um abrigo para meninas e mulheres que sofreram violência sexual e de gênero, em Mogadíscio, capital da Somália. Foto: UNICEF / Kate Holt
Mulher em um abrigo para meninas e mulheres que sofreram violência sexual e de gênero, em Mogadíscio, capital da Somália. Foto: UNICEF/Kate Holt
A violência de gênero por parte do parceiro íntimo, em sua forma mais comum, é altamente prevalente em muitas sociedades.
Situações emergenciais como a provocada pela atual pandemia da COVID-19, em que alguns países impuseram medidas de quarentena e de distanciamento social, podem aumentar o risco de violência contra mulheres e meninas por parte do parceiro íntimo.
Nesses casos, ficar em casa não é o mais seguro, já que o lar é frequentemente onde há risco de homicídio, abuso físico, sexual, psicológico, econômico, negligência e controle coercitivo.
No contexto do desemprego e de outros impactos econômicos adversos associados à pandemia, mulheres e meninas podem estar particularmente vulneráveis a abusos econômicos e privações durante esse período de confinamento.
Pode haver riscos particulares para mulheres que não conseguem comprar produtos essenciais, como alimentos e medicamentos porque são impedidas por seus parceiros de sair de casa, temem deixar seus filhos com eles ou não conseguem dinheiro para fazer compras.
As medidas para conter a COVID-19 são adotadas de forma uniforme, mas afetam desproporcionalmente certos grupos, incluindo vítimas e sobreviventes de violência doméstica, mulheres sem-teto, mulheres mais velhas e mulheres e meninas com deficiência.
Além disso, mulheres e meninas privadas de liberdade, deslocadas, refugiadas, requerentes de asilo, migrantes e aquelas que vivem em áreas de conflito estão particularmente em risco durante a pandemia.
Evidências de campos de refugiados e zonas de assistência humanitária confirmam que onde as famílias ou indivíduos são mantidos ou alojados próximos por longos períodos, as taxas de violência de gênero contra as mulheres e meninas são elevadas.
A COVID-19, portanto, tem colocado muitos desafios a esses grupos tanto na esfera emocional quanto na econômica que precisam ser superados e a violência que está emergindo agora como uma característica sombria dessa pandemia precisa ser combatida.

 
Posted: 27 Apr 2020 10:20 AM PDT
Rastreio de passageiros no aeroporto internacional Maya Maya, Brazzaville, no Congo. Foto: OMS/D. Elombat
Medição de temperatura de passageiros no aeroporto internacional Maya Maya, Brazzaville, no Congo. Foto: OMS/D. Elombat
A UN Global Compact Academy, maior plataforma de cursos de ensino a distância para empresas sustentáveis, está promovendo sessões gratuitas sobre a COVID-19.
Os webinars convidam especialistas internacionais e representantes da ONU para falar sobre a pandemia no contexto dos Dez Princípios do Pacto Global e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A transmissão é ao vivo, em inglês, e os vídeos são publicados posteriormente no canal do Youtube do Pacto Global.
Confira abaixo os próximos webinars e se inscreva:

COVID-19 e direitos humanos: protegendo os mais vulneráveis

Esta sessão destaca as ações que as empresas podem adotar para apoiar os direitos humanos durante a luta contra a COVID-19. Por meio de exemplos de práticas recomendadas e informações de especialistas, os participantes aprenderão como as empresas podem desempenhar um papel fundamental e defender os mais vulneráveis e marginalizados.
Convidados:
  • Michelle Bachelet – alta-comissária da ONU para direitos humanos
  • Roberto Marques – presidente-executivo da Natura
  • H.E. Anisul Huq – Ministro da Lei, Justiça e Assuntos Parlamentares de Bangladesh
  • Dia 28 de abril, às 11h (horário de Brasília). Inscrições aqui.

Cooperação global na resposta à crise

Inscreva-se neste webinar para obter informações de líderes de empresas, governo e das Nações Unidas sobre a resposta global à crise. Saiba como a cooperação e coordenação entre países e setores podem fortalecer os esforços de assistência e resposta.
Convidados:
  • Paul Polman, vice-presidente do conselho do Pacto Global
  • Ellen Dorsey, diretora-executiva do Wallace Global Fund
  • Dia 5 de maio, às 9h. Inscrições aqui.

Assista também aos webinars já transmitidos:
COVID-19: Finanças sustentáveis e o futuro da economia global
Convidados:
  • Francesco Starace, presidente-executivo da Enel
  • Fiona Reynolds, CEO, Principles for Responsible Investment
  • Miguel Nogales, CIO, Generation Investment Management
  • Moderadora: Lise Kingo, CEO e diretora-executiva, Pacto Global
Nova liderança para uma crise global
Convidados:
  • Amina J Mohammed, vice-secretária-geral da ONU
  • Alan Jope, CEO, Unilever
  • Lise Kingo, CEO e diretora-executiva, Pacto Global
Covid-19 e o apoio ao mundo do trabalho
Convidados:
  • Guy Ryder, Diretor-Geral, Organização Internacional do Trabalho (OIT)
  • Roberto Suárez Santos, Secretário-geral, Organização Internacional dos Empregadores
  • Sharan Burrow, secretária-geral, Confederação Sindical Internacional
Como os negócios podem apoiar as mulheres em tempos de crise
Convidadas:
  • H.E Margaret Kobia, Secretária de Gabinete do Quênia para o Serviço Público, Juventude e Assuntos de Gênero
  • Ann Cairns, vice-presidente do conselho, Mastercard
  • Lise Kingo, CEO e diretora-executiva, Pacto Global
 
Posted: 27 Apr 2020 10:00 AM PDT
Pesquisas estão em andamento no mundo todo para encontrar uma vacina contra a doença provocada pelo novo coronavírus. Foto: Loey Felipe/UN Photo
Pesquisas estão em andamento no mundo todo para encontrar uma vacina contra a doença provocada pelo novo coronavírus. Foto: Loey Felipe/UN Photo
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil disse estar preparada para continuar cooperando com as autoridades nacionais no enfrentamento à COVID-19, respeitando as medidas de isolamento social.
No dia 13 de março, o Plano de Continuidade de Operações da OPAS/OMS no Brasil (BCP – sigla em inglês) foi acionado para permitir que as funções, procedimentos corporativos e a capacidade da Organização de prestar a cooperação técnica estejam garantidos a fim de responder à situação de emergência.
Associada à ativação do Plano, foi realizada uma pesquisa que envolveu todos os funcionários, buscando atualizar o estado de preparação para a implementação do trabalho a distância. As respostas permitiram identificar necessidades de cada um dos membros das equipes da OPAS/OMS para essa modalidade de trabalho.
Três grupos-piloto para o trabalho a distância foram definidos e os testes foram realizados nos dias 19, 20 e 23 de março. Cada grupo encaminhou um retorno da experiência, permitindo concluir que é possível implementar essa modalidade de trabalho de forma a manter o padrão de resposta à cooperação técnica.
Com base no questionário e nos pilotos realizados, as equipes administrativas de recursos humanos, compras e tecnologia de informação (TI) oportunamente providenciaram equipamentos, softwares e orientações de forma a possibilitar a todos trabalhar a distância.
Destacam-se como instrumentos produzidos e divulgados para facilitar a adaptação a essa situação o “Guia para o trabalho em casa”, com informações relevantes sobre a nova relação de trabalho no ambiente familiar, boletins internos com temas técnicos relacionados à COVID19, alertas sobre notícias falsas, canais de registro de experiências pela intranet, ergonomia para trabalho a distância, entre outros.
Seguindo as orientações do BCP, no dia 23 de março, foi designado o grupo de trabalho presencial para manejo da emergência COVID-19 e a lista de pessoal que daria continuidade ao trabalho a distância, com o objetivo de orientar os esforços estratégicos, técnicos e operacionais de colaboração com o Brasil e com os demais parceiros para responder as necessidades e demandas do país.
Desde o dia 24 de março, a OPAS/OMS vem implementando o trabalho a distância. Nas próximas semanas, serão contadas vivências, sugestões e dicas dos funcionários sobre como manter o desempenho e a qualidade de seu trabalho.
 
Posted: 27 Apr 2020 09:12 AM PDT
Foto: ACNUR
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o mercado cinematográfico tem buscado alternativas para sobreviver à crise. Pela primeira vez, o cearense Karim Aïnouz lançou uma obra online e disponibilizou nos serviços de streaming Now, Vivo Play, Oi Play, Itunes, Google +, Filme Filme e Looke. O diretor é conhecido por títulos como A Vida Invisível, Praia do Futuro e O Céu de Suely. Seu novo projeto intitulado “TFH: Aeroporto Central”, chegou às plataformas de streaming no dia 24 de abril.
A obra resgata a importância do extinto Aeroporto de Tempelhof, em Berlim. Entre 2015 e 2019, o local teve seus hangares usados como abrigos de emergência para refugiados que buscavam asilo. É neste cenário que o espectador acompanha Ibrahim, estudante sírio de 18 anos, e o fisioterapeuta iraquiano Qutaiba. O documentário recebeu o Troféu Anistia Internacional, no Festival de Berlim em 2018.
Além do longa “Aeroporto Central”, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fez uma lista com mais oito filmes que refletem a dura realidade de milhões de pessoas em todo o mundo que foram forçadas a deixar suas casas para sobreviver.
1. Para Sama (2019), de Waadal-KateabFoto: Divulgação de Para Sama
A jornalista síria Waad al-Kateab registra em primeira pessoa a intimidade de sua família em meio ao conflito em Alepo, na Síria. A obra é uma espécie de carta aberta à filha Sama, nascida entre bombardeios. O relato dramático e sensível de Waad traz uma perspectiva feminina sobre a violência extrema que aflige o país, sem perder a doçura de memórias esperançosas. O público acompanha de perto as angústias de uma mãe, cuja maternidade é marcada por vulnerabilidade e dificuldades extremas, como acesso à saúde e aspectos psicológicos da gestação. “Em que vida eu a coloquei, Sama? Será que um dia você vai me perdoar?”, questiona Waad em um dos momentos mais comoventes do filme, quando ela e o marido são coagidos a escolher entre ficar e ir embora.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime e Now.
2. Humanflow — Não existe lar se não há para onde ir (2017), de Ai WeiweiFoto: cena de Human Flow
O filme-documentário é dirigido por Weiwei, um ativista político que foi preso, perseguido e expulso de seu país. A obra faz um panorama de crises de refugiados de mais de 20 países e expõe os motivos que levam milhões de pessoas ao redor do mundo a deixarem seus países e iniciarem uma jornada dura, incerta e cruel. “Human flow” é um retrato sobre as dificuldades que as pessoas deslocadas encontram pelo caminho: travessias perigosas, humilhações e pouca receptividade.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, Google Play e YouTube.
3. Cafarnaum (2019), de Nadine LabakiFoto: divulgação de Cafarnaum
Quando a irmã mais nova de Zain (interpretado por Zain Al Rafeea, um refugiado sírio de 12 anos) é forçada a se casar com um homem mais velho, ele foge de casa e passa a viver nas ruas. Em troca de comida e abrigo, o garoto começa a cuidar do filho pequeno de Rahil, uma imigrante etíope sem documentos. O filme aborda também o drama de milhares de refugiados africanos e sírios que escapam da polícia e do tráfico de pessoas em Beirute, capital do Líbano. Com atuações fortes, sob o olhar único da diretora libanesa, a obra traz para as telas o caos social que inspira o título da produção. Cafarnaum significa “lugar de tumulto e desordem”. O filme saiu vencedor no Festival de Cannes 2018 e foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, NOW, Google Play, Vivo Play, Youtube, Looke, iTunes, Playstation, SKY Play e Xbo.
4. Exodus – De onde vim não existe mais (2017), de Hank LevineFoto: divulgação de Exodus
Em “Exodus”, o espectador acompanha as trajetórias de Napuli, Tarch, Dana, Nizar, Bruno, Lahtow e Mahka em busca de uma vida em segurança. Napuli é uma ativista política que teve de deixar o Sudão do Sul, passou por Uganda e agora luta para permanecer na Alemanha. Tarcha nasceu no Saara Ocidental e precisou fugir para a Argélia, onde vive em um campo de refugiados. Nascida na Síria, Dana chegou no Brasil via Turquia e está desesperada para reunir sua família no Canadá. A jornada de Nizar, um Sírio-Palestino, passa pelo Brasil, Cuba, e Europa, onde ele espera receber refúgio e reunir sua família. Bruno, de Togo, viveu em campos de refugiados na Alemanha durante nove anos, até ser finalmente legalizado e passar a ajudar outros refugiados. Lahtow e Mahka, de Mianmar, tiveram que deixar suas casas devido a conflitos militares. As histórias são narradas por Wagner Moura.
Trailer | Disponível no YouTube.
5. Zaatari: Memórias do Labirinto (2019), de Paschoal Samora Foto: cena de Zaatari
Ambientando no deserto de Mafrak, fronteira da Síria com a Jordânia, o documentário registra o nascimento de um dos maiores campos de refugiados do mundo. O lugar, chamado Zaatari, foi criado como uma estrutura transitória, mas que já se tornou a quarta maior cidade da Jordânia e o quinto maior centro financeiro do país. A obra contou com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e revela como os refugiados refazem suas vidas e procuram superar os traumas da guerra.
Trailer.
6. Cidade de Fantasmas (2017), de Matthew HeinemanFoto: cena de Cidade de Fantasmas
O olhar do premiado cineasta Matthew Heineman volta-se, com um acesso inédito até então, para os jornalistas anônimos do grupo Raqqa is Being Slaughtered Silently (RBSS – Raqqa está sendo assassinada silenciosamente), que arriscam a vida diariamente para denunciar em vídeos e fotos as atrocidades terroristas na Síria. A obra narra não só a história do grupo, cujos fundadores tiveram que buscar refúgio na Turquia e na Alemanha, como também expõe parte de seus trabalhos, contrapondo imagens da dura realidade de violência na região.
Trailer | Disponível no streaming Amazon Prime.
7. Era o Hotel Cambridge (2016), de Eliane CafféFoto: cena do filme Era o Hotel Cambridge
Além de tratar da luta por moradia na cidade, a ficção também aborda a dinâmica do que é ser um refugiado no Brasil a partir da participação de refugiados reais, que compartilham suas vivências valiosas. As fronteiras não são as únicas barreiras em suas jornadas pela sobrevivência. Idioma, costumes, convivência com a população local e xenofobia também podem ser empecilhos para o “sentir-se em casa”.
Trailer.
8. Fogo ao Mar (2016), de Gianfranco RosiFoto: Reuters
Para além de ser mais um documentário expositivo sobre os infortúnios de pessoas que deixam a África e Oriente Médio em busca de refúgio na Europa, “Fogo ao Mar” é um retrato de realidades distintas, e como elas se cruzam. Samuelle, garoto de 12 anos com problemas de vista, atentamente escuta a avó falar sobre a guerra e as bombas que faziam o mar incendiar. Enquanto prepara o almoço, uma mulher escuta no rádio o número de pessoas que morreram tentando chegar à ilha. Um médico tenta se comunicar com uma sobrevivente durante um exame de ultrassonografia. Tudo isso divide a tela com os dramáticos resgates no mar.
Trailer | Disponível nos streamings Amazon Prime, Google Play, YouTube.
 
Posted: 27 Apr 2020 09:09 AM PDT
Arte: Rede Brasil do Pacto Global
Arte: Rede Brasil do Pacto Global
A urgente crise de saúde provocada pela COVID-19 causou uma recessão com níveis históricos de privação e desemprego, criando uma crise humana sem precedentes que atinge os mais pobres, principalmente mulheres e crianças. Em novas diretrizes divulgadas hoje como um roteiro para apoiar o caminho dos países para a recuperação social e econômica, as Nações Unidas fazem um apelo para aumentar o apoio internacional e o compromisso político para garantir que as pessoas em todos os lugares tenham acesso a serviços essenciais e proteção social.
As “Diretrizes das Nações Unidas para a resposta socioeconômica imediata à COVID-19: responsabilidade compartilhada, solidariedade global e ação urgente para as pessoas necessitadas” demandam a proteção de empregos, empresas e meios de subsistência para iniciar uma recuperação segura das sociedades e economias o mais rápido possível para percorrer um caminho mais sustentável, com igualdade de gênero e neutro em carbono – melhor do que o “antigo normal”.
“Esta não é apenas uma crise de saúde, mas uma crise humana; uma crise de emprego; uma crise humanitária e uma crise de desenvolvimento. E não é apenas sobre os mais vulneráveis. Esta pandemia mostra que estamos todos em risco, porque somos tão fortes quanto o sistema de saúde mais fraco. Sua escala sem precedentes exige uma resposta sem precedentes”, disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que apresentou seu relatório sobre os impactos socioeconômicos da COVID-19 “Responsabilidade Compartilhada, Solidariedade Global”, em março.
Acesse o documento clicando aqui.
“Tudo o que fizermos durante e após a crise deve estar focado na construção de economias e sociedades mais igualitárias, inclusivas e sustentáveis, mais resilientes diante de pandemias, mudanças climáticas e muitos outros desafios globais que enfrentamos”, afirmou. As novas diretrizes lançadas hoje estabelecem como as entidades da ONU põem em prática esta visão no terreno.
As decisões tomadas nos próximos meses serão cruciais para o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), enfatizam as diretrizes da ONU para a recuperação econômica e social.
Observando que, durante o surto de ebola em 2014, mais pessoas morreram pela interrupção dos serviços sociais e pelo colapso econômico do que pelo próprio vírus, as diretrizes se concentram em proteger as necessidades e os direitos das pessoas mais afetadas pela pandemia, começando pelos países e grupos mais vulneráveis e por aqueles que correm o risco de serem deixados para trás.
Tirando lições da crise econômica e financeira global de 2008-2009, as diretrizes observam que os países com fortes sistemas de proteção social e serviços básicos sofreram menos e se recuperaram mais rapidamente. Para impedir que bilhões de pessoas caiam na pobreza, governos do mundo todo precisarão se adaptar, estender e ampliar rapidamente os “amortizadores” de segurança, como transferências em dinheiro, assistência alimentar, esquemas de seguro social e benefícios para crianças com o objetivo de apoiar as famílias.
Para que os impactos da COVID-19 sejam reduzidos, a ONU pede mais apoio para lidar com os desafios futuros, incluindo respostas imediatas de proteção social que consideram impactos diferenciados em grupos vulneráveis, crianças, mulheres, homens e trabalhadores do setor informal. Isso é particularmente urgente, considerando que 4 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial – incluindo duas em cada três crianças – não têm acesso à proteção social ou têm acesso inadequado.
Nota aos editores
A ONU se concentrará em cinco eixos-chave em sua resposta, que coloca as comunidades no centro dos esforços de recuperação:
1. proteger os serviços de saúde existentes e fortalecer a capacidade dos sistemas de saúde para responder à pandemia;
2. ajudar as pessoas a lidar com as adversidades, através da proteção social e de serviços básicos;
3. proteger empregos, apoiar pequenas e médias empresas e trabalhadores informais por meio de programas de recuperação econômica;
4. orientar o aumento necessário de estímulos fiscais e financeiros para fazer com que as políticas macroeconômicas trabalhem para os mais vulneráveis e fortalecer as respostas multilaterais e regionais; e
5. promover a coesão social e investir em sistemas de resiliência e resposta liderados pela comunidade.
Esses cinco fluxos são conectados por ações no sentido de atender à necessidade de sustentabilidade ambiental, para que os países tenham uma retomada e se “recuperem melhor”, mais bem preparados para enfrentar choques futuros, incluindo pandemias.
As equipes da ONU, que cobrem 162 países e territórios, lançarão este plano de recuperação nos próximos 12 a 18 meses, sob a liderança dos coordenadores-residentes da ONU, apoiados por uma rede de conhecimentos globais e regionais. Como líder técnico nos esforços de recuperação socioeconômica, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apoiará os coordenadores residentes, com as equipes da ONU trabalhando em unidade em todos os aspectos da resposta.
Embora uma proporção significativa do portfólio de programas de desenvolvimento sustentável de US$ 17,8 bilhões existente entre entidades da ONU tenha de ser ajustada às necessidades da COVID-19, dada a escala do impacto socioeconômico da pandemia, serão necessários fundos adicionais. Para apoiar esses esforços, o secretário-geral lançou o Fundo de Resposta e Recuperação das Nações Unidas COVID-19, um mecanismo de fundos entre agências da ONU para ajudar os países de baixa e média renda a superar a crise de saúde e desenvolvimento causada pela COVID- 19 e apoiar as pessoas mais vulneráveis diante das dificuldades econômicas e das perturbações sociais. Os requisitos financeiros do Fundo são projetados em US$ 1 bilhão nos primeiros nove meses e serão posteriormente revisados. O secretário-geral também pediu uma resposta multilateral que represente pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) global para montar a resposta mais eficaz frente à mais grave crise que o mundo já viu.
Não haverá retorno ao “antigo normal”, afirma o documento das diretrizes. A pandemia é um golpe para as economias emergentes e em desenvolvimento que já enfrentam restrições vinculativas da dívida e espaço fiscal limitado, com vários países em desenvolvimento precisando de alívio urgente da dívida. Seus impactos serão especialmente devastadores para os países mais vulneráveis – aqueles em contextos humanitários ou de conflito.
As Nações Unidas também pedem um reaproveitamento fiscal e financeiro maciço nas próximas semanas e meses, incluindo o redirecionamento dos subsídios aos combustíveis fósseis para ajudar na resposta. A ONU ressalta que o status quo e os negócios como de costume são escolhas políticas e não são inevitáveis. Para um desenvolvimento sustentável que beneficie mais pessoas, a decisão deve ser por uma recuperação frente à COVID-19 rápida, justa, verde e inclusiva.
Sobre o documento de diretrizes: As “Diretrizes das Nações Unidas para a resposta socioeconômica imediata à COVID-19: responsabilidade compartilhada, solidariedade global e ação urgente para as pessoas necessitadas”, divulgadas hoje (27 de abril de 2020), colocam em prática o relatório do secretário-geral “Responsabilidade Compartilhada, Solidariedade Global” sobre o mesmo tema. É um dos três componentes críticos dos esforços da ONU para salvar vidas, proteger pessoas e reconstruir melhor, juntamente com a resposta à saúde, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e a resposta humanitária, conforme detalhado no Plano Global de Resposta Humanitária COVID-19, liderado pela ONU. Três mecanismos de financiamento apóiam os pilares abrangentes de resposta: o “Fundo de Resposta de Solidariedade COVID-19”, gerenciado pela Fundação das Nações Unidas e pela Fundação Suíça de Filantropia para as necessidades imediatas de saúde; o “Plano Global de Resposta Humanitária” para o apelo humanitário; e o “Fundo de Resposta e Recuperação COVID-19 das Nações Unidas para a recuperação socioeconômica”.
Sobre o Sistema de Desenvolvimento da ONU: O Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas é o maior ator internacional do mundo em proteção social e serviços básicos. O Sistema das Nações Unidas está presente em 162 países e atinge dezenas de milhões de pessoas através de serviços básicos, transferências sociais e outras formas de proteção social. O Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas possui uma vasta experiência no apoio a governos no desenvolvimento de sistemas de proteção social, incluindo pisos de proteção social e prestação de serviços sociais de qualidade e no suporte a esses serviços nos contextos humanitário e de desenvolvimento.
 
Posted: 27 Apr 2020 07:33 AM PDT
São Paulo já soma mais de 1,7 mil mortos por COVID-19. Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa
São Paulo já soma mais de 1,7 mil mortos por COVID-19. Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa
Por Luis Felipe López-Calva*
Um fundamento essencial para as políticas de contenção da expansão da COVID-19 está encorajando pessoas a seguir o apelo #StayAtHome (“Fique em casa”, em português).
Políticas de distanciamento social, confinamento e quarentena se tornaram fundamentais na luta para “achatar a curva” da doença.
Entretanto, como um artigo recente mostrou, por meio de dados de localização de celulares de aproximadamente 15 milhões de usuários nos Estados Unidos, poder ficar em casa durante a pandemia do novo coronavírus pode ser um luxo que muitos não têm como bancar.
Os dados mostraram que, nos EUA, enquanto pessoas de todos as faixas de renda se deslocavam menos do que antes, as mais ricas ficavam mais em casa e começaram a quarentena antes daquelas de menor renda.
Esse tipo de dado aponta para as desigualdades na capacidade de nos protegermos do vírus, assim como nossas comunidades. De fato, são esses “poucos” que têm o privilégio de trabalhar remotamente na segurança de seus lares.
Na América Latina e no Caribe, região com altos índices de pobreza e mais da metade da força de trabalho empregada no setor informal, ficar em casa apresenta um desafio mais difícil para muitos.
Algumas pessoas simplesmente não têm condições de ficar em casa. Assim, para o sucesso das estratégias de redução das infecções pela COVID-19, grupos vulneráveis devem ser compensados economicamente por ficarem em casa, não somente os pobres. Não é tempo de ficarmos preocupados sobre erros de inclusão.
Com dados divulgados pelo Google nos “Relatórios de Mobilidade Comunitária – COVID-19”, podemos ver como as mudanças nos padrões de mobilidade estão realmente tomando forma na América Latina e no Caribe.
Os dados atuais de mobilidade divulgados são de 29 de março deste ano e mostram como visitas e o tempo de duração delas em diferentes lugares mudaram em comparação com um valor de linha de base.
A linha de base é o valor médio para o correspondente dia da semana, durante o período de 3 de janeiro a 6 de fevereiro de 2020.
Os dados incluem mudanças nos destinos de mobilidade relevantes para os esforços de distanciamento social, bem como o acesso a serviços essenciais.
Especificamente, o relatório inclui dados para os seguintes tipos de destino: varejo e recreação (lugares como restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, livrarias e cinemas); mercados e farmácias (armazéns, depósitos de alimento, feiras, drogarias); parques (parques nacionais, praias públicas, marinas, praças e jardins públicos); pontos de trânsito (terminais de transporte de metrô, ônibus e estações de trem), ambientes de trabalho; e residências.
Para termos melhor ideia das desigualdades nos padrões de mobilidade, precisaríamos considerar como essas tendências diferem por fatores como gênero, etnia e status socioeconômico.
Infelizmente, os dados não estão disponíveis de forma desagregada. No entanto, ao se compararem mudanças nos padrões de mobilidade junto à parcela da população que vive na pobreza em um país, começamos a ter ideia de como as desigualdades econômicas podem estar se configurando em termos de mobilidade.
Especificamente, este gráfico (#GraphForThought) mostra que, no princípio do surto da COVID-19, países da América Latina e do Caribe com alta parcela da população vivendo na pobreza viram reduções menores nas tendências de mobilidade fora de casa.
Essa associação entre mobilidade e pobreza é verdadeira para todos os tipos de destino incluídos no conjunto de dados e todas as linhas internacionais de pobreza (1,90 dólar por dia, 3,20 dólares e 5,50 dólares por dia).
No âmbito das políticas, isso sugere que, para as medidas de contenção terem êxito, deve haver uma compensação para aqueles que não podem gerar renda, particularmente em contextos de pobreza e informalidade elevadas.
Por exemplo, recursos como uma rede de segurança social que ofereça a trabalhadores informais fontes alternativas de renda podem ajudar essa população a reduzir suas saídas de casa. Na ausência dessas políticas, o isolamento pode simplesmente não ser uma opção para alguns, e a COVID-19 continuar a ser consequência da infecção por um vírus que discrimina os pobres.
*Diretor regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para a América Latina e o Caribe
 
Posted: 27 Apr 2020 07:14 AM PDT
Foto: OPAS
Os países devem fortalecer a vacinação contra influenza sazonal e sarampo para prevenir doenças respiratórias e surtos de doenças imunopreveníveis durante a pandemia da COVID-19, afirmam especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).
As recomendações acontecem em função da 18ª Semana de Vacinação nas Américas, celebrada entre 25 de abril e 2 de maio com o slogan “Ame. Confie. Proteja. #VacineSe”. Desde 2003, mais de 806 milhões de pessoas de todas as idades foram vacinadas contra uma ampla gama de doenças perigosas sob a iniciativa regional promovida pela OPAS.
A diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, reforça que as vacinas salvam vidas e devem ser mantidas mesmo durante a pandemia da COVID-19. “A pessoas mais vulneráveis não devem sofrer as consequências de não receber as vacinas das quais precisam. Parabenizo os países de nossa região que já adaptaram suas campanhas a essa ‘nova realidade’ e estão fazendo grandes esforços para continuar vacinando de maneira segura”, disse a diretora da OPAS.
A vacinação para prevenir quadros respiratórios graves pela gripe e frear os surtos de sarampo é essencial para proteger as pessoas, ajudando os sistemas de saúde a se concentrarem na resposta à COVID-19. Cerca de 17 países das Região informaram que estão usando a plataforma Semana de Vacinação nas Américas para imunizar contra influenza, e outros 17 planejam vacinar contra sarampo.
Três países das Américas – Argentina, Brasil e México – estão atualmente combatendo surtos de sarampo e lidando com casos da COVID-19. A OPAS recomendou que os prestadores de atenção primária de saúde vacinassem contra o sarampo enquanto tomavam medidas para proteger as comunidades e os profissionais de saúde da COVID-19.
Profissionais de saúde são heróis e heroínas da vacina
A imunização continua sendo um serviço essencial que ajudará a manter as pessoas saudáveis e reduzirá a sobrecarga nos serviços de saúde, para que possam responder de maneira mais eficaz à COVID-19.
O chefe do programa de Imunização Integral da Família da OPAS, Cuauhtemoc Ruiz Matus, recomenda que seja dado um foco especial na vacinação contra influenza este ano para proteger populações vulneráveis, em função do inverno que se aproxima na América do Sul e o contexto da pandemia de COVID-19. “A vacinação é fundamental não apenas para nossas comunidades, mas também para nossos profissionais de saúde”, explicou o chefe do programa de imunização da OPAS.
Novas abordagens para vacinar
Muitos países adaptaram soluções criativas para continuar a vacinar com segurança as populações de risco durante a pandemia. O Brasil estabeleceu uma meta de vacinar mais de 60 milhões de pessoas de alto risco – aquelas com doenças subjacentes, mulheres grávidas, criança
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