Boletim diário da ONU Brasil: “UNESCO lança ferramenta online para monitorar qualidade da água no mundo” e 5 outros. |
- UNESCO lança ferramenta online para monitorar qualidade da água no mundo
- Brasil registra 11,6% dos casos de hanseníase no mundo
- Brasil ratifica Convenção 189 da OIT sobre trabalho doméstico
- ONU lança vídeo sobre maternidade e migração em campanha contra xenofobia em Roraima
- A freira e a bicicleta: apoio a mulheres e meninas congolesas
- Com poucos recursos, hospital em campo de refugiados na Tanzânia salva vidas
Posted: 01 Feb 2018 11:07 AM PST
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) lançou esta semana (29) o Portal da Qualidade da Água Mundial, que fornece informações sobre a qualidade da água doce em escala global, usando dados de sensoriamento remoto.
O Programa Hidrológico Internacional (PHI) da A qualidade da água afeta a saúde humana, assim como ecossistemas, biodiversidade, produção de alimentos e crescimento econômico. Embora seu aprimoramento seja essencial para o desenvolvimento sustentável, são raros os dados confiáveis, especialmente em áreas remotas e em países em desenvolvimento nos quais não existem capacidades ou redes de monitoramento. O Portal da Qualidade da Água Mundial, da Iniciativa Internacional sobre Qualidade da Água, atende a uma necessidade urgente de aprimorar o acesso à informação e a uma base de conhecimento, com o objetivo de entender melhor os impactos das mudanças causadas pelo clima e pelas atividades humanas na segurança hídrica. O site facilitará uma tomada de decisões consciente e com base científica para a gestão da água, e apoiará os esforços dos Estados-membros na implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 6, que trata de água potável e saneamento, assim como vários outros objetivos e metas relacionados diretamente com a qualidade e a poluição da água. A iniciativa fornece dados sobre cinco indicadores-chave da qualidade da água: turbidez e distribuição sedimentar, clorofila A, floração de algas nocivas (FAN), absorção orgânica e temperatura da superfície. Esses indicadores também fornecem informações quanto ao impacto de outros setores e usos da terra, como as áreas urbanas, uso de fertilizantes na agricultura, mudança climática ou gestão de represas e reservatórios. Por exemplo, acompanhar mudanças na turbidez (o grau em que a luz é retrodifundida em partículas na água) é útil para o monitoramento de resquícios de sedimentos em atividades de dragagem e despejo. A clorofila A é um pigmento encontrado em células de fitoplâncton, enquanto o indicador FAN mostra áreas possivelmente afetadas por florações de algas nocivas, formadas por cianobactérias e que contêm ficocianina. O portal utiliza dados óticos dos satélites Landsat e Sentinel-2, que são de acesso aberto, e um sistema computacional desenvolvido pela empresa EOMAP, da Alemanha. Nessa fase de demonstração, o Portal da Qualidade da Água Mundial fornece uma série cronológica de dados referentes a sete bacias hidrográficas e recursos hídricos da superfície em todas regiões do mundo, monitorando esses cinco indicadores desde janeiro de 2016. As bacias e regiões consideradas nessa fase são: Lago Sevan, na região do Cáucaso (Armênia e Azerbaijão); reservatório de Itaipu e a Bacia do Rio Paraná (Argentina, Brasil e Paraguai); Planalto do Lago Mecklenburg (Alemanha); Rio Nilo e Represa de Assuã (Egito e Sudão); Delta do Rio Mekong (Vietnã); Lagos da Flórida (EUA); e Bacia do Rio Zambeze (Zâmbia e Zimbábue). Também inclui materiais de treinamento para facilitar a capacitação e conscientizar as partes interessadas, que incluem profissionais do setor hídrico, formuladores de políticas e o público em geral. Uma exposição intitulada “Qualidade da água desde o espaço: imagens hipnotizantes da observação terrestre” também foi apresentada na Sede da UNESCO, em Paris (de 22 a 26 de janeiro), para marcar o lançamento do portal. Ela mostra resultados da fase de demonstração e inclui uma coleção de imagens de observação terrestre, expondo a qualidade da água nos principais rios, lagos, reservatórios e deltas costeiros ao redor do mundo. A exposição salienta ainda a importância de se manter ecossistemas saudáveis e mostra todo o potencial da observação terrestre para a avaliação mundial da água. O site é mais um item do conjunto de ferramentas fornecidas pela UNESCO para ajudar os Estados-membros a monitorar e administrar os recursos hídricos de forma sustentável, e para que alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Essas ferramentas incluem bases de dados interativas, como o Sistema de Redes de Informação sobre a Água, e publicações de avaliação e monitoramento periódico, como o Relatório Mundial sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, e relatórios para monitorar o progresso dos indicadores do ODS 6, o primeiro dos quais será publicado em junho de 2018. |
Posted: 01 Feb 2018 11:02 AM PST
OPAS) participou nesta semana (31), em Belém do Pará, do lançamento de uma campanha de conscientização sobre a doença. A iniciativa, do Ministério da Saúde do Brasil, aborda os sintomas da enfermidade. País identificou 25,2 mil casos da patologia em 2016, número que representava 11,6% do total global de novas ocorrências.
Em evento para o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, observado comumente no último domingo de janeiro, a Organização Pan-Americana da Saúde (Sob o lema “Hanseníase. Identificou. Tratou. Curou”, os materiais de divulgação serão publicados em diversos veículos de comunicação para alertar os brasileiros – principalmente homens com idade entre 20 e 49 anos, grupo com o maior número de detecção de novos casos – sobre os sinais da doença. A campanha incentiva o público a buscar orientações em caso de suspeita da patologia e também orienta os profissionais de atendimento sobre diagnóstico precoce, tratamento e prevenção das deficiências resultantes da hanseníase. Joaquín Molina, representante da OPAS no Brasil, afirmou que a região das Américas tem observado uma diminuição gradual no número de novos casos da infecção. Entre 2011 e 2016, por exemplo, houve uma redução de 26% nos casos detectados e de 31% na quantidade de crianças diagnosticadas. Apesar das conquistas, o combate à doença não pode perder a força. “Avançamos e podemos comemorar os progressos alcançados nos últimos anos, mas não podemos baixar a guarda. São necessários recursos financeiros adicionais e mais compromisso político para atingir o objetivo da eliminação da hanseníase”, defendeu Molina. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil também registrou queda na detecção de casos nos últimos anos: de 40,1 mil em 2007 para 25,2 mil em 2016 – o que representa uma diminuição de 42,3% da taxa de diagnóstico do país. “É importante lembrar que, apesar de existirem tratamentos eficazes e cura para a hanseníase, campanhas massivas de educação em saúde pública, um aumento da consciência sobre a doença e integração dos tratamentos nos serviços de saúde, os esforços para o combate e controle dessa enfermidade ainda encontram um grande obstáculo: o estigma e a discriminação enfrentados pelas pessoas afetadas por ela”, acrescentou o dirigente da OPAS. O representante da agência da ONU reafirmou o compromisso da OPAS de continuar trabalhando junto aos governos, parceiros, movimentos sociais e sociedade civil para assegurar um controle efetivo da doença no Brasil e em outros países das Américas. “Em todo o mundo, os programas de combate à hanseníase e seus parceiros trabalham para promover a conscientização sobre uma doença que muitas pessoas acreditam estar extinta, quando, na verdade, 210 mil novos casos ainda são diagnosticados a cada ano”, ressaltou Isabelle Roger, assessora regional de Doenças Negligenciadas e Hanseníase da OPAS. A especialista revelou ainda que é possível haver um grande número de pessoas com a enfermidade sem o devido diagnóstico – o que as deixa em risco de desenvolver incapacidades físicas. Abordagens inovadorasDesenvolvido pelo Ministério da Saúde brasileiro em parceria com a OPAS e com apoio da Fundação Nippon, do Japão, o Projeto Abordagens Inovadoras para Intensificar Esforços para um Brasil livre da Hanseníase teve início em outubro de 2017. Programa busca reduzir a incidência da doença em 20 municípios dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins.Essas localidades foram escolhidas por apresentaram o maior número de casos novos de hanseníase diagnosticados entre jovens com menos de 15 anos. O Pará, estado onde a campanha foi lançada, é o terceiro com o maior número de novas ocorrências (2.359), ficando atrás apenas de Mato Grosso (3.167) e Maranhão (2.715). Saiba mais sobre a hanseníaseA hanseníase é uma doença crônica infecciosa causada por uma bactéria que se multiplica muito lentamente. O período de incubação da doença varia de nove meses a 20 anos, com uma média de cinco anos. Afeta principalmente a pele, os nervos periféricos e os olhos. A detecção precoce dos casos reduz muito os riscos de deformidades e incapacidades físicas entre os pacientes. Essa enfermidade tem cura e o medicamento é gratuito em todos os países.A hanseníase não é muito contagiosa. É transmitida por meio de gotículas nasais e orais durante contato próximo e frequente com uma pessoa que tem a doença e não recebeu tratamento. Quando tratada em seus estágios iniciais, as chances de incapacidade diminuem consideravelmente. Hoje, o diagnóstico e o tratamento da hanseníase são simples e os países com maior endemicidade estão se esforçando para integrar plenamente o cuidado com a doença nos serviços gerais de saúde já existentes. A doença está presente em 24 dos 35 países das Américas. Em 2016, esses Estados registraram um total de 27.357 novos casos. Isso representa 12,6% da carga global (11,6% somente no Brasil) e põe a região das Américas como a segunda em número de casos reportados, atrás apenas do Sudeste Asiático. Estratégia Global para a Hanseníase 2016-2020Lançada em 2016 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Estratégia Global para a Hanseníase 2016-2020 está baseada em três pilares: fortalecer o controle, a coordenação e as parcerias do governo; combater a hanseníase e suas complicações; enfrentar a discriminação e promover a inclusão.A estratégia fornece orientações aos gestores de programas nacionais de hanseníase para que tomem as medidas necessárias para reduzir a incidência da doença, em colaboração com vários setores, incluindo organizações que trabalham com direitos humanos e igualdade de gênero. |
Posted: 01 Feb 2018 10:37 AM PST
14º da região das Américas a ratificar o tratado.
O governo brasileiro depositou na quarta-feira (31) no escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) o instrumento formal de ratificação da Convenção número 189 sobre trabalhadoras e trabalhadores domésticos. Desta forma, o Brasil passa a ser o 25º Estado-membro da OIT e o A estimativa é de que existam cerca de 7 milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no Brasil — mais do que em qualquer outro país do mundo — que estavam, até recentemente, excluídos de certas proteções no âmbito das leis trabalhistas. A maior parte é mulher, indígena e afrodescendente. Para a OIT, a ratificação da Convenção nº 189 representa um passo importante que apoia uma série de medidas tomadas pelo governo brasileiro no sentido de fornecer proteções fundamentais aos trabalhadores domésticos. Essas medidas incluem a adoção de uma emenda constitucional em abril de 2013, que estabeleceu uma semana de trabalho de no máximo 44 horas. Além disso, a adoção da Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015, proibiu o trabalho doméstico para menores de 18 anos e instituiu a jornada de trabalho de no máximo oito horas por dia, o direito a férias remuneradas, a multa por demissão injustificada e o acesso à proteção social, entre outras medidas. O instrumento formal de ratificação foi depositado durante uma reunião com o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, na sede da agência da ONU em Genebra, na Suíça. “O Brasil tem o prazer de ratificar a Convenção nº 189”, afirmou na ocasião a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, da Missão Permanente do Brasil junto ao Escritório das Nações Unidas. Segundo ela, “a ratificação demonstra o compromisso contínuo com os direitos das pessoas mais vulneráveis e com o trabalho decente, e também o profundo respeito pelos direitos sociais”. “A ratificação também representa um passo importante para o reconhecimento da contribuição das trabalhadoras e trabalhadores domésticos para a economia moderna. Uma vez que a maioria dos trabalhadores domésticos são mulheres, esperamos que a aplicação da Convenção nº 189 possa contribuir para fortalecer a igualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho. Faremos todos os esforços para atingir este objetivo fundamental”, declarou. Ryder disse que “a Convenção nº 189 visa melhorar as condições de vida e de trabalho dos milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no mundo, assegurando-lhes um emprego decente que lhes ofereça proteções equivalentes às dos outros trabalhadores”. “Os trabalhadores domésticos são uma das categorias que mais sofre com condições precárias e salários baixos. Eles também tendem a trabalhar em condições de informalidade, sendo privados de direitos fundamentais, como limite de duração da jornada de trabalho, direito a períodos de descanso, um salário mínimo que lhes permita atender às necessidades básicas e acesso à proteção social, incluindo a proteção da maternidade. A decisão do Brasil de ratificar a Convenção nº 189 confirma sua vontade de estender os direitos básicos a todos os trabalhadores e reforça as medidas já tomadas a nível nacional.” Reconhecendo a importância do Brasil na região das Américas e em nível internacional, espera-se que a ratificação desta Convenção incentive outros países a se juntarem a uma crescente coalizão de Estados que estão tomando medidas efetivas para proteger os direitos das trabalhadoras e trabalhadores domésticos, com o objetivo de garantir que eles possam desfrutar de um trabalho decente em condições de dignidade, de acordo com a OIT. |
Posted: 01 Feb 2018 08:23 AM PST
As Nações Unidas lançaram nesta quinta-feira (1º) o terceiro vídeo da campanha contra a xenofobia implementada pela ONU em Roraima. A produção audiovisual “Elas Somos Nós” aborda os desafios da maternidade em situações de migração e refúgio. De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal do estado (UFRR) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), 42% das venezuelanas que migraram para o Brasil vieram sozinhas com seus filhos e são responsáveis financeiras pelo lar. A campanha no estado do Norte do país é realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pela Rede Acolher da UFRR, com o apoio do ACNUR, do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM). O número de mulheres migrantes tem crescido. A OIM estima que, entre as mais de 1 bilhão de pessoas que se deslocam no mundo, a metade sejam mulheres. Este dado inclui não somente migrações entre diferentes países, mas deslocamentos internos, no caso de pessoas que mudam de cidade dentro da mesma nação. Na primeira parte da campanha, ações buscavam aproximar a população brasileira dos migrantes a partir da empatia, propondo aos espectadores que se colocassem no lugar do outro com a pergunta “E se Fosse Você?”. Num segundo momento, foram mostradas histórias de três mulheres que falam sobre suas aspirações para o futuro no vídeo “Eu sou, eu sonho”. A terceira ação traz a história de mulheres migrantes e propõe: “Elas somos nós”. Mulheres, independentemente da nacionalidade, passam pelos mesmos desafios quando são levadas a sair de suas cidades. “Quando comparamos as histórias de vida de uma brasileira do Sul que se mudou para o Norte do Brasil com a venezuelana que saiu do seu país com dois filhos pequenos, vemos que, apesar das diferenças, tem algo muito forte que as une: a busca por uma condição de vida melhor para sua família”, explica a oficial de programa do Fundo de População da ONU, Ana Cláudia Pereira. Todos os três vídeos que fazem parte da campanha podem ser vistos nas redes sociais das agências. |
Posted: 31 Jan 2018 01:08 PM PST
O Prêmio Nansen do ACNUR visa reconhecer o trabalho de indivíduos e/ou grupos para ajudar pessoas em situação de refúgio. Você conhece alguém com esse perfil? Não perca! As inscrições vão até dia 8 de fevereiro! Todos os detalhes em www.unhcr.org/nominate. Saiba mais sobre o trabalho da irmã Angélique clicando aqui e aqui. |
Posted: 31 Jan 2018 12:58 PM PST
ela nasce já enfrentando dificuldades.
A pequena Marian tem apenas 30 segundos de vida. Envolvida em um fino xale ao lado da mãe, deitada em uma cama de ferro, Sua mãe, Tosha Sangan, de 32 anos, foi forçada a deixar a violência da República Democrática do Congo (RDC) há 15 anos, encontrando segurança no campo de refugiados improvisado de Nyarugusu, na Tanzânia. O principal hospital do campo oferece pouco conforto ou privacidade, mas representa uma esperança para centenas de milhares de refugiados como Tosha, bem como para tanzanianos que vivem nos arredores. Contudo, um severo corte de investimentos significa que o hospital terá que lutar para atender as demandas existentes. Existem apenas 121 camas, dois médicos e cinco assistentes, e o hospital atende mais de 7 mil pacientes por mês — cerca de 6 mil refugiados e 1 mil tanzanianos. Todas as camas estão ocupadas, em alguns casos com dois pacientes, e há escassez de medicamentos devido às dificuldades de importação. Neste campo de refugiados com população com mais de 150 mil pessoas, das quais 80% são mulheres e crianças, cada dia representa uma luta para salvar vidas. “Meu filho ficou com febre. Continuava doente e com diarreia. Levei para o hospital, onde fizeram alguns exames e descobriram que tinha malária. Os médicos disseram que a doença tinha atingido o cérebro. Fui com ele para a sala de emergência, onde morreu. Estou devastada”, relatou Susana Kahoto, natural do Burundi. Jackson John, de 26 anos, trabalha como parteiro há quatro meses. Hoje, ele ajuda a cuidar de um bebê que nasceu com 32 semanas e pesa menos de 2,5 kg. Para a mãe tanzaniana, Verine Shimirimara, este é o hospital mais perto de sua casa e, se não fosse por ele, teria que viajar 30 quilômetros para dar à luz seu filho. Um aporte financeiro é urgente para que o hospital continue funcionando. “Em certas situações, ficamos sem medicamentos e itens essenciais”, diz Jackson. “O mercado local não pode satisfazer a demanda”. Jackson aponta para um grande quadrado de papel colado na parede que lista o abastecimento dos equipamentos, abaixo do ideal. Apenas nesta sala de maternidade, com nove camas ocupadas, ele e outros médicos devem compartilhar uma única máquina de oxigênio, duas camas de parto pequenas, dois pares de fórceps e um estetoscópio. A única máquina de ultrassom do hospital precisa ser consertada. “Trabalho neste hospital há dez anos”, diz a médica Florence, da Cruz Vermelha da Tanzânia. “Vi o hospital piorar, especialmente depois da chegada de pessoas do Burundi. A malária é nosso maior problema. Temos medicamentos, mas a distribuição é insuficiente. Normalmente, recebemos cerca de 600 pacientes por dia, e quando chove, aumenta para 900 pessoas”. Além disso, os cortes no número de refeições significam que a desnutrição aguda aumentou de 1% para 2,4% no campo de refugiados de Nyagurusu. Ebinda Nyota, de 62 anos, chegou a Nyarugusu há 20 anos depois de ser forçada a deixar a RDC devido à guerra, e agora trabalha no hospital como uma parteira tradicional, dando atenção básica para mães de primeira viagem e seus bebês. Ela geralmente vem ao trabalho com fome. “É difícil. Em casa tínhamos peixe e carne vermelha. Aqui temos apenas farinha e milho”, diz. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) está trabalhando para melhorar e expandir os serviços médicos do campo de refugiados. Em dezembro, será finalizada a extensão da principal sala de maternidade do hospital que contará com quatro camas extra. Num hospital que atende não apenas refugiados, mas também a população tanzaniana local, projetos como esses são vitais e fazem parte de um esforço conjunto entre o governo da Tanzânia, o ACNUR e organizações parceiras para implementar uma resposta assertiva aos refugiados, como documentado no Marco de Resposta Integral para os Refugiados. “O ACNUR está buscando proporcionar serviços de saúde para as comunidades de refugiados e de acolhida”, diz Måns Fellesson, coordenador da iniciativa. “Ao vincular os esforços humanitários e os de desenvolvimento desde o início, buscamos uma resposta sustentável para os desafios comuns”. Para as mães como Tosha e bebês recém-nascidos como Marian, o hospital de Nyarugusu mudou suas vidas. “Tive todos meus cinco filhos aqui”, diz Tosha, balançando Marian. “É uma vida difícil, mas estou muito grata pela assistência do ACNUR e os trabalhadores do centro médico”. |
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