Posted: 03 Apr 2020 01:03 PM PDT
Evite isolar-se. O contato social tem efeitos protetores sobre a saúde mental. Foto: EBC
Os desafios do distanciamento socialSe você está em isolamento ou em quarentena, ou ainda se têm passado muito tempo sem sair de sua casa, é provável que esteja se sentindo ansiosa(o), frustrada(o), preocupada(o), com medo, irritável.Este é um momento desafiante, pois o distanciamento social requer uma mudança ampla no nosso modo de vida. No entanto, lembre-se que o isolamento e a quarentena visam tanto sua saúde, quanto a saúde das outras pessoas. Ainda que você não manifeste sintomas ou que apresente sintomas leves, se há qualquer risco de transmissão, este deve ser evitado, e você deve ficar em casa. A situação de isolamento é estressante: é necessário mudar seus comportamentos, há restrições de vários níveis em sua vida social, sua rotina é alterada, você pode se ver confrontado a uma estigmatização por parte das pessoas, pode haver prejuízos financeiros, apenas para citar alguns aspectos que podem causar ansiedade. Todos compartilhamos esta experiência, porém, há várias medidas que podem ser adotadas para reduzir seu estresse e manter a calma. Esteja preparadoÉ muito provável que você nunca tenha tido que passar por um isolamento ou quarentena antes, então, talvez você não tenha tido a possibilidade ou o tempo de se preparar.Lance mão dos recursos que estejam disponíveis a você: compras por Internet, entrega de comidas e medicamentos, coleta de exames em domicílio etc. Crie um plano pessoal ou familiar que te ajude a se sentir com algum controle sobre a situação. Tenha à mão números de emergência, de pessoas de contato e informações úteis para o caso de uma emergência. Estabeleça uma rotinaProcure manter uma rotina diária para você e as pessoas que te acompanham: acordar no mesmo horário, vestir-se e começar seu trabalho ou suas atividades.Estabeleça um lugar da casa que se tornará seu local de trabalho. Faça pausas, como normalmente faz no trabalho, seja para um café, para o almoço ou simplesmente para esticar as pernas. Siga um horário de trabalho/ atividade, mesmo que seja diferente do seu habitual, e desconecte-se ao final do período. Divirta-se!Para evitar o tédio e reduzir a ansiedade, também é muito importante que você planeje atividades de lazer e de higiene mental.Invista num projeto pessoal/familiar que seja prazeroso e factível, mas que seja desafiante o suficiente para que te motive. Estabeleça uma meta e um cronograma e o siga. Há muitos recursos disponíveis na Internet: visitas virtuais a museus, concertos, filmes. Aprenda algo novo ou ensine o que sabe a alguém através da internet. Seja criativa(o)! Atenção com crianças e adolescentesSe você tem crianças ou adolescentes em casa, há preocupações adicionais com a rotina diária, mantê-los ocupados, cuidar de sua saúde e da deles, entre outras preocupações.No entanto, este pode ser o momento ideal para estar juntos como família. Você encontrará listas de atividades e jogos na Internet, então utilize a tecnologia a seu favor. O mais importante é reduzir seus níveis de estresse. Cuide da saúdeMantenha uma alimentação saudável e a prática de uma atividade física regular. O importante é manter-se ativo(a).Se precisar, peça ajudaTer sentimentos de desespero, tristeza, raiva, frustração, fadiga, tédio, é natural. Utilize todos os recursos que ajudem a superar esses sentimentos.Práticas como meditação, relaxamento, tocar um instrumento, ou outras com as quais você se sinta confortável, têm efeitos comprovados sobre o bem-estar e a redução dos níveis de estresse. Há aplicativos na Internet que podem ajudar com essas práticas, faça uma busca e encontre um que possa ajudar a superar esses momentos, mas se a situação é mais grave ou sobrepassa sua capacidade de lidar com as dificuldades, procure apoio profissional. O que levar em conta ao escolher um aplicativo: Procure aplicativos desenvolvidos por universidades, hospitais ou grupos de pesquisa com a preocupação de proteção de dados dos usuários e eficácia clínica. Verifique se há uma utilização ética dos dados dos usuários, particularmente se é gratuito. Há muitos no mercado que são pagos ou foram desenvolvidos com outros objetivos, então pesquise antes de utilizar. Mantenha contatoO isolamento social é um dos aspectos mais desafiadores da quarentena. Procure comunicar-se regularmente com pessoas que fazem você se sentir bem através dos vários aplicativos de conversa disponíveis na Internet.InformaçãoMantenha-se bem informado, mas, cuidado, excesso de informação pode contribuir para o desânimo. Evite seguir as notícias continuamente. Escolha um horário do dia para ver os noticiários e siga apenas fontes confiáveis de informação.Não compartilhe aquilo que você mesmo(a) não tenha verificado que é verdadeiro. Não propague “fake news”, mesmo que venha de uma pessoa em que você confie e não sobrecarregue as pessoas com mensagens desnecessárias. Expresse sua preocupação com as pessoas de outra maneira que não seja passar adiante grande parte do que você recebe. O site da ONU Brasil e nossas redes sociais só publicam informações confiáveis. Siga nossos perfis e ajude a divulgar! EspiritualidadeSe você segue alguma prática religiosa ou espiritual que lhe dá conforto e paz de espírito, mantenha-a ativa.SolidariedadeAjudar os outros é outra forma de melhorar seu bem-estar psicossocial e reduzir seu estresse. A solidariedade melhora o bem-estar psicológico das pessoas.O que evitar?Evite o abuso de álcool e drogas. Isso pode piorar a sua situação. Evite isolar-se. O contato social tem efeitos protetores sobre a saúde mental.Guardar um problema para si esperando que desapareça por si mesmo é prejudicial. Compartilhe e procure ajuda se precisar. Discriminar ou estigmatizar as pessoas por causa de sua origem, trabalho, diagnóstico ou qualquer outro fator não lhe protegerá da doença, nem melhorará sua saúde. Não seguir as instruções, recomendações e determinações das autoridades de saúde pública coloca em risco tanto a sua saúde quanto a da coletividade, portanto, fique em casa se puder e siga estritamente os procedimentos. Negar a situação pode trazer consequências sérias para você, as pessoas próximas, colegas e até pessoas que você sequer conhece. Lembre-se de que muitas pessoas estão na mesma situação. Reconhecer seus limites e respeitá-los é benéfico para você e para a comunidade. Trabalhadores essenciais – O que é preciso ter em mente?Para os trabalhadores na linha de frente da resposta à pandemia, é preciso um cuidado especial.Longas horas, rotinas pesadas, sobrecarga de trabalho, distância e preocupação com pessoas próximas ou familiares, ruptura da rotina pessoal e do ciclo de descanso, criticalidade do trabalho, medo de se infectar ou de infectar outros são aspectos que têm que ser monitorados e manejados nas equipes de trabalho pelos supervisores e pela própria pessoa. A auto-observação é muito importante para prevenir que se ultrapasse o limite pessoal e evitar a exposição a riscos desnecessários. O recurso mais importante e valioso de qualquer organização são suas funcionárias e funcionários e sem eles não haveria resposta à crise da COVID-19. Dedique a você própria(o) o mesmo cuidado e atenção que dedicaria a uma pessoa querida. Procure manter uma rotina, alimentar-se de maneira saudável e guardar o tempo necessário de descanso e recuperação sempre que possível. Se você não estiver bem, não desempenhará bem suas funções e sua eficiência diminuirá, então respeite a si mesma(o). *psicóloga e consultora para manejo do estresse da ONU Brasil |
Posted: 03 Apr 2020 12:54 PM PDT
Estamos vivendo em tempos sem precedentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está liderando e coordenando a resposta de saúde global ao coronavírus, ajudando a garantir que todos os países estejam prontos para prevenir, detectar e responder à pandemia. Para ser eficaz, precisamos de pessoas em todos os lugares para adotar precauções de saúde pública, agir de forma solidária e impedir a disseminação de informações falsas. As Nações Unidas precisam de sua ajuda na adaptação de mensagens críticas de saúde pública, em um trabalho que envolva e informe pessoas de diferentes culturas, idiomas, comunidades e plataformas. O trabalho pré-selecionado alcançará a todos, em qualquer lugar. A ONU revisará continuamente as contribuições e selecionará as melhores, tornando-as visíveis em todo o mundo. Não é tarde demais. Ninguém pode fazer tudo, mas todos podem fazer alguma coisa. Juntos, podemos salvar vidas. Saiba como contribuir clicando aqui. Atenção ao prazo: dia 9 de abril. |
Posted: 03 Apr 2020 12:12 PM PDT
Clique para exibir o slide.O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) entregou nesta sexta-feira (3) dez monitores multiparâmetro para o Hospital Regional São José – Homero de Miranda Gomes (HRSJ), na Grande Florianópolis (SC).
Os equipamentos tem valor aproximado de 230 mil reais e o recurso para a compra foi destinado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SC). “Este tipo de monitor serve para verificar os sinais vitais dos pacientes como temperatura, funcionamento do coração, ritmo da respiração, nível de oxigênio no sangue, que é quanto do oxigênio do pulmão que chega ao sangue”, explica o coordenador da área de equipamentos médicos da força-tarefa do UNOPS para COVID-19 na América Latina e no Caribe. Segundo ele, como a infecção por COVID-19 afeta os pulmões, é importante monitorar os sinais deste órgão. O diretor-geral do HRSJ, Marcelo Moreira, explicou que o hospital, que conta com cerca de 300 leitos, já estava trabalhando com a quantidade exata de monitores multiparâmetros para o número de leitos, e não teria condições de atender a provável elevação da demanda gerada pela pandemia. “Assim, estes dez monitores multiparâmetros contribuirão para ampliar nossa capacidade de tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus”, afirmou. De acordo com Moreira, mesmo após o fim da pandemia, os equipamentos continuarão sendo utilizados no hospital para acompanhar as evoluções dos pacientes, pois possuem cerca de 15 anos de vida útil. O Hospital Regional São José é o maior hospital público de Santa Catarina. O procurador do trabalho Sandro Eduardo Sardá, responsável pela destinação, ressaltou que o Sistema Único de Saúde (SUS) nunca foi adequadamente financiado, o que afeta de forma negativa a atenção primária (estagnada em 65% da população), bem como os procedimentos de média e alta complexidade. Para ele, tal situação deve se agravar diante da epidemia de coronavírus. Em março deste ano, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) recomendou a todos os membros do Ministério Público que destinem recursos ao enfrentamento da COVID-19. Na opinião do procurador do trabalho, as destinações que o MPT vem realizando nos últimos anos “são importantíssimas, ainda que limitadas, para a melhoria dos serviços públicos de saúde e para redução dos riscos ocupacionais dentre os trabalhadores da saúde”. O procurador concluiu que o UNOPS é grande parceiro do MPT e sua expertise possibilitou a rápida aquisição dos equipamentos, em um contexto tão desafiador. A representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, explicou que o organismo das Nações Unidas é especializado em compras, inclusive, em situações de emergência. “Assim, estamos apoiando a compra de equipamentos que podem salvar vidas, considerando o contexto complexo que é uma crise global”, disse. Hospital Regional São JoséO Hospital Regional São José na Grande Florianópolis (SC) é o maior hospital público de Santa Catarina.Em 2019, atendeu quase 130 mil pacientes na emergência geral e mais de 50 mil pacientes na emergência pediátrica; realizou mais de 12 mil cirurgias; mais de 37 mil atendimentos no ambulatório geral; 27 mil atendimentos no ambulatório de ortopedia; mais de 5 mil atendimentos no ambulatório de perinatologia e mais de 31 mil no ambulatório de de oftalmologia. |
Posted: 03 Apr 2020 11:52 AM PDT
O secretário-geral da ONU, António Guterres, realiza coletiva de imprensa virtual sobre o impacto de seu apelo por um cessar-fogo global durante a pandemia de COVID-19. Foto: ONU/Loey Felipe
Há dez dias, Guterres pediu um cessar-fogo global imediato para apoiar as pessoas em regiões devastadas por guerras a combater a pandemia de coronavírus. “Sabemos que a pandemia está tendo profundas consequências sociais, econômicas e políticas, inclusive relacionadas à paz e à segurança internacionais”, disse o chefe da ONU, em uma coletiva de imprensa virtual descrevendo o impacto até agora do apelo ao cessar-fogo. Ele citou restrições ao movimento feitas pelos governos em todos os lugares e fatores que poderiam contribuir para o crescente descontentamento e tensões políticas, mas sustentou que “o apelo global ao cessar-fogo está ressoando em todo o mundo”. Ele disse que o apelo foi endossado por 70 Estados-membros, parceiros regionais, atores não estatais e outros. “Os líderes religiosos – incluindo o papa Francisco – acrescentaram sua voz moral ao apoio a um cessar-fogo global, assim como os cidadãos, por meio da mobilização popular online”, disse ele a jornalistas. Transformando palavras em ações pela pazEmbora um número substancial de combatentes e milícias tenha aceitado o chamado, o chefe da ONU enfatizou que “existe uma grande distância entre declarações e atos – em traduzir palavras na paz no terreno e na vida das pessoas”.Ele reconheceu as “enormes dificuldades” na implementação de uma trégua para deter conflitos que se deterioram há anos, nos quais “a desconfiança é profunda”, e disse que “qualquer ganho inicial é frágil e facilmente reversível”. O chefe da ONU observou que, em muitas situações críticas, não houve interrupção nos combates e, em algumas, os conflitos se intensificaram. “Precisamos de esforços diplomáticos robustos para enfrentar esses desafios”, afirmou. “Para silenciar as armas, devemos levantar as vozes pela paz”. Impulso diplomático intensoGuterres explicou que ele e seus enviados estão envolvidos com atores em conflito para ajudar a impulsionar um cessar-fogo.Enquanto o enviado especial da ONU no Iêmen trabalha para convocar as partes para discutir o gerenciamento da crise de COVID-19 e os mecanismos nacionais de cessar-fogo, o conflito disparou – apesar do apoio expresso a uma trégua pelo governo e pelas partes em guerra. “Peço a todos os governos e movimentos envolvidos e seus apoiadores que ponham fim ao conflito catastrófico e ao pesadelo humanitário – e cheguem à mesa das negociações”, disse o chefe da ONU. Síria, Líbia e AfeganistãoNa Síria, onde as primeiras mortes relacionadas ao COVID foram relatadas, o enviado especial da ONU apelou a um cessar-fogo nacional “completo e imediato” para permitir “um esforço total contra a COVID-19”.Em relação à Líbia, embora as partes em conflito tenham recebido pedidos para interromper os combates, os confrontos aumentaram drasticamente em todas as linhas de frente, obstruindo os esforços para responder efetivamente à COVID-19. “Peço a ambas as partes, e a todas as outras partes direta e indiretamente envolvidas no conflito, que interrompam imediatamente as hostilidades para permitir que as autoridades tratem efetivamente a ameaça da COVID-19”, destacou Guterres. No Afeganistão, uma equipe de 21 membros foi anunciada na semana passada para negociar diretamente com o Talibã, e foram estabelecidos contatos técnicos para a libertação inicial de prisioneiros. Prometendo seu total apoio, o secretário-geral declarou acreditar que “chegou a hora de o governo e o Talibã cessarem as hostilidades enquanto a COVID-19 paira sobre o país”. Para todas as nações em conflito, o chefe da ONU fez um apelo especial àqueles com influência nas partes em guerra “para fazer todo o possível para que o cessar-fogo se torne realidade”. Ele apelou a “todos aqueles que podem fazer a diferença, a fazer a diferença”, instando e pressionando os combatentes de todo o mundo a depor as armas. Observando que há uma chance de paz, Guterres afirmou: “mas estamos longe disso”. COVID-19 ofusca conflitos“A necessidade é urgente”, disse ele, lembrando que “a tempestade COVID-19″ está chegando a todos esses países afetados por conflitos.No contexto de um coronavírus se movendo rapidamente através de fronteiras, cobrando vidas e devastando países, Guterres projetou que “o pior ainda está por vir”. “Precisamos fazer todo o possível para encontrar a paz e a unidade de que nosso mundo precisa desesperadamente para combater a COVID-19”, concluiu o secretário-geral. “Devemos mobilizar toda a energia para derrotá-la.” |
Posted: 03 Apr 2020 10:12 AM PDT
A crise do COVID-19 terá efeitos econômicos diretos nos sistemas de saúde da América Latina e do Caribe e nas taxas de mortalidade. Foto: pixabay/OrnaW
A conclusão é do relatório “A América Latina e o Caribe diante da pandemia de COVID-19: efeitos econômicos e sociais”, divulgado nesta sexta-feira (3) pela secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena. O documento aborda a situação atual, os cenários e as projeções para 2030 diante da atual crise global de pandemia, juntamente com a recomendação de ações de política em várias áreas para combater suas consequências negativas. No estudo, a CEPAL indica que somente com um novo modelo de desenvolvimento a região evitará voltar a percorrer os caminhos que levaram a uma situação em que os efeitos da pandemia podem não ser apenas devastadores no curto prazo, mas também deteriorar as condições de recuperação e do desenvolvimento. O relatório expressa a urgência de implementar ações imediatas na região que permitam achatar a curva de contágio pela doença do novo coronavírus (COVID-19), sem achatar a curva da economia. Pede ainda aos governos da região que tomem medidas urgentes para lidar com a emergência sanitária, social e econômica. No longo prazo, exorta os países a repensar suas estratégias de desenvolvimento, fortalecendo a coordenação e a integração sub-regional e regional para assegurar as cadeias de suprimentos de bens essenciais. Também sugere promover uma migrações voluntárias, não forçadas, aliviar a pobreza e promover a redução da desigualdade, e fortalecer o comércio intra-regional e as cadeias de produção, entre outras medidas. “O mundo está enfrentando uma crise humanitária e de saúde sem precedentes no último século em um contexto econômico já adverso. Ao contrário de 2008, não se trata de uma crise financeira, mas de pessoas, produção e bem-estar”, afirmou Bárcena. “Uma situação de economia de guerra é muito importante para ser deixada no mercado. Os países estão assumindo um papel central para suprimir o vírus e os riscos que afetarão a economia e a coesão social.” A secretária-executiva da CEPAL acrescentou que, nesse momento, a cooperação internacional desempenha um papel fundamental. “A saída da crise dependerá da força econômica de cada país; portanto, dadas as assimetrias entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, o papel da ONU, do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial será essencial para garantir o acesso ao financiamento e sustentar o gasto social e a atividade econômica com medidas inovadoras”, considerou. Segundo ela, para apoiar o seguimento e o monitoramento dos avanços a médio e longo prazo, a CEPAL lançou o Observatório COVID-19, um esforço coordenado com o apoio dos coordenadores-residentes da ONU, que apresentará informação atualizada sobre os anúncios de política de cada país e outros materiais de interesse. O Observatório contém informações sobre movimentos dentro e entre os países, além de dados sobre saúde, trabalho, economia e escolaridade. O estudo indica que a América Latina e o Caribe enfrentam a pandemia de uma posição mais fraca do que a do resto do mundo. Antes da chegada da COVID-19, a CEPAL previa que a região cresceria no máximo 1,3% em 2020. Entretanto, os efeitos da crise levaram a mudar essa previsão e a prever uma queda do PIB de pelo menos 1,8%, embora não se possa descartar que se chegue a contrações de 3% a 4%, ou até superior. O impacto econômico final dependerá das medidas tomadas nos níveis nacional, regional e global, alerta a CEPAL. Segundo o relatório, a crise do COVID-19 terá efeitos econômicos diretos nos sistemas de saúde e nas taxas de mortalidade, e efeitos indiretos, que se materializarão no lado da oferta e da demanda na economia. Entre os efeitos diretos está o impacto nos sistemas de saúde da região, cuja infraestrutura é insuficiente para enfrentar os problemas gerados pela pandemia. A maioria dos países da região é caracterizada por sistemas de saúde fracos e fragmentados, que não garantem o acesso universal necessário para enfrentar a crise sanitária da COVID-19. Por esse motivo, fortalecer os sistemas de saúde exige maiores e melhores gastos públicos: os países da região gastam uma média de 2,2% do PIB em saúde; portanto, é necessário encontrar espaço fiscal para fortalecê-los. Os efeitos indiretos da crise desencadeada pela pandemia estão sendo sentidos na região através de cinco canais externos de transmissão: a diminuição da atividade econômica de seus principais parceiros comerciais e seus efeitos; a queda dos preços dos produtos primários; a interrupção das cadeias globais de valor; a menor demanda por serviços de turismo; e a intensificação da aversão ao risco e o agravamento das condições financeiras mundiais. De acordo com o estudo da CEPAL, a previsão é de que o valor das exportações da região caia pelo menos 10,7% em 2020, devido à redução dos preços e à contração da demanda agregada global. Além disso, visto que a propagação do vírus acelerou o uso da Internet e das tecnologias digitais, esse aumento pode exacerbar as desigualdades derivadas de diferentes acessos a elas entre os países e entre os grupos de renda. A integração regional é crucial para enfrentar a crise, enfatiza o organismo da ONU. Os países da região possuem capacidades produtivas pouco sofisticadas e fragmentadas no âmbito regional, razão pela qual é necessário ampliar as capacidades nacionais e regionais, principalmente na produção e provisão de bens de primeira necessidade. Para isso, é imperativo impulsionar o comércio intra-regional, aponta o relatório. Na área interna, as medidas de contenção terão custos de produção (até 67% do PIB regional) e o emprego (até 64% do emprego formal). Da mesma forma, as medidas de prevenção e contenção aprofundam a crise dos cuidados na região: no período anterior à crise sanitária, as mulheres destinavam entre 22 e 42 horas semanais a atividades de trabalho doméstico e de cuidado. A pressão sobre os sistemas de saúde impactará significativamente as mulheres, uma vez que elas representam 72,8% do total de pessoas ocupadas nesse setor. “O mundo e a região enfrentam uma recessão que terá efeitos de curto e longo prazo. A questão é como minimizar seus custos e retomar o crescimento. A magnitude dependerá, entre outros fatores, da força da resposta econômica, na qual a política fiscal desempenha um papel fundamental”, enfatizou Bárcena. De acordo com a CEPAL, para tratar a emergência sanitária é imperativo aplicar imediatamente e de maneira eficiente as medidas de contenção sugeridas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), fortalecer os sistemas de saúde e garantir o acesso universal a exames e medicamentos. Para tratar a emergência social são necessárias medidas de proteção de renda para os grupos mais vulneráveis, medidas de proteção do emprego, como os benefícios de desemprego e renda básica de emergência, e medidas de apoio às pequenas e médias empresas (PMEs) e aos trabalhadores autônomos. Entretanto, para tratar a emergência econômica são necessárias ações de política fiscal, de política monetária e de cooperação internacional, explica o estudo. Em questões fiscais, os orçamentos devem ser reorganizados para implementar pacotes de estímulo fiscal a fim de fortalecer os sistemas de saúde, proteger a renda e minimizar a contração da economia. Na área monetária devem ser feitos esforços para estabilizar as taxas de câmbio e preservar a solvência e o funcionamento do mercado bancário. E para incentivar a cooperação internacional, é necessário reconsiderar as políticas de concessionais de empréstimos e de graduação dos organismos internacionais. Facilitar, também, os empréstimos a juros baixos e adiar o serviço da dívida para os países em vias de desenvolvimento, incluídos os de renda média. Em particular, o organismo da ONU pede que as sanções impostas a Cuba e à Venezuela sejam levantadas para permitir o acesso a alimentos, suprimentos médicos, exames da COVID-19 e assistência médica. “É tempo de solidariedade, não de exclusão”, indica o documento. A longo prazo, a região terá que repensar suas estratégias de desenvolvimento para prevenir a gravidade de futuros choques, enfatiza o relatório. Nesse sentido, a CEPAL propõe a criação de um fundo regional dedicado às necessidades específicas dos países de renda média para apoiar a recuperação social, econômica e produtiva. Enfatiza, também, a importância de contar com um apoio flexível das organizações financeiras multilaterais. Os países em desenvolvimento devem negociar coletivamente empréstimos em condições favoráveis e serviços da dívida e revisar as políticas de graduação para os países de renda média, explica. “A CEPAL oferece um espaço intergovernamental para convocar as partes interessadas dos setores público e privado, a sociedade civil e a academia para desenvolver soluções políticas aos impactos a longo prazo da crise e monitorar seus impactos”, declarou Bárcena. O relatório alerta, também, que a crise do COVID-19 coloca em risco a integralidade da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos (ODS). Em sua análise, apresenta exercícios de simulação para 72 séries estatísticas dos indicadores dos ODS. Segundo a Comissão, 73% dos indicadores analisados mostram que há problemas para alcançar os ODS até 2030. Nesse sentido, a CEPAL enfatiza que avaliar os impactos das políticas utilizadas para implementar a Agenda 2030 nos países da região é crucial. Portanto, para apoiar o seguimento e o monitoramento dos avanços a médio e longo prazo, a CEPAL desenvolveu dois instrumentos específicos: o Portal dos ODS (SDG Gateway) e o Observatório COVID-19, que em breve estarão à disposição da comunidade. Mais informações:
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Posted: 03 Apr 2020 09:32 AM PDT
Quatro dos projetos aprovados pelo Banco Mundial estão na America Latina e Caribe. Foto: Banco Mundial
Dois países lusófonos receberão recursos nesta primeira fase: Cabo Verde, US$ 5 milhões, e São Tomé e Príncipe, US$ 2,5 milhões, que permitirão minimizar a perda de vidas, fortalecer os sistemas de saúde e reduzir o impacto econômico da pandemia. Países da América Latina e Caribe – Argentina, Equador, Haiti e Paraguai – receberão US$ 95 milhões. Para a Argentina, serão destinados US$ 35 milhões de modo a fortalecer a rede de laboratórios públicos e a capacidade de diagnóstico e notificação precoces. No Paraguai, projeto de US$ 20 milhões visa ampliar a capacidade do sistema de saúde, que está sobrecarregado por causa de uma epidemia de dengue. Já o Equador receberá US$ 20 milhões para financiar equipamentos para unidades de terapia intensiva, UTIs, e salas de isolamento. E, no Haiti, um financiamento com o mesmo valor ajudará o país a adquirir testes para detecção precoce e formar equipes de resposta rápida. Além de aprovar os novos empréstimos, o Banco Mundial ajustará um projeto de saúde já existente na Bolívia, de modo a fortalecer a resposta ao coronavírus. O país receberá US$ 20 milhões a mais. A instituição também divulgou que Panamá e República Dominicana acessarão financiamentos previstos para casos de desastres. Serão destinados, respectivamente, US$ 41 milhões e US$ 150 milhões. O Banco Mundial anunciou que se prepara para liberar US$ 160 bilhões ao longo dos próximos 15 meses. |
Posted: 03 Apr 2020 08:00 AM PDT
A Rede Brasil do Pacto Global está promovendo uma série de webinars que relacionam a Covid-19 com temas ligados à sustentabilidade. Foto: CNJ
Durante todo o mês de abril, especialistas foram convidados para compartilhar seu conhecimento na série “Quarentena com o Pacto”. Confira abaixo os temas e datas dos próximos webinars: COVID-19 e Corrupção: Riscos para o setor de saúde e contratações públicas Participe deste webinar para conhecer quais são os riscos de corrupção em tempos de pandemia. Vamos abordar especificamente o setor de saúde e as contratações públicas feitas com recursos emergenciais. Convidado: Eduardo Pazinato – UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crime) Data e hora: dia 8 de abril, das 14h às 15h30. Inscreva-se aqui. COVID-19 e Agricultura: Como a produção agrícola e a distribuição de alimentos serão impactadas? A promoção de isolamento social está mudando as formas de trabalho e produtividade. Este webinar visa discutir o impacto dessas mudanças na produção agrícola e na distribuição de alimentos. Convidado: Marcos Jank – professor de agronegócio global do INSPER e titular da Cátedra Luiz de Queiroz da ESALQ-USP Data e hora: dia 9 de abril, de 11h até 12h30. Inscreva-se aqui. COVID-19 e Clima: Como estão conectados? No início deste ano, vimos uma queda notável nas emissões de dióxido de carbono, principal gás causador de efeito estufa, na China e em outros países. Neste webinar, vamos discutir este e outros aspectos de como a crise climática se relaciona com a pandemia. Convidado: Carlos Nobre – pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, Coordenador Científico do Instituto de Estudos Climáticos da UFES e Presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas Data e hora: dia 14 de abril, de 14h até 15h30. Inscreva-se aqui. COVID-19 e seus impactos sobre Direitos Humanos e Trabalho Este webinar aborda a relação da pandemia com os direitos humanos e o trabalho. Reflitir sobre esses temas é essencial para que empresas e organizações continuem apoiando a Declaração dos Direitos Humanos, os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos e outros tratados que foram incorporados pelo pais. Convidados: Andreza Souza – Gerente de Sustentabilidade da Natura Angela Terto – Assessora Nacional de Direitos Humanos no ACNUDH (Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) Laerte Sznelwar – Psicanalista, professor da Escola Politécnica da USP e pesquisador integrante da equipe de psicodinâmica do trabalho no Institut de Psycodynamique du Travail, em Paris. Data e hora: dia 22 de abril, de 11h até 12h30. Inscreva-se aqui. COVID-19 e ODS6: a importância do saneamento básico para o combate ao coronavírus A falta de água e saneamento coloca bilhões em risco de contaminação pelo coronavírus. Este webinar discute o que as empresas podem fazer para minimizar as condições às quais a população mais vulnerável está exposta, causada pela falta de infraestrutura de saúde e saneamento adequadas. Convidados: Ana Freitas Ribeiro, médica sanitarista e epidemiologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas Renata Ruggiero Moraes – Diretora Presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade Édison Carlos – Presidente Executivo do Instituto Trata Brasil Marina de Castro Rodrigues – Coordenadora de responsabilidade social da Aegea Saneamento Data e hora: dia 23 de abril, de 10h até 11h30. Inscreva-se aqui. UN Global Compact Academy produz série especial sobre COVID-19 Além da Rede Brasil, a Academia do Pacto Global também está produzindo uma série de webinars sobre a Covid-19. Eles serão apresentados em inglês e contam com a participação de especialistas internacionais. Confira os próximos: COVID-19 e o apoio ao mundo do trabalho Este webinar discute os impactos sociais e econômicos da pandemia relacionados ao trabalho e emprego. Com a participação do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder; do diretor-geral da Organização Internacional dos Empregadores, Roberto Suárez Santos; e da secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow. Dia 7 de abril (terça-feira), às 11h (horário de Brasília). Inscreva-se aqui. Como os negócios podem apoiar as mulheres em tempos de crise A atual crise atinge homens e mulheres de forma desproporcional. Este webinar discute ações que podem ser tomadas para apoiar as mulheres em serviços essenciais. Dia 14 de abril (terça-feira), às 11h (horário de Brasília). Inscreva-se aqui. |
Posted: 03 Apr 2020 06:59 AM PDT
Jovens participam de vídeos sobre novo coronavírus – Foto: Pexels
Adolescentes e jovens das comunidades de São Paulo participaram dos vídeos real fazendo perguntas. São jovens que estão em casa sem aulas nas escolas; jovens que eram a única renda da família e não podem mais trabalhar; jovens com filhos; jovens com idosos na família; e jovens que não possuem acesso a métodos de prevenção da doença. A série tem vídeos com a chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, Cristina Albuquerque, respondendo as dúvidas voltadas a saúde da família, junto com o psicólogo convidado Lucas Veiga, respondendo as questões sobre saúde mental dos jovens e adolescentes durante o período de distanciamento social. “Muitas famílias não podem ficar em casa ou não têm acesso a recursos de higiene como água, sabão e álcool em gel”, explica Cristina. “Por isso, é importante mantê-los informados sobre a melhor forma de prevenção, adaptada às diferentes realidades”. O Portal KondZilla, aberto em agosto de 2019 com 1 milhão de inscritos no canal e sem nenhum vídeo, é focado em jovens de favela. Eles já retratam problemas sociais, experiências de vida e têm um contato direto com os problemas da favela. A parceria UNICEF e KondZilla visa atingir exatamente esse público num momento tão difícil. “Neste momento de crise mundial, é importante ter um olhar especial para todos os grupos, principalmente aqueles com menos informações. A favela possui uma realidade diferente de outros grupos, por isso, a série aborda problemas exatamente de quem é de favela”, acrescenta Konrad Dantas, diretor executivo do portal e fundador do KondZilla. Os materiais serão divulgados no canal Portal KondZilla no YouTube e nas redes sociais do UNICEF. Sobre a KondZilla – Através do funk, a KondZilla tornou-se a maior produtora de conteúdo para a favela no Brasil. Os videoclipes elevaram o canal KondZilla, no YouTube, ao posto de maior canal exclusivo de música do mundo, com mais de 56 milhões de inscritos e mais de 29 bilhões de visualizações. Além da produtora e do canal no YouTube, a holding KondZilla conta com: gravadora KondZilla Records, que é uma das principais do cenário independente do Brasil e atende em 360º uma gama de mais de 90 artistas em seu casting; o maior portal de comportamento do jovem de favela do Brasil – KondZilla.com; e com o licenciamento de marca para o mercado. Comunicação Kondzilla Site: https://kondzilla.com Facebook: facebook.com/kondzilla YouTube Canal KondZilla: youtube.com/KondZilla YouTube Portal KondZilla: youtube.com/portalkondzilla Instagram: instagram.com/kondzilla Twitter: twitter.com/kondzilla Informações à imprensa: imprensa@kondzilla.com, (11) 2385 0126 |
Posted: 03 Apr 2020 06:47 AM PDT
Os migrantes e outras populações-chave e vulneráveis geralmente não conseguem acessar os serviços sociais e de saúde devido ao medo de deportação. Foto: UNAIDS
Esses direitos darão aos migrantes e solicitantes de refúgio acesso a benefícios sociais e de saúde, incluindo acesso ao serviço nacional de saúde, contas bancárias e contratos de trabalho e aluguel, até pelo menos 1 de julho de 2020. “O UNAIDS está pedindo a todos os países que adotem uma abordagem baseada nos direitos humanos em sua resposta à COVID-19, que coloquem as pessoas no centro e respeitem os direitos e a dignidade de todos”, disse Winnie Byanyima, diretora-executiva do UNAIDS. “Portugal demonstrou liderança e compaixão ao priorizar essas medidas para proteger os mais vulneráveis em sua resposta à COVID-19.” Os migrantes enfrentam as mesmas ameaças à saúde por conta da COVID-19 que as populações anfitriãs, e devem ser incluídos para garantir uma resposta eficaz que atenda aos impactos na saúde e socioeconômicos da pandemia. Os migrantes e outras populações-chave e vulneráveis geralmente não conseguem acessar os serviços sociais e de saúde devido ao medo de deportação, custos financeiros, restrições legais, barreiras linguísticas, exclusão e medo de estigma e discriminação. A remoção das barreiras que impedem as pessoas de procurar assistência médica e social melhorará os resultados mais amplos da saúde pública, defenderá os direitos humanos dos mais vulneráveis e criará uma resposta mais forte, mais eficaz e mais equitativa à COVID-19. Portugal foi pioneira em uma resposta baseada em direitos humanos ao HIV desde o início da epidemia, criando ambientes legais facilitadores, promulgando políticas progressivas de drogas e tornando o tratamento do HIV gratuito para todos, independentemente do status migratório da pessoa. Hoje, Portugal continua liderando, impulsionando modelos de assistência comunitária e promovendo uma melhor integração dos serviços de saúde, disse o UNAIDS. Para ajudar a orientar governos, comunidades e outras partes interessadas no planejamento e implementação de medidas para conter a COVID-19, o UNAIDS produziu um novo documento de orientação que se baseia em lições importantes da resposta à epidemia do HIV, “Direitos na época do COVID-19: lições do HIV para uma resposta eficaz liderada pela comunidade“. |
Posted: 03 Apr 2020 06:45 AM PDT
Foto: UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) abre o processo seletivo para o seu programa de voluntariado online. Adolescentes e jovens entre 16 e 21 anos serão selecionados para participar da iniciativa, que terá início em abril e se prolongará durante o resto do ano. O UNICEF busca adolescentes e jovens que atuem ativamente nas redes sociais enfrentando notícias falsas e promovendo os direitos de crianças e adolescentes. Interessados devem responder ao formulário de inscrição até o dia 9 de abril. O grupo será capacitado com informação e metodologias para atuar digitalmente – neste momento de isolamento social – e também presencialmente em suas comunidades, quando terminarem as restrições de contato. O programa pretende formar 500 adolescentes e jovens líderes voluntários até dezembro e criar uma comunidade de pessoas engajadas com os direitos das crianças e adolescentes em todo o país. O coordenador do programa de voluntários do UNICEF no Brasil, Rafael Medeiros, explica que a informação baseada em evidência científica tem sido sistematicamente afetada por notícias falsas, principalmente neste momento de emergência de saúde, o que acaba atraindo o engajamento das pessoas pelos motivos errados. “Todos perdem com isso, incluindo as crianças e os adolescentes, que acabam tendo seus direitos desprezados”, afirmou o coordenador. No mundo todo, voluntárias e voluntários estão apoiando suas comunidades com informação e ajuda direta, seguindo normas de segurança. Desde 2018, a Iniciativa Global de Voluntariado tornou-se o canal oficial de engajamento de pessoas com os programas do UNICEF em diversos países. Até o final de 2019, escritórios do UNICEF em mais de 30 países já haviam iniciado seus programas formais de voluntariado. Na Mongólia, por exemplo, voluntários do UNICEF distribuíram 30 mil informativos sobre a COVID-19 em suas comunidades, organizando diversas ações de mobilização. Em Bangladesh, por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde e as universidades, voluntárias do UNICEF já treinaram mais de 380 famílias sobre nutrição infantil, e distribuíram cápsulas de vitamina A para crianças moradoras de regiões mais necessitadas. Para o programa de voluntariado online do UNICEF no Brasil, adolescentes e jovens devem se inscrever em https://contato.unicef.org.br/ |
Posted: 03 Apr 2020 06:33 AM PDT
Motorista voluntário – Foto: Pexels
Ele prestou atenção especial às novas medidas de restrição de tráfego. Diferentemente da maioria das pessoas na cidade, que ficava em casa o dia inteiro por causa do bloqueio, Shen Ming precisava sair quase todos os dias. Como voluntário, ele se encarregava de levar pessoas que vivem com HIV até os serviços de saúde para buscar seus remédios durante o surto. Naquela tarde, Shen Ming tinha plenajado um transporte para o Hospital Jinyintan. “Tempo suficiente para comer os bolinhos doces”, pensou. Quando a água começou a ferver, o telefone tocou. Um colega do Centro de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros de Wuhan perguntou se ele poderia levar outras duas pessoas para buscar seus remédios imediatamente. Ele disse sim. “Você vê, isso me poupará muito tempo, porque eu posso levar três pessoas ao hospital de uma só vez.” Desligou o fogão e vestiu seu traje de proteção e uma máscara. “Esquece os bolinhos doces. Eu posso cozinhá-los mais tarde”, pensou. “Além disso, posso fazer uma chamada de vídeo com meus pais enquanto como bolinhos à noite.” Era 8 de fevereiro e fazia mais de duas semanas que Wuhan, o epicentro do surto de COVID-19, estava sob bloqueio. Um silêncio desconfortável pairava sobre a cidade, que parecia deserta, em forte contraste com a energia da metrópole antes do surto. Shen Ming tinha planos de ano novo totalmente diferentes. Ele havia reservado um voo para sua cidade natal, na província de Zhejiang, e até comprado algumas guloseimas locais para seus pais como presentes de ano novo. “Eles estão mais acostumados à comida doce, mas eu queria que eles provassem algo diferente”, relembra. Dois dias antes do voo, Shen Ming recebeu uma mensagem do namorado. “Como você está?” dizia a mensagem. “Recebi más notícias: meu pai foi diagnosticado com COVID-19. E minha mãe e eu também estamos com febre alta. Estamos todos a caminho do hospital e ficaremos lá se houver camas para nós.” Shen Ming ofereceu sua solidariedade ao namorado e, no dia seguinte, foi ver seu médico. Ficou aliviado ao saber que não estava infectado, mas foi aconselhado a ficar em Wuhan para observação — ele nunca pensou que o novo coronavírus seria o motivo de seu primeiro ano novo longe de sua família. Graças a uma determinação do Centro Nacional de Controle e Prevenção de AIDS/IST da China, as pessoas que vivem com HIV podem receber reposição de medicamentos onde quer que estejam no país. Tudo o que precisam é de uma carta do serviço de saúde onde recebem atendimento rotineiro. No entanto, neste contexto, eles tinham um desafio, pois os táxis e os serviços de transporte público foram interrompidos durante o período de confinamento. Uma pesquisa realizada em conjunto pelo UNAIDS e pela aliança BaiHuaLin de pessoas vivendo com HIV (organização comunitária em Pequim) mostrou que quase 65% dos entrevistados na província de Hubei tiveram dificuldade de obter seus medicamentos durante o bloqueio. Com a maioria das equipes médicas concentrando-se na COVID-19, organizações de base comunitária, como o Centro de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros de Wuhan, pediram a voluntários como Shen Ming que transportassem pessoas vivendo com HIV para buscar seus medicamentos. Como motorista voluntário, seu primeiro passageiro foi de Xangai. Wuhan acabara de ser colocada em quarentena quando esta estava prestes a sair da cidade. Para piorar, seu remédio para o HIV estava acabando. “Se o tratamento de pessoas vivendo com HIV for interrompido, a saúde delas pode sofrer. Neste contexto, eu sempre percebi um pouco do medo, da ansiedade e do desespero deles com esta situação”, conta Shen Ming. Nesta primeira viagem, Shen Ming colocou três máscaras e abriu a janela do carro para reduzir a possibilidade de ser infectado. Sua viagem foi ao mesmo hospital que cuidava das pessoas afetadas pela COVID-19. Ele estava nervoso ao chegar ao hospital, mas, para seu alívio, a clínica de HIV e a clínica de COVID-19 estavam distantes. O Centro de LGBTs de Wuhan deu a ele um traje de proteção depois de saber que ele não tinha equipamento de proteção adequado e ele, com o tempo, ficou mais tranquilo com a situação. Além de levá-los de carro até o serviço de saúde, ele os acompanhava até a clínica e os esperava lá até que recebessem os remédios. Depois, conversavam sobre o tema. “Então, você também é HIV positivo, como nós?”, perguntavam quase todos a Shen Ming, que não vive com HIV. “Não importa”, respondia ele. “A AIDS é apenas uma doença crônica. O atendimento às pessoas vivendo com HIV vai além da comunidade de pessoas vivendo com HIV.” Já era tarde quando ele voltou para casa depois de levar as três pessoas ao hospital no dia do Festival das Lanternas. Com fome, ligou o fogão e cozinhou macarrão. Esta foi a primeira vez que Shen Ming não comeu bolinhos doces no Festival das Lanternas, mas ficou feliz porque encontrou o namorado, ainda que brevemente. “Vou continuar meu trabalho voluntário até que eles não precisem de mim. Seria melhor se eu não fosse necessário “, disse ele com um sorriso no rosto.” Eu provavelmente ficarei nesta cidade. Vou comprar uma casa quando a epidemia acabar e construir um lar aqui.” |
Posted: 03 Apr 2020 06:27 AM PDT
Lave as mãos com frequência usando água e sabão ou um desinfetante à base de álcool a 70%. Foto: UNICEF
Os recursos serão direcionados à Estratégia de Resposta da OPAS, alinhada à da Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem o objetivo de salvar vidas e desacelerar a transmissão do novo coronavírus para mitigar que seu impacto nos serviços e na saúde da população, principalmente nos países que mais precisam de ajuda. Esses fundos apoiarão a estratégia até setembro de 2020; no entanto, à medida da evolução da pandemia, é possível que a necessidade aumente. “A propagação da COVID-19 está acelerando e devemos intensificar as ações para freá-la”, afirmou a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “Este novo vírus demonstrou que pode sobrecarregar os serviços de saúde até nos países mais desenvolvidos”, indico Etienne. “Precisamos aumentar os investimentos para proteger as pessoas mais vulneráveis, incluindo trabalhadores de saúde, e salvar vidas.” O Brasil registrou o primeiro caso importado na América Latina e no Caribe em 26 de fevereiro de 2020. Em um mês, o vírus se espalhou para 48 países e territórios no continente. Em 1º de abril, 51 países e territórios nas Américas haviam registrado 216.912 casos confirmados e 20.750 mortes por COVID-19. Nos últimos 10 dias, os casos confirmados multiplicaram-se por dez. Atualmente, os Estados Unidos são o país com a maioria dos casos no mundo e 86% dos casos nas Américas. A estratégia da OPAS tem cinco linhas de ação prioritárias: detectar casos da COVID-19 precocemente por meio de sistemas de vigilância existentes; garantir capacidade, testes e reagentes suficientes para um diagnóstico laboratorial oportuno; prevenir e controlar infecções nos serviços de saúde; otimizar a capacidade dos sistemas de saúde locais para manejar casos e prestar assistência com segurança; e disseminar informações para ajudar as pessoas a entenderem os riscos que correm e motivá-las a adotar medidas para proteger a si e a seus entes queridos. Links: Folha informativa sobre COVID-19 (em português) |
Posted: 03 Apr 2020 06:11 AM PDT
União é imprescindível para vencer os desafios da pandemia do novo coronavírus – Foto: Gerd Altmann/Pixabay
Ele defende testagem e identificação de contatos, quarentenas, tratamentos e medidas de segurança para equipes médicas, combinadas com a restrição de movimento e de contatos até que apareçam terapias e vacinas. Leia o artigo completo: Só trabalhando junto o mundo poderá enfrentar a pandemia da COVID-19 e suas consequências devastadoras. Numa reunião virtual de emergência, realizada na última quinta-feira, os líderes do G-20 deram os primeiros passos na direção certa. Mas estamos ainda longe de conseguir uma resposta global, coordenada e articulada, capaz de ir ao encontro da magnitude sem precedentes daquilo que enfrentamos. Longe de conseguir achatar a curva da infecção, estamos ainda muito aquém. Inicialmente a doença demorou 67 dias para infectar 100.000 pessoas; em breve mais de 100.000 serão infectadas diariamente. Sem uma ação acordada e corajosa, o número de novos casos escalará certamente até os milhões, levando os sistemas de saúde à ruptura, as economias a uma queda abrupta e as pessoas ao desespero, com os mais pobres sendo os mais atingidos. Devemos nos prepararmo para o pior e fazer tudo para evitá-lo. Aqui está uma chamada para ação dividida em três fases e baseada na ciência, na solidariedade e nas políticas de bom senso. Primeiro: suprimir a transmissão do coronavírus. Isto requer uma testagem agressiva e precoce com identificação de contatos, complementada com quarentenas, tratamentos e medidas que cuidem da segurança das equipes na linha de frente da resposta, combinadas com a restrição de movimento e de contatos. Estes passos, apesar da perturbação que provocam, devem ser mantidos até que apareçam terapias e vacinas. Crucialmente, este esforço robusto e cooperativo deve ser orientado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), membro da família das Nações Unidas; os países que estão agindo isoladamente – como devem fazer para sua população– não conseguirão fazê-lo para todos. Segundo: enfrentar a devastadora dimensão social e econômica da crise. O vírus espalha-se como um incêndio descontrolado e é provável que avance rapidamente para o hemisfério sul, onde os sistemas de saúde enfrentam limitações, as pessoas são mais vulneráveis, e milhões vivem em favelas densamente povoadas ou em acampamentos de refugiados e deslocados. Alimentado por estas condições, o vírus poderá arrasar o mundo em desenvolvimento e reemergir mesmo em lugares onde já havia sido eliminado. No nosso mundo tão interligado somos apenas tão fortes quanto o mais fraco sistema de saúde. Temos, claramente, que combater o vírus para toda a humanidade, com foco nas pessoas, especialmente nos mais afetados: mulheres, idosos, jovens, trabalhadores com salários baixos, pequenas e médias empresas, na economia informal e nos grupos vulneráveis. As Nações Unidas acabaram de lançar um relatório que documenta como o contágio viral se transformou em contágio econômico, definindo o financiamento necessário para responder aos choques. O Fundo Monetário Internacional anunciou que entramos numa recessão tão ruim ou pior do que a de 2009. Precisamos de uma resposta abrangente e multilateral que ascenda a uma percentagem de dois dígitos do Produto Interno Bruto global. Os países desenvolvidos conseguem fazê-lo sem ajuda e alguns estão realmente fazendo. Mas devemos aumentar massivamente os recursos disponíveis do mundo desenvolvido, expandindo a capacidade do FMI, nomeadamente através da emissão de Direitos de Saque Especiais (DSE), e de outras instituições financeiras internacionais, de forma a que estas possam rapidamente injetar recursos nos países que deles necessitem. Eu sei que não é fácil, tendo em conta que os países se confrontam com despesas internas cada vez maiores e de valores recorde. Mas esse gasto será em vão se não controlarmos o vírus. Operações coordenadas entre os bancos centrais podem, também, trazer liquidez às economias emergentes. O alívio das dívidas tem que ser uma prioridade – incluindo a renúncia imediata ao pagamento de juros em 2020. Terceiro: recuperar melhor. Não podemos simplesmente voltar ao que era antes do ataque da COVID-19, com sociedades desnecessariamente vulneráveis a crises. A pandemia relembrou-nos, da forma mais dura, do preço que pagamos pela fraqueza dos nossos sistemas de saúde, da proteção social e dos serviços públicos. Sublinhou e realçou as desigualdades, acima de tudo a desigualdade de gênero, desnudando como a economia formal se sustenta à custa de um trabalho de assistência invisível e não remunerado. Colocou em destaque os correntes desafios dos direitos humanos, incluindo o estigma e a violência contra as mulheres. Agora é o tempo de redobrar os nossos esforços para construir economias e sociedades mais inclusivas e sustentáveis, que sejam mais resilientes face às pandemias, às alterações climáticas e aos outros desafios globais. A recuperação deve conduzir a uma economia diferente. O nosso plano continua a ser a Agenda para os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável de 2030. O Sistema das Nações Unidas está totalmente mobilizado: apoiando a resposta dos países, colocando as nossas cadeias de abastecimento à disposição de todos e apelando a um cessar-fogo global. Acabar com a pandemia em todo o mundo é tanto um imperativo moral como uma questão de sábio interesse próprio. Neste momento excepcional não podemos recorrer às ferramentas habituais. Tempos extraordinários exigem medidas extraordinárias. Enfrentamos um desafio colossal que requer uma ação decisiva, coordenada e inovadora, da parte de todos e para todos. |
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politica evolutiva mundo laico pela separação da religião do estado por la separação de la religión del estado evolutionary secular political world ,the separation of religion from state Эволюционный светская политическая мир отделение религии от государства/العالم السياسي العلماني التطوري فصل الدين عن الدولة עולם פוליטי חילוני אבולוציונית הפרדת דת מהמדינה
sexta-feira, 3 de abril de 2020
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