Boletim diário da ONU Brasil: “Agência da ONU e fundação do Qatar firmam parceria para educar 450 mil crianças deslocadas” e 9 outros.
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ter, 30 de abr 19:02 (há 20 horas)
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Posted: 30 Apr 2019 02:23 PM PDT
Refugiada somali em sala de aula num campo para deslocados na Etiópia. Foto: ACNUR/F. Courbet
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Fundação Education Above All firmaram neste mês uma parceria para levar ensino formal a mais de 450 mil crianças em situação de refúgio e deslocamento forçado. Cooperação vai beneficiar jovens em 15 países e deve disponibilizar 100 milhões de dólares para garantir que meninos e meninas estejam matriculados em escolas.
Em visita a Kuala Lumpur, capital da Malásia, o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, e a fundadora e presidente da Education Above All, a sheika Moza bint Nasser, do Qatar, conheceram um dos 131 centros de aprendizagem que as duas organizações já operam na nação asiática.
“É claro, pelo que eu vi aqui na Malásia, que a educação básica de qualidade pode realmente mudar a vida de uma criança”, disse Moza bint Nasser, apoiadora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
“Equipar os refugiados com conhecimento e habilidades significa que eles poderão ser um ganho para seus países anfitriões e depois (poderão) apoiar a reconstrução de seus países de origem. Tenho orgulho do trabalho que está sendo feito aqui e agradeço à Malásia e ao seu povo por ajudar essas crianças a terem um futuro melhor.”
Em 50 países, a Fundação Education Above All e seus parceiros oferecem educação para mais de 7,5 milhões de crianças que estão fora da escola. Em torno de 2,3 milhões desses jovens são refugiados ou deslocados internos.
Na Malásia, país que acolhe mais de 167 mil refugiados, a organização ajuda mais de 9,4 mil crianças em situação de refúgio a frequentar centros de ensino. Mesmo com a assistência da instituição, mais de 6 mil crianças refugiadas, em idade para frequentar a educação básica, ainda estão fora da escola.
Moza bint Nasser lembrou que, no mundo, existem mais de 4 milhões de crianças refugiadas sem acesso à educação. “Peço que mais parceiros se apresentem. Todos nós precisamos fazer nossa parte para colocar mais crianças em salas de aula – que é o lugar delas.”
Filippo Grandi ressaltou que “a educação não apenas ajuda crianças a se recuperarem (de traumas associados ao refúgio), mas também estabiliza famílias, ajuda na integração local e dá esperança para o futuro”.
A nova parceria entre o ACNUR e a fundação terá apoio do Fundo do Qatar para o Desenvolvimento.
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Posted: 30 Apr 2019 01:53 PM PDT
Autora de livro infantil e ex-refugiada somali, Habso Mohamud posa com estudantes depois de uma sessão de leitura numa escola de Washington, D.C.. Foto: ACNUR/Arielle Moncure
“Eu queria ser a rainha da selva”, sonha a pequena Nasra, protagonista do livro infantil Só É Preciso Um Sim. Como rainha, a menina ajudaria os desabrigados, alimentaria quem passa fome e faria livros brotarem das árvores, para que todos pudessem ler.
Mas o que Nasra descobre é que ela não precisa de uma coroa para fazer a diferença no mundo. “Isso sempre esteve no meu coração”, a menina percebe. “Aqui e agora é onde eu devo começar.”
A mente por trás de Nasra é a escritora Habso Mohamud, uma ex-refugiada da Somália. A vida da autora, de 24 anos, é muito semelhante à de Nasra. Em viagens por todo os Estados Unidos, Habso compartilha as duas histórias, a biográfica e a ficcional, em leituras organizadas para crianças em idade escolar.
A jovem escritora cresceu no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia, onde tinha que caminhar 45 minutos para chegar à escola. Habso nunca faltava aula, mesmo quando não tinha dinheiro para comprar comida durante todo o dia.
“O amor pela educação veio de quando eu estava no campo de refugiados”, explica a escritora. “Eu não ia deixar passar aquelas oportunidades, mesmo sendo longe da minha casa.”
Hoje, Habso tem certeza da mensagem que quer transmitir: “Não desista de si mesmo e não desista dos seus sonhos, não importa onde você esteja ou quais são as circunstâncias com as quais você pode se deparar na sua vida”.
Vida nova nos Estados Unidos
Após serem encaminhados pela Agência da ONU para refugiados ( ACNUR), Habso, seus pais e nove irmãos foram reassentados para os Estados Unidos em 2005. Apesar dos crescentes níveis de deslocamento forçado em todo o mundo, pouquíssimos refugiados têm a chance de serem reassentados. Do 1,2 milhão de refugiados que precisavam de reassentamento em 2018, apenas 55.692 conseguiram ser realocados.
A família de Habso chegou primeiro a Nova Iorque, no meio do verão. “Não achei que estávamos realmente na América”, lembra a jovem. “Eu me perguntava ‘onde está a neve?’”
Mas a escritora conseguiu aproveitar – e aguentar – a neve por muitos anos, depois que a família resolveu se estabelecer no norte do estado do Minnesota.
Clique para exibir o slide.Adaptar-se a um novo contexto não foi fácil. Na época do reassentamento, Habso tinha dez anos. Com frequência, a menina se sentia ansiosa e depressiva. “Memórias do campo de refugiados ficavam voltando para mim”, conta a ex-refugiada. Aos 12 anos, Habso começou a fazer terapia — um processo que durou seis anos e incluiu até mesmo uma hospitalização.
“Eu só queria ser como qualquer outra criança”, lembra a escritora. Mas falar sobre saúde mental era um estigma em sua comunidade.
Ao contar suas histórias, Habso busca desafiar estereótipos sobre refugiados e saúde mental. “Não deveríamos encarar (os refugiados) como um peso”, defende a jovem. “Deveríamos dar a eles toda oportunidade possível para garantir que eles tenham outra vida porque eles não escolheram ser refugiados.”
O compromisso de Habso vai além das páginas de seu livro. A jovem se coloca à disposição de crianças nas redes sociais, por e-mail e pessoalmente, para responder dúvidas, encorajar e apoiar meninos e meninas.
Sessões de leitura
Toda vez em que faz uma sessão de leitura, Habso amarra uma bandana vermelha com bolinhas brancas na cabeça, para combinar com a vestimenta de Nasra.
De pé, na frente de um grupo de aproximadamente 20 crianças de 11 e 12 anos, numa escola de Washington, Habso lê em voz alta uma cópia extra grande do seu livro. O tamanho ampliado permitia que o público visse melhor as ilustrações. Uma menina chamada Bridget ouvia com atenção na fileira da frente.
Na página sete, Habso parou para pedir a um estudante que lesse em voz alta a frase: “Nós somos agentes de mudança”.
Quando a autora terminou de ler, as crianças mal se aguentavam para fazer perguntas e saber mais sobre a vida dela. Do que eram feitas as casas no campo de refugiados? Do que ela mais gosta nos Estados Unidos?
Depois da sessão de leitura, a jovem Bridget se aproximou timidamente de Habso, segurando-se para não chorar. Sem ter certeza do que dizer, ela simplesmente abraçou Habso.
A ex-refugiada conversou com a menina e perguntou sobre os seus sonhos. Enquanto Bridget contava que queria criar invenções capazes de ajudar o meio ambiente, Habso autografava uma cópia de Só É Preciso Um Sim. No livro, lia-se: “Para Bridget. Você é inteligente, você é forte, e você pode mudar o mundo”.
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Posted: 30 Apr 2019 12:51 PM PDT
Refugiados residentes em São Paulo. Foto: ACNUR/L. Leite
Representantes da cidade de São Paulo (SP) participaram neste mês (24) de encontro promovido em Nova Iorque pela Organização Internacional para as Migrações ( OIM) para discutir o uso de estatísticas no mapeamento de políticas públicas sobre migrantes. Evento também teve a participação de delegações de Montreal, no Canadá, e Accra, em Gana. Os três municípios implementaram um projeto da OIM sobre governança migratória.
A reunião em Nova Iorque marcou a conclusão da fase piloto do programa Indicadores Locais de Governança da Migração (Local MGI, na sigla em inglês). Lançada em julho do ano passado, a iniciativa adaptava, para o nível municipal, os indicadores nacionais criados em 2015 pela OIM. Com essas estatísticas, a agência da ONU conseguiu ajudar 50 países a avaliar as suas estruturas de governança migratória.
Agora, o organismo internacional mira os esforços locais para gerir a migração. Os Indicadores Locais de Governança da Migração reúnem 87 índices que orientam as autoridades de municípios a identificar estratégias já implementadas, boas práticas e áreas que podem ser melhoradas. O projeto também permite que governos locais aprendam uns com os outros, discutindo desafios comuns e mapeando soluções potenciais.
“A principal qualidade do Local MGI é o diálogo que ele pode criar, não apenas entre autoridades locais e nacionais, mas também entre cidades que vivem desafios similares com relação à gestão da migração”, afirma o oficial de políticas de migração da OIM, David Martineau.
O encontro entre representantes de São Paulo, Montreal e Accra foi uma oportunidade de as cidades-piloto apresentarem os seus resultados no uso dos indicadores. Durante o evento, as delegações também discutiram como melhorar a metodologia do projeto da OIM para torná-la mais acessível a um número maior de cidades.
Os resultados das avaliações das três cidades, por meio dos indicadores, serão disponibilizados em breve em meio online, no Portal de Dados sobre Migração da OIM. Nos próximos meses, a agência da ONU vai aperfeiçoar a metodologia para realizar a análise em mais cidades.
Para mais informações, entre em contato com David Martineau, do escritório da OIM em Nova Iorque: dmartineau@iom.int.
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Posted: 30 Apr 2019 12:01 PM PDT
Foto: EBC
Uma pesquisa da ONU revelou na segunda-feira (29) que, até 2050, 10 milhões de pessoas no mundo poderão morrer a cada ano devido a doenças resistentes a medicamentos. Segundo o levantamento, infecções que não respondem a remédios já são responsáveis por pelos menos 700 mil óbitos anualmente. Dessas mortes, 230 mil são causadas por formas de tuberculose capazes de sobreviver a diferentes fármacos.
A análise das Nações Unidas lança luz sobre o fenômeno conhecido como resistência antimicrobiana, isto é, a resistência desenvolvida por agentes causadores de doenças a remédios e substâncias como os antibióticos, os antivirais e os antifúngicos. O relatório aponta que doenças comuns, como infecções respiratórias, urinárias e também infecções sexualmente transmissíveis, estão se tornando cada vez mais difíceis de serem tratadas.
O problema também tem impacto na produção de alimentos, onde o aparecimento de bactérias e microrganismos resistentes pode prejudicar a criação de animais e outros setores agrícolas. De acordo com a pesquisa, o aumento da resistência aos medicamentos poderá provocar danos à economia tão catastróficos quanto a crise financeira global de 2008 e 2009. Até 2030, a resistência antimicrobiana poderá levar 24 milhões de pessoas à pobreza extrema, devido a aumentos com os gastos de saúde e a prejuízos para os sistemas alimentares.
“Estamos em um ponto crítico na luta para proteger alguns dos nossos medicamentos mais essenciais”, afirmou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma das principais causas por trás da resistência antimicrobiana é o uso inadequado e excessivo de remédios, para tratar doenças tanto de seres humanos, quanto de animais da pecuária e de espécies de plantas exploradas pela agricultura. Outros fenômenos que impulsionam o problema são a precariedade das estratégias de prevenção e controle e o descarte inadequado de resíduos oriundos de instalações de saúde, fazendas, indústrias e farmacêuticas.
A pesquisa da ONU afirma que o mundo já está sentindo as consequências dessa ameaça, conforme remédios cruciais se tornam ineficazes. Sem investimento de países ricos e pobres, as gerações futuras enfrentarão os impactos desastrosos de uma resistência antimicrobiana descontrolada. Segundo o documento, esse desafio de saúde pública é também um obstáculo ao cumprimento de muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, incluindo cobertura universal de saúde, alimentos seguros, sistemas agrícolas sustentáveis e água potável e saneamento.
O relatório reconhece que a resistência antimicrobiana é uma questão de saúde humana, animal, alimentar e ambiental — o que exige uma abordagem multissetorial. A publicação recomenda aos países:
- Priorizar planos de ação nacionais para ampliar os esforços de financiamento e capacitação;
- Implementar sistemas regulatórios mais fortes e apoiar programas de conscientização para o uso responsável e prudente de antimicrobianos por profissionais de saúde humana, animal e vegetal;
- Investir em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para combater a resistência antimicrobiana;
- Eliminar com urgência o uso de antimicrobianos significativamente importantes como promotores de crescimento na agricultura.
“A resistência antimicrobiana é uma das maiores ameaças que enfrentamos como comunidade global. Esse relatório reflete a profundidade e o escopo da resposta necessária para conter sua ascensão e proteger um século de progresso em saúde”, disse Amina Mohammed, secretária-geral adjunta da ONU.
“Não há tempo a perder e eu peço a todas as partes interessadas que ajam de acordo com as recomendações (do relatório) e trabalhem urgentemente para proteger nossa população e planeta, assegurando um futuro sustentável para todos.”
A análise foi produzida pelo Grupo de Coordenação Interagencial da ONU sobre Resistência Antimicrobiana, que reúne organismos como a OMS, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O relatório recebeu contribuições de especialistas não apenas da área de saúde, mas também em sistemas alimentares, comércio, desenvolvimento e meio ambiente.
“Os países podem promover sistemas alimentares sustentáveis e práticas agrícolas que reduzam o risco da resistência antimicrobiana, trabalhando em conjunto para promover alternativas viáveis ao uso de antimicrobianos”, enfatizou o brasileiro e chefe da FAO, José Graziano da Silva.
Monique Eloit, diretora-geral da OIE, afirmou que “a resistência antimicrobiana deve ser enfrentada com urgência, por meio de uma abordagem de saúde única, envolvendo compromissos ousados de longo prazo de governos e outras partes interessadas, apoiados pelas organizações internacionais”.
“Este relatório demonstra o nível de compromisso e coordenação que será necessário ao enfrentarmos este desafio global à saúde pública, saúde e bem-estar animal e segurança alimentar. Todos nós devemos desempenhar o nosso papel para garantir o acesso futuro e a eficácia desses medicamentos essenciais.”
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui.
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Posted: 30 Apr 2019 09:41 AM PDT
Bombeiros brasileiros em operação de busca e salvamento em Pemba. Foto: Bombeiros do Brasil
Em meio à passagem do ciclone Kenneth por Moçambique, uma ação coordenada entre agências da ONU, o governo moçambicano e bombeiros brasileiros salvou a vida de centenas de pessoas no último domingo (28) em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, no norte do país. A tempestade tropical, que chegou na quinta-feira passada (25) ao território moçambicano, destruiu até 90% das residências em algumas aldeias.
“Nós tiramos muitas pessoas de áreas vulneráveis que estavam completamente alagadas. A água foi subindo e destruiu muitas áreas residenciais. Se as pessoas estivessem lá, provavelmente não teriam resistido. Mais de cem poderiam ter sido vítimas fatais e foram só vítimas de um alagamento”, contou o capitão Kleber Castro, que comandou a operação de busca e salvamento.
A equipe do Brasil foi enviada para Moçambique há mais de um mês, para atender às vítimas do ciclone Idai. Bombeiros têm apoiado as autoridades e as Nações Unidas em resgates e na reconstrução de localidades destruídas.
O porta-voz do Escritório da Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA) no país, Saviano Abreu, acompanhou a evacuação do final de semana. De acordo com a ONU, o ciclone Kenneth afetou mais de 168 mil pessoas. Dados iniciais da província de Nampula indicam que outros 42 mil moçambicanos foram deslocados devido às chuvas e cheias. Estima-se que mais de 7 mil mulheres grávidas estejam em risco dar à luz em condições inseguras nas áreas atingidas.
“Nosso principal desafio está ligado às condições climáticas para chegar às comunidades. Eu estive no Bairro Mahate, onde muitas pessoas estavam em áreas em risco de deslizamento. Corremos para lá e ativamos um dispositivo para tirá-las das áreas propensas a inundações. Com as chuvas fortes, a operação está sendo muito complicada e temos que lutar contra o tempo para salvar vidas”, explicou Saviano.
Clique para exibir o slide.O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) também apoiou as operações de busca e resgate no domingo passado. O organismo tem prestado assistência à população moçambicana desde a passagem do Idai, em março.
A agência já distribuiu mais de 4 mil “kits de dignidade” para as mulheres, com itens de higiene pessoal. A instituição da ONU também montou clínicas de atendimento dedicadas à prevenção e ao combate à violência de gênero. O organismo treinou ativistas e parteiras que vão atuar em regiões de maior vulnerabilidade.
“Neste momento, estamos a avaliar os nossos estoques remanescentes de kits de maternidade (com equipamentos para atender a mulheres grávidas e em trabalho de parto) na Beira para depois os enviarmos, através dos parceiros de implementação, para os centros de saúde afetados em Cabo Delgado”, disse o coordenador humanitário do UNFPA, Ingo Piegeler.
“Também estamos a organizar a distribuição de kits de dignidade e kits de saúde sexual e reprodutiva”, explicou o representante da agência.
UNICEF: ciclone deixa mais de 360 mil crianças em risco
O Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) afirmou no sábado (27) que mais de 368 mil crianças em Moçambique estavam em risco e poderiam necessitar de apoio humanitário devido à chegada do Kenneth. A agência alertou que, segundo meteorologistas, pode continuar chovendo durante dias — o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos de terra nas áreas afetadas.
“Cabo Delgado não tem histórico de ciclones e estamos profundamente preocupados com o fato de que as comunidades na área não estejam preparadas para a escala da tempestade, colocando crianças e famílias em uma situação muito precária”, disse Michel Le Pechoux, representante adjunto do UNICEF em Moçambique.
“O solo está saturado com a chuva e os rios já estão cheios, então a emergência provavelmente piorará com as enchentes nos próximos dias. Estamos fazendo todo o possível para obter equipes e suprimentos no local para manter as pessoas seguras.”
O UNICEF tem equipes em Cabo Delgado, especializadas em saúde, nutrição, proteção infantil, água e saneamento. Às vésperas da passagem do ciclone Kenneth, os profissionais da agência da ONU separaram suprimentos, incluindo kits de saúde e produtos de purificação de água, para acelerar a resposta de emergência.
Esta é a primeira vez na história registrada que dois ciclones tropicais fortes atingiram Moçambique na mesma temporada. A devastação causada pelo Idai e pelo Kenneth pode elevar o número de crianças que precisam de assistência humanitária para quase 1,4 milhão.
Após o ciclone Idai em março, o UNICEF lançou um apelo de 122 milhões de dólares para apoiar a resposta humanitária em Moçambique, Zimbábue e Malauí nos próximos nove meses.
O organismo internacional está arrecadando doações também no Brasil. As contribuições podem ser feitas online – clique aqui para doar – ou pelo telefone 0800-9400404.
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Posted: 30 Apr 2019 09:25 AM PDT
Foto: UNIC Rio
O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, realizou em abril (17) a décima-quinta conversa informativa sobre carreiras internacionais na ONU.
As conversas informais fazem parte da iniciativa “Brasileiros na ONU”, que tem como objetivo incentivar os jovens do país a trabalhar na Organização.
Na última edição, o diretor do UNIC Rio falou com estudantes do curso de graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) sobre as possibilidades que são oferecidas pela Organização, incluindo áreas de atuação, meios de entrada e programas para jovens profissionais.
“O Brasil sempre exerceu um papel central na ONU: em temas políticos, missões de paz, no âmbito da cooperação sul-sul para o desenvolvimento e muito mais. É muito importante ter mais brasileiros que possam se juntar à nossa Organização e fazer parte do nosso trabalho por um mundo melhor, promovendo tudo que o Brasil pode oferecer para um mundo mais saudável e sustentável”, afirma Giuliano.
As conversas são voltadas para jovens que se interessam em seguir uma carreira internacional pelas Nações Unidas. Interessadas (os) podem se inscrever clicando aqui, independentemente de estar matriculado ou não em alguma universidade. Interessadas(os) também podem sugerir o encontro em grupos, como aconteceu no caso dos estudantes da UFF.
Os inscritos receberão por e-mail informações mais detalhadas sobre as próximas conversas.
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Posted: 30 Apr 2019 08:34 AM PDT
Adesão ao movimento ElesPorElas foi formalizada durante o 25º Congresso Nacional Escoteiro, realizado em Brasília. Foto: Escoteiros do Brasil
Os Escoteiros do Brasil aderiram neste mês (26) ao movimento ElesPorElas (HeForShe, em inglês), uma iniciativa global da ONU Mulheres em prol da igualdade de gênero. Atualmente, a associação nacional de escotismo reúne 75 mil jovens e tem o apoio voluntário de 25 mil adultos. Nos últimos dez anos, o número de integrantes cresceu em torno de 35%, chegando a 671 cidades de todas as 27 unidades federativas do Brasil.
Formalizada durante o 25º Congresso Nacional Escoteiro, em Brasília, a parceria dos escoteiros com o ElesPorElas terá três eixos principais — diagnóstico interno, ações formativas e mobilização social.
A organização de escotismo se compromete a tomar medidas para mapear os espaços de liderança ocupados pelas mulheres nos Escoteiros do Brasil. O objetivo será garantir a composição paritária, em termos de gênero, nos postos de tomada de decisão.
Os escoteiros também promoverão formações que abordem a igualdade entre homens e mulheres, o empoderamento feminino, masculinidades e eliminação do racismo, com base nos currículos da Associação Mundial de Bandeirantes, do programa O Valente não é Violento e do programa Uma Vitória Leva à Outra.
Já as ações de mobilização social pretendem engajar diferentes grupos, a fim de conscientizar a população brasileira sobre temas como a violência contra as mulheres e contra a população afrodescendente.
Com essas iniciativas de sensibilização, os escoteiros vão apoiar não apenas o movimento ElesPorElas, mas também a campanha do secretário-geral da ONU UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e a campanha Vidas Negras, desenvolvida pelas Nações Unidas no Brasil para promover o fim do racismo e da violência letal contra a juventude negra.
“O movimento escoteiro tem tradição na formação de crianças e jovens para a cidadania, além de se colocar a serviço de ações solidárias em comunidades mundo afora”, ressalta Carolina Ferracini, gerente de Projetos da ONU Mulheres Brasil para Prevenção e Eliminação da Violência contra as Mulheres.
“A adesão ao movimento ElesPorElas é um passo importante para que esta iniciativa esteja mais próxima da juventude brasileira, que trará criatividade e espontaneidade para que ElesPorElas continue a ser um movimento com conexões entre pessoas e soluções pelos direitos de mulheres e meninas.”
Fred Santos, diretor adjunto de Relações Institucionais dos Escoteiros do Brasil, explica que a associação vai “trabalhar os tópicos em dois segmentos distintos, tanto na formação dos nossos adultos, para que eles repliquem o conteúdo ao trabalhar com os jovens, como também com os próprios jovens nas atividades de nível nacional, além de (que) também sugeriremos aos níveis regionais que façam o mesmo”.
“Estamos convencidos de que o tema precisa ser tratado na transversalidade, uma vez que o conceito é algo que está intrínseco à nossa filosofia, nas nossas diretrizes fundamentais. Nossa missão é dar ferramentas para que a juventude escoteira replique as ações e valores na sociedade, escola, trabalho, para que sejam agentes de transformação e não só passivos”, completa o representante da organização de escotismo.
Conexões sociais
Em 2018, a ONU Mulheres promoveu oficinas sobre o movimento ElesPorElas no Jamboree – evento nacional escoteiro, ocorrido em Ribeirão Preto (SP). A iniciativa das Nações Unidas mobilizou cerca de mil crianças, adolescentes e jovens, com diálogos sobre os direitos das mulheres e meninas, masculinidades positivas e fim do racismo.
Pela primeira vez, o manual global Vozes pela Violência, desenvolvido pela ONU Mulheres e pela Associação Mundial de Bandeirantes, foi aplicado para um grupo de escoteiras e escoteiros, com novos elementos que permitiram adaptar o conteúdo ao contexto brasileiro.
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Posted: 29 Apr 2019 03:00 PM PDT
Foto: Agência Brasil
De 2016 a 2018, os migrantes brasileiros representaram 94% do total de expatriados em Portugal que decidiram voltar para os seus países de origem. No mesmo período, mais de 2 mil brasileiros retornaram a sua nação apoiados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O Brasil está entre os cinco principais países de origem dos retornados – migrantes que decidem voltar para o seu Estado – em Portugal, na Bélgica e na Irlanda. Os três países europeus participam de uma iniciativa da agência da ONU para dar assistência a quem volta para casa.
A OIM iniciou em 2019 um novo projeto que contribuirá para um processo de reintegração mais informado e sustentável. A iniciativa Mecanismo Complementar Conjunto para uma Reintegração Sustentável(SURE, na sigla em inglês) tem duração prevista para até dezembro de 2020. O programa será implementado em Goiás, Minas Gerais e São Paulo, os principais estados de retorno no Brasil.
A estratégia visa beneficiar brasileiros que regressam ao país com o suporte dos programas de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração, já existentes e implementados pela OIM em Portugal, Irlanda e Bélgica.
O projeto foi idealizado a partir da constatação de que a vulnerabilidade dos migrantes que retornaram ao Brasil aumentou significativamente ao longo dos anos, com o crescimento do número de vítimas de tráfico de pessoas e da violência. Mas a vontade de retornar também se deve a fatores relacionados à saúde e à fragilidade psicossocial.
Por isso, a OIM considera que são necessários um suporte personalizado e um acompanhamento após o retorno. A agência da ONU quer se aproximar de atores locais relevantes nos três estados prioritários para o fornecimento de apoio de longo prazo em resposta às necessidades dos retornados.
A OIM possui um longo histórico de suporte a migrantes que desejam voltar voluntariamente para seus países de origem. Muitos desses indivíduos recebem apoio financeiro e técnico para se reintegrarem no país, e a maioria utiliza o recurso para abrir ou reabrir um pequeno negócio ou investir em sua educação e capacitação profissional.
A nova estratégia busca fortalecer a conexão entre o aconselhamento pré-partida e o apoio pós-chegada para os retornados, promovendo uma reintegração mais sustentável para os migrantes que voltam ao Brasil. O primeiro passo da iniciativa é mapear atores públicos e da sociedade civil, nos três principais estados de retorno, que ofereçam serviços relevantes à reintegração e que possam fazer parte de uma rede nacional de atendimento aos retornados.
Futuramente serão promovidas capacitações voltadas a todos estes atores para abordar as vulnerabilidades específicas a que estão sujeitos os retornados. Os brasileiros atendidos pela OIM em anos anteriores também serão ouvidos e poderão dar sugestões para o projeto, a fim de aprimorar o processo de reintegração.
Organizações, equipamentos e serviços interessados em integrar esta rede podem preencher um formulário de inscrição clicando aqui.
O projeto SURE é financiado pelo Fundo para o Asilo, Migração e Integração (FAMI) e cofinanciado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal (SEF).
Páginas do Programa de Retorno Voluntário e Reintegração:OIM Bélgica: http://belgium.iom.int/assisted-voluntary-return-and-reintegrationOIM Irlanda: http://iomireland.ie/return/OIM Portugal: http://www.retornovoluntario.pt/
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Posted: 29 Apr 2019 02:29 PM PDT
Foto: UNICEF Brasil/Rocha
A Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) reuniu neste mês (18) cerca de 50 empreendedores, pesquisadores e representantes da comunidade de inovação para debater o uso da propriedade intelectual no setor de esportes. Em evento no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), agência da ONU defendeu que mecanismos de proteção da criatividade podem gerar lucro e também investimentos sociais.
Felipe Augusto Melo de Oliveira, coordenador-geral de Inovação do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), ressaltou que a prática de atividades esportivas movimenta em torno de 70 bilhões de reais por ano no Brasil.
O especialista afirmou que o esporte impulsiona “uma grande demanda por bens e produtos, alimenta e multiplica a produção e renda desse país, sendo um elemento de destaque na infraestrutura das cidades, na geração de empregos e de oportunidades empresariais”.
Parte da economia esportiva gira em torno da exploração da proteção intelectual, seja por meio de royalties associados ao uso de marcas, seja por meio da exclusividade na oferta de produtos e serviços. Tênis e trajes de competição de alto nível, por exemplo, podem ser protegidos por diferentes mecanismos, desde patentes, desenho industrial, marca registrada até direito autoral.
Para Isabella Pimentel, conselheira da OMPI no Brasil, os ganhos econômicos associados aos esportes podem e devem ser revertidos em desenvolvimento social para a população. A especialista enfatizou ainda que a propriedade intelectual é uma fonte de receita significativa para ONGs da área.
“O Instituto Ayrton Senna teve um rendimento em 2018 de 40 milhões de reais. Cinquenta porcento foi angariado com direitos autorais, de imagem e licença de uso do nome. Esses fundos estão sendo revertidos para os projetos de educação e de pesquisa (da organização)”, lembrou Isabella.
Outro meio de arrecadar recursos, acrescentou a analista da agência da ONU, são as parcerias com marcas de produtos esportivos, que emprestam seu nome e também financiamento a iniciativas da sociedade civil. O apoio, de acordo com Isabella, permite às ONGs mobilizar a imagem dessas empresas para buscar novos ativos com outros atores.
Em 2019, a OMPI comemora o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, 26 de abril, com a campanha “Rumo ao Ouro”, que aborda as conexões entre o universo dos esportes e a propriedade intelectual.
Inteligência artificial melhora rendimento de judocas
Durante o evento, participantes conheceram a Eagle Sports Analytics, startup que combina a filmagem de treinos esportivos, inteligência artificial e estatística avançada para monitorar o desempenho de atletas. Incubada há quatro meses no Parque Tecnológico, a empresa firmou parceria com o Instituto Reação, ONG que oferece aulas de judô em comunidades da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Diego Rodrigues, um dos fundadores da Eagle, explicou que a proposta da startup é promover métodos de treino que incluam a coleta de dados sobre performance e a posterior divulgação dessas informações para os atletas. Com isso, acredita o empreendedor, é possível tanto refinar e personalizar o acompanhamento dos esportistas, quanto ampliar o número de atletas orientados por um técnico.
No Instituto Reação, os judocas recebem um diagnóstico que indica, por exemplo, quais os tipos de golpe são mais utilizados e qual a direção que os atletas preferem na hora de atacar.
“Conhecer essa análise de dados mais fidedigna vai contribuir bastante para o desenvolvimento do atleta”, disse Guilherme de Luna, coordenador de Esporte da ONG carioca.
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Posted: 29 Apr 2019 01:50 PM PDT
A situação de insegurança em Mianmar para a minoria muçulmana rohingya está gerando uma das maiores crises humanitárias do mundo. Foto: ACNUR
Especialistas das Nações Unidas em direitos humanos expressaram preocupação com a rejeição da apelação final de dois jornalistas da agência de notícias Reuters pela Suprema Corte de Mianmar.
Em comunicado na última quinta-feira (25), os relatores especiais definiram a decisão como uma “grave injustiça”, dizendo representar um momento sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia do país.
Na terça-feira (23), a mais alta Corte de Mianmar rejeitou o recurso de Wa Lone e de Kyaw Soe Oo, presos por sete anos por investigarem o massacre de homens e meninos rohingyas no vilarejo de Inn Din, no estado de Rakhine, em 2017.
Na semana anterior, eles haviam recebido o Prêmio Pulitzer, um dos mais reconhecidos no jornalismo mundial, pelas reportagens investigativas.
Os dois jornalistas foram presos em dezembro de 2017 quando trabalhavam na investigação e foram encontrados em posse de documentos secretos, que um policial posteriormente testemunhou terem sido plantados.
Os jornalistas foram acusados de quebrar a lei de segredos estatais e sentenciados a sete anos de prisão em setembro de 2018. Um recurso foi rejeitado pela Suprema Corte em janeiro deste ano.
“A manutenção da condenação de Wa Lone e de Kyaw Soe é uma grave injustiça”, disseram o relator especial sobre a situação de direitos humanos em Mianmar, Yanghee Lee, e o relator especial sobre liberdade de expressão, David Kaye.
“Isto gera preocupações adicionais sobre a independência do judiciário, e com o comprometimento do país com padrões internacionais de direitos humanos”, afirmaram, pedindo para a Corte publicar na íntegra a decisão do argumento usado para rejeitar o recurso.
Lee and Kaye disseram que o caso destaca o aumento da restrição à liberdade de expressão e do acesso à informação no país, além de uma preocupante intolerância às críticas legítimas ao Exército.
“Wa Lone e Kyaw Soe Oo não cometeram um crime. Eles estavam trabalhando como jornalistas investigativos, relatando as questões que mais preocupam o povo de Mianmar e trabalhando em uma função democrática essencial”, afirmaram.
Em diversas ocasiões os especialistas escreveram às autoridades para expressar preocupação com a prisão e a condenação dos jornalistas.
“Com esta decisão profundamente decepcionante de manter a condenação, parece que Mianmar mais uma vez está seguindo um caminho sombrio e não persegue as reformas genuínas que muitos esperavam”, disseram os relatores.
Os relatores especiais pediram para o governo revisar a Lei de Segredos Oficiais, de 1923, em linha com as obrigações do país sob a lei internacional. A lei nacional possui uma pena de até 14 anos de prisão.
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