Powered By Blogger

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Posted: 22 Apr 2020 12:55 PM PDT
Anatália Santos, gestora do Projeto Territórios Sociais no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ). Foto: ONU-HABITAT/Denise Silveira
Anatália Santos, gestora do Projeto Territórios Sociais no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ). Foto: ONU-HABITAT/Denise Silveira
Enquanto líderes mundiais e chefes de agências das Nações Unidas pedem foco às populações em situação de vulnerabilidade na resposta à pandemia de COVID-19, no Rio de Janeiro (RJ), cerca de 66 gestores e agentes de campo do Projeto Territórios Sociais também lutam para não deixar ninguém para trás nos assentamentos informais cariocas.
Os gestores, em sua maioria mulheres, e agentes de campo do projeto implementado pela Prefeitura do Rio de Janeiro através do Instituto Pereira passos (IPP), em parceria com o escritório do ONU-HABITAT no Brasil, já fizeram mais de 1,6 mil ligações em busca daqueles antes considerados “invisíveis” para os sistemas de proteção social do município, estado e governo federal.
Os agentes são contratados localmente nos dez maiores complexos de favelas da capital fluminense – Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Rocinha, Penha, Jacarezinho, Lins, Villa Kennedy, Chapadão, Pedreira e Maré.
Desde o início da pandemia, com a interrupção das visitas presenciais, a equipe continuou seus esforços para localizar pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, visando protegê-las das graves consequências das restrições econômica e alimentares causadas disseminação do novo coronavírus.
Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, o Projeto Territórios Sociais visitou cerca de 102 mil domicílios, entrevistou cerca de 98 mil pessoas e identificou nos seus primeiros oito meses aproximadamente 28 mil famílias como socialmente vulneráveis.
As famílias já encontradas estão sendo monitoradas e seus protocolos de atendimento sendo implantados. Cerca de 8 mil foram submetidas a uma visita de saúde, aproximadamente 4 mil foram atendidas pela assistência social e 1,6 mil crianças foram matriculadas na escola.
Segundo Rayne Ferretti Moraes, oficial no Brasil do ONU-HABITAT, a pandemia deixou mais evidente diversas desigualdades existentes – como as de renda, gênero, raça, grupo etário e outras – pois cada vez fica mais claro que as dificuldades de lidar com essa crise não recaem sobre todos de maneira igual.

Busca emergencial

Segundo Anatália Santos, gestora do projeto no Complexo do Alemão, o programa se esforça por “enxergar, por exemplo, os idosos, as pessoas com doenças crônicas e as pessoas com deficiência”, que correm riscos particulares e desproporcionais em meio à pandemia, exigindo um esforço total para que suas vidas sejam salvas e o seu futuro protegido.
Como muitas dessas pessoas já haviam foram monitoradas pelo projeto ao longo do último ano, a ação integrada tem possibilitado uma resposta ágil envolvendo as áreas de desenvolvimento social, saúde, educação e moradia na localização das famílias.
Para Andrea Pulici, diretora de Projetos Especiais do IPP e coordenadora do Projeto Territórios Sociais, o programa possui ferramentas e parcerias inovadoras para acabar a miséria e a pobreza ainda existentes na capital carioca.
A busca ativa em áreas mais vulneráveis, a adoção de um protocolo integrado desenhado por várias secretarias e a construção de um sistema de monitoramento é a forma mais efetiva de de “não deixar ninguém para trás“ como previsto pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, avaliou Pulici.
Funcionários do Instituto Pereira Passos (IPP) já entregaram 850 cestas básicas para famílias com integrantes acamados, idosos ou com problemas respiratórios graves, nas comunidades cobertas pelo projeto.

Informação para gerar a inclusão

Segundo dados do censo de 2010, cerca de 8,5% da população brasileira vive em extrema pobreza. Essa marca de desigualdade é evidenciada nos contrastes socioeconômicos revelados pelas diferentes análises de indicadores sociais.
A pobreza se materializa através de múltiplas privações, lembrou o ONU-HABITAT. Pessoas e famílias nessas condições acabam não tendo acesso a serviços e oportunidades de que precisam para atingir padrões mínimos de vida, devido à fragilidade e desânimo que a pobreza gera.
Buscando “tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”, conforme definido pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11, foi necessário conhecer e entender a territorialidade da pobreza no Rio de Janeiro, de acordo com o programa das Nações Unidas.
O ONU-HABITAT lembra que a capital carioca registra um percentual maior de população em extrema pobreza na comparação com a média nacional (cerca de 7,6%). Além disso, a cidade é uma das mais desiguais da América Latina (coeficiente de Gini de 0,64 em 2010).
Nesse cenário, o Projeto Territórios Sociais busca diariamente entender essa realidade para transpor os altos níveis de desigualdade, barreira prejudicial ao desenvolvimento sustentável e à erradicação da pobreza, salientou o organismo da ONU.

Pensar globalmente e agir localmente

Com base no Índice de Desenvolvimento Social do Instituto Municipal de Dados Urbanos, juntamente com o Índice Multidimensional de Pobreza das Nações Unidas (IMP) e a abordagem territorial e espacial trazida pelo ONU-HABITAT, o programa promove coesão, interação e integração entre diferentes grupos e territórios dentro da mesma comunidade.
O objetivo é garantir acesso equitativo às oportunidades urbanas, fornecendo diferentes tipos de infraestrutura e serviços.
A metodologia do ONU-HABITAT possibilita o relacionamento dos dados existentes com os dados espaciais das comunidades, resultando em informação espacial adequada para tomar decisões de investimentos públicos baseadas em evidências de uma perspectiva territorial.
Em 2019, os dez complexos de favelas foram georreferenciados no mapa base do IPP, agregando, além das informações do censo demográfico, dados relacionados aos equipamentos existentes, tais como clínicas familiares, escolas, Centros de Referência de Assistência Social- CRAS) e mapas geotécnicos de risco para avaliação dos territórios.

Políticas públicas durante e pós COVID-19

Os impactos da proliferação da COVID-19 poderão potencialmente acentuar as desigualdades urbanas e contribuir para seu aumento após o fim da crise.
No Brasil, grande parte desse desafio está relacionada à forma como as cidades são construídas e geridas. Para o ONU-HABITAT, é necessário promover o planejamento urbano integrado, que propicie um acesso universal a serviços básicos.
Isso tornaria as cidades mais resilientes a crises, sendo necessário levar em conta uma agenda de direitos humanos como ferramenta de desenvolvimento, salientou a agência das Nações Unidas. 
 
Posted: 22 Apr 2020 12:31 PM PDT
Novo SARS-CoV-2 de Coronavírus Micrografia eletrônica de varredura colorida de uma célula mostrando sinais morfológicos de apoptose, infectados com partículas do vírus SARS-COV-2 (laranja), isoladas de uma amostra de paciente. Imagem capturada no NIAID Integrated Research Facility (IRF) em Fort Detrick, Maryland. Crédito: NIAID
Novo SARS-CoV-2 de Coronavírus Micrografia eletrônica de varredura colorida de uma célula mostrando sinais morfológicos de apoptose, infectados com partículas do vírus SARS-COV-2 (laranja), isoladas de uma amostra de paciente. Imagem capturada no NIAID Integrated Research Facility (IRF) em Fort Detrick, Maryland. Crédito: NIAID
A pandemia de COVID-19 coloca em discussão duas questões importantes para o agronegócio: a segurança alimentar, ou seja, garantir o acesso de todos aos alimentos; e a sanidade alimentar, que visa evitar a transmissão de doenças através da alimentação.
O projeto Quarentena com o Pacto recebeu Marcos Jank,  professor do Insper e titular da cátedra Luiz Queiroz da Esalq-USP,  para quem o Brasil tem um papel fundamental tanto na garantia do abastecimento global, quanto na liderança de um novo paradigma de controle de doenças que atingem animais e humanos no mundo.
Para o professor, a atual pandemia pode evoluir de uma crise de saúde para uma crise de segurança alimentar, com risco de ruptura em cadeias de suprimentos e restrições ao comércio internacional. As consequências possíveis são desabastecimento e volatilidade de preços, a exemplo de epidemias anteriores, como a gripe aviária. Os países em desenvolvimento são mais vulneráveis e também há risco de instabilidade social e política caso a crise alimentar evolua.
Para Jank, o momento é de monitoramento de mercados e cadeias de suprimento em todo o mundo. Por enquanto, os impactos são sentidos de forma diferente por setor, com perturbações maiores na demanda por produtos perecíveis, como carne e laticínios, e menores para grãos. Do ponto de vista da oferta, os estoques mundiais estão altos, mas os impactos são sentidos principalmente em atividades agrícolas intensivas, devido a restrições a aglomerações e migrações.
Saúde, Sanidade e Sustentabilidade – Para o professor, o Brasil tem potencial de pioneirismo e liderança diante da crise. O país já tem discussões avançadas no contexto da sustentabilidade, mas pode progredir nos temas de saúde e sanidade relacionadas ao agronegócio. “Vamos ter que mudar o paradigma da sanidade em tempos de globalização. Não apenas a sanidade humana, mas também a sanidade animal e vegetal”, afirma.
Jank explica que o Brasil tem um papel histórico na garantia do abastecimento global, o que deve ser mantido durante a pandemia, principalmente nas exportações a países vulneráveis com relação à segurança alimentar. Já do ponto de vista da sanidade e saúde, podemos liderar a discussão global sobre os sistemas de vigilância e controle de doenças que atingem animais e humanos.
Alguns problemas sanitários encontrados hoje ao redor do mundo são a comercialização e abate de animais vivos em mercados, a caça e venda ilegal de animais silvestres, mercados tradicionais sem controle sanitário e falta de refrigeração em cadeias agroalimentares. Como solução, o especialista propõe o fortalecimento dos sistemas de controle sanitário, a eliminação da venda e abate de animais vivos em mercados abertos, a valorização de cadeias de produtos congelados e o combate às zoonoses originadas de animais silvestres, como é o caso da COVID-19.
A alimentação e o agronegócio relacionam-se, entre outros ODS, com o Objetivo 2 – Fome zero e agricultura sustentável e com os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura – agendas trabalhadas na Plataforma Ação pelo Agro Sustentável da Rede Brasil do Pacto Global. Também há uma relação próxima com os Princípios do Pacto Global que pregam o desenvolvimento de atitudes e tecnologias ambientalmente sustentáveis.
Assista ao webinar completo com Marcos Jank:

 
Posted: 22 Apr 2020 12:07 PM PDT
Foto: Guillaume de Germain/Unsplash
22 de abril é o Dia da Terra.
Enquanto o mundo se apressa para planejar uma recuperação pós-pandemia, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) vê esse momento de pandemia como uma oportunidade de chamar a atenção para a necessidade de nos reconstruirmos melhor. Os riscos enfrentados por ignorarmos as ameaças de destruição ambiental devem ser entendidos e endereçados com proteções e políticas ambientais. O dia 22 de abril é um lembrete oportuno para abraçarmos os empregos verdes, estimularmos a economia sustentável, tomarmos medidas urgentes para nos proteger do aquecimento global e garantirmos futuros dignos e saudáveis.
De acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2019 do PNUMA, as emissões globais de CO2 precisam cair 7,6% até o final de 2020 – e continuar caindo 7,6% a cada ano – para limitar o aquecimento global em até 1,5°C.
A pandemia é um lembrete da vulnerabilidade dos seres humanos e do planeta diante das ameaças globais. É preciso endereçar os danos ao meio ambiente. “Se tivéssemos cumprido um pouco mais os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris sobre Mudanças do Clima, poderíamos enfrentar melhor esse desafio”, afirmou o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, em sua resposta aos impactos socioeconômicos da COVID-19.
Contexto histórico
A primeira vez que o Dia da Terra foi celebrado foi em 1970. Vinte milhões de pessoas, indignadas com o derramamento de óleo, a poluição atmosférica e dos rios, foram às ruas protestar contra o que reconheceram ser uma crise ambiental. Foi o maior evento cívico do planeta à época e obrigou os governos a tomarem ações concretas, como o estabelecimento de leis e agências ambientais. Além desses resultados práticos, o evento demonstrou a força das pessoas quando se unem e demandam ações.
Até hoje, a data continua com grande significado. Em 2009, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução reconhecendo formalmente o Dia Internacional da Mãe Terra. Em 2016, a ONU adotou o Acordo de Paris, articulando o compromisso das nações em limitar o aumento da temperatura global em até 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e fortalecer sua capacidade de mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas.
O Dia da Terra 2020 não comemora apenas o 50º aniversário da celebração, mas também o aniversário da assinatura do Acordo de Paris pela ação climática.
Dia da Terra 2020
Para marcar seu 50º aniversário, o Dia da Terra 2020 estabeleceu a ação climática como tema. A proposta inicial era reunir as pessoas em uma série de eventos, mas o surto da COVID-19 mudou o formato para plataformas digitais. O Dia da Terra 2020 pede por ações em tempo integral, grandes e pequenas, pelas pessoas e pelo planeta. Nesse aniversário, as organizações da sociedade civil esperam preencher o mundo digital com conversas, performances, webinars e eventos que apoiem ações urgentes para controlar a mudança climática.
O que podemos fazer?
No dia 22 de abril, assista às discussões, eventos e ações ao vivo pelo site earthday.org. Explore diversas transmissões do Dia da Terra através dessa plataforma para eventos online em diferentes fusos horários globais. Conheça novas ferramentas para voluntariado, defesa e participação como cientistas cidadãos – usando o aplicativo Earth Challenge 2020 (Desafio da Terra, em português) para avaliar dados como qualidade do ar e poluição plástica de onde você estiver. Existem desafios diários, gráficos para compartilhar nas redes sociais, dicas para criar seu próprio cartaz e lugares para divulgar suas ações pela natureza.
O defensor da saúde e músico ganhador do Grammy, Ricky Kej, juntamente com 44 músicos de seis países, se apresentaram ao vivo em um show em apoio à Organização Mundial de Saúde e ao Fundo de Resposta de Solidariedade para o COVID-19.
Lideranças comunitárias na linha de frente participaram de um webinar no dia 21 de abril, trazendo as bênçãos do Dia da Terra pelas líderanças mundiais, as mensagem de jovens ativistas pelo clima e as conversas com lideranças indígenas e religiosas.
Assim como no primeiro Dia da Terra, há 50 anos, agora é hora de demonstrarmos solidariedade, agindo e enviando uma mensagem clara para as lideranças mundiais pela ação contra a mudança climática, detendo a perda da biodiversidade e dos habitats e garantindo que a proteção ambiental seja uma das bases para nos reconstruirmos melhor.
Com os próximos 50 anos em perspectiva, e em preparação para o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, o PNUMA compartilhará informações sobre ações que podem ser tomadas para proteger a biodiversidade, contribuir com o reflorestamento de paisagens degradadas e se comprometer com a gestão sustentável de recursos naturais.
A natureza está em crise, ameaçada pela perda de biodiversidade e de habitat, pelo aquecimento global e pela poluição tóxica. Falhar em agir é falhar com a humanidade. Enfrentar a nova pandemia da COVID-19 e nos proteger das futuras ameaças globais requer o gerenciamento correto de resíduos médicos e químicos perigosos, a administração consistente e global da natureza e da biodiversidade, e o comprometimento com a reconstrução da sociedade, criando empregos verdes e facilitando a transição para uma economia neutra em carbono. A humanidade depende de ação agora para um futuro resiliente e sustentável.
Assista aqui o vídeo (em inglês) com a mensagem da diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.
 
Posted: 22 Apr 2020 12:00 PM PDT
Criança dorme na rua no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Criança dorme na rua no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O UNAIDS está profundamente preocupado com os relatos de que a epidemia de COVID-19 está sendo usada como desculpa para atingir populações marginalizadas e vulneráveis, restringir o espaço da sociedade civil e aumentar os poderes policiais. Em particular, o UNAIDS está extremamente apreensivo com os relatos de novas leis que restringem direitos e liberdades e visam atingir grupos criminalizados de maneira prejudicial aos direitos e à saúde das pessoas que vivem com HIV ou são vulneráveis ao vírus.
“Em tempos de crise, poderes emergenciais e agilidade são cruciais; no entanto, eles não podem prejudicar os direitos dos mais vulneráveis ”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS. “Os pesos e contrapesos, que são a pedra angular do Estado de Direito, devem ser exercidos para evitar o uso indevido de tais poderes. Caso contrário, podemos ver uma reversão de grande parte dos progressos realizados em direitos humanos, direito à saúde e resposta à AIDS”, alertou a dirigente.
A experiência de epidemias passadas e presentes mostra claramente que uma resposta eficaz a crises de saúde, como a da COVID-19, deve estar profundamente enraizada na confiança, na solidariedade humana e no respeito inabalável pelos direitos humanos.
No entanto, há relatos recentes de que alguns países estão usando poderes de emergência ou justificativas de saúde pública para restringir direitos relacionados à autonomia pessoal, à identidade de gênero, à liberdade de expressão e à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos.
Também houve relatos de aumento de penalidades criminais em relação à transmissão, exposição e não divulgação do estado sorológico positivo para HIV, além de uso de poderes policiais para atingir, por meio de prisões e brutalidade, grupos vulneráveis e criminalizados, como trabalhadoras do sexo, pessoas que usam drogas, pessoas vivendo com HIV e lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersex (LGBTI).
Na Hungria, foi apresentado um novo projeto de lei para remover o direito das pessoas de mudar o gênero e nome em documentos oficiais, a fim de garantir a conformidade com sua identidade de gênero, violando claramente os direitos humanos internacionais ao reconhecimento legal da identidade de gênero.
Na Polônia, uma emenda à lei criminal que aumenta as penalidades pela exposição ao HIV, não divulgação e transmissão de pelo menos seis meses a até oito anos na prisão, foi aprovada—uma clara violação das obrigações com os direitos humanos internacionais de remover leis criminais específicas para o HIV.
O UNAIDS está preocupado com relatos de países que recorrem ao uso do direito penal, como a criminalização da transmissão da COVID-19, e prendem e detêm pessoas por violarem restrições. A experiência na epidemia de HIV mostra que a criminalização da transmissão de vírus leva a violações significativas dos direitos humanos, prejudica a resposta e não se baseia na ciência.
A capacidade de provar a transmissão real de uma pessoa para outra, bem como a intenção necessária, é quase impossível e falha em atender aos requisitos do Estado de Direito para criminalização. A criminalização é frequentemente implementada contra comunidades vulneráveis e estigmatizadas.
Em Uganda, 23 pessoas ligadas a um abrigo para prestar serviços à comunidade LGBTI foram presas—19 foram acusadas por ato negligente que poderia espalhar infecção ou doença. Estas 19 pessoas estão detidas sem acesso a um tribunal, representação legal ou medicamento.
O UNAIDS também está preocupado com os relatos de vários países sobre uso da brutalidade policial na aplicação de medidas, usando violência física e assédio e visando grupos marginalizados, incluindo trabalhadores do sexo, pessoas que usam drogas e pessoas sem-teto. O uso da lei criminal e da violência para impor restrições de movimento é desproporcional e não é informado por evidências. Sabe-se que essas táticas são implementadas de maneira discriminatória e têm um efeito desproporcional sobre os mais vulneráveis: pessoas que, por qualquer motivo, não podem ficar em casa, não têm casa ou precisam trabalhar por razões de sobrevivência.
No Quênia, as organizações da sociedade civil, motivadas por preocupações sobre ações não consistentes com uma resposta epidêmica baseada em direitos humanos, emitiram um parecer consultivo pedindo que uma abordagem baseada em direitos humanos fosse adotada na resposta à COVID-19 e publicaram uma carta exigindo um foco no envolvimento da comunidade e no que funciona para prevenção e tratamento, em vez de abordagens desproporcionais e coercitivas.
Embora alguns direitos possam ser limitados durante uma emergência para proteger a saúde e a segurança pública, essas restrições devem ter um objetivo legítimo—nesse caso, conter a pandemia da COVID-19. Eles devem ser proporcionais a esse objetivo, necessários, não arbitrários, informados por evidências e legais. Cada ordem, lei ou ação da polícia também deve ser passível de revisão por um tribunal. Os poderes de aplicação da lei devem igualmente ser definidos de forma estrita, proporcional e necessária.
O UNAIDS pede a todos os países que garantam que quaisquer leis e poderes de emergência sejam limitados a um período de tempo razoável e que sejam renováveis somente por meio de processos parlamentares e participativos apropriados. Devem ser estabelecidos limites estritos ao uso dos poderes policiais, juntamente com a supervisão independente das ações e recursos policiais por meio de um mecanismo de responsabilização e transparência.
Restrições aos direitos relacionados à não discriminação com base no estado sorológico de HIV, saúde sexual e reprodutiva, liberdade de expressão e identidade de gênero, detalhadas acima, não auxiliam na resposta à COVID-19 e, portanto, não têm um objetivo legítimo. O UNAIDS apela aos países que revoguem quaisquer leis implementadas que não possam ser consideradas com o objetivo legítimo de responder ou controlar a pandemia da COVID-19.
 
Posted: 22 Apr 2020 11:11 AM PDT
Uma nova campanha liderada por funcionários do Citi ajudará a OIM a fornecer apoio essencial para salvar vidas e suprimentos essenciais para os migrantes e comunidades anfitriãs mais vulneráveis ​​da América Latina. Foto: OIM/Paula Vásquez
Uma nova campanha liderada por funcionários do Citi ajudará a OIM a fornecer apoio essencial para salvar vidas e suprimentos essenciais para os migrantes e comunidades anfitriãs mais vulneráveis ​​da América Latina. Foto: OIM/Paula Vásquez
A instituição financeira Citi anunciou na segunda-feira (20) que selecionou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas como um dos quatro parceiros de uma nova campanha de doação chamada “Double the Good” (duplique o bem).
Para cada 1 dólar doado por um funcionário do Citi em apoio ao combate à COVID-19, o Citi doará 1 dólar para ajudar na resposta da OIM na América Latina.
“Os colegas e empresas do Citi em todo o mundo se mobilizaram individual e coletivamente para ajudar os mais afetados por essa pandemia global”, disse Michael Corbat, CEO do Citi. “Esses são nossos valores em ação e continuaremos a complementar nossas atividades comerciais com nossa filantropia para apoiar nossas comunidades de todas as maneiras possíveis”.
As doações de funcionários feitas entre 1 de janeiro e 31 de maio de 2020 são elegíveis e o Citi corresponderá às contribuições totais de até 500 mil dólares para organização USA for IOM, um parceiro sem fins lucrativos da OIM. A USA for IOM está organizando ativamente recursos para mitigar os terríveis impactos socioeconômicos e de saúde nas comunidades mais vulneráveis ​​do mundo.
A nova campanha expande uma parceria de longa data entre a Fundação Citi e a OIM. Desde 2015, o Citi concedeu à OIM quase 2 milhões de dólares em esforços para ajudar adolescentes e jovens vulneráveis ​​a desenvolver as habilidades e competências necessárias para aumentar as oportunidades de geração de renda nos ecossistemas digitais e melhorar seus meios de subsistência.
No ano passado, as organizações lançaram um projeto para melhorar os meios de subsistência dos venezuelanos e das comunidades anfitriãs na Colômbia e no Peru. A OIM e os parceiros ativaram uma revisão de todas as operações para enfrentar novos desafios derivados da pandemia.
“Os migrantes vulneráveis ​​agora correm mais risco de perder seu já limitado apoio social e econômico para cobrir necessidades básicas, como alimentação, abrigo e assistência médica”, disse Luca Dall´Oglio, CEO dos EUA para a OIM. “A luta contra a COVID-19 exige uma abordagem de toda a sociedade que inclua parceiros do setor privado como o Citi para garantir que nenhum migrante seja deixado para trás”.
Em estreita coordenação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os governos, a OIM está ampliando seus programas para salvar vidas à medida que a emergência de saúde global evolui para a crise de mobilidade mais significativa de todos os tempos.
 
Posted: 22 Apr 2020 11:07 AM PDT
Clique para exibir o slide.Localizado na região Nordeste do Estado do Minas Gerais, o Território do Alto do Rio Pardo abriga a transição de dois importantes biomas nacionais: a caatinga e o cerrado. Com mais de 16 mil quilômetros quadrados, reúne 192 mil habitantes em 15 cidades e nas áreas rurais, que abrigam cerca de 45 de toda a população da região (aproximadamente 86 mil pessoas).
A fauna e a flora locais são típicas de paisagens da caatinga e do cerrado, com alta biodiversidade e grande potencial econômico para a população local. Mesmo com a capacidade de geração de riqueza, de forma sustentável, a região enfrenta desafios que envolvem diretamente as famílias do Território e o setor privado.
A mineração, a monocultura de eucalipto praticada por empresas multinacionais e a agricultura irrigada são alguns dos obstáculos para a preservação da biodiversidade local e da cultura tradicional do povo “geraizero”, que é como se identificam as pessoas que ali vivem e têm as raízes na cultura e tradição locais.
projeto Bem Diverso, implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), está atuando na região para contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira em paisagens de múltiplos usos, por meio do manejo sustentável da biodiversidade e de sistemas agroflorestais.
A parceria com entidades locais é um dos fortes eixos de implementação das ações no Território. Um exemplo é o trabalho conjunto com o Centro de Agricultura Alternativa (CAA), que atua na valorização e fortalecimento da agroecologia local sustentável e colabora com mais de 3 mil famílias no Alto do Rio Pardo.
Frutas nativas – Pequi, buritis, araticum, café, tamarindo e coquinho azedo são plantas prioritárias na estratégia de fortalecer o extrativismo sustentável do Território. Típicas dos biomas cerrado e caatinga, elas não são tão conhecidas nacionalmente. Por isso, o Bem Diverso dá suporte para o beneficiamento das frutas para a produção em escala. Na cooperativa Grande Sertão, esses processos garantem renda extra para mais de 800 famílias da região.
Para atender à demanda local por mão de obra qualificada e que conheça a região, a Escola Família Agrícola Nova Esperança reúne características de aprendizagem totalmente adaptadas às necessidades locais. Exemplo disso é a metodologia de ensino: metade do tempo os alunos passam em sala de aula, e a outra metade, desenvolvem projetos nas comunidades locais, principalmente nas áreas de cultivo de alimentos e agricultura. O programa Bem Diverso dá estrutura completa para a aprendizagem em tempo integral.
Resultados – O Bem Diverso já capacitou mais de 2200 técnicos, estudantes e agricultores nos territórios em que atua. Seis Escolas de Família Agrícola também foram beneficiadas por ações do projeto.
Outro eixo é o mapeamento de cadeias produtivas em diferentes territórios e a viabilização de mais de R$ 2 milhões em crédito para comunidades extrativistas da Amazônia. Além disso, a parceria da Embrapa com o PNUD possibilitou fazer diagnósticos socioeconômicos com 1200 famílias e ajudou a definir exploração sustentável do uso da terra.
Parcerias – O projeto Bem Diverso é resultado de parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). A execução, por sua vez, se dá mediante parceria com organizações da sociedade civil organizada e de governos locais.
Atuando em seis Territórios da Cidadania – Alto Acre e Capixaba (AC), Alto Rio Pardo (MG), Marajó (PA), Médio Mearim (MA), Sertão de São Francisco (BA) e Sobral (CE) – a iniciativa colabora com o desenvolvimento sustentável nos biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia e fortalece a autonomia de comunidades tradicionais, de agricultores familiares , agroindústrias de pequeno porte e a biodiversidade das regiões.
De forma multidisciplinar, o projeto colabora direta ou indiretamente com a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
 
Posted: 22 Apr 2020 10:14 AM PDT
Deficiência de ferro pode comprometer o desenvolvimento cognitivo de uma criança, alerta OMS. Foto: OPAS/OMS
Deficiência de ferro pode comprometer o desenvolvimento cognitivo de uma criança, alerta OMS. Foto: OPAS/OMS
Detectar a deficiência de ferro no início da gravidez e em crianças pequenas é crucial. A deficiência de ferro em crianças com menos de dois anos pode ter efeitos significativos e irreversíveis no desenvolvimento do cérebro. Isso pode levar a consequências negativas na aprendizagem e no desempenho escolar mais tarde na vida.
O desenvolvimento cognitivo de uma criança também pode ser afetado se a mãe tiver deficiência de ferro durante o último trimestre da gravidez. As novas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o uso de concentrações de ferritina para avaliar o status de ferro em indivíduos e populações ajudarão profissionais de saúde a detectar precocemente a deficiência de ferro e evitar impactos mais graves.
A OMS mostra como medir melhor a ferritina, um indicador das reservas de ferro, para ajudar a determinar a deficiência ou sobrecarga de ferro. A ferritina é uma proteína que pode ser encontrada em pequenas quantidades circulando no sangue de uma pessoa. Os níveis de ferritina são baixos em indivíduos com deficiência de ferro e altos em indivíduos com sobrecarga de ferro. Medidas precisas dessa proteína, juntamente com a avaliação clínica e laboratorial, podem orientar as intervenções apropriadas em pacientes individuais e em nível populacional.
“Reduzir a anemia é um dos componentes de nossos esforços para erradicar todas as formas de má nutrição. No entanto, o progresso foi limitado e ainda temos 614 milhões de mulheres e 280 milhões de crianças em todo o mundo que sofrem com isso”, disse Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS.  “A deficiência de ferro é um dos principais determinantes da anemia e a medição da ferritina, um importante biomarcador do metabolismo do ferro, nos ajudará a direcionar e avaliar melhor nossa ação para combater a anemia”, alerta.
O ferro é um elemento essencial com funções importantes, como transporte de oxigênio, síntese de DNA e metabolismo muscular. A deficiência de ferro é a principal causa de anemia, a deficiência nutricional mais prevalente no mundo, afetando 33% das mulheres não grávidas, 40% das mulheres grávidas e 42% das crianças em todo o mundo.
Nos adultos, a deficiência de ferro também pode ter efeitos negativos, incluindo fadiga, desempenho físico prejudicado e diminuição da produtividade do trabalho, além de impactar as atividades sociais. A deficiência de ferro ocorre principalmente quando as necessidades de ferro aumentam durante períodos rápidos de crescimento e desenvolvimento, como na primeira infância, adolescência e gravidez, mas pode ocorrer em outros estágios da vida. Nas mulheres grávidas, a deficiência de ferro pode causar anemia, baixo peso ao nascer e redução dos períodos de gestação.
As novas orientações da OMS também abrangem a detecção precoce de sobrecarga de ferro. A sobrecarga de ferro (acúmulo de ferro no corpo) geralmente é o resultado de distúrbios como hemocromatose hereditária, talassemia, transfusões repetidas de sangue ou outras condições que afetam a absorção ou a regulação do ferro e também podem levar à deterioração da saúde de uma pessoa, se não tratada.
O conhecimento aprimorado sobre a prevalência e distribuição da deficiência de ferro e do risco de sobrecarga de ferro na população ajuda os países a decidirem sobre intervenções apropriadas e a monitorar e avaliar o impacto e a segurança dos programas de saúde pública.
A deficiência nutricional de ferro, por exemplo, pode ser comumente encontrada em populações que também têm doenças infecciosas. A avaliação adequada em países com doenças infecciosas pode ajudar os países a implementar políticas de saúde adequadas.
As diretrizes visam ajudar os Estados Membros da OMS e seus parceiros a tomar decisões fundamentadas em evidências sobre ações apropriadas em seus esforços para reduzir a deficiência de ferro e melhorar a saúde e a qualidade de vida de indivíduos e populações.
 
Posted: 22 Apr 2020 08:23 AM PDT
Cozinha&Voz capacita profissionais como assistente de cozinha e promove a empregabilidade de pessoas em situação de exclusão socioeconômica. Foto: OIT
Cozinha&Voz capacita profissionais como assistente de cozinha e promove a empregabilidade de pessoas em situação de exclusão socioeconômica. Foto: OIT
Quando 2019 terminou, Maria Lúcia Machado, uma mulher trans de 67 anos, tinha planos para começar a trabalhar no setor de alimentação no ano seguinte.
Em dezembro passado, ela e outras 23 pessoas, entre homens e mulheres transexuais, tinham se formado na primeira turma no Rio de Janeiro do projeto Cozinha&Voz, que capacita profissionais como assistente de cozinha e promove a empregabilidade de pessoas em situação de exclusão socioeconômica.
“Foi muito bom o curso e eu tinha planos de trabalhar, conseguir emprego em um restaurante, ou um hotel, como recepcionista. Era um sonho meu e me senti mais preparada depois do Cozinha&Voz”, disse Maria Lúcia.
Mas 2020 chegou e junto com ele a pandemia de COVID-19 e seus graves impactos na saúde, sociais e no mundo do trabalho.
Dados recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que mais de quatro em cada cinco pessoas (81%), das 3,3 bilhões que compõem a força de trabalho global, estão sendo afetadas pelo fechamento total ou parcial de negócios.
Entre os setores mais atingidos, estão justamente os serviços de alimentação e hospitalidade.
Diante do avanço da pandemia e das medidas de isolamento social vigentes no país, o que fazer enquanto a vida não volta ao normal e quando as opções de trabalho são ainda mais escassas? Estudar pode ser uma saída para lidar com a solidão e aumentar as chances de trabalho.
Para garantir a capacitação contínua e treinamentos essenciais em tempos de COVID-19, a OIT e o Ministério Público do Trabalho (MPT), realizadores do Cozinha&Voz, adotaram um plano de contingência para assegurar a profissionalização das(os) alunas(os), com aulas online ministradas por videoconferência, conversas virtuais e outras alternativas de conexão.
“Esse é um projeto que nunca feito nesse formato. É um desafio imenso fazer algo dessa natureza em uma época de pandemia, com um nível de cuidado direto com os alunos e as alunas, utilizando, inclusive, conversas individuais”, disse Thaís Faria, oficial técnica de princípios e direitos fundamentais no trabalho da OIT.
“Esse formato, se bem testado e com bons resultados, pode ser utilizado para chegar às pessoas em pontos remotos do país para que façam parte do Cozinha&Voz a distância”, acrescentou.
Foi assim que na segunda-feira (20), Maria Lúcia voltou a reencontrar as e os colegas de classe do curso de assistente de cozinha, de forma virtual e usando apenas um telefone celular.
“De repente tudo mudou, as pessoas estão longe, mas estão próximas e isso é que conta. Eu queria agradecer em nome de todos(as) porque isso é muito importante para a gente se sentir valorizada como ser humano. Para a gente tentar se inserir melhor na sociedade”, afirmou Maria Lúcia.
Ao todo, 50 alunas e alunos de Rio de Janeiro, São Paulo, Rondônia e Goiás irão participar das aulas semanais ministradas online.
Serão realizados palestras, debates e aulas diárias de música, poesia, dança, oficinas de gastronomia, orientações sobre como preparar um currículo, conversas com especialistas de diferentes áreas sobre temas como discriminação e direitos no local de trabalho, entre outros.
Foram feitas parcerias com psicólogos para dar suporte mais urgente para as(os) participantes. Cada participante receberá também uma bolsa de 500 reais mensais, por quatro meses, com a contrapartida de participar dos cursos e permanecer em isolamento.
“O apoio financeiro é fundamental para que as alunas e os alunos possam se dedicar ao curso com mais tranquilidade e que permaneçam em segurança, respeitando o isolamento”, explicou Thaís.
Na modalidade presencial, o Cozinha&Voz está estruturado em dois componentes. O componente Cozinha conta com a coordenação técnica da cozinheira Paola Carosella e com o apoio de Neide Rigo e Fernanda Cunha.
Já o componente Voz é coordenado pela atriz e poeta Elisa Lucinda e pela atriz e diretora Geovana Pires, sócias da Casa Poema. É composto por oficinas, nas quais alunos e alunas, por meio da poesia, criam novas ferramentas para a comunicação no trabalho e na vida.
O curso é realizado em menos de dois meses, com nove aulas sobre as aptidões básicas do trabalho em uma cozinha de restaurante. O projeto mobiliza ainda empresas para apoiar na empregabilidade das(os) egressas(os) do curso, uma das fases mais difíceis, já que é impossível garantir uma vaga de trabalho. É fundamental o envolvimento das empresas no projeto.

Da sala de aula para a sala de casa

Assim como Maria Lúcia, a maioria das alunas e dos alunos nunca havia utilizado plataformas digitais pelo telefone celular para estudar online ou participar de reuniões. Por isso, o que se viu na aula inaugural virtual do Cozinha&Voz foi muita expectativa, curiosidade e inclusão digital.
“Está sendo uma coisa muito interessante e diferente porque eu nunca tinha estudado a distância. Para mim é uma honra estar participando de um curso tão reconhecido como o Cozinha&Voz”, disse Larissa Raniel Pinto, ao vivo da sala de sua casa em São Paulo.
Para a coordenadora-geral do projeto, Geovana Pires, adaptação e engajamento constante serão fundamentais.
“Todos os envolvidos vão estar atentos durante o projeto para ir compreendendo como é essa nova linguagem e ir mudando ao longo dos quatro meses do curso”, disse.
Na sala de aula virtual do Cozinha&Voz estavam presentes também representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT).
“Fazemos esse projeto há bastante tempo e é uma honra para mim participar do curso tendo um contato mais direto com as e os integrantes neste momento”, disse a subprocuradora-geral do Trabalho, Sandra Lia Simon.
A procuradora do Trabalho em São Paulo, Sofia Vilela, gerente do Projeto do MPT de empregabilidade da população LGBTQI+, disse que a intenção é “fazer com que o Cozinha&Voz promova cada vez a empregabilidade dessa população, que eles e elas tenham vez e voz”.
O procurador do Trabalho em Brasília, Charles Silvestre, acompanhou o curso online para planejar a implantação do projeto no Distrito federal. Já a poeta e atriz Elisa Lucinda, que abriu a nova versão do projeto com uma de suas poesias, disse que ferramentas online se tornaram presentes na rotina de várias pessoas.
“Apesar de ser ruim o isolamento social, este pode ser um momento para aproveitar e ler mais, se reconstruir, se reencontrar”, disse ela.

De São Paulo para o Brasil

O Cozinha & Voz foi lançado em São Paulo, em outubro de 2017, com uma turma de 25 homens e mulheres trans. Nos anos seguintes, o projeto avançou pelo Brasil.
Em cada local e com cada grupo são realizadas atividades e cursos específicos, como rodas de conversa sobre legislação, saúde, retificação de documentos, direitos trabalhistas, elaboração de currículos, dança, arte, música, fotografia, entre outros.
Desde o lançamento, foram capacitadas mais de 314 pessoas como assistentes de cozinha em diversas cidades do país, sendo que 70% delas estão empregadas em empresas ou montaram o próprio negócio no setor de gastronomia.
 
Posted: 22 Apr 2020 07:34 AM PDT
Assembleia Geral incentiva a parceria para aumentar a pesquisa e o financiamento de vacinas e medicamentos e fortalecer a cooperação científica contra o coronavírus. Foto: Cia Pak/ONU
A Assembleia Geral da ONU aprovou, nesta segunda-feira (20), uma resolução pedindo ação global para aumentar rapidamente o desenvolvimento, a fabricação e o acesso a medicamentos, vacinas e equipamentos médicos para enfrentar a nova pandemia de coronavírus. A proposta foi apresentada pelo México e patrocinada por 75 países. O documento apela ao secretário-geral, António Guterres, que atue junto da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à COVID-19.
A resolução recomenda opções para garantir que haja um “acesso oportuno e equitativo a testes, suprimentos médicos, medicamentos e futuras vacinas contra o coronavírus para todos, especialmente países em desenvolvimento”.
A OMS incentiva a parceria para aumentar a pesquisa e o financiamento de vacinas e medicamentos, e fortalecer a cooperação científica contra o coronavírus.
A resolução pede também uma melhor coordenação, incluindo o setor privado, “rumo ao rápido desenvolvimento, fabricação e distribuição de diagnósticos, medicamentos antivirais, equipamentos de proteção individual e vacinas”.
O apelo a todos os países é que tomem medidas imediatas para se evitar atos de especulação e estocagem indevida, que “possam dificultar o acesso a medicamentos essenciais, vacinas, equipamentos de proteção individual e médicos seguros, eficazes e acessíveis”.
O documento reafirma que o papel das Nações Unidas é essencial na coordenação da resposta global para controlar e conter a disseminação da COVID-19.
A Assembleia Geral reitera ainda o apoio dos 193 Estados-membros e reconhece o papel de liderança fundamental na questão desempenhado pela Organização Mundial da Saúde. Até terça-feira (21), a OMS informou que há 2.356.414 casos confirmados da COVID-19 e 160.120 mortes.
 
Posted: 22 Apr 2020 07:30 AM PDT
"Eu tô com saudade da escola. E também eu fico com falta dos meus amigos, eu gosto deles, mas não falo com eles, entendeu? Eu tô com saudade", explica Bianca Fontoura, de 5 anos, moradora de Manaus. Desenho: Bianca Fontoura
“Eu tô com saudade da escola. E também eu fico com falta dos meus amigos, eu gosto deles, mas não falo com eles, entendeu? Eu tô com saudade”, explica Bianca Fontoura, de 5 anos, moradora de Manaus. Desenho: Bianca Fontoura
Como as crianças estão se sentindo durante a pandemia de COVID-19? O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está fazendo essa pergunta a meninas e meninos de diferentes partes do país.
Por meio de desenhos, as crianças contam que sentem falta da escola, mostram que o novo coronavírus as assusta, mas também trazem mensagens de esperança.
Lançada nesta quarta-feira (22), a campanha “Sentimentos no Papel” tem como objetivo dar voz às crianças e incentivá-las a expressar seus sentimentos (confira os 15 primeiros desenhos aqui).
“O novo coronavírus mudou a rotina das famílias e das crianças, impactando muito seu cotidiano. Neste momento, é fundamental acolhê-las e criar um ambiente em que elas possam expressar seus sentimentos”, explica Michael Klaus, chefe de Comunicação e Parcerias do UNICEF no Brasil.
“A campanha surge com este objetivo: estimular as crianças a contar como estão se sentindo por meio de desenhos.”
Os 15 primeiros relatos já chegaram ao UNICEF, e trazem mensagens muito importantes. Lucas Fontoura, de 9 anos, morador de Manaus (AM), colocou no papel os diferentes sentimentos que fazem parte de seu dia a dia agora.
“Eu tenho várias emoções. É muito confuso. Num dia eu estou triste porque não posso sair de casa, não posso ver meus amigos. Noutro dia estou feliz porque aprendi uma coisa nova. Depois eu fico triste de novo porque penso que pode morrer alguém próximo de mim”, explica o menino.
“Eu sinto saudade de abraçar e beijar minha vó, meu vô, minha mãe”, conta Alessandra Albuquerque, de 11 anos, de Fortaleza (CE). “Eu desenhei a minha família brincando de massinha, e corações porque eu tô gostando. A gente tá dentro de casa porque não pode sair”, diz Sofia Baldinato, de 5 anos, de Carapicuíba, SP (confira 15 relatos e desenhos aqui).
Para participar da campanha, pais, mães e responsáveis devem abrir esse espaço de diálogo com seus filhos e filhas, organizando um ambiente acolhedor, em que a criança possa desenhar e falar sobre como se sente.
Em seguida, os adultos podem usar o Stories do Instagram, postando a foto do desenho, uma fala da criança ou um vídeo dela explicando o desenho, acompanhado da hashtag #sentimentosnopapel e marcando o perfil @unicefbrasil.
As imagens serão selecionadas e parte delas será divulgada nas redes sociais do UNICEF no Brasil, contribuindo para dar visibilidade aos sentimentos de cada criança, em tempos de coronavírus.
 
Posted: 22 Apr 2020 07:21 AM PDT
Serão priorizadas mulheres gestantes, lactantes e sobreviventes de violência doméstica, além de pessoas idosas. Ao todo, serão distribuídos 1 mil kits de higiene pessoal e limpeza. Foto: UNFPA
Serão priorizadas mulheres gestantes, lactantes e sobreviventes de violência doméstica, além de pessoas idosas. Ao todo, serão distribuídos 1 mil kits de higiene pessoal e limpeza. Foto: UNFPA
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) começa a distribuir nesta quarta-feira (22) 1 mil kits de higiene pessoal e limpeza a pessoas refugiadas e migrantes em Roraima, para que possam se proteger da pandemia da COVID-19.
Os kits contêm artigos de higiene pessoal e íntima, e são divididos em masculinos, femininos e infantis. Nesse primeiro momento, serão priorizadas mulheres grávidas e lactantes, sobreviventes de violência de gênero, pessoas idosas e crianças. A entrega ocorre em Boa Vista e Pacaraima.
Com a entrega, o UNFPA espera garantir condições para que essas pessoas, que estão em situação de vulnerabilidade durante a pandemia, tenham acesso a artigos como sabonetes, desodorante, escova de dentes, absorventes e álcool em gel.
Além dos kits individuais, serão distribuídos 200 kits de limpeza coletiva, contendo itens como água sanitária, detergente, vassoura e sabão em pó. Esses produtos serão fundamentais para garantir a descontaminação e higienização de ambientes com grande concentração de refugiados e migrantes, como abrigos e ocupações espontâneas.
O apoio às mulheres grávidas também é fundamental, segundo o UNFPA. “Com a pandemia, nós percebemos que muitos serviços essenciais estão sobrecarregados. Isso faz com que a nossa preocupação com as mulheres gestantes aumente ainda mais”, explica o chefe do escritório do UNFPA em Roraima, Igo Martini.
Juntamente com os kits, o Fundo de População da ONU espera realizar sessões informativas virtuais de como realizar uma higienização completa. “Queremos priorizar os kits de higiene pessoal para que essas mulheres entendam a importância da utilização desse material de forma correta na prevenção”, explica Igo.
Desde 2017, o Fundo de População da ONU tem atuado em Roraima, por meio de seu programa de Assistência Humanitária, tendo como prioridade mulheres gestantes e outros grupos mais vulneráveis no processo de deslocamento, como pessoas idosas, vivendo com HIV, indígenas, pessoas LGBTI, com deficiência, entre outras.
A ação de entrega dos kits está entre o pacote de medidas que o Fundo de População da ONU prevê contra a COVID-19. Além de Roraima, devem ser contemplados com kits a população refugiada e migrante de Manaus, a população em situação de rua do Distrito Federal e grupos de mulheres sobreviventes de violência na Bahia.
O investimento próprio e imediato do UNFPA é de 467 mil reais, com a mobilização de outros 427 mil reais junto a parceiros e iniciativa privada.
 
Posted: 22 Apr 2020 07:11 AM PDT
A OPAS também tem facilitado o acesso de profissionais de saúde a informações e conhecimentos atualizados em português, inclusive sobre o tema de saúde mental no contexto da pandemia de COVID-19. Foto: Reprodução
A OPAS também tem facilitado o acesso de profissionais de saúde a informações e conhecimentos atualizados em português, inclusive sobre o tema de saúde mental no contexto da pandemia de COVID-19. Foto: Reprodução
O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) deram início a uma campanha para promover a saúde mental no contexto da COVID-19.
Ao longo das próximas semanas, será divulgada uma série de vídeos para ajudar diferentes grupos – como profissionais de saúde, cuidadores de pessoas idosas e de crianças e a população em geral– a lidar com os efeitos negativos da pandemia causada pelo novo coronavírus.
“Estar na linha de frente do combate à COVID-19 ou precisar passar muito tempo sozinho neste período de distanciamento social, sem poder estar perto de quem a gente gosta, é muito difícil”, afirma Katia de Pinho Campos, coordenadora de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental do escritório da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil.
“Pode nos trazer angústia e estresse. Nós queremos, com esses vídeos, passar a mensagem de que, mesmo nesta situação, é importante manter contato virtual com amigos e familiares, cuidar de si e das outras pessoas.”
O primeiro vídeo da série, publicado na última sexta-feira (17), foca nos profissionais de saúde, que arriscam as próprias vidas para salvar a dos outros.

“Nossa prioridade é o combate ao coronavírus, seus sintomas associados à síndrome gripal, à síndrome respiratória aguda grave e a necessidade de UTI. Mas, concomitantemente a isso, nossa prioridade também são as pessoas que adoecem e seus familiares, que estão em isolamento social, e, principalmente, os profissionais de saúde que estão na linha de frente, que precisam de suporte psicológico para enfrentar essa situação de estresse com saúde mental suficiente para não adoecerem”, destaca Erno Harzheim, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde do Brasil.
Os outros sete vídeos serão lançados nos próximos dias, com temas como combate ao estigma; solidariedade; estratégias para lidar com o estresse, aumentar o bem-estar e ter hábitos saudáveis; entre outros.

Guias técnicas sobre saúde mental

A OPAS também tem facilitado o acesso de profissionais de saúde a informações e conhecimentos atualizados em português, inclusive sobre o tema de saúde mental no contexto da pandemia de COVID-19.
Em uma recém-criada página do Campus Virtual da OPAS, por exemplo, foram reunidas publicações sobre riscos do uso de álcool para lidar com o estresse e a ansiedade causada pelo distanciamento social; bem como um guia com considerações para apoiar o bem-estar mental e psicossocial em diferentes grupos.
 
Posted: 22 Apr 2020 06:59 AM PDT
Teste de COVID-19. Foto: fernandozhiminaicela/pixabay (CC)
Teste de COVID-19. Foto: fernandozhiminaicela/pixabay (CC)
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países das Américas que acelerem e ampliem a testagem para o coronavírus responsável por causar COVID-19.
“Precisamos de uma visão mais clara sobre onde o vírus está circulando e quantas pessoas foram infectadas para guiar nossas ações”, disse.
Em uma coletiva de imprensa virtual, Etienne indicou que “a pandemia continua afetando nossa região e é vital que todos os países adotem ativamente medidas preventivas, enquanto se preparam para mais casos, hospitalizações e mortes”.
Em 20 de abril, foram confirmados 839.119 casos de COVID-19 e 42.686 pessoas morreram devido à doença na região das Américas.
A diretora da OPAS disse que os países já estavam preparados para testar e detectar casos de COVID-19 desde antes da declaração da pandemia. Desde fevereiro, a OPAS tem feito treinamentos e equipado laboratórios para testes de PCR em mais de 30 países. Mas, à medida que os casos aumentavam, os países achavam cada vez mais difícil manter essa capacidade, observou.
Etienne destacou as recomendações da OPAS para os países: expandir sua capacidade laboratorial e usar tudo o que está disponível em nível nacional; priorizar pacientes sintomáticos, rastrear contatos e acompanhar aqueles que podem estar infectados; e garantir o acesso de todos a testes, para que o acesso a eles seja gratuito para os pacientes.
A OPAS enviou mais de 500 mil testes de PCR em 34 países e territórios e “temos trabalhado com outros países para rastrear e apoiar suas capacidades”, afirmou.
Nesta semana, 1,5 milhão de testes adicionais de PCR serão enviados para toda a região, “seguidos por outros 3 milhões na próxima semana para fortalecer as redes de vigilância laboratorial em nossos Estados-membros”, destacou.
“Para abordar a escassez de mercado, estamos trabalhando com os principais fabricantes para disponibilizar esses testes por meio do Fundo Estratégico da OPAS.”
“Atualmente, 12 países estão usando esse mecanismo para adquirir testes comerciais de PCR de qualidade. Enquanto negociamos outras opções, estamos considerando testes realizados tanto em plataformas abertas quanto nas chamadas plataformas fechadas, a fim de maximizar a capacidade de teste de cada país”, afirmou Etienne.
Para ajudar a garantir que os países comprem produtos confiáveis, a OPAS está fornecendo orientações às autoridades reguladoras e de saúde e pedindo aos fabricantes que “trabalhem em estreita colaboração conosco para garantir acesso equitativo a novos testes de qualidade, a medida que chegam ao mercado, e que todos os nossos países possam se beneficiar das inovações”.
O acesso mundial a medicamentos, vacinas e equipamentos para responder à COVID 19 “não deve ser um privilégio de certos países ou comunidades. Nosso objetivo coletivo deve ser garantir que o acesso a testes, tratamentos, vacinas e outras tecnologias esteja disponível para todos com base nas necessidades”, acrescentou Etienne.
 
Posted: 22 Apr 2020 05:39 AM PDT

Neste Dia Internacional da Terra, marcado anualmente em 22 de abril, toda a atenção está voltada para a pandemia da COVID-19. Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, este é de fato “o maior teste que o mundo enfrentou desde a Segunda Guerra Mundial”.
“Devemos trabalhar juntos para salvar vidas, aliviar o sofrimento e diminuir as suas consequências econômicas e sociais devastadoras”, disse António Guterres, em uma mensagem em vídeo para a data.
“O impacto do coronavírus é imediato e terrível. Mas há outra emergência profunda: a crise ambiental do planeta”, destacou.
Guterres lembrou que a biodiversidade está em declínio acentuado, enquanto a ruptura climática está alcançando um “ponto sem retorno”. Ele ressaltou a importância de agir “sem hesitação para proteger o nosso planeta, tanto do coronavírus como da ameaça existencial das

Nenhum comentário:

Postar um comentário