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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Posted: 23 Apr 2020 12:50 PM PDT
Foto: Unplash
Em meio à resposta global à COVID-19, o mundo está precisando de uma transformação econômica sustentável que promova tanto o bem-estar dos indivíduos quanto do meio ambiente. Esse é um momento decisivo para todos. Mesmo diante das adversidades atuais e do prejuízo na economia global, existe a possibilidade de construção de um futuro melhor e mais verde. Mas que dependerá das decisões dos governantes, das empresas e dos indivíduos.
A Parceria para Ação pela Economia Verde (PAGE) tem promovido a transformação econômica sustentável inclusiva em 20 países, desde 2013. Ao longo destes sete anos, a PAGE aprimorou sua grade de conhecimentos, entendendo que, embora as circunstâncias possam variar, existem muitos caminhos para alcançar o mesmo objetivo universal.
Cinco agências da ONU – o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa – fazem parte da PAGE, que visa fornecer apoio integrado e holístico para erradicar a pobreza; aumentar a oferta de empregos; promover a equidade social; fortalecer os meios de subsistência, a administração ambiental e o crescimento sustentável; garantir a coerência das ações tomadas e evitar a duplicação de esforços.
Ao reunir o conhecimento especializado destas agências da ONU, a PAGE já está ajudando os países a buscarem a transição por uma economia verde inclusiva, que promova o crescimento, gere empregos e traga prosperidade para todos, enquanto reduz a pressão no planeta.
Quando essa transição não é planejada, os riscos e os custos sociais, econômicos e ambientais ficam cada dia mais claros. Países e comunidades serão forçados a enfrentar uma série de desafios inéditos pelos próximos meses.
Durante esse período difícil, o papel da economia verde inclusiva para ajudar a restaurar a estabilidade e a resiliência será ainda maior.
O PNUMA permanece firme no propósito de tornar o futuro mais sustentável, compromissado com o desenvolvimento sustentável inclusivo, sabendo que o melhor caminho é abraçar uma economia verde.
O recente e-book ‘Economia na época da COVID-19’, de Richard Baldwin e Beatrice Weder di Mauro, mostra a importância que as respostas do governo terão na limitação dos efeitos negativos do vírus. Weder di Mauro afirma que “o tamanho e a persistência dos danos econômicos dependerão de como os governos vão lidar com esse súbito encontro com a natureza e com o medo”.
Agora, a cooperação é crucial para construção de um futuro melhor que não deixe ninguém para trás.
 
Posted: 23 Apr 2020 11:08 AM PDT
O objetivo é mobilizar fundos suficientes para permitir que os fabricantes garantam a continuidade de suas atividades. Foto: OIT/Jean‐Pierre Pellissier
O objetivo é mobilizar fundos suficientes para permitir que os fabricantes garantam a continuidade de suas atividades. Foto: OIT/Jean‐Pierre Pellissier
Organização Internacional do Trabalho (OIT) saudou o chamado à ação feito por organizações de empregadores e trabalhadores da indústria do vestuário global, de grandes marcas e de grandes distribuidores para trabalhar com governos e instituições financeiras a fim de lidar com as sérias consequências econômicas causadas pela pandemia de COVID-19.
A iniciativa reúne os principais atores do setor em meio aos impactos sociais e econômicos sem precedentes que resultaram no fechamento de fábricas e de lojas, em desemprego e na perda generalizada de renda.
A ação foi anunciada por meio de uma declaração conjunta de Organização Internacional de Empregadores (OIE), Confederação Sindical Internacional (ITUC) e IndusriAll Global Union.
O objetivo é mobilizar fundos suficientes para permitir que os fabricantes garantam a continuidade de suas atividades, o pagamento de salários e estabeleçam mecanismos de apoio à renda e à retenção de emprego para proteger os salários, a saúde e o emprego dos trabalhadores do setor.
“A Organização Internacional do Trabalho está profundamente preocupada com a ameaça que o COVID-19 representa para milhões de empregos na indústria global do vestuário”, disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT.
“Esta é uma crise sem precedentes que só pode ser superada com a solidariedade internacional. A prioridade deve ser apoiar as empresas e proteger os trabalhadores. Para isso, é essencial um diálogo social eficaz entre governos e organizações de empregadores e de trabalhadores. Apelamos a todos os atores a responder a esse chamado à ação e tomar medidas comuns que nos ajudarão a evitar uma catástrofe para a indústria. ”
Empregadores, trabalhadores, distribuidores e grandes marcas que participam desta iniciativa formarão um grupo de trabalho internacional – convocado pela OIT – para implementar medidas a fim de limitar os danos causados pela pandemia às empresas e aos meios de subsistência.
O grupo de trabalho também se compromete a apoiar o desenvolvimento e a expansão de sistemas de proteção social para trabalhadores e empregadores da indústria do vestuário, como parte da recuperação.
“As repercussões econômicas da pandemia da COVID-19 nessa importante indústria exigem uma resposta global”, disse Roberto Suárez Santos, secretário-geral da OIE. “A OIE se une a este chamado à ação com o objetivo de apoiar a continuidade das empresas e os meios de subsistência dos trabalhadores da indústria do vestuário durante este período crítico. Esta é uma iniciativa voluntária que se concentra na mobilização de ações coletivas. Não pretende ignorar os atores, empresas ou organizações que não podem participar”.
A secretária-geral da ITUC, Sharan Burrow, destacou a necessidade de cooperação: “Não podemos permitir a devastação humana e econômica que significa o colapso de nossa cadeia de suprimentos global, nem que milhões de pessoas nos países em desenvolvimento sejam lançadas de volta à pobreza.”
“Empregos, renda e proteção social são os dividendos da continuidade dos negócios, e esta declaração exige que fundos de emergência e proteção social sejam destinados aos trabalhadores para garantir a sobrevivência da indústria nos mais pobres de nossos países. A liderança e a cooperação de todas as partes interessadas são essenciais para tornar realidade um futuro baseado na resiliência e no trabalho decente. ”
 
Posted: 23 Apr 2020 10:40 AM PDT
Favelas em Porto Príncipe, Haiti. Foto: ONU-Habitat/Julius Mwelu
Favelas em Porto Príncipe, Haiti. Foto: ONU-Habitat/Julius Mwelu
A contínua propagação da crise da COVID-19 ameaça as pessoas mais vulneráveis das cidades e comunidades, particularmente 1 bilhão de pessoas que vivem em favelas e assentamentos informais, incluindo refugiados, deslocados internos e migrantes.
Para enfrentar a crise, o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) está lançando um Plano de Resposta para a COVID-19 de caráter emergencial para 64 países, com foco em ações imediatas em áreas pobres e densamente povoadas.
O plano é apoiado pela campanha COVID-19 para mobilizar apoio entre governos nacionais e locais e líderes comunitários por meio de sua rede de profissionais urbanos, organizações comunitárias e empresas.
Mais de 95% das infecções por coronavírus no mundo ocorrem em áreas urbanas, em cerca de 1,5 mil cidades. Pessoas em assentamentos informais estão particularmente em risco, pois vivem em condições de superlotação, carecem de habitação e serviços básicos adequados, como água e saneamento, e muitas são trabalhadoras informais que não podem isolar-se socialmente.
Isso torna difícil a implementação de medidas para diminuir a transmissão, como o distanciamento físico, a auto-quarentena, a lavagem das mãos ou os bloqueios em toda a comunidade.
O ONU-HABITAT está trabalhando com parceiros no terreno – incluindo prefeitos, governadores, operadores de transporte e serviços públicos, mulheres, organizações comunitárias e de jovens e ONGs – para implementar com urgência o Plano de Resposta para a COVID-19 de 72 milhões de dólares em África, Estados Árabes, Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe.
Esse apoio ampliará o impacto de iniciativas que já estão em andamento e sendo lideradas por governos centrais e locais, comunidades e outras agências da ONU. Os requisitos para o financiamento serão atualizados à medida que a situação evoluir e as necessidades forem avaliadas.
Mais de 70% do apoio será usado para ajudar os assentamentos informais a melhorar o acesso à água e ao saneamento, aumentar a conscientização sobre a COVID-19 e apoiar iniciativas para prevenir que as pessoas sejam despejadas, fornecendo abrigo temporário ou atividades alternativas de geração de renda.
A garantia de transporte seguro e a adaptação de edifícios para isolar pessoas infectadas são outras áreas prioritárias.
Para garantir que as respostas urbanas, como o fornecimento de água, comida, moradia, serviços de saúde e meios de subsistência sejam direcionadas para as áreas mais vulneráveis e de alto risco, o ONU-HABITAT ajudará na coleta de dados, no mapeamento de áreas críticas existentes ou emergentes e nas análises ao trabalhar com sua rede de parceiros locais e globais. Esse apoio permitirá a tomada de decisão baseada em evidências pelos governos locais e principais partes interessadas.
À medida que a pandemia mergulha a economia mundial em uma recessão, o ONU-HABITAT se concentra em políticas e medidas para mitigar o impacto social e econômico local da COVID-19 e está trabalhando com uma coalizão de líderes e especialistas globais e partes interessadas nas esferas pública e privada.
O ONU-HABITAT já forneceu financiamento inicial de mais de 1,3 milhão de dólares para a ampliação de projetos em 13 países, com preparação comunitária, divulgação e apoio às recomendações de higiene. A agência também lançou em conjunto com as redes Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU) e Metropolis uma série virtual de aprendizado #BeyondTheOutbreak para líderes locais compartilharem soluções urbanas.
“A equipe do ONU-HABITAT está trabalhando dia e noite para ajudar os líderes locais e comunitários na linha de frente dessa pandemia a reduzir os riscos em assentamentos informais e ajudar os mais vulneráveis.”
“Com nossa extensa rede de parceiros e especialistas internos, o ONU-HABITAT está trabalhando em estreita colaboração com cidades e comunidades para encontrar soluções inovadoras e direcionadas para fornecer água e saneamento, transporte seguro e mitigar o impacto econômico sobre os pobres urbanos”, disse a diretora-executiva do ONU-HABITAT, Maimunah Mohd Sharif.
“Queremos ajudar a aumentar a resiliência de nossos parceiros nas comunidades para responder a desafios específicos e variados nos próximos meses e além.”
No nível global, o ONU-HABITAT compartilha boas práticas e soluções e identifica políticas, medidas legais e abordagens de governança bem-sucedidas para responder às necessidades atuais e à resiliência a longo prazo.
Na África, o ONU-HABITAT apoiará 20 países, priorizando a coordenação da preparação e resposta a emergências, melhorando o acesso a alimentos e serviços básicos, incluindo água, saneamento e higiene, e promovendo o empreendedorismo.
A resposta da agência em 11 países da região árabe concentra-se na melhoria dos serviços de água, saneamento e higiene, garantindo transporte seguro, assegurando meios de subsistência, realizando avaliações de vulnerabilidade e mapeamento de áreas de risco.
Em 17 países da região Ásia-Pacífico, a agência coletará, analisará e produzirá dados relevantes, irá melhorar as instalações para higiene, água, saneamento e saúde e trabalhará na conscientização do público.
Em 16 países da América Latina e do Caribe, o ONU-HABITAT fortalecerá a capacidade das autoridades locais, ajudará a mitigar o impacto econômico da pandemia entre os mais pobres nas cidades e unirá esforços regionais para trazer investimentos para áreas vulneráveis.
Para ampliar o impacto e o alcance do Plano de Resposta para a COVID-19, o ONU-HABITAT está lançando a campanha COVID-19 “Atue conosco nas cidades e comunidades”, que convida organizações da sociedade civil, grupos comunitários, instituições profissionais, acadêmicas e de pesquisa, empresas e autoridades locais a se comprometerem virtualmente a agir em solidariedade para combater a pandemia nas cidades e ajudar as comunidades mais vulneráveis.
A campanha fornecerá um local central para formar uma rede e compartilhar soluções, iniciativas, boas práticas, lições e histórias de parceiros e fortalecerá ações integradas para melhorar a resiliência das cidades e comunidades.
O Plano de Resposta e a Campanha COVID-19 fornecem um roteiro e um ponto de encontro para o compromisso combinado do ONU-HABITAT e sua rede de atores urbanos para apoiar respostas pró-ativas das cidades com o objetivo de proteger suas populações, deter a pandemia e trabalhar em prol da recuperação e resiliência.
Clique aqui para acessar o documento do plano de resposta (em inglês).
 
Posted: 23 Apr 2020 10:35 AM PDT
Foto: Roger Arnold/ACNUR
No Dia Mundial do Livro, 23 de abril, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) escolheu 12 obras para ajudar as pessoas entenderem mais sobre o refúgio e se inspirarem a apoiar esta causa. A seleção inclui títulos para crianças e adultos.
Hoje, o mundo testemunha os maiores níveis de deslocamento já registrados na história. Mais de 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas.

Veja a seleção de livros para jovens e adultos:

1. A Memória do Mar

Autor: Khaled Hosseini
A obra é inspirada na história de Alan Kurdi, o menino sírio encontrado morto em uma praia da Turquia depois que o barco em que estava com a família e outras centenas de refugiados, naufragou. O autor, Khaled Hoseini, conhecido pelos best-sellers “O Caçador de Pipas” e “A Cidade Do Sol”, é Embaixador da Boa Vontade da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A tradução para o português é assinada por Pedro Bial, que apoia o trabalho da Agência no Brasil.

2. Passagem para o Ocidente

Autor: Mohsin Hamid
Numa cidade não nomeada, os jovens Saeed e Nadia iniciam um romance cercado pelas pressões religiosas e sacudido pela crescente violência de uma guerra civil. Ao lado dos protagonistas, o leitor é levado aos mais diversos cenários geográficos e humanos, numa jornada vertiginosa e cheia de surpresas. Eleito um dos dez melhores livros do ano de 2017 pelo jornal The New York Times e pela revista Time.

3. À Sombra da Figueira

Autora: Vaddey Ratner
Vaddey Ratner tinha apenas cinco anos quando o Khmer Vermelho chegou ao poder no Camboja. Nesta obra, a autora reconta suas próprias experiências através da menina Raami. Para a garota, o fim abrupto e trágico da infância começa com os passos de seu pai voltando para casa na madrugada, trazendo detalhes da guerra civil que invadiu as ruas de Phnom Pehn. Logo o mundo privilegiado da família real, do qual ela fazia parte, é misturado ao caos da revolução e ao deslocamento forçado.

4. Muito Longe de Casa

Autor: Ishmael Beah
As crianças são o principal grupo atingido pelas guerras atuais. Estima-se que cerca de 300 mil crianças estão envolvidas diretamente nos mais de cinquenta conflitos em curso na atualidade. Ishmael Beah era uma delas. Em “Muito longe de casa”, Beah conta uma história forte: aos doze anos fugiu do ataque de rebeldes e vagou por uma terra destruída pela violência. Aos treze, foi recrutado pelo Exército do governo de Serra Leoa e descobriu que era capaz de atrocidades inimagináveis. Este é um relato raro e hipnotizante, contado com força literária e uma honestidade de cortar o coração.

5. Hibisco Roxo

Autora: Chimamanda Ngozi
Quando a Nigéria começa a desmoronar sob um golpe militar, Kambili e seu irmão Jaja são mandados para a casa da irmã de seu pai, uma professora universitária, cuja casa é barulhenta e cheia de gargalhadas. Ali, Kambili e o irmão descobrem uma vida e um amor que ultrapassam os limites da autoridade do pai. Em um romance que mistura autobiografia e ficção, Chimamanda Ngozi Adichie – uma das mais aclamadas escritoras da atualidade – traça, de forma sensível e surpreendente, um panorama social, político e religioso da Nigéria atual.

6. Persépolis

Autora: Marjana Satrapi
Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução iraniana e aos conflitos que dali se desdobraram. Este emocionante, e muitas vezes bem-humorado, livro de memórias aborda a juventude sob o pano de fundo de um regime fundamentalista. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama, e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

7. Longe de Casa: Minha Jornada e Histórias de Refugiadas Pelo Mundo

Autora: Malala Yousafzai
Neste livro, a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da paz conta sua história e dá voz a garotas que estão entre os milhões de refugiados pelo mundo. Em “Longe de casa”, que é ao mesmo tempo um livro de memórias e uma narrativa coletiva, Malala explora sua própria trajetória de vida e apresenta as histórias de nove garotas de várias partes do mundo, do Oriente Médio à América Latina. Todas tiveram que deixar para trás sua comunidade, seus parentes e o único lar que conheciam.

Veja a seleção de livros para crianças:

8. Amal e a viagem mais importante da sua vida (Faixa etária: 4+)

Autores: Carolina Montenegro e Ricardo Moriconi
Amal é uma menina que deixa sua vida na Síria, viajando sozinha, de carona, a pé e até em bote improvisado pela Turquia, Grécia e Itália. Pelo caminho, conhece outras crianças vindas de outros países na mesma situação. O livro, que contou com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), é uma homenagem às milhões de crianças refugiadas e, em especial, àquelas que viajam sozinhas pelo mundo para sobreviver. Além do formato impresso, a obra também está disponível via aplicativo, onde o leitor pode fazer uma doação para projetos humanitários do ACNUR.

9. A Menina que Abraça o Vento (Faixa etária: 3+)

Autoras: Fernanda Paraguassu e Suryara Bernardi
O livro conta a história de Mersene, uma garotinha refugiada da República Democrática do Congo que encontrou no Brasil seu novo lar. “Abraçar o vento” é uma analogia à imensa saudade que a personagem tem do pai e de tudo o que ficou para trás ao fugir do conflito do seu país. A história de Mersene foi inspirada em histórias reais de meninas congolesas refugiadas na cidade do Rio de Janeiro.

10. Migrando (Faixa etária: 10+)

Autora: Mariana Chiesa Mateos
Este é um livro que permite ao leitor inventar sua própria versão da história, uma vez que pode ser lido em duas direções. Sem palavras, de duas capas e duas narrativas de viagens com diferentes pontos de partida, a obra conduz perspectivas paralelas de quem deixou seus países de origem para viver em outro lugar. Seus dramas e sofrimentos, assim como a coragem, saudade e esperança são expressas por meio de imagens poéticas.

11. Eu sou uma Noz (Faixa etária: 8+)

Autora: Beatriz Osés
Omar “cai” no quintal de uma advogada, vindo de um lugar longínquo, num barco-noz que naufragou. O livro aborda, de forma emocionante e lúdica, o que pensam as crianças diante da situação de refúgio. Ganhadora do prêmio espanhol Edebé de Literatura Infantil 2018, a obra transmite valores como a solidariedade, convivência social, afeto e importância da identidade.

12. Eloísa e os Bichos (Faixa etária: 7+)

Autor: Jairo Buitrago | Tradutora: Márcia Leite
“Eu não sou daqui”: assim começa a história de Eloísa. Por estar em uma nova cidade, diferente de tudo o que conhecia, a garota se sente como um bicho estranho, mesmo que ela e sua família sejam os únicos humanos em meio a insetos. A narrativa aborda temas como o estranhamento com o novo, ao mesmo tempo que sustenta a importância do tempo, da tolerância e respeito à diversidade como chaves para lidar com problemas sociais como o deslocamento.

Títulos bônus:

Layla, a menina síria

Autores: Rosi Vilas Boas, Cassiana Pizaia e Rima Awada
Layla nasceu em Alepo, no Síria. Ela e sua família deixaram o país para escapar da guerra e embarcaram em uma jornada em busca de segurança. Layla divide com o leitor tudo o que viveu antes de finalmente chegar ao Brasil, mostrando o significado de empatia, superação e coragem.

Refugiados, o Grande Desafio Humanitário

Autor: Gilberto M. A. Rodrigues
Quem são os refugiados? De onde vêm? Por que fogem de seus países? Desde o século XX, essas perguntas desafiam o mundo atual e são tema dessa obra. Violência, perseguição e conflitos armados atingem diretamente milhares de pessoas e as forçam a deixar tudo para trás. O grande desafio humanitário exige o fim das guerras e das perseguições, demanda mais recursos emergenciais dos países desenvolvidos e mais abertura de suas fronteiras para acolher refugiados. Mas pede também que os países recebam os refugiados com solidariedade e hospitalidade, sem medo e sem preconceito. A obra abre caminhos para importantes reflexões na área de refúgio e migração forçada.
 
Posted: 23 Apr 2020 10:10 AM PDT
A Organização Meteorológica Mundial diz que temperaturas acima da média são esperadas em muitas partes do mundo nos primeiros meses de 2020. Foto: OMM/Kabelo Tamocha
A Organização Meteorológica Mundial diz que temperaturas acima da média são esperadas em muitas partes do mundo nos primeiros meses de 2020. Foto: OMM/Kabelo Tamocha
Uma queda esperada nas emissões de gases de efeito estufa associada à crise econômica global causada pela pandemia de COVID-19 é apenas uma “boa notícia a curto prazo”, disse o chefe da agência meteorológica da ONU na quarta-feira (22).
“Essa queda de 6%, infelizmente, é (apenas) boa notícia a curto prazo”, disse o professor Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), em referência a uma queda de 5,5% a 5,7% nos níveis de dióxido de carbono devido à pandemia, sinalizada pelos principais especialistas em clima, incluindo o Center for International Climate Research.
Quando a economia global começar a se recuperar do novo coronavírus, a OMM espera que as emissões voltem ao normal.
“Pode até haver um aumento nas emissões porque algumas indústrias foram interrompidas”, alertou o chefe da OMM.

CO2 em níveis recordes mais uma vez

Os últimos dados da OMM publicados para coincidir com o 50º aniversário do Dia da Terra, em 22 de abril, indicam que os níveis de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa na atmosfera atingiram novos recordes no ano passado.
Os níveis de dióxido de carbono foram 18% maiores de 2015 a 2019 do que nos cinco anos anteriores, de acordo com o relatório Global Climate 2015-2019 da OMM.
O gás “permanece na atmosfera e nos oceanos por séculos. Isso significa que o mundo está comprometido com a mudança climática continuada, independentemente de qualquer queda temporária nas emissões” devido à pandemia, afirma o relatório, com dados indicando que as concentrações de CO2 estão no caminho certo” para atingir ou mesmo exceder 410 ppm no final de 2019”.
A queda prevista nas emissões de carbono é refletida pelas reduções nos níveis de poluentes atmosféricos comuns causados ​​por escapamentos de carros e energia de combustíveis fósseis, como partículas de óxido nitroso (N2O).
“Sua vida útil é tipicamente de dias a semanas, então o impacto é visto mais rapidamente”, disse o professor Taalas. “Mas essas mudanças nas emissões de carbono não tiveram nenhum impacto no clima até agora”.

Ar mais limpo, mesmo nas cidades mais poluídas

Destacando a dramática melhoria na qualidade do ar nas principais cidades e regiões industrializadas “em várias partes do mundo”, o chefe da OMM observou que esse tem sido o caso “na China, na Índia e também aqui perto de nós, na Planícia Padana, no norte” da Itália, que é uma das áreas mais poluídas da Europa. E vimos isso também em cidades como Paris.”
A mudança climática é “de uma magnitude diferente” na comparação com os problemas colocados pelo novo coronavírus, insistiu o professor Taalas, ressaltando seu sério risco à saúde, além de um impacto econômico devastador.

Mitigar as mudanças climáticas é uma questão de sobrevivência

Considerando que os últimos 50 anos viram os sinais físicos das mudanças climáticas – e seus impactos – ganhando velocidade a uma taxa perigosa, o secretário-geral da OMM insistiu que, a menos que o mundo possa mitigar as mudanças climáticas, isso levará a “a persistente problemas de saúde, especialmente fome e incapacidade de alimentar a crescente população mundial e haverá também um impacto mais maciço na economia”.
Desde o primeiro Dia da Terra em 1970, os níveis de dióxido de carbono subiram 26% e a temperatura média do mundo aumentou 0,86 grau Celsius (33,5 Fahrenheit).
O planeta também está 1,1 °C (quase 34F) mais quente que a era pré-industrial e espera-se que esta tendência continue.
Em seu último relatório de alerta sobre os impactos das mudanças climáticas, a agência da ONU confirmou que os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados.
Esse aquecimento foi desigual, com a Europa registrando a maior mudança na última década (de cerca de +0,5 °C) e a América do Sul com a menor mudança.
Outros indicadores-chave mostraram uma aceleração da mudança climática nos últimos cinco anos.
Isso inclui o calor e a acidificação dos oceanos, o aumento do nível do mar (até 112 milímetros desde 1970), o derretimento das geleiras e o derramamento de gelo no mar Ártico e Antártico (com perda de gelo cinco vezes maior nos últimos cinco anos, em comparação à década de 1970).
 
Posted: 23 Apr 2020 09:24 AM PDT
Isaac Molalo, Vodacom Mum e o bebê Limpopo, África do Sul. Foto: ONU Mulheres
Isaac Molalo, Vodacom Mum e o bebê Limpopo, África do Sul. Foto: ONU Mulheres
Como consequência da pandemia da COVID-19, milhões de pessoas no mundo, neste momento, estão em casa. As desigualdades de gênero em casa, particularmente a sobrecarga das mulheres, estão se tornando cada vez mais aparentes quando se trata de tarefas domésticas, limpeza e cuidados com crianças, pessoas doentes ou idosas.
Na resposta à pandemia, as mulheres representam 70% das pessoas que trabalham no setor social e de saúde e realizam três vezes mais cuidados não remunerados em casa do que os homens.
Em todo o mundo, as mulheres estão na linha de frente na resposta à pandemia, profissionais de saúde, cientistas, médicas e muito mais. A campanha #ElesPorElasEmCasa (#HeForSheAtHome) visa destacar esse fardo injusto para as mulheres e incentivar os homens a fazerem a sua parte.
Ao fornecer ferramentas e dicas úteis, a campanha #ElesPorElasEmCasa (#ElesPorElasEmCasa) procura inspirar os homens a assumirem tarefas e equilibrar o trabalho diário em suas famílias.
Quer esteja aprendendo a usar o novo aspirador de pó ou lavar a louça, queremos ouvir as suas histórias. Ao compartilhar essas histórias de modelos masculinos positivos de todo o mundo, esperamos inspirar muitos mais a fazer sua parte justa.
Envie suas histórias para heforshe@unwomen.org ou compartilhe nas mídias sociais e marque @Elesporelasheforshe ou @heforshe com a hashtag #ElesPorElasEmCasa #HeForSheAtHome
 
Posted: 23 Apr 2020 08:20 AM PDT
Foto: PhotoMIX Ltd/Pexels
A pandemia da COVID-19 possui uma particularidade que a diferencia das crises de saúde anteriores que assolaram o mundo: o papel das mídias sociais e seu impacto nas populações em todo o mundo.
Poderosas plataformas digitais circulam informações valiosas e atualizações de notícias em questão de segundos, em todo o mundo. Dentro da mesma capacidade, essas ferramentas também são capazes de circular conteúdo falso ou enganoso que pode ameaçar o bem-estar das populações. É importante verificar as informações o mais rápido possível.
Com um simples clique, o compartilhamento de informações não verificadas alimenta a rede enganosa e alimenta a desinformação, que é altamente perigosa para as populações do mundo. Isso representa um risco para aqueles que decidem agir contra o coronavírus com base em mensagens falsas ou enganosas. Apoiar e cuidar de outras pessoas significa mais do que apenas cumprir os regulamentos sanitários sugeridos pelas diversas autoridades de cada país.
Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) , responsabilidade cívica e garantia de acesso à informação significam cuidar de informações de qualidade. Por isso, a UNESCO recomenda que as pessoas promovam hábitos que protejam o fluxo responsável de dados no mundo digital. Prestem atenção ao conteúdo que recebem e replicam de seus celulares, na formas de áudios, texto ou notícias aparentemente jornalísticas. Mantenham a calma diante do bombardeio de informações e sejam cauteloso, compartilhando apenas o conteúdo verificado por fontes confiáveis de informação. E, acima de tudo, promovam essa conscientização.
A UNESCO, como uma organização que promove a liberdade de expressão e o acesso a informações de qualidade e baseadas em evidências, em parceria com o PNUD, continuará a lançar uma série de conteúdos digitais com recomendações para ajudar as pessoas a verificar o conteúdo que estão recebendo durante a pandemia.
A UNESCO convida a mídia, jornalistas, agências governamentais, sociedades civis organizadas e influenciadores digitais a compartilhar entre seus contatos as práticas que promovem o gerenciamento verificado do conteúdo que circula nas mídias sociais.
Assista ao vídeo ‘Como parar a desinformação tempos de coronavírus‘ (em inglês).
 
Posted: 23 Apr 2020 07:11 AM PDT
ONU Mulheres traz a história de cinco mulheres trabalhadoras essenciais, prestadoras de cuidados e serviços, que estão se expondo todos os dias para servir suas comunidades.

Entela Kolovani, médica, Tirana, Albânia

Entela Kolovani é médica em Tirana, Albânia, e atualmente trabalha com pacientes diagnosticados com COVID-19. Foto: cedida por Entela KolovaniFoto: cedida por Entela Kolovani
A médica Entela Kolovani considera as enfermeiras como “verdadeiras heroínas”. Entela atende pacientes com COVID-19 no hospital de doenças infecciosas de Tirana, Albânia. “As enfermeiras realizam as tarefas mais difíceis e a maior parte da carga de trabalho. Elas são nosso maior suporte, trabalhando em turnos sem fim com equipamentos de proteção especiais. O trabalho delas nunca termina, desde a montagem dos leitos dos e das pacientes até a realização de terapias, a realização de exames e o preenchimento de documentos. Sou muito grata a elas”, conta Entela.
Entela e suas colegas estão na linha de frente da resposta à COVID-19 desde 9 de março, quando os primeiros casos foram identificados na Albânia. Desde então, o número de pessoas infectadas aumentou para mais de 361.
Como prestadoras de cuidados e trabalhadores essenciais, as mulheres correm um risco maior de serem infectadas. Até agora, quase 12% dos casos relatados de coronavírus na Albânia eram profissionais de saúde. “Um dos nossos maiores desafios é ver colegas com quem trabalhamos todos os dias adoecendo com a COVID-19. Outro desafio é encontrar meios de conseguir que mais pacientes se recuperem rapidamente, a fim de não sobrecarregarmos nossos serviços de saúde”, explica.
Toda a equipe médica do hospital trabalha mais horas, incluindo o marido da Entela, que também é médico. A pandemia do coronavírus colocou pressão sem precedentes nas famílias, especialmente quando os parceiros trabalham na área da saúde ou em outros serviços essenciais. A Entela e seu marido não veem seus filhos desde que a pandemia atingiu o país. “Como trabalhamos no mesmo hospital e fazemos o mesmo trabalho, o risco de infectarmos nossos filhos e outros membros da família é muito alto. Mas é melhor assim, manter a distância para evitar de infectar sua família”.

Natawan Pintho, oficial de Imigração no Aeroporto Suvarnabhumi, Bangcoc, Tailândia

 Foto: Plutão Phutpheng/ONU Mulheres
Tudo mudou para Natawan Pintho, 29 anos, oficial de imigração no aeroporto internacional de Bangkok, Tailândia. Desde a sua rotina diária no trabalho ou em casa, ao risco que ela sente todos os dias. Ela conta que o movimento no aeroporto diminuiu, mas que precisou aprender como higienizar o espaço de trabalho e as mãos. “Temos que ter mais cuidado com as pessoas,  usar máscaras e manter a distância social”, conta Natawan.
Antes do surto da COVID-19, Natawan lidava com pelo menos mil passageiros e passageiras todos os dias. Agora, são no máximo 100, o que reduz sua exposição às pessoas, mas a execução de algumas das tarefas simples ainda é arriscada, como verificar as páginas de um passaporte. “Preciso ter certeza de que o passaporte é verdadeiro e, para fazer isso, preciso tocar o papel com os dedos”, explica.
Negar a entrada de pessoas na Tailândia, seguindo as novas regras de imigração, tem sido uma provação desafiadora para Natawan. “Tive o caso de uma família de quatro pessoas da França. Elas eram descendentes de chineses. Três delas tinham passaporte francês, mas a mulher tinha passaporte chinês. Ela não pôde entrar no país e tivemos que deportá-la”.
Natawan se pergunta diariamente se já está infectada. “Sou alérgica a poeira e espirro com frequência. Antes, ninguém prestava atenção. Hoje em dia tenho assustado todo mundo”.
A família de Natawan vive em Ubon Ratchathani, a 600km de Bangcoc. Mas ela não pode visitá-los agora. “Se eu voltar para minha cidade natal, terei que ficar em quarentena por 14 dias”.
Natawan sente falta de ir ao salão de beleza e a manicure, mas também tem preocupações de ordem financeira. Em março, o salário de Natawan foi reduzido em 40%. “Preciso economizar, porque o pagamento de horas extras diminuiu e isso significa que receberei menos dinheiro”.

Parinya Sirirattanapanya, entregadora de alimentos, Bangcoc, Tailândia

 Foto: Plutão Phutpheng/ONU Mulheres
A entrega de alimentos está entre os poucos serviços essenciais ainda abertos na maioria dos países durante os bloqueios por coronavírus. Parinya Sirirattanapanya, 44 anos, está entre as cerca de 150 mil pessoas que trabalham como motorista de entrega de comida, a maioria homens, na cidade de Bangcoc. É o serviço obrigatório para a maioria das pessoas na cidade, incluindo a oficial de imigração Natawan Pintho.
Antes do surto da COVID-19, Parinya tinha uma loja de roupas pop-up. Mas ninguém está mais nas ruas fazendo compras, e sua pequena empresa está fechada. Ela diz que há muitas trabalhadoras e trabalhadores que entregam comida agora. “O número de pessoas trabalhando com entrega de alimentos está aumentando rapidamente, também porque o horário de funcionamento do shopping foi reduzido”, conta Parinya.
Ela entende o risco ao qual está exposta todos os dias e toma todas as precauções que pode para não levar o vírus para a sua família. Quando sai, ela usa uma jaqueta, duas máscaras (uma de tecido e outra descartável), luvas, desinfetantes para as mãos e sprays antibactericidas. “Eu sempre mantenho as minhas mãos limpas e longe do meu rosto. Toda vez que eu devolvo o troco para os clientes (se precisar tirar minhas luvas), lavo minhas mãos ou as limpo com álcool gel”, explica Parinya.
Parinya entende os riscos, mas não tem escolha. Ela precisa trabalhar para sustentar sua família.
“Gostaria que a COVID-19 pudesse ser controlada o mais rápido possível. Eu sei que várias medidas são implementadas para reduzir a disseminação do vírus, mas muitas pessoas na sociedade as tomam como garantidas. Assumir a responsabilidade social é essencial nessa situação”, conclui Parinya.

Zevonia Vieira, jornalista, Timor-Leste

Foto: ONU Mulheres
Zevonia Vieira é a presidenta da Associação de Jornalistas do Timor-Leste e está na linha de frente das notícias sobre o surto da COVID-19. “Como jornalista, tenho a obrigação de compartilhar informações com o público a qualquer momento. As pessoas querem informações confiáveis”.
Enquanto países em todo o mundo lutam para limitar a propagação da doença, jornalistas como Zevonia estão se colocando em risco todos os dias para obter informações confiáveis e informar o público sobre as medidas de prevenção.
O Timor-Leste anunciou o estado de emergência no final de março, e o governo emitiu ordens de distanciamento social, garantindo que todas as pessoas que estão trabalhando na linha de frente tenham acesso a equipamentos de proteção. Jornalistas no Timor-Leste pediram que o governo forneça um centro de mídia, com espaço suficiente e infraestrutura adequada para permitir que jornalistas mantenham o distanciamento social enquanto trabalham.
Zevonia é mãe solteira e responsável pela renda de sua família. Durante essa crise, equilibrar seus papéis profissionais e de cuidado tem sido um desafio, como a maioria das mães e pais que trabalham. “Depois de um dia inteiro no trabalho, quando chego em casa, tenho que cuidar com carinho das necessidades da minha família e passar um tempo com meu filho até ele ir para a cama. Então, tarde da noite, continuarei escrevendo”, explica Zevonia.
Zevonia está comprometida com seu trabalho, mas sente-se exausta. Para superar essa crise, Zevonia considera fundamental a colaboração com os governos.

Tassana Boontong, presidenta do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, Tailândia

Foto: Pathumporn Thongking/ONU Mulheres
A Tailândia tem uma longa tradição de combinar enfermagem e obstetrícia. A função combinada foi criada para atender a escassez de profissionais de saúde em atenção primária. Há mais de um século, as enfermeiras obstetras respondem às necessidades de cuidados de saúde de pessoas de todas as idades.
De acordo com Tassana, as enfermeiras obstetras são necessárias agora mais do que nunca: pelo aumento do número de pacientes idosos e com doenças crônicas, pela quantidade de pessoas com doenças não transmissíveis, pelos problemas de saúde mental e deficiências.
Atualmente, entre 10 e 12 mil estudantes se formam todos os anos para se tornarem enfermeiras obstetras na Tailândia, que tem uma população de 69 milhões de pessoas. No entanto, ainda existe uma escassez de enfermeiras obstetras, especialmente em áreas remotas, para atender às necessidades de cuidados de saúde primária.
Tassana se preocupa com os profissionais de saúde que estão na linha de frente da pandemia da COVID-19. “Elas e eles não estão apenas enfrentando a doença letal, mas também o estresse mental, a exaustão e a preocupação com suas famílias. Enfermeiras e enfermeiros escolhem ir ao trabalho, cumprir seu dever, mas não podem ver a família”.
Para Tassana, a política da Tailândia de Cobertura Universal de Saúde é um fator crítico para promover a equidade no acesso a cuidados de saúde de qualidade. “Os enfermeiros e as enfermeiras desempenharam um papel fundamental na implementação da política de assistência universal à saúde”, conta.
“Os enfermeiros e enfermeiras defendem que pacientes obtenham um serviço de qualidade. Desejo ver um sistema de assistência médica reformado que valorize os serviços de enfermagem, invista mais em recursos de enfermagem e reconheça suas contribuições, inclusive por meio de remuneração e salários justos e melhores políticas de assistência social”.
 
Posted: 23 Apr 2020 06:51 AM PDT
Pedestre caminha pela Piazza Del Duomo, em Florença, um espaço normalmente lotado de milhares de visitantes. Foto: UNICEF/Francesco Spighi
Pedestre caminha pela Piazza Del Duomo, em Florença, um espaço normalmente lotado de milhares de visitantes. Foto: UNICEF/Francesco Spighi
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou contra a complacência, à medida que os países continuam a enfrentar a COVID-19 e os cidadãos se cansam de medidas restritivas de movimento com o objetivo de impedir a propagação da doença.
Falando na quarta-feira (22), o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, relatou que a maioria dos países ainda está nos estágios iniciais de suas epidemias, enquanto alguns que foram afetados anteriormente estão agora começando a ter ressurgimento de casos.
“Não se engane: temos um longo caminho a percorrer. Esse vírus estará conosco por muito tempo”, afirmou.
O número global de casos de COVID-19 atingiu quase 2,5 milhões e mais de 160 mil mortes.
Embora a maioria das epidemias na Europa Ocidental pareça estável ou em declínio, “tendências preocupantes de alta” são visíveis em África, América Central, América do Sul e Europa Oriental, apesar do baixo número de casos.
Tedros disse a jornalistas que, embora os bloqueios e o distanciamento físico tenham ajudado a suprimir a transmissão em muitos países, o vírus permanece “extremamente perigoso”.
A maioria da população global continua altamente suscetível, o que significa que as epidemias podem facilmente reacender.

Cansado de ficar em casa

“Um dos maiores perigos que enfrentamos agora é a complacência. Pessoas em países com pedidos de isolamento em casa estão compreensivelmente frustradas por ficarem confinadas em suas residências por semanas a fio”, disse ele.
“As pessoas compreensivelmente querem seguir com suas vidas, porque suas vidas e meios de subsistência estão em jogo. É isso que a OMS também quer. E é para isso que estamos trabalhando, o dia todo, todos os dias.”
No entanto, Tedros disse que seguir em frente significa aceitar “um novo normal” e criar um mundo mais saudável, seguro e mais bem preparado.
Ele sublinhou as seis medidas de saúde pública que a OMS vem advogando desde o início da pandemia, centrada em detecção, isolamento, testes, tratamento e quarentena.
O último passo envolve educar e capacitar o público.
“Os países que não fizerem essas seis coisas centrais, ou não as fizerem de maneira consistente, verão mais casos e mais vidas serão perdidas”, disse Tedros.

Iniciativa de envio de mensagens

As empresas de telecomunicações em todo o mundo estão sendo incentivadas a apoiar uma iniciativa da OMS de fornecer informações sobre a COVID-19 por meio de mensagens de texto, em ação anunciada no início desta semana em conjunto com a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O objetivo é ajudar a atingir a metade da população global que não tem acesso à Internet, começando na região Ásia-Pacífico antes de uma implantação global.
“Também fizemos um pedido à Organização Mundial do Comércio, pedindo aos países que garantam o fluxo normal de suprimentos médicos vitais e outros bens e serviços além-fronteiras e resolvam interrupções desnecessárias nas cadeias de suprimentos globais”, informou Tedros.
“Precisamos garantir que esses produtos cheguem rapidamente aos necessitados e enfatizamos a importância da cooperação regulamentar e dos padrões internacionais.”

Solidariedade, não estigma

Além de combater a nova doença do coronavírus, a OMS também está trabalhando para acabar com o estigma e a discriminação.
Houve “relatos perturbadores” sobre a discriminação relativa à COVID-19 em muitos países e em todas as regiões, de acordo com Tedros.
“O estigma e a discriminação nunca são aceitáveis ​​em nenhum lugar e a qualquer momento, e devem ser combatidos em todos os países”, disse ele, acrescentando: “como já disse muitas vezes, é um momento de solidariedade, não de estigma”.

Impactos na saúde mental

A agência da ONU também tem abordado o impacto da pandemia na saúde mental.
A OMS produziu orientação técnica para indivíduos e profissionais de saúde, que estão sob enorme tensão no momento.
Enquanto isso, um livro infantil gratuito em inglês sobre a COVID-19, lançado recentemente pela agência, está sendo usado entre crianças refugiadas rohingya em Bangladesh e crianças na Síria, Iêmen, Iraque, Grécia e Nigéria.
A OMS também recebeu pedidos para traduzir o livro em mais de 100 idiomas.
O livro “Meu herói é você: como as crianças podem lutar contra a COVID-19”, usa uma criatura de fantasia chamada Ario, que explica como as crianças podem não apenas se proteger da doença, mas também gerenciar emoções difíceis que podem surgir como resultado da pandemia.
 
Posted: 23 Apr 2020 06:20 AM PDT
Os testes são do tipo RT-PCR, que detectam se a pessoa está infectada com o coronavírus causador da COVID-19. Foto: pixabay/fernandozhiminaicela (CC)
Os testes são do tipo RT-PCR, que detectam se a pessoa está infectada com o coronavírus causador da COVID-19. Foto: pixabay/fernandozhiminaicela (CC)
Já desembarcaram em solo brasileiro 500 mil testes para diagnóstico de COVID-19, comprados pelo Ministério da Saúde do Brasil via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Esse é o primeiro lote de um total de 10 milhões de testes rápidos adquiridos com recursos do governo brasileiro.
Os testes são do tipo RT-PCR, que detectam se a pessoa está infectada com o coronavírus causador da COVID-19, e serão enviados para a Coordenação de Armazenagem e Distribuição Logística de Insumos Estratégicos para a Saúde (COADI) do Ministério da Saúde, no estado de São Paulo. Em seguida, poderão ser distribuídos conforme planejamento do governo federal. A previsão é que os demais lotes cheguem ao Brasil ao longo das próximas semanas.
A aquisição desses materiais é feita com recursos do governo brasileiro via Fundo Estratégico da OPAS, um mecanismo de compras internacional criado em 2000 para auxiliar os países e territórios das Américas a terem acesso a insumos de alta qualidade para a saúde.
Entre os produtos que podem ser adquiridos por meio do Fundo Estratégico da OPAS estão medicamentos para tratar malária, tuberculose, HIV/AIDS e Doença de Chagas, além de vermífugos, inseticidas, entre outros.
Os 10 milhões de testes para diagnóstico de COVID-19 foram produzidos pelo laboratório Seegene, da Coreia do Sul. A aquisição desses materiais via OPAS faz parte dos esforços do Ministério da Saúde do Brasil na busca de novas compras no mercado nacional e internacional para ampliação da testagem do coronavírus no país.
Para apoiar a iniciativa, a Organização Pan-Americana da Saúde tem trabalhado com os principais fabricantes para enfrentar a escassez de testes no mercado e ajudar seus Estados Membros a terem acesso a esses produtos.
Até 21 de abril, foram confirmados 2.397.216 casos e 162.956 mortes por COVID-19 no mundo – sendo 893.119 casos e 42.686 mortes na região das Américas.
 
Posted: 22 Apr 2020 09:01 PM PDT

Em uma mensagem em vídeo em que destacou o vínculo entre os direitos humanos e a resposta e recuperação da crise provocada pela pandemia da COVID-19, o secretário-geral das Nações Unidas destacou que “a ameaça é o vírus, não as pessoas”.
“Os direitos humanos não podem ser negligenciados em tempos de crise, e agora enfrentamos a maior crise internacional das últimas gerações”, afirmou António Guterres, ressaltando que a melhor resposta “é a que responde de forma proporcional a ameaças imediatas, protegendo os direitos humanos e o Estado de Direito”.
“O vírus é uma ameaça para todos. Os direitos humanos trazem dignidade para todos”, acrescentou. “Respeitando os direitos humanos em tempos de crise, construiremos soluções mais eficazes e inclusivas para a emergência de hoje e para a recuperação de amanhã.”
Guterres também informou que a ONU lançou um relatório destacando como os direitos humanos podem e devem orientar a resposta e a recuperação da COVID-19 (acesse clicando aqui).
Confira abaixo e no vídeo a mensagem na íntegra.

Estamos todos juntos nessa: os direitos humanos e a resposta e recuperação da COVID-19

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas
“A pandemia COVID-19 é uma emergência de saúde pública – mas é muito mais.
É uma crise econômica. Uma crise social. E uma crise humana que rapidamente se está a tornar uma crise de direitos humanos.
Em fevereiro, lancei um Apelo à Ação a fim de colocar a dignidade humana e os compromissos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no centro do nosso trabalho.
Como disse na altura, os direitos humanos não podem ser negligenciados em tempos de crise – e agora enfrentamos a maior crise internacional das últimas gerações.
Hoje, irei divulgar um relatório que destaca como os direitos humanos podem e devem orientar a resposta e a recuperação da COVID-19.
A mensagem é clara: as pessoas e os seus direitos têm de ser uma prioridade absoluta.
A perspectiva dos direitos humanos engloba todos e garante que ninguém seja deixado para trás.
As respostas com direitos humanos podem ajudar a vencer a pandemia, colocando o foco no imperativo da necessidade de cuidados de saúde para todos.
Mas também servem como um sistema de alerta essencial, destacando quem mais sofre, o porquê e o que pode ser feito.
Temos visto como o vírus não discrimina, mas os seus impactos sim, expondo profundas fraquezas na prestação de serviços públicos e desigualdades estruturais que impedem o acesso a estes serviços. Devemos garantir uma abordagem adequada na resposta.
Vemos os efeitos desproporcionais em certas comunidades, o aumento do discurso de ódio, os ataques a grupos vulneráveis e os riscos graves nas respostas em matéria de segurança, que comprometem a resposta da saúde.
No contexto de crescentes nacionalismos, populismos, autoritarismos e de recuo dos direitos humanos em alguns países, a crise pode ser um pretexto para a adoção de medidas repressivas com objetivos que não estão relacionados com a pandemia.
Isso é inaceitável.
Mais do que nunca, os governos devem ser transparentes, reativos e responsáveis. O espaço cívico e a liberdade de imprensa são essenciais. As organizações da sociedade civil e do setor privado desempenham um papel fundamental.
E em tudo o que fazemos, nunca nos devemos esquecer: a ameaça é o vírus, não as pessoas.
Devemos garantir que quaisquer medidas de emergência, incluindo estados de emergência, sejam legais, proporcionais, necessárias e não discriminatórias, tenham uma duração e um foco específicos, e adotem a abordagem menos intrusiva possível para proteger a saúde pública.
A melhor resposta é a que responde de forma proporcional a ameaças imediatas, protegendo os direitos humanos e o Estado de Direito.
Olhando para o futuro, precisamos reconstruir melhor. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, sustentados pelos direitos humanos, constituem um referencial para economias e sociedades mais inclusivas e sustentáveis.
O fortalecimento dos direitos econômicos e sociais aumenta a resiliência a longo prazo.
A recuperação também deve respeitar os direitos das gerações futuras, reforçando a ação climática, com o objetivo de atingir a neutralidade de carbono até 2050, e protegendo a biodiversidade.
Estamos todos juntos nisto.
O vírus é uma ameaça para todos. Os direitos humanos trazem dignidade para todos.
Respeitando os direitos humanos em tempos de crise, construiremos soluções mais eficazes e inclusivas para a emergência de hoje e para a recuperação de amanhã.
Muito obrigado.”
 
Posted: 22 Apr 2020 06:00 PM PDT

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, enviou uma mensagem em vídeo marcando o início do Ramadã, tradicional mês sagrado para os muçulmanos, lembrando que milhões de fiéis estão prontos para as celebrações deste ano.
Guterres lembrou que este será um Ramadã diferente, já que muitas atividades comunitárias serão naturalmente afetadas pelas medidas de combate à pandemia da COVID-19.
“No entanto, muitas pessoas em zonas de conflito irão, uma vez mais, celebrar este mês cercados por guerra e insegurança”, lembrou.

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