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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Brasil tem novo salto no número de mortos, mas Bolsonaro insiste em negar gravidade do coronavírus
Clarice Cardoso, do UOL, em São Paulo
Coube ao secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Antonio Guterres, reforçar o aviso dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o avanço da pandemia de covid-19, no país. Ele fez um apelo para que governos e atores abram caminho para que milhões de pessoas sejam protegidas diante da pandemia. "O vírus mostrou a rapidez com que pode atravessar fronteiras, devastar países e pôr vidas em risco. O pior ainda está para vir", alertou.
O recado parece não ter sido ouvido pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), que mais uma vez amanheceu minimizando os riscos trazidos pelo novo coronavírus. "Esse vírus é igual uma chuva, vai molhar 70% de vocês. Isso ninguém contesta. Toda a nação vai ficar livre da pandemia quando 70% for infectada e conseguir os anticorpos. Destes 70%, uma pequena parte, que são os idosos e quem tem problemas de saúde, vai ter problemas sérios", disse na saída do Alvorada.
Ontem, Bolsonaro usou uma entrevista para a imprensa para atacar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acusando que falta humildade a ele. O presidente negou intenções de demiti-lo "em meio à guerra", e voltou a ser criticado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Mandetta cumpre papel fundamental baseado na ciência, e é fundamental que ele não saia da condução dessa crise", afirmou.
O número mais atual de casos no país mostra que já são 359 mortes no país em decorrência da covid-19. É o maior número de vidas perdidas em 24 horas. No total, são 9.056 casos oficiais confirmados no país até agora, segundo o governo — 1.146 casos novos de ontem para hoje — com uma mortalidade de 4%.

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