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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Posted: 30 Mar 2020 01:19 PM PDT
Foto: CDC
Uma ilustração digital do coronavírus. Foto: CDC
Por Alicia Bárcena*
É verdade que a história registra antes a passagem devastadora de grandes pandemias, mas nenhuma irrompeu num mundo tão povoado (mais de 7.700 milhões de pessoas) nem tão interligado e com um planeta ambientalmente doente. É a maior crise humana e de saúde que temos enfrentado. Tem, certamente, profundas implicações econômicas, mas o centro da atenção, o foco das decisões da política pública, hão de estar na salvaguarda de um dos bens públicos globais mais preciosos: a saúde e o bem-estar das pessoas.
É oportuno apontar quais são os cinco principais canais externos de impacto para a América Latina e o Caribe: a queda da atividade econômica dos nossos principais parceiros comerciais, especialmente a China; a queda no preço das nossas matérias primas; a interrupção das cadeias globais e regionais de valor; a queda acentuada na demanda de serviços turísticos que afetam fundamentalmente o Caribe; e um aumento na aversão ao risco e a piora das condições financeiras globais e a saída de capitais da região, com a consequente desvalorização das nossas moedas.
Há poucos meses, depois de fechar o ano de 2019 com um fraco crescimento regional de apenas 0,1%, a CEPAL estimava que o ano de 2020 veria uma leve recuperação e que a taxa chegaria a um aumento de 1,3% do PIB. Hoje, em uma análise conservadora, com os dados que ainda estão se consolidando, nos diz que a América Latina e o Caribe registrarão para esse ano um crescimento negativo de -1,8%, com tendência recessivas.
Os impactos da crise em nossos principais parceiros comerciais nos fazem prever, também, quedas no valor das nossas exportações regionais de uma magnitude que poderia chegar a -10,7%. Esses antecedentes antecipam um significativo aumento do desemprego e da informalidade nos mercados de trabalho.
Os consequentes efeitos do crescimento negativo e o aumento do desemprego se traduzem em aumento da pobreza e da extrema pobreza. Para 2020, caso confirmados os dados base, passaríamos dos atuais 186 milhões de pobres para 220 milhões, e dos atuais 67,5 milhões de latino-americanos e caribenhos que vivem em condições de extrema pobreza, para 90,8 milhões.
Essa crise nos encontra com sistemas de saúde fragmentados e sem cobertura universal onde mais de 47% da população está sem acesso à segurança social. Uma crise voraz especialmente para os 58 milhões de maiores de 65 anos em nossa região.
O desafio é enorme e requer que a caixa de ferramentas seja renovada. Cada país terá que explorar e expandir criativamente as suas possibilidades de resposta, reconhecendo que não há receitas conhecidas, mas reconhecendo também, que existem etapas imperativas.
No atual contexto, não se pode ignorar a necessidade de um estímulo fiscal massivo para, entre tantos desafios, reforçar os serviços de saúde e proteger a renda e o emprego. Destinar os fundos necessários aos nossos Sistemas de Saúde é uma obrigação inevitável.
Quando se fala de estímulo fiscal massivo, significa não somente financiar os sistemas de proteção social que atendem aos setores mais vulneráveis, mas também a implantação de programas não-contributivos como transferências diretas, financiamento de fundos de desemprego, benefícios para os subempregados e trabalhadores por conta própria.
Mesmo assim, os bancos centrais devem assegurar a liquidez para que o aparato produtivo garanta a continuidade de seu funcionamento. Essses esforços deverão ser traduzidos em apoio às empresas com empréstimos com juros zero para pagar salários.
E, certamente, as organizações financeiras multilaterais terão que considerar novas políticas de empréstimos com juros baixos, oferecendo alívio e prorrogação do vencimento das dívidas atuais para abrir espaço fiscal.
Também adota o sentido urgente do levantamento das sanções e bloqueios unilaterais, impostos no mundo e em nossa região, que dificulltam populações inteiras, o acesso aos bens e aos serviços indispensáveis para combater o desafio sanitário. As considerações humanitárias estão hoje acima de qualquer diferença política. A saúde não pode ser refém de disputas geopolíticas.
O momento é complexo e nos encontramos com um planeta doente. Estamos vivendo um dos piores momentos em questões ambientais: oceanos e rios contaminados, florestas devastadas, solos erosionados, grande extinção de espécies e ciclos climáticos alterados. Esse deve ser o momento de pensar na insustentabilidade do modelo de desenvolvimento extrativista e desigual.
Essa nova crise da saúde tem exposto a fragilidade dessa globalização e do modelo de desenvolvimento em que se sustentava. A quebra das cadeias produtivas, a queda no crescimento global e o desempenho dos mercados financeiros expuseram a vulnerabilidade global de nossas economias.
A dissociação entre os mercados financeiros e os fluxos da economia real deve ser contida e regulada. O comércio internacional não é um impulsionador inevitável de crescimento a longo prazo sem políticas de diversificação e transformação produtiva. As desigualdades, entre os países e dentro dos mesmos, agravam ainda mais a fragilidade do sistema global e devem ser revertidas.
Essa pandemia tem o potencial de transformar a geopolítica da globalização, mas também é uma oportunidade para ressaltar os benefícios das ações multilaterais e abrir espaço para o debate necessário sobre um novo, igualitário e sustentável modelo de desenvolvimento.
*Secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)
 
Posted: 30 Mar 2020 01:17 PM PDT
Nações Unidas entregam mais de 250 mil máscaras médicas ao prefeito de Nova Iorque. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Nações Unidas entregam mais de 250 mil máscaras médicas ao prefeito de Nova Iorque. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Em nome da cidade de Nova Iorque, o prefeito Bill de Blasio recebeu 250 mil máscaras doadas pela ONU no sábado (28), destinadas a profissionais de saúde na metrópole que abriga a sede da Organização.
Em comunicado, Guterres disse que as máscaras armazenadas em instalações da ONU eram parte dos estoques das Nações Unidas.
O chefe da ONU elogiou os trabalhadores da saúde na cidade de Nova Iorque que, segundo ele, têm atuado “corajosamente, de forma altruísta e incansável em resposta à disseminação da COVID-19 pelos bairros”, em uma referência aos cinco bairros nos quais a cidade é administrativamente dividida (Manhattan, Queens, The Bronx, Brooklyn e Staten Island).
Guterres expressou sua esperança de que o equipamento de proteção “desempenhe um pequeno papel ao salvar vidas”.
Logo após a divulgação do comunicado, o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, disse em entrevista coletiva que a disseminação do vírus está deixando as pessoas desorientadas. O estado está em lockdown (bloqueio), disse Cuomo, enquanto o pico do vírus ainda está previsto para ocorrer daqui a três semanas.
I’m pleased to announce, with @USAmbUN Kelly Craft, the donation to the USA of 250,000 protective face masks, just located in storage at the @UN.
These masks will be given to medical professionals in NYC working courageously & tirelessly in response to #COVID19pic.twitter.com/Cqh1rQWMV6
— António Guterres (@antonioguterres) March 28, 2020

Mais de 700 pessoas morreram de COVID-19 no estado de Nova Iorque, disse o governador, afirmando que há trabalho sendo feito em três hospitais dedicados a pacientes com a doença.
O prefeito da cidade de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse na sexta-feira (26) que a cidade precisa de cerca de 15 mil ventiladores pulmonares para tratar pacientes críticos.
Observando que a ONU fala “com uma só voz para expressar nosso apoio resoluto a esta grande cidade e a seu povo altivo”, o secretário-geral expressou sua esperança de que a “modesta doação” de máscaras faça a diferença.
Nova Iorque, declarou Guterres, “não é apenas nossa casa ou a sede das Nações Unidas. É uma capital internacional vibrante através da qual o mundo se comunica, debate, negocia e prospera”.
Atualmente, funcionários das Nações Unidas e da Missão dos Estados Unidos na ONU estão trabalhando com o escritório do prefeito para garantir a entrega rápida das máscaras nas instalações médicas da cidade.
 
Posted: 30 Mar 2020 12:43 PM PDT
Relatório da UNCTAD pede pacote de 2,5 trilhões de dólares - Foto: Pixabay
Relatório da UNCTAD pede pacote de 2,5 trilhões de dólares – Foto: Pixabay
As consequências da pandemia de saúde combinada com uma recessão global serão catastróficas para muitos países em desenvolvimento e impedirão o progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Com dois terços da população global morando em países em desenvolvimento – excluindo a China – e enfrentando danos econômicos sem precedentes por conta da crise da COVID-19, as Nações Unidas estão pedindo um pacote de 2,5 trilhões de dólares para estas nações, como forma de transformar manifestações de solidariedade internacional em ação global efetiva.
A velocidade com que as ondas de choque econômico por conta da pandemia está atingindo países em desenvolvimento é dramática, mesmo em comparação com a crise financeira global de 2008, de acordo com relatório publicado nesta segunda-feira (30) pela UNCTAD, órgão da ONU para comércio e desenvolvimento.
“A queda econômica provocada pelo choque continua e está cada vez mais difícil de prever, mas há indicações claras de que as coisas vão piorar muito para os países em desenvolvimento antes de melhorar”, afirmou o secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Mukhisa Kituyi.

Dano econômico

O relatório mostra que, nos dois meses desde que o vírus começou a se espalhar para além da China, países em desenvolvimento foram enormemente afetados em termos de fuga de capitais, aumento de juros dos títulos públicos, depreciação de moeda e perdas nos ganhos com exportações, incluindo queda dos preços de commodities e declínio com receitas do turismo.
Na maioria dos casos, o impacto é mais acentuado que em 2008. E com a atividade econômica doméstica agora sentindo os efeitos da crise, a UNCTAD não está otimista quanto a uma rápida recuperação como a vista em muitos países em desenvolvimento em 2009 e 2010.
Cálculos apontam que a fuga de capital das principais economias emergentes alcançou 59 bilhões de dólares em um mês, entre fevereiro e março. Isto é mais do que o dobro experimentado pelos mesmos países logo depois da crise financeira global (26,7 bilhões de dólares). Os valores das moedas destes países frente ao dólar caíram entre 5% e 25% desde o início do ano – mais rápido do que no início da crise financeira de 2008-2009.
Os preços das commodities, das quais muitos países em desenvolvimento dependem fortemente, também caíram acentuadamente desde o início da crise. O preço total dessas matérias-primas caiu 37% neste ano, de acordo com o relatório.
Nos últimos dias, economias avançadas e a China colocaram juntos massivos pacotes governamentais que, de acordo com o Grupo das 20 maiores economias (G20), irá chegar a 5 trilhões de dólares.
Isto representa uma resposta sem precedentes para uma crise sem precedentes, que irá atenuar a extensão do choque física, econômica e psicologicamente.
Os detalhes completos destes pacotes de estímulo ainda serão divulgados, mas estimativas iniciais da UNCTAD dão conta de que estes representarão uma injeção de 1 trilhão a 2 trilhões de dólares nas economias do G20 e uma reviravolta de 2 pontos percentuais na produção industrial global.
Ainda assim, a economia mundial entrará em recessão neste ano, com uma estimada perda global de renda na casa dos trilhões de dólares. Isto representa um sério problema para os países em desenvolvimento, com provável exceção da China e possivelmente da Índia.
Dada a condição global deteriorada, restrições fiscais e de divisas devem continuar ao longo do ano. A UNCTAD estima um déficit de financiamento de 2 trilhões a 3 trilhões de dólares para os países em desenvolvimento nos próximos dois anos.
Sem capacidade monetária, fiscal e administrativa para responder à crise, as consequências da combinação da pandemia de saúde com a recessão global será catastrófica para os países em desenvolvimento progredirem no sentido de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Enquanto as economias avançadas estão descobrindo desafios para lidar com a crescente força de trabalho informal, isto permanece uma norma para países em desenvolvimento, ampliando as dificuldades em responder à crise.
“Economias avançadas têm prometido ‘tudo o que for preciso’ para impedir que suas empresas e seus lares tenham grande perda de renda”, afirmou o diretor de globalização e estratégias de desenvolvimento da UNCTAD, Richard Kozul-Wright. E completou: “se os líderes do G20 mantiverem seu comprometimento com uma resposta global no espírito da solidariedade, deve haver ação compatível para 6 bilhões de pessoas vivendo fora das economias do G20.”
Em face ao eminente tsunami financeiro deste ano, a UNCTAD propõe uma estratégia quádrupla que poderia começar a traduzir as manifestações de solidariedade internacional em ações concretas.
Primeiro, uma injeção de liquidez de 1 trilhão de dólares; um tipo de injeção de recursos destinada àqueles deixados para trás, por meio da realocação de direitos de saque já existentes no Fundo Monetário Internacional (FMI), adicionando uma nova alocação de recursos que precisará ir muito além da realizada em 2009 para responder à crise financeira internacional.
Segundo, um jubileu (eliminação) de dívida para economias em dificuldades. Um congelamento imediato nos pagamentos de dívidas soberanas seria seguido de um significativo alívio. Uma referência seria o que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, quando metade da enorme dívida alemã foi cancelada. Com uma medida deste tipo, cerca de 1 trilhão de dólares de dívidas seriam cancelados este ano, sob a supervisão de um organismo independente a ser criado.
Terceiro, um Plano Marshal para recuperação da saúde financiado pela assistência ao desenvolvimento (ADO) prometida há muito tempo, mas nunca colocada em prática pelos parceiros desenvolvidos. A UNCTAD estima que 500 bilhões de dólares adicionais – um quarto do que faltou em assistência ao desenvolvimento na última década – , a maior parte na forma de subsídios, poderiam ser destinados a serviços de emergência em saúde e programas de ajuda social.
Finalmente, os controles de capital devem ter seu lugar legítimo em qualquer política para reduzir as saídas de capital, a falta de liquidez causada pelas vendas nos mercados financeiros dos países em desenvolvimento e para deter quedas nos preços de moedas e ativos.
O pacote proposto tem tamanho similar ao que deveria ter sido entregue aos países em desenvolvimento na última década se os países do Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) tivessem atingido a meta de de 0,7% de assistência ao desenvolvimento, disse a UNCTAD.
O relatório completo (em inglês) está disponível aqui.
Informações para a imprensa:
UNCTAD – Genebra
Telefone: +41 22 917 5828
Emails: unctadpress@un.org e Catherine.Huissoud@un.org
 
Posted: 30 Mar 2020 11:29 AM PDT
Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Foto: OMS
Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Foto: OMS
Carissa F. Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, dará na terça-feira (31) uma coletiva de imprensa sobre a rápida evolução da COVID-19 na região das Américas e a resposta da OPAS a esta pandemia.
A coletiva será transmitida via Facebook (www.facebook.com/pahowho) e Twitter (www.twitter.com/opsoms), direto da sede da OPAS, em Washington D.C.
QUANDO: Terça-feira, 31 de março, das 11h às 11h30 (horário de Brasília)
QUEM:
• Dra. Carissa F. Etienne, diretora da OPAS
• Dr. Jarbas Barbosa, vice-diretor da OPAS
• Dr. Ciro Ugarte, Diretor de Emergências em Saúde da OPAS

Contatos:

Leticia Linn: +1 202 974 3440 | +1 (202) 701 4005 | linnl@paho.org
Sebastian Oliel: +1 202 974 3459 | +1 (202) 316 5679 | oliels@paho.org
Ashley Baldwin: +1 202 974 3872 | +1 (202) 340 4025 | baldwinash@paho.org
 
Posted: 30 Mar 2020 10:46 AM PDT
O gerenciamento correto de resíduo biomédico e de serviços hospitalares requer identificação, coleta, separação, armazenamento, transporte, tratamento e descarte apropriados. Foto: pixabay/leo2014
O gerenciamento correto de resíduo biomédico e de serviços hospitalares requer identificação, coleta, separação, armazenamento, transporte, tratamento e descarte apropriados. Foto: pixabay/leo2014
Com a pandemia do novo coronavírus e seus impactos sobre a saúde humana e a economia, os governos são instados a tratar a gestão de resíduos — sejam eles hospitalares, domésticos ou de outros tipos perigosos — como um serviço público urgente e essencial para minimizar possíveis impactos secundários à saúde e ao meio ambiente.
Atualmente, muitos tipos de resíduos perigosos e hospitalares estão sendo gerados, como máscaras, luvas e outros equipamentos infectados, juntamente com um grande volume de itens não infectados de mesma natureza.
A gestão inadequada desses resíduos pode causar efeitos imprevisíveis na saúde humana e no meio ambiente. Por isso, o manuseio seguro e o descarte final desses materiais são vitais para uma resposta de emergência eficaz.
O gerenciamento correto de resíduo biomédico e de serviços hospitalares requer identificação, coleta, separação, armazenamento, transporte, tratamento e descarte apropriados, além de outras práticas importantes, como desinfecção, proteção e capacitação de pessoal.
As Diretrizes Técnicas da Convenção da Basileia sobre o Gerenciamento Correto de Resíduos Biomédicos e de Serviços de Saúde contêm informações úteis e práticas para a gestão destes materiais, e podem orientar as autoridades.
Mais informações sobre a gestão segura e o descarte final de resíduos hospitalares podem ser encontradas no site do Centro Regional para a Ásia e o Pacífico da Convenção da Basileia, com sede em Pequim, que lista uma série de documentos com orientações e boas práticas.
A gestão segura do lixo doméstico também será, provavelmente, crucial durante a pandemia de COVID-19. Os resíduos de serviços médicos, como máscaras, luvas, medicamentos usados ​​ou vencidos, bem como outros itens contaminados, podem facilmente se misturar ao lixo residencial comum.
Porém, devem ser tratados como resíduos perigosos e descartados separadamente. Eles devem ser armazenados à parte de outros lixos domésticos e coletados por especialistas das prefeituras ou por empresas de coleta especializadas.
As diretrizes sobre as especificidades da reciclagem ou descarte de resíduos são detalhadas na Cartilha sobre Resíduos Biomédicos e de Serviços de Saúde, também da Convenção da Basileia.
Neste momento, as Partes da Convenção da Basileia estão trabalhando em um documento de orientação para o gerenciamento correto do lixo doméstico e, embora este documento ainda não esteja finalizado, um rascunho foi liberado para consulta e orientações provisórias.
O secretário-executivo das Convenções de Basileia, Roterdã e Estocolmo, Rolph Payet, declarou que “todos os segmentos da sociedade estão se unindo para combater o vírus e minimizar o impacto humano e econômico da COVID-19 em todo o mundo”.
“Para enfrentar esse grande desafio, convoco as pessoas responsáveis pelas tomadas de decisão em todos os níveis – internacional, nacional, municipal e distrital – a unirem esforços para garantir que a gestão de resíduos, inclusive de fontes hospitalares e domésticas, receba a devida atenção e prioridade, a fim de garantirmos a minimização dos impactos na saúde humana e no meio ambiente provenientes dessa onda de resíduos potencialmente perigosos”, complementou.

Convenção de Basileia

A Convenção de Basileia é o principal acordo ambiental a nível mundial sobre resíduos perigosos e outros, com 187 Partes signatárias.
Com o objetivo de proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos adversos desses materiais, seu escopo abrange uma grande lista de resíduos definidos como perigosos com base em suas origens, composição e/ou características, além de dois outros tipos definidos como “outros”, nomeadamente lixos domésticos e cinzas de incineradores.
O Secretariado das Convenções de Basileia, Roterdã e Estocolmo, ou Secretariado do BRS, serve os três principais acordos ambientais multilaterais sobre produtos químicos e resíduos perigosos, a fim de proteger a saúde humana e o meio ambiente.

Sobre o PNUMA

O PNUMA é a principal voz global em questões ambientais. Fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.
 
Posted: 30 Mar 2020 09:54 AM PDT
Phumzile Mlambo-Ngcuka, vice-secretária geral da ONU e diretora executiva da ONU Mulheres. Foto: Rick Bajornas (ONU)
Phumzile Mlambo-Ngcuka, subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva da ONU Mulheres. Foto: Rick Bajornas (ONU)
Por Phumzile Mlambo-Ngcuka*
Uma coisa é clara sobre a pandemia da COVID-19, à medida em que as bolsas de valores caem, as escolas e as universidades fecham, as pessoas armazenam suprimentos e a casa se torna um espaço diferente e cheio de gente: esse não é apenas um problema de saúde. É um choque profundo para nossas sociedades e economias, expondo as deficiências de acordos públicos e privados, que atualmente funcionam apenas se as mulheres desempenharem papéis múltiplos e mal pagos.
Aplaudimos os esforços dos governos que estão tomando medidas extraordinárias para impedir a propagação de infecções. E a forte liderança, desde as bases até as Chefias de Estado, fornecendo respostas bem direcionadas, da chanceler Merkel e do primeiro-ministro Solberg, que abordam as ansiedades nacionais, ao primeiro-ministro Ardern, destacando o bem-estar em suas medidas econômicas.
Com as crianças fora da escola, as mães em casa ainda podem trabalhar, mas muitas também se tornaram professoras e cuidadoras, com consequências para as pessoas anteriormente empregadas nessas funções. Para as 8,5 milhões de mulheres trabalhadoras domésticas migrantes, frequentemente com contratos inseguros, a perda de renda também afeta sua família. Mulheres profissionais como a mãe sul-coreana Sung So-young relatam o dilema de precisar voltar ao escritório, mas precisar renunciar a isso para permitir o trabalho contínuo de seus parceiros e parceiras com maior salário. À medida que as escolas fecham em mais países, o número de mães que enfrentam isso em todo o mundo aumenta e as consequências se acumulam.
Em meados de março, havia 207.855 casos confirmados em 166 países, áreas ou territórios. Sem dados desagregados por sexo, no entanto, esses números nos permitem apenas perceber parte da história do impacto sobre mulheres e homens. Precisamos de muito mais dados desagregados por sexo para nos dizer como a situação está evoluindo, incluindo taxas diferentes de infecção, impactos econômicos diferenciados, carga de cuidados diferenciados e incidência de violência doméstica e abuso sexual.
Mesmo sem isso, a experiência das principais epidemias anteriores aponta para pontos fortes e vulnerabilidades específicas que podemos observar e ser pessoas proativas para salvaguardar. Onde governos ou empresas implementam proteção à renda, isso pode facilitar esses dilemas, sustentar a renda e evitar levar as famílias à pobreza. Essa resposta também deve incluir a economia informal, onde a maioria das mulheres ganha a vida trabalhando fora de casa . Essa proteção social é mais direcionada especificamente para as mulheres.
O surto de Ebola de 2014-2016 – na Guiné, Libéria e Serra Leoa – e a epidemia de Zika 2015-2016 – na América Latina – trazem lições essenciais de saúde pública e socioeconômicas de gênero. As mulheres nesses surtos foram expostas a riscos de saúde e econômicos, como estão novamente, agora, de maneira intrinsecamente conectada com seus papéis na comunidade e responsabilidades como cuidadoras no lar e na família.
Por exemplo, as infecções por Ebola e Zika foram potencialmente catastróficas para as mulheres grávidas. Durante os dois surtos anteriores, o acesso aos serviços de planejamento familiar foi muito limitado e as mulheres grávidas e lactantes foram excluídas da vacinação contra o vírus. Isso mostra a importância da continuidade dos serviços de saúde materna para evitar o ressurgimento de mortes relacionadas ao parto, assim como o acesso igualitário das mulheres ao desenvolvimento e uso de todos os produtos médicos, incluindo vacinas uma vez que forem produzidas.
Na Libéria, 85% das pessoas comerciantes são mulheres. Seus meios de subsistência e segurança econômica sofreram com as restrições de viagens relacionadas ao Ebola, limitando o comércio e afetando bens perecíveis. Naquela época, juntamente com o Banco Central da Libéria, fomos capazes de ajudar milhares de mulheres comerciantes transfronteiriças a salvar e expandir seus negócios por meio de transferências de renda via tecnologia móvel. Isso destaca a importância de prever o papel das mulheres nas medidas de recuperação e o uso inovador da tecnologia na solução de problemas.
Este é um momento para os governos reconhecerem a enormidade da contribuição que as mulheres fazem e a precariedade de muitas. Isso inclui um foco em setores em que as mulheres são super-representadas e mal remuneradas, como pessoas assalariadas diariamente, pequenas empresárias, aquelas que trabalham nos setores de limpeza, assistência, caixa e catering e na economia informal.
Globalmente, as mulheres representam 70% das pessoas que estão trabalhando da linha de frente no setor social e de saúde, como enfermeiras, parteiras, faxineiras e lavadeiras. Precisamos de estratégias de mitigação que visem especificamente os impactos à saúde e econômicos do surto da COVID-19 nas mulheres e que apoiem ​​e aumentem a resiliência das mulheres, como vimos na Libéria e em outros lugares. E para tornar essas respostas bem planejadas, as mulheres devem estar totalmente engajadas em sua criação, ser beneficiárias prioritárias da ajuda e parceiras na construção de soluções a longo prazo.
Estamos aprendendo mais a cada dia com a pandemia na China. Trabalhamos em estreita colaboração com a liderança do país como parte da resposta coletiva da ONU. As campanhas conjuntas atingiram 1 bilhão de pessoas, com comunicações que aumentam a conscientização por meio de informações de saúde pública, combatem o estigma e a discriminação, refletem as necessidades específicas das mulheres, promovem a liderança e as contribuições das mulheres e desenvolvem planos de recuperação que vinculam igualdade, saúde e economia.
Estou orgulhosa que nossa equipe da ONU Mulheres está presente em todas as etapas, assegurando o acesso a informações sensíveis a gênero e colaborando com agências-irmãs como o UNFPA, que vem mobilizando apoio para mulheres grávidas e condições seguras para o parto. Também estamos trabalhando com organizações de mulheres em todo o mundo, por exemplo, com a Rohingya Refugees em Cox’s Bazar (Bangladesh), onde mulheres, especialmente em ambientes altamente segregados, podem não ter informações críticas. Aqui, as mulheres se organizaram em uma rede que educa mulheres e meninas sobre como manter a segurança e evitar infecções.
Todas nós, envolvidas e envolvidos nesse esforço, seja do setor público ou privado, precisamos adotar uma abordagem coordenada e centrada nas pessoas para desenvolver rapidamente a capacidade do sistema de saúde nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, fazendo um esforço consciente para colocar as mulheres na frente. Por exemplo, criar um melhor acesso a equipamentos de proteção individual adequados para as cuidadoras domiciliares e remover obstáculos no seu trabalho, promovendo acordos de trabalho flexíveis e garantindo o fornecimento de produtos de higiene menstrual. Essas necessidades são ainda mais importantes para áreas de isolamento social ou quarentena. O mesmo acontece com as considerações de violência de gênero que são exacerbadas por essas condições, mas podem não receber a atenção de que precisam, na tentativa de responder à pandemia.
A violência contra as mulheres já é uma pandemia em todas as sociedades, sem exceção. Todos os dias, em média, 137 mulheres são mortas por um membro de sua própria família. Também sabemos que os níveis de violência doméstica e exploração sexual aumentam quando as famílias são colocadas sob as crescentes pressões advindas de preocupações com segurança, saúde, dinheiro e condições de vida restritas e confinadas. Vemos isso frequentemente entre as populações deslocadas em campos lotados de refugiados e refugiadas; onde a violência doméstica relatada triplicou recentemente em alguns países que praticam isolamento social.
A ciberviolência também se tornou um recurso rotineiro da internet e, à medida em que as restrições de movimento aumentam os jogos on-line e o uso de salas de bate-papo, essa é uma área de vigilância para proteger as meninas. As meninas também podem intensificar seu próprio trabalho de resistência nessa área e liderar com soluções de mídia social. Na China, a hashtag #AntiDomesticViolenceDuringEpidemic decolou, ajudando a expor a violência como um risco durante o isolamento e vinculada a recursos on-line.
A COVID-19 nos oferece uma oportunidade de ação radical e positiva para corrigir as desigualdades de longa data em várias áreas da vida das mulheres. Há espaço para não apenas resistência, mas recuperação e crescimento. Peço aos governos e a todos os outros prestadores e prestadoras de serviços, incluindo o setor privado, que aproveitem a oportunidade para planejar sua resposta à COVID-19 como nunca fizeram antes e que levem em consideração totalmente a perspectiva de gênero, construindo proativamente conhecimentos de gênero em equipes de resposta. Por exemplo, incluir fundos emergentes para abrigos de mulheres, para que esses possam oferecer apoio a mulheres que precisam escapar de relacionamentos violentos e almejam apoio econômico, hospitalidade e pequenas empresas em que as mulheres são predominantemente empregadas em contratos precários, e são mais vulneráveis ​​à economia forçada de custos.
Tudo isso precisa de financiamento; as organizações que respondem à COVID-19 precisam de recursos para inclusão social e de gênero, e imploro a doadoras e doadores que incluam isso em seu apoio, por ser um elemento constante e fortemente positivo a ser incluído nos orçamentos de desenvolvimento e melhorando, em vez de reduzir, o apoio às medidas de igualdade de gênero. As organizações que atendem às mulheres precisam de assistência para reforçar sua resposta e se preparar para a recuperação. Isso precisa de recursos que muitas organizações não possuem. Apelamos às empresas para aumentar seu apoio às mulheres, em vez de adotar uma abordagem de austeridade. É necessária uma resposta global coordenada da magnitude que se seguiu à crise financeira, construída com uma lente de gênero e totalmente inclusiva.
Este é um momento de acerto de contas para nossos valores nacionais e pessoais e um reconhecimento da força da solidariedade para os serviços públicos e a sociedade como um todo. Esta é uma oportunidade para reconstruir sociedades melhores, mais fortes, resilientes e igualitárias. É um momento de priorização ousada. Dar os passos certos agora, de olho em um futuro restaurado, pode trazer alívio e esperança às mulheres do mundo.
*Phumzile Mlambo-Ngcuka é subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva da ONU Mulheres.
 
Posted: 30 Mar 2020 09:49 AM PDT
A recomendação do órgão da ONU para reduzir a propagação da COVID-19 em prisões incluem reduzir a população carcerária por meio de esquemas de libertação antecipada, provisória ou temporária de infratores de baixo risco. Foto: Pixabay
A recomendação do órgão da ONU para reduzir a propagação da COVID-19 em prisões incluem reduzir a população carcerária por meio de esquemas de libertação antecipada, provisória ou temporária de infratores de baixo risco. Foto: Pixabay
O Subcomitê das Nações Unidas para Prevenção da Tortura (SPT) publicou nesta segunda-feira (30) recomendações detalhadas sobre uma série de ações que governos e órgãos independentes de monitoramento devem adotar para proteger as pessoas privadas de liberdade durante a pandemia de COVID-19.
O documento cita medidas a serem tomadas pelas autoridades em todos os locais de privação de liberdade, incluindo prisões, centros de detenção de imigrantes, campos de refugiados fechados e hospitais psiquiátricos, a fim de mitigar os riscos à saúde criados pelo novo coronavírus.
As medidas incluem considerar a redução da população carcerária por meio da implementação de esquemas de libertação antecipada, provisória ou temporária de infratores de baixo risco; a revisão de todos os casos de prisão preventiva; a extensão do uso da fiança para todos os casos menos graves; além da revisão e redução do uso de detenção de imigrantes e de campos fechados para refugiados.
O documento também enfatiza que todos os detidos, pessoas em quarentena e em ambientes médicos fechados, suas famílias e todo o pessoal devem receber informações confiáveis, precisas e recentes sobre todas as medidas adotadas.
“No espaço de poucas semanas, o coronavírus teve um profundo impacto na vida diária de todos. Nas prisões e em outros locais de privação de liberdade, muitos dos quais estão severamente superlotados e insalubres, existem problemas cada vez mais agudos que exigem ação imediata”, disse Malcolm Evans, presidente do SPT.
“Os governos precisam tomar as medidas de precaução necessárias para evitar a propagação da infecção e implementar medidas de emergência para garantir que os detidos tenham acesso a níveis adequados de assistência médica e mantenham contato com as famílias e o mundo exterior”, acrescentou.
A recomendação também pede aos órgãos nacionais independentes de monitoramento, oficialmente conhecidos como mecanismos preventivos nacionais (MNP), que continuem exercendo seu mandato preventivo durante a pandemia, incluindo visitas a locais de detenção sempre que possível, levando em conta as legítimas restrições de contato social e o princípio humanitário de “não causar danos”.
A recomendação enfatiza que os MPNs devem poder continuar seu trabalho preventivo, mesmo que o acesso total a locais de privação de liberdade seja temporariamente restrito.
Além disso, o SPT adiou sua visita a Madagascar, que estava originalmente prevista para maio, tendo em vista a atual situação de pandemia.
O Subcomitê de Prevenção da Tortura monitora a adesão dos Estados-partes ao Protocolo Opcional à Convenção contra a Tortura, que até o momento foi ratificado por 90 países.
O órgão é composto por 25 membros, especialistas independentes em direitos humanos de todo o mundo, que atuam em sua capacidade pessoal e não como representantes dos Estados-partes.
O Subcomitê tem o mandato de realizar visitas aos países, durante o curso das quais pode visitar qualquer lugar onde as pessoas possam ser privadas de sua liberdade.
Clique aqui para acessar o documento completo (em inglês).
 
Posted: 30 Mar 2020 09:09 AM PDT

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Posted: 30 Mar 2020 07:54 AM PDT
Até sexta-feira (27), Joinville (SC) totalizava dez casos confirmados de pacientes com COVID-19, segundo o site da Prefeitura. Foto: pixabay/OrnaW
Até sexta-feira (27), Joinville (SC) totalizava dez casos confirmados de pacientes com COVID-19, segundo o site da Prefeitura. Foto: pixabay/OrnaW
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) entregou na quinta-feira (26) Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que serão utilizados pelos profissionais de saúde de Joinville (SC) no tratamento de pacientes com COVID-19.
O recurso para a compra do material foi destinado pela Procuradoria do Trabalho Municipal (PTM) de Joinville, ligada ao Ministério Público do Trabalho (MPT), em cooperação com o escritório da ONU.
Os 200 macacões, os 100 óculos, as 350 caixas de luvas e os 100 protetores faciais com viseiras foram encaminhados ao Setor de Recebimento de Doações e Logística da Secretaria Municipal de Saúde (SES), que vai destinar os insumos aos hospitais que necessitam, segundo a gerente administrativa e financeira da SES, Janaína Ferreira Teixeira.
De acordo com a representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, realizar compras eficientes para melhorar a vida das pessoas é uma das razões de existência da organização. “O UNOPS e o MPT vêm trabalhando juntos para gerar impactos sociais, promovendo transformações positivas na sociedade”, finalizou a representante.
Já a procuradora do trabalho da PTM de Joinville, Ana Carolina Martinhago Balam, responsável pela destinação, ressaltou que a linha de frente no combate à pandemia da COVID-19 são os profissionais de saúde.
“Anteciparmo-nos ao avanço do surto e auxiliá-los com os equipamentos aptos a protegê-los é dever da instituição, que tem como missão a preservação dos direitos fundamentais dos trabalhadores”, disse, referindo-se ao MPT.
Janaína Teixeira da SES de Joinville afirmou que a doação de cada um dos EPIs salva muitas pessoas, pois cada profissional que os utiliza é capaz de atender diversos pacientes.
Ainda de acordo com ela, a secretaria não estava preparada para uma situação inesperada como esta, e enfrenta dificuldades para comprar insumos, por questões de logística e restrições do próprio mercado. Assim, as doações são de extrema importância, finalizou ela.
Até sexta-feira (27), cidade totalizava dez casos confirmados de pacientes com COVID-19, segundo o site da Prefeitura.
 
Posted: 30 Mar 2020 07:29 AM PDT
Mais de 1,5 bilhão de estudantes em 165 países foram afetados pelo fechamento de escolas devido à COVID-19. Foto: UNESCO
Mais de 1,5 bilhão de estudantes em 165 países foram afetados pelo fechamento de escolas devido à COVID-19. Foto: UNESCO
Em um momento no qual 87% da população mundial de estudantes é afetada pelo fechamento de escolas devido à COVID-19, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) está lançando uma coalizão global de educação para apoiar os países a ampliar suas melhores práticas de aprendizagem a distância e atingir crianças e jovens em maior risco.
Mais de 1,5 bilhão de estudantes em 165 países foram afetados pelo fechamento de escolas devido à COVID-19.
“Nós nunca antes havíamos testemunhado a interrupção educacional em uma escala como esta”, disse a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. “A parceria é o único caminho a seguir. Esta coalizão é um apelo para a ação coordenada e inovadora, para desbloquear soluções que não apenas darão suporte imediato a estudantes e professores, como também por meio do processo de recuperação com o principal foco na inclusão e na equidade.”
Desde o fechamento de escolas para conter a pandemia de COVID-19, os governos têm implementado soluções de educação a distância e lidado com a complexidade para oferecer educação de forma remota, desde o fornecimento de conteúdo e apoio a professores, até orientar as famílias e a enfrentar os desafios da conectividade.
A equidade é a preocupação suprema, porque os fechamentos prejudicam de forma desproporcional os estudantes vulneráveis e desfavorecidos, que dependem das escolas para receber uma gama de serviços sociais, incluindo saúde e nutrição.
“Nós devemos agilizar as formas de compartilhar experiências e ajudar os mais vulneráveis, quer eles tenham acesso à Internet ou não”, disse Angelina Jolie, enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que fez parceria com a UNESCO no estabelecimento da coalizão.
A vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohamed, expressou o pleno comprometimento da ONU com a coalizão, e alertou que “para milhões de crianças e jovens de origens desfavorecidas, o fechamento de escolas pode significar a perda de uma rede de segurança vital – de nutrição, proteção e apoio emocional”.
Ela acrescentou que “este não é o momento para aprofundar as desigualdades. É tempo de investir no poder transformador da educação. Na medida em que entramos na década de ação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, nossa responsabilidade como uma comunidade global consiste em não deixar absolutamente ninguém para trás”.
Os parceiros multilaterais, incluindo Organização Internacional do Trabalho (OIT), ACNUR, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização Mundial da Saúde (OMS), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e União Internacional de Telecomunicações (UIT), bem como Parceria Global para a Educação, Education Cannot Wait, Organização Internacional da Francofonia, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Banco de Desenvolvimento Asiático se uniram à coalizão, destacando a necessidade de apoio rápido e coordenado aos países, a fim de mitigar os impactos adversos do fechamento de escolas, em particular para os mais desfavorecidos.
O setor privado, incluindo, Microsoft, GSMA, Weidong, Google, Facebook, Zoom, KPMG e Coursera, também se uniu à coalizão, contribuindo com recursos e sua expertise em tecnologia, sobretudo em conectividade e no fortalecimento de capacidades. As empresas que usam dados educacionais e de estudantes se comprometeram a manter os padrões éticos.
Organizações filantrópicas e sem fins lucrativos, como Khan Academy, Dubai Cares, Profuturo e Sesame Street, também já fazem parte da iniciativa, e estão mobilizando seus recursos e serviços para apoiar escolas, professores, familiares e estudantes durante este período inédito de interrupção educacional.
As agências de mídia também estão convidadas a se unirem à coalizão, como fez a BBC World Service, que se comprometeu a apoiar os jovens em isolamento em todo o mundo. A BBC irá produzir recomendações, histórias e materiais de educação midiática para ajudar os jovens isolados a compreender como o coronavírus pode afetá-los.
Com ênfase na equidade e na igualdade entre homens e mulheres, a Coalizão Global de Educação atenderá às necessidades específicas dos países, conforme previsto durante as reuniões de ministros da Educação convocadas pela UNESCO.
A coalizão se esforçará para atender às necessidades com soluções gratuitas e seguras, unindo parceiros para tratar dos desafios da conectividade e de conteúdos, entre outros.
Irá fornecer ferramentas digitais e soluções de gestão da aprendizagem para colocar online recursos educacionais nacionais digitalizados, além de selecionar recursos para o ensino a distância e fortalecer a expertise técnica, ao usar uma combinação de abordagens tecnológicas e comunitárias, dependendo dos contextos locais.
Em todas as intervenções, será dada atenção especial para garantir a segurança dos dados e a proteção da privacidade de estudantes e professores.
Em especial, a coalizão visa:
ajudar os países na mobilização de recursos e na implementação de soluções inovadoras e adequadas ao contexto para fornecer educação a distância, utilizando abordagens de baixa e alta tecnologia, ou mesmo sem nenhuma tecnologia;
buscar soluções equitativas e acesso universal;
assegurar respostas coordenadas e evitar a duplicação de esforços;
facilitar o retorno de estudantes às escolas quando estas reabrirem, para evitar um aumento nas taxas de abandono.
“Nós estamos trabalhando juntos para encontrar uma forma de assegurar que as crianças de todos os lugares possam continuar sua educação, com cuidado especial às comunidades mais vulneráveis e desfavorecidas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em sua mensagem de vídeo que marca o lançamento da coalizão, em conjunto com a diretora-geral da UNESCO e outras personalidades.
 
Posted: 30 Mar 2020 07:05 AM PDT
Equipe médica de Xiang Lu em Hubei, China. Foto: Xiang Lu (Arquivo Pessoal)
Equipe médica de Xiang Lu em Hubei, China. Foto: Xiang Lu (arquivo pessoal)
Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 638.146 casos confirmados da COVID-19 em todo o mundo até este domingo (29). A estimativa é de que 30.030 pessoas morreram em 202 países e territórios, e mais de 100 mil se recuperaram da doença.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, a ameaça global mais urgente é a falta de equipamentos de proteção individual. Até agora, a OMS forneceu cerca de 2 milhões de itens e equipamentos de proteção a 74 países, e prepara a mesma quantidade para mais 60 nações.
Para o diretor-geral da OMS, ainda é preciso fazer muito mais. “O problema só pode ser resolvido com cooperação e solidariedade. Todos estão em risco quando os profissionais da saúde estão expostos a essa situação”, explicou.
Além de reforçar que é preciso apoiar pesquisas e testes de casos mais agressivos, o diretor-geral da OMS pediu que seja aumentada a produção e capacidade de realizar testes em todo o mundo.
Mais de 50 ministros da saúde compartilharam suas experiências e lições aprendidas com o surto do coronavírus na China, no Japão, na Coreia do Sul e em Cingapura.
Tedros reforçou que as ações bem-sucedidas de combate ao coronavírus são detecção precoce, isolamento, acompanhamento, identificação e quarentena de casos confirmados e de pessoas com quem tiveram contato. Outras medidas são otimizar os cuidados e promover a comunicação em favor da confiança entre pessoas e grupos.

Tratamento urgente

A OMS estima que uma vacina contra o novo coronavírus demorará pelo menos 18 meses.
A Noruega e a Espanha já têm os primeiros candidatos inscritos para participar do ensaio clínico ‘Solidariedade’, lançado na sexta-feira (20), que vai comparar a segurança e a eficácia de quatro medicamentos ou combinações diferentes. Mais de 45 países já contribuem para este ensaio – incluindo o Brasil que tem a Fiocruz como instituição responsável por liderar este processo no país.
Para a OMS, esse teste histórico reduzirá de forma drástica o tempo necessário para ter fortes evidências sobre a ação dos remédios.
O diretor-geral lembrou que na história da medicina há muitos exemplos de medicamentos que funcionavam no papel, ou em tubos de ensaio, mas não em humanos. “Em alguns casos chegaram a ser prejudiciais”, explicou.
Essa situação ocorreu durante a recente epidemia do ebola, quando alguns medicamentos que eram considerados eficazes não o foram, após terem sido comparados em ensaios clínicos. “Devemos seguir as evidências científicas. Não há atalhos para essa questão”, concluiu o diretor-geral da OMS.

 
Posted: 30 Mar 2020 07:01 AM PDT
Clique para exibir o slide.Como parte das ações de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus no Brasil, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) está se somando aos esforços da Operação Acolhida para fortalecer as respostas de saúde junto a refugiados e migrantes venezuelanos que se encontram em Roraima, como também às comunidades de acolhida.
Em Boa Vista, equipes do ACNUR estão atuando com a Força Tarefa Logística e Humanitária da Operação Acolhida – resposta federal aos refugiados e migrantes da Venezuela – na construção da Área de Proteção e Cuidados (APC), que terá capacidade para 1.200 leitos hospitalares e 1 mil leitos para pessoas infectadas ou com suspeita de infecção.
Uma vez inaugurado, o espaço também servirá para atender brasileiros que vivem comunidades fora de Boa Vista e não possuem local para ficar na capital de Roraima.
Além da assessoria técnica voltada para construção do espaço, a Agência da ONU para Refugiados doará 200 unidades habitacionais para refugiados (as mesmas usadas nos abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista), 1 mil colchões e materiais de higiene e limpeza.
O ACNUR também está apoiando tecnicamente a construção emergencial da APC, localizada em um espaço de 42,5 m² nos arredores de Boa Vista, capital de Roraima.
Refugiados e migrantes que vivem em assentamentos informais nas ruas de Boa Vista também estão sendo beneficiados, aumentando a segurança sanitária de toda a população da cidade.
A fim de mitigar os possíveis riscos dessas populações mais vulneráveis, o ACNUR continua a identificar espaços para inclusão do maior número de pessoas nos abrigos que administra por meio de parceiros. Até agora, 140 pessoas saíram das ruas e recebera cuidados básicos, infraestrutura, alimentação e um local seguro para viverem.
Em outras áreas da cidade, 20 unidades habitacionais serão instaladas para uma área de isolamento dessa população de casos suspeitos de coronavírus. É mais uma ação para mitigar os riscos de contaminação de refugiados e migrantes, bem como a distribuição de itens de higiene e limpeza para manutenção da dos cuidados preventivos de pessoas e do ambiente.
“O ACNUR tem como mandato a proteção de refugiados e, com a pandemia de COVID 19, as pessoas mais vulneráveis que vieram da Venezuela para o Brasil enfrentam riscos adicionais. Continuaremos apoiando a resposta do governo a esta população, garantindo a proteção da sua saúde dessa e das comunidades que os acolhem”, afirma Arturo de Nieves, coordenador das ações de campo do ACNUR nos estados de Roraima e Amazonas.
A área será dividida em duas seções principais: cuidados e proteção. A área de cuidados, com capacidade para 1,2 mil pessoas, oferecerá tratamento para casos leves, médios, e graves de infeção por novo coronavírus. A área de proteção, com capacidade para mil pessoas, será dividida entre o espaço de isolamento de pessoas infetadas e o de pessoas suspeitas de infeção.
“Até o momento, existem apenas 10 casos confirmados de COVID-19 entre a população brasileira no estado de Roraima, nenhum deles entre refugiados e migrantes da Venezuela. Considerando um cenário em que essa população possa ser infectada pelo novo coronavírus, torna-se urgente a ampliação da capacidade de resposta de saúde da Operação Acolhida”, reforça de Nieves.
Mais de 7,3 mil itens de ajuda emergencial foram distribuídos na região para as populações mais vulneráveis. Kits de higiene e limpeza, colchões, redes, fraldas e roupas beneficiaram mais de 14 mil pessoas no estado, com previsão de mais entregas nas próximas semanas.
Ainda, as equipes do ACNUR, outras agências da ONU e parceiros da sociedade civil continuam a realizar sessões informativas sobre higiene e medidas preventivas de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em abrigos e nos assentamentos informais.
“Sem a participação efetiva das agências da ONU, seria impossível para a Operação Acolhida oferecer essa resposta aos refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima. O ACNUR tem trabalhado conosco na elaboração dos protocolos do Plano Emergencial COVID-19, e seu conhecimento tem sido fundamental para a construção da Área de Proteção e Cuidados”, destaca o general Antônio Manoel Barros, coordenador da Força-Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida.
“As agências da ONU têm experiência em certas áreas que, somadas aos conhecimentos das Forças Armadas, nos tornaram muito mais proativos nas nossas ações. E o ACNUR tem trabalhado conosco na elaboração dos protocolos do Plano Emergencial COVID-19”, completa o general.

Apelo global

A pandemia de coronavírus acelera, matando milhares de pessoas todos os dias. A população mais vulnerável a este surto inclui 70 milhões de crianças, mulheres e homens a deslocados à força por guerras e perseguições.
Para manter e mesmo expandir suas operações durante a pandemia do novo coronavírus, prevenir a disseminação da COVID-19 junto a refugiados e comunidades de acolhida e assegurar a continuidade de atividades vitais, o ACNUR lançou globalmente um apelo de 255 milhões de dólares.
A Agência da ONU para Refugiados quer responder ao surto de coronavírus e continuar a agir em parceria com os governos nas respostas extra-emergenciais no contexto da pandemia.
O financiamento irá cobrir as necessidades orçamentárias adicionais do ACNUR para os próximos nove meses em resposta ao surto, e o plano de resposta será implementado pelas agências da ONU, com o apoio direto de ONGs internacionais, locais e outros parceiros.
 

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