Boletim diário da ONU Brasil: “Vice-chefe da ONU exalta esporte como meio de fortalecer laços e promover a paz” e 14 outros.
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qui, 4 de abr 18:23 (há 5 dias)
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Posted: 04 Apr 2019 02:12 PM PDT
Jogadores celebram prêmio de competição de futebol em campo de refugiados no norte de Darfur. Foto: ONU/Albert González Farran
Celebrando o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse em evento em Nova Iorque na quarta-feira (3) que o “esporte ajuda a encontrar lugar comum” durante tempos de divisões. A data é lembrada em 6 de abril e tem o objetivo de fortalecer laços sociais e promover os ideais de paz, fraternidade, tolerância e justiça.
“O esporte tem o poder de alinhar nossa paixão, energia e entusiasmo em torno de uma causa coletiva”, afirmou. “E é precisamente quando a esperança pode ser nutrida e a confiança pode ser reconquistada”.
O esporte desempenhou papeis importantes em todas as sociedades ao longo da história mundial – fazendo dele um foco natural para o Sistema ONU. Mohammed relembrou histórias de “soldados escalando trincheiras na primeira Noite de Natal da Primeira Guerra Mundial” para jogar futebol e criar uma trégua passageira, e do tênis de mesa como um meio de aliviar tensões da Guerra Fria na década de 1970.
“Está em nosso interesse coletivo colher o tremendo poder do esporte para ajudar a construir um futuro melhor e mais sustentável para todos”, afirmou.
Além disso, ela destacou que a Agenda 2030 identifica o esporte como um facilitar do desenvolvimento sustentável. “O esporte pode ajudar a promover a tolerância e o respeito, contribuir para o empoderamento de mulheres e jovens e avançar nas áreas de saúde, educação e inclusão social”, afirmou.
Declarando que “nenhuma instituição ou entidade pode fazer isto sozinha”, Mohammed destacou a necessidade de “parcerias entre todas as partes da sociedade, especialmente comunidades jovens e locais”. Além disso, citou colaborações com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e com a FIFA para avançar liderança de mulheres.
Mohammed também pediu mudanças na gestão de eventos esportivos, de modo a aproveitar práticas ambientalmente amigáveis e propostas com foco socioambiental.
“Vamos intensificar nossos esforços compartilhados para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e reconhecer verdadeiramente o poder do esporte para mudar as vidas de pessoas, comunidades, países e além”, afirmou.
“Obrigada por ajudarem o mundo a marcar um gol pela humanidade”, concluiu.
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Posted: 04 Apr 2019 02:03 PM PDT
Equipe do UNOPS e da RedePPP. Foto: UNOPS
O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e a Rede Intergovernamental para o Desenvolvimento das Parcerias Público-Privadas (RedePPP) renovaram em março um acordo para troca de informações sobre experiências na área de parcerias público-privadas (PPPs).
O acordo tem como objetivos a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da sustentabilidade e da igualdade de gênero nas políticas públicas relativas às PPPs. Também impulsiona a cooperação para realização de eventos e intercâmbios de boas práticas e o trabalho conjunto para aprimorar o marco legal e as capacidades do setor público na área de PPPs.
Claudia Valenzuela, representante do UNOPS no Brasil, explica que as PPPs são importantes para o alcance dos ODS. “O ODS 17 trata exatamente sobre a promoção deste tipo de parceria e sua importância para todos os outros objetivos”, disse. Assim, colaborar com a rede que reúne estados e municípios brasileiros é uma ótima forma de apoiar os governos para que alcancemos juntos os ODS, salientou.
“Consideramos a renovação da parceria com o UNOPS um importante marco para fortalecer a colaboração entre as instituições, que inclui o intercâmbio de informações e a cooperação para incentivar as boas práticas relativas às PPPs no Brasil e principalmente na estruturação e consolidação das ações estratégicas previstas para o próximo biênio da RedePPP”, detacou Rogério Princhak, coordenador da RedePPP.
O UNOPS é um organismo operacional das Nações Unidas. Em todo o mundo, o Escritório apoia o Sistema ONU, seus parceiros e governos a fornecer soluções nas áreas de assistência humanitária, desenvolvimento, paz e segurança. Sua missão é ajudar as pessoas a melhorarem suas condições de vida e os países a alcançarem a paz e o desenvolvimento sustentável, alinhado com os objetivos da Agenda 2030.
O órgão foca seu trabalho na implementação de projetos e está comprometido com os valores das Nações Unidas e com a eficiência do setor privado. Os serviços prestados pelo UNOPS abrangem as áreas de infraestrutura, gerenciamento de projetos, compras, gestão financeira e recursos humanos.
Os parceiros solicitam os serviços para complementar suas próprias capacidades, aumentar a velocidade, reduzir riscos, promover a relação custo-benefício e melhorar a qualidade de seus projetos em diferentes áreas.
A RedePPP é uma organização intergovernamental que tem por finalidade promover ações necessárias à elaboração de políticas, fixação de diretrizes e harmonização de procedimentos e normas relacionadas às parcerias público-privadas, bem como promover a colaboração mútua entre os estruturadores e gestores públicos de PPP da federação. Ela reúne mais de 50 organizações, incluindo 19 estados e 17 municípios.
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Posted: 04 Apr 2019 01:44 PM PDT
Novo código penal de Brunei impõe pena de morte para atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo, para adultério e por ter filho fora do casamento. Foto: UNAIDS
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) manifestaram nesta quinta-feira (4) preocupação com as novas disposições do código penal de Brunei, que entraram em vigor na véspera.
O novo código, que impõem a pena de morte para a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo, para adultério e por ter filho fora do casamento, violam várias normas internacionais de direitos humanos, incluindo o direito de viver livre da tortura, de penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. As disposições terão um significativo impacto negativo na saúde e bem-estar geral da população do país asiático, disseram as agências da ONU.
“Essas punições extremas e injustificadas levarão as pessoas à clandestinidade e as deixarão fora do alcance dos serviços de tratamento e prevenção do HIV capazes de salvar vidas”, disse Michel Sidibé, diretor-executivo do UNAIDS. “Peço insistentemente a Brunei que suspenda ou revogue as emendas ao código penal e ofereço o apoio do UNAIDS para garantir que as leis sejam baseadas em direitos humanos, em evidências, e que protejam os mais vulneráveis.”
As leis que punem a orientação sexual, as relações entre pessoas do mesmo sexo e os cuidados de saúde reprodutiva são discriminatórias e têm um impacto desproporcional sobre as mulheres, criando barreiras para acesso a informações e serviços de saúde, o que aumenta a vulnerabilidade ao HIV e a outros problemas de saúde, disseram as agências. Impedir o acesso à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos, incluindo serviços de HIV, tem impacto negativo para a saúde pública.
“Toda pessoa, sem distinção, têm o mesmo direito de viver livre de violência, perseguição, discriminação e estigma de qualquer tipo. Direitos humanos são universais. Práticas e crenças culturais, religiosas e morais e atitudes sociais não devem ser usadas como justificativa para violações de direitos humanos contra qualquer grupo, independentemente de gênero ou orientação sexual”, declarou Natalia Kanem, diretora-executiva do UNFPA.
A criminalização da conduta sexual entre pessoas do mesmo sexo tem aumentado o estigma e proporcionado o aumento da discriminação, da violência e do assédio. As evidências mostram que, onde as comunidades são criminalizadas, elas ficam mais vulneráveis à violência e são menos propensas a buscar e ter acesso aos serviços de saúde necessários, além de se tornarem menos capazes de se proteger contra a infecção pelo HIV. Criminalizar as pessoas também atrapalha o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Assembléia Geral das Nações Unidas, lembraram as agências.
O UNAIDS e o UNFPA manifestaram preocupação com o aumento de políticas e da retórica conservadora e discriminatória em vários países, o que pode potencialmente dar origem a violência, estigma e discriminação contra as pessoas com base em gênero, identidade de gênero e orientação sexual. Discussões recentes com governos na região Ásia-Pacífico destacaram a necessidade de implementar leis e políticas informadas por evidências e baseadas nos direitos humanos.
As agências da ONU também disseram apoiar os apelos do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e a carta aberta dos relatores de direitos humanos das Nações Unidas para suspender a implementação do código penal revisado.
Além disso, incentivam todos os governos a proteger os direitos humanos de todas as pessoas. Isso inclui a revogação de leis criminais contra condutas sexuais adultas consensuais e decisões sobre reprodução, implementação de leis para proteger todas as pessoas contra violência e discriminação e garantia de serviços de saúde adequados, incluindo serviços de saúde sexual e reprodutiva acessíveis para atender suas necessidades.
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Posted: 04 Apr 2019 01:42 PM PDT
Iniciativa do Instituto Companheiros das Américas recebeu apoio do UNODC. Foto: ICA
No Brasil, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes ( UNODC) financiou, em 2018, diferentes iniciativas de ONGs que articulam o ensino de esportes com a prevenção da criminalidade entre os jovens. O auxílio da agência da ONU no nível local faz parte dos seus esforços mais amplos para promover as atividades esportivas como um meio de combater a violência.
Um dos projetos apoiados pelo UNODC foi implementado na zona oeste do Rio de Janeiro, no bairro Cidade de Deus, onde a violência de gangues tem sido um problema grave, levando jovens para a violência e para o uso de drogas.
Para reverter esse cenário, o Instituto Companheiros das Américas (ICA) decidiu criar na região um programa que conecta o esporte à empregabilidade e ao empreendedorismo. Voltado para jovens em situação de vulnerabilidade, a iniciativa do ICA buscava capacitar a juventude com as habilidades necessárias para o ingresso no mercado de trabalho. A organização também queria promover o reingresso no sistema formal de educação.
A proposta despertou o interesse dos moradores — mais de 300 jovens se inscreveram no processo seletivo do projeto, que tinha somente 50 vagas. Com o início das atividades, a estratégia de usar o esporte para estimular a procura por emprego e por qualificação mostrou-se bem-sucedida.
O UNODC lembra, porém, que o contexto de violência na cidade de Deus, com constantes tiroteios e confrontos com a polícia, foi um dos obstáculos à implementação do projeto. Episódios de violência levaram a diversas interrupções da rotina planejada, com o cancelamento de aulas e o não comparecimento dos alunos.
Apesar do cenário de recessão econômica no estado do Rio de Janeiro e no Brasil, as metas de “engajamento positivo” com o mercado de trabalho foram atingidas para 27 participantes do programa, que concluíram um treinamento específico sobre empregabilidade.
O ICA também utilizou a metodologia de formação em habilidades para a vida do UNODC, o Vamos Nessa, que aborda fatores de risco para o crime e uso de drogas. Cinquenta jovens se inscreveram na capacitação.
Do outro lado da Baía de Guanabara
Em Niterói, a 38 quilômetros da Cidade de Deus, a ONG Instituto Rumo Náutico realizou o seminário “Barcos como Instrumentos de Educação”, uma iniciativa também voltada para a juventude em contextos de vulnerabilidade. O objetivo era promover o esporte educacional, em particular a vela, como uma ferramenta pedagógica para fortalecer a resiliência de jovens marginalizados.
Promovido em julho do ano passado, o seminário marcou o 20º aniversário do Projeto Grael e foi realizado na sede da instituição, com treinamentos, palestras, workshops, aulas teóricas e práticas de vela, canoagem e remada. O foco do evento era promover o esporte como elemento central do desenvolvimento humano integral.
Foram 80 horas de atividades para um público de mais de 200 alunos e professores de educação física, docentes de modalidades náuticas, lideranças comunitárias que desenvolvem projetos na área, além de outras pessoas interessadas no universo esportivo.
No Planalto Central
Também com apoio do UNODC, a Fundação Assis Chateaubriand ofereceu aconselhamento psicológico para jovens em situação de marginalização em centros esportivos de Brasília, Ceilândia, Estrutural e São Sebastião. A assistência vinha acompanhada de um treinamento dos participantes do programa, que puderam aprender o ofício dos árbitros de futebol.
Trinta e sete crianças e jovens em contexto de vulnerabilidade social foram certificados ao concluírem o curso de Jovem Árbitro – Futebol 7. A formação foi realizada entre 16 de julho e 13 de agosto. As aulas foram ministradas por instrutores socialmente reconhecidos nos municípios onde o projeto foi executado.
Além de dar apoio psicossocial e capacitação, a iniciativa permitiu aos alunos ver o outro lado do esporte, humanizando o papel dos juízes de futebol. Em dezembro de 2018, três jovens que participaram do curso atuaram como árbitros no Festival Esportivo Vamos Nessa, promovido pelo UNODC em Brasília.
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Posted: 04 Apr 2019 01:20 PM PDT
Idosa em Muse Township, no estado de Shan, norte de Mianmar. Foto: OCHA/Htet Htet Oo
A expectativa média de vida global aumentou cinco anos e meio desde a virada do século, e as mulheres sobrevivem mais do que os homens “em todos os lugares”, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (4).
“Seja homicídio, acidentes de trânsito, suicídio, doenças cardiovasculares — uma e outra vez, os homens estão pior do que as mulheres”, disse Richard Cibulskis, principal autor do Panorama Mundial de Estatísticas de Saúde da OMS 2019.
Além do aumento médio de 66,5 para 72 anos no geral, os resultados também mostraram que a expectativa de vida “saudável” — o número de anos que as pessoas vivem com saúde total — aumentou de 58,5 em 2000 para 63,3 em 2016.
Com base nos recentes riscos de mortalidade, meninos que nascerem no mundo este ano viverão, em média, 69,8 anos, e meninas, 74,2 anos — uma diferença de 4,4 anos.
Diferentes atitudes de homens e mulheres em relação à saúde ajudam a explicar a discrepância na expectativa de vida entre os gêneros, sugeriu o relatório.
Em países com epidemia generalizada de HIV, por exemplo, os homens “são menos propensos a fazer o teste de HIV do que as mulheres, menos propensos a ter acesso à terapia antirretroviral e mais propensos a morrer de doenças relacionadas à AIDS do que as mulheres”, concluiu o estudo.
O mesmo princípio se aplica aos portadores de tuberculose, com pacientes do sexo masculino menos propensos a procurar atendimento do que as mulheres. O relatório também descobriu que das 40 principais causas de morte, 33 delas contribuem de forma mais significativa para a redução da expectativa de vida em homens do que em mulheres.
Em 2016, dados indicaram que a probabilidade de um homem de 30 anos morrer de uma doença não transmissível – como problemas cardíacos – antes dos 70 anos é 44% maior do que para uma mulher de mesma idade.
Outros resultados demonstraram que as taxas globais de suicídio foram 75% mais altas nos homens do que nas mulheres, as mortes por lesões na estrada foram mais de duas vezes mais altas nos homens do que nas mulheres com mais de 15 anos e as taxas de mortalidade masculina ligadas ao homicídio foram quatro vezes maiores.
Mortes maternas
O estudo também indicou que a diferença de expectativa de vida entre homens e mulheres diminui quando falta acesso para as mulheres a serviços de saúde, com as mortes maternas contribuindo “mais do que qualquer outra causa” para reduzir a expectativa de vida feminina, de acordo com Samira Asma, diretora-geral assistente de dados da OMS.
“Há diferenças chocantes no risco de morte materna entre países de alta e baixa renda”, disse a jornalistas em Genebra, com base em dados indicando que uma em cada 41 mulheres morre de causas maternas em países de baixa renda, comparada a uma em cada 3,3 mil nos países de alta renda.
Essa conclusão também atende à insistência do relatório de que em quase todos os países em desenvolvimento há menos de quatro enfermeiras e parteiras por 1.000 pessoas, e que a expectativa de vida é fortemente afetada pela renda.
Isso é mais evidente em países de baixa renda, onde as pessoas vivem em média 18,1 anos a menos do que em países de alta renda, e onde uma criança em cada 14 morrerá antes do quinto aniversário.
“Essas estatísticas ressaltam a necessidade de priorizar urgentemente os cuidados primários de saúde para gerenciar com eficácia as doenças não transmissíveis e reduzir os fatores de risco”, afirmou Samira. “Por exemplo, algo tão simples como controlar a pressão arterial simplesmente não está acontecendo na escala necessária e o uso do tabaco continua sendo a principal causa de morte prematura.”
Embora as Estatísticas da Saúde Global da OMS tenham sido desagregadas por gênero pela primeira vez, a agência da ONU advertiu que muitos países ainda estão tendo dificuldades para fornecer informações desagregadas por gênero que poderiam ajudar a avaliar melhor as necessidades individuais.
Uma das tendências confirmadas no relatório é o aumento das doenças não transmissíveis em países de baixa e média renda, associado a um aumento dos fatores de risco, como tabagismo, consumo de álcool e dietas não saudáveis.
A tendência é particularmente acentuada no continente africano, onde é exacerbada pela falta de acesso a cuidados primários de saúde e medicamentos, segundo a OMS.
Clique aqui para acessar o relatório (em inglês).
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Posted: 04 Apr 2019 12:25 PM PDT
Secretário-geral da ONU, António Guterres, cumprimenta pessoal nacional e internacional em sua chegada à sede da UNSMIL, na Líbia, em abril de 2019. Foto: ONU/Mohamed Alalem
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou profunda preocupação com relatos de avanço de forças militares em direção à capital da Líbia, Trípoli, declarando que “não há solução militar” para restaurar paz e estabilidade no país.
Guterres está em visita à Líbia, em apoio aos esforços do governo internacionalmente reconhecido para unir líderes rivais em todo o país para uma conferência nacional de reconciliação. Eleições democráticas serão realizadas posteriormente este ano.
O chefe da ONU disse no Twitter que está “profundamente preocupado com a movimentação militar acontecendo na Líbia e com o risco de confronto”. “Não há solução militar. Apenas diálogo dentro da Líbia pode resolver problemas líbios”, acrescentou.
De acordo com a imprensa internacional, o comandante Khalifa Haftar, que lidera uma administração rival através das Forças Armadas da Líbia no leste do país, instruiu suas forças a seguirem para o oeste. Segundo os relatos, a ação foi descrita como uma suposta busca a elementos terroristas. Trípoli fica no noroeste do país.
As Forças Armadas da Líbia avançaram nas últimas semanas para tomar controle de territórios no sul do país.
No mês passado, Guterres expressou esperança de uma solução para a instabilidade da Líbia, para o conflito civil e para a turbulência econômica, decorrentes da queda do ex-ditador Muammar Gaddafi, em 2011. Segundo o chefe da ONU, a solução poderia ser encontrada após um encontro histórico entre o primeiro-ministro, Faiez Serraj, e o comandante Haftar, que aconteceu no final de fevereiro.
Os dois líderes concordaram em realizar eleições nacionais e democráticas, e em “maneiras de manter estabilidade no país e unificar suas instituições”, de acordo com comunicado da Missão da ONU no país, UNSMIL.
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Posted: 04 Apr 2019 12:13 PM PDT
Foto: Pexels
Estratégias para enfrentar a informalidade no mercado de trabalho latino-americano e caribenho devem ser repensadas para lidar com formas inéditas de precariedade laboral, geradas pela adoção de novas tecnologias produtivas. O alerta é da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e Caribe ( CEPAL), que reuniu especialistas da ONU e de organismos financeiros nesta semana (3), no Chile, para um seminário sobre desafios trabalhistas regionais.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimava em 2016 que, na América Latina e Caribe, 53,8% dos empregados em centros urbanos trabalhavam em regimes informais. Segundo a CEPAL, a informalidade na região está estreitamente vinculada à estrutura produtiva, uma vez que uma grande proporção da força de trabalho está em setores de baixa produtividade, marcados pela falta de cobertura das regulações trabalhistas e de formas de proteção social.
Nos setores de produtividade alta ou média, nos quais as empresas tendem, em maior proporção, a estarem formalizadas, o emprego informal também é observado. Isso acontece como reflexo de estratégias de redução de custos.
Atualmente, de acordo com a comissão da ONU, o uso de plataformas digitais tem permitido a geração de postos de trabalho que não estão cobertos pela legislação trabalhista existente — o que traz a ameaça de uma nova modalidade de informalidade e precariedade laboral. Um dos desafios da região é garantir direitos para esses trabalhadores sem limitar as oportunidades que a inovação tecnológica pode promover.
Durante o seminário, o secretário-executivo adjunto da CEPAL, Mario Cimoli, ressaltou que a informalidade é um obstáculo ao exercício dos direitos trabalhistas e sociais.
Para o especialista, análises sobre o problema não devem se limitar às políticas do mercado de trabalho, mas sim enxergar os vínculos do fenômeno com fatores estruturais e conjunturais, como o crescimento econômico, a transformação tecnológicas, as dinâmicas de reprodução da pobreza e da desigualdade e as restrições externas da região.
“Devemos recolocar o tema da informalidade como um componente importante da análise econômica e social da região”, alertou Cimoli.
O evento desta semana marcou o ponto de partida do projeto Transformações tecnológicas na América Latina: fomentando empregos produtivos e enfrentando os desafios de novas formas de informalidade. A iniciativa é coordenada pelas Divisões de Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social da CEPAL, junto com o Escritório em Buenos Aires, com financiamento do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas.
O encontro reuniu representantes da OIT, CEPAL, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Agência de Cooperação Alemã (GIZ). O seminário foi financiado pelo governo da Alemanha.
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Posted: 04 Apr 2019 11:30 AM PDT
O Programa EletriCidadania de Voluntariado Corporativo conseguiu, em 14 anos, mudar a cultura de atividades sociais da COPEL. Foto: COPEL
Quando, em 2004, a Companhia Paranaense de Energia (COPEL) decidiu estimular seus funcionários a realizar ações sociais por meio da utilização de até quatro horas mensais de sua jornada de trabalho para trabalhos voluntários, não imaginava a espiral virtuosa que geraria.
Vencedor do Prêmio Viva Voluntário 2018 na categoria Voluntariado no Setor Público, o Programa EletriCidadania de Voluntariado Corporativo conseguiu, em 14 anos, mudar a cultura de atividades sociais da empresa.
“No começo, abríamos as oportunidades de voluntariado e demorávamos para preenchê-las. Agora, em duas horas, as vagas se esgotam”, contou a responsável pelo programa, Adriana Campos. O que antes era feito de maneira espontânea por alguns voluntários ganhou a forma de ações corporativas estruturadas.
Atualmente, o núcleo de voluntários participa da criação de hortas, da reforma de espaços, bem como do conserto de computadores, organização de bazares e ações contínuas, como aulas de informática e de artesanato.
Além de ajudar algumas organizações da sociedade civil, as ações de voluntariado também transformam os próprios voluntários. Em uma pesquisa realizada pela companhia em 2017, 62% deles afirmaram que o voluntariado ajudou no desenvolvimento do trabalho em equipe, e 54% concordaram que aprenderam a lidar com a diversidade e ampliaram seu conhecimento de outras culturas.
As ações
Por se tratar de uma empresa de economia mista (pública e privada), a COPEL precisa respeitar os princípios da publicidade e isonomia da administração pública. Foi por isso que surgiu a ideia de fazer uma chamada pública para cadastro de organizações da sociedade civil.
Hoje, a COPEL conta com 48 organizações cadastradas em diversas regiões do Paraná, visitadas por funcionários da companhia para o levantamento de demandas e necessidades. A partir disso, oportunidades de transformação são abertas no sistema.
Impacto nos voluntários
Adriana conta que, em grande parte, as ações voluntárias realizadas pela COPEL são pontuais, mas alguns funcionários acabam se tornando voluntários permanentes da organização.
Como exemplo, ela cita uma voluntária que, no dia da ação, percebeu que havia uma sala de leitura que ninguém utilizava. Ela retornou ao local e criou um projeto de incentivo à leitura, catalogando os livros e organizando oficinas de narração de histórias. Como resultado, aumentou o interesse e o gosto das crianças pela leitura em uma iniciativa que já existe há mais de um ano.
Esse não é um caso isolado. “Quando fomos fazer uma ação em um Centro de Educação Infantil, tínhamos vagas para o bazar e para contar histórias. Uma voluntária deixou bem claro que não queria lidar com crianças de jeito nenhum, então, foi voluntariar no bazar. Entretanto, depois de um período, ela ficou tão sensibilizada que acabou organizando a festa para o Dia das Crianças”, contou Adriana.
O número de voluntários cresce de forma constante. Em 2015, ano da primeira chamada pública, eram 190 voluntários. Em 2017, esse número saltou para 338, com as mulheres sendo a maioria das participantes: 67%, em uma companhia majoritariamente masculina.
Visão do futuro
A COPEL estuda incentivar o voluntariado para ajudar funcionários em transição para a aposentadoria e como ferramenta de desenvolvimento de habilidades e competências.
Além disso, para 2019, a empresa planeja diversificar o voluntariado corporativo para além das ações sociais. A proposta é que os funcionários sejam consultores voluntários para assessorar as organizações na gestão de recursos humanos, financeiros e na gestão de projetos.
O objetivo é fortalecer as organizações sociais para que elas desenvolvam sua capacidade de gestão para a sustentabilidade das suas ações.
O Programa Nacional de Voluntariado, Viva Voluntário, é uma iniciativa do governo federal implementada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
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Posted: 04 Apr 2019 09:51 AM PDT
Reem Arafat (meio), uma refugiada síria na escola em Whitehorse, Canadá. Foto: ACNUR/Annie Sakkab
Estão abertas as inscrições do Prêmio UNESCO para a Educação de Mulheres e Meninas. Premiação oferece 50 mil dólares para cada um dos dois vencedores. A agência da ONU chama governos e ONGs parceiras a indicar pessoas ou instituições para o concurso, que visa reconhecer projetos de promoção da igualdade gênero na educação e por meio do ensino.
Em 2019, a competição tem cinco áreas prioritárias:
- Participação — apoiar meninas a realizar a passagem do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental II e a completar a educação básica;
- Alfabetização — apoiar meninas adolescentes e jovens mulheres a adquirir habilidades de alfabetização;
- Ambiente — apoiar a criação de um ambiente de ensino e aprendizado seguro e sensível a questões de gênero;
- Professores — engajar professores a serem agentes da mudança, com atitudes e práticas sensíveis a questões de gênero;
- Habilidades — apoiar meninas e mulheres a adquirir conhecimentos/habilidades para a sua vida e seu trabalho.
Quem pode participar?
Governos dos Estados-membros da UNESCO e ONGs em parceria oficial com a UNESCO são convidadas a indicar até três pessoas, instituições ou organizações que trabalhem em favor da educação de meninas e mulheres. Candidatos interessados devem entrar em contato com a Comissão Nacional da UNESCO em seu país — ou com uma ONG em parceria oficial com a UNESCO — para serem considerados como indicações.
O quê?
Projetos indicados precisam cumprir os critérios de elegibilidade e de seleção estabelecidos pelo prêmio. Eles devem ter pelo menos dois anos de criação e funcionamento, mostrar o potencial de ser replicado em escala e contribuir para uma ou mais áreas prioritárias do prêmio.
Até quando?
O prazo para as inscrições vai até o dia 28/05/2019, à meia-noite no horário de Paris (19h do dia 27/05/2019, no horário de Brasília).
Como participar?
As indicações devem ser submetidas em inglês ou francês por meio de uma plataforma online, acessível somente para os Estados-membros da UNESCO e ONGs em parceria oficial com a UNESCO. Essa plataforma pode ser aberta para candidatos externos a partir de solicitações dos Estados-membros ou das ONGs em parceria oficial. As indicações serão avaliadas por um júri independente internacional composto por cinco especialistas que irão examinar o potencial de impacto, inovação e sustentabilidade do projeto.
De acordo com as recomendações do júri, a diretora-geral da UNESCO anunciará e premiará os laureados de 2019 em uma cerimônia oficial na Sede da UNESCO no dia 11/10/2019.
Estabelecido em 2015 e financiado pelo governo da China, o prêmio homenageia práticas excepcionais e inovadoras que fazem avançar a educação de meninas e mulheres. A premiação consiste em dois prêmios de 50 mil dólares, que ajudarão os laureados a continuar com suas iniciativas.
Para mais informações sobre o Processo de Indicação, clique aqui (em inglês).
Sobre os Critérios de Seleção, clique aqui (em inglês).
Conheça os Laureados de 2018 clicando aqui (vídeo em inglês).
Acesse a página oficial do prêmio: https://en.unesco.org/themes/women-s-and-girls-education/prize
Contato: gweprize@unesco.org
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Posted: 04 Apr 2019 08:44 AM PDT
Vista do Lago Sentarum, em Kalimantan Ocidental, na Indonésia, margeado por formações vegetais de turfa. Foto: Flickr(CC)/CIFOR/Ramadian Bachtiar
A Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, realizada recentemente em Nairóbi, no Quênia, adotou a sua primeira resolução sobre as regiões de turfa, impulsionado esforços de conservação e restauração.
Pode até não ter sido intencional, mas o Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, viu representantes da União Europeia, Indonésia, Noruega, Estados Unidos e ONU Meio Ambiente — por coincidência, todas mulheres — bater o martelo sobre uma proposta de texto comum para uma resolução pioneira sobre as regiões de turfa.
Mulheres rurais em todo o mundo são frequentemente as heroínas esquecidas da conservação dos ecossistemas. Nada mais apropriado, portanto, que a resolução sobre as regiões de turfa tenha sido concebida principalmente por mulheres.
As regiões de turfa cobrem em torno de 3% da superfície terrestre do planeta, armazenando quantidades enormes de carbono e oferecendo habitats para fauna e flora diversas. A descoberta recente de um dos maiores estoques de carbono na Bacia do Rio Congo, a Cuvette Central, que se estende do Congo até a República Democrática do Congo, alterou dramaticamente as estimativas sobre as reservas de carbono encontradas nas regiões de turfa.
A região de turfa de Cuvette Central é uma arca do tesouro da biodiversidade, como descreveu a ministra do Meio Ambiente da República do Congo, Arlette Soudan-Nonault, durante a Quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Outro país que esteve sob os holofotes dos debates sobre as regiões de turfa foi a Indonésia, que compartilhou seus esforços para superar os repetidos incêndios causados pela drenagem desses ecossistemas. A nação asiática também implementa iniciativas de larga escala para restauração e conservação.
Mas as turfas tropicais não são o único tipo que existe. Na verdade, esses ecossistemas são observados em cerca de 180 países. A ONU Meio Ambiente chamou atenção recentemente para as enormes zonas de turfa em áreas de permafrost nos pontos mais ao norte do planeta. O organismo internacional ressaltou a importância de conservar essas formações naturais, que funcionam como um barreira para mudanças climáticas potencialmente catastróficas.
“Por meio de negociações, Estados-membros perceberam que, se queriam uma ação global para as regiões de turfa, qualquer resolução precisava cobrir todas as regiões de turfa, não apenas as tropicas”, afirmou a especialista da ONU Meio Ambiente para esses ecossistemas, Dianna Kopansky.
“Delegações da União Europeia e dos Estados Unidos trabalharam juntas com a Indonésia e a República Democrática do Congo para propor um compromisso que promovesse ação climática, restauração dos ecossistemas, resiliência e meios de subsistência sem drenagem. Para muitos países que se deparam com a insegurança climática, a conservação das regiões de turfa é a solução ideal baseada na natureza.”
A resolução final, aprovada na sequência, não é legalmente vinculante, mas os países têm uma obrigação moral de aderir ao texto, que recebeu um forte apoio e também elogios dos Estados-membros, por estar alinhada ao tema da Assembleia da ONU — #SoluçõesInovadoras. A resolução insta “os Estados-membros e outras partes interessadas a dar uma maior ênfase à conservação, gestão sustentável e restauração de regiões de turfa no mundo todo”.
Nos trópicos, como a Indonésia aprendeu, o segredo para prevenir incêndios em turfas é manter as regiões úmidas. Restaurar as regiões de turfa drenadas e degradadas exige, frequentemente, a reumidificação e a restauração da hidrologia das turfas.
A resolução pede que a ONU Meio Ambiente “coordene esforços para criar um inventário global, abrangente e preciso sobre as regiões de turfa”. Sem dados confiáveis, os formuladores de políticas nem sequer sabem onde esses “pontos críticos de carbono” estão. Com isso, não podem implementar mudanças sustentáveis.
A deliberação também encoraja “os Estados-membros e outras partes interessadas a melhorar a colaboração regional e internacional para a conservação e a gestão sustentável das regiões de turfa”. O texto solicita ainda que países e todos os outros atores envolvidos na conservação, gestão e restauração das regiões de turfa “fomentem a conservação e a gestão sustentável” desses ecossistemas.
Trabalhando com muitos parceiros, a ONU Meio Ambiente está começando a transformar as mentalidades sobre as regiões de turfa.
“A adoção da resolução global sobre a Conservação e Gestão Sustentável sobre as Regiões de Turfa marca um momento importante para o meio ambiente, para a conservação da biodiversidade global, ação climática e resiliência”, afirma Tim Christophersen, chefe da Divisão da ONU Meio Ambiente sobre Água Doce, Terra e Clima e presidente da Parceria Global sobre Restauração de Florestas e Paisagens.
“E o momento é propício: a recém-declarada Década da ONU sobre Restauração de Ecossistemas 2021-2030 deve dar impulso aos esforços de conservação e restauração das regiões de turfa.”
Dianna Kopansky acrescenta que “percorremos um longo caminho desde dezembro de 2016, quando a ONU Meio Ambiente foi solicitada a coordenar os esforços para proteger, conservar e restaurar regiões de turfa”.
“Publicações como Smoke on Water e os esforços colaborativos da Iniciativa Global sobre Regiões de Turfa tiveram uma influência imensa na mudança de atitudes”, completa a especialista.
Para mais informações, entre em contato com Dianna Kopansky: dianna.Kopansky@un.org.
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Posted: 04 Apr 2019 08:19 AM PDT
A ONU Meio Ambiente lançou uma publicação que detalha o portfólio de atuação da agência no país, com foco especial para o período de 2017 a 2018. O documento, voltado ao público geral e atores ambientais, apresenta os projetos desenvolvidos nas seis áreas temáticas do organismo: eficiência de recursos, mudança do clima, ecossistemas saudáveis e produtivos, meio ambiente em estudo, governança ambiental e químicos, resíduos e qualidade do ar.
Segundo a agência da ONU, a abrangência dos resultados reforça a importância do Brasil no contexto global do desenvolvimento sustentável e das frutíferas parcerias com os entes governamentais, instituições cívicas, privadas e acadêmicas.
Disponível em inglês e português, o material também detalha a estrutura global da ONU Meio Ambiente e os secretariados e convenções liderados pelo programa, assim como seus principais parceiros globais e nacionais. Por meio de um mapa, expõe o escopo geográfico dos projetos, que estão distribuídos em todas as regiões do país.
Como conteúdo central, a publicação apresenta todos os projetos do escritório nacional e destaca os principais resultados dos últimos dois anos. Entre eles, o avanço na implementação do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), que atingiu mais de 15 milhões de registros de ocorrência de biodiversidade. Também é destacado a conclusão da análise do marco regulatório nacional para identificar lacunas e avaliar reformas necessárias para a ratificação e pronta implementação da Convenção de Minamata sobre Mercúrio no Brasil.
Na área de mudança do clima, o destaque foi para o apoio dado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para o desenvolvimento de 21 documentos abertos com subsídios técnicos e mecanismos de políticas públicas para apoiar os principais setores econômicos do país na redução das emissões de gases de efeito estufa, mirando viabilizar os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris da Convenção do Clima.
Com o objetivo de estimular governos locais a adotar políticas e ferramentas de produção e consumo sustentável, a ONU Meio Ambiente Brasil atuou junto ao Ministério do Meio Ambiente na municipalização da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), promovendo cursos de formação para gestores públicos em 359 cidades brasileiras das cinco regiões do país.
Além disso, desenvolveu uma metodologia que define critérios de sustentabilidade para produtos e serviços em compras governamentais, compartilhando as fichas técnicas com parceiros como a Advocacia-Geral da União (AGU), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Supremo Tribunal Federal (STF), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Marinha do Brasil, que têm abraçado e ampliado a agenda nacional das compras públicas sustentáveis.
Também foi destaque, em 2018, o lançamento, em setembro, no Rio de Janeiro, da Iniciativa global da ONU de Defensores Ambientais, em resposta à escalada da violência enfrentada por aqueles que trabalham na linha de frente da proteção da Terra e dos recursos naturais.
Nos meses seguintes, a instituição promoveu três media briefings com comunicadores do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Brasília, que se reuniram para discutir o papel crucial da mídia na divulgação de informações relacionadas à perda de espécies e habitat, poluição, direito à terra, crimes ambientais e a proteção de defensores dos direitos humanos e do meio ambiente.
Na área de governança, para conservação e recuperação da Mata Atlântica — floresta que já perdeu mais de 90% da sua área original —, a ONU Meio Ambiente priorizou o fortalecimento da gestão ambiental nos municípios.
Junto à Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA), a iniciativa está percorrendo os 17 estados brasileiros que abrigam a Mata Atlântica para sensibilizar e mobilizar conselheiros, prefeituras, governos estaduais e Ministério Público para a proteção desse bioma que beneficia a vida de 72% da população brasileira com serviços ecossistêmicos inestimáveis e fundamentais à saúde pública.
Outra frente importante de atuação da agência ambiental da ONU no Brasil são as áreas de Comunicação e Campanhas. A revista destaca atividades do Dia Mundial do Meio Ambiente nos últimos dois anos, além de descrever os avanços da campanha #MaresLimpos no combate ao lixo plástico que invade mares e oceanos.
Para 2019, a representante da ONU Meio Ambiente, Denise Hamú, renovou o comprometimento do programa com o país.
“Nossa perspectiva para 2019 é manter o nível de profissionalismo e pertinência das ações desenvolvidas no Brasil, bem como completar as atividades em andamento e promover a sustentabilidade das ações já empreendidas. A Agenda 2030 seguirá ditando o curso das ações que desenvolveremos no próximo ano, e a ONU Meio Ambiente Brasil continuará trabalhando com entusiasmo para construir um futuro melhor, mais saudável e sustentável para nós, nossos filhos e netos”, concluiu.
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Posted: 03 Apr 2019 03:30 PM PDT
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Posted: 03 Apr 2019 02:56 PM PDT
Três crianças que foram recrutadas como soldados em Bambari, República Centro-Africana. Foto: UNICEF/Ashley Gilbertson
De assassinatos e mutilações a recrutamento, assédio sexual e sequestros, a violência contra crianças em conflitos armados pode assumir muitas formas, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no lançamento de uma campanha para proteger crianças afetadas por conflitos.
“Se uma criança sobreviver e tiver a sorte de ser libertada para um programa de reintegração, ela ainda tem apenas uma pequena chance de recuperação”, disse Guterres em discurso lido por uma porta-voz na sede da ONU na terça-feira (2).
O chefe da ONU destacou que a falta de recursos e uma falha em fornecer assistência de longo prazo às vítimas e às suas comunidades “deixaram muitas crianças abertas à segunda vitimização, seja por estigmas ou por oportunidades inadequadas de educação e crescimento, deixando-as presas em um ciclo de violência e desespero”.
A nova campanha global, denominada “Aja para Proteger Crianças Afetadas por Conflitos”, tem o objetivo de “aumentar a conscientização mundial, auxiliar crianças em necessidade e impedir que elas se tornem vítimas, em primeiro lugar”, de acordo com Guterres.
Proteger crianças “usadas e abusadas”
Presidindo o evento de lançamento, a representante especial da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba, disse que há uma necessidade urgente de conscientização sobre o que define como seis violações graves, sendo elas: assassinatos e mutilações de crianças; recrutamento ou uso de crianças como soldados; violência sexual contra crianças; sequestro de crianças; e ataques contra escolas ou hospitais.
“Precisamos destacar o impacto de conflitos sobre as crianças”, disse, além de colocar “uma forte ênfase sobre ações tangíveis para encerrá-los e preveni-los”.
Logo da campanha: “Aja para proteger crianças afetadas por conflitos”. Foto: ONU/divulgação
Apesar de destacar o importante progresso alcançado até o momento, Gamba afirmou que o trabalho está longe do fim.
“É consenso que tais campanhas não irão trazer a mudança de que precisamos se não forem seguidas por ações tangíveis para as crianças que mais precisam”, disse a representante especial.
Ela destacou algumas das ações que a campanha irá impulsionar, incluindo os Princípios de Paris, a Declaração de Escolas Seguras e os mais recentes Princípios de Vancouver. Enquanto os Princípios de Paris estabelecem um conjunto de regras internacionais para guiar o trabalho de Instituições Nacionais de Direitos Humanos, os Princípios de Vancouver têm objetivo de melhorar a situação de crianças em conflitos armados, priorizando proteção de crianças dentro de operações de paz nas Missões da ONU.
Saiba mais sobre a campanha clicando aqui.
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Posted: 03 Apr 2019 02:53 PM PDT
Primatologista e mensageira da Paz da ONU, Jane Goodall. Foto: Instituto Jane Goodall/Michael Neugebauer
A primatologista e mensageira da Paz da ONU, Jane Goodall, completa 85 anos neste 3 de abril com um apelo para cada cidadão do planeta: fazer escolhas sustentáveis que permitam reparar os danos causados pela humanidade à natureza, revertendo a trajetória de destruição dos ecossistemas e da vida silvestre. Nascida em Londres, a britânica revolucionou o estudo dos primatas com a sua descoberta em 1960 de que chimpanzés são capazes de construir e usar ferramentas.
Jane deu os primeiros passos como cientista em 1960, quando chegou à Tanzânia para uma pesquisa de campo sobre os chimpanzés das florestas de Gombe.
Ao longo de um ano de observação, a inglesa pôde observar não só a criatividade desses primatas em utilizar materiais para a fabricação de utensílios, como também hábitos até então pouco conhecidos pelos cientistas — os chimpanzés, por exemplo, foram vistos caçando e comendo javalis e outros animais, um fato que desmentia as teorias de que eles eram primariamente vegetarianos, complementando a dieta ocasionalmente com insetos e pequenos roedores.
A então novata no mundo da primatologia também adotou uma abordagem inovadora, imergindo no habitat dos seus objetos de estudo e tratando os animais como indivíduos, com nomes e personalidades próprios.
Em 1961, Jane seria aceita como aluna de doutorado na Universidade de Cambridge, uma das poucas pessoas em toda a história da instituição a entrar na pós-graduação sem ter um diploma universitário. Após concluir a formação, ela retornaria para Gombe a fim de prosseguir com seus estudos de campo.
Em 1977, a ambientalista fundou o Instituto Jane Goodall, que deu início a projetos de conservação na Tanzânia. Ao longo das décadas, a instituição expandiu seus programas educativos e de conscientização e hoje está presente em quase cem países. A organização promove a capacitação e o engajamento de jovens por meio da sua iniciativa Roots and Shoots.
Clique para exibir o slide.Em 2002, Jane Goodall foi nomeada mensageira da Paz da ONU pelo então secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan. Desde então, a primatologista participa de diversas conferências da Organização para defender a preservação da biodiversidade e cobrar ações de cada indivíduo por um mundo mais sustentável.
“Nós deveríamos compartilhar o planeta (com outras espécies). E, no entanto, espécies estão desaparecendo, ecossistemas estão entrando em colapso. Isso vai nos afetar. Mas agora percebemos, cada vez mais, que outros animais também têm emoções e sentimentos. Eles sentem dor, eles sentem medo”, alertou a cientista em evento com jovens estudantes para marcar o Dia da Paz na ONU, em 2017.
“E o que estamos fazendo com eles (os animais)? Eles também são refugiados, eles também estão perdendo suas casas. Também estão morrendo e sofrendo”, enfatizou Jane.
A ativista lembrou ainda que a paz e a dignidade só poderão ser uma realidade na vida de todos os seres humanos “se pararmos a guerra que estamos travando, enquanto espécie, contra o mundo natural, contra o meio ambiente que, na verdade, nos sustenta, nos dá água potável e ar limpo”.
“Cada um de nós importa e tem um papel a desempenhar nesse mundo, mesmo que ainda não saibamos que papel é esse. Cada um de nós causa algum impacto no planeta num único dia sequer que vivemos. E nós estamos numa posição privilegiada de sermos capazes de escolher que tipo de impacto causamos. O que compramos, o que vestimos, o que comemos? Como essas pequenas escolhas afetam as futuras gerações?”, questionou na ocasião a mensageira da ONU.
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Posted: 03 Apr 2019 02:23 PM PDT
Muçulmanos rohingya de Mianmar fogem da violência, considerada por investigadores da ONU crimes contra a humanidade. Foto: ACNUR/Roger Arnold
Relatores especiais das Nações Unidas condenaram na terça-feira (2) em comunicado a decisão do governo da Índia de deportar mais três rohingyas para Mianmar, e instaram autoridades a cessar deportações forçadas, que são proibidas sob a lei internacional. Segundo relatório do escritório da ONU para direitos humanos, a minoria é vítima de um “exemplo clássico de limpeza étnica” em Mianmar.
Os três muçulmanos rohingyas deportados, um pai e seus filhos, estavam presos desde 2013 por acusações relacionadas à falta de documentação. Em 3 de janeiro de 2019, a Índia separou e devolveu à força cinco outros membros da família a Mianmar.
“Estamos consternados com a decisão do governo indiano de continuar retornos forçados de rohingyas a Mianmar, onde enfrentam alto risco de ataques, represálias e outras formas de perseguição por conta de suas identidades étnicas e religiosas”, disseram os especialistas.
Em agosto de 2018, investigadores da ONU afirmaram que os principais comandantes militares em Mianmar precisam ser investigados e processados por crimes contra civis sob a lei internacional, incluindo genocídio. Em relatório, o Escritório do Alto Comissari
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