Boletim diário da ONU Brasil: “Publicação traz recomendações e estratégias sobre uso de medicamentos” e 11 outros.
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ter, 9 de abr 18:48 (há 7 dias)
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Posted: 09 Apr 2019 01:20 PM PDT
Comitê lança publicação com recomendações e estratégias sobre uso de medicamentos e “medicalização da vida”. Foto: ONU
O Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos lançou na segunda-feira (8), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília (DF), a publicação “Uso de medicamentos e medicalização da vida: recomendações e estratégias”.
O documento é resultado de debate realizado em agosto de 2018 entre representantes do Comitê e especialistas sobre três temas: medicalização da vida, uso de medicamentos por grupos em situação de vulnerabilidade e uso racional de antimicrobianos.
Segundo a publicação, quando utilizados indevidamente, os medicamentos podem ser danosos à saúde e, inclusive, levar à morte. “É importante ressaltar que o medicamento é uma tecnologia importante no processo terapêutico de inúmeros tipos de doenças, porém, é preciso evidenciar o uso indiscriminado e, muitas vezes, desnecessário”, destacou o documento.
Para abordar a questão, o relatório afirmou ser essencial que os profissionais de saúde estejam atentos aos diversos aspectos relacionados à farmacoterapia do paciente, observando se de fato determinado medicamento está indicado, se é efetivo e seguro, e se há adesão ao tratamento.
Como resultado do processo de medicalização da vida, Fernanda Rebelo, gerente geral de monitoramento de produtos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apontou um aumento alarmante no consumo de antibióticos de classes terapêuticas que não são necessariamente a primeira opção de tratamento.
Isso contribui para o crescimento da resistência antimicrobiana. “Nos últimos quatro anos, o número de prescrições e consumo de antibióticos nos estados (brasileiros) quase triplicou. Começamos a fazer análises laboratoriais e os dados sobre resistência são preocupantes e impactantes. É um problema mundial que deve ser abordado com mais propriedade”, afirmou.
Tomás Pippo, coordenador de Medicamentos e Tecnologia em Saúde da OPAS/OMS Brasil, lembrou que o “uso irracional de medicamentos, além de não produzir benefícios para a saúde, pode gerar consequências negativas e desperdícios ao sistema de saúde”. Esses recursos poderiam ser realocados para ampliar a cobertura e o acesso, que nem sempre é equitativo, justificou.
Ele ressaltou também a necessidade da integração de farmacêuticos às equipes de saúde. “A assistência farmacêutica exige um trabalho de equipes multidisciplinares. Cada um tem uma responsabilidade a cumprir, mas o trabalho precisa ser integrado. Fazemos um chamado para o fortalecimento dessas equipes e da assistência”, disse.
“Precisamos ter o farmacêutico como um parceiro que não apenas dispensa medicamentos, mas que olha clinicamente para as pessoas, promove a farmacoterapia e amplia o acesso ao uso racional de medicamento com qualidade”, complementou Sandra Barros, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
Pippo ressaltou que o Brasil foi um dos primeiros países a criar um comitê para o uso racional de medicamentos e que possui ferramentas importantes, como a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), a Política Nacional de Medicamentos e a Política de Assistência Farmacêutica. “Normativamente, temos tudo o que é necessário. Agora, o desafio é implementar, fazer com que a assistência chegue de forma equitativa”.
A publicação, segundo Evandro Lupatini, coordenador-geral de Monitoramento das Políticas Nacionais de Assistência Farmacêutica e de Medicamentos do Ministério da Saúde, é resultado do trabalho de mais de 40 pessoas, que se debruçaram em contextos nacionais e internacionais de agendas nas quais é preciso avançar para impactar, de fato, na saúde e na qualidade de vida da população.
Comitê Nacional
O Comitê é uma instância consultiva instituída no âmbito do Ministério da Saúde, que tem como objetivo orientar e propor ações, estratégias e atividades para a promoção do uso racional de medicamentos no âmbito da Política Nacional de Promoção da Saúde.
É composto por OPAS, ANVISA, Ministério da Educação (MEC), Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Conselho Federal de Odontologia (CFO), Federação Nacional dos Farmacêuticos (FENAFAR), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).
Outros membros incluem Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), Conselho Nacional de Saúde (CNS)/representação dos usuários, Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS), Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade e Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos (ISMP-Brasil).
Clique aqui para acessar a publicação.
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Posted: 09 Apr 2019 12:42 PM PDT
Accelerate2030 identifica negócios inteligentes e inovadores em fase de crescimento, que tenham impacto direto em ao menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Foto: Jay Burton
O Impact Hub e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançaram na segunda-feira (8) a terceira edição do Accelerate 2030, programa que identifica negócios inteligentes e inovadores em fase de crescimento com impacto direto em ao menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A expectativa é de que 30 negócios sejam escolhidos na etapa nacional. Os três que apresentarem melhor desempenho serão indicados para a etapa global, da qual participam 16 países.
Os empreendedores selecionados terão acesso a um programa de aceleração que inclui treinamentos, desenvolvimento de um plano para escala internacional, fomento a conexões estratégicas e suporte especializado. As inscrições podem ser feitas até 30 de abril no site do Accelerate 2030.
O cofundador do Impacto Hub no Brasil, André Maciel, destacou a importância do programa para alavancar modelos de negócio que promovem o desenvolvimento sustentável.
“Acreditamos que os empreendedores podem desempenhar um papel importante no avanço de soluções não convencionais para os desafios cada vez mais complexos e críticos do mundo. No entanto, eles precisam de mais do que um ecossistema favorável para prosperar. Necessitam de impulso e acesso a redes específicas de suporte em sua jornada para crescer em nível global”, afirmou.
Na primeira etapa do programa, os responsáveis pelos negócios selecionados participarão de encontros locais nas capitais brasileiras participantes: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Manaus e Florianópolis.
Durante as reuniões, os empreendedores são capacitados para aprimorar práticas de mensuração de impacto, elaborar um plano de escala global, oferecer suporte e fazer contato com especialistas, investidores, mentores e parceiros no mundo todo.
Já na segunda etapa, três finalistas serão indicados para participar de uma imersão em Genebra, na Suíça, onde terão acesso a diversas rodadas de negócio e serão destaque em eventos globais voltados aos ODS. Por fim, receberão suporte de organizações internacionais por mais nove meses para fortalecerem seus negócios.
“Percebemos que precisávamos sair da nossa zona de conforto e buscar parcerias com atores que conhecem bem esse ecossistema empreendedor e que sabem como inovar e dar suporte a startups”, explicou a diretora do PNUD em Genebra, Maria Luisa Silva.
O programa conta com o apoio internacional da farmacêutica Pfizer e do International Trade Center e, no Brasil, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Fundação Grupo Boticário.
Para mais informações, clique aqui.
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Posted: 09 Apr 2019 11:49 AM PDT
Representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, participou de atividade no IBGE, durante a qual ressaltou importância de estabelecer novas parcerias em prol da modernização dos sistemas estatísticos. Foto: UNFPA Brasil/Vinicius Monteiro
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveu na semana passada (2 a 4) no Rio de Janeiro (RJ) um encontro para discutir formas de melhorar a qualidade das informações coletadas para a realização do próximo censo demográfico no país, em 2020.
O evento, realizado em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), reuniu instituições censitárias de vários países.
Segundo o assessor de população e desenvolvimento do UNFPA, Vinicius Monteiro, a atividade visou estabelecer um intercâmbio de boas práticas e experiências com outros institutos nacionais de estatística de países em desenvolvimento.
“É uma excelente oportunidade de trocas com os técnicos de outros países, que têm a oportunidade de acompanhar a segunda etapa da prova-piloto e contribuir a partir desta observação e, ao mesmo tempo, estar em contato com conhecimentos e técnicas, desenvolvidas pelo IBGE, que é referência internacional na área”, disse.
A partir do caso prático da Segunda Prova Piloto do Censo 2020 do Brasil, o evento abordou diferentes aspectos de uma operação censitária e o aperfeiçoamento da metodologia de formação dos agentes recenseadores e da coleta dos dados.
Esta etapa de preparação para o censo destina-se a avaliar a compreensão dos quesitos pelos informantes, o tempo de aplicação do questionário, possíveis inconsistência de fluxo ou regra de crítica para atestar a funcionalidade do aplicativo de coleta.
O evento considerou a agenda de diálogo e as recomendações internacionais sobre a rodada 2020, bem como recomendações para um acompanhamento mais preciso da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
O representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, disse ser de fundamental importância consolidar as experiências e as redes já existentes.
“O exercício de compartilhar experiências, como o que foi realizado nestes três dias, contribui para o avanço em soluções inovadoras para desafios comuns enfrentados pelos países”, declarou.
“É de fundamental importância também estabelecer novas parcerias que busquem a consolidação dos avanços alcançados em prol da modernização dos sistemas estatísticos e melhoria contínua da qualidade”, completou.
Esta cooperação se enquadra como uma das atividades do Programa de Trabalho do Grupo sobre Censos da Conferência Estatística das Américas para o Biênio 2018/2019, bem como do Programa de Cooperação Sul-Sul Trilateral entre UNFPA e Go Brasil.
A atividade contou com a participação de representantes dos institutos de estatística de Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Costa Rica, Equador, México, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai, além de representantes de UNFPA, ABC e Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
Projeto de Cooperação Sul-Sul
No âmbito da parceria de Cooperação Sul-Sul trilateral Brasil-UNFPA, foi assinado, em dezembro de 2016, o projeto “Centros de Referência em Censos com Coleta Eletrônica de Dados na África”.
A iniciativa tem o objetivo de capacitar os institutos nacionais de estatística de Senegal e Cabo Verde na utilização de tecnologias de coleta eletrônica de dados, baseada na experiência brasileira.
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Posted: 09 Apr 2019 10:59 AM PDT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) promove na próxima quinta-feira (11) um dia inteiro de eventos culturais e de entretenimento para celebrar 100 anos de trabalho em busca da justiça social global e da promoção do trabalho decente para todos.
Uma maratona de 24 horas de apresentações e performances ocorrerá em diferentes países do mundo. No Brasil, a celebração ficará a cargo da cantora Daniela Mercury, em uma apresentação às 15h no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA), em parceria com a poeta Elisa Lucinda. O evento será transmitido ao vivo pela Internet.
Clique aqui para acessar a lista completa de eventos pelo mundo (em inglês).
Clique aqui para assistir à apresentação em Salvador (BA).
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Posted: 09 Apr 2019 10:47 AM PDT
Em meio a níveis recordes de deslocamento forçado desde a Segunda Guerra Mundial, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) reuniu cinco números sobre a situação de quem teve de deixar suas casas e comunidades para trás. Confira:
1. Mais de 68,5 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas em todo o mundo
Venezuelanos atravessam a fronteira para chegar à Colômbia por uma ‘trocha’, trilhas enlameadas que atravessam o cerrado, às margens do rio Tákira. Foto: ACNUR/Vincent Tremeau
Desse contingente, 25,4 milhões de indivíduos cruzaram fronteiras nacionais e receberam o status de refugiados. Outras 40 milhões de pessoas são consideradas internamente deslocadas, isto é, elas tiveram de abandonar o lugar onde viviam, mas não o seu país de origem. Existem ainda 3,1 milhões de indivíduos que são solicitantes de refúgio.
2. O número de refugiados cresceu mais de 50% nos últimos dez anos
Uma família rohingya, recém-chegada de Mianmar, busca segurança em Bangladesh. Mojibur Nur Alam, de 19 anos, Nur Khatun, de 18, Sohil, de quatro, e Saima, de um, abrigam-se no Centro de Trânsito do ACNUR no campo de Kutupalong. Foto: ACNUR/Roger Arnold
Refugiados são pessoas como você, que foram obrigadas a deixar suas casas, sem escolha, por conta de conflitos, perseguições ou violência generalizada. Na maioria das vezes, elas enfrentaram o impossível para sobreviver. Hoje, 85% dos refugiados estão em países em desenvolvimento, tentando reconstruir suas vidas.
3. Mais de metade dos refugiados são crianças
Uma turma de pré-escola do colégio Juhudi, no campo de refugiados de Nyarugusu, na província de Kigoma, oeste da Tanzânia. Foto: ACNUR/Georgina Goodwin
Crianças com menos de 18 anos de idade representam 52% da população refugiada no mundo. Elas podem ter testemunhado ou experimentado violência e, no exílio, estão em risco de abuso, negligência, violência, exploração, tráfico ou recrutamento militar.
Muitas delas vão passar toda a infância longe de casa. Muitas vezes, sozinhas. Algumas só conheceram a vida como refugiadas.
4. Quase 60% de todos os refugiados do mundo vêm apenas de três países
Crianças deslocadas internamente brincam, ouvem histórias e assistem a desenhos animados em um espaço para crianças, criado por equipes móveis do ACNUR na vila de Tal Shair, no norte de Alepo. Foto: ACNUR/Antwan Chnkdji
Segundo o ACNUR, 57% de todos os refugiados vêm da Síria, Afeganistão e Sudão do Sul.
O povo sírio continua a aguentar o drama da guerra civil. A Síria é o principal ponto de origem de refugiados em nível global.
No entanto, outros países foram palco de grandes deslocamentos ao longo dos últimos cinco anos. São os casos de Burundi, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Iraque, Mianmar, Sudão do Sul, Sudão, Ucrânia e Iêmen.
5. Os três países que mais acolhem refugiados são Turquia, Paquistão e Uganda
A política progressista de refugiados em Uganda é única. O país permite que os refugiados tenham uma vida normal como os cidadãos ugandenses, incluindo liberdade de movimento, direito ao trabalho, acesso à educação e à saúde e alocação de terras para a construção de casas e fazendas. Foto: ACNUR
Juntos, eles já receberam 6,3 milhões de pessoas.
Alguns desses países já enfrentavam barreiras substanciais ao desenvolvimento sustentável, o que dificulta a mobilização de recursos suficientes para responder à chegada dos refugiados.
Por mais de meio século, o ACNUR tem ajudado milhões de pessoas a recomeçar suas vidas. Entre elas, estão refugiados, pessoas que voltaram para as suas comunidades de origem, indivíduos sem nacionalidade, deslocados internos e requerentes de asilo. A proteção, abrigo, saúde e educação do ACNUR têm sido cruciais para essas populações.
Para fazer uma doação para a agência da ONU, clique aqui.
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Posted: 09 Apr 2019 08:40 AM PDT
Will Gadd desce uma fenda na segunda maior geleira da Groenlândia. Foto: Christian Pondella/Red Bull Content Pool
O alpinista e explorador Will Gadd coleciona recordes e títulos. O Herói das Montanhas da ONU Meio Ambiente e Aventureiro do Ano da National Geographic em 2015 foi a primeira pessoa a escalar as águas congeladas das Cataratas do Niágara, na divisa entre EUA e Canadá. Mas o seu maior – e mais perigoso desafio – foi em cima e embaixo da calota de gelo da Groenlândia – uma expedição concebida para coletar dados sobre buracos nas geleiras conhecidos como “moulins”.
Os “moulins”, palavra francesa para moinho, são fendas verticais que carregam a água da superfície para as fundações rochosas das geleiras. Lagos enormes, feitos de água do degelo, podem ser acessados por aberturas largas na calota congelada, que levam para abismos aparentemente sem fim. Na parte mais quente do ano, escalar os “moulins” pode ser uma aventura surpreendentemente perigosa, devido à água que escorre por essas formações. No inverno, o perigo são os pedaços enormes de gelo que caem do alto.
A meta de Gadd era alcançar o lençol freático da geleira – e dar um mergulho nele. O alpinista teve a companhia do pesquisador, hidrologista glacial e instrutor de mergulho Jason Gulley, que ensinou ao parceiro de aventuras os princípios do mergulho dentro de cavernas. Contudo, por causa do risco de acabar sendo esmagada pela queda de gelo, a dupla desistiu do mergulho. “A primeira meta é sempre voltar (da missão)”, explica Gadd.
Mesmo sem o mergulho, a viagem conseguiu expandir o conhecimento sobre como os “moulins” nas calotas polares interagem com a água e sobre os potenciais impactos desses fluxos hídricos no aumento do nível do mar. A calota da Groenlândia é a segunda maior do mundo, mas a menos estudada.
Will Gadd desce uma fenda na segunda maior geleira da Groenlândia. Foto: Christian Pondella/Red Bull Content Pool
Desde 1979, estima-se que o gelo do mar do Ártico tenha sofrido uma redução de 40%. Modelos climáticos preveem que, à taxa atual de emissões de dióxido de carbono, os verões do Ártico serão estações sem gelo nenhum nessa porção do planeta Terra lá pelos anos 2030. Mesmo que o mundo conseguisse cortar as emissões conforme o previsto no Acordo de Paris, as temperaturas de inverno no Ártico aumentariam de 3 a 5º C até 2050 e de 5ºC a 9ºC até 2080, devastando o equilíbrio climático da região e provocando aumentos do nível do mar em todo o mundo, afirma um novo relatório da ONU Meio Ambiente.
O derretimento da calota polar da Groenlândia e das geleiras do Ártico respondem por um terço do aumento do nível do mar no planeta.
Movido a curiosidade
Sobre a expedição à Groenlândia, Will Gadd é enfático: “É um projeto que me levou mais longe do que qualquer outro que já fiz. Eu celebro cada momento que consigo viver plenamente. Ficar pendurado com uma mão só sobre um redemoinho na calota de gelo da Groenlândia é viver. Há momentos na vida em que você simplesmente não poderia estar vivendo mais do que naquele momento. Esse foi um deles para mim”.
Na juventude, o canadense andava com uma equipe de exploradores de cavernas que o apelidaram de “a sonda”, por sua habilidade de se espremer por lugares minúsculos. “Eu me espremia em lugares aonde nenhum humano jamais tinha ido porque isso era loucamente interessante e atiçava a curiosidade”, diz.
“Mais de três décadas após as minhas primeiras experiências em cavernas, os meus (dois) mundos, da escalada no gelo e da exploração de cavernas, colidiram. E ainda assim, vinha a curiosidade: qual é a desses ‘moulins’?”
Mas Gadd não é apenas um aventureiro. Ele e o professor Martin Sharp, da Universidade de Alberta, trabalharam sob a Geleira de Athabasca, nas Rochosas Canadenses, e encontraram novas formas de vida crescendo no gelo.
“O meu grupo foi o primeiro a mostrar que existe uma vida microbial ativa dentro e debaixo das geleiras, lá nos anos 1990, e que os micróbios estão envolvidos no intemperismo hídrico e no ciclo de nutrientes nesses sistemas e, portanto, eles (os micróbios) afetam a química da água de degelo que sai da geleira”, explica Sharp.
“O que a nossa coleta de amostras (em 2016) mostrou é que micróbios são relativamente abundantes por todo o sistema intraglacial e que os micróbios encontrados dentro da geleira são bastante diferentes dos que vivem na neve, sobre a superfície da geleira”, acrescenta o cientista.
Carolina Adler, diretora da Iniciativa de Pesquisa em Montanhas e presidente da Comissão Ambiental da Federação Internacional de Alpinismo e Montanhismo, afirma que as variações das condições ambientais associadas à neve, geleiras e permafrost e os seus impactos sob a influência das mudanças climáticas são algumas das áreas temáticas que serão discutidas no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, sobre os Oceanos e a Criosfera em uma Clima em Transformação.
“Esse relatório especial deve ser lançado em setembro, em 2019. Esperamos continuar a chamar atenção sobre todas as evidências disponíveis para entender os motores e os processos da mudança, bem como os feedbacks e as interconexões com as mudanças climáticas”, diz a pesquisadora.
O documento vai avaliar a literatura científica sobre mudanças climáticas, os oceanos e a criosfera – as porções da superfície terrestre em que a água se encontra em estado sólido, isto é, congelada. A publicação também terá um capítulo dedicado às áreas de altitudes elevadas.
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Posted: 09 Apr 2019 07:04 AM PDT
Clique para exibir o slide.Provocar debates educativos para derrubar as barreiras do preconceito e da discriminação sobre temas relacionados à saúde sexual, promover informações e métodos de prevenção e estimular a adesão ao tratamento do HIV (vírus da imunodeficiência humana) e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Estes são os principais objetivos da exposição de arte contemporânea O.X.E.S (termo que remete à palavra sexo de trás para frente), idealizada pela ativista e artista plástica Adriana Bertini.
A cantora Wanessa Camargo, Embaixadora de Boa Vontade do UNAIDS no Brasil, foi clicada pelas lentes do fotógrafo Bob Wolfenson para integrar a série de fotografias O.X.E.S Friends, que faz parte do acervo da exposição.
Wanessa representará personalidades brasileiras engajadas na resposta à epidemia de HIV ao lado nomes internacionais, como Michael Gottlieb, físico e médico imunologista que descobriu o HIV em 1981, Tim Brown, norte-americano considerado a primeira pessoa curada do HIV/AIDS.
Outros participantes incluem o comediante norte-americano Jason Stuart, a ativista e atriz norte-americana Sheryl Lee Ralph, os ativistas norte-americanos Kelly Gluckman e Thomas Davis, entre outros. A série internacional foi feita em parceria com o jornalista e fotógrafo norte-americano Sean Black, que registrou filantropos e celebridades engajados com o tema, usando uma peça de arte ícone da artista plástica Adriana Bertini, a Bow Tie.
Wanessa foi nomeada Embaixadora do UNAIDS em dezembro de 2015 e, desde então, tem dedicado seu tempo e influência nas mídias a participar de campanhas e iniciativas que busquem sensibilizar seus fãs e o público em geral sobre a importância da prevenção do HIV, do tratamento do vírus e da zero discriminação.
“Acredito que a arte encurta os caminhos de comunicação e é capaz de atingir diretamente o coração e a alma das pessoas”, disse Wanessa. “Ela chega com mais rapidez, leveza e sensibilidade às pessoas e é um instrumento fundamental para tratar de temas muitas vezes considerados complexos e difíceis no nosso cotidiano.”
Ao longo da exposição, que tem apoio do UNAIDS, Instituto Cultural Barong, Fundo Posithivo e Impulse São Paulo, estão previstos encontros abertos ao público com a presença de artistas, médicos, jornalistas e educadores, que discutirão o tema com a intenção de compartilhar informações e promover a interação dos participantes. Com entrada franca, a mostra ocorre de 17 de abril a 29 de junho, no espaço opHicina, em São Paulo.
“A O.X.E.S traz uma mensagem forte e positiva de que há inúmeras formas de falarmos de sexualidade e prevenção do HIV, e de que a arte é um campo potente para desconstruirmos mitos, tabus e preconceitos em relação a esses temas”, declarou o diretor interino do UNAIDS no Brasil, Cleiton Euzébio de Lima. “É inspirador ver grandes artistas brasileiros como Wanessa Camargo, Adriana Bertini e Bob Wolfenson dedicando seu tempo e trabalhando juntos em prol da resposta à epidemia e da zero discriminação.”
“A arte tem papel fundamental no desenvolvimento humano e promove mudanças de comportamento. Mais do que uma exposição de arte, queremos que O.X.E.S se torne uma ferramenta contemporânea para que instituições educacionais, corporativas e sociais promovam de forma artística e didática, a importância da arte para a discussão de um tema, que ainda é preconceito: o SEXO”, declarou Adriana Bertini.
A artista já realizou exposições em mais de 28 países, tornando seu manifesto artístico referência internacional em HIV e AIDS, com obras em acervos de museus (Fowler Museum UCLA, Museum of Sex NYC, Estados Unidos; World Museum of Cultures, Suécia; e Centraal Museum, Holanda), galerias de arte e órgãos governamentais.
O trabalho de Adriana chamou a atenção do norte-americano Timothy Ray Brown, que desembarca pela primeira vez no Brasil para uma conferência sobre o tema e para a abertura da O.X.E.S.
Conhecido como o “Paciente de Berlim”, Brown foi o primeiro caso do mundo de cura do HIV, depois de passar por dois transplantes de medula óssea, em 2007. Desde então, ele não apresenta traços do vírus, impressionando pesquisadores e oferecendo perspectivas promissoras sobre como a terapia genética pode levar à cura da doença.
“A arte como expressão sexual permite ao artista criar prazer para o contemplador, que interpreta a obra de maneira similar aos gestos, palavras e ações de seu parceiro”, disse Brown, reforçando que arte e sexo devem ser expressões de sentimentos livres.
A O.X.E.S: Artivismo em Exposição tem participação da artista visual e médica Fabiana Gabaskallás e curadoria da artista visual Lucrécia Couso, em parceria com o médico infectologista Rico Vasconcelos.
Serviço
O.X.E.S – Artivismo em Exposição Data: 17 de abril a 29 de junho Horário: das 10h às 18h, segunda a sexta; das 11h às 14h, aos sábados Local: espaço opHicina Endereço: Rua Teodoro Sampaio, 1.109 – Pinheiros – São Paulo – SP Entrada Franca
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Posted: 09 Apr 2019 06:47 AM PDT
Participantes de evento da OPAS, em Brasília, fizeram corrente de solidariedade pelo SUS. Foto: OPAS
Em evento para celebrar o Dia Mundial da Saúde, lembrado em 7 de abril, a Organização Pan-Americana da Saúde ( OPAS) defendeu o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil para garantir atendimento a todos os cidadãos. Em 2019, a comunidade internacional comemora a data com um chamado por mais esforços em prol da cobertura universal de saúde.
“Estamos convencidos de que o direito à saúde não é algo abstrato. Ele se concretiza por meio da cobertura e do acesso efetivo a serviços de boa qualidade, integrais e presentes em todo o território”, afirmou a representante da OPAS no Brasil, Socorro Gross, durante debate realizado na sexta-feira passada (5), em Brasília.
O encontro reuniu especialistas de governos, academia, sociedade civil e imprensa para discutir como melhorar o SUS, incluindo por meio de uma sólida atenção primária de saúde.
Ao fim do evento, os cerca de 200 participantes fizeram uma corrente solidária em defesa do SUS – sistema considerado pela OPAS uma referência para as Américas e cujo fortalecimento representa um importante caminho para o alcance da saúde universal no Brasil.
Atenção primária
Evidências científicas internacionais têm comprovado que um sistema de saúde baseado numa atenção primária forte traz resultados melhores, mais eficiência, custos menores e maior qualidade de atendimento em comparação com outros modelos.
Mas no que consiste uma atenção primária de qualidade? Um sistema adequado desse tipo conta com unidades de saúde acessíveis aos cidadãos que precisam de atendimento; oferece um conjunto amplo e atualizado de procedimentos diagnósticos e terapêuticos; está preparado para lidar com os problemas de saúde mais recorrentes entre a população sob sua responsabilidade; e também está apto a coordenar o atendimento dos pacientes que precisam ser encaminhados para outros níveis de atenção do sistema de saúde.
No Brasil, conforme mostrado pelo relatório 30 anos de SUS – Que SUS para 2030?, o principal mecanismo para expandir a cobertura da atenção primária tem sido a consolidação da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Esse modelo, quando comparado com outras formas de organização da atenção primária no país, apresenta resultados melhores no que diz respeito à redução de internações evitáveis e à diminuição da mortalidade infantil e materna. A estratégia de saúde da família também tem alcançado avanços mais significativos na ampliação do acesso ao sistema de saúde e na diminuição das mortes por causas preveníveis.
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Posted: 09 Apr 2019 06:32 AM PDT
Clique para exibir o slide.O crescente número de pessoas que buscam refúgio no Brasil – em 2018, foram cerca de 80 mil solicitações formais, segundo dados da Polícia Federal – faz com que setor público e privado, assim como agências das Nações Unidas, busquem soluções para o acolhimento digno dessas pessoas no país.
Pensando na ampliação do acesso ao mercado de trabalho, a Rede Brasil do Pacto Global e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio da ONU Mulheres, lançaram na semana passada (3), em São Paulo (SP), a plataforma online “Empresas com Refugiados”, um banco de dados sobre boas práticas e incentivos à contratação de refugiados.
A plataforma é também um produto da terceira edição do projeto “Empoderando Refugiadas” – iniciativa de ACNUR, Rede Brasil do Pacto Global e ONU Mulheres que promove a capacitação e o acesso de mulheres ao trabalho no Brasil, além da sensibilização das empresas e organizações para a contratação.
O intuito da plataforma é levar as lições aprendidas e metodologias utilizadas no projeto a outras empresas. “O ‘Empoderando Refugiadas’ tem resultados excelentes e é premiado no mundo todo. Porém, precisamos dar escala à empregabilidade e é por isso que lançamos a plataforma”, afirmou Carlo Pereira, secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.
Além da questão humanitária, as diferentes experiências que os refugiados carregam são uma contrapartida interessante para as empresas que buscam mais diversidade em seus quadros. Segundo Paulo Sérgio de Almeida, oficial de meios de vida do ACNUR, pessoas em situação de refúgio “trazem experiência de vida, sua profissão e sua visão de mundo para os países que os acolhem”.
“Nos parece fundamental que os países acolhedores possam dar oportunidade para que estas pessoas demonstrem seu valor. E isso só é possível através do trabalho”, declarou.
Painel Empresas com Refugiados
O evento também trouxe representantes de empresas que foram instigados a compartilhar suas experiências tanto na contratação de refugiados quanto em projetos de apoio a este grupo no Brasil. Com moderação de Eliane Figueiredo, do Grupo Mulheres do Brasil, compuseram a mesa de debate profissionais da seguradora Mapfre, do Consulado da Mulher (iniciativa social da fabricante de eletrodomésticos Consul) e do escritório de advocacia Mattos Filho.
Com foco na empregabilidade e empreendedorismo e utilizando parcerias com outras instituições, Mapfre e Consulado da Mulher têm projetos que, apesar de distintos, compartilham experiências positivas em comum.
De acordo com Jisley Bontempo, representante da Mapfre, “ao empregar um refugiado, empresas têm acesso a histórias de vida muito diferentes e isso impacta o ambiente”. “O grupo se torna mais resiliente, mais empático.”
Alessandro Carvalho, do Consulado da Mulher, disse que “o trabalho de adaptação às diferenças culturais às vezes é difícil, mas é gratificante ver que foi possível alcançar resultados para a empresa e para as pessoas.”
Já o escritório de advocacia Mattos Filho disse oferecer atendimento jurídico pro bono a pessoas em situação de refúgio, assim como a outros grupos em situação de vulnerabilidade.
“Há uma assimetria no acesso à Justiça no Brasil, tanto para brasileiros quanto para migrantes e refugiados, e a forma que encontramos de endereçar isso foi apoiar organizações sem fins lucrativos, atendendo pessoas e quem pensa em melhoria nas políticas públicas”, relatou Bianca Waks, advogada da Mattos Filho.
Encerramento da terceira edição do ‘Empoderando Refugiadas’
O encontro, realizado na empresa de compartilhamento de escritórios WeWork, em São Paulo, também marcou o encerramento da terceira edição do “Empoderando Refugiadas”, que teve início em agosto de 2018.
Durante a edição, foram realizadas uma série de treinamentos, dinâmicas de contratação e capacitação de empresas. Cinquenta mulheres refugiadas participaram dos encontros, sendo que 30 foram participantes regulares e certificadas ao final do projeto. Ao todo, a iniciativa, que começou em 2015, já atendeu 110 mulheres, das quais 30 foram empregadas*.
Entre as empresas parceiras do projeto que desenvolveram suas próprias inciativas, destacam-se Sodexo, que contratou 46 pessoas em situação de refúgio no Brasil em 2018, e o Instituto Lojas Renner, que promoveu a capacitação de 117 refugiados nas áreas de costura e modelagem e atendimento e vendas para varejo.
Assim como afirmou Adriana Carvalho, gerente dos Princípios de Empoderamento Feminino (WEPs) da ONU Mulheres, a necessidade da inclusão da mulher no mercado de trabalho também é inerente à questão do refúgio.
“Quando surge uma crise humanitária como esta e, com ela, as possíveis soluções, a perspectiva de gênero é necessária. Quando incluímos as mulheres neste processo de reconstrução, pensando nas suas especificidades, encontramos soluções muito melhores.”
Rama, refugiada síria que participou da terceira edição do projeto e foi contratada pela empresa Fox Time, deu um emocionante depoimento sobre como o trabalho transformou sua vida no Brasil.
Segunda ela, por meio do emprego formal, conseguiu dar conforto às filhas e ganhou uma nova família. “Meus colegas de trabalho hoje também são meus amigos e minha família no Brasil, sou muita grata a tudo que fazem por mim”, disse.
O evento se encerrou com uma homenagem às refugiadas presentes na cerimônia e com um painel de debate, no qual parceiros e colaboradores do “Empoderando Refugiadas” relataram os benefícios do projeto e como vêm avançando em torno da questão do refúgio por meio de suas próprias ações e iniciativas. Participaram do painel representantes de Carrefour, Sodexo, Renner, ABN AMRO, Pfizer, Fox Time, EMDOC/PARR, We Work e Mulheres do Brasil.
O “Empoderando Refugiadas” conta com a parceria da rede social Facebook e com os apoios de ABN AMRO, Carrefour, Lojas Renner, Pfizer e Sodexo. A iniciativa tem ainda os parceiros estratégicos Consulado da Mulher, Fox Time, Grupo Mulheres do Brasil, Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR) e WeWork.
*Os números ainda não são finais, pois várias participantes do projeto ainda estão em processo de seleção para o mercado de trabalho.
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Posted: 09 Apr 2019 06:06 AM PDT
David Malpass, novo presidente do Banco Mundial. Foto: Banco Mundial/Franz Mahr
O economista norte-americano David Malpass começa nesta terça-feira (9) seu mandato como presidente do Banco Mundial, após ser escolhido pelo quadro de diretores-executivos do organismo financeiro. O especialista traz para o cargo anos de experiência no Tesouro e no Departamento de Estado dos EUA, onde ocupou postos seniores nas áreas de assuntos internacionais, cooperação com países em desenvolvimento e América Latina.
Ao longo de sua carreira, Malpass integrou os conselhos do Economic Club of New York, do Comitê Nacional sobre as Relações EUA-China e do Conselho das Américas.
Malpass também trabalhou como vice-secretário assistente do Tesouro dos Estados Unidos para Nações em Desenvolvimento e vice-secretário assistente de Estado para Assuntos Econômicos Latino-americanos. Em ambos os postos, o dirigente atuou em questões orçamentárias e de política internacional, como o envolvimento dos Estados Unidos em instituições multilaterais, incluindo o Banco Mundial.
Posteriormente, o economista tornou-se subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais. No cargo, Malpass representou os Estados Unidos em diferentes contextos internacionais, como reuniões do G-7 e do G-20, os encontros anuais conjuntos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as reuniões do Conselho de Estabilidade Financeira e a Corporação para Investimentos Privados Internacionais (OPIC).
Ainda na função de subsecretário, Malpass desempenhou um papel crucial em várias reformas e programas importantes do Grupo Banco Mundial, incluindo o recente aumento de capital do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD) e da Corporação Internacional de Finanças (IFC). O norte-americano também foi fundamental no avanço da Iniciativa de Transparência da Dívida, adotada pelo Banco Mundial e pelo FMI para ampliar a divulgação pública de dívidas e assim reduzir a frequência e a gravidade de crises de débito.
Formado na Universidade do Colorado e com um MBA da Universidade de Denver, o economista prosseguiu seus estudos de pós-graduação em economia internacional na Escola de Serviço Exterior, da Universidade de Georgetown.
Malpass também é fundador de uma empresa de pesquisa em macroeconomia, com sede na cidade de Nova Iorque.
O chefe do Banco Mundial preside os conselhos diretores do BIRD e da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA). O dirigente também atua como presidente dos conselhos diretores da IFC, da Agência de Garantia de Investimento Multilateral (MIGA) e do Conselho Administrativo do Centro Internacional para a Resolução de Disputas de Investimento (ICSID).
O processo de seleção para a presidência do Grupo Banco Mundial inclui a indicação aberta e transparente de qualquer cidadão de um Estado-membro do organismo financeiro, por meio de um dos diretores-executivos da instituição. Essa etapa foi seguida por procedimentos de due diligence e por uma entrevista abrangente feita com Malpass pelos diretores-executivos. O mandato do presidente tem duração de cinco anos.
Programa da ONU celebra escolha de novo presidente
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS ( UNAIDS) celebrou a escolha de Malpass para a presidência do Banco Mundial – que é um dos 11 copatrocinadores do UNAIDS.
O organismo financeiro auxilia os países no fornecimento de serviços de prevenção, atendimento e tratamento do HIV, oferecendo financiamento, suporte técnico especializado e conhecimento. No UNAIDS, o Banco Mundial é a agência responsável pela assistência ao planejamento estratégico, incluindo aos planos nacionais e multissetoriais de AIDS. A instituição colabora ainda com a realização de análises para apoiar políticas baseadas em evidências.
“O trabalho do UNAIDS com o Banco Mundial para enfrentar os desafios inter-relacionados do HIV, desigualdade e extrema pobreza é fundamental”, disse o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé.
“Saúdo calorosamente a nomeação de David Malpass como o novo presidente do Banco Mundial e aguardo com expectativa uma colaboração estreita e contínua para acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública, aumentando as oportunidades econômicas e contribuindo para prosperidade partilhada.”
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Posted: 09 Apr 2019 04:59 AM PDT
Prêmio nacional é referência no reconhecimento de educadores brasileiros. Foto: UNICEF/Raoni Libório
O Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) passa a ser parceiro, em 2019, do Prêmio Educador Nota 10. Realizada desde 1998, a premiação se tornou o principal reconhecimento do trabalho de professores e gestores de escolas públicas e privadas de todo o Brasil.
A agência da ONU vai apoiar a iniciativa dando ênfase na necessidade de enfrentar a exclusão e o abandono escolares – problemas que atingem mais de 9 milhões de crianças e adolescentes brasileiros, segundo dados oficiais.
O prêmio reconhece projetos implementados por professores da educação infantil ao ensino médio e também por coordenadores pedagógicos e gestores escolares. São escolhidos dez vencedores, que recebem cada um a quantia de 15 mil reais. Os educadores premiados também ganham um valor de mil reais destinado à escola onde os projetos são executados. A premiação também elege o Educador(a) do Ano, que recebe ainda mais recursos para a instituição onde trabalha.
O Prêmio Educador Nota 10 está com inscrições abertas até 27/05. Saiba como participar clicando aqui.
Desde 2018, Ítalo Dutra, chefe de Educação do UNICEF Brasil, integra a Academia de Jurados da premiação. O júri é formado por Ana Inoue, diretora do Centro de Estudar Acaia Sagarana/Instituto Acaia; Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC); Lino de Macedo, professor emérito do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP); e Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do Instituto Rodrigo Mendes.
O Prêmio Educador Nota 10 foi criado em 1998 pela Fundação Victor Civita. Desde 2014, a instituição promove a premiação em parceria com Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho.
A premiação tem o apoio da Nova Escola, Instituto Rodrigo Mendes e UNICEF e o patrocínio da Fundação Lemann e Somos Educação. Desde 2018, o Prêmio Educador Nota 10 é associado ao Global Teacher Prize, prêmio global de educação.
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Posted: 09 Apr 2019 04:21 AM PDT
Crianças na Mongólia frequentam jardim de infância itinerante, que leva educação infantil a comunidades rurais. Foto: UNICEF/Matas
No mundo, mais de 175 milhões de meninos e meninas de até cinco anos de idade não estão matriculados na educação infantil, o que representa cerca de metade das crianças que deveriam ser incluídas nesse nível de ensino. Em seu primeiro relatório global sobre o tema, divulgado nesta terça-feira (9), o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF) alerta ainda que, em países de baixa renda, apenas uma em cada cinco crianças pequenas tem acesso à educação infantil.
No Brasil, a agência da ONU lembra que as matrículas têm aumentado em creches e jardins de infância, mas o país não conseguiu atingir a meta de 2016 do Plano Nacional de Educação (PNE), que previa a universalização da pré-escola para crianças de quatro e cinco anos. O organismo também avalia que o Estado brasileiro terá dificuldades em cumprir outra meta do documento, de ter no mínimo 50% dos meninos e meninas de até três anos matriculados em creches até 2024. Em 2017, a taxa de matrícula em creches era estimada em 32,7%, segundo a PNAD Contínua.
De acordo com o UNICEF, as crianças que frequentam a educação infantil têm mais do que o dobro de chances de estar bem encaminhadas no aprendizado das habilidades iniciais de letramento e matemática, em relação às crianças que perdem essa etapa inicial do ensino.
Em países onde mais crianças estão incluídas na educação infantil, um número significativamente maior de jovens completa o ensino fundamental I com competências mínimas em leitura e matemática. O organismo das Nações Unidas aponta que meninos e meninas matriculados em pelo menos um ano da educação infantil têm maior probabilidade de desenvolver as habilidades necessárias para ter sucesso na escola.
“A educação infantil é a base educacional de nossas crianças – cada etapa da educação que se segue depende do seu sucesso”, disse a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore.
“No entanto, muitas crianças em todo o mundo não têm essa oportunidade. Isso aumenta o risco de repetência ou abandono escolar e relega essas crianças à sombra de seus colegas mais afortunados.”
O relatório da agência da ONU observa que a riqueza das famílias, o nível de educação das mães e a localização geográfica estão entre os principais fatores que influenciam a frequência na educação infantil. Na avaliação do UNICEF, a miséria é um fator determinante na exclusão escolar.
Entenda as conclusões da pesquisa em três áreas distintas:
- Papel da pobreza: Em 64 países, as crianças mais pobres têm sete vezes menos chances do que as crianças das famílias mais ricas de participar de programas de educação infantil. Para alguns países, a divisão entre ricos e pobres é ainda mais pronunciada. Por exemplo, as crianças das famílias mais ricas da República da Macedônia do Norte têm 50 vezes mais probabilidade de frequentar a educação infantil do que os meninos e meninas das mais pobres.
- Impacto dos conflitos: Mais de dois terços das crianças em idade pré-escolar que vivem em 33 países afetados por conflitos ou desastres não estão matriculadas em programas de educação infantil. Para esses jovens, a educação infantil traz alguns dos maiores benefícios. O acesso a espaços de ensino ajuda crianças pequenas afetadas por crises a superar os traumas que vivenciaram. Nesses contextos, a educação oferece uma estrutura, um lugar seguro para aprender e brincar e um ambiente para expressar suas emoções.
- Ciclo de desempenho educacional: Em todos os países com dados disponíveis, crianças cujas mães concluíram o ensino médio ou a educação superior têm quase cinco vezes mais chances de frequentar um programa de educação infantil do que crianças cujas mães concluíram apenas o ensino fundamental ou não têm educação formal.
UNICEF pede mais investimentos públicos na educação infantil
Em 2017, em todo o mundo, uma média de 6,6% dos orçamentos nacionais para a educação foram dedicados à educação infantil, com quase 40% dos países com dados disponíveis alocando menos de 2% de seus orçamentos de educação para essa etapa do ensino.
Nas regiões oeste e central da África, 2,5% dos recursos educacionais são destinados à educação infantil, com 70% das crianças sem acesso a esse nível do aprendizado formal.
Na Europa e Ásia Central, os governos dedicam a maior proporção relativa – mais de 11% dos seus orçamentos de educação – à educação infantil.
Essa falta de investimento em nível mundial afeta negativamente a qualidade dos serviços, gerando inclusive uma carência de professores capacitados. Juntos, os países de baixa e média renda abrigam mais de 60% de todas as crianças em idade pré-escolar, mas apenas 32% de todos os professores da educação infantil
Atualmente, em nações de baixa renda, existem apenas 422 mil professores da educação infantil. Com a expansão das populações, e assumindo uma relação ideal aluno-professor de 20 para 1, o mundo precisará de 9,3 milhões de novos professores de educação infantil para alcançar a meta de universalização até 2030.
“Se quisermos dar às nossas crianças a melhor chance de ter sucesso em uma economia globalizada, os líderes devem priorizar e fornecer recursos adequados para a educação infantil”, defendeu Henrietta.
O UNICEF pede que os governos universalizem o acesso a pelo menos um ano da educação infantil de qualidade. Para tornar isso realidade, o UNICEF solicita que os países garantam no mínimo 10% de seus orçamentos nacionais de educação para ampliar a educação infantil, com investimentos em professores, padrões de qualidade e expansão justa da rede de ensino.
Acesse o relatório do UNICEF clicando aqui.
Educação infantil no Brasil
Creche – até 3 anos
No Brasil, segundo o suplemento de Educação da PNAD Contínua 2017, 32,7% das crianças de até três anos frequentavam a creche em 2017, o equivalente a 3,3 milhões de estudantes. Em 2016, eram 30,4%.
As regiões Sul e Sudeste apresentaram os percentuais mais elevados de matrícula, 40% e 39,2%, respectivamente. Em seguida, vinha o Nordeste (28,7%), depois o Centro-Oeste (25,4%) e Norte (16,9%).
Entre os principais motivos apontados pelos pais para a não frequência à creche, estão:
- Crianças de 1 ano:
64,1% (2,7 milhões): pais ou responsáveis não queriam. 21,1% (903 mil): dificuldade de acesso, seja por falta de vaga ou por falta de escola na localidade.
- Crianças de 2 e 3 anos:
53,0% (1,4 milhão): pais ou responsáveis não queriam. 34,7% (897 mil): dificuldade de acesso, seja por falta de vaga ou por falta de escola na localidade.
Sem avanços consistentes n
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