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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Boletim diário da ONU Brasil: “Ações da sociedade civil são essenciais na resposta à pandemia de COVID-19, dizem especialistas” e 9 outros.

Ações da sociedade civil são essenciais na resposta à pandemia de COVID-19, dizem especialistas

Posted: 15 Jun 2020 12:51 PM PDT

Artesãos do Piauí produzem máscaras faciais para proteção contra o novo coronavírus. Foto: Luiz Carlos Vieira

Artesãs do Piauí produzem máscaras faciais para proteção contra o novo coronavírus. Foto: Luiz Carlos Vieira

A mobilização e a atuação da sociedade civil têm se destacado como estratégia essencial para o combate dos efeitos da pandemia de COVID-19, não apenas na área sanitária, como também econômica, social e cultural.

A conclusão é de palestrantes reunidos online na quarta-feira (10) a convite do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em debate que abordou estratégias de mobilização social na resposta à doença.

Segundo os participantes, esta atuação tem se mostrado fundamental especialmente para que grupos em maior situação de vulnerabilidade.

Os modos de engajamento têm sido diversificados, ocorrendo por meio de campanhas e parcerias para arrecadação de recursos ou por meio de articulação junto ao poder público.

Participaram do debate o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Gonzalo Vecina; o coordenador geral da Rede Brasileira de População e Desenvolvimento – REBRAPD e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Richarlls Martins.

Também participaram das discussões a gestora da Mídia Ninja e ativista do Fora do Eixo, Dríade Aguiar; e a diretora associada do Programa de Saúde Comunitária e membro do Comitê Executivo para Ações de Hepatites Virais (CATIE/Canadá), Melisa Dickie.

Gonzalo Vecina lembrou que, no contexto de desigualdades, a COVID-19 afeta mais as populações vulneráveis, especialmente negros, mulheres, indígenas, pessoas LGBTs, quilombolas, migrantes, portadores de deficiência e idosos.

“Se fossemos um país mais igual, a epidemia seria muito menos importante e todos sofreriam menos”, afirmou. Ele lembrou que as medidas de isolamento social, para muitos grupos vulneráveis, é um grande desafio.

Para Richarlls Martins, a vulnerabilidade à doença não é democrática e não atinge todos os sujeitos da mesma maneira. “A exposição ao vírus é universal, mas os impactos dos processos de contágio e de letalidade são diferentes, denunciando os diferentes modos de nascer, viver e morrer.”

Segundo ele, as respostas e as estratégias sociais devem ser estruturadas a partir dos marcadores sociais de diferença, entre eles, gênero, raça, classe, sexualidade, escolaridade, território, deficiência e geração.

Martins questionou as formas com as quais essas questões atravessam nossas capacidades de atuação coletiva, considerando alguns eixos estruturantes da agenda de população e desenvolvimento.

“É possível reconhecer que diferentes grupos populacionais estão sendo deixados para trás na resposta à pandemia?”, questionou. Ele sugeriu a criação de um fórum com o objetivo de coordenar ações para garantir os direitos dos grupos populacionais mais vulneráveis em meio à pandemia.

Na opinião da gestora da Mídia Ninja e ativista do Fora do Eixo, Dríade Aguiar, a comunicação deve ser estratégia de mobilização social. “A Mídia Ninja está na linha de frente para diminuir a lacuna entre as respostas à pandemia e as pessoas mais vulneráveis; atua no combate a desinformação (…); e articula um espaço de trocas sobre tecnologias e formas de adaptação nesse novo contexto.”

Ela deu exemplos exemplos de como a desigualdade social vem agravando os impactos da COVID-19 entre grupos em situação de maior vulnerabilidades, como a população periférica, negra, indígenas e quilombolas. Segundo a ativista, os processos e as ferramentas de arrecadação coletiva têm se mostrado importantes para diminuir esses impactos.

Já Melisa Dickie deu exemplos de atuação da sociedade civil na pandemia. A CATIE trabalha construindo soluções com a própria comunidade, impulsionando a troca de experiências com autoridades de saúde e estudiosos.

Ela citou o caso de uma ação desenvolvida junto a tribos indígenas com indivíduos vivendo com HIV. Na ocasião, foram realizadas reuniões online para entender as necessidades dessa população em meio à pandemia e como ela teria acesso a medicamentos antirretrovirais. Desafios foram listados e alguns deles resolvidos, afirmou.

A cada semana, a série População e Desenvolvimento em Debate promovida por UNFPA e Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP) realiza discussões entre membros de academia, governos e sociedade civil sobre temas emergentes na agenda de população e desenvolvimento.

Na próxima quarta-feira (17) o tema será “Migrantes e refugiados no contexto de distanciamento social”. Acompanhe no perfil do UNFPA no Youtube: youtube.com/unfpabrasil.

Assista ao debate completo: 

 

Refugiados instalam pias para frear disseminação da COVID-19 na República Democrática do Congo

Posted: 15 Jun 2020 12:42 PM PDT

Ferida, uma refugiada do Sudão do Sul, do lado de fora de sua casa no assentamento de Bele, na República Democrática do Congo, com sua estação de lavagem de mãos. Foto: Jean-Jacques Soha/ACNUR

Uma vasilha de plástico cheia de água repousa confortavelmente entre os troncos de uma pequena árvore em frente ao abrigo da refugiada Ferida, no assentamento de Bele, na cidade de Haut Uele, na República Democrática do Congo (RDC). A refugiada sul-sudanesa tapou um pequeno buraco no fundo do plástico com um galho, que ela retira sempre que precisa lavar as mãos.

“Dessa forma, meus filhos podem lavar as mãos a qualquer momento e também qualquer pessoa que visite minha casa”, explicou Ferida. “Também é uma maneira de lembrar aos meus vizinhos que façam o mesmo”.

Desde que o primeiro caso de coronavírus foi confirmado na RDC, em março de 2020, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), adotou medidas para impedir que o vírus se espalhe entre os refugiados, os deslocados internos e as comunidades que os acolhem.

Essas medidas incluem aumentar a conscientização sobre os riscos da doença e fortalecer as práticas de higiene por meio de anúncios no rádio e visitas de porta em porta feitas pelos funcinários do ACNUR que trabalham nas comunidades.

Mais de 254 mil pessoas foram pessoalmente impactadas através de atividades de conscientização. Aproximadamente 3,3 milhões de ouvintes escutaram mensagens via rádio. Mais de 73 mil pessoas também receberam sabão e quase 2.500 estações de lavagem de mãos foram instaladas em onze assentamentos de refugiados e em cinco cidades atingidas por deslocamentos internos.

Em parceria com a Associação para o Desenvolvimento Econômico e Social (ADES), o ACNUR também capacitou refugiados do Sudão do Sul em assentamentos de Bele e Meri sobre como fazer suas próprias torneiras, usando materiais reciclados como pedaços de madeira, recipientes velhos, cordas e cabos.

Recipiente cheio de água preso em um tronco de árvore, funcionando como torneira, no assentamento de Bele, na República Democrática do Congo. Foto: Jean-Jacques Soha/ACNURágua

As torneiras improvisadas são alternativas eficazes e simples para lavar as mãos. A construção geralmente precisa apenas de um pedaço de madeira projetado como um pedal para jogar água de um recipiente para as mãos. Isso permite que os usuários lavem as mãos sem tocar no recipiente. As torneiras podem ser feitas de várias formas, dependendo da criatividade do criador e dos recursos disponíveis.

“Decidi fazer uma torneira improvisada para salvar a mim e à minha família”, diz Chris Bida, refugiado do Sudão do Sul e secretário do Comitê de Refugiados de Bele. “Qualquer um pode fazer uma torneira. É muito simples de fazer e você não precisa gastar nada”.

Chris fez sua torneira pendurando uma vasilha em uma vara de madeira e instalando um pedal que lhe permite inclinar o plástico até a água fluir.

O acesso aos cuidados de saúde é particularmente difícil para as comunidades deslocadas, como os refugiados.

O chefe de gabinete do ACNUR no nordeste da província de Ituri, Koffi Dodzi Adossi, explicou que muitos refugiados não podem arcar com os custos de tratamentos ou remédios sem a assistência do ACNUR. “Eles também moram em lugares afastados, onde é difícil acessar os serviços de saúde”.

Disponível a todos, os pontos de água foram bem construídos e reforçados, com marcações no chão que garantem o distanciamento social enquanto as pessoas coletam água.

“Há um ponto de lavagem bem na frente da minha casa onde eu posso lavar as mãos”, diz Regina, mãe de dois filhos que vive no assentamento de Bele. “Ajudo reabastecendo-o com água quando necessário”.

Com a ameaça adicional do coronavírus, o ACNUR tem o objetivo de garantir que todas as famílias refugiadas tenham seu próprio equipamento de lavagem das mãos, mesmo com recursos limitados. Esse esforço é crucial para atender às imensas necessidades de mais de meio milhão de refugiados e cinco milhões de pessoas deslocadas internamente no país.

No dia 9 de junho, o ACNUR havia recebido apenas 33% dos US$ 745 milhões (aproximadamente 3,763 bilhões de reais) necessários globalmente para enfrentar e impedir adequadamente a propagação do vírus.

Até o momento, mais de 300 torneiras foram instaladas nos assentamentos de refugiados e 200 refugiados foram treinados para fazê-las.

Juma e sua esposa fizeram sua própria torneira e a colocaram na frente da porta.

“O treinamento que recebi foi muito prático, quase uma demonstração”, explica Juma, que vive em Bele. “Eu encorajo outras pessoas a fazerem as suas próprias torneiras também porque são fáceis de fazer e não há necessidade de comprar nenhuma ferramenta”.

 

Relatório indica formas de reduzir impacto da COVID-19 em populações com maior risco de infecção por HIV

Posted: 15 Jun 2020 12:00 PM PDT

Foto: UNAIDS

Foto: UNAIDS

A pandemia da COVID-19 afetou a todas as pessoas, incluindo populações-chave com maior risco de infecção por HIV. Neste contexto, os ganhos obtidos contra outras doenças infecciosas, incluindo o HIV, correm o risco de serem revertidos como resultado de interrupções causadas pela COVID-19.

Este é o pano de fundo de um novo relatório publicado pela FHI 360, em colaboração com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre outros parceiros. O documento fornece conselhos sobre como minimizar os impactos da COVID-19 em populações-chave.

“Com foco nas populações-chave, esta orientação complementa os esforços contínuos para manter, durante a pandemia da COVID-19, o acesso a serviços e produtos de prevenção ao HIV, saúde sexual e serviços de planejamento familiar, prevenção da violência de gênero e aconselhamento, testes e tratamento do HIV”, disse a coordenadora da Coalizão Global de Prevenção do HIV no UNAIDS, Paula Munderi.

“Preservar serviços essenciais de HIV para populações-chave e promover a segurança e o bem-estar dos funcionários e membros da comunidade durante a pandemia da COVID-19 é vital para manter os ganhos obtidos com muito esforço na resposta à AIDS”, afirmou a coordenadora da Coalizão.

Com orientações práticas sobre como apoiar a continuidade dos serviços de HIV para pessoas vivendo com HIV e populações-chave, o relatório visa ajudar os implementadores de programas na condução desse trabalho.

Para a representante da FHI 360, Rose Wilcher, as populações-chave são particularmente vulneráveis a interrupções de serviços de HIV e outras questões relacionadas durante a pandemia da COVID-19. “Pedimos urgentemente soluções baseadas em direitos que mantenham ou aumentem o acesso das populações-chave aos serviços de HIV, minimizando a exposição potencial à COVID-19 e promovendo a segurança dos indivíduos. Elas devem apoiar o distanciamento físico e o descongestionamento das unidades de saúde, mas de maneira a responder às realidades atuais das populações-chave”.

Relatório recomenda sugestões práticas em três áreas principais

A primeira sugestão do relatório é sobre a proteção de fornecedores e membros da comunidade em relação à COVID-19. Os serviços de HIV só podem continuar sendo prestados durante a pandemia se forem tomadas medidas para evitar a infecção por coronavírus entre as equipes de programas, provedores e beneficiários. A vinculação para a triagem e cuidados relacionados à COVID-19, além de serviços para apoiar o bem-estar mental de prestadores de serviços e beneficiários, também podem ser fornecidos como parte dos serviços de HIV.

A segunda sugestão é apoiar o acesso seguro e sustentável aos serviços e produtos de HIV. Os programas de HIV podem integrar medidas físicas de distanciamento, oferecer consultas virtuais e fornecer dispensação de medicamentos contra o HIV para diversos meses. A assistência pessoal entre pares deve ser mantida sempre que possível.

Monitorar a continuidade do serviço e melhorar os resultados é a terceira sugestão trabalhada pelo relatório. Como é provável que haja interrupções nos serviços, os programas de HIV precisarão ajustar seus sistemas de monitoramento e avaliação para permitir avaliações regulares da prestação continuada de serviços de HIV e do impacto da COVID-19 nos programas de HIV e seus beneficiários. Isso pode exigir a criação de sistemas de informações estratégicas que usem medidas para contexto de distanciamento físico, como ferramentas de coleta de dados e relatórios virtuais.

Para o diretor executivo do MPact, George Ayala, a pandemia da COVID-19 não deve ser usada como desculpa para diminuir o ritmo da resposta global ao HIV entre as principais populações. “Ao invés disso, a pandemia pode ser usada como um momento para tirarmos lições de nosso trabalho para acabar com a AIDS. É também uma oportunidade de proporcionar alívio aos sistemas de saúde sobrecarregados pela COVID-19, financiando totalmente organizações comunitárias lideradas por homens gays e bissexuais, pessoas que usam drogas, profissionais do sexo e pessoas trans para garantir melhor acesso aos serviços de HIV para populações-chave”.

Já a líder técnica em populações-chave do Departamento de HIV, Hepatites e DSTs da OMS, Annette Verster, afirmou que “continua sendo fundamental garantir o acesso aos serviços de prevenção, testagem e tratamento do HIV durante a pandemia de COVID-19 e manter o acesso a serviços capazes de salvar vidas. Este documento fornece orientação prática e conhecimento sobre a manutenção de serviços essenciais de saúde para populações-chave nestes tempos difíceis”.

O relatório foi desenvolvido pela FHI 360 como parte do projeto EpiC (Meeting Targets and Maintaining Epidemic Control) – ou Alcançando as Metas e Mantendo o Controle Epidêmico, na tradução livre para o português. O projeto é apoiado pela USAID e pelo PEPFAR, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da AIDS. O UNAIDS, a OMS, o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária e outros parceiros deram contribuições e conselhos para a elaboração do relatório.

Clique aqui para ter acesso ao relatório em inglês.

 

OPAS apoia MS em plano para ajustar distanciamento social e restrição de viagens no estado

Posted: 15 Jun 2020 12:00 PM PDT

Está em andamento uma série de pesquisas para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus. Foto: Unplash

Segundo o governo do Mato Grosso do Sul, o número de casos confirmados de COVID-19 no estado chega a 3.001. Foto: Unplash

O governo do Mato Grosso do Sul e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estão trabalhando juntos na elaboração de um plano e de critérios para ajuste de medidas não farmacológicas, como distanciamento social e restrição de viagens, para resposta à COVID-19 no estado.

“O objetivo é implementar ações tanto para o cenário atual quanto para o futuro, com base nas melhores e mais recentes evidências científicas nacionais e internacionais”, explicou Maria Almiron, coordenadora de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres do escritório da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil.

A equipe de Emergências em Saúde da OPAS se reuniu nesta semana com o secretário de Governo, Eduardo Corrêa Riedel, para conhecer a realidade do estado e estabelecer as novas diretrizes. Após a finalização dos planos, os indicadores serão testados pelo governo de Mato Grosso do Sul, conforme formato que será definido nos próximos dias.

“Embora Mato Grosso do Sul tenha recebido reiterados elogios sobre a conduta de enfrentamento ao novo coronavírus, o momento ainda requer cautela. Não podemos prejudicar os bons resultados conquistados até agora abandonando os cuidados que nos colocaram como referência no combate à pandemia. Para uma retomada segura das atividades, a opinião dos especialistas da saúde é fundamental”, explicou Riedel.

Na ausência de vacinas e tratamentos contra a COVID-19 que sejam seguros e eficazes, é fundamental adotar medidas não farmacológicas, ajustadas à realidade local, para minimizar a exposição das pessoas ao novo coronavírus.

A OPAS tem elaborado uma série de ferramentas, em apoio ao Ministério da Saúde, para auxiliar os governos na tomada de decisão sobre essas ações – incluindo indicadores.

Uma delas é o guia técnico “Considerações sobre ajustes das medidas de distanciamento social e medidas relativas a viagens no contexto da resposta à pandemia de COVID-19”, de 24 de abril.

Segundo o documento, a experiência em países europeus indica que o processo de afrouxamento das medidas de distanciamento social é, em muitos aspectos, mais complexo que o endurecimento delas e, por isso, deve ser gradual, priorizado e planejado.

Outra importante ferramenta é a Calculadora Epidêmica, desenvolvida numa parceria entre OPAS, Ministério da Saúde, Universidade de Brasília (UnB), Instituto Butantã, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Direcionada a especialistas em saúde pública, a calculadora produz cenários (e não previsões sobre o futuro) a partir de valores, dados e parâmetros – como quantidade de leitos disponíveis, velocidade de transmissão e contato social. A efetividade do modelo está diretamente relacionada à qualidade das informações utilizadas no cálculo.

Segundo o governo do Mato Grosso do Sul, o número de casos confirmados de COVID-19 no estado chega a 3.001, com 148 exames positivos para a doença nas últimas 24 horas. Foram registrados ainda três óbitos no período, passando para 28 o total de mortes pela doença no estado.

 

Ferramenta permite comparar preços de medicamentos para os efeitos da COVID-19

Posted: 15 Jun 2020 11:29 AM PDT

Ferramenta permite aos governos e à sociedade comparar preços de medicamentos recomendados pela OMS para tratar efeitos da COVID-19. Foto: UNOPS

Ferramenta permite aos governos e à sociedade comparar preços de medicamentos recomendados pela OMS para tratar efeitos da COVID-19. Foto: UNOPS

O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) apresentou nesta segunda-feira (15) o Observatório Regional de Preços de Medicamentos durante evento online transmitido para a América Latina e o Caribe.

A plataforma virtual pode ser acessada em observatorio.unops.org. Ela permite aos governos e à sociedade comparar preços de medicamentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para tratar os efeitos da COVID-19. Também estão incluídos medicamentos que se encontram em fase de testes.

Seu objetivo é estabelecer uma faixa de preços justos de mercado, ajudando a reduzir o risco de corrupção e fraude. O Observatório utilizou fontes oficiais de 21 países, incluindo o Brasil, com dados do Banco de Preços em Saúde do Ministério da Saúde. A ferramenta é um painel informativo que possibilita a comparação com outros bancos de dados de compras locais.

O evento virtual de lançamento teve a presença de Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL); Zoé Robledo, diretora-geral do Instituto Mexicano de Seguridade Social (IMSS); Carlos Contreras, presidente do Instituto de Segurança Social da Guatemala (IGSS); e Victor Zamora, ministro da Saúde do Peru.

Veja a apresentação em espanhol: 

“A resposta dos países para enfrentar a pandemia da COVID-19 deve incluir os princípios de gestão pública justa e equitativa: eficiência, eficácia, transparência, concorrência aberta e inovação”, disse Fabrizio Feliciani, diretor regional do UNOPS.

“Por esse motivo, disponibilizamos essa ferramenta aos governos, o que os ajuda a regular os critérios para comprar aos melhores preços do mercado, nos permite agir imediatamente sem sacrificar a responsabilidade e contribui para a revisão das Listas Básicas de Medicamentos baseados em critérios de custo-efetividade dos tratamentos.”

O observatório é uma contribuição do UNOPS para apoiar a resposta à pandemia, promovendo a gestão pública justa e equitativa, que ajuda a melhorar a eficiência dos gastos públicos por meio de processos de compras transparentes, eficientes e de qualidade, incentivando a participação social e a prestação de contas.

Sobre UNOPS

O UNOPS é um órgão das Nações Unidas, considerado pela Assembleia Geral como um recurso central para o gerenciamento de compras e contratos, bem como para obras públicas e infraestrutura, incluindo atividades para desenvolver as capacidades nacionais.

 

Grupo de 20 lideranças pede mais ações da ONU pelo fim do racismo no mundo

Posted: 15 Jun 2020 11:11 AM PDT

Um memorial improvisado para George Floyd no Harlem, em Nova Iorque. Foto: Hazel Plunkett

Um memorial improvisado para George Floyd no Harlem, em Nova Iorque. Foto: Hazel Plunkett

Um grupo de mais de 20 líderes da ONU, que se reportam diretamente ao secretário-geral António Guterres e são africanos ou de ascendência africana, assinaram uma declaração pessoal e contundente expressando indignação quanto ao racismo generalizado e sistêmico, destacando a necessidade de as Nações Unidas “irem além e fazerem mais” do que apenas manifestar repúdio.

Os signatários da carta publicada na sexta-feira (12) incluem chefes de alto nível das agências da ONU, como Tedros Ghebreyesus, chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Winnia Byanyima, diretora-executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), e Natalia Kanem, que administra a agência de saúde sexual e reprodutiva da ONU (UNFPA).

O manifesto começa evocando a morte de George Floyd, o homem negro morto depois de um policial branco de Minneapolis se ajoelhar em seu pescoço por mais de oito minutos. “Um chamado desesperado pela mãe que partiu há muito tempo, alcançando profundamente as entranhas da humanidade frágil. Lutando para respirar. Implorando por misericórdia. O mundo inteiro ouviu o grito trágico”.

Citando o “trauma profundo e o sofrimento enfrentado por gerações” que resultou da injustiça racial, particularmente contra pessoas de ascendência africana, o artigo escrito em suas capacidades pessoais declara que é hora de ir mais longe do que simplesmente condenar atos de racismo, descritos como “um flagelo global que se perpetuou ao longo dos séculos”.

Hora de acelerar

Os líderes exortam a ONU a “intensificar e agir decisivamente para ajudar a acabar com o racismo sistêmico contra pessoas de ascendência africana e outros grupos minoritários”, citando o artigo 1 da Carta das Nações Unidas, que estipula que a ONU promove e incentiva o “respeito pelos direitos humanos e às liberdades fundamentais de todos, sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião”.

Destacando o papel histórico da ONU nas lutas cruciais contra o racismo – como o fim do apartheid na África do Sul, a emancipação de ex-colônias africanas e o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos – o texto pede às Nações Unidas que “usem seu influência para lembrar mais uma vez o negócio inacabado de erradicar o racismo e instar a comunidade das nações a remover a mancha do racismo na humanidade”.

Reconhecendo os esforços do chefe da ONU de combater o racismo sistêmico em todos os níveis, inclusive dentro das Nações Unidas, os autores da carta observam que a Organização deve dar o exemplo, com “uma avaliação honesta de como defendemos a Carta da ONU em nossa instituição”.

Obrigação de se manifestar

Os líderes disseram que sua solidariedade com manifestações pacíficas, como os protestos organizados pelo Black Lives Matter e outros grupos que defendem a justiça racial e “outras manifestações em massa contra o racismo sistêmico e a brutalidade policial”, estavam “de acordo com nossas responsabilidades e obrigações, como funcionários públicos internacionais, de nos levantarmos e nos manifestarmos contra a opressão”.

Eles acrescentaram que “como líderes, compartilhamos as crenças centrais e os valores e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas que não nos deixam a opção de ficar em silêncio”.

A declaração afirma ainda que os funcionários se comprometem a aproveitar seus conhecimentos, liderança e mandatos, para “abordar as causas e mudanças estruturais que devem ser implementadas se quisermos acabar com o racismo”.

O artigo termina com citações de renomados ativistas de direitos humanos e antirracismo, incluindo Martin Luther King, Nelson Mandela e a declaração do arcebispo Desmond Tutu de que “a libertação dos negros é um pré-requisito absolutamente indispensável para a libertação dos brancos: ninguém será livre até que todos sejamos livres”.

Leia a carta completa abaixo:

Sobre os protestos do Vidas Negras Importam e outras demonstrações em massa contra o racismo sistemático e a brutalidade policial

*Reflexões coletivas de funcionários africanos de alto nível das Nações Unidas

Um chamado desesperado pela mãe que partiu há tempos. Alcançando desde as entranhas mais profundas da frágil humanidade. Respirando com dificuldade. Implorando por compaixão. O mundo inteiro escutou o lamento trágico. A família das nações viu seu rosto pressionado contra o duro pavimento. Dor insuportável em plena luz do dia. Um pescoço esmagado sobre um joelho e o peso da história. Um gigante gentil, desesperadamente se agarrando à vida. Ansiando por respirar livremente. Até seu último suspiro.

Como líderes africanos de alto nível das Nações Unidas, as últimas semanas de protestos contra a morte de George Floyd pelas mãos da polícia nos encheram de indignação pela injustiça do racismo que continua generalizado em nosso país anfitrião e no mundo inteiro.

Não há palavras para descrever o profundo trauma e sofrimento intergeracional que é resultado da injustiça racial perpetrada através dos séculos, particularmente contra pessoas de ascendência africana. Apenas condenar expressões e atos racistas não é suficiente.

Nós precisamos ir além e fazer mais.

O secretário-geral das Nações Unidas António Guterres declarou que “precisamos erguer nossas vozes contra todas as expressões do racismo e todos os casos de comportamento racista”. Depois do assassinato do senhor George Floyd, o lema de que as “Vidas Negras Importam” que ressoa nos Estados Unidos e em todo o mundo é mais do que um slogan. De fato, elas não apenas importam, elas são fundamentais para o alcance de nossa dignidade humana comum.

Agora chegou momento de passar das palavras à ação.

Nós devemos a George Floyd e todas as vítimas de discriminação racial e brutalidade policial o desmantelamento das instituições racistas. Como líderes no sistema multilateral, nós acreditamos que cabe a nós falar por aqueles cujas vozes foram silenciadas, e dialogar por respostas efetivas que contribuam para lutar contra o racismo sistemático, um flagelo mundial que tem sido perpetuado ao longo dos séculos.

O chocante assassinato de George Floyd tem raízes em uma série de questões mais amplas e persistentes que não vão desaparecer se nós as ignoramos. É momento para a Organização das Nações Unidas intervir e agir decisivamente para ajudar a acabar com o racismo sistemático contra pessoas afrodescendentes e outros grupos minoritários “na promoção e encorajamento do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos e todas, sem distinção como raça, sexo, idioma ou religião”, como estipulado no artigo primeiro da Carta das Nações Unidas. De fato, o fundamento da Organização das Nações Unidas é a convicção de que todos os seres humanos são iguais e têm direito a viver sem medo de perseguição.

Foi no momento mais crítico dos movimentos pelos direitos civis nos Estados Unidos e durante a emergência da independência pós-colonial das nações africanas que se juntaram às Nações Unidas, que entrou em vigor a Convenção Internacional pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, em 1969.

Este foi um momento essencial na história. O colapso do Apartheid na África do Sul, impulsionado em parte pelas Nações Unidas, foi uma das conquistas de maior orgulho da organização. Os direitos humanos e a dignidade de pessoas negras na África, assim como de toda a diáspora africana, soaram como um poderoso sinal para as futuras gerações de que a Organização das Nações Unidas não fecharia os olhos para a discriminação racial nem toleraria injustiça e fanatismo disfarçados de leis injustas. Nesta nova era, a ONU deve da mesma forma fazer uso de sua influência para relembrar-nos mais uma vez do trabalho inacabado em erradicar o racismo, e clamar à comunidade das nações a removerem a mancha do racismo na humanidade.

Nós damos boas vindas às iniciativas do secretário-geral em fortalecer o discurso global antirracismo, que nos permitirá fazer frente ao racismo sistemático em todos os níveis, assim como o seu impacto onde quer que exista, inclusive na própria Organização das Nações Unidas.

Se vamos liderar, devemos começar pelo exemplo. Para começar e sustentar uma mudança real, nós também devemos fazer uma avaliação honesta de como colocar em prática a Carta das Nações Unidas dentro de nossa instituição.

Nossa expressão de solidariedade também deve estar de acordo com nossas responsabilidades e obrigações enquanto funcionários públicos internacional em se opor e se pronunciar contra a opressão. Como líderes nós compartilhamos das crenças fundamentais e dos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, que não nos deixam a opção de ficar em silêncio.

Nós nos comprometemos a fazer uso de nossa experiência, liderança e dos nossos mandatos para fazer frente às causas profundas e realizar as mudanças estruturais que precisam ser implementadas se nós queremos colocar um fim ao racismo.

Quase 500 anos depois que o repugnante comércio transatlântico de africanos começou, nós chegamos em um ponto crítico na trajetória do universo moral enquanto nos aproximamos, em 2024, da Década Internacional de Afrodescendentes, apenas a quatro anos de distância. Usemos nossa voz coletiva para ajudar a tornar realidade a visão transformadora da África contida na Agenda 2063, que dialoga com a Agenda 2030 para o mundo.

A África é o berço da humanidade e a precursora das civilizações humanas. Como continente, a África deve exercer um papel definitivo no mundo para alcançar o desenvolvimento sustentável e a paz. Este foi o sonho dos fundadores da Organização da Unidade Africana; esta foi também a forte convicção de proeminentes líderes como Kwame Nkrumah e intelectuais eminentes como Cheikh Anta Diop.

Que não nos esqueçamos das palavras do presidente Nelson Mandela: “negar às pessoas seus direitos humanos é desafiar sua própria humanidade”.

Que recordemos sempre a advertência de líder pelos direitos civis Fannie Lou Hamer: “ninguém está livre até que todos estejam livres”, uma mensagem que voltou a ser ecoada por Dr. Martin Luther King Jr, “a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça para a justiça em todos os lugares”.

Suas palavras foram mais tarde personificadas no arco-íris da diversa nação sul africana, assim como expressou o conciliador arcebispo Desmond Tutu, quando ele declarou que “a liberação negra é um pré-requisito absolutamente indispensável para a liberação branca – ninguém estará livre até que todos estejam livres”.

*Todos que assinam essa lista abaixo são funcionários de alto-nível das Nações Unidas que estão logo abaixo do secretário-geral. Assinaram esse artigo de opinião com título pessoal  

Tedros ADHANOM GHEBREYESUS

Mahamat Saleh ANNADIF

Zainab BANGURA

Winnie BYANYIMA

Mohamed Ibn CHAMBAS

Adama DIENG

François Lounceny FALL

Bience GAWANAS

Gilbert HOUNGBO

Bishar A. HUSSEIN

Natalia KANEM

Mukhisa KITUYI

Mankeur NDIAYE

Phumzile MLAMBO-NGCUKA

Parfait ONANGA-ANYANGA

Pramila PATTEN

Vera SONGWE

Hanna TETTEH

Ibrahim THIAW

Leila ZERROUGUI

 

#VidasNegras

A diretora-executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima participou da marcha Black Lives Matter que ocorreu em Genebra, na Suíça, no dia 9 de junho.

Logo após sua participação, gravou um discurso para toda a equipe do UNAIDS, reforçando a importância de colocarmos o discurso antirracista em prática e vivermos, de fato, dentro do princípio de igualdade defendido pela ONU.

Confira abaixo seu discurso na íntegra:

 

FAO e CEPAL apresentam na terça (16) recomendações para evitar crise alimentar na América Latina e Caribe

Posted: 15 Jun 2020 09:21 AM PDT

Ações urgentes contra a fome desencadeada pela pandemia são necessárias nos países da região da América Latina e Caribe. Foto: FAO/Olivier Asselin

Ações urgentes contra a fome desencadeada pela pandemia são necessárias nos países da região da América Latina e Caribe. Foto: FAO/Olivier Asselin

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apresentam na terça-feira (16) o relatório conjunto “Evitar que a crise da COVID-19 se transforme em uma crise alimentar: ações urgentes contra a fome na América Latina e no Caribe”.

No documento, as organizações abordarão ações urgentes contra a fome desencadeada pela pandemia nos países da região e as recomendações para evitar que a crise sanitária se transforme em uma crise alimentar.

A apresentação será realizada em coletiva de imprensa virtual às 12h de Brasília liderada por Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL, e Julio Berdegué, subdiretor-geral da FAO e representante regional para a América Latina e Caribe.

Será transmitida ao vivo via Webex pelo seguinte link:

https://eclac.webex.com/eclac/onstage/g.php?MTID=e19b154c1d7cf415f5d96841e1fc5d8dc

Os jornalistas interessados em participar deverão registrar-se previamente. Receberão um e-mail automático com as instruções para se conectar.

De acordo com a FAO e a CEPAL, diante da queda acentuada prevista de PIB, renda e remessas, do aumento da pobreza, e de preços dos alimentos, é vital tomar medidas urgentes contra a fome nos países da América Latina e do Caribe. Os detalhes dessas medidas, bem como as recomendações para evitar uma crise alimentar no médio prazo, serão divulgados nesse relatório.

Os jornalistas credenciados poderão enviar suas perguntas por escrito durante o evento via chat da plataforma. Também, podem enviar suas dúvidas para o e-mail: conferenciaprensa@cepal.org.

O público em geral poderá acompanhar a apresentação ao vivo pelo YouTube por meio de um link que será informado oportunamente ou pelo site da CEPAL: www.cepal.org.

A versão eletrônica completa do novo documento conjunto FAO-CEPAL, juntamente com um comunicado de imprensa, estarão disponíveis nos sites da CEPAL e da FAO, bem como na página do Observatório COVID-19 da América Latina e do Caribe, na terça-feira, 16 de junho, assim que a coletiva de imprensa terminar.

Serviço

O quê: Lançamento do relatório conjunto FAO-CEPAL: Evitar que a crise da COVID-19 se transforme em uma crise alimentar. Ações urgentes contra a fome na América Latina e no Caribe.

Quem:

Alicia Bárcena, Secretária-Executiva da CEPAL.
Julio Berdegué, Subdiretor-Geral da FAO e Representante Regional para a América Latina e Caribe.

Quando: Terça-feira, 16 de junho de 2020, 12h de Brasília .

Onde: Conexão virtual por meio da plataforma Webex (É necessário inscrição prévia para jornalistas).

https://eclac.webex.com/eclac/onstage/g.php?MTID=e19b154c1d7cf415f5d96841e1fc5d8dc

Event number: 160 760 0565

Event password: FAOCEPAL

 

Doações de sangue são essenciais durante a pandemia da COVID-19, afirma OPAS

Posted: 15 Jun 2020 08:53 AM PDT

O Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, tem como tema este ano “Sangue seguro salva vidas” e o slogan “Doe sangue e torne o mundo um lugar mais saudável”. Foto: Karina Zambrana

As doações de sangue são mais necessárias do que nunca durante a atual pandemia da COVID-19, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Os hemocentros das Américas estão tomando medidas para garantir que as doações continuem de maneira segura para doadores e receptores de sangue.

Em 2005, a Assembleia Mundial da Saúde designou o 14 de junho como o Dia Mundial do Doador de Sangue para agradecer aos doadores de sangue, incentivar mais pessoas a doarem sangue livremente e aumentar a conscientização sobre a necessidade global de sangue seguro e como todos podem contribuir.

O tema da campanha de 2020 é “Sangue seguro salva vidas” com o slogan “Doe sangue e torne o mundo um lugar mais saudável”. A ideia é focar na contribuição que um doador individual pode dar para melhorar a saúde de várias pessoas que precisam.

A data é um chamado à ação para que governos, autoridades nacionais de saúde e serviços nacionais de transfusão de sangue forneçam recursos adequados e estabeleçam sistemas e infraestruturas para: aumentar a coleta de sangue de doadores não remunerados; proporcionar atenção de qualidade aos doadores; promover e aplicar um uso clínico adequado do sangue; e implementar sistemas de supervisão e vigilância em toda a cadeia de transfusão de sangue.

“No Dia Mundial do Doador de Sangue, quero oferecer meus mais profundos agradecimentos aos doadores de sangue de toda a Região das Américas por darem o presente da vida”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. Ela afirmou que “o sangue mais seguro vem da doação voluntária e não paga de pessoas como você e eu. A doação é um ato de solidariedade e altruísmo, que o mundo precisa agora mais do que nunca no contexto da pandemia da COVID-19.”

Na Região das Américas, a principal comemoração será realizada pelo Paraguai, em reconhecimento às suas conquistas no aumento de doações voluntárias de sangue. Durante um período de quatro anos, o país aumentou a disponibilidade de sangue para 1,5 unidades por 1.000 habitantes e aumentou a doação voluntária em 5,3%. Outros eventos globais e regionais ocorrerão virtualmente em razão da data.

Na América Latina e no Caribe, doadores de sangue possibilitam a transfusão de mais de 10 milhões de unidades de sangue a cada ano, essenciais para proteger a saúde e a vida de pacientes que precisam de transplantes, pessoas vivendo com câncer, mulheres com hemorragia pós-parto e pessoas feridas em atos de violência ou acidentes de trânsito.

A necessidade de dispor de sangue seguro é universal, mas o acesso ao sangue seguro ainda é um privilégio de poucas pessoas. A maioria dos países de baixa e média renda tem dificuldades para dispor de sangue seguro porque faltam doações e equipamentos para testar o sangue. Globalmente, 42% do sangue é coletado em países de alta renda, que abrigam apenas 16% da população mundial.

“Continuamos a apoiar todos os países membros da OPAS no desenvolvimento de serviços de sangue eficientes e de qualidade, para que as pessoas possam fazer doações de sangue seguras e que todos os pacientes tenham acesso a sangue seguro quando necessário”, explicou a diretora da OPAS.

Organizações internacionais, entre elas a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, a Federação Internacional de Organizações Doadoras de Sangue, a Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue, a Associação Americana de Bancos de Sangue e o Grupo Cooperativo Ibero-Americano de Medicina de Transfusão, colaboram para fornecer orientação e apoio aos membros sobre doações de sangue.

Clique aqui para acessar o site da campanha do Dia Mundial do Doador de Sangue.

 

Novo projeto de desenvolvimento agrícola no Piauí prevê investimentos de R$600 milhões

Posted: 15 Jun 2020 07:38 AM PDT

A iniciativa conjunta estimula o desenvolvimento de regiões rurais em 58 municípios do estado. Foto: Governo do Piauí

A iniciativa conjunta estimula o desenvolvimento de regiões rurais em 58 municípios do estado. Foto: Governo do Piauí

A primeira missão de supervisão do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), totalmente remota, realizada em parceria com o Governo do Piauí, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e do Projeto Viva o Semiárido (PVSA), encerrou suas atividades na sexta-feira (12), momento em que foi assinado o memorando de conclusão da missão. A atividade foi iniciada no dia 1º deste mês.

A expectativa é de renovação da colaboração entre o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola e o Governo do Estado, com o anúncio de um projeto mais amplo, o Piauí Sustentável e Produtivo, que aguarda aprovação da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), co-financiado pelo Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID).

Além de dar continuidade ao Projeto Viva o Semiárido, com ações na área da agricultura familiar, o programa irá inserir eixos relacionados à infraestrutura hídrica e ações ambientais, com o investimento no valor de 125 milhões de dólares, aproximadamente 600 milhões de reais.

Durante a missão, foram realizadas 32 videoconferências com representantes de comunidades; das co-executoras, como a Seplan, Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e Instituto Instituto de Assistência Técnica de Extensão Rural do Piauí (Emater); das cooperativas, das instituições bancárias e das empresas de assistência técnica sistemática (ATS).

A missão também realizou videoconferências com empresas que prestam serviços de assistência técnica ao projeto, como o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Moralidade Pública (Avance), Cáritas Diocesana São Raimundo Nonato, Cooperativa de Produção e Serviços de Técnicos Agrícolas do Piauí (Cootapi), Empresa de Planejamento e Assistência Técnica Agropecuária (Emplanta), Empresa de Gerenciamento e Tecnologia Rural (Engeter), Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas (Celta), Serviço de Mobilização e Assessoria para o Desenvolvimento Sustentável Regional (Semear) e o Centro de Educação Ambiental e Assessoria (CEEA).

Segundo o secretário de Estado da Agricultura Familiar, Hérbert Buenos Aires, esse foi um ponto de destaque que pode ter diferenciado ainda mais a missão e poderá resultar em um novo formato de avaliação. “Todos ficamos impressionados com a maioria dos depoimentos enviados por agricultores familiares, beneficiários do projeto, pois, por meio dos vídeos, os representantes dos diversos municípios que compõe o semiárido piauiense, puderam expressar as dificuldades e de que forma foram beneficiados ao longo dos últimos anos com os projetos de inclusão produtiva. As informações da base deram clareza para os consultores, gestores e instituições parceiras, de como o PVSA está sendo executado, não só no depoimento de cada um, mas pelas imagens que mostraram a realidade da comunidade, com as criações de pequenos animais, produção no campo, a evolução dos jovens e mulheres chefes de família e o respeito quanto aos cuidados exigidos neste momento de pandemia. Pela reação de todos, este é um formato que pode ter chegado realmente para ficar e ajudar na melhoria do projeto, que tem como principal objetivo a redução da pobreza no meio rural”, concluiu.

Um dos vídeos mostra a beneficiária Albertina Nogueira da Costa, do assentamento Vista Alegre em Oeiras, contemplado pelo projeto com assistência técnica da Emplanta para diversas atividades como piscicultura, caprinocultura, fruticultura e cultura irrigada há 2 anos. “Tem sido interessante e proveitoso, melhorado significativamente a vida dos agricultores de 24 famílias do assentamento. Todas, sem exceção, tiveram melhoria de renda, mas temos pontos que precisamos melhorar com apoio da UGP e do FIDA, pois temos dificuldades com a entrega da produção por causa desta pandemia, mas a gente está conseguindo atender algumas demandas. Esperamos que todos continuem buscando informação e planejamento para a produção agrícola familiar e orgânica, sem agrotóxico, protegendo a natureza”, disse a agricultora.

Segundo o oficial de programas do FIDA no Brasil, Hardi Vieira, a missão serviu para avaliar atividades realizadas até agora, sugerir e acordar rumos e elaborar um programa de trabalho para este último ano de implementação. Ele destaca que 90% das metas foi atingida, já que em termos de público beneficiário, alcançou mais de 23 mil famílias com 105% da meta, de 22 mil.

“Uma das principais maneiras do projeto trabalhar é por meio dos Projetos de Inclusão Produtiva, 211 PIP’s foram implantados no Piauí, beneficiando mais de 8 mil famílias no semiárido, em 89 municípios. Foram investidos 50 milhões de reais nas diversas cadeias produtivas, como cajucultura, piscicultura, hortas, quintais produtivos e atividades não agrícolas, como artesanato. Além disso, verificamos que dentro do público beneficiário do PVSA, que 90% das famílias aumentou a produção e outros 80% incrementou a renda. Esperamos que, até o fim desta parceria com o Governo do Estado do Piauí, os indicadores aumentem ainda mais, já que os resultados, na maioria do cumprimento das metas, demonstram uma transformação na vida da maioria das pessoas no semiárido, prova de que o PVSA, executado pela SAF, é um dos instrumentos para reduzir a pobreza”, avaliou o oficial de programas do FIDA.

Avaliação

O superintendente do Desenvolvimento Rural da SAF, Francisco das Chagas Ribeiro, avaliou como positiva a realização da missão de forma remota. “Observamos o sucesso da missão pela forma com que os trabalhos foram coordenados pelas duas equipes, do governo e do FIDA. Mesmo com o ritmo acelerado na realização das videoconferências, a participação foi de 100% das equipes e dos envolvidos, o que reduziu a dificuldade de avaliação pelos consultores, que desta vez não tiveram condições de realizar as visitas técnicas no campo”, ressaltou.

O coordenador do projeto no Piauí frisou que o grande objetivo da missão foi alcançado, de verificar o andamento do projeto, o que propiciou uma extensão de prazo, julho de 2021, e checagem de outros aspectos, com a realização de reuniões com várias comunidades beneficiadas, como Umburana Brava, no município de Fartura; Vista Alegre, em Oeiras; Comapi, de Simplício Mendes; e Lagoa do Canto, em Paulistana.

“Todas apresentaram o resultado dos trabalhos após a doação de recursos do Viva o Semiárido, bem como todas as entidades que prestam assistência técnica rural (Ater) aos projetos e as co-executoras. Além disso, vamos concluir neste último dia de missão, uma pesquisa online de avaliação dos trabalhos obtidos no campo, onde já estamos ultrapassando a meta estipulada, que é de participação de mil pessoas respondendo às perguntas apresentadas. Até a conclusão, esperamos ter uma avaliação preliminar”, destacou.

O gestor informou ainda que está sendo contratada uma empresa para fazer a sistematização e que a Universidade de Viçosa será a responsável pela avaliação do impacto do Projeto Viva o Semiárido. “Por enquanto, temos bons resultados e nós e o Fida estamos satisfeitos com o que foi alcançado até aqui”.

Formação

Por meio da parceria com a Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), o Projeto Viva o Semiárido viabilizou a formação de mais de 80 cursos, beneficiando dois mil jovens, e a expectativa é de implantação de sistemas agroecológicos em 70 escolas, com aprimoramento de manuseio e método de trabalho voltado para o campo no semiárido e assistência técnica para preparar os produtores em métodos de gestão para gerenciamento de sustentabilidade. A Seduc capacitou 1.200 professores.

A avaliação da parceria entre o Fida e o Governo do Piauí é positiva e acena para realização de um projeto mais amplo, o Piauí Sustentável e Produtivo. Foto: Governo do Piauí

 

ACNUR e parceiros promovem agenda nacional para celebrar Dia Mundial do Refugiado

Posted: 15 Jun 2020 06:52 AM PDT

Refugiados e migrantes venezuelanos indígenas Warao são realocados para um espaço seguro em Manaus (AM) durante a pandemia de COVID-19. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo

Refugiados e migrantes venezuelanos indígenas Warao são realocados para um espaço seguro em Manaus (AM) durante a pandemia de COVID-19. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo

Atividades artísticas e de entretenimento com a população refugiada, eventos virtuais nas redes sociais e a divulgação das tendências sobre o deslocamento forçado no mundo marcam, neste ano, as celebrações em torno do Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) no Brasil.

A agenda está sendo organizada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros. O governo brasileiro estima que o Brasil tem cerca de 43 mil pessoas reconhecidas como refugiadas de mais de 50 nacionalidades, além de quase 300 mil solicitantes de refúgio.

No Norte do Brasil, os cerca de 6,5 mil refugiados e migrantes venezuelanos abrigados pela Operação Acolhida (resposta governamental à parcela mais vulnerável desta população) e governos locais estão envolvidos na produção de desenhos, poesias e outras manifestações artísticas sobre seu futuro no Brasil.

Em vários dos abrigos existentes em Boa Vista (RR), espaços comuns destas instalações (paredes, muros, banheiros etc.) estão sendo pintados pelos moradores, que compartilhando sua visão do presente e seus sonhos, e tornando mais agradável o ambiente onde vivem.

Em todas estas atividades estão sendo consideradas os critérios de distanciamento recomendados pela pandemia do novo coronavírus. Imagens desta produção artística feita por refugiados e migrantes venezuelanos serão divulgadas pelas redes sociais do ACNUR Brasil e disponibilizadas no site www.acnur.org.br.

“O novo coronavírus está fazendo o mundo se sentir mais vulnerável, pois não respeita fronteiras, ameaça as pessoas e transforma a vida como conhecemos. Esta crise mostra que temos um papel a cumprir, que todas as pessoas fazem a diferença e que cada ação é importante”, afirma o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas.

Refúgio no mundo

Com informações atualizadas sobre refúgio e outras formas de deslocamento forçado no mundo, o relatório anual do ACNUR “Tendências Globais 2019” será lançado virtualmente no dia 18 de junho, às 10 horas (horário de Brasília), com a participação do Representante Adjunto do ACNUR no Brasil, Federico Martinez, do coordenador-geral do Comitê Nacional para Refugiados, Bernardo Laferté, da diretora executiva do Museu da Imigração, Alessandra Almeida, e da refugiada empreendedora venezuelana Yilmary de Perdomo.

As inscrições para o lançamento já estão abertas e devem ser feitas pelo formulário disponível aqui. A apresentação do relatório será seguida de coletiva de imprensa.

Também no ambiente virtual, o ACNUR e seus parceiros realizarão várias atividades nas redes sociais, debatendo temas como o impacto da COVID-19 na mobilidade humana, a autossuficiência das pessoas refugiadas e aspectos legais do refúgio.

A cultura também terá destaque nesta agenda virtual. No dia 19, às 16hs, o ACNUR e o SESC-SP promovem a leitura do livro infantil “Amal e a viagem mais importante de sua vida”, da jornalista Carolina Montenegro. Esta “contação” de história para crianças brasileiras e refugiadas acontecerá no Instagram, nos canais ACNUR Brasil e Caçando Estórias.

No dia 21, às 15h, acontece canal do ACNUR Brasil no Youtube a “Live de Todos os Povos”, com exibição de documentário sobre a “Orquestra Mundana Refugi” e uma homenagem especial do músico brasileiro Chico Buarque às pessoas refugiadas.

No dia 23, será lançada em realidade virtual a exposição “Em Casa, no Brasil”, uma parceria com o SESC-SP que permitirá aos visitantes conhecer a estrutura de uma unidade de habitação usada em campos e abrigos para refugiados, além de ouvir depoimentos de pessoas refugiadas sobre suas lembranças e motivos no presente que as fazem se sentir em casa no país.

Em paralelo, o ACNUR e seus parceiros promovem uma série de seminários virtuais que irão debater o refúgio no Brasil e anunciar medidas de apoio à integração desta população. No dia 23, com o Governo de Minas Gerais, Prefeitura de Belo Horizonte, o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, será divulgado estudo de georreferenciamento amostral da população refugiada na capital mineira. Ainda em junho, com a Prefeitura de São Paulo será lançado o Plano Municipal de Políticas para Imigrantes da capital paulista.

“Nesse desafiador momento pelo qual passamos, a força das nossas comunidades reside na capacidade de atuar em prol do benefício comum, e queremos demonstrar que as pessoas refugiadas são parte desta solução”, ressalta o representante do ACNUR no Brasil.

Sobre o Dia Mundial do Refugiado

Desde 2001, o Dia Mundial do Refugiado é celebrado globalmente em 20 de junho, de acordo com resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Para o ACNUR, a data é uma oportunidade para homenagear a coragem, a resiliência e a força de todas as mulheres, homens e crianças forçadas a deixar suas casas por causa de guerras, conflitos armados e perseguições. Estas pessoas deixam tudo para trás – exceto a esperança e o sonho de um futuro mais seguro.

“Neste ano, o Dia Mundial do Refugiado coincide com uma onda de protestos em todo o mundo contra o racismo. O ACNUR nasceu com a forte convicção de que somos todos e todas iguais em dignidade e direitos e que as pessoas perseguidas por causa de suas crenças ou características – inclusive a raça – têm o direito de ser protegidas”, diz o representante do ACNUR no Brasil.

Para a Agência da ONU para Refugiados, é necessário buscar um mundo cada vez mais inclusivo, no qual ninguém seja deixado para trás. Esta ideia está no centro das celebrações do Dia Mundial do Refugiado neste ano, reforçando a mensagem de que as pessoas refugiadas podem contribuir com a sociedade que as acolhe.

 

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