Boletim diário da ONU Brasil: “OMS destaca esforços internacionais de combate à tuberculose” e 14 outros.
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ter, 26 de mar 18:41 (há 15 horas)
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Posted: 26 Mar 2019 02:13 PM PDT
Mulher com tuberculose no Paquistão ficou sem diagnóstico por cinco anos porque não podia pagar 2 dólares de transporte de seu vilarejo até o hospital em Tharparkar. Foto: OCHA/Zinnia Bukhari
A tuberculose não é só a infecção que mais causa mortes no mundo, mas também a principal causa de morte entre pessoas com HIV e uma grande causa de mortes relacionadas à resistência antimicrobiana, afirmou no domingo (24) a Organização Mundial da Saúde (OMS), marcando o Dia Mundial de Combate à Tuberculose.
A doença mata cerca de 4.500 pessoas por ano e atinge cerca de 30 mil outras, de acordo com a OMS.
Desde 2000, esforços globais para combater esta doença evitável e curável salvaram uma estimativa de 54 milhões de vidas e reduziram a taxa de mortalidade em 42%. “O tema do Dia Mundial de Combate à Tuberculose deste ano é: ‘é hora de acabar com a tuberculose’”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Em linha com o impulso geral da OMS em direção à cobertura universal de saúde, a Organização pede neste dia mundial para governos, comunidades afetadas, organizações da sociedade civil, fornecedores de assistência de saúde e parceiros nacionais e internacionais unirem forças para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Para acelerar a resposta, chefes de Estado se juntaram em setembro de 2018 e fizeram compromissos para acabar com a doença no primeiro encontro de alto nível da ONU sobre o assunto.
“Estamos destacando a necessidade urgente de transformar compromissos feitos no encontro de 2018 sobre tuberculose em ações que garantam que todos que necessitam de ajuda contra tuberculose possam conseguir isso”, disse o chefe da OMS.
Na semana passada, a OMS emitiu novas orientações para melhorar tratamento de tuberculose resistente a medicamentos e fez recomendações que incluem ações entre setores para monitorar e revisar o progresso. Entre as ações, estão planejamentos prioritários e implementação de intervenções e de uma força-tarefa para garantir engajamento significativo da sociedade civil.
“Este é um conjunto de ações pragmáticas que países podem usar para acelerar o progresso e avançar com compromissos de alto nível feitos (…) em setembro”, disse Tereza Kasaeva, diretora do Programa Global da OMS para Tuberculose.
Migrantes em alto risco
Como a tuberculose é contagiosa e transmitida pelo ar, migrantes estão entre os grupos mais vulneráveis, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A OIM destacou que muitos trabalham em empregos perigosos e vivem em moradias abaixo do padrão de qualidade. Outros podem estar detidos em centros lotados de detenção ou vivem em acampamentos para pessoas refugiadas ou deslocadas internamente.
Além disso, migrantes enfrentam barreiras culturais, administrativas e de língua para acessar serviços de saúde, sendo frequentemente excluídos de programas de proteção social e de saúde universal.
Como resultado, aqueles que pagam por fora por serviços de saúde podem acabar tendo despesas catastróficas de saúde e assistência de baixa qualidade.
“É hora de incluir migrantes”, afirmou a OIM, pedindo que objetivos ambiciosos sejam estabelecidos.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose, sempre em 24 de março, serve para aumentar conscientização sobre as devastadoras consequências de saúde, econômicas e sociais da doença e para aumentar esforços para o fim da epidemia global. Em 24 de março de 1882, Robert Koch anunciou a descoberta da bactéria que causa a tuberculose – abrindo caminho para diagnosticar e curar a infecção.
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Posted: 26 Mar 2019 02:05 PM PDT
O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: Reprodução
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, gravou mensagem em língua portuguesa dirigida aos moçambicanos, expressando solidariedade após a devastação provocada pela passagem do ciclone Idai no país que deixou centenas de mortos.
Manifestando suas condolências às famílias das vítimas, Guterres também pediu envio de ajuda a Moçambique, para que o país “possa se recuperar o mais depressa possível desta imensa tragédia”.
Leia a mensagem completa:
“Face à imensa tragédia que assolou Moçambique, eu quero exprimir a minha total solidariedade ao povo moçambicano e ao seu governo e, ao mesmo tempo, as minhas sinceras condolências às famílias de centenas e centenas de moçambicanas e moçambicanos que morreram. Não sabemos ainda o número certo.
Ao mesmo tempo, exprimir a todos os que perderam membros de sua família ou perderam sua casa, que viram as escolas onde os seus filhos estudavam destruídas, as estradas que percorriam desaparecerem, que não mais têm a possibilidade de colher aquilo que semearam.
A todos quero dizer que as Nações Unidas estão convosco, que os trabalhadores das agências das Nações Unidas, no plano humanitário, no plano do desenvolvimento, desde a primeira hora, procuram fazer o seu melhor para ajudar o povo moçambicano a sair desta crise enorme e a recomeçar o seu caminho de desenvolvimento.
Vai ser duro, vai levar tempo, vai exigir uma mobilização muito grande de todos os esforços, nacionais e internacionais. Mas nós nas Nações Unidas estamos convosco e estamos, ao mesmo tempo, a apelar à comunidade internacional para uma ajuda maciça a Moçambique, para que Moçambique possa recuperar o mais depressa possível desta imensa tragédia.”
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Posted: 26 Mar 2019 01:54 PM PDT
Foto: UNODC
Um especialista em direitos humanos das Nações Unidas expressou grave preocupação com uma sentença de mais cinco anos de prisão contra a juíza venezuelana Maria Lourdes Afiuni, classificando a decisão de um ato de represália.
O Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária havia emitido uma opinião em 2010 declarando a arbitrariedade da detenção da juíza Afiuni. A juíza foi presa em 2009 por ordem do então presidente Hugo Chávez por ter libertado o empresário Eligio Cedeño sob fiança. O empresário fugiu imediatamente do país.
“É deplorável que a juíza Afiuni continue sendo alvo de detenção arbitrária”, disse o relator especial das Nações Unidas sobre a Independência de Juízes e Advogados, Diego García-Sayán, nesta terça-feira (26).
A juíza foi mantida em prisão por 14 meses, onde foi maltratada e teve atenção médica negada por autoridades. Durante este período na prisão, de acordo com relatos da mídia, ela sofreu uma deterioração séria de saúde, incluindo cistos mamários, problemas na bexiga e remoção de seu útero.
Em 2011, ela teve prisão domiciliar concedida por razões de saúde. Dois anos depois, recebeu liberdade condicional, sob condição de que permanecesse no país e não usasse redes sociais.
De acordo com a imprensa local, quatro anos depois, quando já estava em liberdade condicional, ela afirmou que foi torturada e estuprada durante o período de encarceramento.
Em 21 de março, um tribunal de Caracas sentenciou a juíza a mais cinco anos de prisão por corrupção.
O especialista da ONU destacou que a decisão mais recente ressalta sérias preocupações com a independência do Judiciário venezuelano, com a imparcialidade de seus juízes e procuradores, além das pressões enfrentadas em casos politicamente sensíveis.
Relatores especiais e especialistas independentes são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos, sediado em Genebra, para examinar e relatar temas específicos de direitos humanos ou a situação de um país. As posições são honorárias e especialistas não são funcionários da ONU, tampouco são pagos por seus trabalhos.
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Posted: 26 Mar 2019 01:38 PM PDT
Economia brasileira deve crescer 1,4% em 2018, de acordo com projeções da CEPAL. Foto: EBC
A carga tributária média nos países da América Latina e do Caribe atingiu 22,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, um aumento de 0,2 ponto percentual na comparação com 2016, segundo a publicação “Estatísticas Tributárias na América Latina e no Caribe 2019”.
O relatório, lançado nesta terça-feira (26) no 31º Seminário Regional de Política Fiscal em Santiago, no Chile, mostra que essa retomada foi impulsionada principalmente pelos países do Caribe e, em particular, por Guiana e Barbados, após reformas políticas e de administração tributária.
A média da carga tribuária da América Latina e do Caribe está 11,4 pontos percentuais abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) — 34,2% do PIB em 2017 —, apesar da diferença entre esses dois grupos ter diminuído frente aos 16,4 pontos percentuais de 1990.
O relatório é uma publicação conjunta de Centro Interamericano de Administrações Tributárias (CIAT), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e OCDE, por meio do Centro de Política e Administração Tributária e do Centro de Desenvolvimento.
Trata-se da oitava edição do documento e a primeira produzida por meio do instrumento regional “Facilidade para o Desenvolvimento em Transição” para a América Latina e o Caribe da União Europeia. A edição deste ano cobre 25 países, mas há apenas dados parciais sobre a Venezuela.
O aumento na média não ponderada da arrecadação de impostos como percentual do PIB na região da América Latina e do Caribe em 2017 reverteu uma queda de 0,1 ponto percentual em 2016 e refletiu uma recuperação geral da economia regional.
No entanto, a mudança foi altamente heterogênea: apesar de a arrecadação tributária ter aumentado como proporção do PIB em 12 países, caiu em dez e se manteve inalterada em dois. Além disso, a arrecadação tributária na região varia significativamente, de 12,4% do PIB na Guatemala até 40,6% do PIB em Cuba.
Os países latino-americanos e caribenhos continuam dependendo dos impostos sobre bens e serviços, já que apenas os impostos sobre o valor agregado representam em média 27,9% da receita tributária total da região em 2017, o equivalente a 6% do PIB.
Durante a última década, as receitas do imposto de renda das empresas diminuiu como percentual do PIB, enquanto as receitas com imposto de renda da pessoa física aumentaram de forma sustentada, alcançando, respectivamente, 3,4% e 2,2% do PIB, em média, em 2017.
No entanto, enquanto a arrecadação de imposto de renda das empresas continua sendo mais alta que a média da OCDE (2,9% do PIB), a arrecadação de imposto de renda da pessoa física continua muito abaixo da média dos países desse grupo (8,2% do PIB).
Em geral, a estrutura tributária média nos países da América Latina e do Caribe evoluiu para se aproximar da OCDE, graças a um aumento da arrecadação com imposto sobre lucros e imposto sobre o valor agregado (IVA) e uma diminuição da receita por impostos ao comércio.
Os impostos relacionados ao meio ambiente são uma fonte emergente de arrecadação em vários países da América Latina e do Caribe. Nos 22 países para os quais há dados disponíveis, a arrecadação proveniente dessa origem ficou na média de 1,1% do PIB em comparação com uma média de 1,6% na OCDE. Nos últimos anos, Chile, Colômbia e México introduziram importantes reformas fiscais verdes.
Um dos capítulos especiais da atual edição do relatório destaca as diferentes tendências nas arrecadações fiscais por hidrocarbonetos e mineração em 2017. As receitas fiscais provenientes desses produtos se estabilizaram durante o ano, alcançando um nível de 2,3% em 2017, depois de uma forte queda entre 2014 e 2016.
A arrecadação fiscal pela mineração aumentou de 0,3% do PIB em 2016 para 0,4% em 2017 à medida que aumentaram os recursos do imposto de renda sobre corporações. Estima-se que as receitas fiscais geradas por recursos naturais não renováveis, tanto hidrocarbonetos como minérios, aumentaram em 2018, já que os preços internacionais se mantiveram fortes na primeira metade do ano; apesar de uma correção substancial dos preços na segunda metade do ano colocar em questão a sustentabilidade dessa recuperação.
Em outro capítulo especial da publicação, se analisa a evolução e desafios do imposto à propriedade imobiliária. No trecho, se destaca que a arrecadação deste imposto é baixa em relação aos países da OCDE, abaixo de seu potencial de arrecadação e longe do nível requerido para satisfazer as necessidades dos governos intermediários e locais para enfrentar os desafios da crescente descentralização, da extensa urbanização e dos amplos assentamentos informais.
Principais resultados
Níveis de impostos:
o Entre 2016 e 2017, a relação média de impostos sobre PIB na região da América Latina e do Caribe aumentou 0,2 ponto percentual, passando de 22,6% a 22,8%. A relação média de impostos em relação ao PIB também aumentou 0,2 ponto percentual nos países da OCDE durante o mesmo período, para 34,2% do PIB.
o Em 2017, os impostos como percentual do PIB dos 24 países cobertos pelo relatório mostraram uma alta heterogeneidade, oscilando entre 12,4% na Guatemala e 40,6% em Cuba. Brasil e Barbados tiveram os níveis mais altos de arrecadação depois de Cuba, com 32,3% e 31,8% do PIB, respectivamente, enquanto Paraguai (13,8%) e República Dominicana (13,9%) tiveram os níveis mais baixos de impostos em relação ao PIB depois da Guatemala.
o No mesmo ano, as receitas tributárias como percentual do PIB aumentaram em 12 países do relatório, diminuindo em dez e se mantendo estáveis em dois.
o Os índices médios de impostos sobre o PIB variam significativamente nas sub-regiões da América Latina e do Caribe: em 2017, a média da região do Caribe superou a média da região como um todo, enquanto a média da América do Sul esteve em linha com a média regional. Já a América Central (incluindo o México) ficou abaixo da média regional.
Estruturas tributárias:
o Com 27,9% do total da arrecadação tributária, o IVA foi a principal fonte da média de receitas da região em 2017, seguida dos recursos provenientes de impostos sobre receitas e lucros (27,1%) e por outros impostos sobre bens e serviços (21,8%).
o Entre 1990 e 2017, as receitas do IVA como percentual do PIB mais do que dobraram, em média, nos países da América Latina e do Caribe, passando de 2,3% do PIB em 1990 para 6% em 2017.
o A participação dos recursos provenientes de impostos sobre receitas e lucros no total da arrecadação cresceu 6,9 pontos percentuais (de 20,1% para 27,1%) entre 1990 e 2017.
o Nos 22 países latino-americanos e caribenhos sobre os quais há dados, a arrecadação tributária relacionada ao meio ambiente subiu para 1,1% do PIB em média em 2017, frente a uma média da OCDE de 1,6% do PIB (cifra de 2016).
Capítulo especia: receitas de recursos naturais não renováveis
o As receitas relacionadas a hidrocarbonetos em oito países exportadores de petróleo se mantiveram estáveis em 2,3% do PIB em 2017, com um aumento na arrecadação não tributária no setor que compensou uma leve diminuição das receitas tributárias.
o A arrecadação com a mineração na região teve uma retomada em 2017, aumentando de uma média de 0,28% do PIB em 2016 para uma média de 0,37% do PIB em 2017 nos nove países analisados.
o A estimativa é de que a receita com hidrocarbonetos e mineração subiram em 2018 apesar de uma forte correção nos preços durante a segunda metade do ano.
Capítulo especial: impostos recorrentes sobre bens imobiliários na América Latina:
o As receitas geradas pelos impostos recorrentes sobre bens imóveis na América Latina são um mecanismo crítico para a oferta de serviços básicos sub-nacionais, mas são baixos em relação aos países da OCDE e não alcançam o nível requerido para ajudar os governos locais e intermediários a enfrentar os desafios de uma crescente descentralização do gasto público, somado a uma extensiva urbanização e ao crescimento dos assentamentos informais.
o Como percentual do PIB, apesar de baixos em média, suas receitas mostraram alta heterogeneidade entre os países em 2016: de 0,1% do PIB no Equador e 0,2% em México e Peru para 0,8% do PIB em Colômbia e 0,9% no Uruguai em 2016. Em média na região, as receitas por impostos recorrentes sobre bens imóveis foram equivalentes a cerca de 0,3% do PIB, frente a uma média da OCDE de 1,1% do PIB.
Clique aqui para acessar o relatório (em espanhol).
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Posted: 26 Mar 2019 11:55 AM PDT
Clique para exibir o slide.O governo do Togo está revisando seus modelos de alimentação escolar e solicitou o apoio do Centro de Excelência contra a Fome — fruto de uma parceria entre o governo brasileiro e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) — para avaliar o modelo comunitário que está sendo testado em todas as regiões do país.
Essa nova abordagem foi iniciada pelo governo do Togo em escolas-piloto em 2018 e enfatiza a participação comunitária na implementação do programa de alimentação escolar. Para realizar essa avaliação, o Centro de Excelência fez uma missão técnica no país de 12 a 18 de março, com apoio do escritório local do PMA.
Durante a missão, Mariana Rocha, especialista do Centro, reuniu-se com representantes do governo e do PMA, e realizou uma visita de campo ao município de Blitta, na região central do país.
O objetivo foi ver de perto como o modelo está funcionando e avaliar sua viabilidade para expansão a outras escolas, de acordo com alguns aspectos: mobilização comunitária, infraestrutura, transferência de recursos, produção local de alimentos, fornecimento e armazenamento de alimentos, cardápios e prestação de contas.
Os achados dessa avaliação vão servir de base para uma análise mais ampla da implementação de diferentes modelos de alimentação escolar no país, com recomendações sobre como avançar para a adoção de uma abordagem de escolas de excelência.
A escola primária visitada na viagem de campo está localizada na zona rural de Blitta, com 112 alunos, dos quais 48 são meninas. Os estudantes recebem refeições quentes três vezes por semana, a partir de um cardápio que privilegia os hábitos alimentares e as culturas agrícolas locais.
A comida é preparada por dez mães que se alternam na cozinha. As famílias também contribuem para o programa com a doação de parte de sua produção agrícola. Os demais alimentos são comprados semanalmente no mercado de Blitta, com recursos transferidos pela agência do governo federal responsável pelo programa de alimentação escolar, ANADEB.
Essa escola foi escolhida para a fase piloto do modelo comunitário após uma demanda da própria comunidade pela implantação de um programa de alimentação escolar na escola. A comunidade escolar passou por um processo de mobilização, apoiado pela coordenação regional da ANADEB, que conduziu sessões de capacitação em temas como organização das contribuições comunitárias ao programa, compra de alimentos e preparação das refeições.
Um aspecto positivo do modelo comunitário é que está baseado na consulta e num processo sólido de mobilização das comunidades locais. O modelo aproveita estrutura existentes, como os comitês de pais, e integra o perfil agrícola da população. O programa permite que os pais contribuam para a alimentação escolar com os alimentos que produzem, em vez de pagar uma taxa em dinheiro.
O programa também valoriza os produtos locais e utiliza cadeias curtas de fornecimento para comprar os itens alimentares utilizados nas refeições, com fundos transferidos diretamente para as escolas. A abordagem comunitária tem grande potencial para a realização de ações coordenadas por diferentes setores para intervenções em diversos aspectos do desenvolvimento local, como nutrição, acesso à água e saneamento, saúde e agricultura.
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Posted: 26 Mar 2019 11:34 AM PDT
Aula de culinária promovida na FAO em dezembro de 2018 com o chef Gianfranco Pascucci. Foto: FAO/Alessandra Benedetti
Em evento em Paris, na França, dirigentes da ONU celebraram neste mês (22) o papel central dos chefs de cozinha na promoção de uma alimentação mais nutritiva e culturalmente diversa. As Nações Unidas lançaram a publicação Chefs como agentes da mudança, que ressalta o poder da gastronomia em integrar as dimensões de saúde, sociais, culturais e ambientais da alimentação.
“Temos que educar e inspirar as pessoas a adotarem dietas saudáveis”, afirmou na capital francesa o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ( FAO), José Graziano da Silva.
“A gastronomia é cada vez mais uma área de grande interesse e os chefs são atores que podem moldar a opinião pública e influenciar os consumidores.”
Também presente, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, ressaltou que “a comida é, desde os primórdios do tempo, uma dimensão essencial das trocas humanas, uma grande atividade econômica e a fundação da organização das sociedades”.
“Esse legado é transmitido de geração em geração e é compartilhado à medida que as comunidades se encontram. Ela aumenta, no nível de uma sociedade, a curiosidade intercultural entre os países”, acrescentou a dirigente da agência.
Um número crescente de chefs está promovendo pratos e ingredientes ligados ao território e à cultura local. Muitos desses mestres-cucas também incentivam o consumo de alimentos frescos. Outros têm se engajado com o movimento global que pede a redução do desperdício de alimentos, seja por ações em seus próprios restaurantes, seja por estratégias de conscientização e capacitação das comunidades.
A UNESCO e a FAO consideram que os chefs são atores importantes na luta contra a fome e a desnutrição, além de desempenhar um papel fundamental na mobilização dos indivíduos por uma produção mais sustentável de alimentos.
Gastrônomos também conseguem difundir hábitos alimentares mais nutritivos. Dietas não saudáveis são a causa mais significativa da pandemia global de obesidade. Estima-se que mais de 2 bilhões de pessoas estejam acima do peso, incluindo cerca de 670 milhões de pessoas obesas. O número de obesos no mundo pode em breve ultrapassar o de pessoas subnutridas, que atualmente é estimado em 821 milhões.
“Com a obesidade em ascensão, nossos sistemas alimentares devem deixar de (apenas) oferecer alimentos às pessoas para nutri-las com alimentos saudáveis e nutritivos. Tudo isso é importante para a transformação de que precisamos em nossos sistemas alimentares”, completou Graziano.
Durante o encontro em Paris, Didier Guillaume, ministro francês da Agricultura e Alimentação, enfatizou a importância das políticas alimentares nacionais baseadas em uma abordagem que seja positiva para a nutrição. O representante do Estado francês também defendeu que essas estratégias levem em conta a dimensão educacional, social e cultural dos alimentos.
Representantes da academia, sociedade civil, setor agrícola e gastronomia também participaram do encontro na capital da França, discutindo os vínculos entre culinária e educação e como elas podem ser usadas para combater a obesidade e as perdas de alimentos.
FAO e UNESCO
Governos que recebem assistência da FAO, UNESCO e outros parceiros estão trabalhando para preservar o patrimônio comum associado aos sistemas alimentares por meio de iniciativas como os Sistemas Globais de Patrimônio Agrícola Importante e o Patrimônio Cultural Imaterial. Essas iniciativas buscam preservar as tradições agrícolas e culinárias que contribuem para dietas sustentáveis e saudáveis, como a tradição culinária Washoku do Japão, a dieta mediterrânea e a tradicional culinária mexicana.
A FAO e a UNESCO também estão trabalhando em estratégias para reforçar a educação alimentar e nutricional nas escolas em diferentes partes do mundo.
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Posted: 26 Mar 2019 11:23 AM PDT
Torneira pública abastece mil famílias em El Alto, na Bolívia. Imagem: Frame de vídeo do Banco Mundial/Stephan Bachenheimer
Serviços de saúde no Chaco Sul-Americano têm sido fortalecidos para melhorar a atenção a mães e crianças e responder de forma oportuna e adequada às emergências obstétricas. Essas realizações foram viabilizadas por meio de um projeto que existe há dois anos, com apoio do Brasil e coordenação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A iniciativa “Rumo à saúde universal da população do Grande Chaco Sul-Americano” foi implementada em 2017 e prioriza 19 municípios de sete províncias de Argentina, Bolívia e Paraguai. Cerca de 400 mil pessoas vivem nesta área; aproximadamente 30% delas fazem parte de comunidades indígenas.
A meta do projeto é reduzir as mortes maternas, neonatais e infantis (crianças com menos de cinco anos). Um dos principais elementos da iniciativa é desenhar e fortalecer serviços de saúde culturalmente apropriados para as populações indígenas e rurais que habitam a região e derrubar as barreiras de acesso à atenção.
“A OPAS está comprometida com este projeto, uma semente que continuará a crescer com o compromisso de todos os atores, nacionais e locais, para que ninguém fique para trás”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne.
Em 15 de março, Etienne visitou o município de Nanawa, no Chaco paraguaio, juntamente ao ministro da Saúde do Paraguai, Julio Mazzoleni, e o prefeito municipal Javier Núñez, entre outras autoridades.
“Este projeto é como um sonho que se tornou realidade graças ao trabalho da OPAS e dos países envolvidos e se reflete em avanços já apresentados”, disse a diretora da OPAS.
Primeiros resultados do Projeto Chaco
A OPAS apresentou recentemente um relatório sobre os avanços do projeto e destacou que a iniciativa priorizou a melhora no acesso aos serviços de atenção materna e infantil, a integração em rede dos serviços de atenção nas zonas fronteiriças e a atenção com enfoque intercultural, além de intervenções multissetoriais para garantir o acesso à água potável, à saúde nutricional e à resposta a emergências como secas e inundações, entre outras.
No marco do projeto, realizaram-se até 2018 capacitações de profissionais de saúde; fortalecimento do trabalho intercultural com parteiras indígenas diante de emergências obstétricas; intercâmbio de experiências entre os países participantes; e o fornecimento de tecnologias perinatais, trajes anti-choque, kits de emergência para parteiras tradicionais e tecnologias de ultrassom. A atenção às crianças também foi aprimorada, particularmente em casos de diarreia e pneumonia.
Uma série de reuniões para compartilhamento de saberes médico-científicos e ancestrais entre parteiras tradicionais e profissionais de saúde foram promovidos para promover uma parto culturalmente seguro com mulheres indígenas.
Para melhorar a capacidade de resposta dos serviços de saúde, foram fornecidos equipamentos de emergência obstétrica e de comunicação, ambulâncias básicas e de suporte avançado, bem como barcos para ampliar a atenção a zonas de difícil acesso.
Além disso, sistemas de água segura para consumo humano foram instalados em dois hospitais, 17 comunidades rurais e 18 comunidades indígenas, atingindo mais de 1.240 famílias indígenas e cerca de 1.500 famílias rurais. Planos de contingência para inundações e secas também foram desenvolvidos.
No Paraguai, um programa de saúde nutricional foi implementado, com capacitação sobre preparação de alimentos nutritivos. Na Argentina, programas para garantir a promoção da saúde nas escolas também foram desenvolvidos.
Em nível de políticas, o projeto conseguiu posicionar o território do Chaco nas agendas dos Ministérios da Saúde em todos os países envolvidos e facilitou a coleta de dados e informações sobre saúde.
No entanto, alguns desafios persistem, entre eles, como trabalhar em um plano de desenvolvimento territorial para a saúde do Chaco Sul-Americano que permita seguir avançando rumo à saúde universal. O relatório insta a priorizar o trabalho em saúde, nas zonas rurais distantes, fronteiras, com populações indígenas e para o acesso a água segura e saneamento, assim como a incorporar novos territórios e mobilizar recursos de maneira conjunta entre os ministérios da saúde e a OPAS.
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Posted: 26 Mar 2019 10:56 AM PDT
O PNUD, no âmbito do projeto de cooperação técnica com a Secretaria Municipal de Educação de Maceió, promove seminário “Consolidando os indicadores de qualidade, de inclusão e de inovação da Rede Municipal de Educação”. Foto: SECOM Maceió/Pei Fon
Em Maceió (AL), mais de 55 mil alunos da rede municipal já recomeçaram o ano letivo, um momento frequentemente carregado de ansiedade e expectativas, tanto para estudantes como para professores.
Em reconhecimento à importância da ocasião, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no âmbito do projeto de cooperação técnica com a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (SEMED), promove até sexta-feira (27) o seminário de voltas às aulas “Consolidando os indicadores de qualidade, de inclusão e de inovação da Rede Municipal de Educação”.
O evento, que está em sua quinta edição, propõe discutir temas fundamentais para a rede, além de avaliar os avanços e desafios para o novo ano e socializar novas experiências pedagógicas que possam ser repercutidas em outras escolas do município.
Neste ano, o projeto SEMED/PNUD convidou para o seminário o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna e ex-secretário de Educação de Pernambuco, professor Mozart Neves Ramos.
Especialista com vasta experiência na área educacional, Ramos fará a palestra “Como trazer a educação do século 21 para dentro da escola”. Essa será uma oportunidade para diretores e vice-diretores, coordenadores pedagógicos, professores e técnicos refletirem sobre o papel do educador enquanto propositor de uma educação plena, com significado, mas que, sobretudo, atenda aos desafios contemporâneos.
Para a secretária municipal de educação de Maceió, Ana Dayse Rezende Dorea, o seminário SEMED/PNUD já é uma tradição na rede, e envolve todos os que fazem parte da comunidade escolar, a quem a gestora se refere como “as figuras mais importantes nesse contexto”.
Dorea relembra que, todos os anos, são debatidas temáticas atuais. “Neste ano, especialmente, vamos abordar a educação contemporânea para dentro das escolas, pois estamos vivendo momentos novos, diferentes do contexto da Educação. Também apresentaremos as experiências exitosas que a rede tem, com ênfase no trabalho da biblioteca da SEMED”, sintetiza a secretária.
Nas palavras da coordenadora-geral do projeto SEMED/PNUD, Rita Ippolito, o evento é muito simbólico para toda a rede, porque marca mais um ano de história e de trabalho, bem como de crescimento, tanto para as crianças quanto para as escolas.
“O PNUD participa com muito entusiasmo, animação e expectativa desse momento, pois o caminho para uma educação de qualidade e inclusiva, através da qual a criança possa ser acolhida e ao mesmo tempo possa responder ao seu anseio de aprendizagem, seja realmente cumprido com todos os esforços e com todos os desafios que devem ser superados na escola pública brasileira.”
Durante o seminário, também foi assinado o plano de trabalho SEMED/PNUD 2019. A programação ainda reservou um momento para relembrar a trajetória do projeto, sua consolidação e continuidade, além de apresentações de arte e cultura protagonizadas pelos estudantes.
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Posted: 26 Mar 2019 10:50 AM PDT
Uma mãe e seu bebê recém-nascido no Instituto de Treinamento de Saúde Materno-infantil em Daca, Bangladesh. Foto: ONU/Kibae Park
Para recém-nascidos infectados com o HIV, o diagnóstico imediato e a vinculação ao tratamento são cruciais. A taxa de mortalidade entre os bebês não tratados é maior nos primeiros três meses de vida, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/AIDS ( UNAIDS). Mas a agência alerta que, globalmente, apenas metade dos bebês expostos ao HIV durante a gravidez são testados antes das oito semanas de idade.
O organismo internacional explica que a baixa taxa de realização de exames está associada aos custos e ao acesso do teste virológico. Esse método diagnóstico é diferente do teste sorológico, usado em crianças com mais de um ano e meio de idade e também em adultos. O exame sorológico identifica o antígeno do HIV ou o anticorpo gerado pelo corpo humano como resposta à infecção.
Com bebês de até um ano e meio de idade, o teste sorológico não pode ser utilizado, pois o exame não diferencia anticorpos produzidos pela mãe e transmitidos ao bebê durante a gestação.
Já o teste virológico, que pode ser aplicado em recém-nascidos, mira o vírus ou os seus componentes no organismo. Mas essa forma de testagem para o HIV não está disponível de maneira consistente na maioria dos países de baixa e média renda. Quando há oferta, os exames costumam ser caros e demorados, envolvendo várias consultas clínicas para mães e bebês, transporte de amostras para laboratórios distantes e potenciais atrasos no retorno dos resultados.
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Posted: 26 Mar 2019 10:38 AM PDT
Clique para exibir o slide.O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) participou na sexta-feira (22) do encerramento Segundo Estágio de Operações de Paz para Mulheres no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), na capital fluminense.
O diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, promoveu na ocasião um debate sobre a importância da atuação de mulheres em operações de paz das Nações Unidas. Participaram do evento militares da Marinha do Brasil, além de oficiais de Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro e acadêmicas civis.
As estudantes discutiram como elas podem trazer novas perspectivas para a atuação das forças de paz em meio a conflitos, contribuindo para facilitar negociações e o contato com populações locais.
As alunas também debateram preocupações mais amplas de gênero, como divisão de tarefas domésticas e emancipação salarial. Esse tema levou a uma discussão sobre como combater as desigualdades e as opressões contra as mulheres, via estabelecimento de leis e sanções e estímulo à participação no mercado de trabalho.
O diretor do UNIC Rio também expôs a agenda do Planeta 50-50 e a preocupação da ONU em garantir uma participação igualitária como um imperativo: “é necessário porque é justo”. Giuliano também abordou a Resolução 1325 do Conselho de Segurança sobre a participação das mulheres na construção e manutenção da paz.
Em depoimento, uma das participantes contou sua própria experiência profissional no atendimento a comunidades ribeirinhas. Segundo ela, crianças locais tiveram mais facilidade de reportar abusos e violações para as oficiais mulheres, contribuindo para o sucesso do atendimento.
Além disso, as oficiais também podem ter mais facilidade de dialogar com mulheres marginalizadas. “Quando as mulheres não são emancipadas na sociedade, ou são apenas emancipadas mas não devidamente empoderadas, este é um dos inimigos que temos que enfrentar”, disse Giuliano.
“É um inimigo que não se enfrenta com armas, mas dando o exemplo e com diálogo. Ter mulheres em posições importantes dos lados civil e militar é um exemplo de que as mulheres podem fazer tudo”.
Outro tópico de discussão foi o papel da mulher na inteligência militar, o que é especialmente relevante em situações em que o uso da força se mostra necessário. Giuliano falou de sua própria experiência trabalhando com oficiais mulheres do setor de inteligência da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA).
O diretor conversou, também, sobre medidas de prevenção e mitigação de riscos em situações de crise humanitária, como colocar acampamentos próximos de poços de água e envolver mulheres nos três pilares da proteção de civis.
Também houve questionamentos das participantes sobre assédio sexual e abusos. O diretor do UNIC Rio falou, então, sobre medidas a serem tomadas nestes casos, enfatizando que a ONU tem política de tolerância zero a esses crimes, e que a maior participação de mulheres contribui para combater todas as formas de violência de gênero.
No período da tarde, a conselheira Viviane Rios, do Ministério das Relações Exteriores, fez uma exposição sobre a agenda “Mulheres, Paz e Segurança” a partir do ponto de vista da política externa brasileira.
Sua fala abordou o papel estratégico da participação do Brasil em operações de manutenção da paz como uma política de Estado, considerando laços geográficos, sociais e relações diplomáticas.
Ela chamou a atenção para o reconhecimento positivo que as Forças Armadas brasileiras têm no âmbito internacional por serem bem treinadas, equipadas e disciplinadas e pelo sucesso que tiveram em missões como MINUSTAH (Haiti), MONUSCO (República Democrática do Congo), MINUSCA e UNIFIL (Líbano).
A conselheira fez um histórico da participação das mulheres brasileiras nas Nações Unidas, desde a diplomata Bertha Lutz e seu protagonismo para garantir a igualdade de gênero na Carta da ONU até participações mais recentes como a da embaixadora Maria Luisa Viotti – primeira mulher brasileira a presidir o Conselho de Segurança.
Sua fala endossou a participação de mulheres como um meio para facilitar a cooperação e mediação de conflitos, bem como fortalecer projetos de sanções e prevenção à violência e exploração sexual.
Ela apresentou também o “Plano Nacional de Ação: Mulheres Paz e Segurança”, que se baseia na participação, prevenção e proteção, consolidação da paz e cooperação humanitária, sensibilização, engajamento e aprofundamento.
O comandante geral dos Fuzileiros Navais, Almirante Alexandre, fez o discurso de encerramento do curso, louvando a iniciativa e assegurando o interesse da Marinha do Brasil em continuar colaborando com a agenda “Mulheres, Paz e Segurança”, planeta 50-50 e a participação brasileira em operações de paz.
O diretor do UNIC Rio participou da cerimônia de formatura como paraninfo, junto aos oficiais do CIASC, da conselheira Viviane Rios e da professora Najla Nassif Palma.
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Posted: 26 Mar 2019 09:41 AM PDT
Estudantes universitárias participaram na sexta-feira (22) de um fórum de discussão no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio). Foto: UNIC Rio
Estudantes universitárias de Relações Internacionais e de Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais participaram na sexta-feira (22) de um fórum de discussão no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) sobre o papel da mulher na conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Em celebração ao mês das mulheres, foram debatidos temas que fazem parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, firmada pela comunidade internacional em 2015, como erradicação da pobreza, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, trabalho decente e crescimento econômico.
Cerca de 40 estudantes se dividiram em três grupos e analisaram a aplicabilidade dos ODS em seu entorno regional, partindo da perspectiva da mulher.
A assessora de projetos especiais de comunicação e relações institucionais do UNIC Rio, Ana Rosa Reis, apresentou os ODS no início do evento e mencionou a atuação de mulheres brasileiras na ONU, abordando também sua própria trajetória pessoal e profissional.
Os três grupos abordaram a importância de se criar políticas públicas que atendam as populações mais vulneráveis.
“Nós, que possuímos a oportunidade de termos uma formação acadêmica, temos o dever de retribuir à sociedade o que ganhamos em educação. Precisamos passar o conhecimento de forma didática para atingir principalmente a parte menos abastada da sociedade”, disse em sua apresentação Jacqueline Amaro, coordenadora do grupo que debateu sobre Saúde e Bem Estar e Erradicação da Pobreza.
“A Agenda 2030 foi feita para não deixar ninguém para trás”, disse o diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano. “Em um mundo onde ainda existem grandes desigualdades entre mulheres e homens, e onde as mulheres ainda sofrem injustiças, é excelente ouvir e promover o debate entre elas sobre a relevância dos ODS na sua vida e as suas perspectivas sobre eles”.
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Posted: 26 Mar 2019 09:09 AM PDT
Volume de poluentes do ar em Pequim caiu de 25% a 83%, dependendo do poluente, desde 2013. Foto: ONU Meio Ambiente
Mais de 20 anos depois de Pequim começar a procurar maneiras de melhorar a qualidade do ar em uma das maiores e mais crescentes cidades do mundo em desenvolvimento, seus esforços bem-sucedidos fornecem um modelo para outras metrópoles, de acordo com um relatório divulgado pela ONU no início de março (9).
Pesquisas da ONU Meio Ambiente e da Secretaria Municipal de Ecologia e Meio Ambiente de Pequim (BEE, na sigla em inglês) descrevem no documento como o programa de gerenciamento da qualidade do ar de Pequim evoluiu, e fazem recomendações para medidas de curto, médio e longo prazo que a cidade pode tomar para manter a tendência.
O relatório, denominado “Uma Revisão de 20 anos de Controle da Poluição do Ar em Pequim”, foi compilado por uma equipe liderada pela ONU Meio Ambiente, formada por especialistas chineses e internacionais, ao longo de dois anos. O documento cobre o período de 1998 a 2017.
“Essa melhora na qualidade do ar não aconteceu por acidente. Foi resultado de um enorme investimento de tempo, recursos e vontade política”, disse Joyce Msuya, diretora-executiva em exercício da ONU Meio Ambiente. “Entender a história da poluição do ar em Pequim é crucial para qualquer nação, distrito ou municipalidade que deseja seguir caminho semelhante”.
He Kebin, principal autor do relatório e reitor Escola de Meio Ambiente da Universidade de Tsinghua, disse que Pequim progrediu entre 1998 e 2013, mas que houve melhorias ainda mais significativas sob o Plano de Ação de Ar Puro 2013-2017.
Em 1998, a poluição do ar em Pequim foi impulsionada pela combustão de carvão e veículos motorizados. Os principais poluentes excederam os limites nacionais. Em 2013, os níveis de alguns poluentes caíram, como monóxido de carbono e dióxido de enxofre, atendendo os padrões nacionais.
Em 2013, Pequim adotou medidas mais sistemáticas e intensivas. Até o final de 2017, a poluição por partículas finas (PM2.5) caiu de 35% a 25% na região de Pequim-Tianjin-Hebei. Grande parte dessa redução veio de medidas para controlar caldeiras a carvão, fornecer combustíveis domésticos mais limpos e ações de reestruturação industrial.
Durante esse período, as emissões anuais de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), material particulado (PM10) e compostos orgânicos voláteis em Pequim diminuíram 83%, 43%, 55% e 42%, respectivamente.
O sistema de gestão da qualidade do ar de Pequim é apoiado por monitoramento e avaliação, rateio de fontes de poluição e inventários de emissões. Ele também contém normas legais abrangentes e rigoroso cumprimento da lei ambiental. O trabalho de qualidade do ar é apoiado por políticas econômicas, participação pública e coordenação na prevenção e controle da poluição atmosférica na região de Pequim-Tianjin-Hebei.
Yu Jianhua, vice-chefe do Departamento Municipal de Ecologia e Meio Ambiente de Pequim, disse que, embora muito tenha sido alcançado, mais pode ser feito.
“Atualmente, a concentração de PM2.5 em Pequim ainda não atende os padrões nacionais de qualidade do ar ambiental e excede em muito os níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e episódios de poluição ainda ocorrem durante o outono e o inverno”, disse ele.
“Resolver todos esses problemas de qualidade do ar será um processo de longo prazo. Estamos dispostos a compartilhar nosso conhecimento acumulado há muito tempo e nossa vasta experiência em poluição atmosférica com outras cidades em países em desenvolvimento.”
Liu Jian, cientista-chefe da ONU Meio Ambiente, disse que os resultados refletem a ênfase do governo chinês na proteção ambiental e a contribuição e intensidade do controle da poluição nos últimos anos.
“Os esforços, realizações, experiências e lições de Pequim no controle da poluição do ar nos últimos 20 anos merecem ser analisados e compartilhados para progredir na governança ambiental global”, disse ele.
Esta é a terceira avaliação independente da ONU Meio Ambiente sobre a qualidade do ar de Pequim, após a “Avaliação Ambiental Independente: Jogos Olímpicos de Pequim 2008” e a “Revisão do Controle da Poluição Atmosférica em Pequim: 1998–2013”, publicados em 2009 e 2016, respectivamente.
Dechen Tsering, diretor do Escritório Regional da Ásia-Pacífico da ONU Meio Ambiente, disse que a agência das Nações Unidas está comprometida em promover o desenvolvimento sustentável e as melhores práticas em países e cidades do mundo todo.
“Pequim alcançou melhorias impressionantes na qualidade do ar em um curto espaço de tempo”, disse Tsering. “É um bom exemplo de como uma grande cidade em um país em desenvolvimento pode equilibrar a proteção ambiental e o crescimento econômico”.
Clique aqui para acessar o relatório ( em inglês ou chinês).
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Posted: 26 Mar 2019 08:56 AM PDT
Natalia Kanem, chefe do UNFPA, em visita à Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Foto: UNFPA/Valda Nogueira
Em passagem pelo Brasil, a diretora-executiva do Fundo de População das Nações Unidas ( UNFPA), Natalia Kanem, defendeu a educação sexual abrangente como forma de prevenir a gravidez na adolescência e promover a saúde dos jovens. De acordo com a subsecretária-geral da ONU, pesquisas comprovam que a divulgação desse tipo de informação não leva a atividades sexuais precoces. Ao contrário, o ensino do tema ajuda a combater comportamentos de risco.
“Existe um movimento crescente para privar jovens dos serviços de saúde sexual e reprodutiva e das informações de que necessitam. Como resultado, muitos jovens recebem mensagens incorretas, conflitantes e confusas sobre sexualidade e gênero”, afirmou Natalia sobre a atual conjuntura da América Latina, durante palestra que abriu na sexta-feira (22) o ano letivo da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), no Rio de Janeiro (RJ).
No Brasil, embora a gravidez na adolescência tenha registrado queda de 17% entre 2004 e 2015, a taxa continua relativamente alta. Em torno de 20% das crianças brasileiras nascem de mães adolescentes. O índice sobre para quase 30% na região Norte.
Garantir que todas as mulheres e adolescentes tenham os meios e as informações para prevenir gestações indesejadas é um desafio não só do Brasil, como de muitos outros países.
Natalia Kanem, chefe do UNFPA, durante aula inaugural na FIOCRUZ. Foto: UNFPA/Valda Nogueira
Em seu pronunciamento, Natalia ressaltou que mais de 200 milhões de mulheres em países em desenvolvimento desejam evitar a gravidez, mas não fazem uso de métodos contraceptivos modernos. Mais de 300 mil mulheres morrem a cada ano — são 830 óbitos por dia — de complicações na gravidez, parto ou puerpério. A maioria desses falecimentos, além de evitáveis, afeta não apenas mulheres, mas também meninas.
“Ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir que todas as pessoas, em todos os lugares, possam exercer seus direitos sexuais e reprodutivos. Alguns grupos prefeririam que voltássemos a um tempo em que as mulheres não tivessem controle sobre seus corpos ou suas vidas. As mulheres não vão voltar. É hora nos unirmos e mobilizar, na academia e nas comunidades médicas, de saúde pública e jurídicas”, ressaltou a chefe do UNFPA.
“A escolha está no centro dos direitos reprodutivos. É sobre integridade física: ter o poder e os meios para dizer não e dizer sim. Escolha é ter o poder e os meios para tomar suas próprias decisões sobre quando, com quem ou com que frequência ter filhos”, acrescentou a subsecretária-geral.
Aula inaugural reuniu representantes do UNFPA, academia e sociedade civil. Foto: UNFPA/Valda Nogueira
Segundo Natalia, escolhas sobre planejamento familiar e saúde sexual e reprodutiva também implicam “ter o poder e os meios para procurar atendimento durante a gravidez e o parto e para ter certeza de que receberá atendimento de qualidade assim que chegar ao serviço de saúde”. “Em última análise, é sobre a vida e a morte”, completou a dirigente.
A chefe do UNFPA chamou atenção ainda para a violência de gênero contra as jovens. De acordo com Natalia, ao menos 15 milhões de adolescentes, em todo o mundo, já foram obrigadas a fazer sexo, muitas vezes por parceiros, parentes ou amigos. Mas apenas uma em cada cem procura ajuda.
Parceria entre UNFPA e Fundação Oswaldo Cruz
O UNFPA e a Fundação Oswaldo Cruz desenvolvem uma parceria para fortalecer as políticas públicas de saúde do Brasil, incluindo o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2016, ambas as instituições colaboraram no monitoramento e combate da epidemia de zika no país. A cooperação organizou espaços de diálogo contínuo entre especialistas, pesquisadores, sociedade civil, organismos internacionais, autoridades locais e o Governo Federal.
A agência da ONU e a FIOCRUZ também buscam aprimorar a gestão do conhecimento, com ênfase na sistematização e revisão de pesquisas sobre saúde e juventude. O trabalho visa facilitar o acesso a evidências acadêmicas para embasar a formulação de políticas públicas e promover os direitos de jovens.
Também presente na aula inaugural, o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, ressaltou a importância das atividades realizadas pelas duas instituições.
“No ano em que celebramos 25 anos da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, temos a satisfação de seguir em diálogo e parceria com a FIOCRUZ, que, de certo, permite a materialização de nosso mandato, na medida que contribui indireta e diretamente, de diversas formas, para o alcance do desenvolvimento sustentável, criando um mundo em que todas as gestações sejam desejadas, todos os partos sejam seguros e cada jovem alcance seu potencial”, afirmou o especialista.
A presidente da FIOCRUZ, Nísia Trindade Lima, lembrou que a Fundação tem estratégias para contribuir com o cumprimento da Agenda 2030 da ONU. A pesquisadora e gestora também reafirmou o compromisso com a parceria com o UNFPA. “Nós, mulheres, podemos ser o que queremos ser, para exercer escolhas e ter caminhos de possibilidades”, disse a chefe da instituição.
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Posted: 25 Mar 2019 02:51 PM PDT
Clique para exibir o slide.Arranha-céus cobertos de fumaça, engarrafamentos tóxicos e uma série de chaminés podem ser as primeiras imagens que vêm à mente quando se discute a poluição do ar. Mas novas pesquisas mostraram as toxinas invisíveis que poluem o ar em nossas casas.
Marina Vance, professora assistente de engenharia mecânica na Universidade do Colorado em Boulder, liderou uma equipe que usou sensores e câmeras avançados para monitorar a qualidade do ar em uma casa ao longo de um mês. Os resultados finais ainda estão pendentes, mas o que eles descobriram foi que mesmo as tarefas básicas, como a fervura da água, podem aumentar significativamente os níveis de poluição.
A poluição do ar, que tem sido descrita como a maior ameaça à saúde ambiental, mata cerca de 7 milhões de pessoas todos os anos, enquanto 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar inseguro, com as comunidades mais pobres carregando o fardo mais pesado. Um terço das mortes por acidente vascular cerebral, câncer de pulmão e doenças cardíacas ocorrem devido à poluição do ar.
A poluição atmosférica doméstica mata cerca de 4 milhões de pessoas a cada ano, principalmente nos países em desenvolvimento da Ásia e da África, onde combustíveis e tecnologias poluentes, incluindo lâmpadas de querosene e fogueiras, são usados para cozinhar, aquecer e iluminar.
Com o aumento da conscientização nos países desenvolvidos, soluções que vão desde purificadores de ar a plantas de interior têm sido discutidas para ajudar a remover partículas perigosas de nossas casas.
Agora, a fabricante de móveis sueca IKEA produziu uma cortina que, segundo a empresa, purifica o ar usando tecnologia que poderia ser aproveitada de outras maneiras dentro de casa. Uma superfície tratada com minerais permite que a cortina GUNRID desmembre os poluentes do ar quando entra em contato com a luz interna ou natural. O processo é semelhante à fotossíntese.
“Uma das nossas áreas de foco é melhorar o acesso ao ar limpo, onde pretendemos reduzir ativamente os poluentes atmosféricos e permitir que as pessoas purifiquem o ar em suas casas até 2030”, disse Lena Pripp-Kovac, chefe de sustentabilidade do Inter IKEA Group.
“A cortina de purificação de ar GUNRID é um passo nesta jornada. Queríamos criar uma maneira simples, conveniente e acessível de limpar o ar que não ocupasse muito espaço nas casas das pessoas, por isso, nos perguntamos: e se pudéssemos usar têxteis para limpar o ar? Além de permitir que as pessoas respirem melhor em casa, esperamos que a GUNRID aumente a conscientização das pessoas sobre a poluição do ar em ambientes fechados, inspirando mudanças comportamentais que contribuem para um mundo de ar limpo”, acrescentou.
A tecnologia GUNRID foi desenvolvida pela IKEA, juntamente com universidades na Europa e na Ásia, e fornecedores e inovadores. Eles esperam que o desenvolvimento ofereça oportunidades para futuras aplicações em outros produtos têxteis.
“Como uma empresa de mobiliário doméstico, temos uma oportunidade única de também olhar para os desafios em torno de poluentes do ar de uma maneira diferente”, disse Pripp-Kovac.
É esse tipo de pensamento inovador que ocupa o centro da Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, que ocorre até esta sexta-feira (15) em Nairóbi, no Quênia. O lema para a reunião é pensar além dos padrões predominantes e viver dentro de limites sustentáveis.
No Relatório Anual da ONU Meio Ambiente de 2018, divulgado antes da cúpula, a diretora-executiva em exercício Joyce Msuya destacou o trabalho que está sendo feito para combater a poluição do ar.
“Também fizemos uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para sediar a primeira reunião global sobre poluição atmosférica, que mata milhões de pessoas a cada ano e continuamos a apoiar estratégias e políticas nacionais sobre transporte mais limpo”, escreveu ela.
A ONU Meio Ambiente associou-se à Coalizão para o Clima e o Ar Limpo e à OMS para conduzir uma campanha global denominada “Breathe Life” (Respire a vida, em tradução livre) para aumentar a conscientização e apoiar iniciativas de ar mais limpo em todo o mundo.
Embora muitos tenham saudado a inovação da IKEA, alguns críticos disseram que a varejista deve fazer mais para reduzir a poluição de seus processos de fabricação. A empresa diz que trabalhou durante anos para fazer isso eliminando produtos químicos perigosos e reduzindo as emissões.
“GUNRID é apenas um exemplo de todas as ações que estamos tomando para contribuir para um mundo de ar limpo”, disse Pripp-Kovac, observando que a IKEA eliminou produtos químicos suspeitos de serem prejudiciais ou causar reações alérgicas, incluindo formaldeídos. Ela também disse que o maior franqueado da IKEA, o INGKA Group, tem como meta alcançar zero emissões a partir de entregas em domicílio até 2025.
Em novembro passado, a IKEA também lançou o “Better Air Now!” (Ar melhor agora) iniciativa de transformar palha de arroz, que sobra após a colhe
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