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segunda-feira, 26 de março de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Sarampo: vacinação é essencial para que países mantenham eliminação da doença nas Américas” e 9 outros.

Boletim diário da ONU Brasil: “Sarampo: vacinação é essencial para que países mantenham eliminação da doença nas Américas” e 9 outros.

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Posted: 19 Mar 2018 01:39 PM PDT
Vacinação na Venezuela em janeiro de 2018. Foto: OPAS/OMS
Vacinação na Venezuela em janeiro de 2018. Foto: OPAS/OMS
A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) adverte que, diante dos surtos de sarampo nas Américas, os países devem redobrar esforços para vacinar suas populações, fortalecer a vigilância a fim de detectar possíveis pacientes e implementar medidas para responder rapidamente a qualquer caso suspeito.
A avaliação foi publicada na última atualização epidemiológica da organização, na sexta-feira (16).
A região foi declarada por um Comitê Internacional de Especialistas como livre da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015, e do sarampo, em 2016. A eliminação dessas três doenças foi o ponto culminante de um esforço de 22 anos que incluiu a vacinação em massa contra o sarampo, a caxumba e a rubéola em todo o continente.
No entanto, como o vírus do sarampo é altamente contagioso e permanece em circulação no resto do mundo, como o vírus da rubéola, a região corre o risco de surtos dessas doenças.
Nos primeiros meses de 2018, são nove os países que relataram casos confirmados de sarampo: Antígua e Barbuda (1 caso), Brasil (14 casos), Canadá (4 casos), Colômbia (1 caso), Estados Unidos da América (13 casos), Guatemala (1 caso), México (4 casos), Peru (2 casos) e Venezuela (886 casos no total, 159 em 2018), aponta a atualização epidemiológica.
Em 2017, quatro países relataram casos confirmados de sarampo: Argentina, Canadá, Estados Unidos e Venezuela. Além disso, os casos na região europeia quadruplicaram em 2017, o que aumenta o risco de casos de sarampo serem importados para países das Américas.
A OPAS/OMS vem alertando sobre esta situação desde maio de 2017 e em sucessivas atualizações epidemiológicas.
A agência das Nações Unidas recomendou que os países das Américas vacinem a população para manter uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola em todos os municípios.
Além disso, os países devem fortalecer a vigilância epidemiológica do sarampo para detectar casos suspeitos nos serviços de saúde públicos e privados; dar uma resposta rápida ao detectar casos importados de sarampo, com o objetivo de evitar o restabelecimento da transmissão endêmica do vírus (ou seja, que existe de forma contínua e constante dentro de uma determinada região), incluindo a ativação de equipes que deem seguimento aos casos e seus contatos; bem como manter uma reserva de vacina sarampo-rubéola para ações de controle de casos importados em cada país da região.
Em 2017, os países das Américas se comprometeram a tomar medidas para manter a eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita, ao aprovar um plano de ação com esse objetivo.
O plano enfatiza que, para manter a eliminação, os níveis de cobertura vacinal da população devem ser de 95% ou mais. Nos últimos cinco anos, a cobertura regional com a primeira dose da vacina contra o sarampo, a rubéola e a caxumba variou entre 92% e 94%.
O sarampo é uma das doenças mais contagiosas e afeta principalmente as crianças. É transmitida por gotas no ar ou contato direto com secreções do nariz, boca e garganta de indivíduos infectados.
Os sintomas consistem em febre alta, erupção cutânea generalizada em todo o corpo, nariz entupido e olhos avermelhados. Pode causar complicações graves, como cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções de ouvido e pneumonia, especialmente em crianças com problemas nutricionais e pacientes imunodeprimidos.
A atualização epidemiológica sobre sarampo está disponível em espanhol (aqui) e em inglês (aqui).
 
Posted: 19 Mar 2018 01:12 PM PDT
O assessor para Mobilização Social e Trabalho em Rede do UNAIDS no Brasil, Cleiton Euzébio de Lima, foi um dos palestrantes do encontro. Foto: UNAIDS
O assessor para Mobilização Social e Trabalho em Rede do UNAIDS no Brasil, Cleiton Euzébio de Lima, foi um dos palestrantes do encontro. Foto: UNAIDS
Com o objetivo de colocar em prática a Agenda para Zero Discriminação nos Serviços de Saúde como parte da resposta à epidemia de HIV no país, o Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal (GTI-M) de Cachoeirinha (RS) organizou, na última quinta-feira (15), o 1º Seminário de Promoção da Equidade: Zero Discriminação e uma aula inaugural para alunos da saúde da Faculdade CESUCA.
O evento contou com a participação de aproximadamente 400 pessoas, entre eles profissionais e estudantes da área da saúde. O assessor para Mobilização Social e Trabalho em Rede do UNAIDS no Brasil, Cleiton Euzébio de Lima, foi um dos palestrantes do encontro.
Cleiton mostrou os principais pontos da Agenda Zero Discriminação proposta pelo UNAIDS aos países e, principalmente, aos municípios signatários da Declaração de Paris —compromisso assumido por centenas de cidades em todo do mundo pela Aceleração da Resposta ao HIV e o cumprimento das metas 90-90-90.
Além disso, ele falou sobre o contexto epidemiológico mundial e sobre como o Brasil tem se saído na resposta à epidemia de AIDS.
“Nós avançamos muito quando o assunto é prevenção e tratamento, mas ainda temos muito para avançar no que diz respeito à discriminação”, disse Lima. “Os serviços de saúde precisam ser espaços livres de preconceitos e acolhedores, sem distinção de gênero, raça cor, sexo e tantas outras características que ainda servem de pretexto para que muitas pessoas sejam deixadas de fora desses serviços.”
A ideia de elaborar um seminário sobre o tema da Zero Discriminação na saúde surgiu em decorrência deste contexto de aumento da incidência de HIV, principalmente entre jovens e populações mais vulneráveis, da persistência do estigma e da discriminação nos serviços de saúde, e da ausência de registros sobre população LGBT e negra no município.
“Os profissionais de saúde precisam desmistificar muitos assuntos e atender bem a população, independentemente de como se identifique ou de quem seja”, explica a psicóloga do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Cachoeirinha, e uma das organizadoras do evento, Cristina Tosi. Ela também destaca que era possível perceber o quanto a discriminação fazia com que as pessoas não se tratassem e não procurassem atendimento. “É importante sempre manter o respeito.”
Entre os desdobramentos deste primeiro seminário sobre a Agenda para Zero Discriminação nos Serviços de Saúde no município está a organização de outras três rodas de conversa para dialogar sobre saúde, educação e cultura. Antes da realização do seminário, uma primeira roda de conversa sobre trabalho já havia acontecido em 2017.
O município de Cachoeirinha, que fica cerca de 20 quilômetros da capital Porto Alegre, também tem o objetivo de tentar melhorar a coleta de dados e informações sobre as populações negra e LGBT na região, que são subnotificadas nas estatísticas relacionadas ao HIV. “Nós temos um trabalho longo pela frente”, destaca Gisele Tertuliano, enfermeira da Vigilância Epidemiológica do município.
Você pode saber mais sobre a Agenda para Zero Discriminação em Serviços de Saúde clicando aqui.
 
Posted: 19 Mar 2018 12:21 PM PDT
Foto: Wagner T. Cassimiro/CC
Foto: Wagner T. Cassimiro/CC
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com apoio da Confederação Nacional da Agricultura do Brasil (CNA), lança na próxima terça-feira (20), o livro “Agricultura Irrigada Sustentável no Brasil: Identificação de Áreas Prioritárias”, durante o 8º Fórum Mundial da Água, que acontece de 18 a 23 de marco em Brasília.
O lançamento acontecerá no stand da CNA no Fórum, às 16h30, com as presenças do representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, e do presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior.
O livro apresenta um panorama de áreas prioritárias com potencial para o fomento da agricultura irrigada no Brasil por meio do uso adequado e sustentável das águas superficiais e subterrâneas sem conflitos com os demais usuários, além de definir metas e formas mais eficazes de utilização da irrigação.
A escassez de água e energia em quantidade e qualidade em determinadas regiões brasileiras para uso em irrigação sem gerar conflitos entre os demais usuários é um grande desafio, exigindo melhor gestão e planejamento do uso adequado e sustentável dos recursos.
A agricultura é a principal usuária dos recursos hídricos disponíveis – uma média de 70% do consumo mundial. “A agricultura irrigada representa uma poderosa ferramenta de gestão contra as incertezas de chuvas que afetam diversas regiões do mundo”, afirma Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil.
O estudo aponta que o Brasil possui mais de 4,5 milhões de hectares com potencial para serem irrigados, com menor investimento e risco, por parte dos governos ou da inciativa privada.
Segundo o estudo, a irrigação, se bem planejada e executada, possibilita o aumento da produção, da eficiência no uso da água, tanto em quantidade quanto em qualidade e regularidade, e da diversidade de culturas, contribuindo significativamente no fomento da produção agropecuária e, consequentemente, no próprio PIB do país.
A produtividade média obtida em áreas irrigadas no país é pelo menos 2,7 vezes maior que a obtida através da agricultura tradicional de sequeiro, que é dependente do regime – irregular e inconstante – de chuvas.
Para mais informações para a imprensa, clique aqui.
 
Posted: 19 Mar 2018 12:17 PM PDT
Em Brasília, Michel Temer se encontra com a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, para a abertura do Fórum Mundial da Água. Foto: Beto Barata/PR
Em Brasília, Michel Temer se encontra com a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, para a abertura do Fórum Mundial da Água. Foto: Beto Barata/PR
A voz das mulheres é indispensável para abordar a questão da melhor gestão e uso da água no mundo, na avaliação da diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, presente na abertura do Fórum Mundial da Água nesta segunda-feira (19) em Brasília (DF).
“Trata-se de questão na qual a voz das mulheres se faz indispensável, desempenha papel central no provimento, gestão e abastecimento da água”, disse Audrey.
“No mundo, mulheres e crianças gastam aproximadamente 200 milhões de horas buscando água, tempo que poderia ser mais bem investido em educação. Os riscos são altos, mas o futuro depende das ações que fizermos hoje em relação ao uso da água”, disse.
Devido a papéis tradicionais de gênero, em muitas comunidades com difícil acesso à água as mulheres são responsáveis por sua coleta em diferentes lugares do mundo.
“Somos custodiantes do frágil ecossistema do planeta. É nossa responsabilidade coletiva defender o direito humano ao acesso à água e saneamento para as próximas gerações”, declarou Audrey.
Onze chefes de Estado e de governo participaram na sede do Ministério de Relações Exteriores da abertura do Fórum Mundial da Água, que ocorre até sexta-feira (23) na capital brasileira.
Na ocasião, o presidente brasileiro, Michel Temer, lembrou que há 2 bilhões de pessoas no mundo que não têm acesso a fontes seguras de água, enquanto outras 2 bilhões não têm saneamento básico. Mais de 260 milhões precisam andar mais de meia hora para coletar água, lembrou.
“Não temos tanto tempo a perder. Ninguém ignora que o acesso a água e saneamento está ligado à nossa capacidade de crescer de forma sustentável. Já não pode haver dúvida, em nome do acesso à água, em nome do futuro, que precisamos buscar o desenvolvimento sustentável em todas as suas vertentes”, declarou.
“O consenso é esse, a vida na Terra estará ameaçada se não respeitarmos os limites da natureza. O compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é histórico”, salientou. “Estamos firmemente empenhados em implementar a Agenda 2030.”
Temer disse ainda que a segurança hídrica é cerne das políticas públicas brasileiras. “Para preservar cursos d’água, implementamos o Programa Plantadores de Rios, que usa ferramentas digitais para defender nascentes e áreas de proteção permanente”, declarou.
“Na semana passada, lançamos um processo de captação de recursos para proteção de nascentes de duas bacias hidrográficas brasileiras, a do rio São Francisco e do rio Parnaíba”, afirmou. “E estamos criando duas áreas de conservação da biodiversidade marinha”, completou Temer, lembrando que o governo federal está preparando projeto de lei para “modernizar o marco regulatório do saneamento básico e incentivar novos investimentos.”
Organizado a cada três anos, o Fórum Mundial da Água é o principal encontro global em que a comunidade de profissionais do setor hídrico e os formuladores de políticas trabalham para estabelecer os planos de ação de longo prazo sobre os desafios relacionados à água. Com mais de 150 países representados, o fórum visa aumentar a conscientização e reforçar o compromisso político com relação ao uso e à gestão da água.
Além do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, este ano acontece a abertura da Década Internacional de Ação “Água para o Desenvolvimento Sustentável” (22 de março de 2018 a 22 de março de 2028). A Década visa fortalecer a cooperação e a mobilização internacionais, a fim de contribuir para a realização dos ODS.
 
Posted: 19 Mar 2018 12:09 PM PDT
Foto: Ascom (Sudene)
Foto: Ascom (Sudene)
Quando se analisa o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) dos estados brasileiros, é possível identificar grande disparidade entre os estados do Norte e Nordeste, situados entre 0,600-0,699 (IDHM médio), em relação aos estados das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, situados entre 0,700-7,699 (IDHM alto) – assim como o Distrito Federal, situado no intervalo entre 0,800-1 (IDHM muito alto).
Todas as 12 Unidades da Federação com os menores índices e agrupadas na faixa do médio desenvolvimento humano estão localizadas nas regiões Norte e Nordeste.
Para melhorar esse quadro, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o PNUD estabeleceram parceria e, juntos, buscarão impulsionar a região para o cumprimento dos objetivos da Agenda 2030.
Nesse contexto e com foco na sistematização de conhecimento e experiências que contribuam para a formulação do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), a Sudene realizou o seminário “Caminhos para o Desenvolvimento do Nordeste”.
A iniciativa, que resulta de acordo de cooperação técnica entre a superintendência e o PNUD, reuniu, na semana passada, a equipe técnica da autarquia e representantes de instituições que atuam com planejamento de políticas públicas e desenvolvimento econômico e social.
Também estiveram presentes no seminário representantes do Tribunal de Contas da União (TCU), BNDES e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex – Brasil).
Na abertura do evento, o superintendente da Sudene, Marcelo Neves, reforçou o empenho da instituição em transformar o PRDNE em lei para pautar os futuros governantes dos estados da área de atuação da Sudene. Já o diretor de país do PNUD no Brasil, Didier Trebucq, classificou como um grande desafio superar os baixos índices de desenvolvimento humano que ainda são realidade em vários municípios do Nordeste.
Trebucq defendeu que a solução desse impasse deve se construir a partir de uma visão sistêmica que inclua, entre outras atividades, o investimento em políticas sociais, a geração de oportunidades para absorver a mão de obra local e novas alternativas para dinamizar a infraestrutura da região.
“Também é importante estabelecer uma governança regional. O Nordeste precisa crescer acima da média nacional. É importante, para tanto, investir na capacidade institucional da Sudene para estabelecer estratégias e monitorar resultados de iniciativas como o PRDNE”, defendeu.
Representante-residente assistente e coordenadora da área programática do PNUD, Maristela Baioni avaliou que a importância do evento está na discussão da Agenda 2030 de longo prazo.
“Ela traz os temas considerados mais importantes pelo colegiado de nações e pode ser claramente absorvida pelo planejamento regional, sendo instrumento para que se possa monitorá-lo por meio de indicadores e metas. É um grande roteiro que, se absorvido pelos instrumentos locais, é capaz de possibilitar, em 2030, um Nordeste mais sustentável e inclusivo”, disse.
Durante o evento, a Sudene disponibilizou, ainda, um questionário online para que os participantes pudessem opinar sobre o conteúdo do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste e quais poderiam ser os modelos de governança do projeto.
Parte das perguntas apresentou uma lista de opções para que os respondentes elegessem os temas prioritários a serem analisados pela autarquia na construção do PRDNE e quais os principais entraves ao desenvolvimento regional sustentável. As informações colhidas por meio da plataforma subsidiarão a formulação do plano.
Em 2017, PNUD e Sudene assinaram novo projeto de cooperação para fortalecer as capacidades institucionais da superintendência de realizar e implementar processos de desenvolvimento regional no Nordeste, Norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O projeto também promove o desenvolvimento inclusivo, redução de vulnerabilidades dos grupos minoritários e ambientalmente sustentável.
Saiba mais sobre os debates clicando aqui.
 
Posted: 19 Mar 2018 11:40 AM PDT
Imagem: Pexels
Imagem: Pexels
Começa nesta segunda-feira (19), às 16h, o ‘Camp de Ecoinovação: Desafio Água’. Vinte participantes viverão uma aceleração de propostas construídas a partir de um novo olhar para os negócios, no qual cada estratégia e atividade são desenhadas e executadas com foco na sustentabilidade.
As ‘startups’ e ideias iniciais aprovadas passarão durante três dias por um processo de aperfeiçoamento com ‘mentorias’ e dinâmicas sobre negócios de impacto social, ecossistemas de ‘startups’, ‘pitching’, sustentabilidade na era digital, entre outros.
O evento, que conta com o apoio do Green Nation, acontece até o dia 21 na Vila Cidadã, durante a 8ª edição do Fórum Mundial da Água, em Brasília.
Segundo dados das Nações Unidas, a agricultura representa 70% do consumo global de água, que é utilizado principalmente na irrigação. Já a indústria demanda mais de 20% do total e os quase 10% restantes vão para o uso doméstico – a parte utilizada para beber água é inferior a 1%.
Cientes destes dados, as instituições parceiras se uniram para promover a busca de soluções ecoinovadoras para os desafios da água. No evento, serão três as áreas em foco: agricultura, indústria e cidades.
Entre quase 100 propostas que concorreram para participar do Camp, foram selecionadas as dez com o maior potencial de ecoinovação e empreendedorismo em cada categoria. Confira:
Categoria Startups:
  • Eco Panplas: descontaminação de embalagens plásticas recicláveis utilizando um produto ecológico líquido e sem utilização de água no processo.
  • LiaMarinha: aplicação de tecnologias sustentáveis para tratar e remediar águas e efluentes com eficiência.
  • Resitrat Soluções Ambientais: sistema compacto para tratar o chorume gerado em aterros sanitários, com baixo custo e eficiência de 99% no tratamento.
  • Biosolvit: resolver a contaminação das águas por petróleo e derivados com um absorvedor de hidrocarboneto 100% natural produzido a partir de resíduos orgânicos descartados em lavouras.
  • KEMIA Tratamento de Efluentes: tratamento de efluentes por meio de tecnologias de eletro-oxidação, eletrofloculação e eletrofenton que promovem a separação ou a oxidação completa do poluente.
  • Prisco Ambiental: sistema de tratamento móvel de águas residuárias que consiste em uma unidade de reatores compactos customizados, os quais poderão ser instalados em containers marítimos ou skids industriais.
  • O2eco: Tecnologia baseada em uma placa de hidrocarbonetos e oligoelementos, cuja combinação biológica estimula as bactérias benéficas ao sistema e possibilita a despoluição de rios, lagos, mares e esgotos.
  • Síndico Foco: desenvolvimento e implementação de projetos para reduzir o consumo de água em condomínios, associado à captação de água da chuva, água de reúso das piscinas, saunas e duchas.
  • Stamina Comércio Ltda: sistema de reúso (cisterna) da água do banho, construído no banheiro, que acumula até 100 litros de água.
  • Stattus4: sistema de detecção automática de vazamentos em redes e ramais de distribuição.
Categoria Ideias:
  • Sérgio Morais: utilização da Internet das Coisas, com uso exclusivo de “open hardwares” e “open softwares”, para melhorar o serviço de saneamento nas cidades.
  • Anita Ramos Almeida: solução inteligente para a irrigação autônoma de hortas que utiliza sensor de umidade.
  • Anna Luísa Beserra Santos: dispositivo prático e portátil para tornar a água da chuva potável e, assim, garantir maior acesso da população à água limpa.
  • Marivana Almeida: sistema inteligente para captar a água da chuva para reaproveitamento em residências urbanas.
  • Otilene dos Anjos Santos: sistema de produção sustentável de alimentos que une técnicas da aquacultura e da hidroponia dentro de um sistema fechado de recirculação de água.
  • Thalita Pereira Delduque: uso de cerâmica vermelha (tijolo), inclusive de resíduos da construção civil, para tratar a água.
  • Mateus Alho Maia: para o tratamento de água, preparação de carvão ativado utilizando como precursor os rejeitos da agroindústria.
  • Roberto Batista Williams: veículo aquático autônomo, que envia dados físico-químicos e biológicos da água para a nuvem e utiliza Internet das Coisas para determinar parâmetros de limpeza e despoluição dos corpos hídricos.
  • Geraldo José Voppi Silva: sistema residencial de aproveitamento da água do banho e lavatório que não utiliza energia elétrica, motores ou bombas.
  • Felipe Vilarinho e Silva: sistema de informação e consumo consciente.
Para Regina Cavini, oficial sênior da ONU Meio Ambiente no Brasil, a ecoinovação é um componente-chave para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
“Por ser uma forma de pensar que integra todas as atividades do ciclo de vida de um produto ou serviço, a ecoinovação é capaz de alavancar os negócios e garantir a sobrevivência das empresas no mercado competitivo enquanto, ao mesmo tempo, diminui a pressão sobre os recursos naturais. Nesta edição do Camp, voltada para os desafios da água, esperamos concluir o evento com propostas rentáveis e que contribuem para o desenvolvimento sustentável no setor público e privado”, afirmou Regina.
“O Sebrae fomenta a ecoinovação em seus projetos e o Fórum Mundial da Água é uma grande oportunidade para dar visibilidade ao trabalho”, explica a diretora-técnica da instituição, Heloisa Menezes. “As micro e pequenas empresas têm buscado incorporar a sustentabilidade por meio de significativas mudanças em sua produção”, complementa Heloisa.
O diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Vinicius Lages, reforça o comportamento: “Estamos falando de uma nova abordagem, com técnicas e soluções capazes de elevar o desempenho das empresas sem afetar a sua sustentabilidade”.
Durante os três dias de evento, frequentadores da Vila Cidadã poderão observar as dinâmicas dos participantes através das paredes de vidro da sala onde as atividades ocorrerão. Ao final da competição, somente uma ideia e uma ‘startup’ serão eleitas vencedoras e premiadas com gadgets, mentorias exclusivas com especialistas e investidores e credenciais para participação em eventos de representatividade do segmento de startup.
A premiação e a cerimônia de encerramento estão previstas para começar na quarta-feira (21), às 18h30, no espaço Green Nation da Vila Cidadã. Informações adicionais em comunicacao@pnuma.org.
 
Posted: 19 Mar 2018 09:31 AM PDT
Dois meninos tiram a sede no Haiti, em 2007. Foto: Logan Abassi/ONU/MINUSTAH
Dois meninos tiram a sede no Haiti, em 2007. Foto: Logan Abassi/ONU/MINUSTAH
Com um chamado a fazer do acesso à água e ao saneamento de qualidade um ponto central da agenda de desenvolvimento global, teve início em Brasília o Fórum Mundial da Água 2018. O Fórum reúne a cada três anos os principais especialistas em água e saneamento dos setores governamental, privado, sociedade civil e acadêmico.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) coordenou o trabalho do Processo Regional das Américas que representa a voz do continente durante o Fórum. Como resultado desse processo, a grande maioria dos atores-chave em água e saneamento tiveram voz e presença no Fórum.
O BID contou com a colaboração de órgãos como o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA em sua sigla em inglês), o Programa Hidrológico Internacional da UNESCO, a Associação Nacional de Empresas de Água e Saneamento do México A.C. (ANEAS), a Global Water Partnership e o Banco de Desenvolvimento do Caribe (CDB em sua sigla em inglês); e, na elaboração dos estudos regionais, participaram a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Universidad de los Andes.
No âmbito do Processo Regional das Américas, foram desenvolvidos debates tendo como eixo diversos temas, como por exemplo a água como força de bem-estar nas Américas: como transformar os serviços de água e saneamento em um fator de desenvolvimento econômico sustentável.
Além disso, o processo também pensa como construir resiliência e redução de riscos através de uma infraestrutura verde nas Américas; desafios e oportunidades atuais no setor de água para a segurança alimentar e o desenvolvimento rural nas Américas; e os avanços em serviços eficientes de água e saneamento nas Américas.
Os debates também incluem os fundos de água, mecanismos financeiros para a conservação de bacias hidrográficas por meio de soluções baseadas na natureza, bem como o financiamento para o desenvolvimento, incluindo os mecanismos financeiros inovadores para a Agenda 2030.
O vice-presidente de países do BID, Alexandre Meira da Rosa, que liderou a delegação do BID no Fórum, destacou a importância de proteger os recursos hídricos da região, não só para o bem-estar dos latino-americanos e caribenhos, mas também por sua importância econômica.
“Cerca de 70 por cento da eletricidade que consumimos provêm da geração hidrelétrica, mais que qualquer outra região do mundo. Muitos de nossos principais produtos de exportação dependem do fluxo regular e suficiente de água”, disse ele.
Saiba mais clicando aqui.
 
Posted: 19 Mar 2018 07:49 AM PDT
Novo portal apresenta interface mais amigável, oferece melhor navegabilidade e traz conteúdos atualizados sobre a crise que já deslocou milhares de pessoas de suas casas.
Imagem: reprodução/ACNUR
No mês em que o conflito da Síria completa sete anos e se confirma como a maior crise de refugiados do mundo, o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) lança seu novo site em português com conteúdos exclusivos dedicados a esta crise.
O novo portal, disponível em www.acnur.org.br, utiliza o padrão visual adotado globalmente pela agência, cujo layout proporciona uma experiência de navegação mais fácil e agradável.
No marco dos sete anos da guerra na Síria, a primeira página do novo site do ACNUR disponibiliza a declaração do alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, e da enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie, sobre o conflito.
Com apenas um clique, também é possível ler as histórias de sete famílias refugiadas que, graças ao apoio da agência, reconstruíram suas vidas em diferentes partes do mundo. A trajetória da refugiada Razan, que atualmente vive em São Paulo, também é destaque.
O conflito da Síria já dura mais que a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 6,1 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas e 5,6 milhões de refugiados buscaram segurança nos países vizinhos da região.
O website do ACNUR é um componente vital do trabalho de comunicação da agência que está presente em aproximadamente 130 países, oferecendo assistência e proteção a pessoas que foram forçadas a deixar tudo para trás para salvar suas vidas.
Além das histórias e notícias sobre refugiados, deslocados internos e apátridas, o site é fonte de informações sobre as operações da agência e traz uma série de informações atualizadas sobre crises que acontecem em diferentes partes do mundo. No menu Emergências é possível acompanhar o trabalho do ACNUR em resposta a essas crises. Já a aba Publicações reúne uma série de insumos sobre o tema do refúgio no Brasil e no mundo.
Fazer uma doação também ficou mais fácil. A seção Envolva-se traz informações sobre como pessoas físicas e empresas podem colaborar com o trabalho do ACNUR e fornece esclarecimentos sobre como as doações recebidas são utilizadas.
Para manter-se informado sobre as últimas notícias relacionadas ao tema do refúgio e sobre a atuação do ACNUR, basta que o leitor assine a newsletter disponibilizada na homepage.
Profissionais da imprensa também foram contemplados com novas funcionalidades no portal. A seção Centro de Mídia disponibiliza uma lista de contatos dos porta-vozes do ACNUR em todo o mundo e link para acesso gratuito ao banco de imagens e vídeos da agência.
Outros recursos do novo site do ACNUR em português incluem lista de organizações parceiras da agência no Brasil, oportunidades de trabalho na agência e recursos para educadores.
Conheça o novo site do ACNUR em: www.acnur.org.br.
 
Posted: 19 Mar 2018 05:53 AM PDT
Manguezal derrubado no Timor-Leste. Foto: ONU/Martine Perret
Manguezal derrubado no Timor-Leste. Foto: ONU/Martine Perret
As soluções baseadas na natureza podem ter um papel importante na melhoria do abastecimento e da qualidade da água e na redução do impacto dos desastres naturais, de acordo com a edição de 2018 do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos.
O estudo, que será apresentado por Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, e por Gilbert Houngbo, diretor do UN Water (ONU Água, em tradução livre) durante 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, defende que reservatórios, canais de irrigação e estações de tratamento de água não sejam os únicos instrumentos de gestão hídrica à nossa disposição.
Em 1986, o estado do Rajastão (Índia) passou por uma das piores secas de sua história. Durante os anos seguintes, uma ONG trabalhou junto com as comunidades locais para estabelecer estruturas de coleta de água e regenerar solos e florestas na região. A iniciativa levou a um aumento de 30% na cobertura florestal, os níveis das águas subterrâneas subiram em alguns metros e a produtividade das terras de cultivo aumentou.
Tais medidas são bons exemplos de soluções baseadas na natureza (SbN) defendidas na mais recente edição do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos: “Soluções baseadas na natureza para a gestão da água”.
O relatório reconhece a água não apenas como um elemento isolado, mas como parte integrante de um processo natural complexo que envolve evaporação, precipitação e absorção da água pelo solo. A presença e a extensão da cobertura vegetal – como pastagens, zonas úmidas e florestas – influencia o ciclo da água e pode ser o foco de ações para a melhoria da quantidade e da qualidade da água disponível.
“Precisamos de novas soluções na gestão dos recursos hídricos para superar os novos desafios da segurança hídrica causados pelo crescimento da população e pela mudança climática. Se não fizermos nada, em 2050, cerca de 5 bilhões de pessoas estarão vivendo em áreas com baixo acesso à água. Este relatório propõe soluções baseadas na natureza para uma melhor gestão da água. Essa é uma importante tarefa que todos nós precisamos cumprir, juntos e de maneira responsável, para evitar conflitos relacionados à água”, declarou a diretora-geral da UNESCO.
“Por muito tempo, o mundo tem se transformado em um lugar onde as melhorias para a gestão hídrica são baseadas primariamente nas infraestruturas construídas pelo ser humano, conhecidas como ‘infraestruturas cinzas’. Com isso, conhecimentos tradicionais e indígenas, que abrangem soluções mais ‘verdes’, são constantemente deixados de lado. Três anos após a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, é hora de reexaminarmos as soluções baseadas na natureza para que nos auxiliem a alcançar os objetivos relacionados à gestão hídrica”, escreveu Gilbert Houngbo, diretor do UN Water e presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, no prefácio do Relatório.

Foco na ‘engenharia ambiental’

A chamada infraestrutura “verde”, em oposição à tradicional infraestrutura “cinza”, concentra-se em preservar as funções dos ecossistemas, tanto naturais quanto artificiais, e na engenharia ambiental, ao invés da engenharia civil, para melhorar a gestão dos recursos hídricos.
A infraestrutura verde apresenta diversos usos no setor da agricultura, de longe o maior consumidor de água. Contribuindo para o desenvolvimento de sistemas de irrigação mais efetivos e econômicos, por exemplo, a infraestrutura verde pode ajudar a reduzir as pressões sobre o uso da terra, limitando a poluição, a erosão do solo e as necessidades hídricas.
Dessa maneira, o Sistema de Intensificação do Arroz, originalmente desenvolvido em Madagascar, ajuda a restaurar o funcionamento hidrológico e ecológico dos solos, ao invés de usar novas variedades de plantio ou produtos químicos. Esse sistema propicia uma economia de 25% a 50% na necessidade hídrica e de 80% a 90% em sementes, enquanto aumenta a produção de arroz de 25% a 50%, dependendo da região na qual está implementado.
Estima-se que a produção agrícola possa ser aumentada em cerca de 20% em todo o mundo, se forem utilizadas práticas mais verdes de gestão da água. Um estudo citado pelo Relatório avaliou projetos de desenvolvimento agrícola em 57 países de baixa renda e descobriu que o uso mais eficiente da água, combinado com a redução do uso de pesticidas e com melhorias na cobertura do solo, aumentou o rendimento das colheitas em 79%.
Soluções verdes também mostram grande potencial em áreas urbanas. Enquanto “paredes verdes” e jardins nos terraços (“jardins suspensos”) talvez sejam os exemplos mais facilmente identificáveis, outros incluem medidas para reciclar e coletar água, reservatórios para a recarga de águas subterrâneas e proteção de bacias hidrográficas que abastecem áreas urbanas. A cidade de Nova York tem protegido suas três maiores bacias hidrográficas desde o final dos anos 1990. Dispondo do maior abastecimento de água não filtrada nos Estados Unidos, a cidade agora economiza mais de US$ 300 milhões anualmente em tratamento de água e custos de manutenção.
Confrontados pela sempre crescente necessidade de água, países e cidades têm demostrado um interesse crescente em soluções verdes. A China, por exemplo, iniciou recentemente um projeto chamado Cidade Esponja, para melhorar a disponibilidade de água em aglomerados urbanos. Até 2020, serão construídas 16 Cidades-Esponja pilotos pelo país. O objetivo é reciclar 70% da água da chuva por meio de uma maior permeação do solo, por retenção e armazenamento, e pela purificação da água e restauração de zonas úmidas adjacentes.

A importância das zonas úmidas

As zonas úmidas cobrem apenas cerca de 2,6% da superfície do planeta, mas têm um papel desproporcionalmente grande na hidrologia. Elas impactam de forma direta a qualidade da água, filtrando substâncias tóxicas, de pesticidas a descargas industriais e da mineração.
Há evidências de que as zonas úmidas sozinhas podem remover de 20% a 60% dos metais na água e reter de 80% a 90% dos sedimentos de escoamento. Alguns países chegaram a criar zonas úmidas para tratar as águas residuais industriais, ao menos parcialmente. Durante os últimos anos, a Ucrânia, por exemplo, tem realizado experimentos com zonas úmidas artificiais para filtrar produtos farmacêuticos de águas residuais.
No entanto, os ecossistemas sozinhos não são capazes de executar a totalidade das funções de tratamento da água. Eles não podem filtrar todos os tipos de substâncias tóxicas despejadas na água, e suas capacidades têm limites. Existem pontos críticos além dos quais os impactos negativos da carga de poluentes em um ecossistema se tornam irreversíveis, daí vem a necessidade de se reconhecer os limites e gerenciar os ecossistemas adequadamente.

Atenuar os riscos de desastres naturais

As zonas úmidas também agem como barreiras naturais que absorvem e capturam água da chuva, reduzindo a erosão do solo e os impactos de certos desastres naturais, como inundações. Com a mudança climática, especialistas preveem que irá ocorrer um aumento da frequência e da intensidade dos desastres naturais.
Alguns países já começaram a tomar precauções. O Chile, por exemplo, anunciou medidas para proteger suas zonas úmidas litorâneas após o tsunami de 2010. O estado de Louisiana (EUA) criou a Autoridade de Proteção e Restauração Costeira após o Furacão Katrina (2005), cujo impacto devastador foi aumentado pela degradação das zonas úmidas no delta do Rio Mississippi.
Entretanto, o uso de soluções baseadas na natureza continua a ser secundário, e quase todos os investimentos ainda são direcionados a projetos de infraestrutura cinza. Porém, para satisfazer a crescente demanda por água, infraestruturas verdes parecem ser uma solução promissora, complementando as abordagens tradicionais.
Os autores do relatório pedem que haja um maior equilíbrio entre as duas, especialmente considerando que as soluções baseadas na natureza estão mais bem alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados pelas Nações Unidas em 2015.
Coordenado pelo Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos da UNESCO (WWAP, na sigla em inglês), o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos é fruto da colaboração entre 31 entidades das Nações Unidas e 39 parceiros internacionais que formam o UN Water. Sua publicação, geralmente, coincide com o Dia Mundial da Água, celebrado todos os anos em 22 de março.
Clique aqui para acessar o relatório (em inglês).

UNESCO participa do Fórum Mundial da Água em Brasília

A UNESCO contribui com a programação do 8º Fórum Mundial da Água organizando algumas de suas sessões e eventos paralelos e trazendo especialistas de todo o mundo para participar como palestrantes do evento.
Ao todo, a UNESCO estará organizando e/ou palestrando em mais de 40 sessões temáticas, sendo elas ordinárias ou especiais, e em eventos paralelos do Fórum, e também contará com um estande institucional na área Expo (de exposições). Além disso, durante o período do Fórum, os/as especialistas da instituição participarão de uma programação especial organizada pelo Sistema ONU no Brasil.
O principal momento da UNESCO será a sessão especial para o lançamento, global e oficial, do Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (informações acima).
A UNESCO também é a organização líder das sessões do Fórum relacionadas ao tema compartilhamento de água. Isso significa que, junto a outras quatro instituições, organizou as sessões e eventos relacionados a este tema do Fórum.
O compartilhamento de água é o tema principal do 8º Fórum Mundial da água dentre os nove que serão discutidos durante o evento: mudança climática; pessoas; desenvolvimento; questões urbanas; ecossistemas; finanças; compartilhamento; capacitação e governança.
Cerca de 200 especialistas ligados direta e indiretamente à UNESCO estarão presentes no 8º Fórum Mundial da Água. Dentre eles estão, além de representantes da ONU-Água, especialistas do Programa Hidrológico Internacional (PHI) da UNESCO, do Escritório Regional de Ciências da UNESCO para a América Latina e o Caribe, do Escritório Regional de Ciências da UNESCO para a Ásia e o Pacífico, de diversas cátedras do Programa UNITWIN relacionadas ao tema, além de institutos e centros ligados à Organização.

Evento do Sistema ONU no Brasil

Fora da programação do Fórum, mas também discutindo a gestão dos recursos hídricos, a UNESCO participa do evento Planeta ODS, que tem como objetivo, durante o Fórum Mundial da Água, funcionar como uma área de referência na cidade para discussão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco no ODS 6 sobre água e saneamento.
O Planeta ODS acontece no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, no Planetário de Brasília, realizado por meio de uma parceria entre o Sistema ONU no Brasil e o Governo do Distrito Federal (GDF).
Na ocasião, às 11h, o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos será reapresentado para o público brasileiro, mais especificamente para os chefes das agências da ONU no Brasil e para os principais parceiros do governo brasileiro envolvidos com o tema da água. Saiba mais na matéria abaixo.
ONU leva debates e filmes sobre água para Planetário de Brasília na próxima semana

Sobre o Fórum Mundial da Água

O Fórum Mundial da Água é o maior evento global sobre o tema. Organizado pelo Conselho Mundial da Água, o Fórum acontece a cada três anos e está em sua oitava edição. Neste ano, pela primeira vez um país do Hemisfério Sul sediará o evento. São esperadas 40 mil pessoas de cerca de 150 países.
Saiba quais são os eventos paralelos e sessões do Fórum com os quais a UNESCO está envolvida, seja organizando ou tendo um de seus especialistas como palestrante, clicando aqui.
Saiba mais sobre o 8º Fórum Mundial da Água.
Outras informações à imprensa, clique aqui.
 
Posted: 18 Mar 2018 05:35 PM PDT
Clique para exibir o slide.As empresas brasileiras precisam ampliar sua consciência sobre a necessidade de adotar boas práticas de gestão dos recursos hídricos, disse no domingo (18) Carlo Pereira, secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas, durante evento que tratou do tema às vésperas da abertura do Fórum Mundial da Água, que ocorre esta semana em Brasília (DF).
As declarações foram feitas na abertura do Water Business Day, promovido pela Rede Brasil do Pacto Global em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
O evento discutiu a atuação do setor privado brasileiro na busca dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, especialmente o ODS número 6, que trata de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos.
“Muitas empresas vêm fazendo muitas ações, muitas práticas, pensando na questão hídrica”, disse Pereira. “Mas se olharmos as empresas do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BM&FBovespa, na percepção das 30 empresas que estão ali, o ODS 6 fica como um dos últimos (em termos de prioridade para as companhias)”, declarou.
“E isso é inconcebível, uma vez que essas empresas têm atuação em todo o território nacional, mas com uma atuação ainda mais forte no Sudeste, que ainda passa por uma crise hídrica bastante forte”, completou.
O ODS 6 tampouco está entre as prioridades das empresas no nível global. De acordo com pesquisa do Pacto Global realizada em 2017 com mais de 1,9 mil companhias, a questão da gestão sustentável da água e o ODS número 14, que trata da proteção da vida nos oceanos, estavam entre os objetivos globais menos priorizados.
Para Pereira, um dos principais objetivos do Water Business é justamente reverter esse quadro, levantar um alerta e disseminar as boas práticas já existentes no Brasil. “Há distância entre a crise que a gente vive e a consciência que a gente (empresários) tem para o tema. (…) Todo mundo entende que o tema água é bastante importante, mas pouca gente está aplicando isso”, afirmou.
Segundo o secretário-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, não se trata apenas de responsabilidade social das empresas, mas também econômica e financeira, na medida em que as crises hídricas afetam fortemente a produtividade.
Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), disse no mesmo evento que a gestão dos recursos hídricos vem ganhando importância na agenda global econômica e empresarial.
“Isso se deve à percepção do risco e da vulnerabilidade envolvidos nessa questão. Nos últimos anos, o risco da água tem figurado entre os dez mais capazes de afetar as economias no curto e no longo prazo”, declarou. “O Fórum Econômico Mundial diz que esse risco pode até mesmo assumir a primeira posição entre as externalidades de grande impacto”.
Segundo ela, o setor privado não pode ficar parado, à espera de soluções governamentais. “O crescimento da agenda de água e de sua melhor gestão e o desenvolvimento de soluções para otimizar seu uso e reduzir custos passa necessariamente pelo engajamento do setor empresarial”, disse.
Marina lembrou que, para o CEBDS, a agenda de água tem o mesmo peso da agenda de combate às mudanças do clima. A organização lança na segunda-feira (19) um compromisso empresarial pela segurança hídrica, com o objetivo fazer as empresas assumirem metas voluntárias e compartilhar conhecimentos. O compromisso já teve a assinatura de 15 empresas.
Na opinião da presidente do CEBDS, as grandes empresas precisam liderar o sistema produtivo e compartilhar seus sistemas de gestão com a cadeia produtiva e clientes, ajudando-os a se tornarem mais eficientes e menos dependentes desse recurso.
Ela também citou medidas como estimular outras empresas a participar de fóruns de discussão sobre o uso sustentável da água; promover ações de advocacy que ajudem a destravar tecnologias como a de reuso; buscar e criar alternativas para o uso e aproveitamento; estimular projetos de ação coletiva, que visem mitigar impactos e riscos; entre outras ações.
Oscar Netto, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), lembrou que o fórum ocorre justamente em uma cidade que enfrenta racionamento de água, e que essa tem sido a realidade de muitos municípios brasileiros. “O Brasil é riquíssimo em água doce e renovável, 13% da água doce e renovável do mundo tem origem no território brasileiro. Isso é um enorme patrimônio, mas nos dá também enorme responsabilidade”, declarou.
Edson Duarte, secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, citou pesquisa do SEBRAE segundo a qual 31% dos negócios das micro e pequenas empresas serão afetados este ano por crises de abastecimento de água.
“Esse tema é uma realidade cruel que precisa ser observada por todos. Essa agenda é estratégica não somente para buscar tecnologias, adequações, gestões diferenciadas e combate ao desperdício, gestão mais eficiente, nós devemos nos preocupar com o fortalecimento de uma política de recursos hídricos no Brasil”, disse.
Organizado a cada três anos, o Fórum Mundial da Água é o principal encontro global em que a comunidade de profissionais do setor hídrico e os formuladores de políticas trabalham para estabelecer os planos de ação de longo prazo sobre os desafios relacionados à água. Com mais de 150 países representados, o fórum visa aumentar a conscientização e reforçar o compromisso político com relação ao uso e à gestão da água.
Além do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, este ano acontece a abertura da Década Internacional de Ação “Água para o Desenvolvimento Sustentável” (22 de março de 2018 a 22 de março de 2028). A Década visa a fortalecer a cooperação e a mobilização internacionais, a fim de contribuir para a realização dos ODS.
 
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