Aprovação de Jair Bolsonaro chega aos 61%, diz Ipsos; a de Lula despenca para 38%
Publicado em 01/12/2018 09:49
Jair Bolsonaro é aprovado por 61% dos brasileiros, segundo a pesquisa Ipsos-Estadão.
Ele deu um pulo de 19 pontos percentuais desde outubro.
Só 30% dos entrevistados o rejeitam. É a lua de mel.
Lula despenca
A popularidade de Lula despencou.
De acordo com o Ipsos, em pesquisa encomendada pelo Estadão, o presidiário é rejeitado por 60% dos brasileiros e aprovado por apenas 38%.
É o exato oposto de Jair Bolsonaro.
(Estadão)
A parceria entre Bolsonaro e Moro é boa para ambos (O Antagonista)
Só Sergio Moro é tão popular quanto Jair Bolsonaro, segundo a pesquisa Ipsos-Estadão.
O presidente eleito é aprovado por 61% dos brasileiros; seu superministro, por 59%. O primeiro é rejeitado por 30%, o segundo por 31%.
A parceria entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro foi extremamente positiva para a imagem de ambos.
Para realizar o levantamento, o instituto cita o nome de figuras públicas e pergunta aos entrevistados como eles avaliam sua atuação no País.
O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios do País entre os dias 3 e 14 de novembro de 2018. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Ipsos: sobe a aprovação a Bolsonaro e Moro (no ESTADÃO)
Pesquisa mostra que presidente eleito e futuro ministro da Justiça têm desempenho bem avaliado após eleições
A aprovação à atuação do presidente eleito, Jair Bolsonaro, aumentou após o fim da eleição, aponta o mais recente Barômetro Político Estadão-Ipsos. Em outubro, 44% dos entrevistados pelo instituto aprovavam o desempenho do então candidato do PSL. Em novembro, o porcentual subiu para 61%. Foi o único dos principais ex-presidenciáveis que melhorou o desempenho de um levantamento para o outro.
O presidente eleito Jair Bolsonaro Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
O mesmo aumento de 17 pontos porcentuais em relação à pesquisa anterior foi registrado pelo futuro ministro da Justiça, o ex-juiz federal Sérgio Moro. Conhecido pelo trabalho no âmbito da Operação Lava Jato, Moro vinha pontuando na casa dos 40% há meses, sem grandes oscilações. De outubro para novembro, porém, a aprovação saltou de 42% para 59%. Ele aceitou a nomeação para o ministério no primeiro dia deste mês.
O instituto cita o nome de figuras públicas e pergunta aos entrevistados como eles avaliam sua atuação no País. Ou seja, não se trata de uma pesquisa equivalente àquelas que medem a rejeição de um candidato durante eleições, por exemplo.
Ao contrário do presidente eleito e de Moro, os ex-concorrentes de Bolsonaro na corrida presidencial viram a aprovação diminuir no novo levantamento. Fernando Haddad (PT), cujo desempenho era visto como positivo por 40% no mês da eleição, agora aparece com 31%. A desaprovação à atuação do ex-prefeito, por outro lado, saltou de 55% para 62%.
Terceiro colocado na eleição, Ciro Gomes (PDT) oscilou três pontos porcentuais para baixo e agora tem a atuação aprovada por 28% dos entrevistados. Como a margem de erro também é de três pontos, a oscilação não configura uma queda real. O mesmo ocorreu com Geraldo Alckmin (PSDB), que passou de 19% para 16% de aprovação ao seu trabalho.
Outros. O presidente Michel Temer foi outro que oscilou dentro da margem de erro. Mas, no caso dele, para cima. Aprovado por 3% em outubro, subiu para 6%. A reprovação, por sua vez, oscilou dois para baixo e agora está em 92%. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso no âmbito da Operação Lava Jato, tem agora 38% de aprovação, ante 40% no levantamento de outubro.
Entre os ex-presidenciáveis, a curva que mostra a queda na desaprovação aos candidatos ilustra bem o modo como Bolsonaro foi melhorando a cada pesquisa. Em cinco meses, de julho a novembro, a desaprovação à atuação do presidente eleito caiu pela metade: passou de 60% para 30%.
Para ficar na comparação com seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad, o petista aumentou em cinco pontos a desaprovação no mesmo período. Alvo de ataques durante a campanha, incluindo boatos como o “kit gay”, Haddad passou de 57% para 62% de desaprovação.
O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios do País entre os dias 3 e 14 de novembro de 2018. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
‘Com casa em ordem, investimento volta’, diz economista Alexandre Schwartsman
O investimento baixo é o que tem freado a recuperação da economia, na avaliação do ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman. Apesar de imaginar que 2019 será um ano melhor, ele diz que a volta do investimento depende de uma sinalização mais clara de que o governo de Jair Bolsonaro vai conseguir aprovar as reformas que o País precisa. A seguir, trechos da entrevista (+ no ESTADÃO)
O crescimento de 0,8% no trimestre é um indício de que a recuperação ainda segue lenta?
Crescer 0,8%, em si, não é tão ruim. O que acontece é que quando se olha para o conjunto da obra, aí que se fica realmente desapontado. Desde o fim da recessão, em 2016, o PIB cresceu em torno de 3%. Quando se olha para as outras recessões, é pouco. Era para estar 7% ou 8% acima do pior da recessão, não a metade disso.
Qual a expectativa para o ano?
Crescer perto de 1,3%. Quando me perguntaram, há um ano, como seria 2018, eu imaginava que seria bem melhor. Só que muita coisa aconteceu e as expectativas foram revertidas.
O que ainda está emperrando?
Há uma fraqueza no investimento. Pode ser que, passadas as eleições, as incertezas diminuam. Em alguma medida, o empresariado se sente mais seguro para investir agora, mas não é uma carta branca. O País tem grandes desafios a superar. O investimento cresceu no terceiro trimestre, mas impulsionado por uma movimentação pontual da Petrobrás.
A resolução das reformas vai definir o crescimento em 2019?
Tem uma agenda grande. Resultados fiscais, que embora tenham melhorado um pouco, ainda são ruins. Tem uma tendência de crescimento da dívida pública, que não se resolve só por decretar um teto de gastos. Precisa de uma reforma da Previdência, de uma desvinculação de uma série de despesas. Se o governo conseguir entregar isso, tira muito da incerteza que tem sobre o endividamento explosivo do País e ele consegue crescer mais rápido.
Arrumar as contas públicas destravaria os investimentos?
Com a casa em ordem, do ponto de vista fiscal, o investimento volta. As duas coisas estão intimamente ligadas. Vamos falar a verdade: quem está disposto a fazer um programa de investimentos para daqui a cinco anos sem saber o que vai acontecer com o País e olhando para a escalada do endividamento do governo?
Por onde começar?
A verdade é que o País tem esses problemas há muito tempo e que só começaram a ser resolvidos há relativamente pouco tempo. O teto de gastos, da forma que existe hoje, é sustentável por mais dois anos, talvez. A partir disso, se começa a entrar em questões de como a máquina pública vai funcionar.
O governo eleito tem espaço para fazer essas reformas?
Tenho dúvida se a sociedade deu a este governo um mandato para fazer um ajuste fiscal no País. A eleição não foi sobre temas econômicos. Isso não quer dizer que o governo não deva tentar fazer reformas, mas é preciso lembrar que não é uma decisão monocrática, tem de passar pelo Congresso.
O consumo das famílias, aparentemente, saiu de uma letargia e cresceu 0,6% no terceiro trimestre. Isso é sustentável?
No ritmo atual, não tem nada que torne o consumo insustentável. Ele não vem crescendo muito rápido, mas outros indicadores mostram que o consumo está bastante ancorado na expansão da massa salarial. Como tem uma baita capacidade ociosa na economia, tem espaço para crescer.
O ano que vem deve ser de crescimento mais expressivo?
Acredito que a economia deve crescer um pouco mais, entre 2% e 2,5%. Mas esse ritmo é modesto, perto do tombo que o País levou. A impressão é que o Brasil cresce muito menos do que poderia. A economia não deslancha, porque as pessoas ainda estão, com razão, com medo do futuro.
Em NY, Haddad diz que Brasil pode crescer com governo liberal de Bolsonaro
NOVA YORK — O candidato derrotado do PT para presidente, Fernando Haddad, ressaltou que "o fracasso" da administração do presidente eleito Jair Bolsonaro não é "o pressuposto" da sua avaliação sobre as perspectivas econômicas do País com o próximo governo. Ao contrário, ele fez um diagnóstico de que a gestão de Bolsonaro poderá ter bons resultados econômicos.
"Temos que nos prevenir: ele vai adotar o neoliberalismo radical", disse, referindo-se a Bolsonaro. "Em primeiro lugar gera um fluxo de caixa muito importante e dá fôlego, com a venda de ativos estatais, o que ocorreu com o primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com venda de estatais, o que bancou a sobrevalorização do câmbio por quatro anos", apontou. "Vamos ter crescimento em 4 anos porque estamos há 4 anos sem crescer e isso vai dar um respiro para o governo."
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad discursa na Universidade de Columbia, em Nova York Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Facebook
Na avaliação de Haddad, o novo governo também adotará uma agenda próxima a grupos religiosos conservadores. "A pauta do fundamentalismo alimenta o espírito e não o estômago, mas isto também está no jogo político." Ele destacou que o presidente pode ressaltar que vai "intervir na escola pública e que seu filho não tem risco de ser gay." Para o ex-candidato a presidente, é preciso adotar cuidado para avaliar o futuro da administração Bolsonaro. " Não pode ver como dado o fracasso, que pode ocorrer, mas não é pressuposto da nossa avaliação."
Haddad não fez criticas a Bolsonaro, com exceção de ter avaliado como indevido o fato de que o presidente eleito "bateu continência" para John Bolton, assessor de Segurança Nacional do governo do presidente americano Donald Trump em visita na manhã da quinta-feira, 29, em sua residência no Rio de Janeiro. Ele também apontou como "estranho" o fato do magistrado Sergio Moro ter aceitado um cargo de primeiro escalão na futura administração.
"Não é comum uma pessoa deixar de ser juiz para ser ministro do atual governo", disse. Haddad diz que as ações de Moro interferiram no resultado das eleições presidenciais pois, para ele, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — condenado e preso na Operação Lava Jato — tivesse condições, ele estaria eleito e seria o sucessor do presidente Michel Temer.
De acordo com Haddad, além de propor a reforma política, o governo do ex-presidente Lula no segundo mandato deveria ter sugerido a realização da reforma tributária. "É quando há alto capital político que mudanças importantes precisam ser sugeridas, mesmo que isso implique em derrota em eleições", destacou.
O ex-prefeito, por outro lado, não mencionou, no evento promovido em Nova York pelo "The People's Forum", em nenhum momento a necessidade de ajustes fiscais caso fosse eleito como presidente, nem mencionou a importância da realização da reforma da Previdência Social para o País. "Na campanha presidencial defendi reformas em dois setores importantes: o bancário e o referente aos meios de comunicação", destacou. "Há a cartelização do sistema bancário, o que também acontece com os meios de comunicação. São dois oligopólios que precisam ser revistos, senão não tem democracia."
Em carta, Lula diz que PT precisa ‘voltar a falar a linguagem do povo’ (Poder360)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em carta lida nesta 6ª feira (30.nov.2018), que o PT precisa “voltar a falar a linguagem do povo e se reconectar com as bases“.
O documento foi lido na 1ª reunião do Diretório Nacional do partido feita após o resultado do 2º turno das eleições presidenciais, quando Fernando Haddad (PT) perdeu para Jair Bolsonaro (PSL).
“Temos de voltar às ruas, às fábricas, aos bairros e favelas, falar a linguagem do povo, nos reconectar com as bases, como disse o Mano Brown. Não podemos ter medo do futuro porque aprendemos que o impossível não existe”, consta em trecho do texto escrito pelo ex-presidente. Leia a íntegra.
Lula está preso em Curitiba desde 7 de abril. O petista foi condenado pelo TRF-4(Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Lula foi investigado em processo na Lava Jato que apurou o recebimento pelo petista de 1 tríplex em Guarujá pela empreiteira OAS como forma de pagamento de propina.
Ele criticou a nomeação de Moro, responsável por sua condenação em 1ª Instância, para o Ministério da Justiça e Segurança Pública e afirmou que Bolsonaro tem o propósito apenas de atacar o PT.
“Eu não tenho dúvida de que a máquina do Ministério da Justiça vai aprofundar a perseguição ao PT e aos movimentos sociais, valendo-se dos métodos arbitrários e ilegais da Lava Jato. Até porque Jair Bolsonaro tem um único propósito em mente, que é continuar atacando o PT”, disse.
Haddad também enviou uma carta que foi lida durante a reunião da sigla. Ele não participou do evento pois está nos Estados Unidos a convite do senador americano Bernie Sanders. Leia a íntegra.
Na mensagem, o ex-prefeito de São Paulo diz que está sendo formado 1 grupo com representantes de setores progressistas de vários países.
“Estou nos Estados Unidos, a convite do senador norte-americano Bernie Sanders e do ex-ministro grego Yanis Varoufakis, para avançar na formação de uma Internacional Progressista que pretende reunir forças para lidar com os desafios que nos estão sendo colocados”.
Fonte: Estadão/Antagonista/Poder360
JOACIR A. STEDILE PASSO FUNDO - RS
NÉIA ARAGUAÍNA - TO
PAULO ROBERTO RENSI BANDEIRANTES - PR
Será?
Nesta data a jurista Eliana Calmon, ex-Ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), presta uma ajuda ao país, quando cita na sua entrevista ao jornal El País: "A Operação Lava Jato precisa chegar ao Judiciário".