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domingo, 1 de março de 2020

Posted: 27 Feb 2020 12:45 PM PST
Clique para exibir o slide.Conhecido mundialmente no circuito de música erudita, o maestro e pianista brasileiro João Carlos Martins usou mais uma vez a música para romper barreiras e unir nações. Em uma visita este mês (15) a Roraima, ele levou inspiração às famílias que vivem no abrigo temporário para refugiados e migrantes venezuelanos Rondon 3, o maior abrigo para esta população na América Latina.
O maestro estava em Boa Vista para capacitar músicos locais por meio do projeto “Orquestrando o Brasil”. E aproveitou para conhecer o Rondon 3, um dos 13 abrigos que funcionam no âmbito da Operação Acolhida — resposta humanitária emergencial liderada pelo governo brasileiro e apoiada por Nações Unidas, ONGs e setor privado.
Em um palco montado no pátio do abrigo, o maestro — reconhecido como um dos maiores intérpretes do músico barroco Johann Sebastian Bach — fez uma pequena e emocionante apresentação para a população acolhida no abrigo, tocando em um piano elétrico alugado especialmente para a ocasião.
Sensível e atento às especificidades do público, João Carlos Martins se dirigiu à plateia em espanhol, compartilhando um pouco da sua história de superação — ele enfrentou problemas de saúde que comprometeram sua coordenação motora e quase o afastaram definitivamente dos palcos, mas voltou a tocar e a reger com o uso de luvas biônicas.
Para as famílias venezuelanas, ele contou que mesmo com muitos não acreditando que ele poderia voltar a tocar e reger, não desistiu e está de volta aos palcos e salas de concerto. Desta forma, convidou cada refugiado a também não desistir de seus sonhos.
Na plateia, estava a família de Guillermo Martine, de 53 anos, que veio para o Brasil em setembro de 2019, e desde então vive no abrigo com sua esposa Katty Pereira, de 45, e seus três filhos.
Guillermo, que também é músico, tinha um grupo de Llanera, ritmo tradicional na Venezuela. Solista, teve que sair de seu país ao ser diagnosticado com câncer.
Sem acesso a tratamento ou medicamentos, Guillermo e sua família deixaram tudo para trás e buscaram ajuda no Brasil. Ele fez questão de trazer seus instrumentos musicais ao país: um “cuatro” (violão venezuelano de quatro cordas) e seu “maracate” (chocalho de percussão venezuelano).
“Sinto muita falta de ter um grupo musical”, disse Guillermo, pouco antes da apresentação do maestro. A música não saiu de seu coração, e ele ensinou o filho mais novo, Anrel Guillermo, de 9, a tocar o maracate. “Pelo menos assim ele me acompanha, e como ele gosta de música, de alguma forma eu continuo a tocar”, disse o pai.
Mas o desejo do músico venezuelano foi atendido quando ele menos esperava. Em uma articulação entre Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), organização parceira do ACNUR que administra o abrigo, e o comando da Operação Acolhida, a família de Guillermo foi convidada a dividir o palco com o grande maestro brasileiro.
Durante a apresentação de Guillermo, Katty e o pequeno Arnel, o maestro os acompanhou improvisando pequenos acordes durante a cantoria — o que comoveu todo o abrigo.
“Estamos lisonjeados de receber um músico deste nível aqui no abrigo. Para nós, isso foi uma benção, e a história do maestro é como se fosse um milagre que nos inspira a continuar”, disse emocionada a venezuelana Katty.
“A música tem o poder de mover pessoas, romper barreiras e unir nações. Por meio da música as palavras solidariedade, amor e paz tomam forma na humanidade”, declarou o maestro. João Carlos Martins tocou músicas clássicas conhecidas, e contou com a participação do violinista venezuelano Rafael Dommar, que o acompanhou na Ave Maria.
O abrigo Rondon 3 acolhe atualmente cerca de 1.100 pessoas, entre adultos, idosos, jovens e crianças. Dentro dos abrigos, os refugiados e migrantes recebem alimentação, kits de higiene, além de acesso a banheiros, abrigos por família, assistência na área de saúde, educação, capacitação profissional, projetos culturais e informações sobre como ter outras necessidades atendidas.
No sábado (15), o pianista fez uma apresentação gratuita para toda a cidade de Boa Vista na Praça Fábio Marques Paracat, organizada pela prefeitura. Em entrevistas, ressaltou o potencial do estado em crescer musicalmente com a troca de experiências entre músicos roraimenses e venezuelanos.
“Roraima tem um grande potencial de virar um epicentro musical usando os talentos locais e os que estão chegando da Venezuela”, enfatizou o maestro.
“A presença do maestro no abrigou demonstrou como essas atividades são significativas para os que estão em condição de refúgio, trazendo um senso de humanidade comum”, ressaltou Esther Benizri, chefe do sub escritório do ACNUR para Boa Vista.
O maestro João Carlos Martins tem um envolvimento anterior com a causa do refúgio. Em 2016, participou do projeto “Somos Iguais”, um coral de jovens e crianças refugiadas criado para auxiliar sua integração na sociedade brasileira.
O coral já realizou várias apresentações sob a batuta do maestro, que sempre se dedicou com grande afinco à preparação e apresentação dos jovens cantores.
 
Posted: 27 Feb 2020 12:21 PM PST
Distribuição de alimentos na Venezuela. Foto: NRC/Ingebjørg Kårstad
Distribuição de alimentos na Venezuela. Foto: NRC/Ingebjørg Kårstad
A hiperinflação na Venezuela fez com que cerca de um terço da população — mais de 9 milhões de pessoas — não coma o suficiente e precise de assistência, segundo estimativas publicadas na terça-feira (25) pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês).
A conclusão é baseada em uma Avaliação de Segurança Alimentar realizada pela agência das Nações Unidas a pedido do governo do país entre julho e setembro do ano passado.
“A hiperinflação está afetando a capacidade das famílias de garantir alimentos e outras necessidades básicas”, disse o estudo.
“Cinquenta e nove por cento das famílias têm renda insuficiente para comprar alimentos e 65% não conseguem comprar outros itens essenciais, como produtos de higiene, roupas e sapatos.”
O WFP coletou dados em todo o país, em nível doméstico e comunitário, por meio de mais de 8.300 questionários, analisando padrões de consumo de alimentos, estratégias de subsistência e dados sobre vulnerabilidade econômica.
Os resultados indicam que quase 18% das famílias, ou aproximadamente uma em cada cinco, têm um nível inaceitável de consumo de alimentos. Desse total, 12,3% têm níveis limítrofes de consumo, enquanto 5,5% têm baixo consumo de alimentos.
Além disso, a falta de diversidade alimentar indicou ingestão nutricional inadequada. As famílias consomem cereais, raízes ou tubérculos diariamente, complementados com feijão, lentilha ou outras leguminosas três dias por semana e laticínios quatro dias por semana.
Enquanto isso, o consumo geral de carne, peixe, ovos, legumes e frutas fica abaixo de três dias por semana para cada um desses grupos de alimentos.
A maioria das famílias pesquisadas, ou 74%, adotou estratégias de enfrentamento relacionadas à alimentação, como reduzir a variedade e a qualidade dos alimentos que ingerem. Sessenta por cento relataram redução no tamanho das porções.
Para sobreviver, 33% das famílias também aceitaram trabalhar em troca de alimentos. Outras venderam bens para cobrir necessidades básicas ou gastaram suas economias em alimentos.
“À medida que as famílias esgotam os mecanismos de enfrentamento que estão usando para sustentar o consumo básico de alimentos, há grandes preocupações de que as necessidades nutricionais não sejam atendidas no curto prazo. Isso afetará os mais vulneráveis, incluindo crianças, mulheres grávidas e lactantes e idosos”, disse o WFP.
 
Posted: 27 Feb 2020 11:41 AM PST
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou na quarta-feira (26) o primeiro caso de COVID-19 no país. Foto: CDC/Alissa Eckert, James Archer
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou na quarta-feira (26) o primeiro caso de COVID-19 no país. Foto: CDC/Alissa Eckert, James Archer
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, recomendou na quarta-feira (26) que os países intensifiquem seus planos de preparação e resposta à doença causada pelo coronavírus 2019 (COVID-19) antes do surgimento de novos casos na região das Américas.
O Ministério da Saúde do Brasil confirmou na quarta-feira o primeiro caso de COVID-19 no país. O paciente é um homem de 61 anos que voltou recentemente de uma viagem à Itália, onde tem ocorrido um surto do vírus desde a semana passada. Até agora, o COVID-19 já afetou 81.109 pessoas em 38 países ao redor do mundo, 78.191 delas na China.
“Os países das Américas estão se preparando, há várias semanas, para a possível importação de casos de COVID-19. Existem medidas para detectar, diagnosticar e tratar pacientes com a doença”, disse Etienne. “Colocar uma forte ênfase na interrupção da transmissão continua sendo um objetivo importante, embora reconheçamos que a situação pode variar de país para país e exigir respostas específicas”, afirmou.
“Uma resposta multissetorial para garantir o fortalecimento da vigilância, a preparação dos serviços de saúde, a prevenção da disseminação e a manutenção dos serviços essenciais são intervenções fundamentais para diminuir a transmissão e salvar vidas. Os países das Américas já trabalham nessas áreas desde 2009 como parte de seus planos de influenza”, disse Etienne.
O COVID-19 é transmitido de pessoa para pessoa por meio de gotas e contato com superfícies contaminadas. A doença é transmitida principalmente por pessoas que já apresentam sintomas. As informações atualmente disponíveis sugerem que uma única pessoa infectada pode infectar entre um e quatro contatos próximos.
No caso de um surto de COVID-19 na América Latina e no Caribe, o impacto nos serviços de saúde pode ser significativo, com a possibilidade de os serviços de saúde ficarem sobrecarregados, incluindo uma alta demanda por serviços hospitalares especializados, como terapia intensiva.
No caso de um surto de COVID-19 na América Latina e no Caribe, o impacto nos serviços de saúde pode ser significativo com a possibilidade de sobrecarga dos serviços de saúde, incluindo uma alta demanda por serviços hospitalares especializados, como cuidados intensivos.

Primeiro caso na América Latina

O Ministério da Saúde do Brasil confirmou que o paciente com infecção por COVID-19 havia retornado recentemente da Itália. As autoridades brasileiras estão tomando medidas para evitar a disseminação da doença, incluindo uma investigação cuidadosa de todas as informações relevantes e o acompanhamento de qualquer pessoa que possa estar em contato com o paciente.
O primeiro caso importado do COVID-19 na região das Américas foi identificado em 21 de janeiro nos Estados Unidos. Alguns dias depois, em 25 de janeiro, o Canadá também relatou seu primeiro caso confirmado. Desde então, houve 25 casos confirmados de COVID-19 na América do Norte.

O que as pessoas podem fazer

Existem precauções simples que todos podem tomar para prevenir doenças respiratórias, incluindo o COVID-19:
• Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou use um gel desinfetante à base de álcool
• Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um lenço – jogue fora o lenço imediatamente e higienize as mãos;
• Evite contato próximo com qualquer pessoa que tenha tosse e febre.

Mais informações

Acesse a folha informativa sobre COVID-19, com número de casos, histórico e respostas para as perguntas mais frequentes.
 
Posted: 27 Feb 2020 09:52 AM PST
Hingride Marcelle Leite de Jesus tem 20 anos e participou do programa “Uma Vitória Leva à Outra” no Rio de Janeiro. Foto: ONU Mulheres/Camille Miranda
Hingride Marcelle Leite de Jesus tem 20 anos e participou do programa “Uma Vitória Leva à Outra” no Rio de Janeiro. Foto: ONU Mulheres/Camille Miranda
Sou Geração Igualdade porque…
Cresci em uma família chefiada por mulheres, que tomavam as suas próprias decisões, cuidavam de seus filhos e os sustentavam. Todos os homens abandonaram as suas mulheres e filhos. Apesar de isso refletir a cultura machista, também me ofereceu modelos femininos poderosos em casa.
Eu me lembro quando o meu pai morava conosco. Minha mãe não podia aceitar certos trabalhos que ele considerava “de homem”. Quando comecei a jogar rugby, ele disse que eu não deveria porque era algo feito para homens. Isso me fez perceber que uma mulher jogar rugby pode mudar a cabeça das pessoas sobre o que elas podem fazer. Através do rugby eu aprendi a fazer escolhas, a entender no que deveria focar e o que eu deveria deixar para lá, para respeitar os meus limites e para me comunicar melhor.
A importância de espaços seguros para mulheres e meninas
Hoje eu aproveito cada oportunidade que tenho para conversar com a minha mãe e as minhas tias sobre direitos das mulheres, porque elas não tiveram o mesmo tipo de educação que eu tive. Eu também converso com as minhas primas mais novas, porque quero que elas lutem por si mesmas.
Como mulheres, faltam-nos espaços nos quais podemos falar sobre os nossos problemas, fazer perguntas e expressar as nossas opiniões. É o que mais gosto do programa Uma Vitória Leva à Outra — a criação de espaços seguros para meninas.
Eu comecei no programa para continuar a jogar rugby. Mas depois eu me dei conta de quanto era importante ir às sessões semanais e conversar com as outras meninas, com histórias diferentes, sobre os nossos corpos, gênero, raça, sexualidade e violência. Graças ao espaço seguro eu pude compartilhar coisas que antes eu não tinha coragem de contar para ninguém.
Sou negra, pobre e vivo na periferia. Isso não significa que eu não possa alcançar os meus objetivos e realizar os meus sonhos! Eu acabei de completar uma formação para ser facilitadora e trabalhar com meninas mais novas na minha comunidade. Este será mais do que um trabalho, uma fonte de renda para mim e para o meu filho de dois anos. Será uma oportunidade para eu ser um exemplo para outras meninas na comunidade. Elas vão olhar para mim e pensar: se ela conseguiu, eu também consigo.
O poder do esporte
É importante que toda a sociedade se envolva no tema das relações de gênero e lute por igualdade, de maneira que mulheres e meninas possam atingir seus objetivos sem os [constantes] obstáculos e discriminações.
O esporte abre portas para mulheres e meninas. Além dos benefícios físicos e psicológicos, o esporte é uma ferramenta de auto empoderamento e empoderamento de outras mulheres. Por tempo demais fomos mantidas longe das oportunidades ligadas aos esportes. Existe um papel que a mídia pode ter, especialmente a mídia esportiva, de mostrar que qualquer esporte é lugar de mulher.
Três ações para você fazer parte da Geração Igualdade:
• Conversar com pessoas de outras gerações para desafiar estereótipos de gênero
• Criar espaços seguros para mulheres e meninas, onde elas possam falar sobre si
• Usar a mídia social para chamar as pessoas à reflexão sobre a igualdade de gênero e os direitos das meninas e das mulheres
Hingride Marcelle Leite de Jesus tem 20 anos e foi aluna de “Uma Vitória Leva à Outra”, um programa conjunto entre a ONU Mulheres e o Comitê Olímpico Internacional, que oferece sessões semanais de prática esportiva e habilidades para a vida para meninas adolescentes no Brasil.
Ela recentemente encontrou a jogadora de futebol Marta Vieira da Silva, Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, e participou no desfile da escola de samba que homenageou a jogadora no Rio de Janeiro, Brasil.
 
Posted: 27 Feb 2020 09:31 AM PST

Acompanhe o trabalho do UNICEF no Brasil e no mundo clicando aqui.
 
Posted: 27 Feb 2020 09:24 AM PST
As cidades deverão produzir mais de 70% das emissões de gás carbônico globais e consumirão 80% da energia do mundo em 2030. Foto: UNsplash
As cidades deverão produzir mais de 70% das emissões de gás carbônico globais e consumirão 80% da energia do mundo em 2030. Foto: UNsplash
Brasília (DF) sediará o 3º Seminário Internacional de Soluções Baseadas na Natureza com o tema “O Desafio da Água e as Cidades”. O objetivo é promover discussões sobre como enfrentar desafios urbanos por meio de soluções vindas da natureza, favorecendo a qualidade de vida e a resiliência climática. O evento acontece nos dias 10 e 11 de março e será aberto ao público.
O evento é realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com o apoio do projeto Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil. O CGEE atua na iniciativa por meio do Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis, no âmbito do Projeto CITinova-MCTIC.
O seminário contará com a participação de instituições como Agência Nacional de Águas (ANA), Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), Water Joint Programming Initiative, Fundação Getúlio Vargas (FGV); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Catalão de Pesquisa da Água (Icra), Comissão Europeia, Centro Brasil Design (CBD), Fundação Boticário, entre outras.
O evento conta com a parceria da ANA, dos ministérios da Economia (ME), das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento Regional (MDR), da Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema-DF), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês).
Faça sua inscrição gratuita aqui.
 
Posted: 27 Feb 2020 08:31 AM PST
Secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Violaine Martin
Secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Violaine Martin
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou na segunda-feira (24) um chamado global por ação em prol dos direitos humanos.
Ao abrir a 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, Guterres disse que tal chamado ocorre no ano do 75º aniversário da ONU e em meio a um cenário em que “os direitos humanos estão sob ataque.”
Segundo o chefe das Nações Unidas, os direitos humanos têm a ver com a dignidade e o valor da pessoa humana e “expandem os horizontes da esperança, ampliam os limites do possível e liberam o melhor” de cada um e do mundo.
Para ele, os direitos humanos são a “ferramenta definitiva para ajudar as sociedades a crescer em liberdade” e “garantir a igualdade para mulheres e meninas”.
O chefe da ONU destacou que os direitos fundamentais também são instrumentos para “promover o desenvolvimento sustentável”, para “evitar conflitos, reduzir o sofrimento humano e construir um mundo justo e equitativo”.
O secretário-geral da ONU lembrou que, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estas normas são “a maior aspiração da humanidade”.
Guterres contou que viu e viveu em seu próprio país, Portugal, como “o progresso em um canto do globo nutre o progresso em outro.” Ele relembrou ter crescido durante a ditadura de António de Oliveira Salazar e que não vivenciou “a democracia até os 24 anos de idade.”
Guterres disse ter visto “a ditadura oprimir não apenas seus próprios cidadãos, mas também pessoas sob o domínio colonial na África”. Para ele, foram as lutas pelos direitos humanos e o sucesso de outras pessoas pelo mundo” que inspiraram a população de seu país.
O chefe da ONU mencionou como “e democracia de espalhou”. Como exemplo, ele citou o fim do domínio colonial, do sistema da segregação racial do apartheid, os avanços no acesso à água potável, as grandes quedas na mortalidade infantil e o fato de 1 bilhão de pessoas terem saído da pobreza em uma geração no mundo.
Para ele, todas as “sociedades se beneficiaram dos movimentos de direitos humanos liderados por mulheres, jovens, minorias, povos indígenas e outros. No entanto, segundo Guterres, atualmente os direitos humanos “enfrentam desafios crescentes” e “nenhum país está imune” a essa situação.

Desafios

Como exemplos, Guterres citou violações do direito internacional em conflitos, o tráfico de pessoas, a exploração e abuso de mulheres e meninas escravizadas, a prisão de ativistas, a perseguição de grupos religiosos e minorias e o assassinato ou assédio de jornalistas.
O chefe da ONU destacou ainda o aumento da fome e do desemprego entre os jovens e disse que “minorias, povos indígenas, migrantes, refugiados, a comunidade LGBTI” estão sendo difamados e “atormentados por atos de ódio”.
Além disso, lembrou que um novo conjunto de desafios está surgindo, como a crise climática, as mudanças demográficas, a rápida urbanização e o avanço da tecnologia. Segundo ele, “as pessoas estão sendo esquecidas”, “o medo está aumentando” e as divisões também.

Divisão

Para o secretário-geral, uma “aritmética política perversa tomou conta” do mundo, onde a lógica é “dividir as pessoas para multiplicar votos” e o “Estado de direito está sendo corroído”.
Com isso, em muitos países, pessoas estão promovendo manifestações “contra sistemas políticos que não as levam em consideração e sistemas econômicos que não conseguem trazer prosperidade para todos”.
Guterres disse acreditar que “diante dessas tensões e testes” os direitos humanos são a resposta. Para ele, são os direitos humanos que garantem a estabilidade, constroem a solidariedade e promovem a inclusão e o crescimento.
Ao mesmo tempo, o chefe da ONU enfatizou que estas normas nunca devem ser um meio de buscar agendas ocultas. Ele observou que “a soberania continua sendo um princípio fundamental das relações internacionais”, mas ela não pode ser usada como “um pretexto para violar os direitos humanos”.

Ação

O secretário-geral da ONU explicou ainda que o chamado à ação foca sete áreas. A primeira delas coloca os direitos no centro do desenvolvimento sustentável.
Ele afirmou que “os direitos humanos permeiam a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” e que a “maioria dos objetivos e metas corresponde a compromissos juridicamente vinculativos em matéria de direitos humanos assumidos por todos os Estados-membros”.
Guterres fez um apelo para que todos os países coloquem “os princípios e mecanismos de direitos humanos em primeiro plano na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, inclusive criando caminhos abrangentes para a participação da sociedade civil.”

Crises

A segunda área é relacionada aos testes enfrentados pelos direitos humanos em tempos de crise, como em conflitos, ataques terroristas ou desastres naturais.
Para o chefe da ONU, “os direitos humanos internacionais, dos refugiados e o direito humanitário podem restaurar a humanidade mesmo nos momentos mais sombrios.”
O secretário-geral disse ainda que “para garantir a eficácia e a coerência das ações da ONU”, será feito um extenso trabalho no campo e desenvolvida uma agenda comum de proteção que será aplicada às Nações Unidas. Essa agenda de proteção levará em consideração as diferenças de idade, gênero e diversidade entre as pessoas servidas pela Organização.
A terceira área lidará com a igualdade de gênero e a igualdade de direitos para as mulheres, a quarta envolve a participação pública e o espaço cívico, e a quinta os direitos das gerações futuras.

Mudança Climática

Guterres disse que “a crise climática é a maior ameaça” à sobrevivência de todos “como espécie e já está ameaçando os direitos humanos em todo o mundo.” Para ele, “essa emergência global destaca como os direitos das gerações seguintes devem figurar com destaque nas tomadas de decisão de hoje.”
O chamado à ação se baseará na cúpula climática de setembro, incluindo a cúpula climática da juventude, com a meta de promover a ação climática e o direito a um ambiente seguro, limpo, saudável e sustentável.
A sexta área de atuação envolve um apelo por uma ação coletiva, e coloca os direitos humanos no centro da ação necessária para enfrentar as crises atuais. Para Guterres, o “multilateralismo deve ser mais inclusivo, mais conectado” e deve “colocar os direitos humanos em sua essência.”

Fronteiras

A sétima e última área de atuação reflete as novas fronteiras dos direitos humanos. Segundo o secretário-geral da ONU, a “era digital abriu novas fronteiras de bem-estar humano, conhecimento e exploração.”
No entanto, as “novas tecnologias são frequentemente usadas para violar direitos e privacidade por meio de vigilância, repressão, assédio e ódio online” e também “são usadas ​​por terroristas e traficantes de pessoas.”
Guterres explicou que o chamado à ação defende “a aplicação dos direitos humanos online e a proteção efetiva de dados, particularmente dados pessoais e de saúde” e que, para isso, o “trabalho com o setor privado será crucial”.
O chefe da ONU terminou o discurso na 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos fazendo um apelo para que todos se unam às Nações Unidas “para atender ao chamado, por pessoas e pelo planeta.” Ele enfatizou que “os direitos humanos, civis, culturais, econômicos, políticos e sociais, são o objetivo e o caminho a seguir.”
 
Posted: 27 Feb 2020 07:32 AM PST
Uma ilustração digital do coronavírus mostra sua aparência com formato de coroa. Foto: CDC
Uma ilustração digital do coronavírus mostra sua aparência com formato de coroa. Foto: Centro de Controle e Prevenção de Doenças
O Brasil confirmou nesta quarta-feira (26) o primeiro caso importado do novo coronavírus. Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na Itália, na região da Lombardia, a trabalho, sozinho, no período de 9 a 21 de fevereiro deste ano. No dia 23 de fevereiro, ele apresentou sinais e sintomas compatíveis com a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19): febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.
Em 25 de fevereiro, ele procurou atendimento médico no Hospital Israelita Albert Einstein, que registrou então a notificação de caso suspeito. No atendimento, foram adotadas medidas preventivas para transmissão por gotículas, feita coleta de amostras e realizados testes para vírus respiratórios comuns e o exame específico para diagnóstico, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo estão realizando a identificação dos contatos do homem no domicílio, no hospital e no voo, com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) junto à companhia aérea.
O estado do paciente não é grave, ele não está hospitalizado e deve permanecer em casa até a resolução completa dos sinais e sintomas. Cuidadores e trabalhadores de saúde foram orientados a monitorar a saúde dele por 14 dias, por meio de visita domiciliar.
Além do caso confirmado importado da Itália, o Ministério da Saúde do Brasil monitora 20 casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus. Ao todo, outros 59 casos suspeitos já haviam sido descartados após exames laboratoriais apresentarem resultados negativos.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem trabalhado com os Ministérios da Saúde dos países das Américas na preparação para lidar com esses casos importados. No Brasil, a OPAS organizou em fevereiro, junto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde do país, um treinamento para nove países sobre diagnóstico laboratorial do novo coronavírus. Participaram da capacitação especialistas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Em janeiro deste ano, a OPAS doou ao Brasil primers e controles positivos, que são materiais essenciais para diagnóstico do coronavírus. O organismo internacional também tem apoiado o país no monitoramento da situação epidemiológica e na tradução para português de guias e protocolos da OMS.
Além disso, a OPAS está colaborando com a realização de um workshop do Ministério da Saúde para adaptar e revisar as diretrizes de gestão clínica da OMS para o contexto do Brasil.

Medidas para se proteger

As recomendações da OPAS e da OMS para reduzir a exposição a uma série de infecções e para não transmiti-las são:
• Lave as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool;
• Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – jogue fora o tecido imediatamente e higienize as mãos;
• Se tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, procure atendimento médico assim que possível e compartilhe seu histórico de viagens com o profissional de saúde;
• Evite contato próximo sem proteção adequada com qualquer pessoa com sintomas semelhantes aos da gripe ou resfriado.
• Cozinhe bem a comida, especialmente carne e ovos.
• Se visitar mercados de animais vivos em áreas onde foram notificados casos do novo coronavírus, evite o contato direto sem proteção adequada com animais vivos e com superfícies em contato com esses animais;
• Evite o consumo de produtos de origem animal crus ou mal cozidos. Carne crua, leite ou órgãos de animais devem ser manuseados com cuidado, para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos, conforme as boas práticas de segurança alimentar.
O uso de máscaras não é necessário para pessoas que não apresentem sintomas respiratórios. A OPAS e a OMS recomendam que as máscaras cirúrgicas sejam usadas por: pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade de respirar, inclusive ao procurar atendimento médico; profissionais de saúde e pessoas que prestam atendimento a indivíduos com sintomas respiratórios; e profissionais de saúde, ao entrar em uma sala com pacientes ou tratar um indivíduo com sintomas respiratórios.

Mais informações

• Folha informativa sobre COVID-19, com número de casos, histórico e respostas para as perguntas mais frequentes
• Vitrine de conhecimentos da BIREME sobre o COVID-19
 

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