Powered By Blogger

terça-feira, 10 de março de 2020

Posted: 10 Mar 2020 01:28 PM PDT
A Organização das Nações Unidas (ONU) completa 75 anos em 2020 e, para marcar o aniversário, está realizando uma conversa global sobre o papel da cooperação internacional na construção do futuro que queremos. Além de diálogos presenciais em todos os cantos do planeta — chamados Diálogos UN75 —, há uma pesquisa online, de um minuto, disponível em português clicando aqui.
As respostas ajudarão a melhorar a gestão internacional dos temas globais que exigem uma cooperação entre fronteiras, setores e gerações, necessária para termos um mundo mais seguro, justo e sustentável para todas e todos.
A pesquisa quer saber como os brasileiros imaginam o mundo daqui a 25 anos, quais tendências globais podem afetar nosso futuro, qual a importância da cooperação internacional e que conselho dariam ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para lidar com estas questões.
Os questionários online estão disponíveis em 41 idiomas. Os resultados serão apresentados a líderes mundiais e dirigentes da ONU, incluindo em um encontro de alto nível com chefes de Estado e de governo reunidos em Nova Iorque no dia 21 de setembro de 2020.
A iniciativa Diálogos UN75 foi lançada no dia 1º de janeiro deste ano como a maior conversa global sobre o futuro do mundo. Na ocasião, Guterres lembrou que “nenhum país, nenhuma comunidade é capaz de resolver os problemas complexos do nosso mundo sozinhos” e pediu a participação de todos no processo.
“Precisamos da sua opinião, de suas estratégias e de suas ideias para que possamos trabalhar melhor para as pessoas do mundo as quais devemos servir”, afirmou o secretário-geral da ONU.
 
Posted: 10 Mar 2020 01:11 PM PDT
O derretimento das geleiras é uma das grandes preocupações das mudanças climáticas, aumentando o nível dos oceanos e ameaçando provocar o desaparecimento de regiões litorâneas e pequenas ilhas. Foto: Wikicommons/NASA Goddard Space Flight Center (cc)
O derretimento das geleiras é uma das grandes preocupações das mudanças climáticas, aumentando o nível dos oceanos e ameaçando provocar o desaparecimento de regiões litorâneas e pequenas ilhas. Foto: Wikicommons/NASA Goddard Space Flight Center (cc)
Um amplo relatório climático da ONU, divulgado nesta terça-feira (10), mostra que a mudança climática está tendo um efeito importante em todos os aspectos do meio ambiente, bem como na saúde e bem-estar da população global.
O relatório, a “Declaração da OMM sobre o estado do clima global em 2019“, liderado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), contém dados fornecidos por uma extensa rede de parceiros.
Ele documenta sinais físicos das mudanças climáticas — como aumento do calor da terra e do oceano, aceleração da elevação do nível do mar e derretimento do gelo — e os efeitos indiretos em desenvolvimento socioeconômico, saúde humana, migração e deslocamento, segurança alimentar e nos ecossistemas terrestre e marítimo.

Fora do caminho para limitar aquecimento em 1,5°C

No prefácio do relatório, o chefe da ONU, António Guterres, alertou que o mundo está atualmente “fora do caminho para limitar o aquecimento a 1,5°C ou 2°C, conforme exigido pelo Acordo de Paris”, referindo-se ao compromisso assumido pela comunidade internacional em 2015 para manter as temperaturas médias globais bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais.
Vários recordes de calor foram quebrados nos últimos anos e décadas: o relatório confirma que 2019 foi o segundo ano mais quente já registrado e 2010-2019 foi a década mais quente já registrada. Desde a década de 1980, cada década sucessiva tem sido mais quente do que qualquer década anterior desde 1850.
O ano mais quente até agora foi 2016, mas isso pode ser superado em breve, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. “Dado que os níveis de gases de efeito estufa continuam a aumentar, o aquecimento continuará. Uma previsão recente indica que um novo recorde anual de temperatura é provável nos próximos cinco anos. É uma questão de tempo”, acrescentou o secretário-geral da OMM.
Em entrevista ao UN News, Taalas disse que há um entendimento crescente em toda a sociedade, do setor financeiro aos jovens, de que a mudança climática é o problema número um que a humanidade está enfrentando hoje. “Portanto, existem muitos bons sinais de que começamos a avançar na direção certa.”
“No ano passado, as emissões caíram nos países desenvolvidos, apesar da economia em crescimento. Por isso, mostramos que é possível separar o crescimento econômico do crescimento das emissões. A má notícia é que, no restante do mundo, as emissões cresceram no ano passado. Então, se quisermos resolver esse problema, temos que ter todos os países a bordo.”
Taalas acrescentou que os países ainda não cumprem os compromissos assumidos na conferência climática da ONU em Paris em 2015, deixando o mundo atualmente a caminho de um aumento de temperatura de quatro a cinco graus até o final deste século. “Há claramente uma necessidade de níveis de ambição mais altos para levarmos a sério a mitigação climática.”

Incêndios florestais australianos elevam emissões de CO2

Taalas observou que 2020 registrou o mês mais quente de janeiro até agora e que o inverno foi “fora de estação” em muitas partes do Hemisfério Norte.
O aquecimento contínuo na Antártica viu o derretimento do gelo em grande escala e a fratura de uma geleira, com repercussões no aumento do nível do mar, e as emissões de dióxido de carbono dispararam após os devastadores incêndios florestais australianos, que espalham fumaça e poluentes pelo mundo.
O verão 2018-2019 da Austrália foi o mais quente já registrado, atingindo um pico de 41,9 graus centígrados em 18 de dezembro. Os sete dias mais quentes já registrados pelo país, e nove dos 10 mais quentes, ocorreram em 2019.
O país não foi o único afetado por calor extremo ou incêndios florestais. Recordes de calor foram quebrados em vários países europeus, incluindo França, Alemanha e Reino Unido. Até os países nórdicos registraram temperaturas recordes, incluindo a Finlândia, que registrou um pico de 33,2 graus na capital, Helsinque.
Várias regiões de alta latitude, incluindo Sibéria e Alasca, observaram altos níveis de focos de incêndio, assim como algumas partes do Ártico, onde anteriormente esse fenômeno era extremamente raro. A Indonésia e os países vizinhos tiveram a temporada de incêndios mais significativa desde 2015, e a atividade total de incêndios na América do Sul foi a mais alta desde 2010.

Os impactos generalizados do aquecimento do oceano

As emissões de gases de efeito estufa continuaram a crescer em 2019, levando ao aumento da temperatura do oceano, e fenômenos como aumento do nível do mar, alteração das correntes oceânicas, derretimento das prateleiras flutuantes de gelo e mudanças dramáticas nos ecossistemas marinhos.
O oceano sofreu aumento da acidificação e desoxigenação, com impactos negativos na vida marinha e no bem-estar das pessoas que dependem dos ecossistemas oceânicos. Nos pólos, o gelo marinho continua a declinar e as geleiras encolheram mais uma vez, pelo 32º ano consecutivo.
Entre 2002 e 2016, o manto de gelo da Groenlândia perdeu cerca de 260 Gigatoneladas de gelo por ano, com uma perda máxima de 458 Gigatoneladas em 2011/2012. A perda de 329 Gigatoneladas em 2019 ficou bem acima da média.

Inundações e secas sem precedentes

Em 2019, eventos climáticos extremos, alguns dos quais sem precedentes em escala, ocorreram em muitas partes do mundo. A estação das monções viu chuvas acima da média de longo prazo em Índia, Nepal, Bangladesh e Myanmar, e as inundações levaram à perda de cerca de 2.200 vidas na região.
Partes da América do Sul foram atingidas por inundações em janeiro, enquanto o Irã foi gravemente afetado no final de março e no início de abril. Nos Estados Unidos, as perdas econômicas totais resultantes das inundações foram estimadas em cerca de 20 bilhões de dólares. Outras regiões sofreram uma grave falta de água. A Austrália teve o ano mais seco já registrado, e o sul da África, a América Central e partes da América do Sul registraram chuvas anormalmente baixas.
Dois mil e dezenove também viu um número acima da média de ciclones tropicais, com 72 no Hemisfério Norte e 27 no Hemisfério Sul. Alguns ciclones notavelmente destrutivos foram o Idai, que causou devastação generalizada em Moçambique e na costa leste da África; Dorian, que atingiu as Bahamas e permaneceu quase parado por cerca de 24 horas; e Hagibis, que causou graves inundações no Japão.

O custo humano

A mudança climática está afetando a saúde da população global: os relatórios mostram que, em 2019, temperaturas recordes levaram a mais de 100 mortes no Japão e 1.462 mortes na França. Os casos de dengue também aumentaram em 2019, devido às temperaturas mais altas que facilitam a transmissão da doença por mosquitos.
Após anos de declínio constante, a fome está novamente em ascensão, impulsionada por mudanças climáticas e eventos climáticos extremos: mais de 820 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2018.
Os países do Chifre da África foram particularmente afetados em 2019, onde a população sofreu com eventos climáticos extremos, deslocamento, conflito e violência. A região registrou secas, chuvas extraordinariamente fortes no final do ano e uma das piores pragas de gafanhotos dos últimos 25 anos.
Em todo o mundo, cerca de 6,7 milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas devido a riscos naturais — em particular tempestades e inundações, como os muitos ciclones devastadores e inundações no Irã, Filipinas e Etiópia. O relatório prevê um número de deslocamentos internos de cerca de 22 milhões de pessoas durante todo o ano de 2019, ante 17,2 milhões em 2018.

COP26: hora de aumentar a ambição

“Temos que ter um objetivo elevado na próxima conferência climática em Glasgow em novembro”, disse Guterres, falando no lançamento do relatório na sede da ONU em Nova Iorque, nesta terça-feira, referindo-se à Conferência sobre Mudança Climática da ONU em 2020 (COP26), que será realizada na cidade escocesa em novembro.
O chefe da ONU pediu que todos os países demonstrem que é possível realizar cortes de emissões de 45% em relação aos níveis de 2010 nesta década, e que as emissões líquidas zero serão alcançadas até meados do século.
Quatro prioridades para a COP26 foram delineadas por Guterres: planos climáticos nacionais mais ambiciosos que manterão o aquecimento global 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais; estratégias para atingir zero emissões líquidas até 2050; um programa abrangente de apoio à adaptação e resiliência ao clima; e financiamento para uma economia verde sustentável.
O chefe da ONU também abordou a disseminação contínua do coronavírus COVID-19, em resposta a uma pergunta sobre seu provável efeito no clima, dada a resultante queda na atividade econômica e, consequentemente, nas emissões. Guterres respondeu firmemente que “ambos requerem uma resposta determinada. Ambos devem ser derrotados”.
Embora as emissões tenham sido reduzidas, Guterres observou que “não combateremos as mudanças climáticas com um vírus”. Além disso, ele destacou a importância de não permitir que a luta contra o vírus distraia a necessidade de derrotar as mudanças climáticas, a desigualdade e os muitos outros problemas que o mundo está enfrentando.
Embora se espere que a doença seja temporária, a mudança climática, acrescentou o secretário-geral da ONU, é um fenômeno há muitos anos e “permanecerá conosco por décadas e exigirá ação constante”.
 
Posted: 10 Mar 2020 11:00 AM PDT
Totem da atriz Juliana Alves no SESC Ceilândia. Foto: UNFPA
Totem da atriz Juliana Alves no SESC Ceilândia. Foto: UNFPA
Chamando atenção do público para a importância do empoderamento de jovens mulheres para que tomem decisões informadas sobre a vida sexual e reprodutiva, a campanha Ela Decide chega ao SESC Ceilândia e Taguatinga e ao Instituto Federal de Brasília (IFB), no Recanto das Emas.
A ação é liderada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pela Aliança pela Saúde e pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil.
Totens em tamanho natural com as fotos das atrizes Bella Piero e Juliana Alves; e das youtubers Gabi Oliveira, do canal DePretas e Julia Tolezano, a Jout-Jout, foram instalados em pontos estratégicos do Serviço Social do Comércio (SESC) em Taguatinga Sul, Taguatinga Norte e Ceilândia e no IFB na unidade do Recanto das Emas.
As influenciadoras aderiram voluntariamente à campanha para que a mensagem sobre os direitos sexuais e reprodutivos possa chegar ao maior número de pessoas, especialmente jovens mulheres.
No SESC de Taguatinga Sul/Norte, o público pode interagir com os totens e publicar as fotos nas mídias sociais com a hashtag #ElaDecide marcando também o UNFPA Brasil (@unfpabrasil) e as influenciadoras (@bella.piero@joutjout@julianaalvesiam@gabidepretas) e o perfil da Campanha Ela Decide nas mídias sociais (@eladecide).
A iniciativa tem por objetivo discutir o poder de as mulheres ou jovens escolherem quantos filhos ter, se querem ou não ter filhos e o melhor método de prevenção. Além disso, leva à luz questões sobre igualdade de gênero, assédio sexual, como aceitar o próprio corpo e cuidados com a saúde.
Em janeiro deste ano, seis totens da campanha também estiveram no Taguatinga Shopping e a novidade é que nos próximos dias a campanha também chegará ao IFB, na unidade da cidade de São Sebastião, no Distrito Federal.

Endereços

Sesc – Unidade Ceilândia – QNN 27 Área Especial S/N, Ceilândia Norte, Brasília – DF, 72225-270
Sesc – Unidade Taguatinga Norte – CNB 12 – Área Especial 2/3 – Taguatinga Norte, Brasília – DF, 72115-125
Sesc – Unidade Taguatinga Sul – Setor F Sul, Taguatinga Sul Área Especial 3, Brasília – DF, 72016-012
IFB – Unidade Recanto das Emas – Avenida Monjolo, Chácara 22, Núcleo Rural Monjolo, 620, 100 – 72 – Recanto das Emas, Brasília – DF, 70297-400
IFB – Unidade São Sebastião – Área Especial 2-, s/n – São Bartolomeu (São Sebastião), Brasília – DF
 
Posted: 10 Mar 2020 10:33 AM PDT
Imagem microscópica do coronavírus MERS-CoV, produzida pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alérgicas - CDC/Unsplash
Imagem microscópica do coronavírus MERS-CoV, produzida pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alérgicas – CDC/Unsplash
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) esclarece que é falsa a mensagem que está circulando em alguns grupos de WhatsApp e em redes sociais, atribuída à organização, com orientações de como se proteger contra o coronavírus.
Na mensagem, estão colocadas as seguintes informações falsas:
  • O coronavírus é maior do que o normal; o diâmetro da célula é de 400 a 500 mícrons e, por esse motivo, qualquer máscara impede a sua entrada no organismo. FALSO
  • O coronavírus, quando cai sobre uma superfície de metal, permanece vivo durante 12 horas. Lavar as mãos com água e sabão é suficiente para destruí-lo. FALSO
  • O coronavírus, quando cai sobre um tecido, permanece vivo durante nove horas, portanto, lavar a roupa ou colocá-la ao sol durante duas horas será suficiente para eliminá-lo. FALSO
  • O vírus só vive nas mãos durante 10 minutos. Assim, usar um desinfetante em gel também o eliminará. FALSO
  • O vírus exposto a uma temperatura de 26° C a 27° C morre. FALSO
  • A água que esteja exposta ao sol poderá ser consumida sem qualquer perigo. FALSO
  • Evitar comer gelados ou pratos frios; os alimentos quentes são mais seguros, visto que o calor elimina o vírus. FALSO
  • Gargarejar com água morna ou salgada mata os vírus que se alojam nas amígdalas e evita que passem para os pulmões. FALSO
O UNICEF reforça a importância de a população checar as informações em sites confiáveis e apenas disseminar conteúdos comprovadamente verdadeiros. Propagar informações falsas aumenta a paranoia, o medo, além de fazer com que as pessoas estejam menos protegidas e mais vulneráveis ao vírus.
Veja o que o UNICEF recomenda para proteger sua família do coronavírus aqui.

Para mais informações sobre o coronavírus, acesse o site da Opas/OMS e o do Ministério da Saúde.
Leia também:
Coronavírus (Covid-19): O que os pais precisam saber
OPAS/OMS tem dicas para evitar propagação do novo coronavírus no ambiente de trabalho
 
Posted: 10 Mar 2020 10:16 AM PDT

Saiba mais em paho.org/bra/covid19.
 
Posted: 10 Mar 2020 08:25 AM PDT
A representante do Fundo de População da ONU, Astrid Bant, assinou acordo de parceria com o presidente do Clube Bahia, Guilherme Bellintani. Foto: UNFPA/Midiã Noelle
A representante do Fundo de População da ONU, Astrid Bant, assinou acordo de parceria com o presidente do Clube Bahia, Guilherme Bellintani. Foto: UNFPA/Midiã Noelle
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Esporte Clube Bahia lançaram oficialmente na tarde do último sábado (7), na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), a campanha #ZeroViolência contra Mulher.
A ocasião, que também ocorreu em alusão e celebração ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, contou com a assinatura de um memorando de entendimento entre o time baiano e o organismo internacional. Assinaram o documento a representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, e o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.
“Esta parceria vem do fato de entendermos que o esporte, em especial o futebol, é um excelente espaço na promoção dos direitos humanos. E o Esporte Clube Bahia vem desenvolvendo ações neste âmbito”, destaca Astrid Bant.
A representante reforçou ainda a importância do enfrentamento às violências baseadas em gênero, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). “Não vamos poder atingir as metas e garantir o bem viver de todas as pessoas, inclusive alcançar o fim da violência contra mulheres e meninas, se não houver investimento na igualdade de gênero.”
Para Belintani, a campanha está alinhada com os objetivos do clube de promoção de direitos humanos através do futebol. Segundo o presidente, o Bahia vem realizando campanhas desde 2018 voltadas para a responsabilidade social.
“O futebol termina sendo expressão de tudo o que acontece na sociedade e, infelizmente, não só as coisas boas. Apesar do futebol ter muitas alegrias, também traz com ele um ambiente de muita intolerância e muito preconceito. O que o Bahia e a ONU fazem [com a campanha] é dar uma contribuição para que seja reduzido e desafiado, colocando o dedo na ferida”, reflete o presidente do clube.
Além da assinatura da minuta, os jogadores vestiram a camisa da ação e entraram em campo com uniforme personalizado #ZeroViolência contra Mulheres. Meninas acompanharam os atletas na entrada em campo e um vídeo da campanha foi exibido no telão do estádio no intervalo para o segundo tempo da partida contra o Confiança, time visitante. A parceria ainda conta com a realização de oficinas sobre violência de gênero, organizadas pelo UNFPA, para os meninos da divisão de base e os sócios do clube.
Após o término do jogo, as animadoras oficiais de torcida do Bahia, as Tricolíderes, fizeram uma apresentação de enfrentamento à violência contra as mulheres. “Convivemos em um espaço com homens em sua maioria e queremos levar para dentro deste meio um pouco das consequências e impactos que as diversas formas de violência podem causar em nós, mulheres”, partilha Júlia Azevedo, líder do grupo que utilizou faixas com palavras como “feminismo”, “respeito”, “Zero Violência”, entre outras, para fazer um alerta. “A parceria do Bahia com a ONU fortaleceu nossa ideia”, finaliza.
Ainda no âmbito do 8 de Março, Astrid Bant foi acompanhada por Michele Dantas, oficial de projetos do UNFPA na Bahia. Elas visitaram a Casa Respeita As Mina, da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA) e dialogaram com a secretária, Julieta Palmeira. O espaço foi criado para oferecer orientação sobre enfrentamento às várias formas de violência contra as mulheres.
 
Posted: 10 Mar 2020 08:00 AM PDT
Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, realizada no ano de 2015, em Brasília. Foto: PNUD/Tiago Zenero
Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, realizada no ano de 2015, em Brasília. Foto: PNUD/Tiago Zenero
Por Katyna Argueta*
O mundo está caracterizado por acentuadas desigualdades. Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Credit Suisse (2017), os 10% mais ricos possuem 88% da riqueza mundial. A crescente concentração de riqueza e as desigualdades estão minando a luta contra a pobreza, deteriorando as economias e fragmentando as sociedades. Essas limitações e exclusões afetam mais intensamente as mulheres do que os homens. As desigualdades de gênero são um componente estruturante da pobreza e um freio ao desenvolvimento.
Globalmente, as mulheres ganham 77 centavos de dólar por dólar ganho pelos homens fazendo o mesmo trabalho (PNUD-2019). Ainda que sejam as responsáveis por produzir de 60% a 80% dos alimentos nos países em desenvolvimento, são apenas 13% dos proprietários de terras em todo o mundo.
O impacto, porém, não se restringe à vida delas. Um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) calcula o custo econômico derivado da discriminação de gênero em aproximadamente 12 trilhões de dólares, o que equivale a 16% do atual PIB global. Assim, lutar contra as desigualdades de gênero não é apenas um compromisso ético contra a discriminação. É também um objetivo do desenvolvimento sustentável, com efeitos importantes no desenvolvimento econômico e social e na sustentabilidade.
Já reconhecemos a necessidade de promover capacidades e espaços para as mulheres no mundo do trabalho e da produção, mas isso não é tudo. Também é necessário permitir que elas expressem suas necessidades, defendam seus interesses e ampliem seus campos de atuação tradicionais nos setores público e privado —isto é, que assumam maior protagonismo para legitimar seu lugar na sociedade.
Há cada vez mais evidências de que a liderança das mulheres nos espaços políticos e de tomada de decisão melhora esses processos. Os espaços de natureza política (incluindo organizações partidárias) são áreas em que a promoção das mulheres ainda é uma tarefa pendente.
Em fevereiro de 2019, no âmbito global, apenas 24,3% dos parlamentares nacionais eram mulheres, o que significa que a proporção de mulheres parlamentares aumenta muito lentamente. Em fevereiro de 2019, apenas três países tinham 50% ou mais de mulheres no Parlamento. Em junho do mesmo ano, apenas 11 mulheres eram chefes de Estado, e 12, chefes de governo.
Ainda há um longo caminho a se percorrer para que todos os homens e mulheres possam exercer seus direitos com equidade, contribuindo e melhorando seu próprio desenvolvimento e o de suas sociedades.
Participar do processo de desenvolvimento significa atuar ativamente e se tornar seu protagonista. Essa é uma tarefa coletiva, e as propostas de desenvolvimento devem considerar como contribuir intencionalmente para essa mudança. Não existe um percurso de desenvolvimento mais eficaz do que o empoderamento da mulher. E esse caminho é possível.
*Representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil
 
Posted: 10 Mar 2020 07:48 AM PDT
Mulheres e meninas continuam extremamente sub-representadas nas ciências exatas. Foto: ONU Mulheres Vietnã
Mulheres e meninas continuam extremamente sub-representadas nas ciências exatas. Foto: ONU Mulheres Vietnã
Estão abertas até 8 de maio as inscrições para o programa Para Mulheres na Ciência, que este ano comemora 15 anos no Brasil. Realizado pela L’Oréal, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências, o prêmio tem como objetivo promover e reconhecer a participação da mulher na ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro.
Todo ano, na edição local, sete jovens pesquisadoras das áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática são contempladas com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais cada, para dar prosseguimento aos seus estudos.
As vencedoras serão conhecidas a partir de agosto. Para participar, é necessário que a candidata tenha concluído o doutorado a partir de 1º de janeiro de 2013, tenha residência estável no Brasil, desenvolva projetos de pesquisa em instituições nacionais, entre outros requisitos. O regulamento completo e mais informações sobre o programa estão disponíveis no site www.paramulheresnaciencia.com.br.
Ao longo destes 15 anos, o prêmio Para Mulheres na Ciência já reconheceu e incentivou 96 cientistas brasileiras, premiando a relevância dos seus trabalhos, com a distribuição mais de 4,2 milhões de reais em bolsas-auxílio.
 
Posted: 10 Mar 2020 07:37 AM PDT
Os mercados de ações em todo o mundo estão perdendo valor à medida que o surto de coronavírus se agrava. Foto: ONU/Mark Garten
Os mercados de ações em todo o mundo estão perdendo valor à medida que o surto de coronavírus se agrava. Foto: ONU/Mark Garten
Além das trágicas consequências humanas da epidemia de coronavírus COVID-19, a incerteza econômica desencadeada provavelmente custará à economia global 1 trilhão de dólares em 2020, afirmou na segunda-feira (9) a agência de comércio e desenvolvimento da ONU, UNCTAD.
“Prevemos uma desaceleração da economia global para menos de 2% neste ano, e isso provavelmente custará 1 trilhão de dólares, em comparação com o que as pessoas estavam prevendo em setembro”, disse Richard Kozul-Wright, diretor da divisão Globalização e Estratégias de Desenvolvimento na UNCTAD.
Ao lançar o relatório da UNCTAD enquanto os mercados financeiros mundiais caíam diante das preocupações com as interrupções da cadeia de suprimentos da China e a incerteza no preço do petróleo entre os principais produtores, Kozul-Wright alertou que poucos países devem ficar ilesos aos impactos financeiros do surto.
Um cenário no qual a economia mundial cresça apenas 0,5% envolveria “um impacto de 2 trilhões de dólares”, disse ele, acrescentando que o colapso dos preços do petróleo “contribui para esse crescente sentimento de desconforto e pânico”.
“Agora existe um grau de ansiedade que está muito além dos problemas de saúde, que são muito sérios e preocupantes.”
Para combater esses temores, os governos precisam evitar o tipo de colapso que pode ser ainda mais prejudicial do que aquele que provavelmente ocorrerá ao longo do ano, insistiu Kozul-Wright.
Questionado sobre como diferentes países podem reagir à crise, incluindo a China — onde o vírus surgiu pela primeira vez em dezembro — e os Estados Unidos, o economista sênior da ONU disse que o governo chinês provavelmente introduzirá “medidas expansionistas” significativas — o que significa aumento de gastos e redução de impostos.
“Provavelmente (o governo chinês) fará isso”, disse ele. “O governo dos EUA, em um ano eleitoral, também precisará responder de uma maneira que não seja simplesmente cortar impostos e reduzir as taxas de juros? Eu suspeito que isso funcionaria.”
Voltando-se à Europa e à zona do euro, Kozul-Wright observou que a economia já estava apresentando um desempenho “extremamente ruim no final de 2019”.

Europa diante da recessão

De acordo com a UNCTAD, é quase certo que a Europa entrará em recessão nos próximos meses; e a economia da Alemanha é particularmente frágil, mas a economia italiana e outras partes da periferia europeia também estão enfrentando tensões muito sérias agora, como consequência das tendências dos últimos dias.
Descrevendo muitas partes da região da América Latina como igualmente vulneráveis, ele acrescentou que a Argentina, em particular, “terá dificuldades como consequência dos efeitos indiretos dessa crise”.

Países exportadores de commodities são afetados por dólar mais forte

Os chamados países menos desenvolvidos, cujas economias são impulsionadas pela venda de matérias-primas, também não serão poupados.
“Os países em desenvolvimento altamente endividados, particularmente os exportadores de commodities, enfrentam uma ameaça específica”, graças aos retornos mais fracos das exportações vinculados a um dólar norte-americano mais forte, afirmou Kozul-Wright.
A probabilidade de um dólar mais forte, à medida que os investidores buscam um porto seguro para seu dinheiro, e a deterioração dos preços das commodities à medida que a economia global desacelera significa que os exportadores de matérias-primas são particularmente vulneráveis, afirmou.
“Em última análise”, acrescentou Kozul-Wright, “são necessárias uma série de respostas políticas dedicadas e reformas institucionais para evitar que um temor de saúde localizado em um mercado de alimentos na China Central se transforme em um colapso econômico global.”

Ameaça de pandemia é “muito real”, diz OMS

Embora a ameaça de a COVID-19 se tornar uma pandemia oficial “tenha se tornado muito real”, o mundo “não está à mercê do vírus”, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informando jornalistas em Genebra na segunda-feira.
Ele disse que era importante não deixar que informações sombrias, como o fato de o número de infecções ter ultrapassado os 100 mil em todo o mundo, desanimar o ímpeto de conter a doença, enfatizando que 93% das mortes até agora ocorreram em apenas em quatro países.
Seria “a primeira pandemia da história que poderia ser controlada. O ponto principal é que não estamos à mercê do vírus ”, acrescentou.
Leia também:
Coronavírus (Covid-19): O que os pais precisam saber
OPAS/OMS tem dicas para evitar propagação do novo coronavírus no ambiente de trabalho
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário