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sexta-feira, 6 de março de 2020

Boletim diário da ONU Brasil: “Coronavírus deve provocar queda de US$50 bi nas exportações globais em fevereiro” e 5 outros.

Posted: 04 Mar 2020 11:38 AM PST
Uma mulher processa tecidos em uma fábrica de brinquedos em Shenzen, China. Foto:  Unsplash/Carl Nenzen Loven
Uma mulher processa tecidos em uma fábrica de brinquedos em Shenzen, China. Foto:
Unsplash/Carl Nenzen Loven
A extensão dos danos à economia global causados ​​pelo novo coronavírus COVID-19 ficou ainda mais sob foco nesta quarta-feira (4), com os economistas da ONU anunciando uma provável queda de 50 bilhões de dólares nas exportações mundiais de manufatura somente em fevereiro.
Dados econômicos preliminares analisados ​​pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em Genebra, indicam que as medidas de contenção do vírus na China — onde o surto começou no final de dezembro — já causaram um “declínio substancial na produção” global.
Os maiores impactos devem ser sentidos por União Europeia (15,5 bilhões de dólares), Estados Unidos (5,8 bilhões de dólares) e Japão (5,2 bilhões de dólares), disse Pamela Coke-Hamilton, chefe da Divisão de Comércio Internacional e Commodities da UNCTAD.
Para economias em desenvolvimento que dependem da venda de matérias-primas, os efeitos podem ser sentidos “muito, muito intensamente”, acrescentou.
“Supondo que não seja mitigado no curto prazo, é provável que o impacto geral na economia global seja significativo em termos de uma desaceleração negativa”, afirmou.

Maior queda de índice desde 2004

Citando o índice dos gerentes de compras (PMI) do setor de manufatura na China, a economista da ONU observou que este havia caído para 37,5 — uma baixa de cerca de 20 pontos — a menor leitura desde 2004.
“Isso também se correlaciona diretamente com as exportações e também implica uma queda de 2% nas exportações globais”, disse ela, com um resultante “efeito cascata” em todo o mundo “com uma queda de 50 bilhões de dólares nas exportações”.
Como a China se tornou o principal fornecedor de produtos acabados e dos chamados produtos “intermediários” usados ​​em inúmeras indústrias — de produtos químicos a produtos farmacêuticos e peças para câmeras digitais e indústria automobilística —, as preocupações com a interrupção de longo prazo nas cadeias de suprimentos do país têm aumentado e deixado muitas empresas em todo o mundo temerosas de que sua própria produção possa ser afetada em breve, disse a UNCTAD.
“É claro que, se o vírus continuar se espalhando e ficar fora de controle, e vermos fechamentos não apenas na China, mas também na Índia e nos Estados Unidos e em qualquer outro lugar do mundo, seria um grande problema”, disse Alessandro Nicita, da Divisão de Comércio Internacional e Commodities da UNCTAD.
“Em última análise, o impacto econômico desse vírus depende das medidas que os países adotam para conter o vírus. Portanto, a China fez um ótimo trabalho em conter o vírus, mas sacrificou um pouco a economia, pelo menos nas primeiras semanas. Então, os planos de fechamentos, restrição à circulação de pessoas, são todos necessários; mas há um efeito econômico quando você toma essas medidas.”
Além da queda nos níveis de produção, a UNCTAD também destacou uma diminuição no número de navios porta-contêineres que deixaram Xangai na primeira quinzena de fevereiro (de cerca de 300 por semana para 180), que retornaram aos níveis normais na segunda metade do mês.
“No momento, o impacto nas cadeias globais de valor já está sendo sentido e provavelmente continuará por alguns meses”, disse Coke-Hamilton. “Mas, se houver recuperação, digamos nos próximos meses, o impacto a longo prazo ou ao longo do ano será um pouco diferente e será melhor. Então, depende do que acontecer na China.”

Impulsionar a produção nacional não é uma solução rápida

Respondendo a perguntas sobre se os países podem reagir a um potencial aperto na cadeia de suprimentos mirando os fabricantes nacionais, os economistas da UNCTAD explicaram que tal medida provavelmente não seria eficaz a curto prazo.
“A China construiu uma enorme logística — logística de transporte — com portos, rotas de embarque, aviões que são capazes de transportar todos esses bens para dentro e fora da China”, explicou Nicita.
“Agora, sim, algumas indústrias podem encontrar algum tipo de fornecedor alternativo, como no México ou na Europa Oriental, mas isso exigirá ainda mais tempo, porque não apenas a produção precisa ser movida, mas também a infraestrutura relacionada à logística deve ser construída.”
Coke-Hamilton acrescentou: “foi o mesmo argumento usado quando o presidente dos EUA pensou que a imposição de certas medidas em certos países transferiria a produção de volta aos Estados Unidos. Nunca é tão fácil, porque quando as empresas se mudam e realocam, montam seus setores e estruturas de logística, é muito difícil mudar a curto prazo.”
 
Posted: 04 Mar 2020 10:39 AM PST
O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) anunciaram, na semana passada (28), o resultado parcial do Chamamento de Radiodifusão sobre sífilis, com materiais sobre prevenção da sífilis. O resultado final será divulgado dia 10 de março.
Voltado para trabalhos propostos por estudantes universitários das áreas de comunicação e/ou saúde (graduação, mestrado ou doutorado), sob orientação de um professor, os materiais são divididos em três formatos: de caráter informativo, com duração de até 30 segundos em spot; de até 20 minutos para podcast; e de até três horas de duração em caso de reportagem.
Os nove melhores conteúdos selecionados pelo grupo de avaliadores serão disponibilizados no site do Laboratório de Inovação da Gestão do SUS, no site do escritório da OPAS/OMS no Brasil e no site do Ministério da Saúde.
Já os três trabalhos vencedores, selecionados pelo júri de formadores de opinião, serão distribuídos em meios de radiodifusão nacionais, estaduais e municipais: rádios públicas, universitárias e comunitárias.
Além disso, o(a) candidato(a) e/ou grupo vencedor terão os custos pagos (até dois representantes) para apresentação dos trabalhos em congresso a ser realizado em Belém, no Pará, e em exposição sobre sífilis a serem realizados no ano de 2020.
Clique aqui para acessar o resultado parcial, com todos os materiais classificados. O prazo para apresentação de recursos é de 2 a 3 de março pelo formulário disponível em: https://forms.gle/fhD5zaZ2J44fcrMP7.
 
Posted: 04 Mar 2020 10:31 AM PST
A atividade permitiu que venezuelanos e venezuelanas pudessem identificar situações que caracterizam trabalho escravo e exploração laboral ampliando o conhecimento e prevenção de possível vivência de situações similares. Foto: OIM
A atividade permitiu que venezuelanos e venezuelanas pudessem identificar situações que caracterizam trabalho escravo e exploração laboral ampliando o conhecimento e prevenção de possível vivência de situações similares. Foto: OIM
Com o objetivo de alertar e conscientizar refugiados e migrantes sobre o trabalho escravo, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e parceiros promoveram em Boa Vista (RR), durante a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, quatro sessões de cinema seguidas de debates sobre a temática.
As atividades marcaram o dia nacional de enfrentamento a esse crime, celebrado em 28 de janeiro, e alcançaram cerca de 140 pessoas.
O filme escolhido para as sessões realizadas em abrigos e lugares com grande circulação de refugiados e migrantes foi “Bolishopping”.
A produção argentina retrata a história de uma família boliviana que migra para Buenos Aires em busca de novas oportunidades e acabam explorados por seu empregador, sendo submetidos a situações degradantes, jornada exaustiva, servidão por dívida, restrição de locomoção e retenção de documentos.
A atividade permitiu que venezuelanos e venezuelanas pudessem identificar situações que caracterizam trabalho escravo e exploração laboral, ampliando o conhecimento e prevenção de possível vivência de situações similares.
Após a exibição do filme, os participantes tiveram a oportunidade de trocar experiências, se informar e tirar dúvidas sobre os direitos dos trabalhadores, canais de denúncias e órgãos competentes no Brasil.
As atividades foram realizadas conjuntamente com Ministério Público do Trabalho (MPT), Núcleo de Enfrentamento de Tráfico de Pessoas da Assembleia Legislativa de Roraima, ONU Mulheres, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI).

Campanha

Na mesma semana, a campanha “¡Soy Inmigrante, Tengo Derechos!” foi lançada em São Paulo (SP), com o objetivo de conscientizar e empoderar a população migrante sobre seus direitos e deveres individuais, coletivos e sociais no Brasil. Também visou informar sobre redes de apoio na capital paulista, a fim de evitar situações de exploração, como o trabalho escravo.
A campanha foi desenvolvida pela OIT, com apoio da OIM, a Comissão Municipal para a Erradicação do Trabalho Escravo (COMTRAE), organizações da sociedade civil e de do setor privado.
Além de cartilhas em língua espanhola a serem distribuídas em locais de atendimento a migrantes, a campanha conta com conteúdo informativo digital, visando atingir, de forma mais ampla, os migrantes que utilizam prioritariamente as redes sociais como meio de comunicação.
Segundo dados do Radar da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, 1.054 pessoas foram resgatadas em situações de trabalho escravo em 2019. O número de denúncias aumentou no ano passado, totalizando 1.213 em todo o país, enquanto em 2018 foram 1.127.
 
Posted: 04 Mar 2020 09:40 AM PST
Adolescente conduz experimento durante aula de química na Escola Secundária Kamulanga, em Lusaka, capital de Zâmbia. Foto: UNICEF
Adolescente conduz experimento durante aula de química na Escola Secundária Kamulanga, em Lusaka, capital de Zâmbia. Foto: UNICEF
Como nunca antes na história, mais meninas vão à escola e permanecem nela em todo o mundo. No entanto, ganhos notáveis na educação ainda não criaram um ambiente mais igualitário e menos violento para elas, alertou novo relatório divulgado nesta quarta-feira (4) por Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Plan International e ONU Mulheres.
O documento, divulgado antes da 64ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher, observou que o número de meninas fora da escola caiu 79 milhões nas últimas duas décadas. De fato, as meninas se tornaram mais propensas a frequentar o ensino médio do que os meninos nos últimos dez anos.
No entanto, a violência contra mulheres e meninas ainda é frequente. Em 2016, por exemplo, mulheres e meninas representavam 70% das vítimas de tráfico de pessoas detectadas em todo o mundo, a maioria para exploração sexual. Um número surpreendente de 1 em cada 20 meninas de 15 a 19 anos — cerca de 13 milhões — foi vítima de estupro, uma das formas mais violentas de abuso sexual que mulheres e meninas podem sofrer.
“Vinte e cinco anos atrás, os governos do mundo se comprometeram com mulheres e meninas, mas apenas cumpriram parcialmente aquela promessa. Embora o mundo tenha reunido a vontade política para enviar muitas meninas para a escola, falhou de forma lamentável ao não lhes fornecer as habilidades e a ajuda de que precisam para não só decidir seu próprio futuro, mas também para viver em segurança e com dignidade”, disse a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore.
“O acesso à educação não é suficiente — também devemos mudar os comportamentos e as atitudes das pessoas em relação às meninas. A verdadeira igualdade só ocorrerá quando todas as meninas estiverem protegidas contra a violência, livres para exercer seus direitos, e puderem desfrutar de oportunidades iguais na vida.”
O relatório “Uma nova era para as meninas: Balanço de 25 anos de progresso” — disponível somente em inglês — está sendo lançado no contexto da campanha Geração Igualdade para marcar o 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim — o plano histórico para o avanço dos direitos de mulheres e meninas.
“É vital que responsabilizemos os governos por seu compromisso com a histórica Declaração de Pequim, e este relatório oferece uma imagem holística de como o mundo se parece para as meninas 25 anos depois”, disse Anne-Birgitte Albrectsen, diretora-geral da Plan International.
“As adolescentes, em particular, sofrem discriminação acentuada como resultado de sua idade e de seu gênero e, no entanto, continuam alinhadas em suas comunidades e nos espaços de tomada de decisão, em grande parte invisíveis nas políticas do governo.”
“O empoderamento das adolescentes gera um triplo benefício social — para as meninas de hoje, para as adultas que elas serão e para a próxima geração de crianças. Se nós falharmos em compreender isso e em acabar com a discriminação que as meninas continuam enfrentando em todo o mundo, teremos poucas chances de alcançar as ambições de igualdade de gênero estabelecidas na Agenda 2030.”
“Desde 1995, em Pequim, quando, pela primeira vez, surgiu um foco específico nas questões das meninas, ouvimos cada vez mais meninas afirmarem seus direitos e nos chamarem para prestar contas. Mas o mundo não atendeu às suas expectativas de uma administração responsável do planeta, de uma vida sem violência, e suas esperanças de independência econômica”, disse Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora-executiva da ONU Mulheres.
“Enquanto mulheres e meninas tiverem que usar três vezes mais o tempo e a energia dos homens para cuidar da casa, oportunidades iguais para que as meninas passem da escola para bons empregos em locais de trabalho seguros estarão fora de alcance. Para o bem de todos, isso precisa mudar, além de garantir que as habilidades que as meninas aprendem sejam adequadas para os trabalhos do futuro — digitais e de novas tecnologias —, e que a violência contra elas tenha fim.”
Hoje, as meninas correm um risco alarmante de violência em todos os espaços — tanto online quanto em sala de aula, em casa e na comunidade —, levando a consequências físicas, psicológicas e sociais.
O relatório observa que práticas nocivas, como casamento infantil e mutilação genital feminina, continuam a desestabilizar e a prejudicar a vida e o potencial de milhões de meninas em todo o mundo. A cada ano, 12 milhões de meninas casam-se na infância e 4 milhões estão em risco de sofrer mutilação genital feminina.
O relatório também aponta tendências negativas para as meninas em relação a nutrição e saúde, muitas das quais eram inimagináveis há 25 anos. Por exemplo, a globalização, a mudança de dietas tradicionais para alimentos não saudáveis e processados e a rápida expansão de técnicas agressivas de marketing direcionadas a crianças resultaram em aumento do consumo de alimentos não saudáveis e bebidas açucaradas.
Isso contribuiu para um aumento no sobrepeso e obesidade na infância e adolescência. Entre 1995 e 2016, a prevalência de excesso de peso entre meninas de 5 a 19 anos quase dobrou de 9% para 17%, resultando em quase duas vezes mais meninas com excesso de peso hoje (155 milhões) do que em 1995 (75 milhões).
Enquanto isso, os últimos 25 anos viram preocupações crescentes com problemas de saúde mental, alimentadas em parte pelo uso excessivo de tecnologias digitais. O relatório observou que o suicídio é atualmente a segunda principal causa de morte entre meninas adolescentes de 15 a 19 anos, atrás apenas de causas relacionadas à maternidade.
As meninas também permanecem em alto risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV, com 970 mil meninas adolescentes de 10 a 19 anos vivendo com HIV hoje em comparação com 740 mil meninas em 1995. As meninas de 10 a 19 anos ainda representam cerca de três em cada quatro novas infecções entre adolescentes em todo o mundo.
O relatório pede ação nas seguintes áreas:
Celebrar e expandir oportunidades para que meninas de todas as origens, etnias e níveis de renda e status social sejam audaciosas e ambiciosas agentes de mudanças e criadoras de soluções — engajando ativamente sua voz, suas opiniões e ideias em diálogos, plataformas e processos relacionados a seu corpo, sua comunidade, sua educação e seu futuro.
Aumentar os investimentos em políticas e programas para implementar modelos promissores de progresso para e com meninas adolescentes em larga escala, de acordo com a realidade do mundo de hoje, incluindo o desenvolvimento de habilidades para a quarta revolução industrial e um movimento geracional para acabar com a violência de gênero, o casamento infantil e a mutilação genital feminina.
Aumentar os investimentos na produção, análise e uso de dados e pesquisas de alta qualidade desagregados por idade e sexo em áreas em que o conhecimento é limitado — como violência baseada em gênero, aquisição de habilidades para o século 21, nutrição e saúde mental de adolescentes.
Clique aqui para acessar o relatório (em inglês).
 
Posted: 04 Mar 2020 07:58 AM PST
A Administração Regional de Samambaia foi o primeiro local a ser visitado. Foto: UNFPA Brasil/Giselle Cintra
A Administração Regional de Samambaia foi o primeiro local a ser visitado. Foto: UNFPA Brasil/Giselle Cintra
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) tem mobilizado a comunidade internacional para o alcance de uma meta ambiciosa até 2030: zero necessidades insatisfeitas de contracepção, zero mortes maternas evitáveis e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.
Diante disso, o UNFPA Brasil, a Secretaria da Mulher do Distrito Federal e líderes comunitários da região administrativa de Samambaia (DF) visitaram, na terça-feira (3), equipamentos públicos de denúncia e apoio às vítimas de violência doméstica.
Representando o UNFPA no evento, a oficial de programa para Equidade de Gênero, Raça e Etnia, Rachel Quintiliano, afirmou que, para acabar com a violência contra mulheres e meninas, é necessário buscar o fortalecimento das instituições e serviços.
“A violência contra mulheres e meninas é provavelmente a violação de direitos humanos mais difundida do mundo, além de ser um grave problema de saúde pública, que ocorre em diversas classes sociais. É preciso garantir que as mulheres tenham informação, acesso a serviços e segurança para decidir sobre os rumos de sua próprias vidas”, disse Quintiliano.
De acordo com a secretária da Mulher do Distrito Federal, Ericka Filippelli, a população precisa conhecer os equipamentos públicos, ter acesso a eles e saber como funcionam, “mas é também importante que os equipamentos estejam preparados para receber essas mulheres e que tenham condições de atender a população”.
O programa Jornada Zero Violência contra Mulheres e Meninas tem por objetivo mobilizar a sociedade e articular uma rede de enfrentamento à violência contra a mulher nas regiões administrativas do Distrito Federal. O programa-piloto teve início na cidade administrativa do Paranoá e dessa vez se estendeu para Samambaia.
“Infelizmente, Samambaia teve casos de feminicídios e prontamente a administração procurou a Secretaria da Mulher para apresentar o programa. É muito importante que a comunidade saiba quais são os equipamentos públicos em que pode ser atendida. E, à medida que o programa é divulgado, melhor conseguimos enfrentar o feminicídio”, observou Gustavo Aires, administrador regional de Samambaia.
Diversos equipamentos públicos da cidade foram visitados e estão envolvidos na ação mobilizadoras, como por exemplo: Administração Regional do Paranoá, Programa de Prevenção e Atendimento às Pessoas em Situação de Violência (PAV) Orquídea, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Prevenção Orientado à Violência Doméstica e Familiar (PROVID), Núcleos de Atendimento às Famílias e aos Autores de Violência Doméstica (NAFAVD) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
A psicóloga do PAV de Samambaia, Thereza Lemos de Alcântara Cavalcante, explicou a importância de um órgão público como o Programa de Prevenção e Atendimento às Pessoas em Situação de Violência.
“O PAV atende qualquer pessoa que tenha sofrido toda e qualquer tipo de violência.O grande diferencial do atendimento especializado é o olhar sensível diante das situações de violência, porque antigamente não havia um atendimento especializado.”
“Quando temos o olhar específico para a situação, minimizamos muitos dos casos de violência no futuro da pessoa, como relacionamentos abusivos e práticas tóxicas de naturalização da violência”, afirmou a psicóloga.
Para a líder comunitária e ativista social Dória Freitas, é importante existir uma corrente de informação para enfrentar a violência contra a mulher.
“Tendo em vista a quantidade de assassinatos cometidos contra a mulher, é importante conscientizar a comunidade sobre estes equipamentos. O trabalho do Jornada Zero é justamente aproximar a comunidade com a segurança pública, para isso, precisamos ser empoderadas para correr atrás de informação e passar para outras pessoas, e com isso, criar uma corrente passando informação uma para outra”, declarou a líder comunitária.
 
Posted: 04 Mar 2020 06:21 AM PST
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua). Foto: Agência Brasil
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua). Foto: Agência Brasil
É necessário redobrar os esforços para enfrentar uma situação de incerteza econômica que afeta o emprego nos países latino-americanos e caribenhos, em meio às demandas crescentes das pessoas que se sentem excluídas.
A avaliação foi feita na terça-feira (3) pelo novo diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina e o Caribe, o brasileiro Vinícius Carvalho Pinheiro, que assumiu o cargo em 1º de março.
“É um momento desafiador para a região, existe uma tendência de alta na taxa de desemprego e sinais de precariedade e maior informalidade, e a situação não melhorará se um cenário de fraco crescimento econômico se mantiver”, disse Pinheiro, que atua em Lima, sede do escritório regional da OIT.
De acordo com o último relatório de Panorama Laboral (em espanhol), apresentado em janeiro pela OIT, a taxa média de desemprego na América Latina e no Caribe aumentou ligeiramente de 8% para 8,1% em 2019 e pode continuar a aumentar para 8,4% em 2020, se as previsões de fraco crescimento econômico regional, pouco acima de 1%, forem mantidas.
A situação de incerteza é ainda maior devido ao surgimento do novo coronavírus ou COVID-19, que pode ter um impacto importante na economia e no comércio mundial, conforme informado nas últimas semanas.
Em vários países da região, os protestos e as manifestações por mais oportunidades e contra a desigualdade representam um desafio adicional aos mercados de trabalho, de acordo com o novo diretor regional da OIT.
“As reivindicações das pessoas podem estar ligadas a situações de instabilidade no emprego, baixa renda ou falta de proteção social que estão efetivamente na raiz da desigualdade”, afirmou.
O novo diretor regional ocupou anteriormente o cargo de representante especial da OIT nas Nações Unidas e de diretor do escritório da OIT para a ONU em Nova Iorque, onde foi responsável por promover questões de trabalho decente como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Em 2005, ingressou na OIT como chefe do Programa de Proteção Social do Centro Internacional de Treinamento da OIT, em Turim, na Itália. Em 2007, foi transferido para o Departamento de Seguridade Social, em Genebra, para, posteriormente, exercer o cargo de conselheiro chefe do diretor-geral da OIT, de 2009 a 2012. Naquela ocasião, atuou como emissário para o G20 e foi secretário-executivo do Grupo Consultivo sobre o Piso de Proteção Social.
Antes de ingressar na OIT, Pinheiro atuou como principal especialista em pensões na Divisão de Mercados Financeiros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e foi consultor de organizações como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Em 2002, foi vice-presidente da Conferência Interamericana de Seguridade Social, realizada na Cidade do México.
No Brasil, exerceu uma série de cargos relacionados à previdência social, incluindo o de secretário de Previdência Social do Ministério da Previdência Social.
O brasileiro Vinícius Carvalho Pinheiro é o novo diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe. Foto: OIT
O brasileiro Vinícius Carvalho Pinheiro é o novo diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe. Foto: OIT
 

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