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sexta-feira, 6 de março de 2020

Boletim diário da ONU Brasil: “Filme de blogueiro aumenta conscientização sobre HIV na Rússia” e 8 outros.

Posted: 03 Mar 2020 11:06 AM PST
Desde o seu lançamento em 11 de fevereiro, o vídeo foi visto por mais de 14 milhões de pessoas, e o número de pesquisas online sobre HIV e testes de HIV disparou. Foto: Reprodução
Desde o seu lançamento em 11 de fevereiro, o vídeo foi visto por mais de 14 milhões de pessoas, e o número de pesquisas online sobre HIV e testes de HIV disparou. Foto: Reprodução
Um novo filme do YouTuber e jornalista russo Yuri Dud está despertando o interesse das pessoas pela epidemia de HIV no país.
Desde o seu lançamento, em 11 de fevereiro, o vídeo foi visto por mais de 14 milhões de pessoas, e o número de pesquisas online sobre o vírus e testes de HIV disparou.
Segundo o Google Trends, o número de pesquisas sobre onde comprar um teste de HIV aumentou em 4000% desde o lançamento do vídeo—o nível mais alto de interesse em testes de HIV e HIV nos últimos cinco anos.
No filme, publicado em seu canal no YouTube, Dud conversa com pessoas vivendo com HIV, ativistas, especialistas e jornalistas.
Por meio das entrevistas, o filme mostra alguns dos tabus acerca do HIV na sociedade russa, incluindo o uso de preservativos, e analisa a epidemia de uso de drogas no país, os serviços disponíveis para pessoas que usam drogas e a falta de educação sexual, entre outras coisas.

Está claro no filme que as pessoas mais jovens ainda carecem de informações básicas sobre o HIV — a diferença entre HIV e AIDS, a eficácia do tratamento ou mesmo como o vírus é transmitido ainda são mistérios para muitos no país.
“Você pode tocar as pessoas vivendo com HIV, trocar de roupa, nadar na mesma piscina, beber da mesma caneca, abraçar e beijar. É estúpido ser cuidadoso ao redor de pessoas vivendo com HIV. É muito melhor ser melindroso com o sexo desprotegido e drogas. Estes ainda são os dois principais modos de transmissão do HIV ”, disse Dud.
A popularidade do filme levou as autoridades do governo a ter um olhar mais atento para a epidemia e a resposta ao HIV.
“O filme de Yuri Dud sobre o HIV é, sem dúvida, útil. Ele fornece muitas informações importantes e motiva as pessoas a fazer o teste de HIV ”, disse Oleg Salagai, vice-ministro da Saúde, em seu canal no Telegram.
Salagai enfatizou como o filme chama a atenção para a questão do estigma sofrido pelas pessoas vivendo com HIV. “O HIV não é mais uma sentença de morte. É muito importante que as pessoas que vivem com HIV tenham acesso ao tratamento para viver uma vida saudável e realizada”, escreveu ele.
Salagai não foi o único funcionário do governo que reagiu ao vídeo. Alexei Kudrin, chefe do Tribunal de Contas da Rússia, prometeu realizar uma revisão da eficácia dos programas de prevenção e assistência ao HIV no país. “Este ano, o Tribunal de Contas analisará a eficácia dos recursos do governo alocados às pessoas que vivem com HIV na Federação Russa”, disse ele.
E o primeiro vice-chefe do Comitê Estadual de Saúde de Duma, Fedot Tumusov, convidou membros do parlamento para assistir ao filme e discutir a situação do HIV na Rússia. Ele também está planejando uma mesa-redonda no estado de Duma para explorar maneiras de melhorar o acesso à prevenção e tratamento do HIV.
“A resposta do público ao filme de Dud é incrível. Entretanto, mesmo uma ação tão bem-sucedida não é suficiente. Precisamos de atividades consistentes e de longo prazo para aumentar a conscientização sobre o HIV, juntamente com ações programáticas para garantir o acesso à testagem e tratamento do HIV para todos ”, disse Alexander Goliusov, diretor da Equipe de Apoio Regional do UNAIDS para Europa Oriental e Ásia Central.
A Europa Oriental e a Ásia Central, da qual a Federação Russa faz parte, tem a epidemia de HIV que mais cresce no mundo.
A maioria das novas infecções por HIV na Rússia ocorre entre as populações-chave, incluindo pessoas que usam drogas, apesar do bem documentado sucesso dos programas de redução de danos, quando disponíveis, para reduzir novas infecções por HIV—acesso insuficiente à seringas estéreis e a indisponibilidade de terapia de substituição à opioides está impedindo os esforços no país para prevenir infecções por HIV entre usuários de drogas.
 
Posted: 03 Mar 2020 09:40 AM PST
Clique para exibir o slide.A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) começaram na segunda-feira (2) em Brasília (DF) a primeira turma do Curso de Formação em Gerenciamento de Projetos para colaboradores e colaboradoras da empresa. O curso faz parte de uma cooperação técnica entre as organizações, como objetivo de fortalecer a capacidade da EBSERH nesta área.
A capacitação tem duração de uma semana e é ministrada por Mário Trentim, professor e consultor com mais de dez anos de experiência em gestão de projetos. Trentim é autor das obras “Gerenciamento de Projetos” (Atlas, 2010, 2014), “Manual do MS-Project e Melhores Práticas do PMI” (Atlas, 2012, 2014) e “Managing Stakeholders as Clients” (PMI USA, 2013, 2015). Haverá mais uma turma em março.
A representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, explicou que fortalecer as instituições nacionais relevantes e desenvolver instituições eficazes, inclusive por meio da cooperação internacional, é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o ODS 16. “Além disso, o UNOPS é especialista em gestão de projetos e segue as melhores práticas em seu trabalho pelo mundo para melhorar a vida das pessoas”, concluiu Valenzuela.
Para o vice-presidente da EBSERH, Eduardo Vieira, uma rede com essas dimensões e relevância deve sempre contar com técnicas adequadas e uniformes de gerenciamento de projetos. “Acreditamos fortemente que dotar as pessoas de conhecimentos e ferramentas para lidar com seus próprios projetos tenha o poder de contribuir para que a empresa avance para outro patamar gerencial, de mais assertividade e eficiência na execução de seu propósito institucional”, finalizou.
Aluno do curso, George Santos Magalhães, do Serviço de Relacionamento com a Imprensa da Ebserh, explicou que esta é uma ação cujo objetivo é disseminar o conhecimento em gerenciamento de projetos para toda a Rede. Ele disse ainda que sua expectativa é aprender mais para contribuir para que os projetos da Ebserh alcancem resultados ainda melhores.
Soraya Cravo, da Maternidade Climério de Oliveira, unidade vinculada à Universidade Federal da Bahia (UFBA) e à Rede EBSERH, veio de Salvador para participar da capacitação. “O curso é importante, pois instrumentaliza e padroniza na rede o desdobramento da estratégia da EBSERH”. Segundo ela esta atividade contribui para reforçar o trabalho coletivo e em rede na empresa.
 
Posted: 03 Mar 2020 09:18 AM PST
Foto: Wikimedia Commons
Foto: Wikimedia Commons
O Dia Mundial da Vida Selvagem, celebrado nesta terça-feira (3), é uma chance para apreciarmos tudo o que a natureza oferece. O tema deste ano, “Sustentando toda a vida na Terra”, celebra a natureza que permite que animais selvagens, plantas e seres humanos prosperem em harmonia.
Entre os elementos mais valiosos da natureza estão os recifes de coral. Eles abrigam a maior variedade de espécies dos oceanos. Você pode pensar neles como florestas tropicais subaquáticas — cheias de componentes vivos e não vivos que, juntos, criam um dos ecossistemas mais exclusivos e importantes do mundo.
Mas você sabia que os recifes de coral são tão importantes para nossas vidas em terra quanto para as espécies subaquáticas?
Veja sete maneiras pelas quais você está conectado aos recifes de coral:

Alimento

Cerca de meio bilhão de pessoas em todo o mundo dependem dos peixes que vivem nos recifes de coral como uma fonte substancial de alimento. Mesmo se você mora longe de uma região costeira, há uma boa chance de o peixe que você comer ter vindo de um recife de coral! Mais de 4.000 espécies de peixes são sustentadas por recifes de coral, e cada quilômetro quadrado de recifes saudáveis pode produzir até 15 toneladas de peixe por ano.

Meios de subsistência

Os recifes de coral são um atrativo turístico significativo nas regiões em que existem. Milhões de snorkelers e mergulhadores se reúnem anualmente para ver a beleza dos recifes de corais, e ainda mais viajantes desfrutam das praias protegidas por eles. Isso fornece uma variedade de meios de subsistência baseados no turismo em barcos de mergulho e em centros de serviços como hotéis e restaurantes.

Proteção

Os recifes de coral agem como amortecedores naturais contra tempestades e ondas que podem provocar erosão nas regiões costeiras e danificar propriedades ou ameaçar vidas. Isso é possível devido às suas formas complexas e às “paredes” subaquáticas que eles constroem, que ajudam a reduzir a intensidade das ondas que chegam. A proteção oferecida pelos recifes de coral é cada vez mais importante, pois as mudanças climáticas ameaçam aumentar a intensidade e a frequência das tempestades.

Remédio

Novos medicamentos e suplementos nutricionais estão sendo desenvolvidos a partir de compostos químicos encontrados em muitas espécies que vivem em recifes de coral. Embora os cientistas façam isso nas florestas há décadas, apenas recentemente começamos a explorar as possibilidades oferecidas pelos recifes. Isso significa que é possível que apenas tenhamos arranhado a superfície em termos de quais medicamentos poderosos podem se originar nos recifes de coral!

Cultura

Para as pessoas que vivem nas regiões costeiras onde os recifes de coral crescem, e para quem já mergulhou sob a superfície e viu sua maravilhosa exibição de cores e vida, os recifes de coral têm um valor não vinculado ao dinheiro. Além de nos fornecer os recursos e serviços acima, são representações deslumbrantes da complexidade e beleza da vida em nosso planeta. Se você já viu um recife de coral, talvez sinta que a presença deles torna o mundo um lugar mais espetacular.

Filtragem de água

Os recifes de coral ajudam a manter nossas águas costeiras livres da poluição. Muitos corais e esponjas são filtradores, o que significa que consomem material particulado (poluentes que não se dissolvem) presente na água. Isso evita que essas partículas se depositem no fundo do oceano e sujem-no com materiais nocivos. Na próxima vez que você der um mergulho no oceano, não se esqueça de agradecer aos recifes de coral por ajudar a mantê-lo limpo!

Praias

A areia das praias costuma ser vista como o produto de conchas quebradas, mas os recifes de coral também ajudam na construção de nossas praias. Na verdade, grande parte da areia em muitas praias é fruto de esqueletos de corais quebrados. Além disso, alguns seres que vivem nos recifes produzem areia como resultado do consumo de coral. Por exemplo, estima-se que um peixe-papagaio de corpo grande produza até uma tonelada de areia por ano!
Os recifes de coral são diferentes de qualquer outro ecossistema da terra. Esses belos recifes não apenas sustentam uma abundância de vida vegetal e animal, mas também fornecem recursos inestimáveis ​​e melhoram nossa qualidade de vida.
Para saber mais sobre o que mantém um recife de coral saudável, acesse o Reef Riders Journey, um desafio interativo que permite explorar como as ações diárias das espécies mantêm o delicado equilíbrio de seu ecossistema.
 
Posted: 03 Mar 2020 08:44 AM PST
Clique para exibir o slide.“Geração Igualdade”, movimento liderado pela ONU Mulheres, governos e sociedade civil, foi tema da série de audiências da diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Maria-Noel Vaeza, em 20 e 21 de fevereiro, em Brasília (DF).
Acompanhada da representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, Vaeza atualizou autoridades do Executivo e do Judiciário sobre a importância de o Brasil se incorporar ao movimento internacional para fazer avançar a resposta no país à Plataforma de Ação de Pequim, que completa 25 anos em 2020, como parte dos esforços para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que têm novo impulso com a Década de Ação da ONU pelos ODS.
A diretora salientou que esse período de dez anos, entre 2020 e 2030, é decisivo para que políticas públicas de escala e investimentos contínuos transformem a realidade de mulheres brasileiras e eliminem as desigualdades de gênero, raça e etnia.
“A América Latina continua a ser uma região com desigualdades profundas, que impedem as mulheres na diversidade, especialmente trabalhadoras, negras e indígenas, de acessarem direitos básicos. Os próximos dez anos são decisivos para que as mulheres desta parte do planeta não sejam deixadas para traz do desenvolvimento econômico, social e ambiental. Governos, empresas e sociedade precisam atuar com mais empenho político e recursos financeiros e cumprir a Plataforma de Ação de Pequim.”
Ao longo dos dois dias, as representantes da ONU Mulheres reuniram-se com a ministra das Mulheres, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves; o diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Ruy Pereira; e o presidente do Conselho Nacional de Justiça, Dias Toffoli.
Vaeza e Divinskaya conheceram as prioridades do governo federal em políticas para as mulheres, sinalizando reforço da cooperação na área de prevenção e eliminação da violência contra as mulheres.
A ministra Damares Alves apresentou os temas prioritários da pasta com foco em políticas para as mulheres e meninas, promoção da igualdade racial e dos direitos humanos. Expôs, ainda, a organização da delegação brasileira para a 64ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW 64), que acontecerá de 9 a 23 de março, em Nova Iorque.
Ao final da audiência, a ONU Mulheres reiterou o convite para o Brasil participar do Fórum Geração Igualdade, cujas reuniões acontecerão no México, em maio, e na França, em julho.
Com o ministro Toffoli Dias, Vaeza reiterou a cooperação da ONU Mulheres no contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável no Judiciário brasileiro. Na sexta-feira (21), a diretora regional e a representante da ONU Mulheres Brasil se reuniram com o Ministério das Relações Exteriores.

Sociedade civil

Na missão em Brasília, a diretora estabeleceu diálogo com a sociedade civil por meio de reunião com a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).
A campanha Geração Igualdade e o processo de articulação internacional em torno das Coalizões de Ação, cujo processo de interlocução já conta com mais de 80 organizações da sociedade civil mobilizadas em todo o mundo, foram um dos temas abordados no encontro.
As entidades deram um panorama sobre a situação das mulheres brasileiras. Assinalaram a expectativa de fazer avançar os diálogos com as Nações Unidas em torno do empoderamento das mulheres do país e do enfrentamento do racismo e de outras formas de discriminação, assim como o cumprimento de normas internacionais no país.

Reconhecimento da equipe

Em reunião com a equipe da ONU Mulheres Brasil, Maria-Noel Vaeza entregou premiação de reconhecimento aos 20 anos de colaboração de Myriam Galvão, associada de operações, e Wanderlei Andrade, motorista e apoio geral, pelo trabalho na organização.
A dupla foi incorporada há dez anos na ONU Mulheres a partir do trabalho realizado no UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) desde o ano 2000. A gerente de programas da agência, Ana Carolina Querino, foi agraciada com medalha pela representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, pela colaboração como representante interina, de fevereiro a dezembro de 2019, e atuação na transição.

Empoderamento de meninas pelo esporte

No sábado (22), a diretora Maria-Noel e a representante Anastasia Divinskaya tiveram encontro com as participantes do programa Uma Vitória Leva à Outra, da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional (COI), e com a jogadora de futebol Marta Silva, embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres e defensora dos ODS.
À noite, o grupo se uniu para desfile na escola de samba Inocentes de Belford Roxo, na Marquês de Sapucaí. A jogadora de futebol foi homenageada por sua colaboração ao esporte e ao encorajamento de mulheres e meninas em todo o mundo, além da sua atuação nas Nações Unidas para alcance dos objetivos globais – entre eles o Objetivo nº 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Dezesseis adolescentes do programa Uma Vitória Leva à Outra representaram as 1.000 participantes do programa iniciado em 2016 como legado das Olimpíadas do Rio naquele ano. Além de serem símbolo da Geração Igualdade, mulheres jovens estão mobilizadas para garantir um futuro com igualdade, a ser impulsado pelo alcance das metas dos ODS.
 
Posted: 03 Mar 2020 07:53 AM PST
O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Manuel Elias
O secretário-geral da ONU, António Guterres. Foto: ONU/Manuel Elias
Por António Guterres*
A desigualdade de gênero é a grande injustiça de nossa época e o maior desafio de direitos humanos que enfrentamos. Mas a igualdade de gênero oferece soluções para alguns dos problemas mais intratáveis de nossos tempos.
Em todos os lugares, as mulheres estão em situação pior do que os homens – simplesmente porque são mulheres. A realidade para mulheres de minorias, mulheres idosas, pessoas com deficiência e mulheres migrantes e refugiadas é ainda pior.
Embora tenhamos visto um enorme progresso nos direitos das mulheres nas últimas décadas, desde a abolição de leis discriminatórias até o aumento do número de meninas na escola, agora enfrentamos um forte retrocesso.
As proteções legais contra estupro e abuso doméstico estão sendo retiradas em alguns países, enquanto políticas que penalizam as mulheres, da austeridade à reprodução coercitiva, foram introduzidas em outros lugares. Os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres estão ameaçados por todos os lados.
Tudo isso porque a igualdade de gênero é fundamentalmente uma questão de poder. Séculos de discriminação e patriarcado profundamente arraigados criaram uma desigualdade de poder entre os gêneros em nossas economias, sistemas políticos e corporações. A evidência está em todo lugar.
As mulheres ainda são excluídas do alto escalão, de governos a conselhos corporativos e premiações de prestígio. Mulheres líderes e figuras públicas enfrentam assédio, ameaças e abuso, na Internet ou fora dela. A disparidade salarial entre homens e mulheres é apenas um sintoma da desigualdade de poder entre os gêneros.
Mesmo os dados supostamente neutros que fundamentam a tomada de decisões em temas como planejamento urbano e teste de drogas geralmente se baseiam em um “padrão masculino”; os homens são vistos como padrão, enquanto as mulheres são uma exceção.
Mulheres e meninas também enfrentam séculos de misoginia e o apagamento de suas realizações. Elas são ridicularizadas como histéricas ou hormonais; são rotineiramente julgadas por sua aparência; estão sujeitas a infinitos mitos e tabus sobre suas funções corporais naturais; elas são confrontadas, todos os dias, com o machismo, o ‘mansplaining’ e a culpabilização das vítimas.
Isso afeta profundamente a todos nós e é uma barreira para solucionar muitos dos desafios e ameaças que enfrentamos.
Tome como exemplo a desigualdade. As mulheres ganham 77 centavos por cada dólar ganho pelos homens. A pesquisa mais recente do Fórum Econômico Mundial diz que serão necessários 257 anos para fechar essa lacuna. Enquanto isso, mulheres e meninas fazem cerca de 12 bilhões de horas de trabalho não remunerado todos os dias, o que simplesmente não é levado em conta na tomada de decisões econômicas.
Se quisermos alcançar uma globalização justa que funcione para todas e todos, precisamos basear nossas políticas em estatísticas que levem em conta as verdadeiras contribuições das mulheres.
A tecnologia digital é outro caso em questão. A falta de equilíbrio de gênero nas universidades, startups e ‘vales do silício’ em nosso mundo é profundamente preocupante. Esses centros de tecnologia estão moldando as sociedades e economias do futuro; não podemos permitir que eles entrincheirem e exacerbem o domínio masculino.
Veja as guerras que estão devastando nosso mundo. Há um paralelo entre violência contra as mulheres, opressão civil e conflito. O modo como uma sociedade trata a metade feminina de sua população é um indicador significativo de como tratará os outros. Mesmo em sociedades pacíficas, muitas mulheres estão em perigo mortal em suas próprias casas.
Existe até mesmo uma desigualdade de gênero em nossa resposta à crise climática. As iniciativas para reduzir e reciclar são predominantemente direcionadas às mulheres, enquanto os homens são mais propensos a confiar em soluções tecnológicas não testadas. E economistas e parlamentares mulheres são mais propensas que os homens a apoiar políticas pró-ambientais.
Finalmente, a representação política é a evidência mais clara da diferença de poder entre os gêneros. As mulheres são superadas em número em média de 3 a 1 nos parlamentos de todo o mundo, mas sua presença está fortemente correlacionada com a inovação e o investimento em saúde e educação. Não é por acaso que os governos que estão redefinindo o sucesso econômico para incluir bem-estar e sustentabilidade são liderados por mulheres.
É por isso que uma das minhas prioridades nas Nações Unidas foi trazer mais mulheres para nossa liderança. Já alcançamos a paridade de gênero no alto escalão, dois anos antes do previsto, e temos um roteiro para a paridade em todos os níveis nos próximos anos.
Nosso mundo está com problemas e a igualdade de gênero é uma parte essencial da resposta. Problemas criados pelos seres humanos têm soluções conduzidas pelos seres humanos. A igualdade de gênero é um meio de redefinir e transformar o poder que trará benefícios para todas e todos.
O século 21 deve ser o século da igualdade das mulheres nas negociações de paz e nas negociações comerciais; em salas de diretoria e salas de aula; no G20 e nas Nações Unidas.
É hora de parar de tentar mudar as mulheres e começar a mudar os sistemas que as impedem de alcançar seu potencial.
*Secretário-geral das Nações Unidas
 
Posted: 03 Mar 2020 07:46 AM PST
O Bem Diverso é uma parceria entre a Embrapa e o PNUD.  Foto: Bem Diverso
O Bem Diverso é uma parceria entre a Embrapa e o PNUD. Foto: Bem Diverso
Promover uma dinâmica de cooperação e discussão de temas relacionados ao uso sustentável e à conservação da biodiversidade, tendo como base as experiências europeias e brasileiras. É com essa proposta que ocorreu na segunda-feira (2), em Brasília (DF), o seminário internacional “A experiência europeia e brasileira na promoção do uso e conservação da biodiversidade”.
Promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o evento foi realizado no âmbito do projeto Bem Diverso e marcou o início da segunda etapa do projeto Diálogos Setoriais, parceria gerenciada pelo Ministério de Economia, pela Delegação da União Europeia no Brasil (DELBRA) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Guy de Capdeville; a chefe geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Maria Cléria Valadares Inglis; o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez; e a representante-residente do PNUD no Brasil, Katyna Argueta; formaram a mesa de abertura do seminário.
Capdeville destacou a capacidade técnica brasileira para dar suporte à agricultura, preservar a biodiversidade e a importância da pesquisa científica para firmar as bases do desenvolvimento sustentável. “Temos conhecimento e queremos muito que nosso povo saia da miséria, mas de forma sustentável. Vamos continuar apoiando essas ações porque nosso foco é fazer agricultura sustentável e desenvolver tecnologias para que possamos explorar o meio ambiente de forma totalmente condizente em termos de preservação”, afirmou o diretor da Embrapa.
O embaixador da União Europeia no Brasil, Ignacio Ybáñez, destacou as ações do Pacto Verde, que tem como objetivo reconciliar a economia com o planeta, e adiantou que uma nova estratégia para a biodiversidade está em construção e deve ser apresentada nos próximos meses. “O tema que nos une aqui hoje é extremamente importante. Preservação da biodiversidade e o uso responsável dos recursos da floresta significam, de fato, uma nova estrutura de desenvolvimento. O seminário de hoje, as visitas de campos ao longo da semana e a troca de experiências entre pesquisadores brasileiros e europeus contribuirá muito para alcançarmos os objetivos por nós tanto desejados”, declarou.
Em sua fala, a representante-residente do PNUD no Brasil, Katyna Argueta, destacou que as ações em curso valorizam a vida no planeta e o bem-estar de seus habitantes, os quais dependem da conservação da biodiversidade. “O Brasil tem a mais rica biodiversidade do mundo e por isso contribui significativamente para sua conservação. Esses esforços não apenas fortalecem uma cultura ambiental que a valoriza, mas também apoia os tomadores de decisão na geração de informações robustas para realizar ações voltadas à restauração e ao uso sustentável da biodiversidade”, destacou.

Diálogos Setoriais

O seminário marca o início da segunda etapa da iniciativa Diálogos Setoriais, instrumento de cooperação entre a União Europeia e o Brasil. Firmado em 2007, o projeto tem por objetivo a troca de conhecimentos, experiências e melhores práticas de natureza técnica, política ou ambas, em temas de interesse comum e que ocorram regularmente em diferentes níveis hierárquicos. Uma primeira missão técnica de pesquisadores brasileiros foi realizada em 2019, com diversos encontros em universidades europeias.
Com a vinda dos pesquisadores europeus ao Brasil, a delegação seguirá, após o seminário, para o Território da Cidadania Alto Rio Pardo, no norte de Minas Gerais. A programação segue até 7 de março, e os pesquisadores poderão conhecer in loco a experiência do projeto Bem Diverso na região. A comitiva é formada por pesquisadores das Universidades de Joensuu e de Helsinque, na Finlândia; Universidade de Dusseldorf, na Alemanha; Universidade de Amsterdam, dos Países Baixos e da Universidade de Camarões.
Os resultados esperados para essa missão são discutir o uso sustentável da biodiversidade como estratégia de conservação para a agenda de discussão de políticas públicas, o acesso ao crédito rural e desenvolvimento em ciência e tecnologia, o estabelecimento de uma agenda de curto prazo de cooperação científica e tecnológica entre União Europeia-Brasil e o estabelecimento de bases para um ambiente estruturado de cooperação de longo prazo entre as instituições europeias e brasileiras.

Projeto Bem Diverso

O Bem Diverso é uma parceria entre a Embrapa e o PNUD. O projeto é executado com o apoio de organizações do governo e da sociedade civil, além de contar com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
A iniciativa trabalha com 12 espécies nativas e com Sistemas Agro-Florestais (SAFs), envolve diretamente 14 Unidades Descentralizadas da Embrapa, atua em seis Territórios da Cidadania (TC) e em três biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga e Cerrado. Saiba mais em http://bemdiverso.org.br/.
 
Posted: 03 Mar 2020 06:45 AM PST
Estão abertas inscrições para a quinta edição do curso de formação do Programa Embaixadores da Juventude, que ocorrerá de 25 a 29 de março deste ano, em São Paulo (SP).
O curso é promovido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) e pelo Instituto Caixa Seguradora, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo (SMDHC).
Podem se inscrever jovens entre 18 e 24 anos, com Ensino Superior ou Técnico Profissionalizante (concluído, em andamento ou suspenso) e, sobretudo, que tenham espírito de liderança e papel transformador em suas comunidades.
O curso de formação é gratuito e restrito a jovens residentes na cidade de São Paulo. Fazem parte do grupo prioritário desta edição:
a) Mulheres negras;
b) Indígenas;
c) Quilombolas;
d) Travestis e transexuais;
e) Pessoas com Deficiência;
f) Imigrantes e pessoas com status de refugiado(a), desde que tenham conhecimento avançado da língua portuguesa.
A iniciativa visa capacitar jovens e adolescentes com perfil de liderança e impacto social, fortalecendo o poder de advocacy de seus participantes em defender suas pautas em espaços nacionais e internacionais.
A Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável é o eixo principal da metodologia de formação. Após três edições, no Centro-Oeste e no Nordeste, aproximadamente 70 jovens já receberam a capacitação e contribuem para a promoção da Agenda 2030 a partir de suas agendas.
A diversidade étnico-racial, socioeconômica, sexual, religiosa e de formação acadêmica marca o perfil heterogêneo da Rede de Embaixadores(as) da Juventude, que constantemente são convidados a representar o Programa e suas agendas em importantes conferências nacionais e internacionais, como o Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da ONU, em Nova Iorque, e a Conferência Internacional HeForShe, em Lisboa.
Segundo Bernardo Lopes, ativista transexual que esteve na segunda edição do Programa, participar da atividade tornou-se essencial para sua atuação na agenda da transexualidade.
“A Rede Embaixadores da Juventude é um espaço absurdamente potente porque reúne a diversidade de jovens que atuam e se dedicam a construir um mundo que não quer deixar ninguém para trás”, afirmou.
O período de inscrições para a 5ª Edição do Programa Embaixadores da Juventude estende-se até o dia 10 de março de 2020.
Mais informações: página do Embaixadores da Juventude no Facebook e no Portal do UNODC.
Clique aqui para acessar a chamada de candidaturas.
 
Posted: 03 Mar 2020 06:17 AM PST
Um número crescente de nova-iorquinos começou a usar máscaras faciais como precaução contra o coronavírus. A cidade registrou seu primeiro caso em 1º de março. Foto: ONU/Loey Felipea
Um número crescente de nova-iorquinos começou a usar máscaras faciais como precaução contra o coronavírus. A cidade registrou seu primeiro caso em 1º de março. Foto: ONU/Loey Felipe
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem uma página informativa em Português sobre o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19). No site, a Organização dá dicas sobre como evitar a propagação do vírus no ambiente de trabalho, orientações a respeito do uso de máscaras, entre outros temas relevantes.
O que posso fazer para evitar a propagação do COVID-19 no meu local de trabalho?
Antes de viajar e com base nas informações mais atualizadas, seu local de trabalho deve avaliar os benefícios e riscos relacionados a planos de viagens. Evite enviar funcionários com maior risco de doenças graves (por exemplo, pessoas idosas e com condições de saúde como diabetes, doenças cardíacas e pulmonares) para áreas com propagação de COVID-19.
Além disso, as(os) funcionárias(os) que retornem de uma área com propagação de COVID-19 devem monitorar sintomas por 14 dias e medir a temperatura duas vezes ao dia. Se a(o) funcionária(o) tiver tosse leve ou febre baixa (ou seja, uma temperatura de 37,3 ºC ou mais), deve ficar em casa e se auto isolar. Isso significa evitar contato próximo (ficar a um metro de distância) com outras pessoas, incluindo membros da família. A pessoa também deve telefonar para seu profissional de saúde ou departamento de saúde pública local, fornecendo detalhes de viagens e sintomas recentes.
Funcionárias(os) também devem ser incentivadas(os) a lavarem as mãos regularmente e a manterem pelo menos um metro de distância de pessoas que estejam tossindo ou espirrando. Devem ainda cumprir as instruções das autoridades do local para onde estão viajando. Se, por exemplo, as autoridades locais lhes dizem para não ir a algum lugar, isso deve ser cumprido.
Leia mais informações sobre o novo coronavírus (COVID-19) na página especial da OPAS/OMS.
 
Posted: 03 Mar 2020 05:55 AM PST
Clique para exibir o slide.A Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE) realizou no dia 11 de fevereiro uma sessão solene em homenagem às vítimas do Holocausto.
O evento foi uma iniciativa da deputada Priscila Krause, em parceria com a Federação Israelita de Pernambuco e o Consulado Geral da República Federal da Alemanha no Recife (PE), sendo presidido pelo deputado João Paulo Lima e Silva.
Na ocasião, foi inaugurada a exposição “Alguns eram vizinhos: escolha, comportamento humano e o Holocausto”, realizada pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), que também está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no Rio de Janeiro.
A solenidade de acendimento das sete velas foi acompanhada pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico de Barros e Silva; pela cônsul-geral da Alemanha, Maria Könning; pela presidente da Federação Israelita de Pernambuco, Sonia Schechtman Sette; por representantes do Diálogo Inter-religioso, Igualdade Racial e Diversidade; de instituições judaicas de Pernambuco; descendentes de vítimas do Holocausto; além de jovens do movimento juvenil Habonim Dror e do grupo Zehut.

Sobre a exposição

A exposição “Alguns eram vizinhos: escolha, comportamento humano e o Holocausto” traz reflexões sobre o que as pessoas fizeram — ou deixaram de fazer — durante a Segunda Guerra Mundial, em atitudes que ajudaram — ou não — vítimas do antissemitismo e do nazismo.
“Quando pensamos no Holocausto, a primeira pessoa em quem pensamos é Hitler e a responsabilidade do governo nazista. Mas esta exposição nos inspira a pensar como os nazistas conseguiram ter tanto apoio de pessoas comuns. Levanta a questão sobre as razões que levaram algumas pessoas a ajudar os nazistas durante o Holocausto, enquanto outras decidiram ajudar os judeus”, explicou recentemente a diretora do UNIC Rio, Kimberly Mann.
A mostra é produzida em parceria com o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos e o Programa Educacional da ONU sobre o Holocausto.
O Programa Educacional da ONU sobre o Holocausto foi estabelecido pela Assembleia Geral da ONU em 2005 para encorajar a sociedade civil a participar da memória e educação sobre o Holocausto. As Nações Unidas lembram as vítimas do Holocausto a cada 27 de janeiro, data em que as tropas soviéticas libertaram os prisioneiros de Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração e extermínio da Alemanha nazista (1940-1945).
O tema deste ano do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi “75 anos depois de Auschwitz – Educação sobre o Holocausto e Memória para Justiça Global”. Quase 1 milhão de homens, mulheres e crianças foram mortos em Auschwitz por serem judeus. Milhares de ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos, oponentes políticos e outras pessoas perseguidas foram presas lá ou lá morreram. No total, 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas no maior campo de extermínio do nazismo.
 

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