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domingo, 6 de junho de 2021
Entrevistamos com exclusividade o presidente colombiano, Iván Duque
O presidente da Colômbia, Iván Duque, havia adiado a entrevista em um dia. Antes marcada para sábado, 29 de maio, foi transferida para o domingo por causa da onda de violência em Cali (2,45 milhões de habitantes). Lá, um funcionário do Ministério Público havia sido linchado após matar a tiros dois participantes de um bloqueio viário. O presidente, diante do agravamento da situação, ordenou a militarização da cidade e decidiu se manter atento aos acontecimentos. Era mais um exemplo da tensão que sacudiu o país nas últimas semanas, acompanhando a maior onda de protestos dos últimos 70 anos.
A entrevista finalmente aconteceu na Casa de Nariño, a residência oficial do presidente, em Bogotá. Era uma amanhã ligeiramente ensolarada, na qual os soldados que custodiavam o palácio pareciam absortos com a prova contra o relógio que deu a vitória ao ciclista colombiano Egan Bernal na Volta da Itália. Acabada a corrida, o presidente apareceu acompanhado por seus auxiliares de campo. Circunspecto, mas tranquilo, respondeu a todas as perguntas feitas ao longo de uma hora e meia. Em geral, insistiu em suas teses oficiais e na defesa de sua gestão. Preocupado em recuperar a iniciativa, repetiu os ataques ao líder da oposição de esquerda, Gustavo Petro, embora sem citar seu nome. Essa omissão gerou um dos momentos mais tensos da entrevista, por nossa insistência em que identificasse as pessoas a quem acusava de tentar capitalizar o descontentamento popular.
Independentemente destes detalhes, as respostas contidas nesta conversa oferecem um reflexo fiel da postura do Governo em um momento crucial da história da Colômbia. Um elemento decisivo (goste-se ou não goste, convença ou não) para entender o túnel que este país está atravessando. Agradecemos a leitura.
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