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Posted: 11 Mar 2020 01:50 PM PDT
Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
“Como médica, entendo a necessidade de uma série de medidas para combater o COVID-19 e, como ex-chefe de governo, entendo como é difícil chegar a um equilíbrio quando as decisões difíceis precisam ser tomadas”, disse Bachelet. “No entanto, nossos esforços para combater esse vírus não funcionarão, a menos que o abordemos holisticamente, o que significa tomar muito cuidado para proteger as pessoas mais vulneráveis e negligenciadas da sociedade, tanto médica quanto economicamente.” “Essas pessoas incluem pessoas de baixa renda, populações rurais isoladas, pessoas com condições de saúde pré-existentes, pessoas com deficiência e idosos que vivem sozinhos ou em instituições”, acrescentou. Os bloqueios, quarentenas e outras medidas desse tipo para conter e combater a disseminação do COVID-19 devem sempre ser realizados em estrita conformidade com os padrões de direitos humanos e de maneira necessária e proporcional ao risco avaliado. Mesmo quando isso ocorre, elas podem ter sérias repercussões na vida das pessoas, disse a alta-comissária da ONU para os direitos humanos. Embora as autoridades julguem necessário fechar as escolas, isso pode resultar em pais que ficam em casa e não conseguem trabalhar, uma medida que provavelmente afeta desproporcionalmente as mulheres. Não ir trabalhar para ficar em quarentena pode resultar em perda de salário ou perda de emprego, com consequências variadas para a subsistência e a vida das pessoas. Os cuidados de saúde para pessoas com condições crônicas ou graves podem ser prejudicados pela resposta ao surto, salientou. A interrupção do comércio e das viagens provavelmente terá um grande impacto, especialmente nas pequenas e médias empresas e nas pessoas que elas empregam e servem. “As pessoas que mal sobrevivem economicamente podem facilmente serem empurradas ao limite por medidas adotadas para conter o vírus. Os governos precisam estar prontos para responder de várias maneiras às consequências não intencionais de suas ações voltadas ao coronavírus. Empresas também precisarão desempenhar um papel, incluindo responder com flexibilidade ao impacto em seus funcionários”, afirmou Bachelet. A alta-comissária da ONU elogiou o fato de que alguns governos, assim como organizações internacionais, estão começando a adotar medidas para mitigar o impacto nos direitos econômicos e sociais das pessoas. “Como estamos todos operando em território desconhecido, incentivo os Estados a estabelecer maneiras de compartilhar informações sobre boas práticas que estão adotando atualmente para aliviar os efeitos socioeconômicos negativos do COVID-19 e os esforços para impedir sua disseminação.” “Solidariedade internacional e cooperação” é mais necessário do que nunca, disse Bachelet. Também está claro que os recursos precisam ser direcionados à proteção social, para que as pessoas possam sobreviver economicamente durante o que pode se tornar uma crise prolongada, disse ela. “O COVID-19 é um teste para as nossas sociedades, e todos estamos aprendendo e nos adaptando à medida que reagimos ao vírus. A dignidade e os direitos humanos precisam estar na frente e centralizar esse esforço, e não ser uma reflexão tardia”, disse Bachelet. Combater efetivamente o surto significa garantir que todos tenham acesso ao tratamento e não tenham assistência médica negada porque não podem pagar ou por causa de estigma. Os governos precisam garantir que todas as informações relevantes cheguem a todos, sem exceção, em formatos e idiomas prontamente compreensíveis e adaptadas a pessoas com necessidades específicas, como crianças, deficientes visuais e auditivos e pessoas com capacidade limitada ou inexistente de ler. “Ser aberto e transparente é fundamental para capacitar e incentivar as pessoas a participar de medidas projetadas para proteger sua própria saúde e a da população em geral, especialmente quando a confiança nas autoridades foi corroída. Também ajuda a combater informações falsas ou enganosas que podem fazer tanto mal ao alimentar o medo e o preconceito”, afirmou Bachelet. “Eu também exorto as autoridades dos países afetados pelo COVID-19 a tomar todas as medidas necessárias para lidar com incidentes de xenofobia ou estigmatização”, acrescentou. |
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Posted: 11 Mar 2020 12:24 PM PDT
Crianças indígenas waraos brincam no Súper Panas apoiado pelo UNICEF no abrigo Janakoida, em Pacaraima, Roraima, perto da fronteira com a Venezuela. Crédito: UNICEF/Hiller.
O Súper Panas — que significa “super amigos” em espanhol — é uma estratégia de educação e proteção do UNICEF que visa desenvolver atividades de educação, prevenção, proteção e de resposta a vulnerabilidades, violências, abuso e exploração de crianças e adolescentes. O Alfredo Nascimento é o maior abrigo para pessoas refugiadas e migrantes do Amazonas, totalmente dedicado ao abrigamento de indígenas do povo Warao. Atualmente, vivem no local 516 pessoas, sendo 123 mulheres, 118 homens e 275 crianças. No trabalho desenvolvido nesses espaços, busca-se evidenciar as situações que demandam ações de proteção e identificação precoce de casos, assim como o desenvolvimento de atividades de apoio psicossocial, além de contribuir com as ações voltadas à promoção de saúde, saneamento e higiene. Em 2019, o UNICEF iniciou as atividade do Súper Panas — Espaço Integrado e Seguro para Crianças e Adolescentes — em diversos abrigos e também em espaços da Operação Acolhida do governo federal em Roraima, no Amazonas e no Pará. Atualmente, os espaços funcionam em parceria com a Aldeias Infantis SOS. A equipe atuante nesses espaços conta com assistente social, psicólogo, educadores e monitores. Metade desse grupo é composta por profissionais venezuelanos, inclusive do povo indígena Warao. No abrigo Alfredo Nascimento, além do aumento da equipe, a estrutura do Súper Panas foi ampliada, passando a ocupar todo o segundo andar da Igreja Católica Santa Margarida de Cortona. Na nova estrutura, o Súper Panas passa a ocupar quatro salas e um salão, onde promoverá atividades a partir das classificações etárias das crianças e dos adolescentes. O Súper Panas do Alfredo Nascimento deverá ser um espaço para todos os meninos e meninas Waraos que vivem no abrigo. A expectativa é de que o espaço realize uma média de 200 atendimentos de crianças e adolescentes por dia, desenvolvendo atividades complementares à educação formal ofertada pelas escolas municipais e estaduais da região. Além do Súper Panas do abrigo Alfredo Nascimento, o UNICEF, em parceria com a Aldeias Infantis SOS, desenvolve atividades de proteção e educação por meio do Súper Panas no PRA Rodoviária, Pitrig e abrigo Tarumã. |
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Posted: 11 Mar 2020 11:50 AM PDT
Pessoas em todo o mundo estão tomando precauções contra o novo coronavírus. Foto: Unsplash/Aalok Atreya
A Go.Data permite a coleta de dados de campo, rastreamento de contatos e visualização de cadeias de transmissão. Pode ser usada tanto online quanto offline em diferentes plataformas, como computadores, celulares e tablets — e funciona em diversos sistemas, como Windows, Linux, Mac, Android e iOS. O software está disponível em vários idiomas e é altamente configurável, com bancos de dados de referência e variáveis de dados configuráveis. Possui também modelos para facilitar a criação de formulários de coleta de dados durante surtos e epidemias. Conta ainda com funções de usuário e permissões de manipulação de dados altamente configuráveis. A ferramenta já está sendo usada em países da Ásia, Europa e América Latina na resposta à COVID-19. Antes, foi utilizada, por exemplo, na epidemia de ebola em países da África e em estudos-piloto na Albânia, em preparação para uma possível pandemia de influenza. O grupo de 15 especialistas do Brasil é o primeiro de língua portuguesa a ser treinado para utilização da Go.Data. Em dezembro do ano passado, a OPAS — em conjunto com a Rede Global de Alerta e Resposta a Surtos (GOARN) — já havia feito uma introdução a essa ferramenta no Brasil durante a 16ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). “O acesso a dados de qualidade nos permite conter e reduzir a velocidade de propagação de um vírus. Com isso, podemos salvar mais vidas”, afirmou Maria Almiron, coordenadora de Vigilância, Preparação e Resposta à Emergências e Desastres do escritório da OPAS e da OMS no Brasil. A OPAS e a GOARN disponibilizam essa ferramenta para governos, especialistas, pesquisadores e outros públicos interessados. Na semana passada, esse mesmo treinamento foi feito na Colômbia e, na semana que vem, será realizado na Argentina. GOARNA Rede Global de Alerta e Resposta a Surtos (GOARN) é uma colaboração de instituições e redes no mundo todo que coordena equipes rápidas internacionais de apoio, ajudando os países a investigar e caracterizar eventos, avaliar riscos e fortalecer a resposta a surtos; além de apoiar a preparação nacional para surtos, desenvolvendo orientações e abordando as lacunas científicas. Foi criada em abril de 2000, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e um grupo fundador de 60 instituições. |
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Posted: 11 Mar 2020 11:06 AM PDT
Vídeos protagonizados pela Turma da Mônica discutem as relações entre homens e mulheres desde a infância. Foto: Reprodução
Entre as atividades promovidas, estão ações como um curso a distância voltado para as forças de segurança sobre o enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres; assim como vídeos protagonizados pela Turma da Mônica, que discutem as relações entre homens e mulheres desde a infância. A parceria tem eixo específico de atividades voltadas à Lei nº 11.340, de 2006, Lei Maria da Penha, sobre os direitos das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. As ações realizadas estão divididas em duas frentes: na primeira, um curso a distância desenvolvido e implementado — dividido em módulos básico e avançado, que totalizam 40 horas de formação — aborda temas como a origem e os fundamentos da violência contra as mulheres; políticas transversais e especializadas; e políticas públicas com perspectiva interseccional. O curso estará disponível para as forças de segurança do DF ainda no primeiro semestre de 2020. No segundo eixo, há dois vídeos sobre prevenção da violência contra mulheres e meninas voltados ao público infantil apresentados junto a um guia com orientação aos professores focado na temática, uma vez que serão distribuídos para as escolas públicas do Distrito Federal. “Produzir conteúdos em formatos personalizados para diferentes audiências é uma forma de abarcar o caráter multidisciplinar que o combate à violência deve ter”, afirma a gerente de projetos do PNUD, Raíssa Teixeira. Para a elaboração do curso a distância e roteiro dos vídeos, o PNUD firmou acordo com a ONU Mulheres. Em parceria com a SSP-DF e a Maurício de Sousa Produções, os dois órgãos da ONU ajudaram a elaborar o roteiro de vídeos protagonizados pelos personagens da Turma da Mônica. O primeiro vídeo, com foco em crianças de 7 a 12 anos, é uma animação em 2D de 2 minutos que aborda a possibilidade de meninas e meninos serem e brincarem com o que quiserem, meninos poderem chorar e todos terem responsabilidade por atividades como limpar a casa e guardar os brinquedos. O segundo desenho animado também tem 2 minutos: nele, personagens da Turma da Mônica Jovem (cujo público tem entre 12 e 16 anos) falam sobre relacionamentos abusivos, ciúmes, controle e formas de apoiar amigos que precisem de ajuda. Os conteúdos serão compartilhados nas escolas da região do Distrito Federal, acompanhados do guia para os professores discutirem com os alunos em sala de aula. “Atribuir às mulheres toda a responsabilidade do combate à violência seria mais um ato de agressão: este é um dever de toda a sociedade”, enfatizou o secretário executivo de Segurança Pública da SSP-DF, Alessandro Moretti, no ato de lançamento das animações. Veja os novos vídeos no canal do PNUD Brasil no YouTube: Segurança cidadãAo longo do projeto, as ações protetivas na área de gênero foram abordadas de forma transversal nas iniciativas de Convivência e Segurança Cidadã, que enfatizam a importância de ações multissetoriais para a prevenção e o controle da violência.A prevenção e combate à violência de gênero esteve presente em diferentes capacitações de curso realizado entre novembro e dezembro de 2018, com oito turmas diferentes. O curso abordou desenvolvimento humano, indicadores e públicos vulneráveis, acesso à Justiça e mediação de conflitos, participação social e prevenção da segurança, entre outros. O treinamento reuniu pouco mais de 30 alunas e alunos por turma, totalizando 254 participantes. |
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Posted: 11 Mar 2020 10:40 AM PDT
Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Foto: OMS
A doença, que surgiu no final do dezembro, na China, está presente agora em 114 países. Segundo o chefe da OMS, nas últimas duas semanas, o número de novos casos diários fora da China aumentou 13 vezes. E a quantidade de países afetados triplicou. Até esta quarta-feira, foram registrados mais de 118 mil casos e 4.291 mortes no mundo. Ghebreyesus afirmou que “milhares de pessoas estão lutando pela vida em hospitais” e que “nos próximos dias e semanas, espera-se que o número de casos, de mortes e de países afetados suba ainda mais.” O diretor-geral disse que a OMS está acompanhando o vírus 24 horas por dia e está “profundamente preocupada com os níveis alarmantes de contágio e de falta de ação.” Tedros explicou que a palavra pandemia “não é usada de forma fácil ou sem cuidados.” E que é um termo que “se for usado erroneamente pode causar medo e desistência de lutar contra o vírus, levando a sofrimentos e mortes desnecessárias.” AvaliaçãoO chefe da OMS esclareceu que a pandemia “não muda a avaliação da OMS sobre a ameaça, aquilo que a agência tem feito ou o que os países devem fazer” para vencer a COVID-19.Esta é a primeira vez que uma pandemia é decretada devido a um coronavírus. A OMS repetiu o pedido de “ação urgente e agressiva.” Para Tedros, não é suficiente olhar para os dados globais. De todos os casos mundialmente, mais de 90% foram notificados em apenas quatro países. Depois da China, os países mais afetados são Itália, Coreia do Sul e Japão. Neste momento, Coreia do Sul e China têm “epidemias em declínio significativo.” Em todo o mundo, 81 nações ainda não tiveram qualquer caso. Cerca de 57 países confirmaram menos de dez casos. Tedros disse que queria deixar uma mensagem bem clara: “os países ainda podem mudar a trajetória desta pandemia”. Larga escalaSe detectarem, testarem, tratarem, isolarem, acompanharem os casos e mobilizarem as pessoas para a resposta, os países com poucos casos podem prevenir focos da doença.Mesmo os países com grandes focos e transmissão em larga escala podem inverter a situação, disse a OMS. Vários países já mostraram que o vírus pode ser reprimido e controlado. Segundo o chefe da OMS, “alguns (países) estão lidando com falta de capacidade, outros com uma falta de recursos e alguns com falta de vontade.” Ele disse que os governos de todo o mundo devem preparar seus hospitais e proteger e treinar seus trabalhadores de saúde. Afirmou ainda que “todos os países devem conseguir um equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar a interrupção econômica e social e proteger os direitos humanos.” MedidasDesde a terça-feira, a Itália está observando uma quarentena após ser declarada pelo governo uma “zona vermelha” pelo alto risco de contaminação com a nova cepa do corononavírus.Segundo agências de notícias, milhares de pessoas estão contaminadas no país. Nos Estados Unidos, o governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, declarou estado de emergência no fim de semana após o condado de Westchester ter sido identificado como um foco de novas infecções. A decisão foi anuncia dias após a Califórnia ter declarado emergência pela COVID-19. Nesta quarta-feira, a sede da ONU fechou suas portas para as visitas guiadas e pediu à metade dos funcionários que trabalhe de casa pelo menos três vezes por semana para tentar conter o vírus. |
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Posted: 11 Mar 2020 10:24 AM PDT
De abril a outubro, os coletores de flores e suas famílias sobem as montanhas da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, para coletar as flores sempre-vivas, ficando lá por semanas. Foto: FAO
Sediado em uma área montanhosa, o mosaico único de paisagens e ecossistemas de Espinhaço, onde as flores sempre-vivas são colhidas, representa a savana com maior biodiversidade do planeta e desempenha um papel crucial na regulação das chuvas na região. Os agricultores locais, dedicados à colheita das flores sempre-vivas, desenvolveram um sistema agrícola eficaz que combina o cultivo de flores, horticultura agroflorestal, pastoreio de gado e culturas agrícolas, tudo em altitudes que chegam a 1,4 mil metros. Esse complexo sistema é baseado em uma ampla gama de conhecimentos e práticas tradicionais que são transmitidos de geração em geração e que ajudam a população a alcançar a harmonia com o meio ambiente, garantindo a segurança alimentar e a subsistência. “Graças à profunda compreensão dos ciclos e ecossistemas naturais e ao grande conhecimento da flora nativa, as comunidades locais gerenciam todos os tipos de atividades agrícolas bem adaptadas a cada tipo de solo e características geográficas e climáticas para obter seus meios de subsistência” , disse o coordenador da FAO SIPAM, YoshihideEndo. “Essas atividades também contribuem para preservar valiosas variedades agrícolas, vegetação nativa e paisagens da região.” As atividades da população local variam desde a coleta, processamento e conservação de flores nativas nas terras altas da comunidade; pastoreio tradicional de gado ao longo de rotas de migração centenárias; a coleta de frutas, sementes e plantas medicinais em seu ambiente natural, a uma altitude mais baixa, até a manutenção de jardins familiares tradicionais e campos maiores nas encostas. Nas montanhas de Espinhaço, são cultivadas 90 espécies agrícolas, incluindo hortaliças, árvores frutíferas e tubérculos. Ao longo de gerações, as comunidades locais desenvolveram habilidades e práticas únicas para manter os recursos genéticos e melhorar a agrobiodiversidade. Ao percorrer as montanhas seguindo as práticas tradicionais de coleta de flores e pastagem de gado, a população valorizou uma grande variedade de espécies cultivadas em campos nativos que permitem que ecossistemas e paisagens se regenerem e se diversifiquem ainda mais a partir dos fluxos naturais de sementes e genes. O acesso e o uso sustentável da flora nativa são controlados por cada comunidade, de acordo com os ciclos naturais das espécies e o nível da colheita, para garantir a renovação de cada espécie. Sobre o Programa SIPAMCom este novo registro, o número total de SIPAM em todo o mundo chega a 59 em 22 países. O programa destaca as maneiras únicas com as quais as comunidades rurais vêm se desenvolvendo ao longo de gerações para aumentar a segurança alimentar, seus meios de subsistência viáveis, ecossistemas resilientes e altos níveis de biodiversidade, além de contribuir para a criação de paisagens excepcionais. |
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Posted: 11 Mar 2020 08:28 AM PDT
Famílias sírias fogem de ataques em de Idlib. Foto: Ritzau Scanpix
Ano após ano, o povo sírio também demonstra sua incrível resistência. Ainda que a maioria dos refugiados em países vizinhos viva abaixo da linha da pobreza, eles não desistem de encontrar maneiras de ganhar a vida e de criar um futuro para si e suas famílias. Apesar do desejo de voltar para casa, contribuem com as economias dos países que generosamente os abrigam. Desde dezembro de 2019, os combates no noroeste da Síria levaram quase 1 milhão de pessoas a se deslocar. Elas estão vivendo em condições terríveis. Ao mesmo tempo, em outras partes do país, muitas famílias e comunidades estão tentando reconstruir suas vidas e seguir em frente, apesar da interrupção generalizada dos serviços, da destruição de propriedades e das dificuldades econômicas. Os últimos nove anos também mostraram histórias de notável solidariedade. Os governos e o povo de Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque, Egito, e de alguns países fora da região, forneceram proteção e segurança aos sírios e abriram suas escolas, hospitais e casas para eles. A resposta humanitária internacional aumentou em escala e profundidade nos últimos dez anos, graças às contribuições generosas de governos, do setor privado e de indivíduos. O que começou como uma resposta humanitária foi acompanhado pelo envolvimento de atores-chave do desenvolvimento, como o Banco Mundial, que tem fornecido apoio estruturado aos governos e instituições anfitriãs, reforçando a resiliência das comunidades anfitriãs e dos refugiados. Desde 2012, mais de 14 bilhões de dólares foram canalizados através do Plano Regional de Resposta e Resiliência a Refugiados (3RP) e entregues por uma coalizão de mais de 200 parceiros, coordenada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Muito mais foi fornecido por meio de ajuda bilateral e outros mecanismos multilaterais. “Estou profundamente admirado com a coragem e resiliência dos sírios. Dia após dia, eles passam por sofrimento e privações”, disse Filippo Grandi, alto-comissário da ONU para refugiados. “À medida que esta crise entra em seu décimo ano, peço ao mundo que não esqueçam daqueles que continuam deslocados na Síria e dos que foram forçados a fugir para o exterior. Devemos reconhecer e apoiar a generosidade dos países vizinhos, um dos maiores atos de solidariedade em décadas. No entanto, devemos manter o foco. É preciso fazer mais.” De fato, nove anos depois, o desafio é manter e expandir o apoio à região, especialmente em um momento em que as comunidades anfitriãs vivem dificuldades econômicas. O Plano Regional de Resposta e Resiliência a Refugiados (3RP) de 2019 recebeu apenas 58% dos 5,4 bilhões de dólares necessários. A diferença entre as necessidades reais e os recursos disponíveis está aumentando a cada dia. A falta de ajuda, o acesso limitado a serviços de saúde e educação ameaçam levar as famílias de refugiados a uma espiral irreversível de vulnerabilidade. Por desespero, alguns refugiados são forçados a tirar seus filhos da escola para trabalhar e sustentar suas famílias. Outros reduzem o número de refeições diárias. Vulneráveis à exploração e abuso, alguns recorrem às ruas, casamentos precoces ou trabalho infantil. Nove anos de crise deixaram uma marca em toda a região. Os países anfitriões continuam precisando de financiamento o quanto antes para apoiar milhões de refugiados sírios, a fim de garantir que os serviços nacionais sejam capazes de lidar e expandir oportunidades para refugiados e cidadãos. Também é necessário prestar apoio a quem deseja exercer seu direito de voltar para casa. O Pacto Global sobre Refugiados, endossado pela ONU em dezembro de 2018, oferece aos governos e ao setor privado um plano para toda a sociedade abordar as crises de refugiados por meio de uma resposta mais previsível e com um compartilhamento equitativo de responsabilidades. Os refugiados sírios e seus anfitriões dependem disso. |
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Posted: 11 Mar 2020 08:02 AM PDT
Clique para exibir o slide.A Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas e a consultoria Falconi apresentaram na terça-feira (10) as diretrizes para que o setor empresarial consiga cumprir, nos próximos dez anos, todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O projeto estabelece planos de ação prioritários e métricas para que as empresas brasileiras aumentem seus impactos sociais, ambientais e de governança positivos, inserindo plenamente a sustentabilidade em suas operações. O evento marcou ainda o lançamento do SDG Action Manager, plataforma construída para auxiliar as empresas a medirem seu desempenho com relação aos ODS, e a realização do primeiro diálogo com o setor privado em celebração aos 75 anos da ONU no mundo. O planejamento elaborado em parceria pela Rede Brasil do Pacto Global e a Falconi estabelece metas claras e prioridades para as quase 900 empresas signatárias até 2030. “Ficamos muito orgulhosos de termos sido convidados e gostamos muito desse tipo de desafio. Pudemos ajudar a Rede Brasil do Pacto Global a estruturar a sua estratégia de uma forma muito pragmática, para que amplifiquem e acelerem o seu alcance aqui no Brasil. Isso faz parte da nossa missão, do nosso propósito”, afirma Viviane Martins, presidente da Falconi. A estratégia contempla cinco frentes de ação prioritárias: desenvolvimento de projetos cujas metas estão relacionadas diretamente às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, colaborando para que as empresas gerem impactos sociais e ambientais positivos; inserção dos ODS nas estratégias de negócios das empresas, fazendo com que a sustentabilidade esteja presente no propósito, nas instâncias de governança, nos objetivos e metas corporativas, nos produtos e serviços ofertados, na gestão de pessoas e nos investimentos e destinação de recursos. Outros pontos incluem tornar a Rede Brasil uma referência internacional em sustentabilidade, proporcionando às empresas a possibilidade de participar de fóruns de discussão e movimentos globais; ampliação de parcerias e atuação regionalizada, conduzindo projetos em ecossistemas e com startups, além de gerar aproximação com a academia, com a sociedade civil e atuar regionalmente através da criação de hubs e, por fim, engajamento de pequenas e médias empresas (PMEs) das cadeias de valor das grandes empresas que integram a Rede Brasil e desenvolvimento de plataformas online para a capacitação deste público. “Os ODS não apenas identificam os grandes desafios que a humanidade precisará superar, como também apontam as oportunidades de negócios e as tendências. Assim, para o setor empresarial, acompanhar o desenvolvimento das metas de sustentabilidade deve ser parte da rotina e um caminho necessário quando se busca adaptação aos novos cenários e demandas da sociedade”, explica Rodolfo Sirol, presidente do Conselho de Administração da Rede Brasil do Pacto Global. “A ONU definiu o período até 2030 como a Década da Ação, ou seja, é tempo de acelerar o nosso trabalho para cumprir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os ODS representam desafios muito importantes para o mundo, e especialmente para o Brasil, que precisa reduzir desigualdades e diminuir seus impactos ambientais para ter uma economia mais forte e resiliente”, afirma Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global. O evento, realizado no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo (SP) contou com 180 representantes do setor empresarial. Entre os presentes, estiveram Viviane Martins, CEO da Falconi; Cristina Palmaka, presidente da SAP no Brasil; Carlos Takahashi, CEO da Black Rock no Brasil; Guilherme Weege, presidente do Grupo Malwee; Luis Sanchez, presidente do conselho da AlmapBBDO. Outros presentes foram Eduardo Fischer, CEO da MRV; Karine Bueno, head de sustentabilidade do Santander; Francine Lemos, diretora-executiva do Sistema B no Brasil; Rodolfo Sirol, presidente do Board da Rede Brasil do Pacto Global e Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global. Diálogos UN75A ONU completa 75 anos em 2020 e, para marcar o aniversário, está realizando uma conversa global sobre o papel da cooperação internacional na construção do futuro que queremos. Além de diálogos presenciais em todos os cantos do planeta — chamados Diálogos UN75 —, há uma pesquisa online, de um minuto, disponível, em português, em un75.online/?lang=prt.As respostas ajudarão a melhorar a gestão internacional dos temas globais que exigem uma cooperação entre fronteiras, setores e gerações, necessária para termos um mundo mais seguro, justo e sustentável para todas e todos. Um desses diálogos ocorreu durante este evento da Rede Brasil do Pacto Global em São Paulo (SP), que contou com a presença do coordenador-residente do Sistema ONU no país, Niky Fabiancic. “Ampliar nossos esforços para alcançar os ODS é imprescindível para todos os países, todas as instituições e empresas, todas as pessoas. Por isso esta é a Década de Ação. Temos apenas dez anos para cumprir nosso compromisso de entregar um mundo melhor para as futuras gerações. E só conseguiremos fazer isso trabalhando de forma articulada”, disse Fabiancic. “O que devemos fazer agora para garantir não apenas que os ODS sejam alcançados, mas também que o mundo continue progredindo nos 15 anos seguintes? Em que direção deve ir esse progresso? Quais são as principais ameaças que devemos enfrentar? De que instituições e ações precisamos para chegar lá?”, questionou. O coordenador-residente do Sistema ONU Brasil lembrou que as Nações Unidas, sozinhas, não conseguirão todas essas respostas. “E é por isso que convidamos cada uma e cada um de vocês a dar sua contribuição para essa ampla conversa, que acontecerá simultaneamente em todo o mundo.” “Os resultados dessa conversa serão compilados ao redor do planeta e servirão de subsídio para uma declaração dos 193 países-membros, que terá como objetivo revitalizar o compromisso global com o multilateralismo e a cooperação entre países.” Os representantes do setor empresarial falaram sobre as ações que precisam ser feitas para diminuir a distância entre o cenário atual e a situação ideal, almejada pela Agenda 2030. Equidade é PrioridadeDurante o evento, a Rede Brasil do Pacto Global lançou também oficialmente o Equidade é Prioridade, um movimento por mais mulheres em cargos de liderança.De acordo com a pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, da consultoria Grant Thornton, apenas 16% dos cargos de CEO e diretoria executiva no Brasil eram ocupados por mulheres em 2017. A Rede Brasil do Pacto Global pretende mudar esta realidade, estabelecendo a meta de ao menos 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025. A CEO da SAP Brasil, Cristiana Palmaka, assinou o compromisso durante o evento. Ferramentas de acompanhamentoA oferta de ferramentas de mensuração é fundamental para que as empresas tenham clareza dos avanços realizados e das correções necessárias.Para contribuir com este desafio, o Pacto Global e o Sistema B lançaram oficialmente, na terça-feira (10), o SDG Action Manager, uma solução online e gratuita para ajudar o setor empresarial a alinhar suas estratégias e operações aos ODS. A plataforma indica riscos e oportunidades de negócios e propõe metas que podem servir de base para a construção de o plano de ação. Leia também: ONU convida brasileiros a participar de pesquisa online sobre o futuro que queremos |
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Posted: 11 Mar 2020 07:46 AM PDT
Afegãos votam em eleições presidenciais nas seções de Paktya, capital da província de Gardez, na região sudeste do país. (setembro de 2019). Foto: UNAMA/Haqmal Masoodzai
Todos os 15 membros aprovaram a resolução, apresentada pelos Estados Unidos, que endossa uma declaração conjunta EUA-Afeganistão sobre paz e um acordo assinado entre Washington e o Talibã. “Os desenvolvimentos endossados por esta resolução são o produto de mais de um ano de envolvimento diplomático sem precedentes dos EUA com o Talibã, em coordenação com nossos parceiros no Afeganistão, na região e em todo o mundo”, disse Cherith Norman Chalet, representante interina dos EUA na ONU. O acordo com o Talibã exige que os fundamentalistas interrompam conexões com grupos terroristas internacionais e os impeçam de usar o Afeganistão para realizar ataques contra os EUA. O Taliban também participaria de um diálogo intra-afegão. Enquanto as negociações estavam programadas para começar na terça-feira, elas foram adiadas devido à renovada violência e discórdia política nos mais altos níveis do governo. Tanto Ashraf Ghani quanto o rival Abdullah Abdullah reivindicaram a vitória nas eleições presidenciais em setembro passado e realizaram duas cerimônias de posse na segunda-feira (9). Os EUA saudaram os passos do presidente Ghani em direção a um acordo sobre um governo inclusivo e os compromissos de Abdullah com a paz e a inclusão. “Esperamos que o povo do Afeganistão aproveite a oportunidade para alcançar um acordo histórico de paz que encerre o conflito no Afeganistão; preserve os ganhos das últimas duas décadas em direitos humanos, as liberdades básicas e a participação significativa das mulheres em instituições políticas e civis; e garanta que o território do povo afegão nunca mais seja usado por terroristas internacionais para ameaçar o mundo”, disse Norman Chalet. A votação do Conselho de Segurança ocorreu poucas horas depois do encontro do Grupo de Amigos das Mulheres no Afeganistão, na sede da ONU. Suas participantes, que incluem embaixadoras, defendem a participação das mulheres no futuro do país. A co-presidente do grupo, embaixadora Karen Pierce, do Reino Unido, disse que a resolução envia uma mensagem clara sobre a inclusão das mulheres. “Esperamos ver a participação efetiva e significativa das mulheres no processo de paz, bem como dos jovens e de outras minorias. E embora qualquer acordo de paz seja decisão dos afegãos, afirmamos que ele deve proteger os direitos e liberdades fundamentais de todos”, disse ela. |
politica evolutiva mundo laico pela separação da religião do estado por la separação de la religión del estado evolutionary secular political world ,the separation of religion from state Эволюционный светская политическая мир отделение религии от государства/العالم السياسي العلماني التطوري فصل الدين عن الدولة עולם פוליטי חילוני אבולוציונית הפרדת דת מהמדינה
quarta-feira, 11 de março de 2020
Boletim diário da ONU Brasil: “Coronavírus: direitos humanos precisam estar no centro da resposta, diz Bachelet” e 8 outros.
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