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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Weintraub chama operação da PF de 'Noite dos Cristais brasileira'; entidades judaicas reagem

Weintraub chama operação da PF de 'Noite dos Cristais brasileira'; entidades judaicas reagem PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra aliados de Bolsonaro em inquérito sobre ameaças a ministros do STF e disseminação de fake news. 'Noite dos Cristais' consistiu em onda de violência contra judeus ordenada por Hitler. Por G1 — Brasília 27/05/2020 23h51 Atualizado há um ano Organizações de judeus condenam postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub Organizações de judeus condenam postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou em uma rede social que esta quarta-feira (27) será lembrada como a Noite dos Cristais brasileira. A "Noite dos Cristais" consistiu em uma onda de violência contra os judeus, ordenada pelo regime nazista de Adolf Hitler, na Alemanha, que revelou ao mundo a violência antissemita. Entidades judaicas reagiram contra a publicação do ministro (leia mais abaixo). Nesta quarta-feira (27), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no inquérito que apura ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal e a disseminação de "fake news". "Hoje foi o dia da infâmia, vergonha nacional, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL!", publicou o ministro da Educação. Foram alvos da operação aliados do presidente Jair Bolsonaro, entre os quais o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o empresário Luciano Hang. Eles negam irregularidades. Entidades reagem A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a comparação do inquérito das fake news à Noite dos Cristais. "Não há comparação possível entre a Noite dos Cristais, perpetrada pelos nazistas em 1938, e as ações decorrentes de decisão judicial no inquérito do STF, que investiga fake news no Brasil", publicou a entidade em seu site oficial. Segundo a confederação, as ações do inquérito "se dão dentro do ordenamento jurídico, assegurado o direito de defesa, ao qual as vítimas do nazismo não tinham acesso". "A comparação feita pelo ministro Abraham Weintraub é, portanto, totalmente descabida e inoportuna, minimizando de forma inaceitável aqueles terríveis acontecimentos, início da marcha nazista que culminou na morte de 6 milhões de judeus, além de outras minorias", diz o texto da entidade. O grupo Judeus pela Democracia publicou mensagem em uma rede social na qual afirma que o STF busca identificar quem financia fake news a fim de evitar novos "linchamentos virtuais". "A Noite dos Cristais não foi virtual mas foi o linchamento real a judeus", diz o texto da mensagem. "O objetivo de hoje foi tentar evitar que novas 'noites dos cristais' aconteçam com outros povos e pessoas", acrescentou o grupo. O American Jewish Committee (Comitê Judaico Americano) também reagiu à publicação de Weintraub. Segundo a organização, o repetido uso da linguagem do Holocausto por pessoas do governo brasileiro é "ofensivo aos judeus do mundo e um insulto às vítimas e sobreviventes do terror nazista".

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