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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Quem são os ministros de Bolsonaro

PRÓXIMO GOVERNO

Quem são os ministros de Bolsonaro

Confira quais nomes são cotados para compor o próximo governo e entenda a polêmica envolvendo Alberto Fraga

Quem são os ministros de Bolsonaro
Bolsonaro já apontou alguns nomes que pretende chamar para seu governo (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente eleito Jair Bolsonaro já começou a traçar a base de seu governo. Apenas dois dias após o fim do segundo turno, Bolsonaro já apontou alguns nomes que pretende chamar para ocupar pastas em seu governo. Confira abaixo quem são os escolhidos.
Paulo Guedes
(Foto: EBC)
(Foto: EBC)
Desde que iniciou sua campanha presidencial, Bolsonaro deixou claro que Guedes seria parte de seu governo. O compromisso entre ambos é tamanho que foi comparado por Bolsonaro a um casamento.
Nesta semana, ele foi apontado para o comando de um dos chamados “superministérios” que Bolsonaro pretende criar para reduzir o número de pastas. Ele ficará no comando da pasta que será criada com a fusão dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e Indústria e do Comércio Exterior e Serviços.
Apelidado de “guru econômico” e “posto Ipiranga” de Bolsonaro, Guedes tem forte atuação no mercado financeiro e é apontado como o fator que atraiu para Bolsonaro o apoio de empresários e investidores. Um dos motivos do apoio são suas propostas fortemente liberais, seu plano de privatizações e apoio à continuidade de reformas iniciadas na gestão de Michel Temer – entre elas, a reforma da Previdência.
Graduado em economia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Guedes tem mestrado na área pela Universidade de Chicago, onde também recebeu seu PhD Foi um dos fundadores do Banco Pactual e tem participações na BR Investimentos – da  Bozano Investimentos.
Durante o governo de José Sarney (1985-1990) foi crítico do Plano Cruzado e do controle de preços imposto pelo governo. Sua oposição ao plano rendeu-lhe o apelido de “Beato Salu” – uma personagem da novela Roque Santeiro (em alta na época) famosa por anunciar alucinadamente o fim do mundo.
Ao final do governo Sarney, Guedes trabalhou na elaboração do plano econômico de Guilherme Afif Domingos (PL), candidato à presidência da República que disputaria as eleições de 1989, tendo como principais adversários Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), e Fernando Collor, do então minúsculo Partido da Reconstrução Nacional (PRN), atual Partido Trabalhista Cristão (PTC). Afif, no entanto, não chegou ao segundo turno, disputado Lula e Collor, tendo este último como vencedor.
Após a derrota, Guedes tornou a se dedicar a sua carreira no mercado financeiro, retornando à vida política somente em 2017, quando se aproximou de Bolsonaro. As atividades de Guedes no setor financeiro foram alvos de pelo menos duas investigações de órgãos federais. Em uma delas, o Ministério Público Federal (MPF) apura a suspeita de gestão fraudulenta ou temerária. O inquérito apura a suspeita de participação de Guedes em um esquema que, entre 2009 e 2013, desviou recursos de fundos de pensão de empresas estatais como Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Postalis (Correios). Ele também é investigado na Operação Greenfield, relativa à emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias. Ambos os inquéritos seguem em andamento.
Onyx Lorenzoni
(Foto: EBC)
(Foto: EBC)
Veterinário por formação, Lorenzoni atualmente integra a chamada “bancada da bala” na Câmara. Ele é cotado para assumir o Ministério da Casa Civil, um dos principais postos do governo.
Lorenzoni construiu carreira política ao longo de vários mandatos como deputado. Entre 1995 e 2003, ele teve duas legislaturas como deputado estadual. Em seguida, se elegeu deputado federal e desde então ocupa um lugar na Câmara.
Entre 2008 e 2009, Lorenzoni presidiu a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Ganhou destaque em 2016, como relator do projeto que visa transformar em lei as 10 medidas contra a corrupção apresentadas por procuradores do MPF.
Lorenzoni conheceu Bolsonaro em 2003, durante as discussões sobre o Estatuto do Desarmamento, tornado lei no final daquele ano. Assim como Bolsonaro, Lorenzoni é crítico do estatuto e diz não haver relação entre a permissão do porte de arma e o aumento da violência. Durante as discussões do estatuto, Bolsonaro e Lorenzoni integraram o grupo de deputados que se opunha à ala desarmamentista. Desde então, Lorenzoni cultiva bom relacionamento com Bolsonaro, que o apelidou de “gauchão”.
Citado na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista como beneficiário de R$ 100 mil da JBS, repassado em forma de caixa dois, Lorenzoni admitiu, em maio do ano passado, ter recebido a quantia. Em vídeo, ele pediu desculpas aos eleitores e disse que ia procurar o Ministério Público para relatar o que aconteceu.
“Quero pedir desculpas ao eleitor que confia em mim pelo erro cometido. Mas vou assumir lá na frente do Ministério Público e do juiz do caso. Vou reafirmar o que disse na entrevista à rádio porque, ao longo de 24 anos de vida pública, nunca mentir. Vou falar a verdade, mesmo que essa verdade seja dura contra mim. Estou assumindo aqui como um homem tem de fazer, sem a declaração na prestação de contas. Todos os demais recursos foram 100% contabilizados. Foi apenas esse recurso”, disse Lorenzoni no vídeo.
Em junho deste ano, o ministro Luiz Fux determinou o arquivamento do inquérito que investigava Lorenzoni pelo recebimento da quantia.
General Augusto Heleno Ribeiro
(Foto: Antônio Cruz/ABr)
(Foto: Antônio Cruz/ABr)
Cotado como futuro ministro da Defesa, Augusto Heleno Ribeiro é general da reserva do Exército. Durante a campanha presidencial, ele chegou a ser cotado como vice na chapa de Bolsonaro, mas a proposta acabou sendo abandonada por contrariar a estratégia de seu partido, o Partido Republicano Progressista (PRP). Em seu lugar, foi alçado ao posto de vice o general Hamilton Mourão.
Entre 2004 e 2005, ele comandou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil para estabilizar o Haiti. Posteriormente, em 2007, assumiu o Comando Militar da Amazônia (CMA), sendo removido do cargo por conta de críticas à política de demarcação de terras indígenas do governo Lula, classificada por ele como uma “ameaça à soberania nacional”, na qual os indígenas são usados como “massa de manobra de interesses escusos de ONG estrangeiras”.
Assim como Bolsonaro, Heleno é apoiador do golpe militar de 1964, que, segundo ele, foi “contra a comunização do país”, e a favor da carta branca a policiais para executar criminosos armados.
Não há informações sobre inquéritos envolvendo Augusto Heleno.
Marcos Pontes
(Foto:Wilson Dias/ABr)
(Foto:Wilson Dias/ABr)
Anunciado como futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes é engenheiro, tenente coronel e astronauta.
Em 2006, ele integrou a missão espacial para a construção da Estação Espacial Internacional (ISS). Na época a missão foi alvo de polêmica por conta dos questionamentos referentes ao custo gerado para o Brasil e ao retorno científico que seria obtido pelo país.
O Brasil foi incluído na missão em um contrato assinado em 1997, que previa que, como membro “Junior”, o país deveria entregar para a estação equipamentos orçados em U$ 120 milhões. Em troca, teria direito a treinar e enviar um astronauta para a missão. Porém, o contrato não foi cumprido. Após inúmeros atrasos, o Brasil acabou entregando somente US$ 10 milhões do total previsto em equipamentos.
Para piorar, após a explosão do ônibus espacial Columbia, em 2003, os Estados Unidos reduziram suas missões tripuladas, o que dificultou a ida do astronauta brasileiro. No entanto, a Agência Espacial Brasileira (AEB) não desistiu do projeto.
O Brasil conseguiu enviar Pontes à missão através de uma “carona” obtida na nave espacial russa Soyuz,. A carona custou US$ 10 milhões. O valor pago foi alvo de críticas que dividiram opiniões no meio científico. As críticas eram referentes ao custo da carona diante do retorno científico gerado pela missão ao Brasil. Isso porque, nos oito dias que passou no espaço, Pontes realizou apenas oito experimentos, que incluíram plantar um pé de feijão e analisar radiação em bactérias.
Assim como no caso de Augusto Heleno, também não há informações sobre inquéritos envolvendo Pontes.
A polêmica envolvendo Alberto Fraga
(Foto: EBC)
(Foto: EBC)
Nesta semana, a possível participação de Alberto Fraga (DEM-SE) no governo Bolsonaro gerou forte repercussão. Isso porque Fraga é condenado a 4 anos de prisão em regime semiaberto por corrupção. Logo, a junção dele a um governo eleito justamente sob a bandeira do combate à corrupção despertou reações negativas entre críticos e eleitores de Bolsonaro.
Fraga cultiva boa relação com Bolsonaro e faz questão destacar isso em seus perfis nas redes sociais, postando fotos e citando o presidente eleito. Líder da bancada da bala, Fraga apoia as mesmas pautas defendidas por Bolsonaro em relação à questão da segurança pública, como mudanças no Estatuto do Desarmamento.
A possível participação de Fraga no governo foi reforçada por conta de um vídeo divulgado pelo portal R7, em 24 de outubro, onde Bolsonaro aparece recebendo a visita de integrantes da bancada da bala. Desde então, cogitou-se que ele assumiria a Secretaria de Governo, algo que ainda não foi confirmado.
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